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RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: UMA REVISÃO DA LITERATURA

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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE - CNEC 
FACULDADE CNEC SANTO ÂNGELO 
CURSO DE GRADUAÇÃO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
SOLANGE DIANE ROHENKOHL 
 
 
 
 
RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS 
APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: 
UMA REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo Ângelo 
 2017
 
 
 
 
 
SOLANGE DIANE ROHENKOHL 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS 
APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: 
UMA REVISÃO DA LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
Artigo de Conclusão do Curso de 
Graduação realizado na Faculdade CNEC 
Santo Ângelo, sob orientação da Profª. 
Cátia Carina Kitzmann. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santo Ângelo (RS) 
2017
 
 
 
 
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE – CNEC 
FACULDADE CNEC SANTO ÂNGELO 
CURSO DE GRADUAÇÃO DE FISIOTERAPIA 
 
 
 
 
 
 
RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS 
APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: 
UMA REVISÃO DA LITERATURA 
 
ELABORADO POR 
SOLANGE DIANE ROHENKOHL 
 
 
 
COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE 
BACHAREL EM FISIOTERAPIA 
 
 
A BANCA EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, 
APROVA O ARTIGO CIENTIFICO 
 
 
 
Profª. Esp. Cátia Carina Kitzmann – Orientadora – Faculdade CNEC Santo Ângelo 
 
 
 
Profº. Ms. João Carlos Comel – Avaliador – Faculdade CNEC Santo Ângelo 
 
 
 
Profª. Me. Juliana Barbosa Sarturi Chiusa – Avaliadora – Faculdade CNEC Santo 
Ângelo 
 
 
 
 
 
 
Santo Ângelo, 12 de Dezembro de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
Dedico esse trabalho à minha mãe, 
Teresinha Lúcia Rohenkohl, que sempre 
me guiou e iluminou, permitindo que eu 
tivesse forças para seguir e realizar meu 
sonho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço à minha família, por sua 
capacidade de acreditar e investir em 
mim. Por todo cuidado e dedicação que 
eu recebi, e em alguns momentos, a 
esperança para que eu pudesse seguir. 
Esse apoio significou segurança e certeza 
de que não estou sozinha nessa 
caminhada. 
 
 
 
 
¹Acadêmica do 8° semestre do Curso de Fisioterapia na Faculdade CNEC Santo Ângelo – 
soli_rohenkohl@hotmail.com 
² Especialista em Fisioterapia Neurofuncional. Orientadora. Professora do Curso de Fisioterapia na 
Faculdade CNEC Santo Ângelo – catiakitz@yahoo.com.br 
RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS 
APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: 
UMA REVISÃO DA LITERATURA 
 
Solange Diane Rohenkohl1, Cátia Carina Kitzmann2 
 
RESUMO 
 
Introdução: O Acidente Vascular Cerebral é a terceira causa mais comum de 
morte em países em desenvolvimento, ficando para trás apenas das doenças 
coronarianas e do câncer, sendo o principal causador de incapacidade física no 
mundo. É definido como uma disfunção vascular isquêmica ou hemorrágica que 
pode atingir diferentes regiões do encéfalo, sendo que é a localização e a extensão 
da lesão provocada pelo AVC que vão definir os sinais e sintomas da doença. 
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi analisar quais os métodos e técnicas 
utilizadas para o tratamento fisioterapêutico do membro superior acometido em 
pacientes após AVC. Método: Sendo caracterizado por uma revisão descritiva da 
literatura realizada através dos bancos de dados Scielo e Bireme, publicados nos 
últimos dez anos, nos idiomas português e espanhol. Resultados: Foram 
selecionados (06) seis artigos envolvendo tratamento do membro superior 
acometido pelo AVC e dentre os benefícios encontrados destacam-se o aumento da 
amplitude de movimento e melhora da função motora. Conclusão: Baseado nos 
resultados encontrados nessa revisão, pode-se concluir que os protocolos de 
reabilitação fisioterapêutica proporcionam um resultado satisfatório aos indivíduos 
que carecem, sendo importante padronizar protocolos, tornando-os mais adequados 
e específicos, de modo que atenda às necessidades clínicas individuais e o período 
de tempo satisfatório para a sua reabilitação. 
 
