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Resumo Antropologia do Cuidar

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PONTOS IMPORTANTES DO LIVRO “ANTROPOLOGIA DO CUIDAR”
MICHELE AITA CHAVES, TURMA 111 – 2M.
OBS: Não é um resumo, mas sim partes importantes retiradas do livro em sequência de leitura.
FOCADO NO CUIDADOR!!!!!
Segundo Leninger: a conduta e as práticas cuidadoras distinguem singularmente a enfermagem das contribuições de outras disciplinas.
Um dos objetivos do cuidador deveria ser procurar entender o que é o cuidar e a saúde em diferentes culturas
OBJETIVO DO CUIDADO: Segundo Henderson: “fazer com que o indivíduo consiga a independência o mais rápido possível”.
Ninguém conhece mais o doente que o profissional de enfermagem, porque sua ação se desenvolve no epicentro desse mundo.
Immanuel kant: A pessoa é um fim em si mesma e jamais deve ser tratada como um meio ou um instrumento a serviço de outro fim.
Interdisciplinaridade: relação fecunda entre as disciplinas
Multidisciplinaridade: mera justaposição formal das matérias. O diálogo interdisciplinar só funciona em uma situação de equidade e justiça.
VOCAÇÃO: âmbito interior do sujeito, algo íntimo. – alcance do ótimo.
PROFISSÃO: âmbito exterior do sujeito. – a profissão requer o minimum de vocação.
Na enfermagem a interação entre vocação e profissão é determinante.
Nas últimas décadas o modelo centrado na vocação decaiu e deu espaço só pra profissionalização. Isso deslegitima a profissão. Deve sim focar na profissionalização, mas dar um espaço pra vocação também.
Autonomia x heteronomia
Realidade autônoma: realidade que tem lei ou metodologias próprias. 
Realidade heterônoma: depende de outras leis, outras metodologias.
A área da saúde toda depende uma da outra, (heteronomia) porém, não quer dizer que cada uma não tenha sua disciplina autônoma.
DEBATE MEDxENF: A profissão da enfermagem, que foi reduzida do ponto de vista social, econômico e político, a uma extensão da medicina, a uma disciplina subalterna. Essa negação histórica é muito grave, porque a Enfermagem, como qualquer outra disciplina, tem sua autonomia.
Sabedoria x Ciência
Sabedoria se refere a um conhecimento global e integral da realidade. (o desenvolvimento do cuidado não se refere exclusivamente a determinadas parcelas da pessoa doente, mas sim sua totalidade).
HIPÓCRATES: “deve-se levar a sabedoria à medicina e a medicina à sabedoria .... também na medicina estão todas as coisas que se dão sabedoria: desprendimento, modéstia, pundonor, dignidade, prestígio, juízo, calma, capacidade de réplica, integridade, linguagem sentenciosa. Conhecimento do que é útil e necessário para a vida, rechaço da impureza, alheamento de toda superstição, excelência divina”
Arte x técnica
O exercício do cuidar não é uma mera técnica, mas sim, fundamentalmente, uma arte.
Passado x Futuro
CUIDAR X CURAR
Não deve ser considerado excludente, mas sim complementar
No exercício da Medicina, o fundamental e o constitutivo é o curar, contudo, o cuidado, a atenção humana e personalizada da pessoa enferma é também um requisito indispensável para a boa práxis.
ANTROPOLOGIA!!!
Antropologia filosófica x antropologia popular: a diferença reside no radicalismo da análise, no rigor conceitual. MESMA QUESTÃO: a busca pela definição de natureza humana.
O exercício de questionar acompanha o homem durante toda a sua existência, desde que adquire o uso da razão até a velhice. Na antropologia filosófica, o conteúdo desse questionar é o próprio homem.
OBRAR É A MANIFESTAÇÃO DO SER. O acesso ao que é o ser humano passa pela análise do obrar, ainda que a pessoa seja mais que a soma de seus atos.
Esfera metafísica espacial desenvolve três saberes teóricos: a Cosmologia, a teologia racional e a antropologia filosófica.
A antropologia filosófica é RACIONAL. Há usos distintos da razão, segundo KANT. Na antropologia utiliza-se da razão de modo instrumental – reflexivo e meditativo.
No DIÁLOGO se integram perspectivas distintas e variadas sobre o ser humano. O monólogo empobrece a questão antropológica. 
Segundo Platão, o termo final do diálogo é a verdade – é necessário considerar todas e cada uma das perspectivas filosóficas, pois cada uma contribui, em diferente grau, com algum lampejo de verdade sobre o homem.
A RADICAL VULNERABILIDADE DO SER HUMANO:
O ser humano está exposto a múltiplos perigos: o perigo de adoecer, o perigo de ser agredido, o perigo de fracassar, o perigo de morrer. Viver humanamente significa, pois, viver na vulnerabilidade.
A autonomia humana é uma autonomia vulnerável.
O ser humano é vulnerável fisicamente, vulnerável psicologicamente.
Em alguns aspectos o ser humano é muito mais vulnerável que outros seres vivos, mas em outros é mais hábil para proteger-se da vulnerabilidade do seu ser. Tem consciência dela e consegue buscar fórmulas de enfrentá-la.
