Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 1 - Ferramentas para Melhoria de Desempenho Desenvolvido por José Ricardo Rigoni Total Qualidade Blog Primeira Versão Junho de 2010 E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 2 - ÍNDICE 1 - A metodologia do PDCA .......................................................................................... 3 2 - A norma ISO 9001:2008 com estrutura baseada no Ciclo PDCA ............................ 5 3 - Plano de Ação 5W2H1S........................................................................................... 6 4 - Exercício de PDCA - Utilizando a Metodologia para perder peso ......................... 7 5 - MASP – Metodologia de Análise e Solução de problemas ...................................... 9 6 - Etapas do MASP ..................................................................................................... 10 1 – Identificação do Problema;................................................................................. 10 2 – Observação; ........................................................................................................ 11 3 – Análise;............................................................................................................... 13 4 – Plano de Ação;.................................................................................................... 14 5 – Ação;................................................................................................................... 15 6 – Verificação; ........................................................................................................ 15 7 – Padronização;...................................................................................................... 16 8 – Conclusão; .......................................................................................................... 16 7 - Relação entre MASP e as etapas de elaboração de Ações Corretivas e Preventivas da NBR ISO 9001:2008................................................................................................ 17 8 - Relação entre PDCA e MASP................................................................................. 18 9 - Conclusão sobre as ferramentas .............................................................................. 20 10 - Bibliografia ........................................................................................................... 20 ANEXO A – MATRIZ GUT........................................................................................ 21 ANEXO C – Tipos de Benchmarking .......................................................................... 23 ANEXO D – Brainstorming ......................................................................................... 24 ANEXO E – Vídeo Aulas Gratuitas do Total Qualidade Blog .................................... 25 Apresentação Este presente e-book tem por objetivo facilitar o aprendizado por ferramentas da qualidade e a sua aplicação dentro do contexto da ABNT NBR ISO 9001:2008. Até pessoas que têm por interesse aprender uma nova ferramenta de gestão, independente da aplicação da norma, também poderão tirar proveito desse material. Foram aproximadamente três meses produzindo um livro eletrônico que pudesse ajudar no aprendizado pelo MASP e PDCA. Complementam o material deste E-book um procedimento para Ações Corretivas e Preventivas baseado nos requisitos 8.5.2 e 8.5.3 da ISO 9001, um formulário para não conformidades, uma planilha para controle de ações corretivas e preventivas e um formulário 5W2H1S para elaboração de plano de ação. Dedico esse e-book a todos os leitores do blog Total Qualidade que têm me motivado a seguir adiante com esse propósito de divulgar conteúdo de aprendizado prático, a um preço que seja acessível a todos e de altíssima aplicação em situações reais do dia a dia. Tenha uma boa leitura e fique a vontade para me contatar para dúvidas e esclarecimentos. José Ricardo Rigoni E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 3 - 1 - A metodologia do PDCA O PDCA é uma ferramenta de planejamento e melhoria contínua proposta por Walter Shewhart na década de 30, ela foi amplamente divulgada por Deming, até hoje muitos atribuem a Deming a criação do PDCA, porém o seu desenvolvimento cabe a Shewhart. A palavra é composta pelas iniciais de Plan, Do, Check, Action. Respectivamente: Planejar, Fazer, Checar e Agir. Através da execução sistemática desses quatro passos é possível atingir a melhoria contínua. A primeira etapa do PDCA é o Planejamento, nele são definidos os objetivos e metas a serem atingidos, todos os parâmetros necessários são mapeados e descritos num plano que deverá ser perseguido por um determinado período. Depois, torna – se necessário fazer o Plano acontecer, tira-lo do papel, os responsáveis devem então executar o que foi planejado na primeira etapa, é o Fazer do PDCA. Durante e após a execução, como aplicável, uma equipe será responsável por Controlar toda a execução do plano: “As pessoas estão gastando conforme os custos previstos? Os prazos estão sendo atendidos? Os equipamentos e informações adequados estão sendo utilizados? Essas são perguntas que serão feitas pela equipe de controle e devem estar de acordo com o planejamento. Se existirem desvios em relação ao planejamento elaborado, então a equipe deverá Agir de modo a trazer para dentro da linha do planejado a execução das atividades. Por exemplo, se em um determinado momento o projeto estiver gastando mais que o planejado, então uma análise para redução de gastos deverá ocorrer, se as equipes de operações não estiverem utilizando os procedimentos corretos então um novo treinamento poderá ser aplicado. Essa sistemática de análise e ação é uma grande vantagem na metodologia do PDCA. Observe na figura do ciclo PDCA que a etapa de Planejamento é uma etapa vital, quanto mais tempo for gasto preparando um bom plano as chances de sucesso na implementação serão maiores. A busca por resultados e melhoria continua podem obter grandes benefícios com a utilização desta técnica. Quando a lógica do PDCA se tornar comum em seu raciocínio você vai perceber que em muitas situações, não só na vida empresarial, mas do dia a dia em geral poderão ser melhor conduzidas usando o PDCA. É importante que as organizações consigam se estruturar de acordo com os quatro passos do PDCA pois assim elas terão mais chances de atingir os seus objetivos, melhorando continuamente. E não existe melhoria contínua se não existir medição! Não existe também gestão sem medição. Segundo Peter Drucker, papa da Administração, o que não se pode medir não pode ser gerenciado. Os indicadores são fundamentais no sucesso de sua gestão empresarial. Como vamos saber se estamos melhor do que ontem, em determinado aspecto se não possuímos dados concretos? Além disso, é preciso possuir ações corretivas para garantir que os desvios detectados sejam corrigidos. