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TEORIAS-DA-APRENDIZAGEM-1

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1 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
1 TEORIAS DA APRENDIZAGEM ................................................................. 4 
2 PRINCIPAIS TEORIAS: BEHAVIORISMO ................................................. 5 
3 PRINCIPAIS TEORIAS: COGNITIVISMO ................................................... 5 
4 PRINCIPAIS TEORIAS: CONSTRUTIVISMO ............................................. 6 
5 PRINCIPAIS TEORIAS: INTERACIONISMO .............................................. 6 
6 TEORIA DE PIAGET: A APRENDIZAGEM HUMANA ................................ 7 
6.1 O que é a teoria de Piaget .................................................................... 7 
7 O QUE É ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO? ........................................... 9 
8 ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM HUMANA 
SEGUNDO A TEORIA DE PIAGET .......................................................................... 10 
9 TEORIA DE PIAGET E O DESENVOLVIMENTO DA MORAL ................. 14 
9.1 Teoria de Piaget e as consequências na área pedagógica ................ 15 
9.2 Psicologia da aprendizagem .............................................................. 17 
9.3 O que a aprendizagem significativa tem a ver com o construtivismo?
 23 
10 COMO INCORPORAR NAS AULAS ..................................................... 25 
11 ENTENDA TUDO SOBRE A TEORIA DE APRENDIZAGEM DE 
VYGOTSKY ............................................................................................................... 26 
12 MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ........................................................ 28 
12.1 Principais definições da Teoria de Aprendizagem de Vygotsky ...... 28 
13 MEDIAÇÃO SEMIÓTICA ....................................................................... 30 
14 O QUE É A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA? .................................. 33 
15 O QUE É DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E COMO CONTORNÁ-
LA? 35 
16 TIPOS DE APRENDIZAGEM ................................................................ 39 
 
2 
17 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS..................................... 39 
18 O aprendizado na era digital .................................................................. 44 
19 O CONSTRUTIVISMO NA ESCOLA ..................................................... 45 
20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 49 
 
 
 
3 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
4 
1 TEORIAS DA APRENDIZAGEM 
Para os seres humanos se desenvolverem é necessário aprender coisas novas 
a todo o momento. Sejam habilidades motoras, idiomas ou cálculos matemáticos: 
todos possuem seus próprios métodos para processar a informação, transformá-la em 
conhecimento. 
Investigar, analisar e sistematizar estes métodos é a tarefa da área da 
psicologia denominada psicologia da educação. Esta área é a responsável por 
pesquisar sobre as teorias da aprendizagem, que abordam o desenvolvimento 
cognitivo humano por diferentes pontos de vista. 
 
 
 
O que são teorias de aprendizagem 
 
Teorias de aprendizagem são os estudos que procuram investigar, sistematizar 
e propor soluções relacionadas ao campo do aprendizado humano. 
Esta área de investigação remonta à Grécia Antiga. Neste período, o processo 
pelo qual uma pessoa adquire conhecimento já era tema de investigação dos filósofos 
gregos. Entretanto, a área de estudo ganhou destaque a partir do século XX, quando 
o advento da psicologia. 
O principal fator que diferencia uma teoria de outra é o ponto de vista sob o 
qual cada uma trabalha. Existem as teorias que abordam a aprendizagem a partir do 
 
5 
comportamento, outras a partir do aspecto humano ou, ainda, aquelas que 
consideram apenas a capacidade cognitiva de cada um. 
Como o campo da investigação do conhecimento humano é bastante vasto, 
algumas teorias obtiveram destaque ao longo do século, servindo como base teórica 
para os estudos nesta área. 
2 PRINCIPAIS TEORIAS: BEHAVIORISMO 
O behavorismo, ou teoria comportamental, foi desenvolvido nos Estados 
Unidos da América John Watson (1878-1958) e na Rússia por Ivan Petrovich Pavlov 
(1849-1936). Embora as bases desta teoria tenham sido desenvolvidas por estes 
pesquisadores, foi Burrhus Frederic Skiiner (1904-1990) que a popularizou, através 
de experimentos com ratos. Em seus experimentos, os ratos eram condicionados a 
determinadas ações, com recompensas boas ou ruins pelos seus atos. Assim, se 
moldava o comportamento destes a partir de um sistema de estímulo, resposta e 
recompensa. 
Nesta teoria, o comportamento deve ser estudado e sistematizado para que se 
possa modificá-lo. De acordo com esta teoria, a maneira como o indivíduo aprende é 
uma grandeza possível de ser mensurada tal e qual um fenômeno físico. Nesta teoria, 
a aprendizagem, independente da pessoa, deverá seguir as seguintes etapas: 
– Identificação do problema 
– Questionamentos acerca dos problemas 
– Hipóteses 
– Escolha das hipóteses 
– Verificação 
– Generalização. O cérebro a utilizará ao identificar problemas futuros 
semelhantes 
3 PRINCIPAIS TEORIAS: COGNITIVISMO 
Esta teoria defende que, a capacidade do aluno em aprender coisas novas 
depende diretamente dos conhecimentos prévios que ele possui. Para estes teóricos, 
é necessário investigar quais os saberes do aluno acerca do assunto que será 
 
6 
ensinado. Depois, deve-se auxiliar o aluno para que ele consiga sistematizar e 
organizar os novos conhecimentos, através de associações com o seu conhecimento 
prévio. 
4 PRINCIPAIS TEORIAS: CONSTRUTIVISMO 
O construtivismo é uma abordagem psicológica desenvolvida a partir da teoria 
da epistemologia genética, elaborada por Jean Piaget. Nesta teoria, o indivíduo 
aprende a partir da interação entre ele e o meio em que ele vive. O professor é visto 
como um mediador do conhecimento. 
Jean Piaget desenvolveu sua teria a partir de várias outras existentes no 
período, como a do cognitivismo. Para ele, o desenvolvimento da aprendizagem em 
crianças ocorre pelas seguintes etapas: 
– Sensório –motor (0 a 2 anos): as ações representam o mundo para a criança. 
Chorar, chupar o dedo, morder. 
– Pré-operatório (2 a 7 anos): a criança lida com imagens concretas 
– Operações concretas (7 a 11 anos): a criança já é capaz de efetuar operações 
lógicas. 
– Operações formais (11 em diante) a criança já efetua operações lógicas com 
mais de uma variável. 
5 PRINCIPAIS TEORIAS: INTERACIONISMO 
A teoria interacionista foi desenvolvida por Lev Vygotsky. Em sua abordagem, 
o conhecimento é, antes de tudo, impulsionadopelo desenvolvimento da linguagem 
no ser humano. Sua teoria também considera que a interação entre o indivíduo e o 
meio em que ele está inserido são essenciais ao processo de aprendizagem e, 
inclusive, entra em acordo com as etapas do desenvolvimento propostas por Jean 
Piaget na teoria construtivista. 
Entretanto, para Vygotsky, é o próprio movimento de aprender e buscar 
conhecimento que irá gerar a aprendizagem efetiva. Este processo deve ocorrer de 
fora para dentro, ou seja, do meio social para o indivíduo. 
 
7 
Todas estas teorias exerceram (e ainda exercem) profundas influências na 
maneira como organizamos os processos educacionais em todo o mundo. Ao longo 
dos anos, cada teoria foi mais adequada para as necessidades de seu tempo, visto 
que a escola e o mundo do trabalho também sofreram grandes mudanças. 
A partir dos anos 90, o conceito de inteligências múltiplas, desenvolvido por 
Howard Gardner, propunha que o ser humano era dotado de várias inteligências 
diferentes e complementares entre si. Isto explicaria, por exemplo, porque algumas 
pessoas apresentariam maior facilidade para aprender matemática e ciências exatas, 
enquanto outros seriam mais rápidos para aprender esportes ou atividades artísticas, 
como o desenho e a música.1 
6 TEORIA DE PIAGET: A APRENDIZAGEM HUMANA 
Os trabalhos produzidos pelo renomado pesquisador suíço servem como base 
para explicar muitos elementos da aprendizagem humana. 
Jean Piaget dedicou boa parte da sua vida a estudar como o conhecimento se 
dá no indivíduo desde o seu nascimento. 
Também como ele evolui ao longo dos anos e quais saberes são aprimorados 
com o passar do tempo. 
Conceitos como assimilação e acomodação, além de pensamentos mais 
complexos, como os estágios do desenvolvimento humano e as diferentes fases do 
amadurecimento da moral, são alguns pontos chave para entender as suas 
contribuições. 
Esse seria um bom resumo da teoria de Piaget, mas há muito mais a saber 
sobre ela. 
6.1 O que é a teoria de Piaget 
Antes de mais nada, é importante fazer um breve resumo da Teoria de Piaget 
para que você possa se situar e não fique perdido quando entrarmos em conceitos 
mais complexos. 
 
1 Extraído do link: www.resumoescolar.com.br 
 
8 
O pesquisador suíço sempre acreditou que o principal objetivo da inteligência 
é ajudar as pessoas em sua ambientação ao meio em que vivem. 
As formas de adaptação têm a ver com atitudes próprias do ser humano, como 
o surgimento de hábitos e reflexos. 
De acordo com os seus conceitos, o desenvolvimento cognitivo do homem tem 
a ver com o acompanhamento de respostas mais elaboradas ao ambiente. 
 
