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Políticas de Saúde

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POLÍTICAS DE SAÚDE:
O PROCESSO HISTÓRICO
POLÍTICA DE SAÚDE
sinônimos: Health Policy/Política de Salud
definição Português: 
“decisões geralmente desenvolvidas por formuladores de políticas do 
governo, para definição de objetivos imediatos e futuros do sistema de 
saúde”.
(http://decs.bvs.br)
política:
◦ para destacar a dimensão mais abrangente da resposta governamental a certos problemas
públicos (Mattos, 2001).
políticas especiais:
◦ desenhadas para dar respostas a um determinado problema de saúde, ou aos problemas de
saúde que afligem um certo grupo populacional (Mattos, 2001:57).
POLÍTICA DE SAÚDE
TENDÊNCIAS NA POLÍTICA DE SAÚDE NO BRASIL
início do séc. até 1945: 
◦ sanitarismo campanhista;
1945-1960: 
◦ período de transição/ modelo previdenciário;
1960 até o início dos anos 1980: 
◦ modelo médico assistencial privatista;
a partir do final dos anos 1980: 
◦ modelo plural (SUS como sistema público de saúde). 
Mendes, 1996 apud Carvalho et al., 2001
PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930)
economia: agricultura, tendo como principal produto o café, com finalidade de 
exportação;
saneamento dos locais por onde circulava esta mercadoria, para que doenças
como a peste, a cólera e a varíola não prejudicassem as exportações;
PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930)
destaque para Oswaldo Cruz: adotou o modelo das “campanhas sanitárias”
destinado a combater as endemias urbanas e, depois, as rurais;
modelo com inspiração militar: interposição de barreiras que quebrassem a relação
agente-hospedeiro;
estilo repressivo de intervenção médica, tanto nos indivíduos como na sociedade em
geral.
INÍCIO DO SÉCULO XX ATÉ 1920
assistência individual: 
◦ ações de saúde eminentemente privadas;
assistência hospitalar pública: 
◦ “funcionava” como assistência social;
◦ abrigava e isolava os portadores de psicoses, hanseníase e tuberculose;
assistência aos que não podiam custeá-la, aos “indigentes”:
◦ por entidades de caridade, as “Santas Casas de Misericórdia”. 
SANITARISMO CAMPANHISTA:
◦ principal característica da política de saúde até 1945;
◦ campanha contra a tuberculose (1936); 
◦ ações concentradas no combate das endemias rurais;
1923:
surge a assistência previdenciária no país com a Lei Elói Chaves (Eloy Chaves);
criou em cada uma das empresas de estrada de ferro, uma
CAIXA DE APOSENTADORIA E PENSÕES (CAP)
para os respectivos empregados;
mais tarde, em 1926, as CAPs foram estendidas aos portuários e marítimos.
CAPs, 1923 
benefícios como aposentadorias, pensões e prestação de assistência médica e
farmacêutica aos seus empregados e dependentes;
organizadas por empresas e administradas e financiadas pelos empregados e
empregadores;
o poder público destinava-se à resolução de conflitos entre a administração das CAPs e
segurados.
1929: Quebra da Bolsa de Nova Iorque / 
1930: Revolução que colocou Getúlio Vargas no poder:
◦ desvalorização do café no mercado internacional;
◦ deslocamento da economia para os centros urbanos;
◦ empreendimentos industriais na região centro-sul do país.
1933:
nasce uma nova estrutura de Previdência Social: os INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E
PENSÕES (IAPS);
não mais por empresas, mas por categorias de trabalhadores:
dos marítimos (IAPM); dos bancários (IAPB); dos empregados de transportes e cargas
(IAPTEC); dos comerciários (IAPC), dentre outros;
IAPs, 1933
-TRANSPORTARAM UMA ESTRUTURA DA SOCIEDADE CIVIL PARA O INTERIOR DO
ESTADO;
-controle progressivo deste na gestão das instituições previdenciárias;
-o presidente dos IAPs sendo nomeado pelo presidente da República;
-mudanças no financiamento com a PARTICIPAÇÃO DO ESTADO além dos empregados e
empregadores (contribuição tripartite);
-recursos centralizados nas mãos do Estado;
IAPs, 1933
criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização e importância de 
cartegoria profissional;
o primeiro foi o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), em
1933;
além da função de controle social, até meados dos anos 50, tiveram importante
papel de desenvolvimento econômico (captação de poupança);
1920 - 1945
1930:
criação do Ministério da Educação e Saúde:
passa a coordenar as ações de saúde de caráter coletivo;
1942:
criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP);
a assistência à população não vinculada ao mercado formal do trabalho continuava sendo
prestada pelo poder público ou pelas entidades de caridade.