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 4 - Muitas empresas elaboram planejamentos detalhados, mas se esquecem de controlá-los durante as etapas do projeto, outras possuem ferramentas de controle como softwares e reuniões de controle, mas não possuem uma sistemática para adotar ações corretivas. A proposta da ferramenta PDCA é que as quatro etapas uma vez corretamente executadas permitam que a empresamelhore seu desempenho a cada ciclo. Veja na figura abaixo exemplos de atividades que são elaboradas dentro de um ciclo PDCA. Provavelmente você já executou algumas dessas atividades, com o conhecimento dessa ferramenta você poderá entender onde está inserido e como está contribuindo para a melhoria contínua da sua organização. A proposta da metodologia é muito simples, e muitas pessoas já executam de forma intuitiva. O conhecimento teórico desta ferramenta, agora, te possibilitará tirar o máximo proveito dessa ferramenta de gestão. Como exercício prático elabore esse quadro de atividades do PDCA para o contexto da sua empresa ou de uma área dela que você trabalhe. Veja quais atividades já existem na sua empresa e quais podem ser implementadas de acordo com essa proposta. Ao longo do e-book vamos usar alguns exercício práticos. É exercitando que se aprende mais e melhor. Antes de prosseguir, realize esse exercício para fixar o conteúdo. Atividades dentro do PDCA P DC A * Escrever procedimento de emergência * Preparar cronograma do projeto * Elaborar organograma da Filial * Realizar treinamento de combate a incêndio * Comprar materiais do projeto * Realizar reunião com equipe do projeto * Verificar se os funcionários conhecem os procedimentos * Medir o avanço físico do projeto * Medir a satisfação do cliente * Corrigir o procedimento de emergência * Contratar mais gente para trabalhar no projeto * Implementar sugestões de melhorias de clientes E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 5 - 2 - A norma ISO 9001:2008 com estrutura baseada no Ciclo PDCA A Norma ISO 9001 estabelece requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade, onde as especificações (requisitos) dos clientes são identificadas, analisadas e atendidas sob condições controladas de produção, utilizando os conceitos de melhoria contínua propostos pelo ciclo PDCA. Veja abaixo um Sistema de Gestão da Qualidade baseado na Norma ISO 9001. A Norma ISO 9001 possui os seguintes requisitos (principais) 4 – Sistema de Gestão da Qualidade; 5 – Responsabilidade da Direção; 6 – Gestão de Recursos; 7 – Realização do Produto; 8 – Medição, Análise e Melhoria; Analisando os requisitos e comparando ao ciclo PDCA podemos tirar as seguintes conclusões: • Dos requisitos de quatro até sete são definidos os principais critérios a serem seguidos pela organização em termos de organização, direção e planejamento de produção do produto e aquisições. Isso significa em geral o PLAN do PDCA. • No requisito 7 são tratadas as principais atividades de produção da empresa através da realização do produto ou prestação do serviço, ou seja, o DO do PDCA. • Já no requisito 8 são apresentados os principais requisitos de controle e ações corretivas, o CHECK e o ACTION. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 6 - Sob a ótica da realização do produto, poderíamos relacionar o PDCA a ISO 9001 da seguinte forma PDCA Requisitos ISO 9001:208 PLAN 4, 5, 6, 7 DO 7 CHECK 8 ACTION 8 O objetivo tanto da norma, quanto da metodologia do PDCA é a melhoria contínua dos processos. Empresas devem estar sempre buscando metas mais desafiadoras para sobreviver em mercados cada vez mais competitivos e para isso devem planejar e medir os seus resultados. Sem planejamento a empresa não tem para onde ir, sem medição a empresa não sabe onde está, e se a empresa não souber essas duas coisas como saberá se precisa ou não melhorar? Por isso, cada uma dessas etapas do PDCA ajudam as empresas a se organizar e buscar sempre a melhoria contínua em relação aos seus principais objetivos. Se você quiser implementar a norma ISO 9001 você poderá visualizar o processo de acordo com a metodologia do PDCA: PLAN - Definir política, objetivos, indicadores, procedimentos e formulários; DO – Implementar o sistema treinando as pessoas e executando as atividades necessárias ao funcionamento do SGQ; CHECK – Realizar as medições, auditorias e demais controles do sistema; ACT – Implementar ações corretivas e preventivas, garantindo a melhoria contínua. Se você quiser saber mais sobre a Norma ABNT NBR ISO 9001:2008 poderá adquirir um e-book desenvolvido no Total Qualidade Blog. http://www.totalqualidade.com.br/2010/02/e-book-iso-90012008-iso-um- clique.html 3 - Plano de Ação 5W2H1S Quando uma determinada ação deve ser tomada, é fundamental que alguns cuidados sejam levados em consideração. Imagine que você descobre que os extintores de incêndio da sua empresa estavam vencidos a mais de seis meses! Você rapidamente define que o técnico de segurança do trabalho deve providenciar a renovação dos extintores, porém você não determina um prazo. Isso seria um grande problema, pois foram definidas as responsabilidades, mas não o prazo. É importante definir também por que fazer, quanto vai custar, como fazer, etc. Para evitar esses descuidos as empresas utilizam uma ferramenta simples, que muito ajuda na hora de definir uma ação a ser tomada, é o plano de ação 5W2H1S. O plano de Ação 5W2H1S é composto por oito palavras inglês. What - O que será feito Who - Quem vai fazer Why – Por que deverá ser feito Where - Onde deverá ser feito When - Quando fazer E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 7 - How - Como fazer How Much - Quanto vai custar Show - Indicador de eficiência Veja um exemplo prático da implantação de um programa de 5S em um setor de tornearia. 