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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE - CNEC FACULDADE CNEC SANTO ÂNGELO CURSO DE GRADUAÇÃO DE FISIOTERAPIA SOLANGE DIANE ROHENKOHL RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: UMA REVISÃO DA LITERATURA Santo Ângelo 2017 SOLANGE DIANE ROHENKOHL RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: UMA REVISÃO DA LITERATURA Artigo de Conclusão do Curso de Graduação realizado na Faculdade CNEC Santo Ângelo, sob orientação da Profª. Cátia Carina Kitzmann. Santo Ângelo (RS) 2017 CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE – CNEC FACULDADE CNEC SANTO ÂNGELO CURSO DE GRADUAÇÃO DE FISIOTERAPIA RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: UMA REVISÃO DA LITERATURA ELABORADO POR SOLANGE DIANE ROHENKOHL COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM FISIOTERAPIA A BANCA EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA O ARTIGO CIENTIFICO Profª. Esp. Cátia Carina Kitzmann – Orientadora – Faculdade CNEC Santo Ângelo Profº. Ms. João Carlos Comel – Avaliador – Faculdade CNEC Santo Ângelo Profª. Me. Juliana Barbosa Sarturi Chiusa – Avaliadora – Faculdade CNEC Santo Ângelo Santo Ângelo, 12 de Dezembro de 2017 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho à minha mãe, Teresinha Lúcia Rohenkohl, que sempre me guiou e iluminou, permitindo que eu tivesse forças para seguir e realizar meu sonho. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim. Por todo cuidado e dedicação que eu recebi, e em alguns momentos, a esperança para que eu pudesse seguir. Esse apoio significou segurança e certeza de que não estou sozinha nessa caminhada. ¹Acadêmica do 8° semestre do Curso de Fisioterapia na Faculdade CNEC Santo Ângelo – soli_rohenkohl@hotmail.com ² Especialista em Fisioterapia Neurofuncional. Orientadora. Professora do Curso de Fisioterapia na Faculdade CNEC Santo Ângelo – catiakitz@yahoo.com.br RECURSOS FISIOTERAPÊUTICAS PARA O TRATAMENTO DE SEQUELAS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM MEMBRO SUPERIOR: UMA REVISÃO DA LITERATURA Solange Diane Rohenkohl1, Cátia Carina Kitzmann2 RESUMO Introdução: O Acidente Vascular Cerebral é a terceira causa mais comum de morte em países em desenvolvimento, ficando para trás apenas das doenças coronarianas e do câncer, sendo o principal causador de incapacidade física no mundo. É definido como uma disfunção vascular isquêmica ou hemorrágica que pode atingir diferentes regiões do encéfalo, sendo que é a localização e a extensão da lesão provocada pelo AVC que vão definir os sinais e sintomas da doença. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi analisar quais os métodos e técnicas utilizadas para o tratamento fisioterapêutico do membro superior acometido em pacientes após AVC. Método: Sendo caracterizado por uma revisão descritiva da literatura realizada através dos bancos de dados Scielo e Bireme, publicados nos últimos dez anos, nos idiomas português e espanhol. Resultados: Foram selecionados (06) seis artigos envolvendo tratamento do membro superior acometido pelo AVC e dentre os benefícios encontrados destacam-se o aumento da amplitude de movimento e melhora da função motora. Conclusão: Baseado nos resultados encontrados nessa revisão, pode-se concluir que os protocolos de reabilitação fisioterapêutica proporcionam um resultado satisfatório aos indivíduos que carecem, sendo importante padronizar protocolos, tornando-os mais adequados e específicos, de modo que atenda às necessidades clínicas individuais e o período de tempo satisfatório para a sua reabilitação. Palavras-chave: Acidente vascular cerebral, membro superior, fisioterapia e tratamento. ABSTRACT Introduction: Stroke is the third most common cause of death in developing countries, falling behind only coronary heart disease and cancer, being the leading cause of physical disability in the world. It is defined as an ischemic or hemorrhagic vascular dysfunction that can reach different regions of the brain, being the location and extent of the