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POLÍTICAS DE SAÚDE: O PROCESSO HISTÓRICO POLÍTICA DE SAÚDE sinônimos: Health Policy/Política de Salud definição Português: “decisões geralmente desenvolvidas por formuladores de políticas do governo, para definição de objetivos imediatos e futuros do sistema de saúde”. (http://decs.bvs.br) política: ◦ para destacar a dimensão mais abrangente da resposta governamental a certos problemas públicos (Mattos, 2001). políticas especiais: ◦ desenhadas para dar respostas a um determinado problema de saúde, ou aos problemas de saúde que afligem um certo grupo populacional (Mattos, 2001:57). POLÍTICA DE SAÚDE TENDÊNCIAS NA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL início do séc. até 1945: ◦ sanitarismo campanhista; 1945-1960: ◦ período de transição/ modelo previdenciário; 1960 até o início dos anos 1980: ◦ modelo médico assistencial privatista; a partir do final dos anos 1980: ◦ modelo plural (SUS como sistema público de saúde). Mendes, 1996 apud Carvalho et al., 2001 PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) economia: agricultura, tendo como principal produto o café, com finalidade de exportação; saneamento dos locais por onde circulava esta mercadoria, para que doenças como a peste, a cólera e a varíola não prejudicassem as exportações; PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) destaque para Oswaldo Cruz: adotou o modelo das “campanhas sanitárias” destinado a combater as endemias urbanas e, depois, as rurais; modelo com inspiração militar: interposição de barreiras que quebrassem a relação agente-hospedeiro; estilo repressivo de intervenção médica, tanto nos indivíduos como na sociedade em geral. INÍCIO DO SÉCULO XX ATÉ 1920 assistência individual: ◦ ações de saúde eminentemente privadas; assistência hospitalar pública: ◦ “funcionava” como assistência social; ◦ abrigava e isolava os portadores de psicoses, hanseníase e tuberculose; assistência aos que não podiam custeá-la, aos “indigentes”: ◦ por entidades de caridade, as “Santas Casas de Misericórdia”. SANITARISMO CAMPANHISTA: ◦ principal característica da política de saúde até 1945; ◦ campanha contra a tuberculose (1936); ◦ ações concentradas no combate das endemias rurais; 1923: surge a assistência previdenciária no país com a Lei Elói Chaves (Eloy Chaves); criou em cada uma das empresas de estrada de ferro, uma CAIXA DE APOSENTADORIA E PENSÕES (CAP) para os respectivos empregados; mais tarde, em 1926, as CAPs foram estendidas aos portuários e marítimos. CAPs, 1923 benefícios como aposentadorias, pensões e prestação de assistência médica e farmacêutica aos seus empregados e dependentes; organizadas por empresas e administradas e financiadas pelos empregados e empregadores; o poder público destinava-se à resolução de conflitos entre a administração das CAPs e segurados. 1929: Quebra da Bolsa de Nova Iorque / 1930: Revolução que colocou Getúlio Vargas no poder: ◦ desvalorização do café no mercado internacional; ◦ deslocamento da economia para os centros urbanos; ◦ empreendimentos industriais na região centro-sul do país. 1933: nasce uma nova estrutura de Previdência Social: os INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES (IAPS); não mais por empresas, mas por categorias de trabalhadores: dos marítimos (IAPM); dos bancários (IAPB); dos empregados de transportes e cargas (IAPTEC); dos comerciários (IAPC), dentre outros; IAPs, 1933 -TRANSPORTARAM UMA ESTRUTURA DA SOCIEDADE CIVIL PARA O INTERIOR DO ESTADO; -controle progressivo deste na gestão das instituições previdenciárias; -o presidente dos IAPs sendo nomeado pelo presidente da República; -mudanças no financiamento com a PARTICIPAÇÃO DO ESTADO além dos empregados e empregadores (contribuição tripartite); -recursos centralizados nas mãos do Estado; IAPs, 1933 criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização e importância de cartegoria profissional; o primeiro foi o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), em 1933; além da função de controle social, até meados dos anos 50, tiveram importante papel de desenvolvimento econômico (captação de poupança); 1920 - 1945 1930: criação do Ministério da Educação e Saúde: passa a coordenar as ações de saúde de caráter coletivo; 1942: criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP); a assistência à população não vinculada ao mercado formal do trabalho continuava sendo prestada pelo poder público ou pelas entidades de caridade. 