5W2H1S What - O que será feito Who - Quem vai fazer Why - Porque deverá ser feito Where - Onde deverá ser feito When - Quando fazer How - Como fazer How Much - Quanto vai custar Show - Indicador de eficiência IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA 5S NO PROCESSO DE TORNEARIA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE 5S EMPRESA DE CONSULTORIA ABC TORNAR MAIS ORGANIZADO ESSE AMBIENTE DE TRABALHO EM TODO O PROCESSO DE TORNEARIA DURANTE OS MESES DE MAIO E JUNHO DE 2010 CONTRATAÇÃO DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA $$$$ CRONOGRAMA DE AVANÇO FÍSICO DO PROJETO NOTA - Com este e-book você também recebe um formulário para elaboração de Plano de Ação em formato de Planilha Eletrônica do Excel e uma planilha para Controle de Ações. Quando as ações são registradas você não cai no erro do esquecimento. O registro é uma ferramenta fundamental em ambientes onde muitas ações devem ser tomadas a cada dia por equipes com muitos trabalhadores. Lembre-se: de que adianta ter um bom sistema de planejamento, ter uma equipe de controle atuante, se no final das contas você não vai conseguir implementar as ações de correção? E o primeiro passo para a sua implementação é registrá-las de forma correta. 4 - Exercício de PDCA - Utilizando a Metodologia para perder peso Um amigo meu uma vez me passou uma informação valiosíssima, ele me disse que mensalmente acompanhava o faturamento de sua lanchonete, e se na última semana do mês ele não tivesse atingido um determinado percentual do seu faturamento previsto ele iniciava algum tipo de promoção com o intuito de atingir uma meta. Ele estava simplesmente utilizando a metodologia do PDCA! Meu amigo não conhecia a metodologia. Sugeri a ele então que tivesse níveis diferenciados de controle, por exemplo, se até a metade do mês não tivesse atingido 50% de faturamento, iniciaria uma campanha de promoções, e se até a terceira semana não tivesse atingido 75 % da meta de vendas, faria umacampanha mais agressiva, por exemplo, utilizando panfletos promocionais pela cidade ou anúncios nos veículos de comunicação da região. Foi nesse contexto que apresentei a ele a metodologia do PDCA que ele já executava intuitivamente, que ele poderia aplicar não só ao atendimento das metas E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 8 - de vendas, mas na melhoria dos processos de fornecimento dos produtos, gestão dos estoques, atendimento ao público etc. O segundo passo após o conhecimento de uma metodologia é colocá-la em prática, é ai que estão as maiores dificuldades, como conduzir as mudanças nas organizações e nas pessoas. Vamos ver a seguir um exemplo prático. Depois de compreender esse exemplo você poderá aplicar essa metodologia a qualquer outra situação onde se pretenda atingir, a cada ciclo, melhores resultados. A situação: Carolina estava muito interessada em perder peso e já tinha estudado no curso de Engenharia de Produção sobre a metodologia do PDCA e resolveu aplicar a ferramenta para atingir os seus objetivos. Faltavam 4 meses para o Verão e Carolina estava pesando 80KG. Ela definiu os seguintes objetivos: perder 6 Kg em 4 meses. Carolina trabalhava e estudava e quase não tinha tempo para entrar em uma academia, então definiu que iria perder peso fazendo um regime especial. Todo final de mês ela iria se pesar para verificar se estava realmente perdendo o peso que ela pretendia perder. Várias ações de correção poderiam ser tomadas a qualquer momento, quando Carolina percebesse que seus resultados não estavam como planejados. Uma ação que deveria ser tomada, obrigatoriamente, era a de entrar em uma academia e praticar 5 horas semanais de exercícios se, até o segundo mês, ela não tivesse atingido metade de sua meta, ou seja, não conseguisse perder 3 kg em 2 meses. Podemos escrever o nosso PDCA da seguinte forma; PLAN - Perder 6 kg em 4 meses; DO – Cumprir a dieta alimentar definida; CHECK – Medições mensais do Peso; ACT – Intensificar as dietas ou entrar em uma academia se ao final do segundo mês não tiver conseguido perder 3 Kg. Nos dois meses seguintes então Carolina efetuou as seguintes medições: Mês 0 Mês 1 Mês 2 80 KG 79,5 KG 79KG Ela percebeu, através de suas medições, que não estava atendendo ao seu plano inicial e então decidiu, imediatamente, tomar uma ação corretiva e entrar em uma academia, da forma como ela tinha se proposto a fazer. Agindo assim ela teria mais dedicação a perda de peso, já que a dieta, apenas, não foi uma medida suficiente. Então foram feitas as seguintes medições. Mês 2 Mês 3 Mês 4 79 KG 77 KG 75 KG A academia realmente trouxe melhores resultados para Carolina, ela não conseguiu atingir sua meta, pois se matriculou tarde, mas percebeu que adotando uma nova estratégia (ir a academia) poderia ter melhores resultados. Esse é um exemplo de melhoria contínua. Perceba também que para o mesmo objetivo, diferentes E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 9 - estratégias podem ser adotadas: Objetivo (Perder Peso) - Estratégias (fazer dieta ou entrar na academia). Ao utilizar o PDCA você pode, através da melhoria contínua, encontrar as melhores estratégias para os seu objetivos. Carolina adorou os resultados e resolveu melhorar ainda mais a sua meta, para o ano seguinte ela pretende perder mais peso, claro que vai chegar um momento que ela não terá mais como perder peso. Mas cada quilograma a menos, até certo limite, significa que Carolina estará atingindo a sua melhoria contínua, pois estará atingindo os seus objetivos, que a cada dia se tornam mais agressivos. Depois ela deverá manter o monitoramento para que não ganhe mais aqueles “quilinhos” que a incomodam. É por isso que o PDCA é desenhado como um ciclo, ele não termina, a melhoria é sempre contínua. Agora faça uma reflexão, compare a perda de peso de Carolina com a redução de desperdício num processo produtivo, a redução de resíduos gerados por uma indústria, ou o aumento na participação no mercado de uma determinada marca. Quando as pessoas e as empresas, planejam, executam, medem e corrigem é mais provável que elas acertem e atinjam níveis melhores de desempenho, e isto é melhoria contínua. 