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1 PROJETO PEDAGÓGICO Curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária Projeto Pedagógico de Curso 2 Reitor Jardelino Menegat Pró-Reitor Acadêmico Daniel Rey de Carvalho Pró-Reitor de Administração Júlio César Lindemann Diretora da Escola de Saúde e Medicina Cristine Savi Fontanive Diretora da Escola de Educação, Tecnologia e Comunicação Anelise Pereira Sihler Diretor da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente Douglas José da Silva Diretor da Escola de Humanidades, Negócios e Direito José Eduardo Pires Campos Junior Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária Marcelo Gonçalves Resende Projeto Pedagógico de Curso 3 Série UCB Legislação e Normas UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA - ESCOLA DE EXATAS, ARQUITETURA E MEIO AMBIENTE Normalização Gerente Sistema de Bibliotecas Leila Barros Cardoso Oliveira Elaboração Núcleo Docente Estruturante Beatriz Rodrigues de Barcelos Marcelo Gonçalves Resende Murilo Gomes Torres Regina Célia Rebouças Dalston Tatyane Souza Nunes Rodrigues Willem Willy de Paula Barbosa Coordenadora-Geral Acadêmica Sandra Mara Bessa Ferreira Coordenadora-Geral de Planejamento e Avaliação Denise Maria dos Santos Paulinelli Raposo Assessoras da Coordenação-Geral Acadêmica Ana Paula Costa e Silva Chris Alves Cynthia Vieira Rodrigues Jussara Mendonça de Oliveira Seidel Mércia Helena Sacramento Tatiana Portella Equipe Editorial Revisão Aline Teixeira de Souza Kelmara Nunes Reis da Silva Karen Karoline Costa Silva Priscilla Maria Silva dos Santos Projeto Gráfico e Capa Gerência de Relacionamento e Comunicação Sette Graal Universidade Católica de Brasília – EPCT QS 7 Lote 1 – Águas Claras, DF - CEP: 71966-700 (61) 3356-9000 www.ucb.br Ficha elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Católica de Brasília (SIBI/UCB) Bibliotecária Joanita Pereira Basto CRB1/3.010 U58p Universidade Católica de Brasília. Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente. Projeto pedagógico [recurso eletrônico] : curso de bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária / Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente. (Série UCB Legislação e Normas). Inclui referências bibliográficas. Disponível em: <www.ucb.br>. 1. Universidades e faculdades. 2. Engenharia Ambiental – Estudo e ensino. I. Título. II. Série. CDU378:628 Projeto Pedagógico de Curso 4 SUMÁRIO 1. INFORMAÇÕES GERAIS DO CURSO .................................................................................... 5 1.1.1 Contexto do Curso .............................................................................................. 5 2. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ........................................................................... 7 2.1 CONCEPÇÃO DO CURSO ............................................................................................ 7 2.1.1 Objetivos do Curso .............................................................................................. 7 2.1.2 Competências e Habilidades .............................................................................. 8 2.1.3 Perfil do Egresso do Curso ................................................................................ 17 2.1.4 Diferenciais competitivos do Curso .................................................................. 21 2.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR .................................................................................... 22 2.3 PROPOSTA PEDAGÓGICA ......................................................................................... 24 2.3.1 Metodologia de Ensino ..................................................................................... 24 2.3.1.1 Desenvolvimento do Processo de Ensino e de Aprendizagem ....................................... 25 2.3.1.2 Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Processo de Ensino e de Aprendizagem ............................................................................................................... 28 2.3.1.3 Coerência do Currículo com a Proposta Pedagógica ........................................ 29 2.3.1.4 Adequação dos conteúdos curriculares à Educação das Relações Étnico-Raciais e à Educação dos Direitos Humanos ................................................................................... 33 2.3.1.5 Adequação dos conteúdos curriculares à Política Nacional de Educação Ambiental .... 34 2.4 METODOLOGIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ................................................... 36 2.5 ATIVIDADES DE EXTENSÃO RELACIONADAS AO ENSINO .................................. 37 2.6 ATIVIDADES DE PESQUISA RELACIONADAS AO ENSINO ................................... 39 2.7 SISTEMA DE AVALIAÇÃO ................................................................................... 44 2.7.1 Autoavaliação institucional e do curso............................................................. 44 2.7.2 Avaliação da Aprendizagem ............................................................................. 47 3. INFRAESTRUTURA ........................................................................................................... 50 3.1 INSTALAÇÕES GERAIS ............................................................................................. 50 3.1.1 Recursos audiovisuais e multimídia .................................................................. 50 3.1.2 Espaços físicos utilizados para o desenvolvimento do curso ............................ 51 3.2 SISTEMA DE BIBLIOTECAS ........................................................................................ 52 3.3 LABORATÓRIOS FORMAÇÃO GERAL ........................................................................... 54 3.4 LABORATÓRIOS DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA ................................................................. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 59 5 1. INFORMAÇÕES GERAIS DO CURSO Denominação do Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária Modalidade: Presencial Regime de matrícula: Semestral Tempo de integralização 10 semestres Carga Horária Total DISC. ES AC PP TCC TOTAL 2.720 160 100 480 160 3.620 Situação Legal do Curso Autorização: Reconhecimento: Documento Resolução CONSEPE Portaria MEC N. Documento 04/99 1095 Data Documento 21/05/1999 24/12/2015 Data da Publicação 21/05/1999 30/12/2015 N. Parecer/Despacho 1.1.1 Contexto do Curso O Curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília, em nível de graduação, foi criado em junho de 1999 pela Resolução nº 03/99 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE. Inicialmente, o Curso era formado por duas turmas, uma no turno matutino e outra no turno vespertino. Posteriormente, algumas alterações curriculares foram realizadas e aprovadas em reunião da Câmara de Graduação do CONSEPE (Parecer no 04/99), que culminou com a modificação do regime de turnos vigente. Desta forma, a partir do segundo semestre de 2000, o Curso passou a ser oferecido apenas no período matutino com o currículo 2602. A infraestrutura de ensino e pesquisa já existente, concebida e desenvolvida para os cursos de Ciências Biológicas, Química, Física, Matemática, Ciências da Computação e Sistemas de Informação foi utilizada para viabilizar a implantação do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária. Nos anos de 2002 e 2003 foi estabelecido o processo de crescimento da infraestrutura laboratorial do curso, com a criaçãodos laboratórios específicos e profissionalizantes, conforme estabelecido pelas diretrizes curriculares do MEC para a área de Engenharia Ambiental. Inicialmente, foram criados os laboratórios de “Hidráulica Aplicada” e “Águas” no ano de 2002. No ano seguinte aproveitando-se da estrutura existente no espaço anexo ao bloco São João Bosco (bloco G), foram criados e equipados no espaço mais quatro laboratórios: (a) Laboratório de Geologia, Geotecnia e Solos, (b) Laboratório de Caracterização de Resíduos; (c) Laboratório de Geoprocessamento e (d) Laboratório de Espectroscopia Atômica. Em 2004, o curso passou pelo processo de avaliação e reconhecimento pelo MEC e foi reconhecido conforme o texto da Portaria Nº 2.825, de 6 de setembro de 2004: 6 “O Ministro de Estado da Educação, usando da competência que lhe foi delegada pelo Decreto nº 3.860, de 09 de julho de 2001, alterado pelo Decreto nº 3.908, de 04 de setembro de 2001, e tendo em vista o Despacho nº 1495/2004, da Secretaria de Educação Superior, conforme consta do Processo nº 23000.004726/2003-78, Registro SAPIENS nº 20031002839, do Ministério da Educação, resolve: Art. 1º Reconhecer, pelo prazo de cinco anos, o curso de Engenharia Ambiental, bacharelado, ministrado pela Universidade Católica de Brasília, na Região Administrativa III, Taguatinga, Distrito Federal, mantida pela União Brasileira de Educação Católica, com sede na Região Administrativa III, Taguatinga, Distrito Federal. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. TARSO GENRO (DOU de 10/09/2004 - Seção I - p.24).”