Palavras-chave: Acidente vascular cerebral, membro superior, fisioterapia e 
tratamento. 
 
ABSTRACT 
 
Introduction: Stroke is the third most common cause of death in developing 
countries, falling behind only coronary heart disease and cancer, being the leading 
cause of physical disability in the world. It is defined as an ischemic or hemorrhagic 
vascular dysfunction that can reach different regions of the brain, being the location 
and extent of the injury caused by the stroke that will define the signs and symptoms 
of the disease. Objetctive: The aim of the present study was to analyze the methods 
and techniques used for the physiotherapeutic treatment of the upper limb affected in 
patients after stroke. Method: Being characterized by a descriptive review of the 
literature carried out through the Scielo and Bireme databases, published in the last 
7 
 
 
ten years, in the Portuguese and Spanish languages. Results: Six (06) articles 
involving treatment of the upper limb affected by stroke were selected and among the 
benefits found were the increase in range of motion and improvement of motor 
function. Conclusion: Based on the results found in this review, it can be concluded 
that physiotherapeutic rehabilitation protocols provide a satisfactory result to the 
individuals who need it, and it is important to standardize protocols, making them 
more adequate and specific, so that it meets the individual clinical needs and the 
period satisfactory time for rehabilitation. 
 
 Keywords: Stroke, upper limb, physiotherapy, treatment. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo Carr et al., (2008) é definido 
como uma disfunção vascular isquêmica ou hemorrágica que pode atingir diferentes 
regiões do encéfalo, sendo que é a localização e a extensão da lesão provocada 
que vão definir os sinais e sintomas da doença. De acordo com Mota (2017), o AVC 
isquêmico refere-se a forma mais comum, ocorrendo em 80% dos casos. É causado 
pela obstrução de artérias por meio de placas de ateroma ou por êmbolos 
sanguíneos que atingem vasos de menor calibre. Já o AVC hemorrágico ocorre com 
menos frequência na população mundial, porém, sendo mais lesivo e debilitante. A 
hipertensão ocasiona lesões crônicas nas artérias cerebrais ocasionando pequenas 
herniações ou microaneurismas, que podem romper, levando a um extravasamento 
de sangue e consequentemente gerando um processo inflamatório e a morte 
neuronal secundária. Como geralmente esse processo ocorre nas artérias 
profundas, o extravasamento de sangue pode comprometer as estruturas 
importantes como o tálamo, núcleo lentiforme e tronco cerebral. 
A incidência de AVC é a terceira causa mais comum de morte em países em 
desenvolvimento, ficando para trás apenas das doenças coronarianas e do câncer, 
sendo o principal causador de incapacidade física no mundo (TREVISAN et al., 
2010; RAIMUNDO et al., 2011). O prognóstico para estes pacientes depende de 
fatores como o tratamento precoce e a terapia física adequada, evitando 
encurtamento muscular, dor e outras consequências (CARDOSO et. al., 2007). 
Conforme apresentações de Mazzola et al., (2007), são fatores de pré-
disposição a hipertensão arterial, aterosclerose, diabetes mellitus, cardiopatas, 
tabagismo, etilismo, sedentarismo e o uso de anticoncepcionais orais que também 
são considerados fatores de risco. 
8 
 