Fonte: ufes.br 
A partir daí o ser humano começa a criar insights, ter sacadas para entender e 
se adaptar ao seu novo universo. 
Ou seja, com o passar do tempo, com o conhecimento adquirido e com a 
maturidade se instaurando, começam a surgir o que o autor chama de manifestações 
diferenciadas – aquelas que fogem do senso comum, que são próprias e únicas do 
indivíduo que as praticou. 
Usando como método de pesquisa a observação e também o raciocínio lógico, 
Piaget foi além e começou a estudar como o conhecimento se desenvolve, desde os 
sinais mais primitivos até os mais sofisticados. 
O autor defende que o crescimento intelectual acontece em partes que evoluem 
pela equilibração, como chama o autor. 
 
9 
Na prática, trata-se da busca da criança pelo equilíbrio entre o que ela descobre 
em seu habitat e a sua própria capacidade cognitiva. 
Assim, as estruturas mentais, os esquemas e o modo do jovem pensar servem 
para que ele, desde pequeno, encare e se molde às dificuldades que aparecerem. 
7 O QUE É ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO? 
Dois elementos chave para entender a aprendizagem humana em Piaget são 
as definições de assimilação e acomodação. 
As duas funcionam como ferramentas do conhecimento. 
Em outras palavras, elas são engrenagens responsáveis por organizar, de 
maneira progressiva, os saberes humanos. 
Uma estratégia que o pesquisador utiliza para explicar processos complicados, 
como a troca de informação que as pessoas fazem com o ambiente – o que pode ser 
chamado de adaptação -, é se utilizar de termos próprios da biologia. 
Como exemplo podemos citar a expressão invariantes funcionais. 
Os mecanismos com essa alcunha, que ajudam a estabelecer a interação 
adaptativa do homem e meio, nada mais são do que a assimilação e a adaptação. 
 
Assimilação 
 
Serve para designar um processo no qual uma criança adquire nova 
informação, que até então não possuía. 
Um brinquedo diferente ou um desenho animado recém apresentado são 
experiências que ela tenta acrescentar ao seu cérebro. 
Ou seja, uma criança está sempre disposta a aprender mais e armazenar 
informações diferentes das que possui. 
Um exemplo prático para você entender melhor é quando ela está aprendendo 
a reconhecer as coisas. 
Até o momento, acha que todos os objetos que existem são berços. 
Podemos dizer que o pequeno tem em sua estrutura cognitiva um esquema de 
berço. 
 
10 
Quando é apresentado a essa criança outro objeto que ofereça alguma 
semelhança, como uma mesa, ela a terá também como berço (grande, quatro pernas, 
também usada como apoio para trocar sua fralda). 
Aqui, há um claro caso de assimilação. 
As proximidades entre o berço e a mesa fazem com que os dois sejam 
facilmente confundíveis. 
Isso ocorre por conta da proximidade dos estímulos e de não existir quase 
nenhuma variedade de esquemas reunidos pela criança até o presente momento. 
 
Acomodação 
 
Berço e mesa só serão diferenciados a partir do processo de acomodação. 
Para que isso aconteça, no entanto, será necessária a participação direta do 
adulto. 
Cabe a ele corrigir o seu filho quando apontar a mesa e falar berço. 
A partir dessa intervenção, deixando claro que o objeto em questão é outro, a 
criança vai acomodar essa informação e criar um novo esquema. 
Agora, ela tem uma definição de berço e outra de mesa. 
Na prática, a acomodação é determinada a partir do momento em que a criança 
não consegue registrar uma nova informação, pois não existe uma estrutura cognitiva 
que se pareça com a novidade descoberta. 
Nessa situação, é preciso criar um novo esquema ou mudar algum que já exista 
em seu repertório. 
Com a acomodação, é possível tentar assimilar o estímulo uma vez mais e, 
com a mudança na estrutura cognitiva, o novo conhecimento é prontamente 
assimilado. 
8 ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM HUMANA 
SEGUNDO A TEORIA DE PIAGET 
A assimilação e a acomodação são as principais responsáveis pelas alterações 
do desenvolvimento cognitivo. 
 
11 
Apesar desse processo se dar durante toda a infância, existem momentos em 
que essa adaptação acontece de forma distinta. 
Coincidentemente ou não, esses desequilíbrios se dão de forma diferente 
conforme a idade em que os pequenos estão. 
Por isso, Piaget dividiu o aprimoramento da aprendizagem em quatro estágios 
da vida de uma criança. 
 
Sensório-motor (0 aos 2 anos) 
 
Período no qual a criança não tem nenhuma autonomia e onde ainda não são 
traçados planos. 
Ela está presa na atividade do agora. Sugar o peito da mãe, morder e soltar 
brinquedos são suas principais ações. 
O máximo que um bebê nessa idade consegue fazer é usar a chamada pré-
lógica, que é ordenar objetos do maior para o menor, colocar uns sobre os outros ou 
ainda encaixar bases iguais em orifícios de mesmo desenho. 
As primeiras noções do eu começam a ser construídas. 
Aqui, já é possível diferenciar sua existência física a parte do universo que o 
rodeia.Um bebê de cinco meses brinca com um objeto que estiver à sua frente. 
Agora, se a peça for escondida, ele já vai agir como se o utensílio nunca tivesse 
sequer existido. 
É diferente de uma criança de oito, nove meses, que já consegue notar que o 
objeto sumiu e começa a brincar de esconde-esconde com ele. 
Cada novo encontro representa uma felicidade imensa. 
Importante dizer que alguns pontos foram mudando desde que a Teoria de 
Piaget foi criada. 
Muitas pessoas tendem a achar que os bebês de hoje são mais inteligentes 
que os de alguns anos atrás. 
Um dos motivos que levam a essa conclusão é o quarto dos pequenos. 
Há alguns anos, acreditava-se que para uma criança absorver tudo que 
aprendeu no dia, era preciso um cômodo escuro e extremamente silencioso. 
Com o passar do tempo, foi se notando que paredes pintadas em cores mais 
quentes e músicas no ambiente podem ser muito mais estimulante para os bebês. 
 
12 
 
Fonte: granada.isepclinic.es 
Pré-operatório (2 aos 7 anos) 
 
O período sensório-motor vai ficando um pouco de lado e o imediatismo 
começa a dar lugar à função simbólica, que é a necessidade do pequeno se adequar 
ao meio em que vive. 
O pré-operatório é marcado pelo início da linguagem oral, que é quando a 
criança começa a externar em palavras aquilo que assimilou e acomodou no passado. 
É uma fase em que o ego fala mais alto. 
Tudo gira em torno do seu umbigo. 
Se alguém pergunta qual é o bebê mais lindo do mundo, a resposta certamente 
será: “eu”. 
O animismo também é algo marcante. 
Sentimentos pessoais são transmitidos para objetos inanimados e animais. 
Você vai ouvir do seu filho: “cadeira boba, machucou o meu dedinho” ou 
“cachorro mau, latiu forte para mim”. 
Até essa faixa etária, as crianças são incapazes de entender que trocar um 
objeto de lugar ou a sua forma não vai alterá-lo para sempre. 
O exemplo clássico disso é o da massinha de modelar. 
 
13 
Duas massas podem ser exatamente iguais, mas se você a achatar um pouco, 
o pequeno vai jurar de pés juntos que essa é mais leve que aquela outra, que não foi 
mexida. 
Operações concretas (7 aos 12 anos) 
 
A criança deixa um pouco de se achar o centro do universo e começa a 
desenvolver um conhecimento que tem mais a ver com as outras pessoas mais 
velhas. 
Para usar outro exemplo que não o da massinha de modelar, ela consegue 
compreender que dez peças de dominó colocadas cinco em cima e cinco embaixo é 
igual a todas elas enfileiradas, exceto pela sua disposição. 
Elas continuam sendo uma dezena de retângulos pontilhados. 
Ou seja, além da ideia desses objetos concretos, agora é possível fazer 
operações mentais com eles. 
Por outro lado, a percepção em situações que não são palpáveis ainda está 
confusa. 
As primeiras noções de tolerância também são sentidas nessa fase. 
Com o egocentrismo de lado, é possível ver que existem opiniões, emoções e 
carências diferentes das suas. 
 
Operações formais (12 anos em diante) 
 
Etapa onde o desenvolvimento da inteligência dá o maior salto. 
É quando o adolescente começa a realizar operações mentais com abstrações 
e não somente com o concreto. 
Os hormônios também começam a agir e não apenas no corpo as mudanças 
passam a aparecer. 
O comportamento também é afetado: sentimentos como revolta, incerteza e 
idealismos como “eu vou mudar o mundo” são clichês, mas reais para eles. 
Problemas matemáticos mais complexos também começam a ser resolvidos. 
Isso porque a lógica já está bastante aguçada. 
Talvez a forma mais fácil de diferenciar a fase das operações concretas das 
formais seja através de combinações aritméticas. 
 
14 
Um exemplo usado por Piaget é o número de sequências que se pode fazer 
com os elementos ABCD. 
Enquanto um adolescente no período formal vai procurar estabelecer a lógica 
para elucidar o desafio – mudar primeiro a última letra, depois a penúltima -, o jovem 
na fase concreta provavelmente vai estabelecer uma ordem aleatória, sem uma 
metodologia sistêmica. 
Embora o Modelo de Desenvolvimento de Aprendizagem de Piaget seja muito 
completo e fiel à realidade, nunca é demais ressaltar que ele pode variar conforme a 
idade e de criança para criança. 
É como aquele aluno adiantado da turma, que mesmo sendo o mais novo da 
galera, acompanha as lições tão bem quanto os outros. 
9 TEORIA DE PIAGET E O DESENVOLVIMENTO DA MORAL 
O desenvolvimento da aprendizagem, da cognição e da moral são muito bem 
amarradas entre si, segundo a teoria de Piaget. 
Para abrirmos essa última parte, é importante começar pontuando que o 
pesquisador defende que crianças entre cinco e dez anos de idade tomam suas 
decisões éticas a partir do que uma autoridade acredita que é certo. 
As regras de professores e responsáveis não mudam e os pequenos as 
seguem por receio de serem castigados. 
Depois desse primeiro momento, os jovens passam a ter um poder de decisão 
um pouco maior em relação ao que acreditam ser certo e errado. 
O autor suíço divide esse período – da infância até o início da adolescência – 
em três fases. 
Conheça um pouquinho mais de cada uma delas. 
 