. As menções obtidas no processo de avaliação pela comissão de especialistas do MEC foram as seguintes: Dimensão “Organização Didático-Pedagógica” – CMB (Conceito Muito Bom) Dimensão “Corpo Docente” – CMB (Conceito Muito Bom) Dimensão “Instalações” – CB (Conceito Bom) Em 2006 e 2007, foram feitas as primeiras modificações na matriz curricular do curso, apresentada neste projeto atualizado. As modificações foram produto de estudos e discussões realizadas em três momentos: (a) Através de reuniões sistemáticas do colegiado do curso, envolvendo direção, docentes e discentes eleitos por seus pares. (b) Por consultas a egressos e, consequentemente, a visão do mercado de trabalho e suas necessidades. (c) Através de sugestões feitas pela “Comissão de Especialistas do MEC”, durante a aviação do curso de Engenharia Ambiental em 2004. Atendimento às diretrizes curriculares estabelecidas pelo MEC para a área de Engenharia Ambiental. No ano de 2010 houve uma mudança no tempo de integralização do curso, passando para 10 semestres, ou 5 (cinco) anos. A modificação é necessária para adequação à Resolução MEC no2, de 18 de julho de 2007 que dispõe sobre a carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial. Conforme a Resolução, cursos com carga horária mínima entre 3.600 a 4.000 horas possuem limites mínimos de integralização de 5 (cinco) anos. Em 2013, o curso passou a ser “Engenharia Ambiental e Sanitária”, atendendo ao documento “Referenciais Curriculares Nacionais dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura”, 7 expedido pelo MEC em abril de 2010. Este Projeto Pedagógico de Curso tem como principal objetivo a adequação do curso para a nova especificação exigida pelo INEP/MEC. Em 2016, em um movimento conjunto na Universidade Católica de Brasília (UCB), o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária passou por mais uma atualização de matriz curricular e Projeto Pedagógico. A concepção da nova matriz curricular e do novo PPC foi feita no âmbito do curso, através de reuniões do Núcleo Docente Estruturante (NDE) para definição dos componentes curriculares específicos básicos e profissionalizantes do curso. Também foram considerados os componentes curriculares no núcleo básico da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente e do Núcleo Geral da UCB (NFG). A Resolução CONSEPE no 19 de 25 de maio de 2016 aprovou a nova matriz curricular do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, considerando o Parecer no 19/2016 da Câmara de Graduação da UCB. Em 2018, os cursos de graduação da UCB passaram por um novo processo de atualização dos seus Projetos Pedagógicos (PPC), que compreende ao texto atual apresentado neste documento. 2. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 2.1 Concepção do Curso 2.1.1 Objetivos do Curso O objetivo principal do Curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária é formar profissionais seguros e criativos para atuar nas áreas de Planejamento e Gestão Ambiental, Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental. Os objetivos específicos do curso são: Formar um engenheiro comprometido com a realidade do mercado sem, contudo, negligenciar o aspecto científico-tecnológico. Propiciar, ao estudante, domínio sobre conceito de produtividade, segurança do trabalho, preservação do meio ambiente, conforto ambiental, compreensão dos problemas administrativos, econômicos, políticos e sociais. Fornecer o embasamento teórico necessário, bem como sistematizar a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em laboratórios, projetos, monitorias ou estágios. Proporcionar formação humanística e ética, fundamental à integração do profissional à sociedade e ao trabalho multidisciplinar. 8 Oportunizar o desenvolvimento de habilidades para pesquisa. Habilitar o estudante para trabalhos em equipes interdisciplinares e liderança de grupos. Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à Engenharia Ambiental e Sanitária. 2.1.2 Competências e Habilidades A preocupação da educação deve se voltar para o desenvolvimento de cidadãos críticos, conscientes e que saibam lidar com a enorme gama de conhecimento disponível, interagindo com ele por meio das possibilidades advindas do constante avanço tecnológico, sem se descuidar de valores imprescindíveis como criatividade, coerência, comprometimento, empatia e transparência, os quais devem fazer parte do comportamento de todos aqueles que compõem a comunidade acadêmica da Universidade Católica de Brasília. Dessa forma, todo o processo de aprendizagem se dá por meio do relacionamento dos diversos atores sociais que se manifesta nas bases de uma educação voltada para: o desenvolvimento de capacidades cognitivas e sócio emocionais de comunicação, interação, colaboratividade e boa relação interpessoal; a solução de problemas; a aprendizagem; o autodesenvolvimento e a autonomia; a agilidade mental e a reflexão, os quais perpassam as competências e habilidades a serem desenvolvidas no curso. Conforme o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) da Universidade Católica de Brasília, o estudante deve ter consciência de que aprender é, cada vez mais, um processo para toda a vida. Também, o egresso da UCB não deve se iludir: a formação é a obra mais pessoal e contínua de cada um. Por isso, espera-se que o estudante ou egresso da UCB aprenda: (a) A pensar criticamente, revelando abertura e flexibilidade para o diálogo. (b) A transitar nas diferentes áreas do conhecimento, estando apto a adaptar-se e a desenvolver-se em áreas distintas daquelas da sua formação geral. (c) O manuseio internacional do conhecimento. (d) A atuar em equipe, demonstrando espírito de cooperação. (e) A comprometer-se com a resolução de problemas, demonstrando ser capaz de assumir desafios e riscos, característica de atitude inovadora. (f) A propor e desenvolver projetos de interesse e relevância social. (g) A exercer com competência e ética a sua profissão, contribuindo para a melhoriade sua qualidade de vida, de sua família e da sociedade. 9 (h) A empreender, contribuindo para a geração de empregos e para o desenvolvimento do País. (i) A cuidar da própria formação, como tarefa que dura para a vida toda. O Engenheiro Ambiental e Sanitarista deverá possuir as seguintes aptidões: (a) capacidade de identificar problemas e oportunidades. (b) capacidade de organizar soluções. (c) capacidade de vender ideias. As habilidades do Engenheiro Ambiental e Sanitarista podem ser divididas nas seguintes categorias: (a) capacidade de abstração. (b) capacidade de pensamento sistêmico. (c) alta capacidade de experimentação. (d) capacidade de trabalhar em grupo, ou seja, em cooperação mútua. A concepção do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB segue as Diretrizes do MEC e tem como base as Diretrizes Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia de 22 de fevereiro de 2002, com o texto conforme a seguir (O artigo 4º refere-se às competências e habilidades do Engenheiro): Art. 4º A formação do engenheiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais: I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia; VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; IX - atuar em equipes multidisciplinares; X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 10 A Portaria Nº 483, de 6 de junho de 2017 a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no uso de suas atribuições, tendo em vista a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004; a Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de 2007, em sua atual redação; a Portaria Normativa nº 8, de 26 de abril de 2017, e considerando as definições estabelecidas pela Comissão Assessora de Área de Engenharia Ambiental, nomeada pela Portaria Inep nº 103, de 09 de fevereiro de 2017, resolve: Art. 6º A prova do ENADE 2017, no componente específico da área de Engenharia Ambiental, avaliará se o concluinte desenvolveu, no processo de formação, competências para: I - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; II - conceber, projetar, desenvolver, executar, analisar e otimizar sistemas, produtos e processos; III. planejar, supervisionar, elaborar e coordenar programas, projetos e serviços; IV. identificar, formular, modelar e resolver problemas na área de Engenharia Ambiental; V. avaliar e monitorar os efeitos das atividades antrópicas e dos fenômenos naturais no meio ambiente e na sociedade; VI. avaliar a viabilidade técnica, econômica, política, sociocultural e ambiental de projetos de Engenharia. De acordo com a atuação e considerando o campo de conhecimento versus mercado de trabalho, o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária pode ser subdividido quanto a sua formação em: Engenheiro Gestor Ambiental – Ocupa-se preferencialmente do estudo e do entendimento dos processos naturais de transformação do ambiente, que ocorrem em escala temporal incomparavelmente maior que os provocados somente pela ação antrópica. Dessa forma, esse profissional deve acompanhar e gerenciar o uso devido dos recursos naturais, pois, via de regra, a aceleração desses processos provoca efeitos adversos no meio ambiente. Engenheiro de Tecnologia Ambiental e Sanitária – Dedica-se ao estudo da relação das alterações ambientais causadas pelo Homem associados ao desenvolvimento de atividades industriais. Nesse perfil incluem as atribuições para atuação na área de Engenharia Sanitária. Observa-se que, atualmente, ocorre uma importante mudança na atuação governamental no que se refere ao investimento em ciência e tecnologia. A procura de parcerias e a priorização de áreas com retorno mais rápido tem sido a característica principal do fomento em ciências e tecnologia nos últimos anos. As áreas de pesquisa, que o curso vai priorizar, são aquelas associadas aos dois principais campos de atuação acima citados. 