5 - MASP – Metodologia de Análise e Solução de problemas Para entendermos a Metodologia do MASP precisamos entender alguns conceitos fundamentais, a partir daí vai ser mais fácil se familiarizar com a ferramenta. Definições: Problema - Algum resultado ou acontecimento indesejado. Sinônimo da Não Conformidade da Norma ISO 9001. Causas - o que ocasiona o problema. Efeitos - é a forma como o problema se apresenta para nós. Ação imediata – aquilo que age no efeito, apenas “freando” temporariamente o problema. Solução para o problema – medida que bloqueia a causa fundamental. Agindo na causa fundamental você resolve de forma eficaz o problema. É sinônimo da Ação Corretiva da Norma ISO 9001 Ação Preventiva – Ação tomada antes do surgimento do problema, com o objetivo de evitar o seu acontecimento. Um exemplo muito utilizado para entender esses conceitos é o caso da Gripe. Ninguém gosta de ficar gripado certo? Então, se é um resultado indesejado, podemos classificar o fato de estar gripado como um problema. As causas poderiam ser muitas, uma delas poderia ser um vírus. Os efeitos poderiam ser nariz entupido e febre, por exemplo. Eu poderia tentar resolver o problema de duas maneiras, atacando as causas (atacando o vírus) ou os efeitos (tomando um remédio para baixar a febre e usando um desentupidor nasal). Atacar as causas evita a continuidade do problema e o elimina de uma vez, atacar os efeitos apenas mitiga o problema, freando o problema por um momento, mas logo em seguida o problema voltará. Por isso a solução para o problema deve ser sempre agir na causa fundamental. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 10 - Eu posso ainda tomar medidas de prevenção para evitar que o vírus me ataque, eu poderia, por exemplo, tomar uma vacina de proteção com validade de um ano para evitar a ocorrência do problema. Entender esses conceitos básicos vai ser fundamental para você entender o MASP daqui pra frente. 6 - Etapas do MASP O MASP (Metodologia de Análise e Solução de Problemas) é uma ferramenta sistemática para identificação de causas de problemas e sua solução adequada. Visa também estabelecer uma padronização para que o problema não volte a acontecer. Pode ser muito bem utilizado na análise de não conformidades da norma ISO 9001. O MASP é composto por oito etapas que serão apresentadas através da aplicação de um exemplo prático. Veremos como interpretar e executar cada etapa e quais as principais ferramentas que podem nos auxiliar, como Brainstormings, Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Benchmarking, GUT. Você poderá assistir a duas vídeo aulas gratuitamente, a primeira sobre Pareto e Lista de Verificação e a segunda sobre Análise de Causas usando o Diagrama de Causa e Efeito de Ishikawa e a interpretação de dados utilizando Histograma. Essas ferramentas vão ajudar a aumentar seus conhecimentos na hora de aplicar o MASP. Elas estão disponíveis para download no Blog Total Qualidade nos links abaixo: Pareto e Lista de Verificação http://www.totalqualidade.com.br/2009/10/video-aula-diagrama-de-pareto-e-lista.html Diagrama de Ishikawa e Histograma http://www.totalqualidade.com.br/2009/11/video-aula-diagrama-de-ishikawa-causa- e.html Após o entendimento das etapas do MASP e da aplicação dessas ferramentas você estará apto a conduzira solução de diversos tipos de problemas em empresas e no seu dia a dia, independente de a empresa ser ou não certificada em ISO 9001. 1 – Identificação do Problema; Na primeira etapa do MASP você deve saber exatamente qual é o problema a ser trabalhado. As vezes as empresas têm dificuldade de identificar claramente qual é ou são os seus principais problemas. Uma etapa prévia ao MASP poderia ser a seleção dos problemas a serem atacados pela empresa através da priorização utilizando a Matriz GUT (ver Anexo A), em nosso exemplo já aplicamos ao MASP a um único problema já definido. Se você tiver vários problemas para resolver priorize-os com a GUT e aplique o MASP a cada um deles. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 11 - Vamos apresentar essas etapas utilizando um exemplo de uma empresa que está perdendo a participação no mercado de bicicletas numa cidade do interior, um exemplo simples que pode ser o caso de muitas pequenas empresas. O proprietário atual da empresa, Sr. Wilson acha que o motivo é devido ao alto preço que as bicicletas de sua loja possuem no mercado, ele baixou o preço das bicicletas, mas os resultados continuam desfavoráveis, ele então decide pedir ajuda ao seu sobrinho, Augusto (que atualmente faz o curso de Engenharia de Produção) para orientá-lo nesse processo. Augusto sugeriu que seu tio utilizasse uma ferramenta sistemática para análise e solução de problemas chamado MASP. Seu tio achou um pouco estranho, mas logo confiou no sobrinho. Augusto sugeriu fazer uma análise de dados históricos da empresa (vendas, fluxo de caixa, Balanço, etc.) e depois realizarem um Brainstorming (ver Anexo D). Juntos, chegaram a conclusão de que o problema (resultado indesejado) é a perda de participação no mercado e que se não for combatida imediatamente a empresa precisará ser fechada. Augusto e o Tio calcularam uma redução de 16 % nas vendas no último ano o que está fazendo a empresa operar no vermelho atualmente. Exemplos de Ferramentas que podem ajudar nessa etapa: Brainstorming, análise de dados históricos, Pareto, Histogramas. 2 – Observação; De posse da informação de que o problema é a perda de participação no mercado, Augusto partiu para uma observação mais detalhada realizando um Benchmarking (Anexo C). Em primeiro lugar ele levantou quais eram as principais empresas que vendiam bicicletas na cidade e ficou entusiasmado com o resultado, apenas uma empresa vendia bicicletas na cidade. Em um primeiro momento Augusto achou que já tinha encontrado seu principal concorrente. Ele resolveu observar detalhadamente quais eram os diferenciais competitivos daquela empresa, planejou uma visita para conhecer mais a empresa. Percebeu que os preços e condições de pagamento eram compatíveis com a loja do seu tio e, além disso, percebeu que o movimento na loja era muito pequeno, Augusto era o único cliente presente. Resolveu conversar com o mecânico de bicicletas, pois seria mais fácil obter dele informações do que do proprietário da loja. O mecânico informou que atualmente a movimentação na loja estava muito baixa e outro mecânico havia sido demitido há dois meses. Augusto conseguiu levantar informação de que na região existiam mais duas lojas de bicicletas e planejou visita-las futuramente. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 12 - Qual observação Augusto pode fazer nessa etapa? A única concorrente não possui uma estrutura de negócios superior a da loja do seu tio, seu preço não é mais baixo e nem possui qualidade ou atendimento diferenciado, provavelmente ela não é a responsável pela queda na participação do mercado. Então, de onde estão caindo as vendas? Augusto, pensativo, traça então alternativas de causas para a queda nas vendas. 1 - Será que um concorrente em outro município pode estar tomando nosso mercado? 2 - Será que as vendas de bicicleta estão decaindo de uma maneira geral em nossa região/país? Possíveis Ferramentas: Benchmarking, Lista de Verificação, Diagrama de Causa e Efeito E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 13 - 3 – Análise; Na etapa de Análise o objetivo é descobrir as possíveis causas fundamentais do problema. Atacando as causas, será possível solucionar o problema. Aproveite e assista a vídeo aula que compõe esse curso sobre o Diagrama de Ishikawa, uma das principais ferramentas sobre a análise de causas. No Anexo B você poderá consultar a Análise de 5 porquês, outra importante ferramenta. Agora Augusto decide analisar com mais detalhe cada uma das possíveis causas: São elas: 1 - A causa da perda de mercado é devido a uma empresa do município. 2 - A causa da perda de mercado é devido ao mau serviço fornecido por nossa empresa. 3 - A causa é devido a um concorrente externo. 4 - A causa é devido a redução natural das vendas de bicicletas em todo o país. Augusto concluiu que a causa 1 era pouco influente. Mas, mesmo assim, o incluiu em um questionário de avaliação para analisar as 4 possíveis causas listadas. Ele mesmo aplicou a 30 proprietários de bicicletas da sua cidade que já tinham alguma vez consumido na loja do seu tio. O resultado do questionário possibilitou as seguintes conclusões: • A causa 1 tem pouco impacto no problema, o concorrente do município é na verdade um fornecedor de manutenção e peças de bicicletas e pouco de bicicletas completas, o que não é o foco de mercado atual da empresa do seu tio. Porém, seu tio poderia ganhar mais dinheiro investindo nesse segmento de mercado já que possui “know-how “no ramo de bicicletas e que poderia ser uma alternativa ao aumento nas receitas. • A causa 2 tem um impacto forte no problema, os clientes reclamaram que a empresa não possui a possibilidade de compra com cartão de crédito, e como o mercado está em sua maioria nas classes média e baixa, o não aceite de cartão de crédito é um fator muito negativo, além disso, não são boas as opções de financiamento e pagamentos. • Causa 3 tem forte impacto, pois um concorrente em uma cidade vizinha aceita cartão de crédito e tem preços favoráveis. Augusto decidiu visitar e ainda percebeu que eles têm um serviço de manutenção de bicicletas muito desenvolvido que atrai os clientes para sua loja. Augusto começou a refletir e perceber que o modelo de negócios de Venda de Bicicletas + Manutenção traz mais vendas nos dois segmentos. • Causa 4 com impacto moderado – Com o crescimento da economia na região o interesse por bicicletas realmente vem diminuindo, porém o mercado ainda é bastante procurado principalmente por pessoas que compram bicicletas para fins esportivos, então, porque não possuir uma linha de bicicletas esportivas? E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 14 - Ferramentas: Questionário de avaliação, Benchmarking, Diagrama de Causa e Efeito, 5 Porquês. 4 – Plano de Ação; Agora que Augusto e seu tio já definiram quais são as causas principais do problema eles decidem fazer mais um brainstorming (Anexo D). Agora eles vão definir quais devem ser as ações, a fim de eliminar o problema da perda de participação no mercado. Como vimos no capítulo 5 – Plano de Ação 5W2H1S é importante sempre registrar as ações para que a sua implementação e gerenciamento atendam os resultados planejados. Pense na implementação de uma ação como um ciclo PDCA: planejar a ação, executar a ação, controlar e agir sobre os resultadosda ação. Veja as ações propostas por Augusto e seu tio: AÇÃO 1 – Contratar um mecânico de bicicletas para o novo setor de manutenção a ser instalado na loja; AÇÃO 2 - Investir em um estoque de produtos para manutenção de bicicletas; AÇÃO 3 – Providenciar uma máquina para vendas com cartão de crédito; AÇÃO 4 - Fazer uma parceria com uma financeira para poder fornecer a possibilidade de vendas de bicicletas a prazo, com melhores condições de pagamento; AÇÃO 5 – Incluir no portfólio de bicicleta a linha de bicicletas do tipo esportiva; AÇÃO 6– Fazer propagandas na região sobre as mudanças estabelecidas na loja a fim de atrair os clientes. Veja que uma possível ação poderia ser, dependendo das causas, sair deste mercado. Tudo depende da qualidade das informações que o gestor possui para a tomada de decisão. Se na etapa de análises, as conclusões tivessem sido muito negativas uma ação viável seria vender a loja e investir em outro segmento. Isso não resolveria o problema, mas evitaria que o proprietário da loja continuasse perdendo dinheiro. Augusto apresenta para o seu tio a ferramenta 5W2H1S e elabora um plano de ação para cada uma das três etapas definidas por ele e seu tio. Eu sugiro como treinamento elaborar esses planos de ação como exercício prático. Pode me enviar por e-mail (jose.rigoni@yahoo.com.br) utilizando o modelo de plano de Ação 5W2H1S. Ferramentas: Plano de Ação 5W2H1S, Cronograma E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 15 - 5 – Ação; Augusto não elaborou um cronograma, pois as ações não eram tão complexas com muitas atividades interdependentes e recursos variados, porém, você poderá fazê-lo caso a sua implementação demande muitos esforços e tempo. Lembre – se que um cronograma bem detalhado pode ajudar a equipe de controle a desempenhar melhor sua tarefa. O que Augusto fez foi simplesmente definir as datas finais das atividades que deverão ser realizadas. Ele e seu tio começaram os trabalhos para implementar os planos e estavam super animados com os resultados que estavam percebendo com a utilização do MASP e tinham confiança de que as coisas iam ser diferentes após a conclusão das ações. Eles, desde o início da implementação das ações, estavam preocupados em atender aos Planos de Ação realizados na etapa anterior, sabiam que dependeriam disso para poder resolver as causas raízes do problema. 