Anomia 
 
Etapa que vai até, mais ou menos, os cinco anos da criança. 
Nessa fase, normalmente não existe moral. 
As normas de conduta são guiadas pelas vontades mais elementares. 
 
15 
A obediência de uma regra se dá pelo hábito e não pela distinção do que é 
correto ou não. 
Por exemplo, um bebê que está com a fralda suja, não vai parar de chorar até 
que ela seja trocada. 
 
Heteronomia 
 
A fase seguinte, que costuma ir até os dez anos de idade, já identifica um outro 
tipo de comportamento. 
Aqui, o que é certo está correto e ponto final, não existe margem para 
interpretação. 
Do mesmo modo, o errado, por mais que seja por uma causa nobre, continua 
sendo incorreto. 
O fato de uma criança não fazer o dever de casa por cuidar do irmãozinho que 
estava doente é tão grave quanto ele não realizar os temas por pura preguiça. 
 
Autonomia 
 
Depois dos dez anos, começa a última fase do desenvolvimento da moral. 
A partir do início da adolescência, o respeito às normas de conduta é feito 
através de acordos entre responsáveis e jovens. 
Faltar aula nunca é bom, mas a ausência por motivo de saúde é bem diferente 
de não responder à chamada para ir ao shopping, em uma matinê, ver a estreia de 
um filme no cinema. 
Cabe aos pais e aos educadores conduzir esse desenvolvimento moral das 
crianças em todas as fases, até atingir sua autonomia. 
É importante ressaltar também que, apesar dessas etapas mostrarem um 
comportamento padrão, há sempre particularidades a serem tratadas com as 
diferentes faixas etárias. 
9.1 Teoria de Piaget e as consequências na área pedagógica 
Os ensinamentos da teoria de Piaget saíram dos livros e podem ser vistos na 
prática, dentro das salas de aula. 
 
16 
Seu legado e sua contribuição na pedagogia são inestimáveis. 
Talvez a principal delas seja a de respeitar as particularidades de cada fase do 
desenvolvimento e estimular as atividades naturais dos alunos. 
Um ensino mais desafiador, que envolva a reflexão e a descoberta de novos 
conteúdos por parte dos alunos, assim ampliando seus esquemas mentais, também 
é uma herança deixada pelo suíço. 
Essa metodologia pode levar os estudantes a acionar seus aprendizados 
cognitivos e, assim, desenvolver uma série de ações que vão desde a localização no 
tempo e espaço, passando pela proposição e comprovação de hipóteses até a 
justificativa por escolhas realizadas. 
Elementos como interação social e linguagem também passaram a ter um 
espaço vital dentro das salas de aula. 
A troca de ideiase a cooperação por meio de trabalhos em grupo e debates 
são enriquecedores para o ensino. 
A teoria de Piaget sempre defendeu que o convívio coletivo favorece a 
aprendizagem, pois as crianças podem comparar pontos de vista e ver que há 
diferentes interpretações para situações iguais, dependendo da ótica de cada um. 
Esse vai e vem de informações favorece o pensamento reverso, a 
reciprocidade e a mutualidade no tratamento recíproco. 
Em outras palavras, contribui para a passagem da heteronomia para a 
autonomia. 
A Teoria de Piaget, de mais de meio século, tem aplicações bastante práticas 
até hoje. 
Não por acaso, suas descobertas impactaram a educação mundial de forma 
definitiva. 
Sempre com o objetivo de auxiliar a criança a desenvolver suas capacidades 
operativas de pensamento, as conclusões dos estudos do pesquisador fizeram com 
que se entendesse mais a fundo a aprendizagem humana. 
Um universo novo se abriu, onde ocupar espaço no HD da máquina e depois 
deixar essas informações acumulando pó não fazia sentido. 
 
17 
Era preciso, de fato, adquirir conhecimentos novos, que permitissem à criança 
raciocinar por ela própria – e não uma cópia e cola automático, que não gera reflexão 
- com pensamentos coerentes, críticos e criativos.2 
9.2 Psicologia da aprendizagem 
O comportamento humano é apreendido, no meio social em que nos 
encontramos, desta forma uma das questões centrais dos estudos da Psicologia é a 
aprendizagem. 
O homem é de todas as espécies animais, a mais evoluída, desta forma, seu 
modo de ser evoluiu, ao longo da história de tal forma que os comportamentos 
instintivos foram aos poucos sendo deixados para trás, hoje correspondendo apenas 
aqueles necessários a sobrevivência de nossa espécie. 
Dependemos da aprendizagem para sobreviver, pois, precisamos aprender a 
comer, andar, falar, enfim, a ser homens. Esse processo se estende do momento em 
que nascemos até nossa morte. Para estar no mundo, sobreviver, necessitamos 
apreender. 
Essa possibilidade, dada pela aprendizagem, faz com que seja possível, as 
gerações tirar proveito de experiências anteriores a nossa, acrescentando a 
contribuição de nosso tempo, promovendo o progresso. 
Em nossa caminhada, aprendemos comportamentos úteis, e necessários a 
nosso crescimento pessoal e profissional, porém nesse processo também 
aprendemos comportamentos inúteis e prejudiciais, podemos dar como exemplo o 
hábito de fumar ou beber. 
A análise psicológica a respeito da aprendizagem se baseia em vários 
conceitos, que levam em conta a forma como esse processo se dá, nos diferentes 
sujeitos. 
Para tanto se observa a maturação física, as descobertas, o erro, que nos 
levam a apresentar um comportamento que anteriormente não existia a respeito de 
determinado evento ou conteúdo. 
Dessa forma: 
 
2 Extraído do link: www.sbcoaching.com.br 
 
18 
São muitas as questões consideradas importantes pelos teóricos da 
aprendizagem. Qual o limite da aprendizagem? Qual participação do aprendiz no 
processo? Qual a natureza da aprendizagem? Há ou não motivação subjacente ao 
processo? As respostas a essas questões têm originado controvérsias entre os 
estudiosos. 
Existem diversas teorias sobre aprendizagem, mas podemos dividi-las em dois 
grupos: as comportamentais e as cognitivas. 
As teorias comportamentais defendem que a aprendizagem acontece com base 
no comportamento dos indivíduos, desta forma devem ser levadas em conta questões 
ambientais, que segundo esta proposta proporciona a aprendizagem. A aprendizagem 
diante desta proposta se dá através de uma vinculação entre estimulo e resposta. 
Segundo esta concepção, aprendemos hábitos, isto é, através da prática. 
As teorias cognitivistas, defendem que a aprendizagem acontece através da 
relação do sujeito com o meio que o circunda, levando a uma organização interna 
como forma de interação com o mundo. 
Defendem que aprendemos por uma associação entre ideias e nossa 
experiência. 
Aprofundando o conceito de cognição pode-se dizer que: 
Cognição é o “processo através do qual o mundo de significados tem origem. 
À medida que o ser se situa no mundo, estabelece relações de significação, isto é, 
atribui significados à realidade em que se encontra. Esses significados não são 
entidades estáticas, mas pontos de partida para a atribuição de outros significados. 
Tem origem, então, a estrutura cognitiva (os primeiros significados), constituindo-se 
nos ‘pontos básicos de ancoragem’ dos quais derivam outros significados”. 
A denominação dos cognitivistas dada à aprendizagem se refere à integração 
entre a organização das informações e o material, a estrutura cognitiva. 
Dentro desta perspectiva existem duas formas de aprendizagem, sendo elas: 
A aprendizagem mecânica – onde o processo de aprendizagem acontece 
sem uma conexão com informações anteriores, este não se liga a conceitos 
específicos. Podemos utilizar como exemplo quando memorizamos um conteúdo para 
uma prova específica, sem relacioná-lo a outros conceitos. 
A aprendizagem significativa – esta se relaciona com outros conceitos 
disponíveis na estrutura cognitiva, servindo de ponto de ancoragem para outros 
conceitos que se seguirão. 
 