11 Portanto, o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária busca a formação profissional capaz de intervir e modificar as relações antrópicas e o meio ambiente no Distrito Federal e no seu entorno. Ao mesmo tempo, com a formação ampla e sólida, aliada à visão crítica e investigativa proporcionada pela integração do ensino e da pesquisa, o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária confere aos seus estudantes as condições necessárias para exercerem a profissão de Engenheiro Ambiental e Sanitarista, já lhes garantida pela legislação. Considerando o exposto anteriormente, os componentes curriculares obrigatórios do Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária foram reunidos em seis grupos ou núcleos temáticos: (a) Fundamentos das Ciências Exatas; (b) Fundamentos de Ciências Biológicas, Geociências e Ciências da Terra; (c) Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental, (d) Planejamento e Gestão Ambiental; (e) Formação Humana e (f) Metodologia e Gestão de Projetos. Os diversos núcleos serão discutidos a seguir: Núcleo de Fundamentos de Ciências Exatas Os componentes curriculares de Fundamentos de Ciências Exatas introduzirão os conhecimentos básicos de matemática, estatística, física, química e informática para a formação básica do profissional tanto na área de “Planejamento e Gestão Ambiental”, quanto na área de “Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental”. Este núcleo é formado pelos componentes curriculares: Quadro 6 – Componentes curriculares – Núcleo de Fundamentos de Ciências Exatas Componente curricular Carga Horária Créditos Cálculo Diferencial 80 4 Cálculo Integral 80 4 Estatística Exploratória de dados e Inferência 80 4 Fenômenos de Transportes 80 4 Física Aplicada 80 4 Introdução à Ciências dos Materiais 80 4 Química Analítica Ambiental 80 4 Química Tecnológica 80 4 Subtotal 640 32 Núcleo de Fundamentos de Ciências Biológicas, Geociências e Ciências da Terra Consiste no conjunto de componentes curriculares que pretendem possibilitar uma visão integrada das relações entre os seres vivos e o meio ambiente, considerando-se as inter- relações das interfaces biosfera-atmosfera-hidrosfera-litosfera. Os componentes curriculares são agrupados como a seguir: Quadro 7 – Componentes curriculares – Núcleo de Fundamentos de Ciências Biológicas, Geociências e Ciências da Terra Componentes curriculares Carga Horária Créditos 12 Ecologia de Ecossistemas 80 4 Geologia Aplicada 80 4 Geoprocessamento 80 4 Geotecnia Ambiental 80 4 Microbiologia Ambiental 80 4 Topografia e Cartografia 80 4 Subtotal 480 24 Núcleo de Planejamento e Gestão Ambiental Este conjunto de componentes curriculares permite a compreensão dos sistemas ambientais complexos, além de apresentar ao estudante as principais técnicas de planejamento e gerenciamento do meio ambiente. Compõem este núcleo asseguintes componentes curriculares: Quadro 8 – Componentes curriculares – Núcleo de Planejamento e Gestão ambiental Componentes curriculares Carga Horária Créditos Avaliação de Impactos Ambientais 80 4 Caracterização e Modelagem Ambiental de Bacias Hidrográficas – Prática Profissional 160 4 Economia Ambiental e Recursos Renováveis 80 4 Empreendedorismo 80 4 Engenharia de Segurança 80 4 Introdução à Engenharia Ambiental e Sanitária – Prática Profissional 160 4 Planejamento Ambiental Urbano 80 4 Políticas Ambientais 80 4 Recuperação de Áreas Degradadas 80 4 Saúde Ambiental e Toxicologia 80 4 Sistema de Gestão Integrada 80 4 Subtotal 1.040 44 Núcleo de Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental As componentes curriculares deste núcleo visam preparar o Engenheiro Ambiental e Sanitarista para as ações preventivas e corretivas no âmbito específico de controle da poluição nas fontes de emissão, essencialmente industriais. Os componentes curriculares são fundamentais para formação do estudante na área de Engenharia Sanitária. Esse núcleo é composto pelas seguintes componentes curriculares: Quadro 9 – Componentes curriculares – Núcleo Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental Componentes curriculares Carga Horária Créditos Desenho Técnico Aplicado 80 4 Hidráulica Geral 80 4 Hidrologia 80 4 Monitoramento e Controle de Poluição 80 4 Saneamento Básico – Prática profissional 160 4 Sistema de Drenagens Urbanas 80 4 13 Tratamento de Resíduos Sólidos 80 4 Subtotal 640 28 Núcleo de Formação Humana Este núcleo agrupa componentes curriculares que pretendem ampliar a formação humana do profissional, contribuindo para a sua formação ética e para a cidadania, propiciando oportunidade de abertura ao Transcendente e capacitando-o para o mercado em que atuará e para outras necessidades que ainda não são demandadas. Fazem parte deste núcleo as seguintes componentes curriculares: Quadro 10 – Componentes curriculares – Formação Humana Componentes curriculares Carga Horária Créditos Ética e Sociedade 80 4 Introdução à Educação Superior 80 4 Subtotal 160 8 Núcleo de Metodologia e Gestão de Projetos Como importante complemento curricular, o estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária deverá ainda desenvolver uma Preparação para Projeto Final dentro de metodologia de pesquisa específica. Entre o sétimo e nono semestre ocorrem dois estágios Supervisionados (Estágio Supervisionado em Engenharia Ambiental e Sanitária I e II). Quadro11 – Componentes curriculares – Núcleo de Metodologia e Gestão de Projetos Componentes curriculares Carga Horária Créditos Estágio Supervisionado em Engenharia Ambiental e Sanitária I 80 4 Estágio Supervisionado em Engenharia Ambiental e Sanitária II 80 4 Iniciação à Pesquisa Científica 80 4 TCC – Engenharia Ambiental e Sanitária 160 4 Subtotal 400 16 O quadro a seguir, sintetiza os núcleos e os respectivos números de horas e números de créditos: Quadro 12 – Quadro síntese – Núcleos de Componentes Curriculares Núcleo Carga Horária Créditos Núcleo de Fundamentos de Ciências Exatas 640 (17,7%) 32 Núcleo de Fundamentos de Ciências Biológicas, Geociências e Ciências da Terra 480 (13,3%) 24 Núcleo de Planejamento e Gestão Ambiental 1.040 (28,7,5%) 44 Núcleo de Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental 640 (17,7%) 28 14 Núcleo de Formação Humana 160 (4,4%) 8 Núcleo de Metodologia e Gestão de Projetos 400 (11,0%) 16 Componentes curriculares Optativos 160 (4,4%) 8 Horas Complementares 100 (2,8%) - Total 3.620 160 A Resolução no 447, de 22 de setembro de 2000 do Sistema CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) - CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) definiu as atribuições do Engenheiro Ambiental. Este documento dispõe sobre o registro profissional do Engenheiro Ambiental e discrimina suas atividades profissionais, como se segue: Art. 1o – Os Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREAs devem proceder o competente registro dos profissionais oriundos dos Cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária, anotando em suas carteiras profissionais o respectivo título profissional, de acordo com o constante nos diplomas expedidos, desde que devidamente registrados. Art. 2o – Compete ao Engenheiro Ambiental o desempenho das atividades 01 a 14 e 18 do art. 1o da Resolução no 218 (ver detalhes abaixo), de 29 de junho de 1973, referentes à administração, gestão e ordenamento ambientais e ao monitoramento e mitigação de impactos ambientais e seus afins e correlatos. Art. 3o – Nenhum profissional poderá desempenhar atividades além daquelas que lhe competem, pelas características de seu currículo escolar, consideradas em cada caso, apenas, os componentes curriculares que contribuem para graduação profissional, salvo outras que lhe sejam acrescidas em curso de pós-graduação, na mesma modalidade. Art. 4o Os Engenheiros Ambientais integrarão o grupo ou categoria da Engenharia Modalidade Civil, prevista no artigo 8o da Resolução no 335, de 27 de outubro de 1989. O Art. 1o da Resolução 218 resolve que; “para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades para os futuros Engenheiros Ambientais”: Atividade 01 – Supervisão, coordenação e orientação técnica; Atividade 02 – Estudo, planejamento, projeto e especificação; Atividade 03 – Estudo de viabilidade técnico-econômica; Atividade 04 – Assistência, assessoria e consultoria; Atividade 05 – Direção de obra