 
Osestudos de Raimundo et al., (2011), descrevem que em seguida ao AVC, 
geralmente há presença de déficits musculoesqueléticos, alterações sensoriais e 
cognitivas, levando o paciente a apresentar dificuldades na execução de atividades 
básicas de vida diária. Esses déficits ocorrem sempre ao lado contralateral à lesão, 
podendo ser apenas uma paresia ou uma paralisia total. As manifestações clinicas 
podem ser determinadas por fraqueza muscular, espasticidade e padrões motores 
atípicos, dificultando ou incapacitando o hemicorpo contralateral (MEDEIROS et. al., 
2002; UMPHRED, 1994). 
Dessa forma, a fisioterapia possui papel importante na prevenção de dores no 
ombro, reduzir ou eliminar disfunções na sensibilidade, favorecer o retorno linfático, 
preservar e ampliar a amplitude dos movimentos, tanto ativos como passivos. Além 
de reeducar e melhorar as capacidades motoras funcionais, permitindo que o 
paciente consiga a maior automonia possível (BECKER et. al., 2008). 
Para tanto, este trabalho tem como objetivo analisar quais os métodos e 
técnicas utilizadas para o tratamento fisioterapêutico do membro superior (MMSS) 
em pacientes acometidos pelo AVC. 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 O presente estudo consiste em uma revisão descritiva da literatura, realizada 
por meio de uma busca nos bancos de dados Scielo e Bireme nos meses de agosto 
a outubro de 2017. Foram selecionados somente artigos publicados entre os anos 
de 2007 a 2017 nos idiomas português e espanhol, envolvendo tratamento 
fisioterapêutico no MMSS acometido em pacientes após AVC, onde as palavras-
chave deviam constar no título, resumo ou assunto. As palavras-chave utilizadas 
foram as combinações de acidente vascular cerebral, membro superior, fisioterapia e 
tratamento. Foram excluídos artigos de revisão da literatura, relatos e estudos de 
caso, artigos que não estivessem disponíveis nas bases de dados e aqueles que 
não se relacionassem especificamente ao objetivo proposto pelo estudo. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
9 
 
 
 Através de uma busca nas bases de dados Scielo e Bireme, utilizando a 
combinação das palavras-chave acidente vascular cerebral, membro superior, 
tratamento e fisioterapia, encontrou-se 58 (cinquenta e oito) artigos. Assim, quando 
empregados os descritores acidente vascular cerebral AND membro superior AND 
fisioterapia OR tratamento na base de dados Scielo foram encontrados 22 (vinte e 
dois) artigos e, destes, 2 (dois) foram incluídos. Já, usando as palavras-chave 
acidente vascular cerebral AND membro superior AND fisioterapia OR tratamento na 
base de dados Bireme foram encontrados 36 (trinta e seis) artigos onde, destes, 5 
(cinco) foram incluídos. Por fim, dos 58 (cinquenta e oito) artigos pesquisados, 51 
(cinquenta e um) artigos foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de 
inclusão, sendo pré-selecionados 7 (sete) artigos, dos quais 1 (um) foi excluído por 
ser duplicado nas bases de dados. Ao todo 06 (seis) artigos foram selecionados 
para esta revisão, como mostra a figura 1. 
 
Figura 1. Fluxograma dos estudos selecionados sobre tratamentos para membro superior 
acometido após AVC. 
 
Os protocolos de reabilitação utilizados e os principais resultados descritos 
nos artigos incluídos podem ser observados na tabela 1. 
10 
 