1945 - 1966
vários países europeus:
a concepção do “Estado de Bem-Estar Social” (Welfare State);
aumento significativo dos gastos estatais nas áreas sociais;
no Brasil:
aumento do desemprego e agravo das condições sociais;
modelo alternativo de seguridade social: a Previdência Social passa a ter importância muito
grande e serviu de instrumento político-eleitoral do governo;
A PARTIR DOS ANOS 50
maior desenvolvimento industrial + maior urbanização + assalariamento da população =
maior pressão por assistência médica via institutos;
viabiliza-se o crescimento de um complexo médico hospitalar para prestar atendimento aos
previdenciários;
privilegia-se abertamente a contratação de serviços de terceiros;
a assistência médica previdenciária passa, a partir do final dos anos 1950, a consumir
recursos cada vez mais significativos;
CRIAÇÃO DO MS, 1953
incorporando a estrutura do antigo Departamento Nacional de Saúde, mantido com 
orçamento bastante escasso;
representou um desmembramento do antigo Ministério da Saúde e da Educação, 
“sem que isto significasse uma nova postura do governo e uma efetiva preocupação em
atender aos importantes problemas de saúde pública de sua competência” (POLIGNANO,S/D.) ;
a dicotomia entre a saúde pública e a atenção médica persistia;
INÍCIO DOS ANOS 1960
 aumento no número de benefícios, sem aumento da receita: crise no sistema
previdenciário, que PASSA A SER DEFICITÁRIO NO INÍCIO DOS ANOS 1960;
 1960: PROMULGADA A LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (LOPS) com o 
objetivo de uniformizar os benefícios aos segurados. 
 considerável grau de industrialização e urbanização com insatisfações populares na
área da saúde;
 1964: GOLPE MILITAR, com consequente centralização do poder na esfera
federal; 
O INPS, 1967
UNIFICAÇÃO DOS IAPs NO INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (INPS):
aumento do papel regulador do Estado;
exclusão dos trabalhadores e empregadores da gestão da previdência (apenas
financiadores);
a unificação abrangia todos os trabalhadores sujeitos à CLT, excluídos os trabalhadores
rurais, os empregados domésticos e os servidores públicos e de autarquias e que tivessem
regimes próprios de previdência.
O INPS, 1967
produto da fusão dos IAPs sofre forte influência dos técnicos do maior deles, o IAPI;
estes técnicos, os “cardeais do IAPI”, de tendências privatizantes criam as condições
necessárias ao desenvolvimento do “complexo médico-industrial”
característica marcante do período;
SOBRE A CRIAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DO INPS (1967)
todo trabalhador com carteira assinada = automaticamente contribuinte e benificiário do
novo sistema: grande volume de recursos capitalizados;
o aumento da base de contribuição associado ao crescimento econômico da década de 70
(milagre econômico), ao pequeno percentual de aposentadorias e pensões em relação ao
total de contribuintes fez com houvesse um grande acúmulo de recursos (POLIGNANO, S/D.);
o governo militar, ao unificar o sistema previdenciário se viu na obrigação de incorporar ao
INPS os benefícios já instituídos em vários IAPs, como a assistência médica;
SOBRE A CRIAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DO INPS (1967)
ao aumentar o número de contribuintes e os beneficiários e incorporar a assistência
médica, era IMPOSSÍVEL o sistema previdenciárioatender toda a população;
o governo militar se viu num dilema: onde alocar os recursos públicos para atender a
ampliação do sistema?
optou por direcioná-los para a INICIATIVA PRIVADA;
formalizaram-se convênios e contratos com a maioria dos médicos e hospitais do país:
estes grupos capitalizaram-se e provocaram aumento no consumo de medicamentos e
equipamentos hospitalares, formando o COMPLEXO MÉDICO-INDUSTRIAL;
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO 1945 - 1966
industrialização e urbanização;
mudança no quadro nosológico;
crescimento de um complexo médico-industrial e hospitalar;
normas que privilegiavam a contratação de serviços de terceiros;
o MODELO MÉDICO-ASSISTENCIAL PRIVATISTA vigorou hegemônico DOS ANOS 1960 ATÉ 
MEADOS DOS ANOS 1980.
O MODELO MÉDICO ASSISTENCIAL PRIVATISTA 
(ATÉ MEADOS ANOS 1980)
Características:
ênfase na PRÁTICA MÉDICA CURATIVA, INDIVIDUAL, ASSISTENCIALISTA E
ESPECIALIZADA em detrimento da saúde pública;
criação, mediante intervenção estatal, de um COMPLEXO MÉDICO-INDUSTRIAL
PRIVADO orientado para a geração de LUCRO;
(Oliveira e Teixeria, 1986 apud Carvalho et al, 2001)
CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO 1968 a 1980
DITADURA MILITAR;
EXTENSÃO DA COBERTURA DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE LIGADA A PREVIDÊNCIA: 
◦ 1971: inclusão dos trabalhadores rurais; 
◦ 1972: empregadas domésticas; 
◦ 1973: trabalhadores autônomos;
CRISE ECONÔMICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:
◦ ampliação da seguridade e da assistência médica a novas categorias;
◦ contratos de serviços privados sem controle por parte da previdência: CORRUPÇÃO;
MPAS (1974) / FAS (1974)
juntamente com o MPAS foi criado o FAS (FUNDO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO
SOCIAL):
possibilitou a remodelação e ampliação dos hospitais da rede privada, através de
empréstimos facilitados;
 1974: várias medidas na área social: 
 criação do MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL (MPAS);
 INPS vinculado a ele;
FAS, 1974
houve expansão da rede hospitalar com financiamento para construção de hospitais;
ampliação da contratação do setor privado para a prestação de serviços de saúde através
do PPA (PLANO DE PRONTA AÇÃO).