e serviço técnico; Atividade 06 – Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico; Atividade 07 – Desempenho de cargo e função técnica; 15 Atividade 08 – Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; Atividade 09 – Elaboração de orçamento; Atividade 10 – Padronização, mensuração e controle de qualidade; Atividade 11 – Execução de obra e serviço técnico; Atividade 12 – Fiscalização de obra e serviço técnico; Atividade 13 – Produção técnica e especializada; Atividade 14 – Condução de trabalho técnico; Atividade 18 – Execução de desenho técnico.” No curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB, as atividades que os egressos deverão desempenhar são trabalhadas através de conteúdos específicos, bem como atividades de campo e projetos experimentais específicos de diversos componentes curriculares. A Resolução no 310, de 22 de julho de 1986 do Sistema CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) - CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) definiu as atribuições do Engenheiro Sanitarista. Este documento dispõe sobre o registro profissional do Engenheiro Sanitarista e discrimina suas atividades profissionais, como se segue: Art. 1º - Compete ao Engenheiro Sanitarista o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218/73 do CONFEA, referente a: . Sistemas de abastecimento de água, incluindo captação, adução, reservação, distribuição e tratamento de água; . Sistemas de distribuição de excretas e de águas residuárias (esgoto) em soluções individuais ou sistemas de esgotos, incluindo tratamento; . Coleta, transporte e tratamento de resíduos sólidos (lixo); . Controle sanitário do ambiente, incluindo o controle de poluição ambiental; . Controle de vetores biológicos transmissores de doenças (artrópodes e roedores de importância para a saúde pública); . Instalaçõesprediais hidrossanitárias; . Saneamento de edificações e locais públicos, tais como piscinas, parques e áreas de lazer, recreação e esporte em geral; . Saneamento dos alimentos. Art. 2º - Aplicam-se a presente Resolução as disposições contidas no artigo 25 da Resolução nº 218/73 do CONFEA. 16 Art. 3º - Os Engenheiros Sanitaristas integrarão o grupo ou categoria da engenharia - modalidade civil - prevista no Art. 6º, letra "a", da Resolução nº 232/75 ou Art. 1º, letra "a", da Resolução nº 284/83. Os componentes curriculares do Núcleo de Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental trata especificamente da formação dos estudantes para obterem as competências listadas na Resolução nº 218/73 do CONFEA. As atividades de campo e projetos experimentais inerentes a estes componentes curriculares corroboram com essa formação. Além do previsto em documentos do MEC e CREA, atualmente é fundamental o estudante adquirir importantes competências ao final do curso tais como: (a) Tomada de decisões: a atuação deve incluir a capacidade de tomar decisões relativas às intervenções necessárias e adequadas a cada caso; tal competência deve basear-se em evidências científicas. Neste sentido, com a promoção de formação teórico-prática consistente, habilidades de contextualização, problematização, avaliação e sistematização deverão ser desenvolvidas de modo a subsidiar tal competência. (b) Comunicação: a comunicação, tanto verbal quanto não verbal deve se adequar ao público alvo na futura vida profissional do egresso. Neste sentido, oportunidades de comunicação científica e de interlocução com os pares serão garantidas ao longo da formação do estudante, bem como, de desenvolvimento de competências de comunicação no atendimento direto aos usuários dos serviços prestados pelos estudantes. O desenvolvimento destas habilidades se dará na por meio da articulação das atividades de ensino, pesquisa e extensão e nas relações interpessoais desenvolvidas ao longo do curso. (c) Liderança, administração e gerenciamento: o egresso deverá estar apto ao trabalho em equipe interdisciplinar, assumindo uma posição de liderança com compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade, comunicação eficaz e atitudes proativas, pensando no bem-estar da comunidade. Neste contexto, os conceitos de administração e gerenciamento aplicam-se na força de trabalho, recursos físicos, materiais e às informações, tanto no setor privado quanto público. É importante desenvolver a capacidade de liderança, no sentido de orientar e conduzir as ações e linhas de ideias, de maneira cooperativa, contextualizada e planejada, de modo a racionalizar o trabalho, aumentando a eficiência e diminuindo custos. (d) Empreendedorismo e inovação: relaciona-se à capacidade de uso criativo das competências e habilidades adquiridas ao longo de sua formação, na solução de problemas bem como na capacidade de produção de novos saberes. É evidenciado na geração e transformação do conhecimento em produtos e/ou serviços e na capacidade de inovação. O desenvolvimento desta competência deve permear e integrar as atividades de ensino, pesquisa e extensão. No curso, os estudantes aprendem a ser empreendedores, tanto em sala 17 de aula, quanto no espírito prático. No último caso, cita-se a existência da Empresa Junior “ECOA-Ambiental”, totalmente criada e administrada por estudantes do curso oriundos de semestres diversos. (e) Educação Permanente: os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, na formação e prática profissional; aprender a aprender com compromisso e responsabilidade social. Com este objetivo o estudante é estimulado a aprender continuamente e além das oportunidades diretamente oferecidas a ele em atividades de ensino, pesquisa e extensão promovidas pela UCB. Na formação oferecida pelo curso de Engenharia Ambiental e Sanitária prima-se pela promoção de autonomia no processo de aquisição, atualização e produção de conhecimento e pela busca constante de aperfeiçoamento das habilidades e competências adquiridas ao longo da formação. O desenvolvimento dessas competências é trabalhado ao longo do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária nas seguintes situações: (a) Em sala de aula nos componentes curriculares teóricos e teórico-práticos. (b) Em aulas práticas de laboratórios nos componentes curriculares teórico-práticas (c) Em atividades de campo ou visita técnica em componentes curriculares teórico- práticos. (d) Em atividades relacionadas a estágio supervisionado ou estágio extracurricular. (e) Em atividades complementares ao curso, tais como participação em eventos científicos, projetos de pesquisa e monitoria. 2.1.3 Perfil do Egresso do Curso O Engenheiro Ambiental e Sanitarista deve ter uma formação em conhecimentos do meio ambiente físico, social, antrópico e biológico, de maneira integrada e multidisciplinar. Deve estar apto para a elaboração de estudos de impacto ambiental, que antecedem às tomadas de decisão da instalação de indústrias, principalmente as potencialmente poluidoras, barragens de hidrelétricas, termoelétricas, estradas e de projetos que envolvam modificações do ecossistema natural, inclusive de ecoturismo. Deve ter uma formação acadêmica que permita sua participação nos estudos de caracterização ambiental, na análise de susceptibilidade e vocação do ambiente, na elaboração de estudos de impactos ambientais, na proposição, implementação e monitoramento de medidas mitigadoras ou de ações ambientais, tanto na área urbana quanto na rural. O profissional tem que estar apto para avaliar as dimensões das alterações ambientais decorrentes das atividades do homem, em sua magnitude, duração, reversibilidade e natureza 18 e ser capaz de adaptar-se às mudanças do mundo contemporâneo, assim como ser agente de mudanças. A formação de profissionais com estas habilidades é muito importante para a implementação de qualquer modelo de desenvolvimento sustentável, tanto na prevenção quanto na minimização dos impactos que as atividades humanas provocam no meio ambiente e na sociedade. Assim, esta formação tem como função inerente a Gestão Tecnológica e Ambiental e o aprimoramento de processos limpos. O Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária tem como foco a formação de estudantes e egressos com capacidade de pensar, propor e conduzir, de forma crítica e ética, ações voltadas para a construção da sociedade em que vivem. Para isso, torna-se necessária uma abordagem calcada na integração, em que o saber é problematizado e não se limita à sala de aula, sendo um processo construído a partir de diferentes percepções. A especificidade da área está na conjugação de conhecimentos e olhares nos mais diversos aspectos da vida social: tecnológicos, ambientais, sociais, econômicos, políticos, culturais, jurídicos, administrativos, tendo em vista o âmbito doméstico e o internacional. Nessa perspectiva, é de fundamental importância que o educador que compõe o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária seja capaz de mediar o processo de aprendizagem utilizando-se do permanente diálogo, produzindo com os estudantes conhecimentos voltados para uma atuação crítica e propositiva em relação às demandas e necessidades da sociedade. Esse