1945 - 1966 vários países europeus: a concepção do “Estado de Bem-Estar Social” (Welfare State); aumento significativo dos gastos estatais nas áreas sociais; no Brasil: aumento do desemprego e agravo das condições sociais; modelo alternativo de seguridade social: a Previdência Social passa a ter importância muito grande e serviu de instrumento político-eleitoral do governo; A PARTIR DOS ANOS 50 maior desenvolvimento industrial + maior urbanização + assalariamento da população = maior pressão por assistência médica via institutos; viabiliza-se o crescimento de um complexo médico hospitalar para prestar atendimento aos previdenciários; privilegia-se abertamente a contratação de serviços de terceiros; a assistência médica previdenciária passa, a partir do final dos anos 1950, a consumir recursos cada vez mais significativos; CRIAÇÃO DO MS, 1953 incorporando a estrutura do antigo Departamento Nacional de Saúde, mantido com orçamento bastante escasso; representou um desmembramento do antigo Ministério da Saúde e da Educação, “sem que isto significasse uma nova postura do governo e uma efetiva preocupação em atender aos importantes problemas de saúde pública de sua competência” (POLIGNANO,S/D.) ; a dicotomia entre a saúde pública e a atenção médica persistia; INÍCIO DOS ANOS 1960 aumento no número de benefícios, sem aumento da receita: crise no sistema previdenciário, que PASSA A SER DEFICITÁRIO NO INÍCIO DOS ANOS 1960; 1960: PROMULGADA A LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (LOPS) com o objetivo de uniformizar os benefícios aos segurados. considerável grau de industrialização e urbanização com insatisfações populares na área da saúde; 1964: GOLPE MILITAR, com consequente centralização do poder na esfera federal; O INPS, 1967 UNIFICAÇÃO DOS IAPs NO INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INPS): aumento do papel regulador do Estado; exclusão dos trabalhadores e empregadores da gestão da previdência (apenas financiadores); a unificação abrangia todos os trabalhadores sujeitos à CLT, excluídos os trabalhadores rurais, os empregados domésticos e os servidores públicos e de autarquias e que tivessem regimes próprios de previdência. O INPS, 1967 produto da fusão dos IAPs sofre forte influência dos técnicos do maior deles, o IAPI; estes técnicos, os “cardeais do IAPI”, de tendências privatizantes criam as condições necessárias ao desenvolvimento do “complexo médico-industrial” característica marcante do período; SOBRE A CRIAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DO INPS (1967) todo trabalhador com carteira assinada = automaticamente contribuinte e benificiário do novo sistema: grande volume de recursos capitalizados; o aumento da base de contribuição associado ao crescimento econômico da década de 70 (milagre econômico), ao pequeno percentual de aposentadorias e pensões em relação ao total de contribuintes fez com houvesse um grande acúmulo de recursos (POLIGNANO, S/D.); o governo militar, ao unificar o sistema previdenciário se viu na obrigação de incorporar ao INPS os benefícios já instituídos em vários IAPs, como a assistência médica; SOBRE A CRIAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DO INPS (1967) ao aumentar o número de contribuintes e os beneficiários e incorporar a assistência médica, era IMPOSSÍVEL o sistema previdenciárioatender toda a população; o governo militar se viu num dilema: onde alocar os recursos públicos para atender a ampliação do sistema? optou por direcioná-los para a INICIATIVA PRIVADA; formalizaram-se convênios e contratos com a maioria dos médicos e hospitais do país: estes grupos capitalizaram-se e provocaram aumento no consumo de medicamentos e equipamentos hospitalares, formando o COMPLEXO MÉDICO-INDUSTRIAL; CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO 1945 - 1966 industrialização e urbanização; mudança no quadro nosológico; crescimento de um complexo médico-industrial e hospitalar; normas que privilegiavam a contratação de serviços de terceiros; o MODELO MÉDICO-ASSISTENCIAL PRIVATISTA vigorou hegemônico DOS ANOS 1960 ATÉ MEADOS DOS ANOS 1980. O MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA (ATÉ MEADOS ANOS 1980) Características: ênfase na PRÁTICA MÉDICA CURATIVA, INDIVIDUAL, ASSISTENCIALISTA E ESPECIALIZADA em detrimento da saúde pública; criação, mediante intervenção estatal, de um COMPLEXO MÉDICO-INDUSTRIAL PRIVADO orientado para a geração de LUCRO; (Oliveira e Teixeria, 1986 apud Carvalho et al, 2001) CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO 1968 a 1980 DITADURA MILITAR; EXTENSÃO DA COBERTURA DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE LIGADA A PREVIDÊNCIA: ◦ 1971: inclusão dos trabalhadores rurais; ◦ 1972: empregadas domésticas; ◦ 1973: trabalhadores autônomos; CRISE ECONÔMICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: ◦ ampliação da seguridade e da assistência médica a novas categorias; ◦ contratos de serviços privados sem controle por parte da previdência: CORRUPÇÃO; MPAS (1974) / FAS (1974) juntamente com o MPAS foi criado o FAS (FUNDO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL): possibilitou a remodelação e ampliação dos hospitais da rede privada, através de empréstimos facilitados; 1974: várias medidas na área social: criação do MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL (MPAS); INPS vinculado a ele; FAS, 1974 houve expansão da rede hospitalar com financiamento para construção de hospitais; ampliação da contratação do setor privado para a prestação de serviços de saúde através do PPA (PLANO DE PRONTA AÇÃO). 