injury caused by the stroke that will define the signs and symptoms of the disease. Objetctive: The aim of the present study was to analyze the methods and techniques used for the physiotherapeutic treatment of the upper limb affected in patients after stroke. Method: Being characterized by a descriptive review of the literature carried out through the Scielo and Bireme databases, published in the last 7 ten years, in the Portuguese and Spanish languages. Results: Six (06) articles involving treatment of the upper limb affected by stroke were selected and among the benefits found were the increase in range of motion and improvement of motor function. Conclusion: Based on the results found in this review, it can be concluded that physiotherapeutic rehabilitation protocols provide a satisfactory result to the individuals who need it, and it is important to standardize protocols, making them more adequate and specific, so that it meets the individual clinical needs and the period satisfactory time for rehabilitation. Keywords: Stroke, upper limb, physiotherapy, treatment. INTRODUÇÃO O Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo Carr et al., (2008) é definido como uma disfunção vascular isquêmica ou hemorrágica que pode atingir diferentes regiões do encéfalo, sendo que é a localização e a extensão da lesão provocada que vão definir os sinais e sintomas da doença. De acordo com Mota (2017), o AVC isquêmico refere-se a forma mais comum, ocorrendo em 80% dos casos. É causado pela obstrução de artérias por meio de placas de ateroma ou por êmbolos sanguíneos que atingem vasos de menor calibre. Já o AVC hemorrágico ocorre com menos frequência na população mundial, porém, sendo mais lesivo e debilitante. A hipertensão ocasiona lesões crônicas nas artérias cerebrais ocasionando pequenas herniações ou microaneurismas, que podem romper, levando a um extravasamento de sangue e consequentemente gerando um processo inflamatório e a morte neuronal secundária. Como geralmente esse processo ocorre nas artérias profundas, o extravasamento de sangue pode comprometer as estruturas importantes como o tálamo, núcleo lentiforme e tronco cerebral. A incidência de AVC é a terceira causa mais comum de morte em países em desenvolvimento, ficando para trás apenas das doenças coronarianas e do câncer, sendo o principal causador de incapacidade física no mundo (TREVISAN et al., 2010; RAIMUNDO et al., 2011). O prognóstico para estes pacientes depende de fatores como o tratamento precoce e a terapia física adequada, evitando encurtamento muscular, dor e outras consequências (CARDOSO et. al., 2007). Conforme apresentações de Mazzola et al., (2007), são fatores de pré- disposição a hipertensão arterial, aterosclerose, diabetes mellitus, cardiopatas, tabagismo, etilismo, sedentarismo e o uso de anticoncepcionais orais que também são considerados fatores de risco. 8 Osestudos de Raimundo et al., (2011), descrevem que em seguida ao AVC, geralmente há presença de déficits musculoesqueléticos, alterações sensoriais e cognitivas, levando o paciente a apresentar dificuldades na execução de atividades básicas de vida diária. Esses déficits ocorrem sempre ao lado contralateral à lesão, podendo ser apenas uma paresia ou uma paralisia total. As manifestações clinicas podem ser determinadas por fraqueza muscular, espasticidade e padrões motores atípicos, dificultando ou incapacitando o hemicorpo contralateral (MEDEIROS et. al., 2002; UMPHRED, 1994). Dessa forma, a fisioterapia possui papel importante na prevenção de dores no ombro, reduzir ou eliminar disfunções na sensibilidade, favorecer o retorno linfático, preservar e ampliar a amplitude dos movimentos, tanto ativos como passivos. Além de reeducar e melhorar as capacidades motoras funcionais, permitindo que o paciente consiga a maior automonia possível (BECKER et. al., 2008). Para tanto, este trabalho tem como objetivo analisar quais os métodos e técnicas utilizadas para o tratamento fisioterapêutico do membro superior (MMSS) em pacientes acometidos pelo AVC. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo consiste em uma revisão descritiva da literatura, realizada por meio de uma busca nos bancos de dados Scielo e Bireme nos meses de agosto a outubro de 2017. Foram selecionados somente artigos publicados entre os anos de 2007 a 2017 nos idiomas português e espanhol, envolvendo tratamento fisioterapêutico no MMSS acometido em pacientes após AVC, onde as palavras- chave deviam constar no título, resumo ou assunto. As palavras-chave utilizadas foram as combinações de acidente vascular cerebral, membro superior, fisioterapia e tratamento. Foram excluídos artigos de revisão da literatura, relatos e estudos de caso, artigos que não estivessem disponíveis nas bases de dados e aqueles que não se relacionassem especificamente ao objetivo proposto pelo estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO 9 Através de uma busca nas bases de dados Scielo e Bireme, utilizando a combinação das palavras-chave acidente vascular cerebral, membro superior, tratamento e fisioterapia, encontrou-se 58 (cinquenta e oito) artigos. Assim, quando empregados os descritores acidente vascular cerebral AND membro superior AND fisioterapia OR tratamento na base de dados Scielo foram encontrados 22 (vinte e dois) artigos e, destes, 2 (dois) foram incluídos. Já, usando as palavras-chave acidente vascular cerebral AND membro superior AND fisioterapia OR tratamento na base de dados Bireme foram encontrados 36 (trinta e seis) artigos onde, destes, 5 (cinco) foram incluídos. Por fim, dos 58 (cinquenta e oito) artigos pesquisados, 51 (cinquenta e um) artigos foram excluídos por não se enquadrarem nos critérios de inclusão, sendo pré-selecionados 7 (sete) artigos, dos quais 1 (um) foi excluído por ser duplicado nas bases de dados. Ao todo 06 (seis) artigos foram selecionados para esta revisão, como mostra a figura 1. Figura 1. Fluxograma dos estudos selecionados sobre tratamentos para membro superior acometido após AVC. Os protocolos de reabilitação utilizados e os principais resultados descritos nos artigos incluídos podem ser observados na tabela 1. 10 Autor/ano Tipo de Estudo N° de participantes Idades dos participantes N° de sessões | Vezes na semana | Tempo | duração Protocolo Resultados Medeiros et al; 2014 Quase-experimental, randomizado e cego 6 ≤ 18 anos 15 sessões | 3x por semana | 50 minutos | 5 semanas O protocolo de treinamento era realizado em casa. 10 min iniciais de cinesioterapia com alongamentos e mobilizações articulares no MS. Os pacientes foram instruídos a observar o reflexo da mão saudável no espelho da caixa como se fosse o membro afetado e executar as atividades de modo bilateral durante 30 minutos. O GAF executava atividades no espelho com objetos lúdicos que objetivava as atividades funcionais. O GPM executava no espelho padrões motores, movimentos de flexão e extensão de dedos, abdução e adução de dedos, pronação e supinação de antebraço e extensão de cotovelo. Não foram observadas diferenças significativas PRE e POS aplicação da TE, para FM e MIF quando os grupos GAF e GPM foram avaliados de modo isolado e comparados. Porém, quando se foi feita a junção dos grupos de tratamento, observou-se significância na MIFc (p=0,002) e MIFt (p=0,002). A resistência à movimentação passiva avaliada através da MAS para o membro superior não apresentou variação significativa entre os grupos ao longo do tratamento, de acordo com os dados observados. Araújo et al; 2014 Pré-experimental de pré e pós- testes 5 48 ± 60 anos 20 sessões | 3x por semana | 60 minutos | 4 semanas Inicialmente, foi realizada a aferição da PA, após os pacientes foram submetidos à mobilização passiva do membro superior parético por aproximadamente 10 minutos. A RV na forma de Jogo Sério, o paciente interagia com elementos gráficos projetados por dois níveis de dificuldade, sendo que exigem menor e maior amplitude de movimento do MS, respectivamente. Os resultados mostraram que a RV associada a fisioterapia convencional obteve ganhos significativos em todos os instrumentos de medida