 
Autor/ano Tipo de Estudo 
N° de 
participantes 
Idades dos 
participantes 
 
N° de sessões | 
Vezes na semana | 
Tempo | duração 
Protocolo Resultados 
Medeiros et al; 
2014 
Quase-experimental, randomizado 
e cego 
6 ≤ 18 anos 
15 sessões | 3x por 
semana | 50 minutos | 
5 semanas 
O protocolo de treinamento era 
realizado em casa. 10 min iniciais de 
cinesioterapia com alongamentos e 
mobilizações articulares no MS. Os 
pacientes foram instruídos a observar o 
reflexo da mão saudável no espelho da 
caixa como se fosse o membro afetado 
e executar as atividades de modo 
bilateral durante 30 minutos. O GAF 
executava atividades no espelho com 
objetos lúdicos que objetivava as 
atividades funcionais. O GPM 
executava no espelho padrões motores, 
movimentos de flexão e extensão de 
dedos, abdução e adução de dedos, 
pronação e supinação de antebraço e 
extensão de cotovelo. 
Não foram observadas diferenças 
significativas PRE e POS aplicação da TE, 
para FM e MIF quando os grupos GAF e 
GPM foram avaliados de modo isolado e 
comparados. Porém, quando se foi feita a 
junção dos grupos de tratamento, 
observou-se significância na MIFc 
(p=0,002) e MIFt (p=0,002). A resistência à 
movimentação passiva avaliada através da 
MAS para o membro superior não 
apresentou variação significativa entre os 
grupos ao longo do tratamento, de acordo 
com os dados observados. 
Araújo et al; 
2014 
Pré-experimental de pré e pós-
testes 
5 48 ± 60 anos 
20 sessões | 3x por 
semana | 60 minutos | 
4 semanas 
Inicialmente, foi realizada a aferição da 
PA, após os pacientes foram 
submetidos à mobilização passiva do 
membro superior parético por 
aproximadamente 10 minutos. A RV na 
forma de Jogo Sério, o paciente 
interagia com elementos gráficos 
projetados por dois níveis de 
dificuldade, sendo que exigem menor e 
maior amplitude de movimento do MS, 
respectivamente. 
Os resultados mostraram que a RV 
associada a fisioterapia convencional 
obteve ganhos significativos em todos os 
instrumentos de medida utilizados. Na 
EFM houve um aumento de 6,7%. Houve 
melhora significativa bilateralmente nas 
pontuações do jogo. Porém, não se 
observou uma alteração significativa para 
a espasticidade medida pela EAM. 
11 
 
 
Autor/ano Tipo de Estudo 
N° de 
participantes 
Idades dos 
participantes 
 
N° de sessões | 
Vezes na semana | 
Tempo | duração 
Protocolo Resultados 
Colomer et al; 
2013 
Teste estatístico 23 ± 54,6 anos 
36 sessões | 3 x por 
semana | 60 minutos | 
12 semanas 
O protocolo de tratamento com o 
sistema Armeo®Spring consistiu numa 
terapia intensiva de treinamento. Na 
primeira sessão, o sistema foi ajustado 
às dimensões do braço do paciente, 
com aproximadamente 45º de flexão do 
ombro e 25º de flexão do cotovelo. 
Através de uma análise estatística dos 
resultados, foi possível observar uma 
melhora significativa em todas as escalas 
de função (p <0,01 em FM e MI) e 
atividade (p <0,001 em MAS, MFT, WMFT-
Habilidad e p <0,05 em WMFT-Tiempo), 
porém não houve mudanças significativas 
no tônus muscular. 
Soares et al; 
2012 
Estudo pré-experimental 8 56 ± 72 anos 
20 sessões | 2x por 
semana | 55 minutos | 
10 semanas 
O protocolo de tratamento consistiu em 
20 minutos de cinesioterapia e trinta 
minutos de EEF nos músculos 
extensores de punho e dedos durante 
uma tarefa funcional. Utilizou-se o 
estimulador neuromuscular FESVIF 995 
dual® Quark – corrente bipolar 
assimétrica dois canais; largura de 
pulso: 250 μs; frequência: 80 Hz; 
sustentação: 5 segundos; repouso: 
desligado. 
Os resultados apresentados pelo protocolo 
fisioterapêutico demonstraram melhora 
significativa testes: EMM (28,2%), CB 
(32,0%), 9PB (15,4%), EAM (41,7%). 
Porém, mesmo que os pacientes tenham 
melhorado os seus desempenhos na 
dinamometria (14,3%), como também no 
IB (3,9%), estas diferenças não 
apresentaram significância estatística. 
12 
 