1975: DICOTOMIA NA SAÚDE definição dos campos de atuação: MINISTÉRIO DA SAÚDE: ◦ medidas e atendimentos coletivos, inclusive vigilância sanitária; e MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL: ◦ atendimento médico-assistencial privatista. ou seja: é oficializada a separação da questão da saúde. MUDANÇAS IMPORTANTES A PARTIR DA METADE DA DÉCADA DE 1970 CRESCIMENTO DAS DISCUSSÕES sobre reformas nas políticas de saúde; ganha corpo o movimento da REFORMA SANITÁRIA; surgimento dos DEPARTAMENTOS DE MEDICINA PREVENTIVA nas universidades brasileiras, com a proposta de MEDICINA COMUNITÁRIA (originda nos EUA) e o CONCEITO DE APS: forma de oposição ao sistema de saúde vigente; algumas experiências como PIASS (PROGRAMA DE INTERIORIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE E SANEAMENTO) tornam-se ações concretas da aplicação dos princípios da APS e da medicina comunitária. PIASS, 1976 visava implantar uma estrutura básica de saúde pública em comunidades de até 20 mil habitantes; diretrizes: ◦ ampla utilização de pessoal auxiliar; ◦ ênfase na detecção de doenças transmissíveis e mais comuns; ◦ ações de saúde de baixo custo e alta eficácia; ◦ ampliação de cobertura por unidades de saúde simples, apoiadas por outras de maior porte; ◦ sistema de rede regionalizado, hierarquizado; ◦ participação comunitária; PIASS, 1976 consequências: primeiro programa de medicina simplificada do nível federal; permitiu a entrada de técnicos do “movimento sanitário” no interior do aparelho do estado; o programa foi estendido a todo o território nacional: grande expansão da rede ambulatorial pública; CRIAÇÃO DO INAMPS – INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (1978) pela complexificação do sistema de assistência médica do INPS (do ponto de vista adminsitrativo e financeiro). CRISE DO FINAL DOS ANOS 70 o modelo econômico da ditadura miltar entra em crise; o capitalismo internacional passa por um período de crise = diminuição do fluxo de capital estrangeiro = país diminuiu o ritmo de crescimento; os pobres ficam mais pobres e os ricos mais ricos: ◦ aumento das desigualdades de renda; população: ◦ baixos salários, desemprego, marginalidade, crescimento das favelas, da mortalidade infantil. CRISE DO FINAL DOS ANOS 70 crise generalizada: perda do poder aquisitivo dos salários; intenso êxodo rural; crescimento da população à margem do sistema de assistência à saúde: críticas ao modelo político-econômico praticado pela ditadura (através análises sociológicas, manifestações políticas legais e ilegais, jornais satíricos, greves, etc.); CRISE DO FINAL DOS ANOS 70: O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO MOSTRA SUAS FRAGILIDADES por ter priorizado a medicina curativa: incapaz de solucionar principais problemas, epidemias, etc; aumentos constantes dos custos da medicina curativa (complexidade crescente); diminuição do crescimento econômico: diminuição da arrecadação previdenciária; incapacidade do sistema em atender uma população de marginalizados cada vez maior; desvios de verbas do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores; dificuldades de repasse de recursos do tesouro para o sistema previdenciário (deveria ser tripartite). CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO PERÍODO 1980-1990 enfraquecimento e QUEDA DA DITADURA MILITAR; TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA do país; discussão, redação e APROVAÇÃO da nova e atual CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988); processo de CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA POLÍTICA PARA O SETOR SAÚDE ; OS ANOS 1980 No início dos anos 80, em meio a uma crise financeira na Previdência Social, o governo federal adotou medidas racionalizadoras para programas, ações e custos da atenção médica surgimento de vários projetos de cunho reformista. PREV-SAÚDE (1980) outubro de 1980: MS e MPAS apresentam anteprojeto do PROGRAMA NACIONAL DE SERVIÇOS BÁSICOS DE SAÚDE (PREV-SAÚDE); ◦ acabou por se esvaziar diante do recuo do próprio governo federal mediante a alegação de falta de recursos financeiros para sua implantação; “PACOTE DA PREVIDÊNCIA”: ◦ aumento da contribuição previdenciária para empregados e empregadores; PLANO CONASP (1981) 1981: criação do CONSELHO CONSULTIVO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE PREVIDENCIÁRIA (CONASP), ligado ao INAMPS, numa tentativa de conter custos e combater fraudes; PLANO CONASP (PLANO DE REORIENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO ÂMBITO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL): para racionalizar despesas e controlar gastos; iniciou com a fiscalização rigorosa da prestação de contas dos prestadores de serviços credenciados; teve oposição da Federação Brasileira de Hospitais e de medicina de grupo; OS ANOS 1980 PLANO CONASP (Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social). teve como principal desdobramento a implantação das AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE). AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983 buscavam a reorganização institucional da assistência à saúde, evitando ações paralelas e simultâneas; MINISTÉRIO DA SAÚDE, MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA; visavam