utilizados. Na EFM houve um aumento de 6,7%. Houve melhora significativa bilateralmente nas pontuações do jogo. Porém, não se observou uma alteração significativa para a espasticidade medida pela EAM. 11 Autor/ano Tipo de Estudo N° de participantes Idades dos participantes N° de sessões | Vezes na semana | Tempo | duração Protocolo Resultados Colomer et al; 2013 Teste estatístico 23 ± 54,6 anos 36 sessões | 3 x por semana | 60 minutos | 12 semanas O protocolo de tratamento com o sistema Armeo®Spring consistiu numa terapia intensiva de treinamento. Na primeira sessão, o sistema foi ajustado às dimensões do braço do paciente, com aproximadamente 45º de flexão do ombro e 25º de flexão do cotovelo. Através de uma análise estatística dos resultados, foi possível observar uma melhora significativa em todas as escalas de função (p <0,01 em FM e MI) e atividade (p <0,001 em MAS, MFT, WMFT- Habilidad e p <0,05 em WMFT-Tiempo), porém não houve mudanças significativas no tônus muscular. Soares et al; 2012 Estudo pré-experimental 8 56 ± 72 anos 20 sessões | 2x por semana | 55 minutos | 10 semanas O protocolo de tratamento consistiu em 20 minutos de cinesioterapia e trinta minutos de EEF nos músculos extensores de punho e dedos durante uma tarefa funcional. Utilizou-se o estimulador neuromuscular FESVIF 995 dual® Quark – corrente bipolar assimétrica dois canais; largura de pulso: 250 μs; frequência: 80 Hz; sustentação: 5 segundos; repouso: desligado. Os resultados apresentados pelo protocolo fisioterapêutico demonstraram melhora significativa testes: EMM (28,2%), CB (32,0%), 9PB (15,4%), EAM (41,7%). Porém, mesmo que os pacientes tenham melhorado os seus desempenhos na dinamometria (14,3%), como também no IB (3,9%), estas diferenças não apresentaram significância estatística. 12 Autor/ano Tipo de Estudo N° de participantes Idades dos participantes N° de sessões | Vezes na semana | Tempo | duração Protocolo Resultados Correia et al; 2010 Intervencional de corte prospectivo 7 ± 68,7 10 sessões | 2x porsemana | 10 minutos (1’40’’ de crioterapia) | 5 semanas O protocolo consistiu de aplicação rápida e continua de gelo na musculatura extensora do punho e dedos durante 1 minuto e 40 segundos, finalizando com métodos de cinesioterapia como mobilização articular de punho e dedos e alongamento dos músculos flexores de punho e dedos do MS espástico. O protocolo fisioterapêutico proposto não promoveu redução do padrão flexor do punho ao fim das dez sessões, demonstrou apenas uma redução significativa ao final de cada sessão. Por outro lado, quando avaliadas isoladamente as articulações MCF e IFP, a redução do padrão postural flexor observada a cada sessão se manteve também ao final das dez sessões. Além disso, houve melhora considerável no grau de espasticidade ao final das dez sessões em 6 pacientes (85,71%). Bueno et al; 2008 Estudo piloto 8 26 ± 58 anos 8 sessões | 2x por semana | 60 minutos | 4 semanas Imobilização completa de MMSS não acometido por 5 horas diárias de segunda a sexta-feira + fisioterapia com atividades práticas com movimentos repetitivos para treinamento do MS acometido. Os resultados mostraram que não houve mudanças significativas para FM, THMMS e MIF entre as duas primeiras avaliações, mas houveram pontuações significativas entre a primeira e a terceira avaliação (FM – X² = 26.0250 e p = 0.0117 e THMMS – X² = 25.2750 e p = 0.0120). Também não foram observadas mudanças entre a terceira e quarta avaliação. Legenda: MS = Membro Superior; GAF = Grupo de Atividades Funcionais; GPM = Grupo de Padrões Motores; PRE = Avaliação Pré Tratamento; PRO = Avaliação Pós Tratamento; TE = Terapia de Espelho; FM = Escala de Fugl-Meyer; MIF = Medida de Independência Funcional; MIFc = Medida de Independência Funcional (domínio cognitivo); MIFt = Medida de Independência Funcional Total; MAS = Escala Modificada de Ashworth; PA = Pressão Arterial; RV = Realidade Virtual; EFM = Escala de Fugl-Meyer; MI = Motricity Index; MAS = Motor Assessemet Scale; MFT = Manual Function Test; WMF = Wolf Motor Function; EEF = Estimulação Elétrica Funcional; EMM = Escala de Movimentos da Mão; CB = Teste da Caixa de Blocos; 9PB = Teste de 9 Pinos e Buracos; EAM = Escala de Asworth Modificada; MCF = Articulação Metacarpofalangeana; IFP = Articulação Interfalangeana Proximal; THMMS = Teste de Habilidade Motora de Membro Superior. 