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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE PLANTAS CULTIVADAS Laerte Gustavo Pivetta Sumário 1. Introdução; 2. Definição; 3. Processo da germinação; 4. Fatores que afetam a germinação; 5. Teste de germinação; 6. Considerações Finais. 1. INTRODUÇÃO Estudo da Germinação Acadêmicos - Fisiologia Vegetal Estudos básicos e mais aprofundados, independente da importância econômica da espécie Objetivo principal é o conhecimento do processo Aplicados Tentativa de ampliar conhecimentos sobre espécies de importância econômica Objetivo principal é a obtenção de subsídios para a resolução de problemas Maturidade fisiológica das sementes Fonte : SeedNews Ponto de maturidade fisiológica 1. INTRODUÇÃO ZIGOTO CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO EMBRIÃO MADURO EMBRIÃO MADURO REPOUSO FISIOLÓGICO GERMINAÇÃO QUIESCÊNCIA DORMÊNCIA CRIPTOBIOSE DEFICIÊNCIA HÍDRICA BAIXO CONSUMO DE OXIGÊNIO INIBIDORES MENOR ATIVIDADE ENZIMÁTICA 1. INTRODUÇÃO Definição Germinação Conceitos...definições... “ Fenômeno pelo qual, sob condições apropriadas, compreende uma seqüência ordenada de atividades metabólicas, no qual o eixo embrionário dá prosseguimento ao seu desenvolvimento que tinha sido interrompido, nas sementes ortodoxas, por ocasião da maturação fisiológica.” 1. INTRODUÇÃO 2. DEFINIÇÃO • Fisiologia e Botânica: protrusão da radícula • Tecnologia de sementes: formação de plântula normal • Produtor: emergência da plântula (visível acima do solo) PADRÃO TRIFÁSICO DE EMBEBIÇÃO Tolerância à desidratação Sensibilidade à desidratação Fonte: Ferreira & Borguetti, 2004. 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO 1. Respiração e acúmulo de ATP 2. Síntese de RNAm e reparo de DNA 3. Ativação de polissomos 4. Síntese de proteínas a partir de RNAms recentemente sintetizados 5. Síntese e duplicação de DNA (2C a 4C) 6. Início da degradação de reservas 7. Células da radícula alongam-se 8. Protrusão da radícula 9. Mitose 3.PROCESSO DE GERMINAÇÃO FASE I: Embebição – reativação do metabolismo • Rápida absorção de água; • Duração: 8 a 16 horas; • Teor de água • Início das atividades metabólicas Exalbuminosas: 40-50% de água Albuminosas: 30-35% de água Respiração Ativação enzimas Início degradação de reservas 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO FASE I: Embebição – reativação do metabolismo DANOS POR EMBEBIÇÃO Pré-umidificação (24 horas a 25 oC) 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO • Embebição • Amolecer o tegumento; • Intensificar a respiração; • Favorecer trocas gasosas; • Induzir síntese e atividade de enzimas e hormônios; • Contribuir para digestão das reservas; • Translocação e assimilação das reservas; Crescimento e diferenciação dos tecidos FASE I: Embebição – reativação do metabolismo 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO Processo físico Potencial Matricial (Ψm) Potencial Osmótico (Ψos) •A ocorrência da embebição necessita que os tecidos que envolvem o embrião sejam permeáveis à água. •Há sementes que possuem tegumentos impermeáveis, parcialmente permeáveis e totalmente permeáveis. FASE I: Embebição – reativação do metabolismo Fonte:www.seedbiology.com 60% Protrusão da radícula Região crítica Para protrusão da radícula 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO FASE I: Embebição – reativação do metabolismo Absorção de água por sementes embebidas em água (0 MPa) e em soluções osmóticas com potencial osmótico (-0,5; -1,0 e -1,5 MPa). Direção do movimento de água na semente Processo de difusão Fonte: Marcos Filho, 2005. 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO FASE I: Embebição – reativação do metabolismo FASE II: Processo bioquímico preparatório ou indução do crescimento • Drástica redução da velocidade de embebição e respiração; •Digestão reservas – substâncias solúveis; • Translocação – eixo embrionário; • Assimilação – formação de novos tecidos. Sementes dormentes não ultrapassam a FASE II 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO FASE III: Crescimento • Divisão e expansão celular; • Fase visível da germinação; • Protrusão da radícula (ruptura do tegumento) 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO Fonte: Maia et al, 2011 FASE III: Crescimento Novo impulso à embebição e à atividade respiratória: sementes atingem > 65% água •Formação da plântula 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO 3. METABOLISMO DA GERMINAÇÃO 3. METABOLISMO DA GERMINAÇÃO 3. METABOLISMO DA GERMINAÇÃO 3. METABOLISMO DA GERMINAÇÃO • Durante a germinação os hormônios atuam na comunicação do eixo embrionário e os tecidos de reserva. • Os Principais hormônios que controlam a germinação são: • Ácido Abscísico (ABA) • Giberelinas (Ácido Giberélico – AG) • Etileno • O ABA e as AGs atuam de modo inverso no controle da síntese de enzimas envolvidas na degradação das paredes celulares do endosperma 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO Giberelina citocinina inibidores Dormência (D)/ Germinação (G) + + + G + + - G + - + D + - - G - - - D - - + D - + - D - + + D S it u a ç õ e s h o rm o n a is n a s e m e n te Fonte: Carvalho & Nakagawa, 2012. 