 
Autor/ano Tipo de Estudo 
N° de 
participantes 
Idades dos 
participantes 
 
N° de sessões | 
Vezes na semana | 
Tempo | duração 
Protocolo Resultados 
Correia et al; 
2010 
Intervencional de corte prospectivo 7 ± 68,7 
10 sessões | 2x porsemana | 10 minutos 
(1’40’’ de crioterapia) | 
5 semanas 
O protocolo consistiu de aplicação 
rápida e continua de gelo na 
musculatura extensora do punho e 
dedos durante 1 minuto e 40 segundos, 
finalizando com métodos de 
cinesioterapia como mobilização 
articular de punho e dedos e 
alongamento dos músculos flexores de 
punho e dedos do MS espástico. 
O protocolo fisioterapêutico proposto não 
promoveu redução do padrão flexor do 
punho ao fim das dez sessões, 
demonstrou apenas uma redução 
significativa ao final de cada sessão. Por 
outro lado, quando avaliadas isoladamente 
as articulações MCF e IFP, a redução do 
padrão postural flexor observada a cada 
sessão se manteve também ao final das 
dez sessões. Além disso, houve melhora 
considerável no grau de espasticidade ao 
final das dez sessões em 6 pacientes 
(85,71%). 
Bueno et al; 
2008 
Estudo piloto 8 26 ± 58 anos 
8 sessões | 2x por 
semana | 60 minutos | 
4 semanas 
Imobilização completa de MMSS não 
acometido por 5 horas diárias de 
segunda a sexta-feira + fisioterapia com 
atividades práticas com movimentos 
repetitivos para treinamento do MS 
acometido. 
Os resultados mostraram que não houve 
mudanças significativas para FM, THMMS 
e MIF entre as duas primeiras avaliações, 
mas houveram pontuações significativas 
entre a primeira e a terceira avaliação (FM 
– X² = 26.0250 e p = 0.0117 e THMMS – 
X² = 25.2750 e p = 0.0120). Também não 
foram observadas mudanças entre a 
terceira e quarta avaliação. 
Legenda: MS = Membro Superior; GAF = Grupo de Atividades Funcionais; GPM = Grupo de Padrões Motores; PRE = Avaliação Pré Tratamento; PRO = Avaliação Pós Tratamento; TE = Terapia de 
Espelho; FM = Escala de Fugl-Meyer; MIF = Medida de Independência Funcional; MIFc = Medida de Independência Funcional (domínio cognitivo); MIFt = Medida de Independência Funcional Total; 
MAS = Escala Modificada de Ashworth; PA = Pressão Arterial; RV = Realidade Virtual; EFM = Escala de Fugl-Meyer; MI = Motricity Index; MAS = Motor Assessemet Scale; MFT = Manual Function 
Test; WMF = Wolf Motor Function; EEF = Estimulação Elétrica Funcional; EMM = Escala de Movimentos da Mão; CB = Teste da Caixa de Blocos; 9PB = Teste de 9 Pinos e Buracos; EAM = Escala 
de Asworth Modificada; MCF = Articulação Metacarpofalangeana; IFP = Articulação Interfalangeana Proximal; THMMS = Teste de Habilidade Motora de Membro Superior. 
13 
 