19 
Os pontos de ancoragem são de grande relevância para a aprendizagem 
significativa. 
 
Fonte: www.a12.com 
Assim pode-se dizer que: Os pontos de ancoragem são formados com a 
incorporação, à estrutura cognitiva de elementos (informações ou ideias) relevantes 
para a aquisição de novos conhecimentos e com a organização destes, de forma a, 
progressivamente, progressivamente, generalizarem-se, formando conceitos. 
Partindo de conceitos simples é possível a criança diferenciar conceitos e 
chegar até outros mais complexos, não só a criança, mas todo o indivíduo que está 
inserido no processo de aprendizagem, seja de modo formal ou informal. 
A partir das concepções acima descritas surgem várias teorias com o objetivo 
de analisar, discutir e desenvolver formas de tornar a aprendizagem mais interessante 
para os educandos. 
Jerome Bruner, famoso psicólogo, desenvolveu um grande trabalho com 
respeito a teoria cognitivista de aprendizagem, sendo considerado um o representante 
máximo dessa corrente. 
Sua teoria enfatiza a importância da motivação, a respeito BARROS salienta: 
[...] acredita que há dentro do indivíduo, desde o nascimento, forças poderosas que o 
levam a aprendizagem, como a curiosidade, o desejo de adquirir competência e o 
 
20 
desejo de trabalhar cooperativamente com outras pessoas, que Bruner chama 
reciprocidade. 
Em sua teoria o psicólogo considera o valor do reforço como uma questão 
transitória, por se apresentar como uma motivação externa, defende a necessidade 
do feedback, que se caracteriza pelo retorno ao aprendiz a respeito de seu processo 
de conhecimento. 
Toda a aprendizagem, que se baseia na instrução do educando deve, segundo 
o teórico dar meios para que este desenvolva a capacidade de autocorreção, ou seja, 
o reforço deve criar meios para que com o próprio desenvolvimento o estudante sinta-
se capaz de avaliar seus próprios erros. 
Dentro dessa proposta salienta a necessidade de despertar junto aos 
educandos a investigação para que estes sejam capazes de ir adiante, motivados. 
Destaca-se aqui, segundo BOCK, a estrutura da matéria: Para se dar conta do 
primeiro aspecto (estrutura da matéria), Bruner propõe que os especialistas nas 
disciplinas auxiliem a estruturar o conteúdo de ensino a partir dos conceitos mais 
gerais e essenciais da matéria e, a partir daí, desenvolvam-no como uma espiral – 
sempre dos conceitos mais gerais para os particulares,aumentando gradativamente 
a complexidade das informações. Por exemplo, em Física é necessário começarmos 
pela noção de energia, em Psicologia pela noção da vida psíquica e em história pelas 
noções de Homem, Natureza e Cultura. 
O método proposto por Bruner sugere que o ensino seja voltado para a 
compreensão do educando, para tanto é fundamental que os professores conheçam 
a realidade de seus aprendizes. 
A motivação é um dos fatores mais importantes no processo de aprendizagem, 
onde devem estar relacionadas as questões da necessidade, do ambiente e do objeto 
a ser apreendido, na tarefa de compreender conceitos, o aprendiz deve ser instigado 
a satisfazer sua necessidade, criando assim uma aprendizagem significativa. 
No panorama contemporâneo, as teorias de Vygotsky e Piaget, se destacam 
na relação de ensino-aprendizagem, por salientarem uma construção da 
aprendizagem centrada no desenvolvimento infantil e suas possibilidades, levando em 
conta o meio que cerca a criança em seu desenvolvimento. 
A psicolinguística argentina Emília Ferreiro, se embasou em Vygotsky e Piaget, 
para formular sua teoria, suas contribuições são de grande importância para a 
 
21 
educação brasileira, pois contribuíram sobre maneira na revisão de educadores sobre 
seus métodos de ensino relacionados a alfabetização infantil. 
Suas investigações se basearam no processo de aquisição e elaboração de 
conhecimentos pela criança, seu foco de concentração assim como o de Piaget, está 
nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e a escrita. 
Com base em seus estudos, fica clara papel da criança como um agente ativo 
na aprendizagem, desta forma o foco que anteriormente se remetia à escola, volta à 
atenção para o sujeito que conhece. 
A psicolinguística salienta o caráter evolutivo da aprendizagem da escrita, para 
que a criança consiga descobrir o caráter simbólico da escrita, é necessário oferecer 
condições em que a escrita se torne objeto de seu pensamento. 
Este aprendizado apresenta-se como fundamental no processo de 
aprendizagem, bem como os aspectos relacionados a percepção e à motricidade. 
Como forma de situação de aprendizagem, propõe a valorização das histórias 
contadas pela criança e de suas tentativas de escrita, características que geram a 
descoberta do uso social da linguagem, com isso o conhecimento espontâneo da 
criança passa a fazer parte do ensino tornando-o mais significativo. 
A escrita possui um caráter evolutivo, onde é possível observar: 
[...] que os primeiros registros da sílaba são feitos com apenas uma letra, à qual 
se agregarão outras, posteriormente, levou Ferreiro à interpretação de que estes são 
fatos naturais do percurso, ou seja, são erros naturais e necessários à construção da 
aprendizagem. 
A construção do conhecimento se caracteriza como um processo evolutivo, 
onde deve se levar em conta as capacidades da criança de apreender o objeto e 
possibilitar esta interação de forma que seu mundo de significados seja respeitado e 
levado em conta. 
Nossa aprendizagem formal e informal se caracteriza por uma construção que 
envolve o erro como possibilidade de caminhada rumo ao acerto. 
Valorizar essa possibilidade no educando é uma forma de construir com ele 
uma aprendizagem significativa, onde o sujeito de tal processo passa a ser levado em 
conta, não como mero deposito de conhecimentos, mas como um agente ativo, que 
possui uma história além da instituição, onde se exprime um conhecimento. 
Cabe aos professores, olhar o ato de educar como possibilidade de construção 
com o educando. 
 
22 
A desconsideração total pela formação integral do ser humano e a sua redução 
a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima para baixo. Nesse 
caso, falar a, que na perspectiva democrática é um possível momento da com falar 
com, nem sequer é ensaiado. A desconsideração total pela formação integral do ser 
humano, a sua redução a puro treino fortalecem a maneira autoritária de falar de cima 
para baixo a que falta, por isso mesmo, a intenção de sua democratização no falar 
com. 
Na construção de uma aprendizagem significativa, cabe ao educador levar em 
conta a perspectiva do educando, como forma de qualificar o processo de ensino-
aprendizagem.3 
A aprendizagem significativa se caracteriza pela interação entre novos 
conhecimentos e o conhecimento prévio do aluno. 
Sendo que nessa interação os novos conhecimentos adquirem significado para 
o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos significados ou maior 
estabilidade cognitiva. 
Duas dimensões do processo de aprendizagem, relativamente independentes, 
são importantes na aprendizagem significativa: 
(i) o modo como o conhecimento a ser aprendido é tornado disponível ao aluno 
(por recepção ou por descoberta); e 
(ii) o modo como os alunos incorporam essa informação nas suas estruturas 
cognitivas já existentes (mecânica ou significativa). 
A aprendizagem significativa só ocorre quando o novo material, que apresenta 
uma estrutura lógica, interage com conceitos relevantes e inclusivos, claros e 
disponíveis na estrutura cognitiva. 
Quando conceitos relevantes não existem na estrutura cognitiva do sujeito, 
novas informações têm que ser aprendidas mecanicamente, não se relacionando a 
nova informação com os conceitos já existentes. 
A aprendizagem significativa proposta por Ausubel (1981) dá pouca atenção à 
aprendizagem por descoberta priorizando a assimilação. 
Isso significa que, na aprendizagem significativa o que o aluno já sabe é 
fundamental. 
 
3 Extraído do link: www.gestaouniversitaria.com.br 
 
23 
Pois é por meio do que o aluno já sabe que ele estabelece relações com o 
conhecimento novo apresentado. 
Essas relações entre o conhecimento novo e o antigo é intermediado por 
organizadores prévios. 
Esses organizadores funcionam como uma ponte cognitiva e servem como 
ancoradouro, na estrutura cognitiva, para o novo conhecimento. 
Se conceitos relevantes não estiverem disponíveis na estrutura cognitiva de um 
aluno, os organizadores prévios serviriam para ancorar as novas aprendizagens e 
levar ao desenvolvimento de um subsumir que facilitasse a aprendizagem 
subsequente. 
A aprendizagem passa a ser encarada como um processo interno e pessoal. 
Que implica o aluno na construção ativa do conhecimento e que progride no 
tempo de acordo com os interesses e capacidades de cada um. 
9.3 O que a aprendizagem significativa tem a ver com o construtivismo? 
A aprendizagem significativa é um conceito subjacente às teorias 
construtivistas de aprendizagem. 
Os modelos pedagógicos construtivistas dão especial realce às construções 
prévias dos alunos na medida em que filtram, escolhem, decodificam e reelaboram 
informação que o indivíduo recebe do meio. 
Por outras palavras, o conhecimento prévio ou as concepções pré-existentes 
orientam os alunos na compreensão da nova informação apresentada pelos 
professores ou pelos manuais. 
Se as concepções prévias dos alunos se articulam com a versão científica, 
ocorre apreensão conceitual. 
Mas se entram em conflito com a versão científica, ocorre, então, mudança 
conceitual. 
Em uma ótica piagetiana, ensinar seria provocar desequilíbrio cognitivo no 
aprendiz. 
 
 
24 
Fonte: escoladainteligencia.com.br 
Para que, ele procurando o reequilíbrio se reestruturasse cognitivamente e 
aprendesse (significativamente). 
O mecanismo de aprender de uma pessoa está relacionado a sua capacidade 
de reestruturar-se mentalmente. 
E está relacionado a buscar um novo equilíbrio (novos esquemas de 
assimilação para adaptar-se à nova situação). O ensino deve ativareste mecanismo. 
Para Vygotsky, o único bom ensino é aquele que está à frente do 
desenvolvimento cognitivo e o dirige. 
Isso significa que, a única boa aprendizagem é aquela que está avançada em 
relação ao desenvolvimento. 
A interação social que leva à aprendizagem deve ocorrer dentro daquilo que 
ele chama de zona de desenvolvimento proximal. 
A zona de desenvolvimento proximal é distância entre o nível de 
desenvolvimento cognitivo real do indivíduo, tal como poderia ser medido por sua 
capacidade de resolver problemas sozinho e seu nível de desenvolvimento potencial, 
tal como seria medido por sua capacidade de resolver problemas sob orientação ou 
em colaboração com companheiros mais capazes. 
Para facilitar a aprendizagem significativa é preciso dar atenção ao conteúdo e 
à estrutura cognitiva, procurando “manipular” os dois. 
 