3. PROCESSO DE GERMINAÇÃO Hipógea Epígea Tipos de germinação 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Germinação ↔ Determinadas condições devem ser satisfeitas. 1. Fatores internos 2. Fatores externos •Longevidade •H2O •Viabilidade •T o C •Grau de maturação •O2 •Dormência •Luz •Sanidade •Promotores Químicos Fonte: Marcos Filho, 2005. 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Período em que a semente se mantém viva. Determinada pelo genótipo e diretamente influenciada pelo ambiente, o que torna impossível saber a longevidade das sementes. (Toledo e Marcos Filho, 1977). Longevidade 4.1. Fatores Internos Longevidade de sementes de algumas espécies Espécie Longevidade Mimosa glomerata + de 200 anos Astragalus massiliensis 100 – 150 anos Cassia bicapsularis 100 – 150 anos Ulmus campestris aproximadamente 6 meses U. americana aproximadamente 6 meses Acer sacharium 1 semana Salix japonica 1 semana (Carvalho e Nakagawa, 2012). 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Viabilidade O período que a semente REALMENTE vive é determinado pela interação entre o os fatores genéticos e fatores ambientais. Viabilidade ≤ Longevidade A viabilidade está relacionada à alguns fatores: (Carvalho e Nakagawa, 2012). 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes a) Características genéticas da planta progenitora Espécies e cultivares diferentes terão diferentes períodos de viabilidade mesmo sob as mesmas condições ambientais. Teste de frio e envelhecimento acelerado na avaliação de vigor de sementes de Feijão- Frade Fatores Internos Figura: Representação gráfica dos valores do vigor da primeira contagem do teste padrão de germinação e da germinação do testes padrão (25º C durante 8 dias). Conclusão: as cultivares apresentaram respostas diferenciadas. (Guiscem, 2010) “Plantas bem nutridas = sementes vigorosas” A primeira grande influencia é na fase II: momento de acúmulo de matéria seca. “Deficiência hídrica= sementes de menor densidade ou, até mesmo, sementes chochas” 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes c) Condições climáticas predominantes durante a maturação Viabilidade b) Vigor das plantas progenitoras: 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes c) Condições climáticas predominantes durante a maturação Viabilidade Efeitos dos estresses hídrico e térmico sobre o número e pesodas sementes de soja (Dornbos e Mullen, 1991). Estresse hídrico Número sementes por planta Peso de mil sementes (g) 29 oC 35 oC 29 oC 35 oC Testemunha 136 131 208 188 Moderado 132 108 192 135 Severo 112 87 164 99 * Mostrar trabalho Fioreze et al. d) Grau de injúria mecânica É provavelmente o fator mais importante dos que concorrem para reduzir a viabilidade!!! Fonte: http://www.seednews.inf.br 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Viabilidade * Mostrar dados livro Nakagawa Avaliação de danos mecânicos em sementes de feijão por meio da análise de imagens (Mondo et al., 2009). Avaliação de danos mecânicos em sementes de feijão por meio da análise de imagens (Mondo et al., 2009). Avaliação de danos mecânicos em sementes de feijão por meio da análise de imagens (Mondo et al., 2009). Avaliação de danos mecânicos em sementes de feijão por meio da análise de imagens (Mondo et al., 2009). e) Condições ambientais de armazenamento • Condições inadequadas aumentar o metabolismo... • Metabolismo ativado não germina taxa de deterioração acelerada. .. • Deterioraçãomorte da semente! Perda total da viabilidade! Fatores Internos Viabilidade Fonte : Embrapa Grau de Maturação • Caracteriza o momento em que a semente deixa de receber nutrientes da planta, passando a sofrer influência do ambiente. • Armazenamento no campo* (CUIDADO – exposição à intempéries) • Teoricamente – o ponto de MF representa o momento em que a qualidade da semente é máxima. Colheita Difícil - planta ainda apresenta grande quantidade de ramos e folhas verdes; alto teor de água ocasionaria danos mecânicos e haveria ainda a necessidade de utilização de um método rápido e eficiente de secagem, que na prática nem sempre é possível. 