processo deverá conduzir os envolvidos à reflexão sobre os desafios presentes e incentivar a busca de soluções criativas e empreendedoras. A concepção do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB segue as Diretrizes do MEC e tem como base as Diretrizes Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia de 22 de fevereiro de 2002, com o texto conforme a seguir (Os artigos 2 e 3º referem-se ao perfil esperadodo Engenheiro): Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Engenharia definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de engenheiros, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação em âmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Engenharia das Instituições do Sistema de Ensino Superior. Art. 3º O Curso de Graduação em Engenharia tem como perfil do formando egresso/profissional o engenheiro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, 19 econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. A Portaria Nº 483, de 6 de junho de 2017 a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), no uso de suas atribuições, tendo em vista a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004; a Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro de 2007, em sua atual redação; a Portaria Normativa nº 8, de 26 de abril de 2017, e considerando as definições estabelecidas pela Comissão Assessora de Área de Engenharia Ambiental, nomeada pela Portaria Inep nº 103, de 09 de fevereiro de 2017, resolve: Art. 5º A prova do ENADE 2017, no componente específico da área de Engenharia Ambiental, tomará como referência do perfil do concluinte as seguintes características: I - crítico na identificação e resolução de problemas ambientais, considerando aspectos técnicos, políticos, econômicos, sociais e culturais; II - ético e humanista no atendimento às demandas socioambientais e ciente de sua responsabilidade técnica e profissional; III - comprometido com sua permanente atualização profissional; IV - colaborativo e envolvido com o trabalho interdisciplinar e em equipe; V - criativo, empreendedor, proativo e inovador na identificação e resolução de questões ambientais; VI - comunicativo nas formas oral, gráfica e escrita, de modo claro e eficiente. O Engenheiro Ambiental e Sanitarista é, dentre os profissionais que atuam na área, aquele que possui formação acadêmica que permita sua participação no estudo de caracterização ambiental, na análise das suscetibilidades e vocações naturais do ambiente, na elaboração de estudos de impactos ambientais, na proposição, implementação e monitoramento de medidas ou ações mitigadoras, tanto na área urbana, quanto na área rural. Portanto, dentre as diversas atribuições do Engenheiro Ambiental e Sanitarista, destacam-se as seguintes: Controle da qualidade ambiental (redes de monitoramento e vigilância). Gestão e tratamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Pesquisa operacional e estudo de poluição da água, ar e solo. Estudo de redes de saneamento. Análises de riscos e impactos ambientais, além do estudo de indicadores ambientais. Análise de ciclo de vida de produtos. Defesa do consumidor e economia ambiental. 20 Desing ecológico, com desenvolvimento de estudos e modelagem matemática de ecossistemas. Estudo de energias renováveis e alternativas e planejamento energético. Estudo de sistemas de gestão e planejamento ambiental. Estudo de tecnologias limpas e valorização de resíduos. Análise de auditorias ambientais. Gestão e planejamento do uso de áreas urbanas. Gestão de recursos hídricos e ordenamento de territórios. Análise em geoprocessamento e sistemas de informação geográfica (SIG), com ênfase ao estudo do meio físico. No curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB, essas habilidades e competências são adquiridas nos componentes curriculares por meio de trabalhos em equipes, atividades de campo e experimentação profissional. Neste contexto, os componentes curriculares de Estágio Supervisionados são fundamentais no processo. O quadro abaixo mostra a associação das atribuições inerentes ao Engenheiro Ambiental e Sanitarista e os componentes curriculares profissionalizantes do curso: Quadro 13 – Relação atribuições/conteúdos de componentes curriculares Atribuições do Engenheiro Ambiental e Sanitarista Relação com conteúdos de componentes curriculares da Matriz Curricular do curso Controle da qualidade ambiental (redes de monitoramento e vigilância) Monitoramento e Controle de Poluição Gestão e tratamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos Tratamento de Resíduos Sólidos Pesquisa operacional e estudo de poluição da água, ar e solo Monitoramento e Controle de Poluição Estudo de redes de saneamento Prática Profissional – Saneamento Básico Sistema de Drenagens Urbanas Análises de riscos e impactos ambientais, além do estudo de indicadores ambientais Avaliação de Impactos Ambientais Análise de ciclo de vida de produtos Sistema de Gestão Integrada Defesa do consumidor e economia ambiental. Economia Ambiental e Recursos Renováveis Desing ecológico, com desenvolvimento de estudos e modelagem matemática de ecossistemas Ecologia de Ecossistemas Estudo de energias renováveis e alternativas e planejamento energético Economia Ambiental e Recursos Renováveis Estudo de sistemas de gestão e planejamento ambiental Sistemas de Gestão Integrada Estudo de tecnologias limpas e valorização de resíduos. Tratamento de Resíduos Sólidos Análise de auditorias ambientais. Sistemas de Gestão Integrada Gestão e planejamento do uso de áreas urbanas Planejamento Ambiental Urbana Gestão de recursos hídricos e ordenamento de territórios. Hidrologia Hidráulica Geral Planejamento Ambiental Urbana 21 Prática Profissional – Caracterização e Modelagem Ambiental de Bacias Hidrográficas Análise em geoprocessamento e sistemas de informação geográfica (SIG), com ênfase ao estudo do meio físico. Geoprocessamento Topografia e Cartografia Planejamento Ambiental Urbana Prática Profissional – Caracterização e Modelagem Ambiental de Bacias Hidrográficas 2.1.4 Diferenciais competitivos do Curso Os diferenciais competitivos dos cursos da Universidade Católica de Brasília estão fundamentados no discente como protagonista do processo de ensino-aprendizagem; no docente como agente facilitador e mediador deste processo; no saber fundamentado na pesquisa e na articulação entre ensino, pesquisa e extensão. A recente criação do curso Lato Sensu em “Análise em Geoprocessamento” certamente é um excelente diferencial para os egressos do curso em termos de formação continuada. O curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB procura agregar ao seu quadro docente, aqueles profissionais que tenham competência para também atuar como coordenadores de projetos de pesquisa e de extensão. Há o entendimento de que a transdisciplinaridade por todos almejados, seja mais facilmente conseguida quando os docentes estão inseridos nas distintas áreas da IES. Sempre que possível, o professor de um componente curricular oferecido nos primeiros semestres letivos é também o responsável por um componente curricular próprio à pós-graduação. Esta experiência na pós-graduação é fator de melhoria em sua prática pedagógica na graduação e vice-versa. Os estudantes, de ambos os níveis, ganham com isso. Da mesma forma, estudantes da graduação aprendem muito com aquele docente que participa ou participou de projetos de extensão. Outro diferencial para a valorização do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária é a participação dos estudantes de pós-graduaçãoda UCB em atividades didáticas na graduação, sob a supervisão docente, em programa de tutoria. Um dos diferencias do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB está na concepção de sua grade equilibrada entre as duas grandes áreas da Engenharia Ambiental e Sanitária: (a) Tecnologia Ambiental e Sanitária e (b) Planejamento e Gestão Ambiental. Há um equilíbrio de carga horária e de componentes curriculares e conteúdos ministrados nas duas grandes áreas, essenciais na formação do Engenheiro Ambiental e Sanitária, formação adequada ao Sistema CREA-CONFEA. Ademais, O curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB visa formar um engenheiro com visão sistêmica, capaz de compreender as interfaces dos diversos campos do conhecimento e um profissional capaz de entender as questões socioambientais de projetos de engenharia e da ocupação do ambiente. A formação do 22 Engenheiro Ambiental e Sanitária pela UCB é garantida pelo caráter interdisciplinar da estrutura curricular do curso. Com isso, o curso propõe a formação de um Engenheiro Ambiental e Sanitária diferenciado, capaz de atuar e propor soluções nas áreas de Recursos Hídricos e Saneamento, Tratamento de Resíduos de natureza diversa, Avaliação de Riscos e Impactos Ambientais e Ordenamento do Espaço Territorial. A Engenharia Ambiental e Sanitária da UCB proporciona ao estudante uma visão ampliada e minuciosa das questões ambientais atuais. O perfil do curso, que tem suas bases nas técnicas da engenharia, possibilita a formação de profissionais capazes de exercer, dentre outras funções, o papel de gestores ambientais. O diferencial está justamente na maneira como o estudante passa a ver o meio ambiente e sua integração com os diversos processos industriais, socioeconômicos e culturais. O estudante formado pela UCB pode se envolver num vasto campo de trabalho na área ambiental podendo atuar nas diferentes áreas. Com a criação do curso de Engenharia Civil no ano de 2009, ampliou-se a área de engenharia da UCB, trazendo bons frutos para o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, principalmente pela possibilidade de grande integração entre os dois cursos. A formação e dedicação dos docentes ao curso também é u m grande diferencial. Os professores do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária têm em núcleo central, 60% de professores doutores com dedicação integral ao curso. A infraestrutura laboratorial e de biblioteca planejada pelo curso, também é um grande diferencial. 