um novo modelo assistencial que incoporava o setor público, procurando INTEGRAR AÇÕES CURATIVAS, PREVENTIVAS E EDUCATIVAS ao mesmo tempo. AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983 PRINCÍPIOS DAS AIS: ◦ universalidade no atendimento; ◦ integralidade; ◦ equidade da atenção; ◦ regionalização e hierarquização dos serviços; ◦ descentralização das ações e do poder decisório; ◦ democratização através da participação da sociedade civil; ◦ controle pelos usuários; ◦ … AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983 coincidiram com o movimento detransição democrática; a Previdência passa a comprar e pagar serviços prestados por estados, municípios, hospitais filnatrópicos, públicos e universitários; NA PRÁTICA: ◦ prefeituras receberiam recursos federais oriundos da Previdência mediante pagamento por serviços prestados (médico, odontológico e de enfermagem) realizados pelos municípios; ◦ um dinheiro novo, complementar = acréscimo de recursos aos serviços municipais de saúde até então bancados por recursos do orçamento municipal; AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983 FINANCIAMENTO: ◦ parceria com participação do INAMPS, Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde com a constituição de Fundo Único; repasses sob a compra de serviços; RESULTADOS PROPORCIONADOS PELAS AIS: ◦ cobertura de mais de 2.500 municípios e quase 90% da população; ◦ fortalecimento da rede ambulatorial, contratação de pessoal, etc. portanto, “UMA PONTE ESTRATÉGICA PARA O SUS”. O FIM DO REGIME MILITAR pelo MOVIMENTO DIRETAS JÁ (1985) e a ELEIÇÃO DE TANCREDO NEVES; diversos movimentos sociais, incluindo a saúde; eleição da ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE (1986) e promulgação da NOVA CONSTITUIÇÃO (1988); ◦ setor médico privado, que se beneficiou do modelo médico-privatista desde 64 (por 15 anos), a partir do momento que o setor público entrou em crise, passou a formular estruturações (não tinha mais como se manter e se “nutrir”) e direcionou seu modelo para parcelas da população: foi concebido o SUBSISTEMA DE ATENÇÃO MÉDICO-SUPLETIVA (que cresce vertiginosamente). O IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA UNIFICADO E DESCENTRALIZADO DE SAÚDE (SUDS), 1987 objetivo de contribuir para a consolidação e o desenvolvimento qualitativo das AIS; buscou-se a criação dos SUDS nos Estados: diretrizes que reconheciam a necessidade de reformulação do sistema nacional de saúde; principais consequências do SUDS: ◦ concentração de poder nas secretarias estaduais de saúde; ◦ início do desmonte do INAMPS. OS ANOS 1980 “Um (árduo) caminho para o SUS” RELEMBRANDO… A IMPORTÂNCIA DOS ANOS 1980 implantação das Ações Integradas de Saúde (AIS); enfraquecimento e queda da ditadura militar; transição democrática do país; implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS); discussão, redação e aprovação da Constituição Federal; processo de construção de uma nova política para o setor saúde. destaca-se o papel do Movimento de Reforma Sanitária ao longo do período. MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA incitou o surgimento de questionamentos acerca da concepção de saúde, até então restrita à dimensão biológica e individual; consolidou a luta pela descentralização da saúde; acentuou o desejo de mudança do modelo assistencial hegemônico. Fleury (1992) apud Souza (2005) surgiu num contexto singular da sociedade brasileira, embalado por outros movimentos sociais que emergiram frente aos processos de redemocratização do país, na década de setenta, e que reivindicavam principalmente melhores condições de vida e ampliação da abertura democrática no país. MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA o movimento da Reforma Sanitária constituiu um conjunto organizado de pessoas e grupos, partidários ou não, articulados ao redor de um projeto. Sua caracterização poderia se dar a partir de três tipos de práticas: teórica, com a formulação de saberes; ideológica, que envolve a transformação da consciência sanitária e a política, que vislumbrava transformações sociais. (Escorel, 1988 apud Souza, 2005) MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA “o movimento da Reforma Sanitária brasileira sempre pretendeu produzir uma mudança cultural na sociedade tendo a saúde como eixo de transformação, assim como modificar as políticas do Estado sem limitar-se a mudanças setoriais ou a políticas de governo. Ela deve ser tida como uma reforma democrática do Estado, de caráter processual e ainda inconcluso. Esse processo exige a permanente reflexão sobre os rumos, resultados e procedimentos” (ABRASCO & CEBES apud Souza, 2005). MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA “O arcabouço institucional do SUS deriva das reivindicações postas pelo movimento sanitário desde a década de 70, quando, no contexto da luta pela redemocratização do país e da construção de uma sociedade mais justa, um conjunto expressivo de intelectuais e militantes se engajou no esforço de construir uma crítica ao então sistema nacional de saúde e às práticas de saúde então