 
Dentre os artigos selecionados, cada autor utilizou diferentes técnicas 
de tratamento. O estudo de Medeiros et. al., (2014) (16,67% n=01) analisou os 
efeitos da aplicação da terapia de espelho por atividades funcionais e padrões 
motores. Já Araújo et. al., (2014) (16,67% n=01) analisou os efeitos da 
Realidade Virtual onde o paciente interagia com elementos gráficos. Agora 
Colomer et. al., (2013) (16,67% n=01) apresentou um protocolo de treinamento 
robótico. Logo, Soares et. al., (2012) (16,67% n=01) buscou estudar os efeitos 
da Estimulação Elétrica Funcional. Enquanto isso, Correia et. al., (2010) 
(16,67% n=01), utilizou a crioterapia. E os 16,67% (n=01) restantes realizaram 
o uso da terapia de restrição e indução modificada do movimento na 
recuperação motora (BUENO et. al., 2008). Por sua vez, boa parte dos autores 
(66,67% n=04), associaram ás técnicas protocolos de fisioterapia convencional 
(MEDEIROS et. al., 2014, ARAÚJO et. al., 2014, SOARES et. al., 2012 e 
CORREIA et. al., 2010). 
Houveram variações nos tipos de estudo, sendo eles, pesquisa 
transversal (CRUZ et. al., 2015), quase-experimental (MEDEIROS et. al., 2014; 
ARAUJO et. al., 2014; SOARES et. al., 2012), teste estatístico (COLOMER et. 
al., 2013), intervencional (CORREIA et. al., 2010) e estudo piloto (BUENO et. 
al., 2008. 
Em relação as técnicas aplicadas e frequência das sessões, cada 
artigo retratou diferentes métodos de estudo. No protocolo de Medeiros et. al., 
(2014), cada paciente realizou quinze sessões de terapia de espelho, com 
duração de cinquenta minutos e frequência de três vezes na semana, onde nos 
primeiros dez minutos foi aplicada a cinesioterapia passiva de alongamentos 
musculares e mobilizações articulares no membro superior e, no restante do 
atendimento, a terapia com as caixas de espelhos. Enquanto na terapia da 
Realidade Virtual na forma de Jogo Sério, os pacientes foram submetidos em 
média a vinte atendimentos em dois dias alternados da semana, com duração 
de em média uma hora. Após a aferição da pressão arterial, foram aplicados 
dez minutos de mobilização passiva no MS parético, finalizando a sessão com 
o jogo de interação com elementos gráficos (ARAÚJO, et. al., 2014). Já o 
protocolo de treinamento robótico foi realizado durante trinta e seis sessões 
intensivas, por um período de doze semanas, com frequência de três vezes na 
semana durante uma hora (COLOMER et. al., 2013). 
14 
 
 
No estudo de Soares et. al., (2012), os pacientes foram submetidos a 
vinte atendimentos durante dez semanas, sendo duas vezes na semana com 
duração de cinquenta e cinco minutos. Nos primeiros vinte e cinco minutos foi 
aplicada cinesioterapia convencional, finalizando os trinta minutos restantes 
com o protocolo de EEF nos músculos extensores de punho e dedos durante 
uma tarefa funcional de alcance e preensão de objetos, sendo realizadas seis 
séries de três repetições, totalizando cinquenta e quatro repetições, de 
elevação e colocar a garrafa no mesmo lugar. Enquanto isso, o protocolo de 
Correia et. al., (2010), foi aplicado em dez sessões de fisioterapia durante cinco 
semanas, duas vezes na semana, durante dez minutos em cada atendimento. 
A crioestimulação foi realizada durante um minuto e quarenta segundos, 
seguida pelos métodos da cinesioterapia no restante do atendimento, com 
mobilização articular de punho e dedos e alongamento dos músculos flexores 
de punho e dedos. Na TRIM os pacientes tiveram oito atendimentos realizados 
durante quatro semanas, com frequência de duas vezes na semana durante 
uma hora. As sessões de fisioterapia enfocavam atividades práticas, com 
movimentos repetitivos e modificados do dia-a-dia (BUENO et. al., 2008). 
Em relação aos desfechos encontrados, evidenciou-se que grande 
parte dos autores não obteve melhora do tônus muscular (MEDEIROS et. al., 
2014, ARAÚJO et. al., 2014, COLOMER et. al., 2013). Isso ocorre pelo fato da 
EAM ser totalmente passiva, sendo que as alterações obtidas nessa escala 
não se comparam com a melhora funcional em pacientes com AVC (ELOVIC 
et. al., 2004). No entanto, Correia et. al., (2010), através da crioterapia, obteve 
considerável melhora do grau de espasticidade ao final das dez sessões em 
seis (06) pacientes. Isso porque a crioterapia aplicada de forma contínua reduz 
a neurotransmissão de impulsos aferentes e eferentes, diminuindo a atividade 
elétrica do músculo, por isso tem como resultado a diminuição do espasmo 
muscular (SOARES et. al., 1998). 
Os resultados sugerem que apesar da melhora observada no Teste de 
Habilidade Motora de Membro Superior (THMMS) e Escala de Fugl-Meyer 
(FM), o curto período de tempo de quatro semanas de terapia não foi o 
bastante para reverter completamente o aprendizado do não uso. É notável 
que houve recuperação motora e funcional, porém, a terapia não foi suficiente 
para promover maiores ganhos em suas AVDs, refletido na MIF (BUENO et. 
15 
 