6 – Verificação; Agora é o momento de Augusto verificar se as suas ações foram eficazes, ou seja, será que eles tiveram a capacidade de atacar as causas e eliminar o resultado indesejado? Será que as ações tomadas realmente estão ajudando a loja de bicicletas do seu tio a aumentar de novo as vendas? Na etapa de verificação você deve checar se o problema está sendo combatido eficazmente. Após 3 meses da implantação do cartão de crédito o tio de Augusto percebeu um aumento de 7 % nas vendas em relação ao trimestre anterior. A venda de bicicletas esportivas trouxe um aumento nas vendas de 4 %, que somados aos serviços de manutenção e venda de peças possibilitaram um crescimento total das vendas de 14%. Nessa etapa, fica claro que possuir uma medição antes e depois das ações é que vai permitir conclusões sobre a melhoria ou não do processo. Você só consegue dizer se uma ação lhe trouxe resultados positivos ou negativos se possuir a sua medição antes e depois. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 16 - No nosso caso as ações trouxeram resultados consideráveis e apenas através da coleta e análise de dados é que a verificação poderá trazer informações úteis para a empresa. Se nessa etapa você chegar a conclusão de que não resolveu o problema você deverá voltar a etapa de Observação e refazer todas as demais etapas. Só depois poderá passar para a etapa de padronização. Ferramentas: Análise de Dados e Gráficos, Pesquisa de Satisfação, Inspeção 7 – Padronização; Agora Augusto começou a se preocupar em evitar que o problema reaparecesse, por isso ele orientou seu tio em padronizar o processo de vendas e manutenção, elaborando procedimentos de trabalho a serem seguidos pelos vendedores e sugeriu ainda, que seu tio fizesse uma análise do mercado sempre que a situação começasse a caminhar em um sentido negativo, de queda nas vendas, pois esse abandono somado aos avanços tecnológicos, do mercado e dos concorrentes poderia trazer resultados negativos novamente no futuro. Será necessário estar atento ao mercado e aos concorrentes e as novas exigências dos clientes. A preocupação com a padronização para evitar que se cometa o mesmo erro. Uma vez que o problema foi combatido, essas melhorias devem ficar presentes na empresa. Certos problemas proporcionam as revisões nos processos e sua conseqüente melhoria, padronizar esses processos mais avançados permite a empresa preservar o seu conhecimento. Ferramentas: Formulários, procedimentos, vídeos, tutoriais, fluxogramas, palestras e treinamentos. 8 – Conclusão; Augusto e seu tio tiraram muito proveito desta situação, pois aplicaram conhecimentos de estratégia de mercado e de análise e solução de problemas em um único caso. Aprenderam a como interpretar informações em um mercado com clientes exigentes e concorrentes bem posicionados e ainda como tirar proveito da venda de produtos e serviços em conjunto. A partir de agora, todo o problema da loja será resolvido utilizando a metodologia do MASP, o tio de Augusto conseguiu o seu objetivo principal que era conter a queda nas vendas de produtos. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 17 - Augusto se sentiu orgulhoso dos seus resultados em conjunto com o seu tio e está satisfeito por aplicar com eficácia seus conhecimentos adquiridos no curso de Engenharia de Produção. O tio de Augusto ficou satisfeito com os novos resultados da empresa e continuará firme com o seu negócio. Essa é uma história simples, porém um exemplo bem ilustrativo da aplicação do MASP em conjunto com outras ferramentas que você vai poder aplicar em vários problemas no seu dia a dia. A ferramenta permite estruturar a tomada de decisões num processo de busca pela solução de um problema, de como verificar sua eficácia e como padronizar a solução para evitar a nova ocorrência do problema. Para executar essas oito etapas você pode utilizar outras ferramentas como brainstormings, análises gráficas, diagrama de Ishikawa, 5 porquês, Histogramas, ou fluxogramas, conforme foi descrito no final de cada etapa, veja a lista de Anexos. No Anexo E estão os links para as cinco vídeo aulas gratuitas sobre ferramentas da qualidade. Perceba que usando o MASP a empresa conseguiu agir corretamente nas causas do problema. Uma empresa sem essa percepção, ao se deparar com um problema de redução de vendas, poderia apelar para a utilização de promoções e queimas de estoque, o que agiria no efeito do problema e não em suas causas. As etapas do MASP e as ferramentas propostas vão te ajudar a não cometer esse tipo de erro, quando houver dúvida nos conceitos, lembre – se sempre do exemplo da gripe, suas causas e seus efeitos e que agindo nos efeitos você só está “mascarando” o problema, agindo nas causas você está eliminando o problema. 7 - Relações entre MASP e as etapas de elaboração de Ações Corretivas e Preventivas da NBR ISO 9001:2008 A norma ISO 9001:2008 estabelece uma sistemática parecida com a do MASP para tratamento de não conformidades (ou problemas) em seus requisitos 8.5.2e 8.5.3 respectivamente ação corretiva e preventiva, são eles: 1. Descrição da Não conformidade (Problema); 2. Determinação das Causas das não Conformidades; 3. Determinação das Ações a serem implantadas; 4. Implantação das Ações; 5. Avaliação da eficácia da Ação; E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 18 - Podemos relacionar as etapas do MASP com as etapas exigidas pela ISO 9001 da seguinte forma: MASP Ações da ISO 9001:2008 1 – Identificação do Problema 1 – Descrição da Não Conformidade 2 – Observação 2 – Determinar Causas 3 – Análise 2 – Determinar Causas 4 – Plano de Ação 3 – Determinar Ações a serem implantadas 5 – Ação 4 – Implantação das Ações 6 – Verificação 5 – Avaliação da Eficácia das Ações 7 – Padronização - 8 – Conclusão - Veja que a norma ISO 9001:2008 e ainda outras normas como a ISO 14001:2005 e a OHSAS 18001:2007 estão estruturadas de acordo com o PDCA, essa é hoje a forma mais estruturada para se obter a melhoria contínua. Veja também que, dominando a aplicação do MASP você poderá combater não conformidades de forma ainda mais estruturada, e utilizando as ferramentas corretas no momento certo. Junto com esse E-book, além das vídeo aulas sobre Pareto, Lista de Verificação, Diagrama de Causa e Efeito e Histograma, você recebeu um procedimento referente a Não Conformidades e também um formulário de Registro de Não Conformidade baseado nos requisitos da ABNT NBR ISO 9001:2008. Conhecer a metodologia do MASP vai te ajudar muito com os Relatórios de Não Conformidade. Sempre que um problema na sua empresa precisar ser tratado como uma não conformidade segundo a NBR ISO 9001:2008 o MASP pode ser uma ótima alternativa. 