hegemônicas” (Mattos, 2001:40-41). “A Reforma Sanitária se caracterizou, então, como um movimento por direitos humanos, por melhores condições de vida da população. Ganhou força junto ao movimento para democratização do país, constituindo-se sobretudo como movimento social. Tornou-se necessário discutir novas formas de relações sociais, de organizações e estabelecimentos que atendessem melhor às necessidades de saúde e que proporcionassem melhor qualidade de vida”. (Souza, 2005) "Está em curso uma reforma democrática não anunciada ou alardeada na área da saúde. A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços. Esse movimento social consolidou-se na 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na qual, pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado." Sergio Arouca, 1998. (http://bvsarouca.cict.fiocruz.br) REFORMA SANITÁRIA “No Brasil de 1986, a tônica era a saúde. Conhecida afetuosamente pelos militantes da reforma sanitária pela alcunha de “oitava”, aquela conferência reuniu em Brasília mais de quatro mil delegados de todas as regiões e classes sociais, em jornadas que avançavam pela madrugada e chegavam a se prolongar por até 14 horas. O que meses antes parecia mais uma das “loucuras” – é assim que os mortais comuns vêem as idéias dos idealistas – de Arouca se tornara realidade: a CNS conseguia pela primeira vez em quase 45 anos de história ser verdadeiramente popular...” A “OITAVA” CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE “(…) Sim, porque da primeira (em 1941) à sétima (em 1980), os debates se restringiam às ações governamentais, com a participação exclusiva de deputados, senadores e autoridades do setor. A intenção de Arouca era a de abrir mesmo, e assim ouvir as incontáveis experiências na área que existiam Brasil afora. Reunir brasileiros para saber e discutir como vivem esses brasileiros, quais as suas condições de saúde, que melhorias almejam. Deixar de contar a saúde pelos números e passar a enxergar cidadãos”. (http://bvsarouca.cict.fiocruz.br) A CNS foi aberta numa segunda-feira, 17 de março de 1986, pelo presidente José Sarney, que assumira em definitivo depois da morte de Tancredo Neves. Em seu discurso, para uma platéia que lotara o Ginásio de Esportes de Brasília, Sarney afirmou que a Conferência representava a “pré-Constituinte da Saúde”. Arouca, feliz com a grande representatividade obtida pela Oitava, disse que aquele era “o evento mais significativo em termos de debate da política de saúde já acontecido na história do país”. Durante cinco dias, quase cinco mil pessoas, entre delegados e observadores, discutiram a saúde em 98 grupos de trabalho. (http://bvsarouca.cict.fiocruz.br) Três macrotemas reuniram os grupos: Saúde como direito, Reformulação do Sistema Nacional de Saúde e Financiamento do setor. Os itens acima mereceram, no relatório final da CNS, respectivamente, 13, 27 e nove artigos, aprovados por larga margem na plenária final.O boicote levado a cabo pelo setor privado, que poucos dias antes decidiu se ausentar da Conferência, não impediu a discussão produtiva também desse item da pauta. (http://bvsarouca.cict.fiocruz.br) Um dos grandes momentos da Oitava foi o consenso obtido em torno da criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que depois se transformaria no SUS. A interdependência entre política social e econômica e a conceituação dos serviços de saúde como públicos e fundamentais para a população foram outras importantes definições feitas pela CNS. Mas o legado mais precioso da Conferência foi a consolidação da idéia da Reforma Sanitária – que voltaria à agenda, com força, durante a Constituinte (1987-88). (http://bvsarouca.cict.fiocruz.br) conhecida como a “Constituição Cidadã”: reconhecimento de muitos direitos de cidadania; saúde reconhecida como um direito de todos e dever do Estado delineia um sistema único (SUS), integrado pelas ações e serviços públicos de saúde, mas do qual podem participar, em caráter complementar, instituições privadas. Mattos (2001) A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 A Constituição de 1988 - promulgada por Ulysses Guimarães PREMISSAS DA HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO PAÍS a evolução das políticas está relacionada diretamente à evolução política, social e econômica da sociedade; o capitalismo nacional e internacional influenciou o comportamento das políticas; a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro; os problemas tornaram-se foco de atenção quando se tornaram epidemias; as ações de saúde propostas pelo governo sempre incorporaram os problemas de saúde que atingiam grupos organizados e de regiões importantes do país; PREMISSAS DA HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO PAÍS a conquista de direitos sociais (saúde e previdência) tem sido sempre uma resultante de lutas, de organização e de reivindicação dos trabalhadores brasileiros e nunca uma dádiva do estdo; devido a uma falta de clareza e de definição em relação à política de saúde, a história da saúde se confunde com a história da previdência social em certos