 
al., 2008). Assim como na TE que também não demonstrou resultados 
satisfatórios pelo curto período de terapia quando os grupos foram avaliados 
isoladamente, mas obtiveram ganhos para MIFc e MIFt quando avaliados em 
conjunto (MEDEIROS et. al., 2014). Já no treinamento intensivo realizado por 
Colomeret. al., (2013) durante um período de doze semanas, foi possível 
observar uma melhora significativa de todos os pacientes em todas as escalas 
de função e atividade ao final do tratamento, que se manteve durante quatro 
meses após uma reavaliação. 
Por sua vez, a motivação despertada pela RV, mesmo com uma 
amostra consideravelmente pequena e curta duração de terapia de quatro 
semanas, resultou em bons desfechos em relação a amplitude de movimento e 
a função motora, porém, a familiarização e aprendizagem com o jogo, fez com 
que houvesse um coeficiente fraco em relação a própria pontuação do jogo 
(ARAÚJO et. al., 2014). Por fim, apesar da pequena amostra de sujeitos do 
estudo de Soares et. al., (2012), obteve-se significativos ganhos, 
provavelmente pela associação da cinesioterapia convencional antes da 
aplicação do protocolo de EFF, além da duração do tratamento durante dez 
semanas. Isso conclui a importância da utilização de um protocolo mais 
prolongado para obtenção de melhores resultados. 
 
CONCLUSÃO 
 
 Os resultados encontrados nesta revisão, confirmam que as 
intervenções fisioterapêuticas, como a terapia de espelho, a crioterapia, a 
estimulação elétrica funcional, a restrição e indução modificada, treinamento 
robótico e a Realidade Virtual, associadas a fisioterapia convencional, 
promovem a melhora significativa na capacidade funcional, na amplitude de 
movimento e função motora dos pacientes acometidos por AVC que 
participaram dos protocolos de reabilitação. Assim entende-se que a 
fisioterapia é indispensável no tratamento do paciente após AVC. 
 Contudo, é necessária a continuidade de pesquisas na área, com o 
intuito de padronizar protocolos, tornando-os mais adequados e específicos, de 
forma que possam ser utilizados frequentemente em tratamentos 
fisioterapêuticos, a fim de identificar os métodos e ambientes que promovem a 
16 
 
 
aprendizagem motora de forma eficiente de acordo com as necessidades 
clínicas individuais e o tempo decorrido desde a lesão, além de ajustar o 
indivíduo a um plano de tratamento com um período de tempo satisfatório para 
a sua reabilitação. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ARAÚJO, Mônica et al. Realidade virtual: efeitos na recuperação do membro superior de 
pacientes hemiparéticos por acidente vascular cerebral. Arq Catarin Med, v. 43, n. 1, p. 15-20, 
2014. 
 
BECKER, Antje Huter; DÖLKEN, Mechthild. Fisioterapia em neurologia. São Paulo: Santos, p. 
148, 2008. 
 
BUENO, Giedre Della Piazza et al. Terapia de restrição e indução modificada do movimento 
em pacientes hemiparéticos crônicos: um estudo piloto. Fisioterapia em Movimento, v. 21, n. 
3, 2008. 
 
CARDOSO, Eduardo et al. Does botulinum toxin improve the function of the patient with 
spasticity after stroke?. Arquivos de neuro-psiquiatria, v. 65, n. 3A, p. 592-595, 2007. 
 
CARR, Janet; SHEPHERD, Roberta. Reabilitação neurológica: otimizando o desempenho 
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