2.2 Organização Curricular Na organização dos componentes curriculares, por semestre, são considerados os seguintes parâmetros: I - A quantidade mínima é de 4 créditos. II - A quantidade de créditos dos componentes curriculares deve obedecer a múltiplos de 4. III - Cada crédito equivale a 20 horas, à exceção de atividades práticas autorizadas pela Pró-Reitoria Acadêmica. IV - A carga horária mínima dos componentes curriculares é de 80 horas. V - O número mínimo de encontros semanais no semestre é de 20 semanas. Os componentes curriculares são organizados de acordo com as seguintes categorias: I - Teórica – com 75% de Atividade Teórica e 25% de Atividade Supervisionada. 23 II - Teórico-Prática – com 25% de Atividade teórica, 50% de Atividade prática com professor e 25% de Atividade supervisionada. III - Teórico-Prático-Profissional I – com 18,75% de Atividade Teórica, 18,75% de Atividade Prática com professor e 62,5% Atividade Prática sem professor. IV - Teórico-Prático-Profissional II – com 9,375% de Atividade Teórica, 9,375% de Atividade Prática com professor e 81,25% Atividade prática sem professor. V - Estágio sem Preceptor I – com 37,5% a 9,375% de Atividade prática com professor e 62,5% a 90,625% de Atividade prática sem professor. VI - Estágio sem Preceptor II – com 18,75% a 9,375% de Atividade prática com professor e 81,25% a 90,625% Atividade prática sem professor. VII - Estágio com Preceptor – 100% de Atividade Prática com professor. VIII - TCC – 100% de Atividade Prática com professor. As Atividades Supervisionadas configuram-se como atividades realizadas pelos estudantes fora de sala de aula, sob a supervisão do professor, com registro obrigatório no Ambiente Virtual de Aprendizagem, pelo estudante e, no Plano de Ensino, pelo professor (atividades propostas, critérios de avaliação e prazos de entrega) para as categorias Teóricas e Teórico-Prática. As categorias Teórico-prático-profissional I e II não possuem atividades supervisionadas, e sim, atividades práticas cujo detalhamento deve estar no Plano de Ensino e o acompanhamento também deve ser registrado no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Os componentes curriculares do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária somam 3.620 horas, que correspondem a 160 créditos. São 3.360 horas de componentes obrigatórios e 160 horas de componentes optativos. Além disso, os estudantes devem realizar 100 horas de Atividades Complementares a serem somadas ao total de horas no curso, perfazendo 3.620 horas. O número de semestres para integralização é de no mínimo 10 e no máximo 16 semestres. 24 2.3 Proposta Pedagógica 2.3.1 Metodologia de Ensino Os pressupostos que orientam o processo de ensino e de aprendizagem da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente (EEMA) consideram os estudantes como sujeitos do processo de construção e reconstrução do conhecimento. O desenvolvimento das potencialidades do estudante deve ser mediado e estimulado pelos professores, visando à apropriação do conhecimento, numa prática pedagógica indissociável entre Ensino, Pesquisa e Extensão. Nesse sentido, há um compromisso com a dimensão humana, científica, ética, técnica e social da formação dos estudantes, desde a perspectiva de desenvolvimento de competências e habilidades, organização e planejamento da estrutura curricular, programação das atividades didáticas e da avaliação do processo de ensino e de aprendizagem. A concepção pedagógica fundamenta-se: no espírito crítico; na valorização de atitudes e estratégias problematizadoras; na inovação; na inserção do estudante na realidade local e no seu papel como protagonista do processo de ensino e de aprendizagem, que se dará em diferentes cenários, incluindo aqueles mediados pelas novas tecnologias educacionais e práticas metodológicas inovadoras. Dentre as Metodologias e estratégias de ensino realizadas na Universidade Católica de Brasília, o curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, considerando suas particularidades, entende ser prioritário o uso da: I - METODOLOGIAS: Aprendizagem Baseada em Projetos; Estudo de Caso; Pesquisa; Pesquisa-Ação; Seminário; Simulação; Atividades Práticas em Laboratórios; Atividades de Campo. II - ESTRATÉGIAS DE ENSINO: Grupos Cooperativos; Construção de Maquete e Protótipo; Criação de Produtos; Desafios; Desenho e Fotografia; Elaboração de Parecer; Elaboração de Vídeos; Debate; Exercícios Práticos; Mapa Conceitual; Mesa Redonda; Visita Cultural; Portfólio; Visita Técnica; Entrevista; Aula Invertida; Aula Expositiva Dialogada. A consolidação de Metodologias Ativas no curso não se reduz à simples aplicação de técnicas de ensino, antes, propõe uma mudança paradigmática que deve se estender à organização do trabalho pedagógico; à redefinição dos papeis assumidos pelo professor e pelos estudantes; à integração dos conteúdos entre áreas; à problematização da realidade e à busca criativa de soluções para os problemas estudados. 25 Nesse sentido, a organização dos planos de ensino também deve ser ressignificada: o planejamento, a organização do tempo de aula e as formas de avaliação,de modo que o professor e o estudante reconheçam a relação entre as atividades propostas e os objetivos a serem alcançados, bem como compreendam a importância de avaliação como momento privilegiado de estudo, de aprendizagem e de feedback. A área ambiental já é por si uma área interdisciplinar envolvendo conhecimentos de planejamento e gestão ambiental integrados com as tecnologias ambientais. Além disso, os docentes podem inserir nas aulas diversos projetos de pesquisa e extensão desenvolvidas pela UCB ou por outras iniciativas. 2.3.1.1 Desenvolvimento do Processo de Ensino e de Aprendizagem A integração dos saberes, a centralidade na aprendizagem, a pesquisa como eixo da estruturação curricular, a extensão como partícipe do processo de construção do conhecimento e do compromisso social e a avaliação como reflexão do ensinar e do aprender são os pontos norteadores da concepção didático-pedagógica da UCB, que se assenta no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão. Os fundamentos das Metodologias Ativas são elementos importantes da filosofia educacional da UCB e figuram há muito tempo em seus documentos institucionais. Tais fundamentos consideram o estudante protagonista no processo de aprendizagem, no Ensino, na Pesquisa e na Extensão, com foco simultâneo no “conteúdo do sujeito” e no “conteúdo da matéria”. Propõe-se, assim, uma prática educativa calcada na cooperação, interatividade, olhar crítico, reflexivo e criativo, comprometido com a pesquisa orientada para o desenvolvimento sustentável, por meio do uso integrado e reciprocamente qualificador das modalidades presenciais e a distância, com ênfase na utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC). Pretende-se fazer com que o estudante compreenda sua responsabilidade pela aprendizagem no processo de ensino organizado pelo professor. Dentre as Metodologias Ativas e estratégias de ensino utilizadas na Universidade, destacam-se: Metodologia da Problematização; Aprendizagem Baseada em Problemas; Estudo de Caso; Pesquisa; Pesquisa- Ação; Projeto de Intervenção; Seminário; Saída de Campo. Do total da carga horária dos componentes curriculares presenciais serão propostas atividades supervisionadas pelos docentes aos estudantes, ou seja, das aulas teóricas ou práticas, parte destinará à realização de atividades pelos estudantes, sob a supervisão dos professores, com registro obrigatório pelo professor no Plano de Ensino (atividades, critérios 26 de avaliação e prazos de entrega) e pelo estudante no Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. Essa iniciativa traz inúmeras vantagens. Dentre elas, possibilita: 1) O melhor aproveitamento do tempo em sala de aula. 2) A proposição de atividades práticas que conduzem à melhoria na formação dos estudantes, favorecendo a aplicação de metodologias ativas. 