1975: DICOTOMIA NA SAÚDE
definição dos campos de atuação:
MINISTÉRIO DA SAÚDE:
◦ medidas e atendimentos coletivos, inclusive vigilância sanitária; e 
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL:
◦ atendimento médico-assistencial privatista.
ou seja: é oficializada a separação da questão da saúde.
MUDANÇAS IMPORTANTES A PARTIR DA METADE DA DÉCADA DE 1970
CRESCIMENTO DAS DISCUSSÕES sobre reformas nas políticas de saúde;
ganha corpo o movimento da REFORMA SANITÁRIA;
surgimento dos DEPARTAMENTOS DE MEDICINA PREVENTIVA nas universidades brasileiras,
com a proposta de MEDICINA COMUNITÁRIA (originda nos EUA) e o CONCEITO DE APS:
forma de oposição ao sistema de saúde vigente;
algumas experiências como PIASS (PROGRAMA DE INTERIORIZAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE
E SANEAMENTO) tornam-se ações concretas da aplicação dos princípios da APS e da
medicina comunitária.
PIASS, 1976
visava implantar uma estrutura básica de saúde pública em comunidades de até 20 mil 
habitantes;
diretrizes: 
◦ ampla utilização de pessoal auxiliar;
◦ ênfase na detecção de doenças transmissíveis e mais comuns;
◦ ações de saúde de baixo custo e alta eficácia;
◦ ampliação de cobertura por unidades de saúde simples, apoiadas por outras de maior
porte;
◦ sistema de rede regionalizado, hierarquizado;
◦ participação comunitária;
PIASS, 1976
consequências:
primeiro programa de medicina simplificada do nível federal;
permitiu a entrada de técnicos do “movimento sanitário” no interior do aparelho do
estado;
o programa foi estendido a todo o território nacional: grande expansão da rede
ambulatorial pública;
CRIAÇÃO DO INAMPS –
INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA 
PREVIDÊNCIA SOCIAL (1978)
pela complexificação do sistema de assistência médica do INPS 
(do ponto de vista adminsitrativo e financeiro). 
CRISE DO FINAL DOS ANOS 70
o modelo econômico da ditadura miltar entra em crise;
o capitalismo internacional passa por um período de crise = diminuição do fluxo
de capital estrangeiro = país diminuiu o ritmo de crescimento;
os pobres ficam mais pobres e os ricos mais ricos: 
◦ aumento das desigualdades de renda;
população: 
◦ baixos salários, desemprego, marginalidade, crescimento das favelas, da mortalidade infantil. 
CRISE DO FINAL DOS ANOS 70
crise generalizada: 
perda do poder aquisitivo dos salários; 
intenso êxodo rural; 
crescimento da população à margem do sistema de assistência à saúde: 
críticas ao modelo político-econômico praticado pela ditadura (através análises
sociológicas, manifestações políticas legais e ilegais, jornais satíricos, greves, 
etc.); 
CRISE DO FINAL DOS ANOS 70: 
O SISTEMA PREVIDENCIÁRIO MOSTRA SUAS FRAGILIDADES
por ter priorizado a medicina curativa: incapaz de solucionar principais problemas, epidemias,
etc;
aumentos constantes dos custos da medicina curativa (complexidade crescente);
diminuição do crescimento econômico: diminuição da arrecadação previdenciária;
incapacidade do sistema em atender uma população de marginalizados cada vez maior;
desvios de verbas do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores;
dificuldades de repasse de recursos do tesouro para o sistema previdenciário (deveria ser
tripartite).
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO PERÍODO 1980-1990
enfraquecimento e QUEDA DA DITADURA MILITAR;
TRANSIÇÃO DEMOCRÁTICA do país;
discussão, redação e APROVAÇÃO da nova e atual CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988);
processo de CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA POLÍTICA PARA O SETOR SAÚDE ;
OS ANOS 1980
No início dos anos 80, em meio a uma crise financeira na 
Previdência Social, o governo federal adotou medidas 
racionalizadoras para programas, ações e custos da atenção 
médica
surgimento de vários projetos de cunho reformista.
PREV-SAÚDE (1980)
outubro de 1980:
MS e MPAS apresentam anteprojeto do PROGRAMA NACIONAL DE SERVIÇOS BÁSICOS DE
SAÚDE (PREV-SAÚDE);
◦ acabou por se esvaziar diante do recuo do próprio governo federal mediante a alegação de falta de
recursos financeiros para sua implantação;
“PACOTE DA PREVIDÊNCIA”:
◦ aumento da contribuição previdenciária para empregados e empregadores;
PLANO CONASP (1981)
1981: criação do CONSELHO CONSULTIVO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE
PREVIDENCIÁRIA (CONASP), ligado ao INAMPS, numa tentativa de conter custos e
combater fraudes;
PLANO CONASP (PLANO DE REORIENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO ÂMBITO DA
PREVIDÊNCIA SOCIAL):
para racionalizar despesas e controlar gastos;
iniciou com a fiscalização rigorosa da prestação de contas dos prestadores de serviços
credenciados;
teve oposição da Federação Brasileira de Hospitais e de medicina de grupo;
OS ANOS 1980
PLANO CONASP (Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência
Social).
teve como principal desdobramento a implantação das AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE 
SAÚDE).
AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983
buscavam a reorganização institucional da assistência à saúde, evitando ações paralelas e
simultâneas;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO E CULTURA;
visavam um novo modelo assistencial que incoporava o setor público, procurando
INTEGRAR AÇÕES CURATIVAS, PREVENTIVAS E EDUCATIVAS ao mesmo tempo.
AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983
PRINCÍPIOS DAS AIS: 
◦ universalidade no atendimento;
◦ integralidade;
◦ equidade da atenção;
◦ regionalização e hierarquização dos serviços;
◦ descentralização das ações e do poder decisório;
◦ democratização através da participação da sociedade civil;
◦ controle pelos usuários;
◦ …
AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983
coincidiram com o movimento detransição democrática;
a Previdência passa a comprar e pagar serviços prestados por estados,
municípios, hospitais filnatrópicos, públicos e universitários;
NA PRÁTICA:
◦ prefeituras receberiam recursos federais oriundos da Previdência mediante pagamento
por serviços prestados (médico, odontológico e de enfermagem) realizados pelos
municípios;
◦ um dinheiro novo, complementar = acréscimo de recursos aos serviços municipais de
saúde até então bancados por recursos do orçamento municipal;
AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE, 1983
FINANCIAMENTO:
◦ parceria com participação do INAMPS, Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde com a constituição de
Fundo Único; repasses sob a compra de serviços;
RESULTADOS PROPORCIONADOS PELAS AIS:
◦ cobertura de mais de 2.500 municípios e quase 90% da população;
◦ fortalecimento da rede ambulatorial, contratação de pessoal, etc.
portanto, “UMA PONTE ESTRATÉGICA PARA O SUS”.
O FIM DO REGIME MILITAR
pelo MOVIMENTO DIRETAS JÁ (1985) e a ELEIÇÃO DE TANCREDO NEVES;
diversos movimentos sociais, incluindo a saúde;
eleição da ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE (1986) e promulgação da NOVA
CONSTITUIÇÃO (1988);
◦ setor médico privado, que se beneficiou do modelo médico-privatista desde 64 (por 15 anos), a partir do
momento que o setor público entrou em crise, passou a formular estruturações (não tinha mais como se
manter e se “nutrir”) e direcionou seu modelo para parcelas da população: foi concebido o SUBSISTEMA
DE ATENÇÃO MÉDICO-SUPLETIVA (que cresce vertiginosamente).
O IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA UNIFICADO E 
DESCENTRALIZADO DE SAÚDE (SUDS), 1987
objetivo de contribuir para a consolidação e o desenvolvimento qualitativo das AIS;
buscou-se a criação dos SUDS nos Estados: diretrizes que reconheciam a necessidade de 
reformulação do sistema nacional de saúde;
principais consequências do SUDS: 
◦ concentração de poder nas secretarias estaduais de saúde;
◦ início do desmonte do INAMPS. 
OS ANOS 1980
“Um (árduo) caminho para o SUS”
RELEMBRANDO…
A IMPORTÂNCIA DOS ANOS 1980
implantação das Ações Integradas de Saúde (AIS);
enfraquecimento e queda da ditadura militar;
transição democrática do país;
implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS);
discussão, redação e aprovação da Constituição Federal;
processo de construção de uma nova política para o setor saúde.
destaca-se o papel do Movimento de Reforma Sanitária ao longo do período.
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA
incitou o surgimento de questionamentos acerca da concepção de saúde, até então
restrita à dimensão biológica e individual;
consolidou a luta pela descentralização da saúde;
acentuou o desejo de mudança do modelo assistencial hegemônico.
Fleury (1992) apud Souza (2005)
surgiu num contexto singular da sociedade brasileira, embalado por outros movimentos 
sociais que emergiram frente aos processos de redemocratização do país, na década de 
setenta, e que reivindicavam principalmente melhores condições de vida e ampliação da 
abertura democrática no país. 
MOVIMENTO DA REFORMA 
SANITÁRIA
o movimento da Reforma Sanitária constituiu um conjunto organizado de pessoas e 
grupos, partidários ou não, articulados ao redor de um projeto. Sua caracterização poderia 
se dar a partir de três tipos de práticas: teórica, com a formulação de saberes; ideológica, 
que envolve a transformação da consciência sanitária e a política, que vislumbrava 
transformações sociais.
(Escorel, 1988 apud Souza, 2005)
MOVIMENTO DA REFORMA 
SANITÁRIA
“o movimento da Reforma Sanitária brasileira sempre pretendeu produzir uma mudança 
cultural na sociedade tendo a saúde como eixo de transformação, assim como modificar 
as políticas do Estado sem limitar-se a mudanças setoriais ou a políticas de governo. Ela 
deve ser tida como uma reforma democrática do Estado, de caráter processual e ainda 
inconcluso. Esse processo exige a permanente reflexão sobre os rumos, resultados e 
procedimentos” 
(ABRASCO & CEBES apud Souza, 2005).