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Dormência de sementes gramíneas forrageiras •Dificulta estabelecimento uniforme •Favorecendo surgimento de plantas invasoras •Limita a época de semeadura Característica não desejada KNO3 H2SO4 Métodos de superação da dormência 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Sanidade Causada por agentes bióticos externos, porém, considerada uma característica intrínseca da semente. 4.1. Fatores Internos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Fonte: http://germinax.com.br/ Água A rapidez de absorção de água pelas sementes está na dependência dos seguintes fatores: Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes - espécie - potencial fisiológico das sementes - temperatura - relações semente/água do solo - disponibilidade de água - área de contato Fig. 6: Velocidade de absorção de água por algumas sementes (Burch e Delouche, 1959). Água -Espécies Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Fatores Externos Água - Potencial fisiológico da semente • Sementes mais deterioradas sistema de membranas desorganizado embebição mais rápida • Embebição Fase I do padrão trifásico • Sementes com maior potencial fisiológico absorção mais lenta da água Fatores Externos Água - Temperatura • Aumento da temperatura reduz a viscosidade da água e beneficia a embebição da água. • Efeito concomitante ao aumento do metabolismo pela própria semente. Emergência de plântulas em solo argiloso-arenoso com diferentes graus de umidade (Popinigis, 1977). Espécie Grau de umidade do solo (%)* 7 8 9 11 14 16 18 Repolho 0 80 94 92 93 91 86 Girassol 0 73 89 90 92 82 90 Cebola 0 0 75 91 91 91 91 Alface 0 0 0 29 62 73 82 • Capacidade de campo = 16% • Ponto de murcha permanente = 9% Fatores Externos Água - Disponibilidade de água Fatores Externos Água - Contato solo semente • Tabela livro Nakagawa pg 149 Área de superfície em contato (mm2) Dias para germinação Germinação total Início Fim 0,8 9 21 90 3,0 8 14 90 9,0 5 10 100 28,0 5 9 100 Contato total (testemunha) 2 3 100 Temperatura * Germinação total * Velocidade de germinação. * Velocidade de absorção, sobre as reações bioquímicas que determinam todo o processo Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Fonte: Marcos Filho, 2005. Temperatura Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Temperatura Uniformidade de germinação de erviha (Gulliver e Heydecker, 1973). Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Degradação das substâncias de reserva fornecimento de nutrientes e energia para o desenvolvimento do eixo embrionário O2 Combustível -Dificilmente é um fator limitante p/ germinação! - Maioria das espécies não exige uma concentração maior que 10%. Oxigênio Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Efeitos da concentração de oxigênio na germinação de sementes de algumas espécies (Siegel e Rosen, 1962). (Carvalho e Nakagawa, 2000). Oxigênio Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Luz Fotoblásticas positivas - beneficiadas pela luz Fotoblásticas negativas - prejudicadas pela luz Não Fotoblásticas ou indiferentes (maioria das espécies cultivadas). Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes Outros fatores • Pré e pós colheita; • Fertilidade do solo; • Adubação; • Preparo para o armazenamento, e posterior comercialização (secadas e tratadas quimicamente); • Em sementes de frutos carnosos - processo de extração. Fatores Externos 4. Fatores que afetam a germinação de sementes 5. Teste de germinação Importância Período de avaliação Temperatura ótima luz Tratamentos para superação de dormência 6. Considerações Finais É obrigatória a apresentação dos resultados do teste de germinação junto ao Boletim de Análise de Sementes para a comercialização das sementes. Os estudos sobre a germinação das sementes permitem a identificação de possíveis problemas que podem ser solucionados antes de chegarem ao produtor. Importante pois apresenta resultados reproduzíveis e comparáveis entre laboratórios. O menor período de avaliação daria maior agilidade a comercialização. Estudos recentes - Tolerância à dessecação; - Re-indução da tolerância à dessecação; Biotecnologia = importante ferramenta - Proteínas LEA associadas à tolerância à dessecação; - Detecção de genes associados à estresse abiótico; Diferentes estádios durante o processo de germinação de sementes de Arabipopsis thaliana Fonte: Maia et al, 2011 Fonte: Maia et al, 2011 Reestabelecimento da tolerância à dessecação em sementes de Arabidopsis thaliana
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