3) A construção de um portfólio de atividades realizadas no semestre e organizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem, propiciando a ampliação do uso das TIC. O fundamental dessa proposta é a percepção de que se trata de uma metodologia que valoriza a autonomia e a pró atividade do estudante, em sua relação com o conhecimento, com a mediação do professor que orienta e acompanha as atividades. Dentre as atividades que podem ser realizadas nessa hora-aula, citam-se: fóruns, wikis, produção de textos (resumos, resenhas, relatórios, entre outros), vídeos, experimentos em laboratórios, visitas técnicas, observação guiada, pesquisas, organização e participação de eventos, além de produtos específicos de cada uma das áreas de conhecimento dos cursos. O docente tem função precípua e fundamental no processo de ensino-aprendizado do curso, em especial nas atividades supervisionadas. Conforme as orientações das diretrizes institucionais, as atividades supervisionadas devem fazer parte de todos os componentes curriculares teóricos e teórico-prático. O processo de orientações pode ocorrer em diversas situações, tais como: 1 – Supervisão em grupo ou individual, em grupos cooperativos ou em atividades específicas como estudos dirigidos. 2 – Supervisão em atividades de laboratório ou em atividades ou visitas técnicas de campo. 3 – Supervisão em atividades de elaboração de projetos, pareceres, exercícios práticos e entrevistas. 4 – Supervisão de estágio. Neste caso, o processo pedagógico deverá estar voltado para a preocupação com a aprendizagem, organizar-se de modo a favorecer este processo e direcionar suas atividades tendo em vista os objetivos da formação profissional. Isso exige conhecer e estar em sintonia com o projeto pedagógico e em constante interlocução com a unidade de ensino. As principais metodologias utilizadas nas práticas pedagógicas dos componentes curriculares do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária são: 27 1 - Atividades das visitas técnicas de campo: As atividades de saídas de campo ocorrem nos principais componentes curriculares do curso. As saídas de campo constituem visitas em áreas de relevante interesse ambiental, como: Estações de tratamento de água (ETA) e efluentes (ETE), aterro sanitário, córregos e lagos. 2 - Atividades laboratoriais: Nas saídas de campo são coletadas amostras de água, solo e resíduos (sólidos e líquidos). Estes materiais coletados são utilizados para as análises físicas, químicas e biológicas nos respectivos componentes curriculares do curso, onde o próprio estudante acompanha e participa ativamente de todas as etapas. Os resultados destas análises são discutidos e interpretados em sala de aula com auxílio do professor. 3 - Produção de textos: Ao final da etapa, o estudante produzirá um relatório completo sobre essas atividades, com a utilização de gráficos para melhor expor os resultados analíticos obtidos nas atividades laboratoriais. 4- Metodologias ativas aplicadas dentro de sala de aula: As principais práticas ativas aplicadas em sala de aula são: 4.1- Aula invertida: O professor disponibiliza o conteúdo no sistema, o estudante realiza a leitura deste material, em casa, antes da aula. Em sala ele responde, no início da aula, um questionário sobre o assunto estudado. Este processo aumenta e estimula, significativamente, a interação do estudante com a aula. 4.2- Resenha e mapa mental: O professor disponibiliza o conteúdo no sistema, o estudante realiza a leitura deste material e faz um resumo dos tópicos relevantes e envia pelo sistema para o professor. O mapa mental constitui um fluxograma, que substitui a resenha, porém mostra o entendimento e encadeamento do pensamento. 4.3- Aulas práticas laboratoriais: Após as aulas teóricas o estudante é encaminhado ao laboratório onde o professor apresenta o conteúdo discutido em sala. O estudante observa, manuseia e realiza atividades práticas que complementa o processo de compreensão. 28 2.3.1.2 Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no Processo de Ensino e de Aprendizagem Nas primeiras décadas do século XXI, tem sido emblemática a utilização das TIC em processos de ensino e de aprendizagem. O surgimento de novas possibilidades de produção de conhecimento estimula nova postura de professores e estudantes frente à utilização de tecnologias, acarretando mudanças significativas nos processos educacionais. Para tanto, é necessário incentivar os estudantes a aprender a aprender, avançando e compreendendo a importância da sua participação no processo de aula-pesquisa-intervenção e na utilização das tecnologias como suporte à aprendizagem. As aulas, nessa perspectiva, se transformam em processos contínuos de pesquisa e de comunicação, nos quais se dá a construção do conhecimento em um equilíbrio dinâmicoentre o individual e o grupal, entre o professor- mediador e estudantes-participantes-ativos. A tecnologia da informação modifica o ambiente de aprendizagem e essa alteração deve estender-se à Universidade. O ambiente tecnológico, caracterizado pela abundância de fontes de informação, é um espaço privilegiado de pesquisa, tornando a informação impressa rapidamente desatualizada. Nesse contexto, o papel do professor é o de facilitador do processo de aprendizagem, devendo desenvolver habilidades para que o estudante aprenda a aprender e seja capaz de gerenciar o volume de informações disponíveis, avaliando sua qualidade. Isso requer foco e desenvolvimento de habilidades básicas de leitura, interpretação, escrita e cálculo, adaptados às novas tecnologias e ao ciberespaço. Cabe ao professor adotar abordagens diferenciadas, que não se limitem à exposição teórica, adotando estratégias que façam os estudantes passarem do status de consumidores para produtores de conhecimento, o que exige a habilidade de: aprender em situações dinâmicas; gerenciar grande quantidade de informação; encontrar significado por meio da produção de sentido, em mensagens diversas e numerosas, que geralmente não se acham organizadas previamente em textos publicados; construir um entendimento próprio a partir de informação incompatível e inconsistente. Diante de tantas habilidades propostas, vislumbramos uma educação cada vez mais voltada para a pesquisa, para processos abertos de gerenciamento e soluções de problemas educacionais no qual o grupo cooperativo cumpre um papel central e a autonomia e a autoria dos estudantes sejam a principal meta na aprendizagem a ser alcançada. 29 2.3.1.3 Coerência do Currículo com a Proposta Pedagógica A matriz curricular é estruturada, em todos os cursos de Graduação da UCB, por meio da oferta de componentes curriculares: do Núcleo de Formação Geral; do Núcleo de Formação Básica das Licenciaturas; do Núcleo de Formação Básica dos Cursos Superiores de Tecnologia e do Núcleo de Formação Básica das Escolas, conforme se descreve a seguir: Núcleo de Formação Geral (NFG) – Contribui para a formação humanística dos estudantes da UCB, na perspectiva da indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão, consolidando o pleno desenvolvimento do educando, referente a uma análise crítica e reflexiva, inovadora e criativa, de atitudes e valores para a cidadania, com atenção às dimensões éticas, políticas e sociais. Núcleo de Formação Básica das Licenciaturas (NFBL) – Garante que o eixo de formação comum contemple plenamente o perfil desenhado para o egresso. Núcleo de Formação Básica dos Cursos Superiores Tecnológicos (NFBCSTs) – Promove uma formação voltada para a empregabilidade e para o desenvolvimento de carreiras sólidas, por meio de um ambiente dinâmico e permanente sintonia com o mercado. Núcleo de Formação Básica das Escolas (NFBE) – Contribui para a formação profissional do estudante a partir da identidade da Escola. A oferta dos componentes curriculares do Núcleo de Formação Geral acontecerá da seguinte forma: Bacharelados - 4 (cada um com 4 créditos/80 horas): Componente curricular Modalidade Período Introdução à Educação Superior Virtual 1º Iniciação à Pesquisa Científica Virtual 2º Humanidade, Sociedade e Ética Virtual 3º Empreendedorismo Virtual 4º Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS (Optativa) Presencial ou Virtual A partir do 2º semestre Todos os componentes curriculares do Núcleo de Formação Geral serão ofertados obrigatoriamente, para os cursos reconhecidos, na modalidade a distância. O currículo do curso Engenharia foi construído fundamentado no princípio do estudante como protagonista no processo de ensino e de aprendizagem e tem a busca do conhecimento como determinante principal de sua formação. Nessa perspectiva do 30 desenvolvimento da autonomia discente serão utilizadas estratégias de metodologias ativas no desenvolvimento dos diversos componentes curriculares para a formação do estudante, observando-se a necessidade de formação geral; formação básica profissional e formação específica. A concepção da criação da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente está diretamente relacionada à estrutura organizacional da Universidade, bem como à interdisciplinaridade e transversalidade entre cursos que a compõe. Tais cursos têm, entre si, uma quantidade significativa de componentes curriculares e conteúdos comuns que são