8 - Relações entre PDCA e MASP Existe uma relação entre as etapas do PDCA e do MASP. As etapas do PDCA acontecem no MASP, a diferença é que o MASP é mais detalhado: Veja a relação na tabela abaixo MASP PDCA 1 – Identificação do Problema 1 – Planejar 2 – Observação 1 – Planejar 3 – Análise 1 – Planejar 4 – Plano de Ação 1 – Planejar 5 – Ação 2 – Fazer 6 – Verificação 3 – Controlar 7 – Padronização 4 - Agir 8 – Conclusão - Perceba que ambas seguem a sistemática de antes de tudo planejar e só depois tomar uma ação e sempre após uma ação verificar se ela foi exatamente eficaz. O MASP é mais completo (detalhado), porém a sua essência e estruturação é a mesma do PDCA. No MASP quando você verifica e percebe que não resolveu o problema E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 19 - você deve voltar para a etapa de observação, essa também é uma das formas de se AGIR no MASP. Veja o resumo do Algoritmo do MASP com a figura abaixo: E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 20 - 9 - Conclusão sobre as ferramentas Todas as ferramentas que foram apresentadas existem para facilitar a organização do pensamento na busca por melhoria contínua ou na análise e solução de problemas. É objetivo de qualquer ferramenta facilitar a nossa vida, permitir que executemos atividades mais difíceis de forma mais fácil. Quando estamos utilizando um martelo para cravar um prego estamos evitando usar nossas mãos para fazê-lo, por isso temos um melhor resultado. Já o PDCA e o MASP, assim como as ferramentas da qualidade, não são ferramentas físicas, não podemos tocá-las, elas são ferramentas intelectuais que nos ajudam na organização do pensamento e consequentemente na tomada de decisão. Se você levar em consideração os dois exemplos práticos apresentados neste livro digital perceberá que a utilização de uma ferramenta como essa pode trazer inúmeros benefícios para quem as conhece e aplica. O ser humano é um ser pensante, ações planejadas e pensadas corretamente tendem a trazer melhores resultados, é por isso que as empresas estão investindo no conhecimento e também no desenvolvimento de ferramentas de gestão para facilitar o modo de pensar, organizar e tomar decisões nas organizações. Atualmente eu utilizo muito a metodologia do PDCA para melhoramento do meu site www.totalqualidade.com.br e também no atendimento dos meus objetivos pessoais. No trabalho ou em meus projetos sempre penso em qualquer nova atividade sob a ótica do PDCA. Passe a perceber cada ato na vida como uma busca sem fim pela melhoria contínua através da metodologia do PDCA, a cada momento, você vai estar num patamar mais elevado. Sucesso! 10 - Bibliografia Douglas C. Montgomery, Introdução ao Controle Estatístico da Qualidade. Rio de Janeiro. LTC. 2004 Corrêa e Corrêa, Administração de Produção e Operações. São Paulo. Atlas, 2005 ABNT NBR ISO 9001:2008 – Sistemas de Gestão da Qualidade - Requisitos José Ricardo Rigoni, E-book ISO 9001:2008. www.totalqualidade.com.br Conteúdo sobre ferramentas da qualidade do Blog Total Qualidade www.totalqualidade.com.br E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 21 - ANEXO A – MATRIZ GUT Em geral, a Matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência) é utilizada na priorização dos problemas e junto com um gráfico de Pareto. A sua vantagem é que ela ajuda a avaliar de forma quantitativa os problemas e a priorizar o ataque a cada um deles. Eu gosto de utilizá-la antes de utilizar o MASP, onde eu defino um conjunto de problemas, priorizo e depois aplico o MASP para cada problema. A GUT classifica os problemas de acordo com três variáveis: Gravidade - qual o impacto do problema? Impacto pode se referir a imagem, prejuízo financeiro, saúde, segurança e meio ambiente (SMS), etc. Urgência - refere-se ao prazo. Pergunte: a resolução do problema pode esperar ou deve ser feita imediatamente? Tendência - é a chance do problema se tornar ainda maior, quanto mais o tempo passar maior ficará o problema. A escala é crescente sendo, em geral, de 5 para os maiores valores e 1 para os menores valores. Ou seja, um problema extremamente grave, urgentíssimo e com altíssima tendência receberia a seguinte pontuação: Gravidade = 5 Urgência = 5 Tendência = 5 Ao final é feito um produto dos valores associados a Gravidade, Urgência e Tendência. (G) X (U) X (T). No caso acima: 5 X 5 X 5 = 125 Com os problemas pontuados (quantificados) você pode selecionar os que mais impactam através de uma análise pareto. O próximo passo é aplicar o MASP. No Blog está disponível para download a matriz GUT integrada ao gráfico de Pareto. http://www.totalqualidade.com.br/2010/04/download-da-matriz-gut-melhoramento- de.html E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 22 - ANEXO B – Análise 5 Porquês É uma ferramenta utilizada na analise de causas, consiste em perguntar cinco vezes o motivo pelo acontecimento de algum problema. Vamos apresentar essa ferramenta por meio de um exemplo para facilitar o entendimento. Exemplo: Uma fábrica de chocolates recebe muitas reclamações sobre seu produto final e o coordenador da qualidade decide utilizar a metodologia dos 5 porquês com a sua equipe. A maior parte das reclamações diz que o chocolate não está mais crocante como antigamente. Vamos aos 5 porquês, 1 – Por que o chocolate não está crocante? Porque o produto chega muito tarde ao cliente e perde as suas características originais de produção. 2 – Por que o produto chega muito tarde ao cliente? Porque a transportadora não consegue entregar em tempo hábil. 3 – Por que a transportadora não entrega em tempo hábil?Porque ela realiza apenas uma viagem por semana transportando uma quantidade muito grande de produtos. 