MOVIMENTO DA REFORMA 
SANITÁRIA
“O arcabouço institucional do SUS deriva das reivindicações postas pelo movimento sanitário 
desde a década de 70, quando, no contexto da luta pela redemocratização do país e da 
construção de uma sociedade mais justa, um conjunto expressivo de intelectuais e militantes 
se engajou no esforço de construir uma crítica ao então sistema nacional de saúde e às 
práticas de saúde então hegemônicas”
(Mattos, 2001:40-41). 
“A Reforma Sanitária se caracterizou, então, como um movimento por direitos humanos, por 
melhores condições de vida da população. Ganhou força junto ao movimento para 
democratização do país, constituindo-se sobretudo como movimento social. Tornou-se 
necessário discutir novas formas de relações sociais, de organizações e estabelecimentos 
que atendessem melhor às necessidades de saúde e que proporcionassem melhor 
qualidade de vida”.
(Souza, 2005)
"Está em curso uma reforma democrática não 
anunciada ou alardeada na área da saúde. A 
Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta 
contra a ditadura, com o tema Saúde e 
Democracia, e estruturou-se nas universidades, 
no movimento sindical, em experiências 
regionais de organização de serviços. Esse 
movimento social consolidou-se na 8ª 
Conferência Nacional de Saúde, em 1986, na 
qual, pela primeira vez, mais de cinco mil 
representantes de todos os seguimentos da 
sociedade civil discutiram um novo modelo de 
saúde para o Brasil. O resultado foi garantir na 
Constituição, por meio de emenda popular, que 
a saúde é um direito do cidadão e um dever do 
Estado."
Sergio Arouca, 1998.
(http://bvsarouca.cict.fiocruz.br)
REFORMA SANITÁRIA
“No Brasil de 1986, a tônica era a saúde. Conhecida afetuosamente pelos militantes da 
reforma sanitária pela alcunha de “oitava”, aquela conferência reuniu em Brasília mais de 
quatro mil delegados de todas as regiões e classes sociais, em jornadas que avançavam 
pela madrugada e chegavam a se prolongar por até 14 horas. O que meses antes parecia 
mais uma das “loucuras” – é assim que os mortais comuns vêem as idéias dos idealistas –
de Arouca se tornara realidade: a CNS conseguia pela primeira vez em quase 45 anos de 
história ser verdadeiramente popular...”
A “OITAVA” CONFERÊNCIA NACIONAL DE 
SAÚDE
“(…) Sim, porque da primeira (em 1941) à sétima (em 1980), os debates se restringiam às 
ações governamentais, com a participação exclusiva de deputados, senadores e 
autoridades do setor. A intenção de Arouca era a de abrir mesmo, e assim ouvir as 
incontáveis experiências na área que existiam Brasil afora. Reunir brasileiros para saber e 
discutir como vivem esses brasileiros, quais as suas condições de saúde, que melhorias 
almejam. Deixar de contar a saúde pelos números e passar a enxergar cidadãos”.
(http://bvsarouca.cict.fiocruz.br)
A CNS foi aberta numa segunda-feira, 17 de março de 1986, pelo presidente José 
Sarney, que assumira em definitivo depois da morte de Tancredo Neves. Em seu 
discurso, para uma platéia que lotara o Ginásio de Esportes de Brasília, Sarney 
afirmou que a Conferência representava a “pré-Constituinte da Saúde”. Arouca, feliz 
com a grande representatividade obtida pela Oitava, disse que aquele era “o evento 
mais significativo em termos de debate da política de saúde já acontecido na história 
do país”. Durante cinco dias, quase cinco mil pessoas, entre delegados e 
observadores, discutiram a saúde em 98 grupos de trabalho. 
(http://bvsarouca.cict.fiocruz.br)
Três macrotemas reuniram os grupos: Saúde como direito, Reformulação 
do Sistema Nacional de Saúde e Financiamento do setor. Os itens acima 
mereceram, no relatório final da CNS, respectivamente, 13, 27 e nove 
artigos, aprovados por larga margem na plenária final.O boicote levado a 
cabo pelo setor privado, que poucos dias antes decidiu se ausentar da 
Conferência, não impediu a discussão produtiva também desse item da 
pauta.
(http://bvsarouca.cict.fiocruz.br)
Um dos grandes momentos da Oitava foi o consenso obtido em torno da criação do 
Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que depois se transformaria no SUS. A 
interdependência entre política social e econômica e a conceituação dos serviços de 
saúde como públicos e fundamentais para a população foram outras importantes 
definições feitas pela CNS. Mas o legado mais precioso da Conferência foi a consolidação 
da idéia da Reforma Sanitária – que voltaria à agenda, com força, durante a Constituinte 
(1987-88).
(http://bvsarouca.cict.fiocruz.br)
conhecida como a “Constituição 
Cidadã”: reconhecimento de muitos 
direitos de cidadania;
saúde reconhecida como um direito 
de todos e dever do Estado
delineia um sistema único (SUS), 
integrado pelas ações e serviços 
públicos de saúde, mas do qual 
podem participar, em caráter 
complementar, instituições privadas.