desenvolvidos ao longo do desenrolar de seus currículos. O currículo do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária dentro da escola, por exemplo, se organiza como uma espiral, em que inúmeros conceitos aparecem ao longo da efetivação de sua matriz curricular, com grau crescente de complexidade. Nesse sentido, os cursos da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente se articulam no sentido de trabalhar indissociavelmente tais conceitos básicos e essenciais à formação de seus egressos. E, com esse objetivo, as sequências didáticas dos componentes curriculares dos cursos são organizadas de acordo com as possibilidades de compreensão dos estudantes, o que garante que estabeleçam o máximo de relações interdisciplinares e transdisciplinares possíveis entre eles, resultando em conhecimento real e cuja eficácia estabeleça excelência entre a teoria e prática. A reflexão sobre o currículo e as metodologias constitui-se um dos temas centrais dos projetos pedagógicos dos cursos e demonstram, cada vez mais, que a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem “passados” aos alunos. E sim, uma construção e seleção de conhecimentos e práticas produzidas em contextos concretos e em dinâmicas sociais, políticas e culturais, intelectuais e pedagógicas. Já a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade entre os cursos da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente possibilitam o trabalho coletivo entre si, evitando a fragmentação dos conteúdos e de seus componentes curriculares que são desenvolvidos ao longo da formação do profissional, tendo como ponto de partida a prática social do aprendiz para levá-lo ao conhecimento científico e possibilitando, ao mesmo tempo, a reflexão e a transformação da realidade. As situações acadêmicas, em que os estudantes são expostos, são vivências importantes que trazem muitos conhecimentos além dos disciplinares. Enquanto os alunos aprendem, por exemplo, a derivar ou integrar uma função de uma ou várias variáveis, estarão também aprendendo a trabalhar em equipe, a compreender que há muitas formas para se resolver um mesmo problema, que é preciso perseverar e que, sem esforço intelectual, o 31 aprendizado é mecânico e temporário. Isso implica, muitas vezes, em uma organização e distribuição dos conteúdos acadêmicos distinta da tradição escolar, em que há uma sequência linear, seguida de insistentes exercícios de memorização. As situações de aprendizagem são sempre significativas e, quando possível, integram projetos interdisciplinares e transdisciplinares mais envolventes. Nesse sentido, o desafio de produzir algo a ser utilizado em situações reais faz com que os estudantes se sintam desafiados a se apropriar do conhecimento e motivados a investigar, arriscar, revisar sua produção inúmeras vezes, para garantir que a qualidade de seu trabalho científico se aproxime ou até supere as formas socialmente aceitas. O Quadro 18 apresenta o rol de componentes curriculares compartilhadas entre os cursos da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente (EEAMA). Quadro 18 – Componentes curriculares comuns da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente Arquiteturae Urbanismo CST Design Interiores Ciências Biológicas (Bacharelado) Engenharia Ambiental e Sanitária Engenharia Civil CST Energias Renováveis Engenharia Elétrica Física Médica Física Ambiental e Urbana Matemática Aplicada Química Tecnológica Estatística Exploratória de Dados e Inferência Estatística Exploratória de Dados e Inferência Estatística Exploratória de Dados e Inferência Estatística Exploratória de Dados e Inferência Estatística Exploratória de Dados e Inferência Estatística Exploratória de Dados e Inferência Estatística Exploratória de Dados e Inferência Fundamentos de Matemática Fundamentos de Matemática Fundamentos de Matemática Fundamentos de Matemática Fundamentos de Matemática Meio Ambiente e Sustentabilidade Meio Ambiente e Sustentabilidade Meio Ambiente e Sustentabilidade Cálculo Diferencial Cálculo Diferencial Cálculo Diferencial Cálculo Diferencial Cálculo Diferencial Cálculo Diferencial Cálculo Diferencial Cálculo Integral Cálculo Integral Cálculo Integral Cálculo Integral Cálculo Integral Cálculo Integral Cálculo Integral Física Aplicada Física Aplicada Física Aplicada Física Aplicada Física Aplicada Física Aplicada Física Aplicada Cálculo de Várias Variáveis Cálculo de Várias Variáveis Cálculo de Várias Variáveis Química Tecnológica Química Tecnológica Química Tecnológica Topografia e Cartografia Topografia e Cartografia Topografia e Cartografia Topografia e Cartografia Fenômenos de Transporte Fenômenos de Transporte Fenômenos de Transporte Fenômenos de Transporte Geologia e Solos Geologia e Solos Geologia e Solos Ecologia de Ecossistemas Ecologia de Ecossistemas Hidráulica Geral Hidráulica Geral Hidrologia Hidrologia Equações Diferenciais Ordinárias Equações Diferenciais Ordinárias Equações Diferenciais Ordinárias Desenho Técnico Aplicado Desenho Técnico Aplicado Desenho Técnico Aplicado Desenho Técnico Aplicado Cálculo vetorial Cálculo vetorial Engenharia de Segurança Engenharia de Segurança Engenharia de Segurança Programação Programação 32 Arquitetura e Urbanismo CST Design Interiores Ciências Biológicas (Bacharelado) Engenharia Ambiental e Sanitária Engenharia Civil CST Energias Renováveis Engenharia Elétrica Física Médica Física Ambiental e Urbana Matemática Aplicada Química Tecnológica Visual Aplicada à Arquitetura Visual Aplicada à Arquitetura Introdução à Fotografia Introdução à Fotografia Fundamentos de Física Aplicada e Biofísica Fundamentos de Física Aplicada e Biofísica Química Analítica Ambiental Química Analítica Ambiental Políticas Ambientais Políticas Ambientais Microbiologia Ambiental Microbiologia Ambiental Geoprocessamento Geoprocessamento Sistemas de Drenagens Urbanas Sistemas de Drenagens Urbanas Avaliação de Impactos Ambientais Avaliação de Impactos Ambientais Sistemas Hídricos Sistemas Hídricos Eletrônica I Eletrônica I Eletricidade Aplicada Eletricidade Aplicada Eletricidade Aplicada Introdução à Ciências dos Materiais Introdução à Ciências dos Materiais Interações, Campos e Potenciais Interações, Campos e Potenciais Eletromagnetismo Eletromagnetismo Eletromagnetismo Oscilações e Ondas Oscilações e Ondas Termodinâmica Termodinâmica Mecânica Avançada Mecânica Avançada Física Quântica Física Quântica Matéria e Radiação Matéria e Radiação Quântica Avançada Quântica Avançada Física Estatística Física Estatística Física Relativista e de Partículas Elementares Física Relativista e de Partículas Elementares Segurança Nuclear e Proteção do Meio Ambiente Segurança Nuclear e Proteção do Meio Ambiente Lógica de Programação Lógica de Programação Lógica de Programação Bioquímica Bioquímica O curso de Engenharia Ambiental e Sanitária é parte integrante da Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente da Universidade Católica de Brasília – UCB, que além deste, abrange também outros cursos. Entre eles: Arquitetura e Urbanismo, Ciências Biológicas, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Física Médica, Física Ambiental e Urbana, Matemática Aplicada, Química Tecnológica e os CSTs de Design de Interiores e Energias Renováveis. 33 Os cursos da EEAMA contemplam as áreas técnicas específicas organizadas em espiral, abordando conteúdos e competências ao longo da efetivação da matriz curricular, com grau crescente de complexidade. As sequências didático-pedagógicas dos conteúdos programáticos dos cursos são ordenadas de forma progressiva, estabelecendo relações interdisciplinares e transdisciplinares que possibilitam o protagonismo e a autonomia dos estudantes. Em congruência com as diretrizes da UCB os conteúdos programáticos são conduzidos com estratégias de aprendizagem ativa. Os componentes curriculares comuns entre dois ou mais cursos da EEAMA são supervisionadas no Núcleo de Formação Básica da Escola. 2.3.1.4 Adequação dos conteúdos curriculares à Educação das Relações Étnico-Raciais e à Educação dos Direitos Humanos A Resolução CNE/MEC nº 1, de 17 de junho de 2004, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. E a Resolução CNE/CP nº 1, de 30 de maio de 2012, institui as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (EDH). As observações, recomendações e definições presentes nessas Resoluções, bem como no Parecer CNE/CP nº 3, de 10 de março de 2004 devem orientar as definições curriculares e as políticas institucionais no que tange à Educação das Relações Étnico-raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, bem como as políticas para a Educação dos Direitos Humanos. Nesse sentido, institui a obrigatoriedade da inclusão de conteúdos relacionados ao tratamento dessas questões, tendo como meta promover a educação de cidadãos atuantes e conscientes na sociedade brasileira, marcadamente multicultural e pluriétnica, buscando relações étnico-sociais positivas para a construção de uma sociedade democrática, justa e igualitária. A educação das Relações Étnico-raciais,
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