4 – Por que ela só realiza uma viagem por semana? Porque a fábrica de chocolates identificou que entregando em apenas uma vez toda a sua produção semanal, os custos de transportes seriam reduzidos. 5 – Por que ela decidiu reduzir custos de transporte? Para aumentar o lucro. Poderíamos continuar fazendo várias perguntas, porém já temos uma conclusão importante para esse exemplo. A fábrica de chocolates decidiu aumentar seus lucros reduzindo suas despesas operacionais, no caso os custos de transporte. Porém, tomando essa decisão, ela acabou (talvez sem saber) abrindo mão da qualidade do seu produto, pois os chocolates já não chegam mais tão crocantes aos clientes, que exigem isso como um requisito do produto. Então, um exemplo de ação corretiva, seria flexibilizar a entrega, evitando assim esse problema. Podemos perceber que as vezes fazendo uma única pergunta não chegamos até a causa raiz do problema, devemos buscar as causas com mais detalhe para que nossas ações sejam eficazes. Então eu pergunto: Por que devem ser 5 porquês? Na verdade isso não é uma regra, é só uma orientação para buscar exaustivamente as causas de um problema evitando parar no primeiro ou segundo porquê. Vá em frente, pois quanto maior a precisão, melhor será o resultado. Esse método em certos casos fica limitado, pois várias poderiam ser as ramificações das causas, por isso, eu sugiro conhecer também o Diagrama de Ishikawa, famoso Espinha de Peixe ou Causa e Efeito para complementar esse aprendizado. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 23 - ANEXO C – Tipos de Benchmarking O Benchmarking é um processo de melhoria contínua utilizado para comparar resultados, produtos ou práticas entre uma ou mais organizações que podem competir ou não no mesmo mercado. Em certos casos pode ser realizado dentro da própria organização entre diferentes setores. É atribuído a Xerox Corporation a criação do termo Benchmarking na década de 80. Uma definição por David Kearns, CEO da XEROX entre 1982 e 1990: "Benchmarking é o processo contínuo de comparação dos nossos produtos, serviços e práticas com as companhias reconhecidas como líderes". Os Benchmarkings podem ser: Benchmarking Interno O benchmarking interno é aquele que acontece dentro de uma mesma organização. Por exemplo, quando o setor de Compras visita o setor de Informática para obter determinada informação, por exemplo, como eles motivam seus funcionários. Benchmarking Externo O benchmarking externo ocorre entre diferentes organizações, por exemplo, pode ser na comparação das operações de fábricas de um determinado arranjo produtivo local (APL). Pode ser mais fácil conseguir informações em um benchmarking interno do que em um externo. Benchmarking Não Competitivo Entre empresas que não são concorrentes em um determinado mercado. Por exemplo, entre empresas de aviação e hotéis de luxo em serviços destinados a alta classe. Benchmarking Competitivo Benchmarking competitivo ocorre entre empresas do mesmo mercado. Por exemplo, entre Volkswagem e Renault. Poderá ser mais fácil obter informações em um benchmarking entre empresas que não competem no mesmo mercado. Benchmarking de Desempenho Avalia principalmente os resultados das organizações. Por exemplo, a participação no mercado de empresas de calçados, ou o índice de absenteísmo nos diferentes departamentos de uma empresa. Benchmarking de Práticas Avalia os processos, procedimentos, cultura organizacional, está focado em avaliar o modo de se organizar e trabalhar. Exemplo realizar um benchmarking para conhecer o processo de desenvolvimento de talentos. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 24 - ANEXO D – Brainstorming O brainstorming é uma poderosa ferramenta para geração de muitas idéias sobre um tema pré definido. Estimula a criatividade e a inovação das pessoas através do envolvimento entre os participantes e gera em cada colaborador a sensação de contribuição para o trabalho ou produto a ser desenvolvido. Em geral é conduzido por um membro durante uma reunião de geração e discussão de idéias. O brainstorming pode ser feito de duas formas: • Estruturado: a cada rodada cada membro deve dar uma idéia sobre o tema definido. Podem ser definidas, em função do tempo, quantas rodadas serão feitas ou deixar que o brainstorming prossiga até que todos não tenham mais idéias para apresentar. A vantagem desse brainstorming é evitar que os membros mais comunicativos predominem sobre os mais quietos. Ajuda a ainda a evitar inibição de opiniões em sessões onde pessoas de diferentes níveis hierárquicos de uma organização participam. • Não estruturado: todos podem a qualquer momento dar uma opinião, não existe vez como no brainstorming estruturado. A vantagem é que as pessoas em geral pegam carona nas idéias, é menos metódico e mais dinâmico. Ideal quando as pessoas do grupo são todas comunicativas e pouco tímidas. Passos na hora de conduzir um brainstorming Dicas na hora de fazer um brainstorming • Qualquer opinião deve ser registrada, de preferência em um quadro onde todos terão ao longo da reunião a visão do que já foi apresentado; • Por mais “inútil” que possa parecer uma opinião o membro não pode ser discriminado e sua informação deixar de ser anotada, isso pode inibir aquele membro de gerar boas idéias, todos devem receber o mesmo tratamento; • A primeira coisa que vier na cabeça deve ser dita; • Não é permitido dizer NÃO; • Alavancar idéias já dadas, “pegar carona” nas idéias. Como exercício pratique um brainstorming com alguém sobre um determinado tema e confira os resultados. Perceba que o brainstorming nada mais é do que uma ferramenta prática para estruturar a geração e seleção de idéias. E-book PDCA e MASP www.totalqualidade.com.br - 25 - ANEXO E – Vídeo Aulas Gratuitas do Total Qualidade Blog Fluxogramas http://www.totalqualidade.com.br/2009/10/fluxogramas.html Pareto e Lista de Verificação http://www.totalqualidade.com.br/2009/10/video-aula-diagrama-de-pareto-e- lista.html Diagrama de Ishikawa e Histograma http://www.totalqualidade.com.br/2009/11/video-aula-diagrama-de-ishikawa- causa-e.html Gráficos de Controle e Plano de Ação http://www.totalqualidade.com.br/2009/11/video-aula-as-sete-ferramentas-da.html Correlação e Regressão Linear http://www.totalqualidade.com.br/2010/02/correlacao-e-regressao-linear- video.html
Compartilhar