Mattos (2001)
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 
1988
A Constituição de 1988 - promulgada por Ulysses 
Guimarães 
PREMISSAS DA HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO PAÍS
a evolução das políticas está relacionada diretamente à evolução política, social e
econômica da sociedade;
o capitalismo nacional e internacional influenciou o comportamento das políticas;
a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro;
os problemas tornaram-se foco de atenção quando se tornaram epidemias;
as ações de saúde propostas pelo governo sempre incorporaram os problemas de saúde
que atingiam grupos organizados e de regiões importantes do país;
PREMISSAS DA HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO PAÍS
a conquista de direitos sociais (saúde e previdência) tem sido sempre uma resultante de
lutas, de organização e de reivindicação dos trabalhadores brasileiros e nunca uma dádiva
do estdo;
devido a uma falta de clareza e de definição em relação à política de saúde, a história da
saúde se confunde com a história da previdência social em certos períodos;
a dualidade entre medicina curativa e preventiva sempre foi uma constante nas diversas
políticas implementadas pelos vários governos.
princípios e fundamentos do sistema único
de saúde
(sus)
a importância dos anos 1980
implantação das ações integradas de saúde (ais, 1983);
enfraquecimento e queda da ditadura militar;
transição democrática do país;
implantação do sistema unificado e descentralizado de saúde
(suds, 1987);
discussão, redação e aprovação da cf;
processo de construção de uma nova política para o setor
saúde;
importância do movimento de reforma sanitária no período.
conhecida como a “constituição 
cidadã”: reconhecimento de muitos 
direitos de cidadania;
saúde reconhecida como um direito de 
todos e dever do estado;
delineia um sistema único (sus) mattos
(2001)
a constituição federal de 1988
seção ii
da saúde
art. 196. a saúde é direito de todos e dever do 
estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e 
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.
o conceito de saúde
constituição federal de 1988
art. 197. são de relevância pública as ações e serviços de saúde, 
cabendo ao poder público dispor, nos termos da lei, sobre sua 
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser 
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado.
fatores sociais
fatores 
políticos
fatores 
econômicos
fatores 
culturais
saúde
não é responsabilidade única
do setor saúde
não é só uma conquista
individual
sociedade específica
art. 198. as ações e serviços públicos de saúde integram 
uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes:
i - descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo;
ii - atendimento integral, com prioridade para as atividades 
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
iii - participação da comunidade.
o sistema único e suas diretrizes
constituição federal de 1988
art. 199. a assistência à saúde é livre à iniciativa 
privada.
§ 1º - as instituições privadas poderão participar de forma 
complementar do sistema único de saúde, segundo 
diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou 
convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem 
fins lucrativos.
§ 2º - é vedada a destinação de recursos públicos para 
auxílios ou subvenções às instituições privadas com 
fins lucrativos.
participação da iniciativa privada no sus
constituição federal de 1988
art. 200. ao sistema único de saúde compete, além 
de outras atribuições, nos termos da lei:
i - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e 
substâncias de interesse para a saúde e participar da 
produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
ii - executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador;
competências do sus
constituição federal de 1988
art. 200. ao sistema único de saúde compete, além 
de outras atribuições, nos termos da lei:
iii - ordenar a formação de recursos humanos na área de 
saúde;
iv - participar da formulação da política e da execução das 
ações de saneamento básico;
v - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento 
científico e tecnológico;
competências do sus
constituição federal de 1988
vi - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido 
o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano;
vii - participar do controle e fiscalização da produção, 
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos;
viii - colaborar na proteção do meio ambiente, 
nele compreendido o do trabalho.
competências do sus
constituição federal de 1988
mas, que ele é ?
sistema único de saúde
formado por instituições dos três níveis de governo (união, estados e 
municípios);
complementado pelo setor privado contratado e conveniado;
atua com as mesmas normas do serviço público.
(natalini, 2002)
a ideia de sistema
série de organismos que
trabalham em conjunto, para uma
mesma finalidade.
a ideia de sistema
“é um engano imaginar um sistema de saúde que só trate da 
questão estrita da assistência médica, ele tem de apresentar 
uma concepção mais ampla. é claro, que o objeto 
fundamental dele vai ser o cuidado com a saúde das pessoas, 
que vai além da assistência médica, tem outras dimensões, 
mas ele tem de procurar contemplar o contexto social no qual 
está inserido”. 
(elias, p.e., 2002:14-15)
sistemas de saúde
 sistema: conjunto de elementos conectados entre si por 
alguma forma de relação, funcionando como uma estrutura 
organizada;
cada sistema apresenta particular nível de 
organização e constitui uma unidade de 
observação, cujos elementos podem ser descritos e 
analisados nos próprios limites;
sistema único de saúde
antes do sus o acesso gratuito à saúde não era universal:
o atendimento gratuito se dava em alguns hospitais estatais e universitários, em 
instituições filantrópicas ou nos postos e hospitais de institutos de previdência para 
seus associados. 
é evidente, portanto, que esta mudança radical enfrenta os mais diversificados 
problemas.
o sus deve:
atender a todos, de acordo com suas necessidades, independemente
de pagamento;atuar de maneira integral, com as ações de saúde voltadas para o 
indivíduo e para a comunidade, com ações de promoção, prevenção e 
tratamento;
ser descentralizado, com o poder de decisão pertencendo aos
responsáveis pela execução das ações; 
(natalini, 2002:165-166)
o sus deve:
ser racional, oferecendo ações e serviços de acordo com as 
necessidades da população, ser planejado para suas populações;
ser eficiente e eficaz, produzindo resultados com qualidade;
ser democrático, assegurando o direito de participação de 
todos os segmentos envolvidos com o sistema;
ser equânime, ou seja, o sistema deve estar atento às
desigualdades. 