25 
É necessário fazer uma análise conceitual do conteúdo para identificar 
conceitos, ideias, procedimentos básicos e concentrar neles o esforço instrucional. 
É importante não sobrecarregar o aluno de informações desnecessárias, 
dificultando a organização cognitiva. 
É preciso buscar a melhor maneira de relacionar, explicitamente, os aspectos 
mais importantes do conteúdo da matéria de ensino aos aspectos especificamente 
relevantes de estrutura cognitiva do aprendiz. 
É indispensável uma análise prévia daquilo que se vai ensinar. 
Nem tudo que está nos programas e nos livros e outros materiais educativos 
do currículo é importante. 
Além disso, a ordem em que os principais conceitos e ideias da matéria de 
ensino aparecem nos materiais educativos e nos programas muitas vezes não é a 
mais adequada para facilitar a interação com o conhecimento prévio do aluno. 
A análise crítica da matéria de ensino deve ser feita pensando no aprendiz. 
De nada adianta o conteúdo ter boa organização lógica, cronológica ou 
epistemológica, e não ser psicologicamente aprendível. 
Materiais introdutórios apresentados antes do material de aprendizagem em si, 
em um nível mais alto de abstração, generalidade e inclusividade, podem ajudar. 
Sua principal função é a de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o 
que ele deve saber a fim de que o novo material possa ser aprendido de maneira 
significativa. Seriam uma espécie de “ancoradouro provisório”. 
10 COMO INCORPORAR NAS AULAS 
A teoria de Ausubel oferece, alguns princípios e estratégia que ele crê serem 
facilitadores da aprendizagem significativa. 
A estratégia do mapeamento conceitual trata-se de uma técnica que, como 
sugere o próprio nome, enfatiza conceitos e relações entre conceitos à luz dos 
princípios da diferenciação progressiva e reconciliação integrativa. 
Os mapas conceituais podem ser usados como recurso didático, de avaliação 
e de análise de currículo. Podem também servir como instrumento de metacognição, 
de aprender a aprender. 
 
26 
No entanto, mapas conceituais e aprendizagem significativa não são 
sinônimos. Dependendo de como são utilizados, mapas conceituais podem gerar 
aprendizagem mecânica. Por exemplo, se existir um “mapa correto” que os alunos 
devem reproduzir.4 
11 ENTENDA TUDO SOBRE A TEORIA DE APRENDIZAGEM DE VYGOTSKY 
A teoria de aprendizagem de Vygotsky — psicólogo bielorrusso que morreu há 
mais de 80 anos — tem uma ênfase importante no papel das relações sociais no 
desenvolvimento intelectual. Para ele, o homem é um ser que se forma em contato 
com a sociedade. 
“Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”, diz. Sua 
compreensão é a de que a formação se dá na relação entre o sujeito e a sociedade a 
seu redor. Assim, o indivíduo modifica o ambiente e este o modifica de volta. 
Dessa maneira, a interação que cada pessoa estabelece com um ambiente, a 
experiência pessoalmente significativa, é muito importante para ela. Por isso, a teoria 
de aprendizagem de Vygotsky ganhou o nome de socioconstrutivismo e tem como 
temas centrais o desenvolvimento humano e a aprendizagem. 
A partir desse entendimento, seu estudo tem peso nas possíveis rupturas do 
processo de construção das ideias pedagógicas. Afinal, a base de seus estudos é a 
psicologia evolutiva e a perspectiva usada para concebê-los é a da função social do 
professor. 
O contexto social é, então, determinante quando se fala em desenvolvimento 
cognitivo e, assim, o profissional tem de responder aos desafios impostos 
pela diversidade na sala de aula. 
Quando o professor aplica esse conhecimento no processo ensino-
aprendizagem, ele pode acompanhar, no decorrer do desenvolvimento infantil, a 
evolução da manifestação de pensamento e da expressão (verbal ou não) da criança. 
Segundo o teórico, grande parte do desenvolvimento infantil ocorre pelas 
interações com o ambiente, que determinam o que a criança internaliza. Quer saber 
mais sobre o tema? Confira o texto a seguir! 
 
 
4 Extraído do link: pontodidatica.com.br 
 
27 
Papel do professor na aprendizagem 
 
Estudioso do processo de aprendizagem, Vygotsky defende que ela é 
resultante da atividade de cada pessoa e da reflexão que ela consegue fazer a partir 
daquilo. Ou seja, cada aluno é um agente ativo nesse processo. 
Dessa forma, o papel do professor consiste em guiá-lo enquanto fornece as 
ferramentas adequadas para que seu desenvolvimento cognitivo ocorra da forma mais 
apropriada. Assim, a função do profissional é conduzir o indivíduo até a aquisição do 
conhecimento. 
Afinal, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou 
informações deve ter sempre a participação de um adulto. Depois que internaliza um 
procedimento, ela se apropria dele e o torna voluntário. O papel do educador, então, 
é ativo e determinante nesse processo. 
 
Estruturas mentais 
 
Para educar, o professor deve entender as estruturas mentais e seus 
mecanismos. No contexto educacional, os conceitos da teoria de aprendizagem de 
Vygotsky percebem a escola como o local onde a intervenção pedagógica é 
intencional e é isso o que promove o processo de ensino-aprendizagem. 
Para o estudioso, a aquisição do conhecimento ocorre por mediação, 
convivência, partilha e assim por diante até que diversas estruturas sejam 
internalizadas. Um de seus principais conceitos é a zona de desenvolvimento proximal 
(ZDP), que destaca o papel do outro — em especial o do professor. 
A ZDP, segundo seu criador, é a distância entre o desenvolvimento real de uma 
criança e o que ela ainda tem o potencial de aprender. Esse potencial é demonstrado 
pela capacidade de desenvolver uma competência com a ajuda de um adulto. 
O profissional interfere de forma objetiva, intencional e direta na ZDP. O aluno 
é aquele que aprende os valores, a linguagem e o conhecimento que seu grupo social 
produz a partir da interação com o outro — no caso, o professor. 
Segundo Vygotsky, o aprendizado não se subordina totalmente ao 
desenvolvimento das estruturas intelectuais: um aspecto se alimenta do outro. Por 
isso, o ensino deve se antecipar àquilo que a criança ainda não sabe e nem é capaz 
 
28 
de aprender sozinha. Para ele, na relação entre aprendizado e desenvolvimento, o 
primeiro vem antes. 
12 MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
Nesse cenário, um dos recursos mais úteis é o trabalho de pares. Afinal, a ZDP 
é o caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de 
conseguir fazer sozinha. 
O professor deve ser capaz de identificar essas duas capacidades e, a partir 
disso, determinar qual deve ser o percurso de cada aluno entre elas. Por isso, a 
relação entre professor e estudante deve ser de cooperação, respeito e crescimento, 
não de imposição. 
A criança deveser considerada ativa no processo de construção de 
conhecimento. O educador é o suporte para que a aprendizagem seja satisfatória. O 
educador deve, então, interferir na ZDP do estudante com metodologia. 
Para Vygotsky, isso ocorre pela linguagem — pelo diálogo entre professor e 
aluno. Esse conceito é essencial na adaptação na educação infantil e o papel do 
professor é fazer com que a criança se sinta estimulada. 
12.1 Principais definições da Teoria de Aprendizagem de Vygotsky 
Segundo o estudioso, o desenvolvimento da linguagem implica o 
desenvolvimento do pensamento, já que é pelas palavras que o pensamento ganha 
existência. 
Para ele, a linguagem tem duas funções básicas: intercâmbio social e 
pensamento generalizante. O intercâmbio social é bem visível em bebês, por exemplo: 
por meio de gestos, expressões e sons, eles demonstram sentimentos, desejos e 
necessidades. 
O pensamento generalizante ocorre quando se fala uma palavra: ao dizer, por 
exemplo, frango, o pensamento classifica a palavra em “animais” e remete à imagem 
dele. 
 
 
29 
Fonte: pedagogiaaopedaletra.com 
Assim, as funções psicológicas superiores, ou seja, as ações e os pensamentos 
inteligentes que só são encontrados no homem (como pensar, refletir, organizar, 
categorizar, generalizar e outros), são construídas ao longo de sua história social. Os 
pilares da teoria de aprendizagem de Vygotsky são: 
 As funções psicológicas têm suporte biológico, pois são produtos da atividade 
cerebral. O cérebro é um sistema aberto, com estruturas que são moldadas ao 
longo da história do homem e de seu desenvolvimento individual; 
 O funcionamento psicológico tem como base as relações sociais dentro de um 
contexto histórico; 
 A cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana; 
 A relação entre o homem e o mundo é mediada por sistemas simbólicos, que 
auxiliam a atividade humana. 
Conceitos de aprendizagem 
 
As observações de Vygotsky foram obtidas a partir de um estudo com primatas. 
Ao avaliar os animais, o teórico percebeu que existe uma inteligência prática em ação, 
já que eles conseguem atingir um nível em que podem resolver problemas ao seu 
redor com o uso de instrumentos. 
 