períodos; a dualidade entre medicina curativa e preventiva sempre foi uma constante nas diversas políticas implementadas pelos vários governos. princípios e fundamentos do sistema único de saúde (sus) a importância dos anos 1980 implantação das ações integradas de saúde (ais, 1983); enfraquecimento e queda da ditadura militar; transição democrática do país; implantação do sistema unificado e descentralizado de saúde (suds, 1987); discussão, redação e aprovação da cf; processo de construção de uma nova política para o setor saúde; importância do movimento de reforma sanitária no período. conhecida como a “constituição cidadã”: reconhecimento de muitos direitos de cidadania; saúde reconhecida como um direito de todos e dever do estado; delineia um sistema único (sus) mattos (2001) a constituição federal de 1988 seção ii da saúde art. 196. a saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. o conceito de saúde constituição federal de 1988 art. 197. são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. fatores sociais fatores políticos fatores econômicos fatores culturais saúde não é responsabilidade única do setor saúde não é só uma conquista individual sociedade específica art. 198. as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: i - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; ii - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; iii - participação da comunidade. o sistema único e suas diretrizes constituição federal de 1988 art. 199. a assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - as instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º - é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. participação da iniciativa privada no sus constituição federal de 1988 art. 200. ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: i - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; ii - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; competências do sus constituição federal de 1988 art. 200. ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: iii - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; iv - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; v - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; competências do sus constituição federal de 1988 vi - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; vii - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; viii - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. competências do sus constituição federal de 1988 mas, que ele é ? sistema único de saúde formado por instituições dos três níveis de governo (união, estados e municípios); complementado pelo setor privado contratado e conveniado; atua com as mesmas normas do serviço público. (natalini, 2002) a ideia de sistema série de organismos que trabalham em conjunto, para uma mesma finalidade. a ideia de sistema “é um engano imaginar um sistema de saúde que só trate da questão estrita da assistência médica, ele tem de apresentar uma concepção mais ampla. é claro, que o objeto fundamental dele vai ser o cuidado com a saúde das pessoas, que vai além da assistência médica, tem outras dimensões, mas ele tem de procurar contemplar o contexto social no qual está inserido”. (elias, p.e., 2002:14-15) sistemas de saúde sistema: conjunto de elementos conectados entre si por alguma forma de relação, funcionando como uma estrutura organizada; cada sistema apresenta particular nível de organização e constitui uma unidade de observação, cujos elementos podem ser descritos e analisados nos próprios limites; sistema único de saúde antes do sus o acesso gratuito à saúde não era universal: o atendimento gratuito se dava em alguns hospitais estatais e universitários, em instituições filantrópicas ou nos postos e hospitais de institutos de previdência para seus associados. é evidente, portanto, que esta mudança radical enfrenta os mais diversificados problemas. o sus deve: atender a todos, de acordo com suas necessidades, independemente de pagamento;atuar de maneira integral, com as ações de saúde voltadas para o indivíduo e para a comunidade, com ações de promoção, prevenção e tratamento; ser descentralizado, com o poder de decisão pertencendo aos responsáveis pela execução das ações; (natalini, 2002:165-166) o sus deve: ser racional, oferecendo ações e serviços de acordo com as necessidades da população, ser planejado para suas populações; ser eficiente e eficaz, produzindo resultados com qualidade; ser democrático, assegurando o direito de participação de todos os segmentos envolvidos com o sistema; ser equânime, ou seja, o sistema deve estar atento às desigualdades. (natalini, 2002:166) o modelo da pirâmide para representar o sistema de saúde; disseminado pela opas por toda a américa latina; inspirado no sistema nacional de saúde inglês; orienta boa parte das medidas de racionalização no sistema de saúde: primário, secundário e terciário; essa organização pode ter um grande impacto nas condições de saúde da população; atenção primária atenção secundária atenção terciária visualização dos 3 níveis de atenção à saúde e do sistema de