13 Dentre os artigos selecionados, cada autor utilizou diferentes técnicas de tratamento. O estudo de Medeiros et. al., (2014) (16,67% n=01) analisou os efeitos da aplicação da terapia de espelho por atividades funcionais e padrões motores. Já Araújo et. al., (2014) (16,67% n=01) analisou os efeitos da Realidade Virtual onde o paciente interagia com elementos gráficos. Agora Colomer et. al., (2013) (16,67% n=01) apresentou um protocolo de treinamento robótico. Logo, Soares et. al., (2012) (16,67% n=01) buscou estudar os efeitos da Estimulação Elétrica Funcional. Enquanto isso, Correia et. al., (2010) (16,67% n=01), utilizou a crioterapia. E os 16,67% (n=01) restantes realizaram o uso da terapia de restrição e indução modificada do movimento na recuperação motora (BUENO et. al., 2008). Por sua vez, boa parte dos autores (66,67% n=04), associaram ás técnicas protocolos de fisioterapia convencional (MEDEIROS et. al., 2014, ARAÚJO et. al., 2014, SOARES et. al., 2012 e CORREIA et. al., 2010). Houveram variações nos tipos de estudo, sendo eles, pesquisa transversal (CRUZ et. al., 2015), quase-experimental (MEDEIROS et. al., 2014; ARAUJO et. al., 2014; SOARES et. al., 2012), teste estatístico (COLOMER et. al., 2013), intervencional (CORREIA et. al., 2010) e estudo piloto (BUENO et. al., 2008. Em relação as técnicas aplicadas e frequência das sessões, cada artigo retratou diferentes métodos de estudo. No protocolo de Medeiros et. al., (2014), cada paciente realizou quinze sessões de terapia de espelho, com duração de cinquenta minutos e frequência de três vezes na semana, onde nos primeiros dez minutos foi aplicada a cinesioterapia passiva de alongamentos musculares e mobilizações articulares no membro superior e, no restante do atendimento, a terapia com as caixas de espelhos. Enquanto na terapia da Realidade Virtual na forma de Jogo Sério, os pacientes foram submetidos em média a vinte atendimentos em dois dias alternados da semana, com duração de em média uma hora. Após a aferição da pressão arterial, foram aplicados dez minutos de mobilização passiva no MS parético, finalizando a sessão com o jogo de interação com elementos gráficos (ARAÚJO, et. al., 2014). Já o protocolo de treinamento robótico foi realizado durante trinta e seis sessões intensivas, por um período de doze semanas, com frequência de três vezes na semana durante uma hora (COLOMER et. al., 2013). 14 No estudo de Soares et. al., (2012), os pacientes foram submetidos a vinte atendimentos durante dez semanas, sendo duas vezes na semana com duração de cinquenta e cinco minutos. Nos primeiros vinte e cinco minutos foi aplicada cinesioterapia convencional, finalizando os trinta minutos restantes com o protocolo de EEF nos músculos extensores de punho e dedos durante uma tarefa funcional de alcance e preensão de objetos, sendo realizadas seis séries de três repetições, totalizando cinquenta e quatro repetições, de elevação e colocar a garrafa no mesmo lugar. Enquanto isso, o protocolo de Correia et. al., (2010), foi aplicado em dez sessões de fisioterapia durante cinco semanas, duas vezes na semana, durante dez minutos em cada atendimento. A crioestimulação foi realizada durante um minuto e quarenta segundos, seguida pelos métodos da cinesioterapia no restante do atendimento, com mobilização articular de punho e dedos e alongamento dos músculos flexores de punho e dedos. Na TRIM os pacientes tiveram oito atendimentos realizados durante quatro semanas, com frequência de duas vezes na semana durante uma hora. As sessões de fisioterapia enfocavam atividades práticas, com movimentos repetitivos e modificados do dia-a-dia (BUENO et. al., 2008). Em relação aos desfechos encontrados, evidenciou-se que grande parte dos