30 
A partir disso, ele formulou alguns conceitos. 
 
Linguagem e pensamento 
 
A fase da resolução de problemas no entorno foi chamada pelo psicólogo de 
“linguagem pré-intelectual”. Paralelamente, o estudioso percebeu que os primatas 
usam expressões faciais, gritos e urros para se comunicar — algo que chamou de 
“pensamento pré-verbal”. 
Quando analisou crianças, ele notou que elas passam por um processo 
semelhante. Depois, por volta dos dois anos de idade, a linguagem pré-intelectual e o 
pensamento pré-verbal se unem e dão origem à linguagem intelectual e ao 
pensamento verbal. 
Nesse momento, seu vocabulário ganha mais consistência, ela passa a 
questionar o que lhe intriga e sua linguagem e seu pensamento passam a ser 
internalizados. Isso ocorre em três momentos: 
 Fala social (ou exterior): a comunicação engloba elementos do entorno e tem 
como finalidade apenas a comunicação com adultos; 
 Fala egocêntrica: a prioridade não é ser ouvida pelo adulto, mas ela ainda não 
saber expressar sua fala apenas para si; 
 Fala interior: quando atinge a potencialidade da reflexão. 
13 MEDIAÇÃO SEMIÓTICA 
A mediação é um conceito central da teoria de aprendizagem de Vygotsky e 
representa a intervenção de um elemento intermediário em uma relação. Os 
mediadores podem ser instrumentos ou signos. 
Instrumentos são objetos criados pelo homem para facilitar sua vida e signos 
são fatores psicológicos que auxiliam nos processos internos. A significação 
pressupõe a criação e o uso de signos por meio dos quais é possível construir novas 
conexões cerebrais. 
Com isso, a partir dos processos mentais elementares ocorre o 
desenvolvimento mental superior, que usa a mediação semiótica. Tanto os 
instrumentos quanto os signos ajudam o homem a agir no mundo. 
 
31 
Assim, quando o indivíduo cria uma lista de supermercado, por exemplo, ele 
está usando signos. Afinal, trata-se de um suporte psicológico que pode auxiliá-lo, 
mais tarde, a fazer as compras no mercado. 
De acordo com o teórico, quando nasce, a criança interage com o ambiente de 
forma típica e peculiar. A forma mais elementar de relação do homem com o ambiente 
tem uma ligação direta de estímulo-resposta. É por isso, por exemplo, que se retira a 
mão rapidamente ao ter contato com uma superfície quente. 
O processo de educação ocorre, então, por meio da mediação semiótica. Ela, 
por sua vez, atua na construção de processos mentais superiores. 
Essa construção é prolongada e complexa, pois passa por uma série de 
transformações qualitativas em que um estágio é precondição para o próximo (que é 
uma ampliação ou uma inovação de um antecedente). 
 
Internalização 
 
Para o estudioso, o ambiente tem papel fundamental no desenvolvimento 
intelectual da criança. Ou seja, o desenvolvimento ocorre de fora para dentro. Assim, 
a internalização, que permite absorver o conhecimento vindo do contexto, é 
fundamental. 
As influências sociais, então, em vez de biológicas, são a base da teoria de 
aprendizagem de Vygotsky. A internalização está diretamente relacionada à repetição: 
a criança se apropria da fala do outro e a torna sua. 
Isso ocorre no processo de socialização, já que, quando se relaciona com o 
adulto, a criança reconstrói as formas culturais, o pensamento, as significações e os 
usos das palavras. 
Em resumo, todos os dias, em todos os lugares, a criança observa o que as 
pessoas dizem, como o dizem, o que fazem e por que o fazem. Ela, então, internaliza 
tudo isso e o transforma em sua propriedade. Para isso, ela recria, dentro de si, as 
conversações e demais interações observadas. 
Esse processo é essencial para o crescimento do funcionalismo psicológico 
humano. Afinal, ele compreende uma atividade externa que deve ser mudada para 
tornar-se uma atividade interna: assim, ela começa como interpessoal e se torna 
intrapessoal. 
 
32 
Dessa forma, quando uma criança está na cozinha, por exemplo, e a mãe lhe 
diz apenas para não mexer no fogo, ela perde a chance de lhe ensinar algo. Se, ao 
contrário, disser que, se mexer no fogo ela pode se machucar, a criança pode 
internalizar esse aprendizado e usá-lo em outras circunstâncias. 
Assim, os adultos podem ajudar a ampliar o conhecimento da criança e facilitar 
sua aprendizagem por meio das interações que têm com ela. Dessa forma, sempre 
que há algum tipo de troca, há aprendizagem, já que o homem não é um ser passivo. 
 
Zonas de desenvolvimento 
 
Como na teoria de aprendizagem de Vygotsky, o desenvolvimento da criança 
está diretamente relacionado à sua socialização, ele categorizou esse processo em 
três níveis. 
1. Zona de desenvolvimento real: refere-se às etapas já alcançadas pela criança 
e que permitem que ela solucione problemas de forma independente. 
2. Zona de desenvolvimento potencial: é a capacidade que a criança tem de 
desempenhar tarefas desde que seja ajudada por adultos ou companheiros 
mais capazes. 
3. Zona de desenvolvimento proximal: é a distância entre as zonas de 
desenvolvimento real e potencial. Ou seja, é o caminho a ser percorrido até o 
amadurecimento e a consolidação de funções. 
Isso significa que, antes mesmo de frequentar a escola, a criança desenvolve 
seu potencial a partir das trocas estabelecidas e adquire conhecimento. 
Quando vai para o ambiente escolar, ela se familiariza com esse mundo e sai 
da zona de desenvolvimento real para, com auxílio do professor, atingir seu 
desenvolvimentopotencial. 
A noção de desenvolvimento remete a um contínuo de evolução. Assim, é como 
se o indivíduo caminhasse ao longo do ciclo vital. Essa evolução nem sempre é linear 
e ocorre nos aspectos afetivo, cognitivo, social e motor. O processo inclui tanto a 
maturação biológica quanto as interações com o meio. 
A cultura ao redor do indivíduo é uma das principais influências nesse processo. 
Pela interação social, cada pessoa aprende, se desenvolve, cria formas de agir no 
mundo e amplia os meios de atuar no complexo contexto que a cerca. 
 
33 
14 O QUE É A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA? 
Para conhecer a natureza da aprendizagem significativa é preciso compreender 
que a teoria de Ausubel é uma teoria destinada a uma aplicação direta. David não 
procurava simplesmente descrever os diferentes tipos de aprendizagem; ele estava 
interessado em provocar uma mudança na instrução. Como mencionamos antes, é 
difícil que uma aprendizagem literal ou superficial modifique as representações do 
sujeito, o que faz com que nos questionemos se podemos falar, nestes casos, de uma 
aprendizagem real. Precisamente nasce daqui a necessidade de entender o que é a 
aprendizagem significativa. 
A aprendizagem significativa é uma aprendizagem relacional. Está relacionada 
com os conhecimentos prévios e experiências vividas. Supõe uma modificação ou 
uma maneira de complementar nossos esquemas ou representações da realidade, 
conseguindo desta forma uma aprendizagem profunda. Não são simplesmente dados 
memorizados, mas sim um marco conceitual sobre como vemos e interpretamos a 
realidade que nos rodeia. 
Um aspecto chave deste tipo de aprendizagem é a relação cíclica existente 
entre nosso marco conceitual ou esquemas e a percepção da realidade material. Nós 
observamos a realidade material e, graças a nossos conhecimentos e esquemas 
prévios (marco conceitual), construímos uma representação da mesma. Ao construir 
uma representação da realidade, esta se incorpora em nosso marco conceitual, 
mudando ou complementando nosso conhecimento e esquemas. Desta maneira, as 
representações adicionadas influenciarão a criação de novas representações, criando 
assim um ciclo “representação – novo marco conceitual – representação”. 
 
Implicações na instrução 
 
Esta teoria tem fortes implicações na hora de mudar os métodos de instrução. 
Se dermos uma olhada superficial na educação atual, nos daremos conta de diversos 
erros. O sistema é feito para favorecer uma aprendizagem de memorização ou literal, 
fazendo com que os alunos aprendam dados, fórmulas ou nomes sem nenhum 
significado. 
Além disso, graças ao sistema atual de avaliação baseado em provas, a 
aprendizagem superficial é favorecida. Isso ocorre porque, para passar nas provas, 
 
34 
não é necessário ter uma aprendizagem significativa, e sim tirar uma boa nota. A 
aprendizagem de memorização dará melhores resultados com um esforço menor. 
Agora, isso faz com que aqueles que procuram entender a matéria se sintam 
desanimados ou não entendam por que têm resultados piores. 
David Ausubel propôs os seguintes princípios que o ensino deveria seguir para 
conseguir uma aprendizagem significativa em seus alunos: 
 Ter em conta os conhecimentos prévios. A aprendizagem significativa é 
relacional, sua profundidade está na conexão entre os novos conteúdos e os 
conhecimentos prévios. 
 Proporcionar atividades que consigam despertar o interesse do aluno. Quanto 
maior o interesse do estudante, mais disposto ele estará a incorporar o novo 
conhecimento em seu marco conceitual. 
 Criar um clima harmônico onde o aluno sinta confiança no professor. É 
essencial que o estudante veja no professor uma figura de segurança para que 
este não seja um obstáculo na aprendizagem. 
 Proporcionar atividades que permitam ao aluno opinar, trocar ideias e debater. 
O conhecimento precisa ser construído pelos próprios alunos, são eles os que, 
através de seu marco conceitual, devem interpretar a realidade material. 
 Explicar por meio de exemplos. Os exemplos ajudam a entender a 
complexidade da realidade e a conseguir uma aprendizagem contextualizada. 
 Guiar o processo cognitivo de aprendizagem. Por ser um processo onde os 
alunos são livres na hora de construir o conhecimento, eles podem cometer 
erros. É função do docente supervisionar o processo e agir como guia durante 
o mesmo. 
 Criar uma aprendizagem situada no ambiente sociocultural. Toda educação 
ocorre em um contexto social e cultura; é importante que os alunos entendam 
que o conhecimento é de caráter construído e interpretativo. Entender o porquê 
das diferentes interpretações ajudará a construir uma aprendizagem 
significativa. 
Podemos intuir facilmente que a aposta em um modelo que priorize a 
aprendizagem significativa requer recursos. A dificuldade é muito maior do que a outra 
maneira de aprender que mencionamos neste artigo (aprendizagem literal ou 
 
35 
superficial), que é muito mais comum nas escolas atuais. Porém, a verdadeira 
pergunta é: qual modelo queremos?5 
15 O QUE É DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E COMO CONTORNÁ-LA? 
O que é dificuldade de aprendizagem? 
 