(natalini, 2002:166)
o modelo da pirâmide
para representar o sistema de saúde;
disseminado pela opas por toda a américa latina;
inspirado no sistema nacional de saúde inglês;
orienta boa parte das medidas de racionalização no 
sistema de saúde: primário, secundário e terciário;
essa organização pode ter um grande impacto nas 
condições de saúde da população;
atenção primária
atenção secundária
atenção terciária
visualização dos 3 níveis de atenção à saúde e do 
sistema de referência e contra-referência.
o modelo da pirâmide
a diferença da assistência primária para a secundária ou 
para a terciária refere-se praticamente a 3 eixos:
incorporação da tecnologia material;
capacitação profissional;
perfil de morbidade. 
o modelo da pirâmide
a ideia básica: fazer com que o indivíduo (usuário-doente) acesse 
os serviços pela atenção primária;
aquilo que não se consegue resolver neste nível será 
encaminhado para o secundário;
o nível secundário, por sua vez, irá referir para o terciário as 
situações nas quais não está capacitado a atender.
do sistema piramidal para a rede
mendes, 2002
4o.
3o.
2o.
1o.
aps
a gestão do sus
o município é o principal responsável pela saúde pública 
de sua população; 
a partir do pacto pela saúde (2006), o gestor 
municipal passa a assumir imediata ou paulatinamente a 
plenitude da gestão das ações e serviços de saúde oferecidos 
em seu território.
(entendendo o sus, 2006).
financiamento do sus
a união é o principal financiador da saúde pública no 
país.
historicamente, metade dos gastos é feita pelo governo 
federal, a outra metade fica por conta dos estados e municípios. 
a união formula políticas nacionais, mas a 
implementação é feita por seus parceiros (estados, 
municípios, ongs e iniciativa privada).
(entendendo o sus, 2006).
pacto pela saúde
estados e municípios poderão receber os recursos federais 
por meio de 5 blocos de financiamento: 
atenção básica; 
atenção de média e alta complexidade; 
vigilância em saúde; 
assistência farmacêutica; e
gestão do sus. 
antes do pacto, havia mais de 100 formas de repasses de recursos 
financeiros, o que trazia dificuldades para sua aplicação.
(entendendo o sus, 2006).
ec 29/2000 
financiamento para o sus
assegura a co-participação da união, dos estados, do 
distrito federal e dos municípios no financiamento;
define quais tipos de gastos são da área de 
saúde e quais não podem ser considerados gastos em 
saúde;
(entendendo o sus, 2006).
os gastos da união devem ser iguais ao do ano 
anterior, corrigidos pela variação nominal do produto 
interno bruto (pib).
os estados devem garantir 12% de suas receitas 
para o financiamento à saúde;
e que os municípios precisam aplicar pelo 
menos 15% de suas receitas.
(entendendo o sus, 2006).
ec 29/2000 
financiamento para o sus
lei 8.080/90
complementa a definição de saúde dada na constituição 
de 1988;
identifica:
a universalidade de acesso em todos os níveis;
a integralidade ; e
a equidade.
lei 8.142/90
agrega a participação da comunidade, por meio de suas
entidades representativas;
a comunidade pode participar da formulação das
políticas de saúde e do controle de sua
execução em todos os níveis;
ocorre nos conselhos e conferências de
saúde.
sus - princípios doutrinários
os princípios doutrinários são expressos através da:
integralidade;
universalidade; e
equidade.
(roncalli, 2003).
sus - princípios organizativos
dizem respeito à:
descentralização com comando único;
regionalização;
hierarquização; e
participação popular.
(roncalli, 2003).
princípios 
doutrinários integralidade
universalidade equidade
princípios 
organizativos
descentralização
regionalização hierarquização
participação 
popular
cf, 1988, lei 8.80/90, lei 8.142/90, 
decreto 7508/2011.
remete à concepção de saúde enquanto um 
direito de cidadania.
universalidade
“o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, 
assim como àqueles contratados pelo poder público”.
(ms, abc do sus, 1990)
todas as pessoas passam a ter o direito à saúde.
rompe com o modelo excludente anterior em que 
somente os contribuintes da previdência social tinham direito 
à assistência à saúde.
(roncalli, 2003).
universalidade
“assegurar ações e serviços de todos os níveis de 
acordo com a complexidade que cada caso requeira” 
“todo cidadão é igual perante o sus e será 
atendido conforme suas necessidades” 
(ms, abc do sus, 1990).
equidade
priorizar os recursos disponíveis
para aqueles que mais necessitam
de atenção.
equidade
“cada pessoa é um todo indivisível e integrante 
de uma comunidade” (ms, abc do sus, 1990).
