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Adam Smith e David Ricardo Os trabalhados de Adam Smith e David Ricardo configuram os mais importantes trabalhos de uma teoria econômica clássica baseada em princípios marcadamente liberais. Em sua principal obra, A riqueza das nações, Adam Smith defende a ideia de que a economia de mercado funciona melhor quando não depende da interferência do governo. O mercado deveria funcionar livremente e, as forças e ações de seus agentes fariam automaticamente os ajustes. Para Smith, o Estado possui apenas três deveres: a defesa da sociedade contra os inimigos externos, a proteção dos indivíduos contra as ofensas mútuas e a realização de obras públicas que não possam ser realizadas pela iniciativa privada (BOBBIO,1992). Haveria então a chamada “mão invisível”. Ou seja, o mercado deveria funcionar no regime do “laissez-faire” ou “deixa fazer”. De acordo com o liberalismo econômico, o Estado deve “deixar o mercado fazer”, sem interferir no funcionamento deste. Uma economia laissez-faire não é controlada pelo governo, podendo as empresas resolverem os seus negócios sem qualquer tipo de interferência do Estado. Adam Smith se perguntava como sobreviveria uma comunidade onde cada indivíduo se preocupava antes de tudo com seus interesses particulares e egoístas? Adam Smith foi decisivo na consolidação de um pensamento segundo o qual a busca pelo auto interesse egoísta conduziria inevitavelmente ao progresso social. Sua mão invisível, que atuaria harmonizando os interesses sociais, apesar de não passar de uma crença, passou a ser aceita como verdade absoluta, constituindo-se a base do liberalismo econômico. Ora, dado que os interesses privados levavam ao interesse coletivo, não havia porque não se garantir aos agentes econômicos a maior liberdade possível (COELHO, 2006). David Ricardo, acreditava que o mercado deveria caminhar livremente, e automaticamente chegaria ao equilíbrio pelas suas forças. No que diz respeito à intervenção do Estado, a principal preocupação de Ricardo foi saber como ficaria a divisão de dividendos entre os trabalhadores, os donos de terras e os capitalistas. Ou melhor, ele questionava a intervenção do Estado para manutenção de elevadas rendas para os arrendatários e donos de terras. ...para ele, a liberdade das ações individuais faria com que se obtivesse o máximo se bem estar social, algo que provavelmente não aconteceria se houvesse uma regulação no processo produtivo por parte do Estado. ...argumenta que, o capitalismo traria uma harmonia de interesse de modo que obteriam o máximo de benefícios e, portanto, não haveria necessidade da interferência do governo, pois as próprias forças do mercado o impulsionariam e o regulariam. ...acreditava que haveria na economia um mecanismo de auto regulação, o que faria com que não existisse a intervenção do Estado e evitaria diminuir a liberdade dos indivíduos em sua ambição natural de plena maximização dos recursos disponíveis. David Ricardo foi um defensor do livre comércio internacional, procurando evitar que os benefícios da providência benigna ficassem somente detidos sob o domínio da alta sociedade. Nesse ponto observa-se que na questão da “mão invisível” de Smith, Ricardo considerava que, diante de uma sociedade dividida em grupos que se encontravam permanentemente em conflito, a “mão invisível” certamente não iria ocorrer adequadamente. Havendo uma forte tendência, por exemplo, de grandes benefícios ficarem destinados a poucos latifundiários, enquanto a maior parte da população sofreria com a falta de acesso aos ganhos. (BRIGAGÃO, 2002)
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