A dificuldade de aprendizagem está relacionada aos problemas que não 
decorrem de causas educativas, ou seja, aquelas instâncias em que, mesmo após 
uma mudança na abordagem educacional do professor, o aluno continua 
apresentando os mesmos sintomas. 
Isso aponta para a necessidade de uma investigação mais aprofundada, que 
determinará quais são as causas da dificuldade em questão. 
 
O que causa dificuldades de aprendizagem? 
As principais dificuldades de aprendizagem são associadas a algum 
comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro. Porém, é arriscado 
falar somente em uma causa biológica. Frequentemente, alunos que apresentam 
sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem 
esses problemas por causa de algum conflito pessoal ou familiar — e não por razões 
de ordem fisiológica. 
 
 
5 Extraído do link: amenteemaravilhosa.com.br 
 
36 
Fonte: www.sosergipe.com.br 
Quais são as principais dificuldades de aprendizagem? 
 
Alguns exemplos de dificuldades de aprendizagem mais conhecidos são: 
 Dislexia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam, tipicamente, 
uma dificuldade de leitura. É muito comum, apresentando mais de 2 milhões 
de casos relatados por ano no Brasil. 
 Disgrafia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio apresentam dificuldade na 
escrita. Isso inclui, principalmente, erros de ortografia, como trocar, omitir, 
acrescentar ou inverter letras. 
 Discalculia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio são afetados, 
principalmente, em sua relação com a matemática. Portanto, os sinais 
envolvem dificuldade em organizar, classificar e realizar operações com 
números. 
 Dislalia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio demonstram dificuldades na 
fala. Eles podem ter alterações da formação normal dos órgãos fonadores, 
dificultando a produção de certos sons da língua. 
 Disortografia: Os alunos que enfrentam esse distúrbio geralmente também 
são afetados pela dislexia. Ainda que se relacione à linguagem escrita, a 
disortografia é mais ampla do que a disgrafia. Pode envolver desde a falta de 
vontade de escrever até a dificuldade em concatenar orações. 
 
37 
 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os alunos que 
enfrentam esse distúrbio apresentam baixa concentração, inquietude e 
impulsividade. Foi constatado que uma das causas do TDAH é genética e que 
há implicações neurológicas. O TDAH já é reconhecido pela Organização 
Mundial de Saúde(OMS) como um transtorno legítimo. 
 
Como identificar e avaliar as dificuldades de aprendizagem? 
Para a identificação de alguma possível dificuldade de aprendizagem, o papel 
do professor é fundamental. Afinal, ele tem contato diário e próximo com o aluno, além 
de ter fácil acesso aos grupos que o cercam — família, amigos e outros professores. 
A rotina da escola - realização de tarefas em grupo, simulados e outras atividades - 
também é muito propícia para identificar queixas dos alunos que podem apontar (ou 
não) para casos de dificuldade de aprendizagem. 
Porém, antes de lançar qualquer possibilidade de diagnóstico, é preciso que o 
aluno passe uma avaliação especializada com profissionais da área de saúde. 
Esta é uma medida indispensável, pois a realização de avaliações superficiais 
tem causado um aumento no número de crianças e adolescentes que 
são desnecessariamente submetidos a tratamentos medicamentosos. 
A avaliação pode ser conduzida por uma equipe multidisciplinar, para garantir 
uma visão mais holística do aluno. Essa equipe deve incluir médicos, especialmente 
neurologistas, além de psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos e até mesmo 
fonoaudiólogos. Cada um dos profissionais terá uma perspectiva a agregar na 
avaliação, evitando a miopia de atribuir o problema a uma causa única. 
 
Qual o papel da escola diante da dificuldade de aprendizagem dos 
alunos? 
 
Em primeiro lugar, a escola deve compreender que os alunos com dificuldade 
de aprendizagem não são incapazes de aprender. É papel da escola, portanto, 
quebrar certos rótulos e paradigmas de que um aluno com dificuldade de 
aprendizagem é “deficiente” ou “fraco”. 
Também é seu papel promover maior integração do aluno com o restante da 
comunidade escolar. Vale a pena reforçar que, se a integração não ocorre, o próprio 
 
38 
isolamento pode dar margem a uma queda no desempenho do aluno; não por causa 
das dificuldades em si, mas devido à desmotivação e frustração com a vida escolar. 
Finalmente, também é papel da escola, por meio da figura do professor, adaptar 
a metodologia de ensino para ajudar o aluno. Não estamos falando apenas de adotar 
práticas ou instrumentos para contornar as dificuldades de aprendizagem. Na 
realidade, é necessário buscar a dinamicidade e inovação na sala de aula, integrando 
atividades lúdicas por meio do processo de gamificação e adotando ferramentas 
tecnológicas de apoio ao ensino. O objetivo é estimular o aluno, de uma forma 
despretensiosa, a desafiar sua concepção sobre as próprias limitações. 
 
Quais modalidades de atendimento são essenciais para alunos com 
dificuldade de aprendizagem? 
 
O aluno que apresenta alguma dificuldade de aprendizagem se beneficiará de 
um acompanhamento regular com a mesma equipe responsável pelo seu diagnóstico. 
Os tipos de serviço que devem ser disponibilizados ao aluno vão variar de 
acordo com a dificuldade apresentada. De maneira geral, os principais serviços que 
trarão ao aluno uma melhoria na qualidade de sua vida escolar, bem como em seu 
desempenho, são: 
 Consultas com neurologista e psiquiatra, para realização de exames; 
 Sessões de terapia com psicólogo; 
 Sessões de aconselhamento com pedagogo ou psicopedagogo; 
 Sessões de fonoaudiologia, especificamente no caso da dislalia; 
 Realização de atividades educativas extraclasse com professores de 
Português ou Matemática, conforme a dificuldade de aprendizagem. 
Também é essencial que os profissionais tenham alguma forma de 
comunicação, já que todos eles vão influenciar o avanço e melhoria do aluno. É 
importante que o pedagogo tenha ciência das atividades que estão sendo 
desenvolvidas pelos professores e o psicólogo saiba dos procedimentos realizados 
pelo psiquiatra, e assim por diante. A própria família do aluno é mais indicada para 
assumir este papel, realizando o elo entre a equipe que realiza o acompanhamento 
multidisciplinar.6 
 
6 Extraído do link: www.somospar.com.br 
 
39 
16 TIPOS DE APRENDIZAGEM 
O conceito de sete tipos de aprendizagem tornou-se muito conhecido nos 
últimos anos e vem orientando o trabalho pedagógico de inúmeros psicólogos, 
pedagogos, professores e gestores educacionais. Saiba por que tem aumentado o 
interesse por esse assunto e como ele pode auxiliar no processo educacional em 
todos os seus níveis. 
17 A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 
Os tipos de aprendizagem estão diretamente relacionados à Teoria das 
Inteligências Múltiplas, desenvolvida entre os anos de 1980 e 1990 pelo professor de 
psicologia e neurologia da Universidade de Harvard, o norte-americano, Howard 
Gardner. 
A teoria de Gardner surgiu em um momento em que o padrão mais aceito para 
se avaliar a inteligência eram os testes de QI (quociente de inteligência), 
desenvolvidos pelo psicólogo francês Alfred Binet no início do século XX. Estes testes 
pautavam-se na capacidade lógico-matemática, mas durante muito tempo foi utilizado 
para aferir o desempenho escolar de crianças. 
A teoria de Gardner não atribui valores para uma ou outra inteligência, como 
vem ocorrendo na educação e no mercado de trabalho no último século, onde as 
inteligências lógico-matemática e linguística são as de maior importância e, portanto, 
mais valorizadas socialmente. Mas sim, na ideia de que a inteligência se manifesta de 
múltiplas formas. Para isso, valeu-se da observação e pesquisa de inúmeras 
personalidades geniais das mais variadas áreas do conhecimento e dos esportes. 
 