referência e contra-referência. o modelo da pirâmide a diferença da assistência primária para a secundária ou para a terciária refere-se praticamente a 3 eixos: incorporação da tecnologia material; capacitação profissional; perfil de morbidade. o modelo da pirâmide a ideia básica: fazer com que o indivíduo (usuário-doente) acesse os serviços pela atenção primária; aquilo que não se consegue resolver neste nível será encaminhado para o secundário; o nível secundário, por sua vez, irá referir para o terciário as situações nas quais não está capacitado a atender. do sistema piramidal para a rede mendes, 2002 4o. 3o. 2o. 1o. aps a gestão do sus o município é o principal responsável pela saúde pública de sua população; a partir do pacto pela saúde (2006), o gestor municipal passa a assumir imediata ou paulatinamente a plenitude da gestão das ações e serviços de saúde oferecidos em seu território. (entendendo o sus, 2006). financiamento do sus a união é o principal financiador da saúde pública no país. historicamente, metade dos gastos é feita pelo governo federal, a outra metade fica por conta dos estados e municípios. a união formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por seus parceiros (estados, municípios, ongs e iniciativa privada). (entendendo o sus, 2006). pacto pela saúde estados e municípios poderão receber os recursos federais por meio de 5 blocos de financiamento: atenção básica; atenção de média e alta complexidade; vigilância em saúde; assistência farmacêutica; e gestão do sus. antes do pacto, havia mais de 100 formas de repasses de recursos financeiros, o que trazia dificuldades para sua aplicação. (entendendo o sus, 2006). ec 29/2000 financiamento para o sus assegura a co-participação da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios no financiamento; define quais tipos de gastos são da área de saúde e quais não podem ser considerados gastos em saúde; (entendendo o sus, 2006). os gastos da união devem ser iguais ao do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do produto interno bruto (pib). os estados devem garantir 12% de suas receitas para o financiamento à saúde; e que os municípios precisam aplicar pelo menos 15% de suas receitas. (entendendo o sus, 2006). ec 29/2000 financiamento para o sus lei 8.080/90 complementa a definição de saúde dada na constituição de 1988; identifica: a universalidade de acesso em todos os níveis; a integralidade ; e a equidade. lei 8.142/90 agrega a participação da comunidade, por meio de suas entidades representativas; a comunidade pode participar da formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução em todos os níveis; ocorre nos conselhos e conferências de saúde. sus - princípios doutrinários os princípios doutrinários são expressos através da: integralidade; universalidade; e equidade. (roncalli, 2003). sus - princípios organizativos dizem respeito à: descentralização com comando único; regionalização; hierarquização; e participação popular. (roncalli, 2003). princípios doutrinários integralidade universalidade equidade princípios organizativos descentralização regionalização hierarquização participação popular cf, 1988, lei 8.80/90, lei 8.142/90, decreto 7508/2011. remete à concepção de saúde enquanto um direito de cidadania. universalidade “o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como àqueles contratados pelo poder público”. (ms, abc do sus, 1990) todas as pessoas passam a ter o direito à saúde. rompe com o modelo excludente anterior em que somente os contribuintes da previdência social tinham direito à assistência à saúde. (roncalli, 2003). universalidade “assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso requeira” “todo cidadão é igual perante o sus e será atendido conforme suas necessidades” (ms, abc do sus, 1990). equidade priorizar os recursos disponíveis para aqueles que mais necessitam de atenção. equidade “cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade” (ms, abc do sus, 1990). “as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas” (ms, abc do sus, 1990). dimensão indivíduo: dimensão serviços de saúde: integralidade integralidade o indivíduo é concebido como um ser integral, biopsicossocial; deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde” (ms, abc do sus, 1990). o indivíduo, quando busca o sus, deseja resolver seu problema de saúde; os serviços devem estar preparados para enfrentar os problemas e demandas em sua complexidade; resolutividade promoção de saúde representa o somatório das ações da população, dos serviços de saúde, das autoridades sanitárias e dos outros setores sociais. dirigido para o desenvolvimento de melhores condições de saúde. nunes, 2002. prevenção de doenças e de acidentes busca-se realizar intervenções que procuram evitar esses eventos, atuando sobre problemas específicos ou sobre um grupo de problemas de modo a alcançar pessoas ou grupos em risco de adoecer ou de se acidentar. nunes, 2002. prevenção de doenças e de acidentes representam ações individuais de prevenção: - imunizações; - controle pré-natal; - educação para a saúde; - diagnóstico