autores não obteve melhora do tônus muscular (MEDEIROS et. al., 2014, ARAÚJO et. al., 2014, COLOMER et. al., 2013). Isso ocorre pelo fato da EAM ser totalmente passiva, sendo que as alterações obtidas nessa escala não se comparam com a melhora funcional em pacientes com AVC (ELOVIC et. al., 2004). No entanto, Correia et. al., (2010), através da crioterapia, obteve considerável melhora do grau de espasticidade ao final das dez sessões em seis (06) pacientes. Isso porque a crioterapia aplicada de forma contínua reduz a neurotransmissão de impulsos aferentes e eferentes, diminuindo a atividade elétrica do músculo, por isso tem como resultado a diminuição do espasmo muscular (SOARES et. al., 1998). Os resultados sugerem que apesar da melhora observada no Teste de Habilidade Motora de Membro Superior (THMMS) e Escala de Fugl-Meyer (FM), o curto período de tempo de quatro semanas de terapia não foi o bastante para reverter completamente o aprendizado do não uso. É notável que houve recuperação motora e funcional, porém, a terapia não foi suficiente para promover maiores ganhos em suas AVDs, refletido na MIF (BUENO et. 15 al., 2008). Assim como na TE que também não demonstrou resultados satisfatórios pelo curto período de terapia quando os grupos foram avaliados isoladamente, mas obtiveram ganhos para MIFc e MIFt quando avaliados em conjunto (MEDEIROS et. al., 2014). Já no treinamento intensivo realizado por Colomeret. al., (2013) durante um período de doze semanas, foi possível observar uma melhora significativa de todos os pacientes em todas as escalas de função e atividade ao final do tratamento, que se manteve durante quatro meses após uma reavaliação. Por sua vez, a motivação despertada pela RV, mesmo com uma amostra consideravelmente pequena e curta duração de terapia de quatro semanas, resultou em bons desfechos em relação a amplitude de movimento e a função motora, porém, a familiarização e aprendizagem com o jogo, fez com que houvesse um coeficiente fraco em relação a própria pontuação do jogo (ARAÚJO et. al., 2014). Por fim, apesar da pequena amostra de sujeitos do estudo de Soares et. al., (2012), obteve-se significativos ganhos, provavelmente pela associação da cinesioterapia convencional antes da aplicação do protocolo de EFF, além da duração do tratamento durante dez semanas. Isso conclui a importância da utilização de um protocolo mais prolongado para obtenção de melhores resultados. CONCLUSÃO Os resultados encontrados nesta revisão, confirmam que as intervenções fisioterapêuticas, como a terapia de espelho, a crioterapia, a estimulação elétrica funcional, a restrição e indução modificada, treinamento robótico e a Realidade Virtual, associadas a fisioterapia convencional, promovem a melhora significativa na capacidade funcional, na amplitude de movimento e função motora dos pacientes acometidos por AVC que participaram dos protocolos de reabilitação. Assim entende-se que a fisioterapia é indispensável no tratamento do paciente após AVC. Contudo, é necessária a continuidade de pesquisas na área, com o intuito de padronizar protocolos, tornando-os mais adequados e específicos, de forma que possam ser utilizados frequentemente em tratamentos fisioterapêuticos, a fim de identificar os métodos e ambientes que promovem a 16 aprendizagem motora de forma eficiente de acordo com as necessidades clínicas individuais e o tempo decorrido desde a lesão, além de ajustar o indivíduo a um plano de tratamento com um período de tempo satisfatório para a sua reabilitação. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Mônica et al. Realidade virtual: efeitos na recuperação do membro superior de pacientes hemiparéticos por acidente vascular cerebral. Arq Catarin Med, v. 43, n. 1, p. 15-20, 2014. BECKER, Antje Huter; DÖLKEN, Mechthild. Fisioterapia em neurologia. São Paulo: Santos, p. 148, 2008. BUENO, Giedre Della Piazza et al. Terapia de restrição e indução modificada do movimento em pacientes hemiparéticos crônicos: um estudo piloto. 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