Quem foi mais inteligente: Einstein ou Pelé? 
A proposta de Gardner trouxe muitas mudanças, inclusive no âmbito da 
educação, pois apresentou um novo conceito de inteligência. Para Gardner, a 
genialidade humana é bem mais específica do que generalista e isso explica porque 
poucos gênios destacam-se em todas as áreas. 
Apesar de ser influenciado por Piaget, Gardner difere principalmente no 
aspecto de faixas de desenvolvimento. Onde Piaget agrupa todas as crianças de uma 
 
40 
mesma idade com o mesmo desenvolvimento, Gardner reconhece que podem existir 
determinadas áreas em que uma criança pode se desenvolver mais do que as outras 
da mesma idade, variando conforme tendências biológicas, vinculadas a estímulos 
culturais e experiências capazes de estimular e potencializar uma ou mais 
inteligências. 
Então na pergunta: “Quem foi mais inteligente, Einstein ou Pelé? ” Gardner lhe 
responderia que não pode haver comparação entre estas duas genialidades pois elas 
se encontram em âmbitos de atuação completamente diferentes. 
Einstein era um gênio matemático e seu potencial estava plenamente 
desenvolvido na área da inteligência lógico-matemática, e Pelé é um gênio do esporte, 
tem sua inteligência desenvolvida na área corporal-sinestésico. Muito provavelmente 
Einstein não teria o mesmo desempenho de Pelé no futebol, e nem Pelé o mesmo 
desempenho de Einstein na Física. 
 
Para cada indivíduo, um tipo de aprendizagem 
 
A teoria desenvolvida por Gardner divide a inteligência em sete áreas de 
habilidades diferentes e, segundo o autor, todos os indivíduos ditos normais possuem 
habilidades que estão ligadas a tudo que os rodeia: a língua, a cultura, a ideologia, a 
religião, os valores, etc. Diferindo no nível da habilidade e na combinação e afirma 
que todos têm potenciais, mas alguns são mais desenvolvidos. 
Um ponto muito importante na teoria de Gardner é a influência da cultura. Ele 
diz que a criança aprimorará as inteligências que demostrarem ser mais eficazes e 
que sejam mais valorizadas pela sociedade. Sendo assim, uma cultura que valoriza 
mais a linguística terá um grande número de indivíduos que atingirão um altonível 
nesta área e é neste ponto que a educação se mostra de extrema importância. 
As inteligências teorizadas por Gardner inicialmente eram sete, porém, 
posteriormente, foram acrescentadas mais duas, totalizando nove inteligências, que 
são: 
1 – Lógico-Matemática 
Capacidade de discernir padrões lógicos ou numéricos e lidar com longas 
cadeias de raciocínio, encontrados em matemáticos, físicos e demais pessoas que 
lidam com o raciocínio lógico; 
 
 
41 
Fonte: canaldoensino.com.br 
2 – Linguística 
Esta inteligência está ligada à capacidade de usar as palavras oralmente ou 
verbalmente, sensibilidade aos sons, funções das palavras, uso da linguagem e à 
transmissão de ideias. Facilidade para aprender idiomas e se expressar através da 
escrita. Encontrada em escritores, oradores e pessoas ligadas à comunicação; 
 
3 - Espacial 
Percepção visual e espacial do mundo, com facilidade para localizar objetos no 
espaço, discriminação visual, reconhecimento, projeção e imagens mentais, 
presentes em arquitetos e navegadores, por exemplo; 
 
4 – Corporal-Sinestésica 
Capacidade de coordenação corporal, precisão de movimentos, controle dos 
movimentos do próprio corpo. Necessidade de contato. Habilidades físicas 
específicas, como: equilíbrio, destreza, força, flexibilidade e velocidade, presentes em 
atletas, dançarinos e também em mecânicos e construtores; 
 
5 – Interpessoal 
 
42 
Capacidade de interagir de forma efetiva com outras pessoas, perceber e fazer 
distinção no humor, intenção, motivação e sentimento dos outros e responder 
apropriadamente. Compreensão; 
 
6 - Intrapessoal 
Capacidade de entender a si mesmo, autoconhecimento, seus desejos e seus 
sonhos, incluir pensamentos e sentimentos. É o correlativo da inteligência 
interpessoal; 
 
7 – Musical 
Habilidade para produzir e apreciar ritmos, tom, timbre e tocar instrumentos. 
Apreciação das formas de expressividade musical e composição, encontradas nos 
músicos e regentes; 
Em 1995, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural e existencial e 
sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só. 
 
8 – Natural 
Se refere à habilidade de reconhecer objetos na natureza, de distinguir plantas, 
animais e rochas. Para o entendimento da mesma e desenvolvimento de habilidades 
biológicas; 
 
9 – Existencial 
Capacidades filosóficas. Refletir sobre a existência da vida. Pessoas reflexivas, 
existenciais e filosóficas; 
 
Disciplinas e avaliação 
 
Da forma como Gardner apresenta a sua teoria, fica muito evidente que, em 
grande parte das escolas atuais, encontramos uma grade curricular que prioriza as 
áreas da inteligências lógico-matemática e linguística. Como os alunos possuem suas 
individualidades cognitivas, o ideal é que a educação procure atender ao potencial de 
cada um, garantindo o seu pleno desenvolvimento. 
Neste contexto, a avaliação deve ser coerente e fazer jus à inteligência 
avaliada, e ser tratada como um meio e não um fim. Além de ser mais um recurso 
 
43 
para se obter informações que beneficiem o processo pedagógico de ensino-
aprendizagem e jamais um acidente para a autoestima do aluno.7 
 
Desenvolvimento de equipes: por que inovar na forma de ensinar? 
 
Durante muito tempo acreditou-se, dentro das organizações, que o treinamento 
– ferramenta fundamental para o desenvolvimento de equipes – era a melhor maneira 
de “profissionalização” dos funcionários. 
Ele representava uma forma de capacitação técnica, que estava direcionado 
para algo específico e que possuía uma aplicabilidade imediata do conhecimento 
“aprendido”. Ele era utilizado como uma espécie de “adestramento”. 
Este modelo de treinamento vigorou (e ainda vigora para alguns), sendo bem-
sucedido enquanto as empresas careciam de técnicas para terem maior eficiência, 
agilidade e qualidade em seus processos empresariais, uma vez que as mesmas 
identificavam seus produtos como algo que possuíam um valor em si mesmo, tangível. 
Mas, na contemporaneidade, as coisas não são bem assim. Hoje, estamos em 
busca de um mais além. De algo que nos cative emocionalmente. Neste novo cenário, 
esta forma de “aprendizagem” se mostra insuficiente, parcial e restrita. 
Novas formas de aprendizagem com foco no desenvolvimento de equipes 
Com o surgimento das novas tecnologias, apareceram também as novas 
necessidades de desempenho, que requerem a transformação da aprendizagem em 
diferencial competitivo. 
Para tanto, é imprescindível a inovação e aprendizagem constantes. Mas não 
dá para falar em inovação sem primeiro repensar o modelo mental de aprendizagem 
vigente. Esse modelo, tal como a academia, ainda está limitado, restrito. 
Quando pensamos em aprender algo dentro de uma organização, ou mesmo 
fora dela, logo nos vem à mente a imagem de um Emissor, que é o detentor do 
conhecimento e que transmite uma informação, geralmente textual, e um Receptor, 
ouvinte e geralmente passivo, depositário do conhecimento. 
Este formato de transmissão de conceitos não privilegia a interação, a troca de 
saberes, o compartilhamento de ideias e de experiências e, claro, não propicia o 
 
7 Extraído do link: canaldoensino.com.br 
 
44 
espaço para a criação e construção. A informação já está pronta e é simplesmente 
repassada, sem diálogo. 
Para inovar é preciso descontruir este modelo “mecanicista” e criar um 
ambiente favorável ao aprendizado, ao conhecimento, ao desenvolvimento. Isso exige 
mudança de mentalidade e de comportamento. 
O processo de aprendizado e desenvolvimento de equipes e pessoas dentro 
das organizações vai muito além do simples treinamento e do fato de se colocar 
pessoas em uma sala de aula, ou em uma sala de treinamento. 
18 O APRENDIZADO NA ERA DIGITAL 
Na era Digital, da arquitetura informativa, o conhecimento advém dos diferentes 
espaços e mídias. Ele provém das redes, das imagens, dos vídeos, dos bancos de 
dados e é construído por meio da relação, da análise, da interação e do diálogo entre 
os diversos atores envolvidos, por meio dos trabalhos em grupo ou dos dispositivos 
de conexão. 
Estamos em uma era cada vez mais multimídia, onde a forma de transmissão 
de informações e de conhecimentos é instantânea, compartilhada e está ao alcance 
de todos. 
Se quero saber sobre determinado assunto, pesquiso na internet. Ela fornece 
uma gama de informações, textos, artigos, vídeos, imagens. 
A vida em rede nos oferece inúmeras outras possibilidades de interação. E é 
este o ponto de dissociação entre as novas formas de aprendizagem e aquele velho 
modelo de treinamento, baseado unicamente na exposição textual. 
Hoje, para serem bem-sucedidas, as empresas precisarão rever suas maneiras 
de ensinar, revigorar seus processos de aprendizagem, de modo a torná-los mais 
flexíveis, dinâmicos e interativos. 
A forma de ensino que não dialoga com os atores envolvidos está ultrapassada. 
Afinal, somos a geração do Google, do Facebook, do Instagram, do Youtube, a 
geração da praticidade, do instantâneo. 
 
A única certeza é a mudança 
 
 
45 
O diálogo, a interação, a flexibilidade e o dinamismo são as condições para a 
aprendizagem e o desenvolvimento na era da conectividade. 
Logo, os antigos treinamentos devem ser substituídos por processos contínuos 
e mais interativos, que levem em conta a pluralidade das formas de se “obter” e 
produzir conhecimento, e que sejam capazes de dotar a organização de competências 
necessárias à superação dos desafios e obstáculos da atualidade, e não somente 
atender as questões pontuais.8 
19 O CONSTRUTIVISMO NA ESCOLA 
O Construtivismo não

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