“as ações de promoção, proteção e recuperação da 
saúde formam também um todo indivisível e não podem 
ser compartimentalizadas” 
(ms, abc do sus, 1990).
dimensão indivíduo:
dimensão serviços de saúde:
integralidade
integralidade
o indivíduo é concebido como um ser integral,
biopsicossocial;
deverá ser atendido com esta visão integral por um
sistema de saúde também integral voltado a
promover, proteger e recuperar sua saúde” (ms, abc do sus,
1990).
 o indivíduo, quando busca o sus, deseja resolver seu 
problema de saúde;
 os serviços devem estar preparados para enfrentar os 
problemas e demandas em sua complexidade;
resolutividade
promoção de saúde
representa o somatório das ações da população, dos 
serviços de saúde, das autoridades sanitárias e 
dos outros setores sociais.
dirigido para o desenvolvimento de melhores 
condições de saúde.
nunes, 2002.
prevenção de doenças e de 
acidentes
busca-se realizar intervenções que procuram evitar
esses eventos, atuando sobre problemas
específicos ou sobre um grupo de problemas
de modo a alcançar pessoas ou grupos em
risco de adoecer ou de se acidentar. 
nunes, 2002.
prevenção de doenças e de 
acidentes
representam ações individuais de 
prevenção:
- imunizações;
- controle pré-natal;
- educação para a saúde;
- diagnóstico precoce de algumas
doenças crônicas.
representam ações preventivas gerais:
-controle da emissão de poluentes;
-fluoretação da água;
-controle sanitário dos alimentos.
nunes, 2002.
atenção curativa
destinada para a cura ou cuidado dos doentes, para 
o prolongamento da vida, para a diminuição das 
dores e para a reabilitação das sequelas. 
deve ser provida de forma adequada e 
oportuna, de modo a contribuir para a 
melhoria da qualidade de vida dos 
moradores do município. nunes, 2002.
 permite maior conhecimento dos problemas de saúde;
 favorece as ações de vigilância, controle de vetores,
educação em saúde, atenção ambulatorial e hospitalar
em todos os níveis;
regionalização e hierarquização
resolve em torno de 5% dos problemas de saúde.
resolve em torno de 15% dos problemas de saúde.
resolve entre 75 e 85% dos problemas de 
saúde.
regionalizaçãoe hierarquização
atenção básica no sus
média complexidade
alta complexidade
conveniados
referência
no sus
é o processo de transferência de 
responsabilidades de gestão para os 
municípios.
descentralização
o sus de a a z, 2005.
é um direito e um dever da sociedade; 
é dever do poder público garantir as 
condições para essa participação;
o sus no município, 2004.
participação popular e 
controle social
ficou assegurada na lei 8.142/90;
por meio de duas instâncias colegiadas em cada esfera de
governo:
◦ as conferências de saúde;
◦ os conselhos de saúde.
participação dos cidadãos no sus
em cada município existe um conselho municipal de 
saúde (cms).
participação dos cidadãos no sus
composição dos conselhos de 
saúde
 25% de representantes de entidades 
governamentais e prestadores de serviços;
 25% de representantes de trabalhadores da 
saúde;
 50% de usuários dos serviços de 
saúde do SUS.
os conselhos são órgãos de caráter permanente
e deliberativo: 
 devem funcionar por tempo indeterminado, reunindo-se 
regularmente;
 têm o direito de tomar decisões relativas à política de saúde a ser
executada.
participação dos cidadãos no sus
carvalho et al, 2001.
 as reuniões do cms são abertas ao público em geral;
 os conselheiros são responsáveis por:
definir o que é preciso ser feito em cada município, na área da 
saúde;
 fiscalizar as verbas destinadas;
 acompanhar o funcionamento do sus para a população. 
participação dos cidadãos no sus
em cada nível de governo;
se reúnem em intervalos maiores: não superiores a 
cada 4 anos;
com representantes dos vários segmentos sociais;
as conferências de saúde
carvalho et al, 2001.
devem ser convocadas pelo poder executivo ou, 
excepcionalmente, pelo conselho de saúde;
objetivos:
◦ avaliar situação de saúde;
◦ propor diretrizes para a política de saúde;
de caráter consultivo: podem levantar questões e 
propor soluções, mas sem poder de decisão.
as conferências de saúde
carvalho et al, 2001.
14ª CNS, BRASÍLIA, 2011. 
fiscalize e denuncie!
caso haja qualquer tentativa de cobrança em atendimento pelo sus, o 
cidadão deve denunciar aos seguintes órgãos: (procure no seu município)
-conselho municipal de saúde;
-secretaria municipal de saúde;
-promotoria pública;
-coordenadoria regional de saúde;
-delegacia de polícia mais próxima;
-conselho regional de saúde.
BIBLIOGRAFIA
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em: http://www.saude.mt.gov.br/upload/documento/16/historia-das-politicas-de-saude-no-brasil-[16-
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http://bvsarouca.cict.fiocruz.br
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MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1990. ABC DO SUS.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Entendendo o SUS. Brasília, 2006. 28p. disponível em <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=136>. Acesso em 
10ago2012.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria N. 399/GM de 22 de fevereiro de 2006. 
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2005. 
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Coletiva: Planejando ações e promovendo saúde (Antônio Carlos Pereira et al). Porto Alegre: Artmed;
SILVEIRA FILHO, A. D., 2002. A Saúde Bucal no PSF: o desafio de mudar a prática. Revista Programa Saúde da Família, dezembro de 2002;

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