precoce de algumas doenças crônicas. representam ações preventivas gerais: -controle da emissão de poluentes; -fluoretação da água; -controle sanitário dos alimentos. nunes, 2002. atenção curativa destinada para a cura ou cuidado dos doentes, para o prolongamento da vida, para a diminuição das dores e para a reabilitação das sequelas. deve ser provida de forma adequada e oportuna, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos moradores do município. nunes, 2002. permite maior conhecimento dos problemas de saúde; favorece as ações de vigilância, controle de vetores, educação em saúde, atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis; regionalização e hierarquização resolve em torno de 5% dos problemas de saúde. resolve em torno de 15% dos problemas de saúde. resolve entre 75 e 85% dos problemas de saúde. regionalizaçãoe hierarquização atenção básica no sus média complexidade alta complexidade conveniados referência no sus é o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios. descentralização o sus de a a z, 2005. é um direito e um dever da sociedade; é dever do poder público garantir as condições para essa participação; o sus no município, 2004. participação popular e controle social ficou assegurada na lei 8.142/90; por meio de duas instâncias colegiadas em cada esfera de governo: ◦ as conferências de saúde; ◦ os conselhos de saúde. participação dos cidadãos no sus em cada município existe um conselho municipal de saúde (cms). participação dos cidadãos no sus composição dos conselhos de saúde 25% de representantes de entidades governamentais e prestadores de serviços; 25% de representantes de trabalhadores da saúde; 50% de usuários dos serviços de saúde do SUS. os conselhos são órgãos de caráter permanente e deliberativo: devem funcionar por tempo indeterminado, reunindo-se regularmente; têm o direito de tomar decisões relativas à política de saúde a ser executada. participação dos cidadãos no sus carvalho et al, 2001. as reuniões do cms são abertas ao público em geral; os conselheiros são responsáveis por: definir o que é preciso ser feito em cada município, na área da saúde; fiscalizar as verbas destinadas; acompanhar o funcionamento do sus para a população. participação dos cidadãos no sus em cada nível de governo; se reúnem em intervalos maiores: não superiores a cada 4 anos; com representantes dos vários segmentos sociais; as conferências de saúde carvalho et al, 2001. devem ser convocadas pelo poder executivo ou, excepcionalmente, pelo conselho de saúde; objetivos: ◦ avaliar situação de saúde; ◦ propor diretrizes para a política de saúde; de caráter consultivo: podem levantar questões e propor soluções, mas sem poder de decisão. as conferências de saúde carvalho et al, 2001. 14ª CNS, BRASÍLIA, 2011. fiscalize e denuncie! caso haja qualquer tentativa de cobrança em atendimento pelo sus, o cidadão deve denunciar aos seguintes órgãos: (procure no seu município) -conselho municipal de saúde; -secretaria municipal de saúde; -promotoria pública; -coordenadoria regional de saúde; -delegacia de polícia mais próxima; -conselho regional de saúde. BIBLIOGRAFIA BRASIL, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal; CARVALHO, Brígida Gimenez, et al., 2001. A Organização do Sistema de Saúde no Brasil. In: Bases da Saúde Coletiva (Selma Maffei de Andrade et al orgs). Londrina: Editora UEL; POLIGNANO, Marcus Vinícius. História das Políticas de Saúde no Brasil: uma pequena revisão. S.D. Disponível em: http://www.saude.mt.gov.br/upload/documento/16/historia-das-politicas-de-saude-no-brasil-[16- 030112-SES-MT].pdf, acesso em 04ago2012. 35p. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=126; http://bvsarouca.cict.fiocruz.br Bibliografia ELIAS, P.E., 2002. Uma Visão do SUS. In: SUS: O QUE VOCÊ PRECISA SABER DO SUS (APM org.). São Paulo: Editora Atheneu. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990. ABC DO SUS. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Entendendo o SUS. Brasília, 2006. 28p. disponível em <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=136>. Acesso em 10ago2012. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria N. 399/GM de 22 de fevereiro de 2006. NATALINI, G., 2002. Princípios Básicos do SUS. In: SUS: O QUE VOCÊ PRECISA SABER DO SUS (APM org.). São Paulo: Editora Atheneu. Boff, L. 1999. Saber Cuidar: Ética do Humano - Compaixão pela Terra. Petrópolis: Editora Vozes. NUNES, L.A., 2002. Receita para um Bom Sistema de Saúde Municipal. In: SUS: O que você precisa saber sobre o Sistema Único de Saúde. São Paulo: Editora Atheneu. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. O SUS NO SEU MUNICÍPIO: garantindo saúde para todos / [Ana Lucia Pereira et al.]. - Brasília: Ministério da Saúde, 2004; RONCALLI, A.G., 2003. O desenvolvimento das políticas públicas de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde. In: Odontologia em Saúde Coletiva: Planejando ações e promovendo saúde (Antônio Carlos Pereira et al). Porto Alegre: Artmed; SILVEIRA FILHO, A. D., 2002. 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