O recém-nascido é a mais plástica epifania da extrema vulnerabilidade do ser humano.
Schopenhauer – se não padecêssemos, se não sofrêssemos, jamais teríamos filosofado.
Vários tipos de vulnerabilidade: ontológica, ética, social, natural e cultural.
ONTOLÓGICA: raiz do ser humano. Um ser dependente e limitado. Não é um ser necessário, mas sim o ser contingente (mutável).
ÉTICA: é lábil (tem possibilidade de fracassar).
NATURAL: a natureza não é imutável.
SOCIAL: O ser humano vive em sociedade. É um animal político e social. Relações interpessoais podem-se desenvolver. Assim, a vulnerabilidade social é a possibilidade que tem o ser humano de ser objeto de violência no seio da sociedade.
No seio de comunidades pequenas a vulnerabilidade social é menor, pois o sujeito é fisicamente mais protegido e acolhido.
CULTURAL: A ignorância é a máxima expressão da vulnerabilidade cultural. A ignorância converte o ser humano em um sujeito completamente manipulável e instrumentalizável, pois quanto menos informação e conhecimento, mais desprotegido está o ser humano frente a qualquer abuso de poder.
A vulnerabilidade cultural também é sofrida pelo profissional, que deverá superá-la mediante o conhecimento personalizado do paciente, pois só a partir desse conhecimento poderá assisti-lo humana e dignamente.
ANTROPOLOGIA DA DOENÇA:
A enfermidade não se trata de uma mudança meramente acidental, mas sim uma mutação transcendental do ser humano que alterna globalmente seu ser e sua estrutura tanto do ponto de vista exterior como do ponto de vista interior.
Na corporeidade, a doença altera profundamente diversas percepções. Altera o mundo afetivo e relacional, pois a pessoa doente e suas relações interpessoais se expressam de um modo diferente. 
Ser humano como animal enfermável. “Não ficamos melhores ou piores ao envelhecer, mas, sim, mais parecidos com nós mesmos”.
DOENÇA E VULNERABILIDADE: talvez seja na doença que o sujeito tem máxima percepção de sua vulnerabilidade. É a sabedoria do homem que conhece a causa de sua própria vulnerabilidade e a aceita como tal.
A excentricidade (estar fora de si mesmo) é o motor da vida humana, mas pode converter-se também, paradoxalmente, no fundamento do adoecer.
DOENÇA E LIBERDADE: o doente não pode se cuidar sozinho, sofre, carece de funções e capacidades, deve se submeter a tratamentos, é menos livre.
O DOENTE SÃO: Uma pessoa enferma, por definição, está enferma e jamais sã. Pode-se vive-la sanamente ou de um modo patológico. O modo em que a pessoa reage a doença é determinante no processo de cura.
O doente são aceita sua situação apenar das múltiplas limitações que tolera. Avalia positivamente sua situação e aprende a negociar sua nova circunstância. Já o doente não são é incapaz de aceitar sua situação e expressa animicamente seu estado de rebeldia. Fecha-se dentro de si mesmo e se lamenta de tudo que não pode fazer ou deve deixar de fazer como consequência da patologia.
ISSO TUDO DEPENDE NÃO SÓ DO PACIENTE, MAS DOS ASSISTENTES E CUIDADORES. 
EPISÓDIO BIOGRÁFICO DA DOENÇA: a pessoa doente observa nitidamente tudo o que a rodeia. Elementos que jamais havia considerado. Já a percepção do tempo se transforma completamente, pois não pode seguir o ritmo de suas atividades habituais. Apessoa sente a lentidão das horas.
SOFRIMENTO COMO EPIFANIA DA VULNERABILIDADE.
O Adoecer é descontínuo, enquanto o padecer é contínuo.
O sofrimento humano é, por um lado, universal, e por isso a atitude mais adequada frente à pessoa que sofre pe a solidariedade e o silêncio.
SOFRIMENTO INTRAPESSOAL: remorso, desespero, angustia... Isso se expressa no rosto, na voz, no olhar e no conjunto da corporeidade.
Dor x Sofrimento
Dor – percepção de um mal de ordem física, somática ou biológica.
Sofrimento – tem um sentido mais amplo e se refere a um modo de padecer que se relaciona com o âmbito de sua interioridade e de todos os níveis de experiencia. 
SOFRIMENTO INTERPESSOAL: É o fruto de uma má relação.
SOFRIMENTO NATURAL: A era industrial surtiu vários efeitos na relação do homem com a natureza. Desencadeou sofrimentos.
Cuidar de um ser humano é cuidar também de seu entorno natural. 
SOFRIMENTO TECNOLÓGICO: A tecnologia, como qualquer outra criação humana, deve estar a serviço da pessoa e jamais o contrário. Geralmente, o mal de ordem tecnológica é consequência de uma inversão das prioridades.
SOFRIMENTO TRANSCEDENTE: Se refere, fundamentalmente, a uma má relação entre o homem e o mundo do sagrado.
A MORTE, mistério ineludível: a morte tem-se convertido em uma questão tabu. – IMATURIDADE COLETIVA.
A morte na sociedade contemporânea é um tabu
Pode-se morrer de um modo digno e humano, acompanhado, mas tbm pode-se morrer sozinho, solitário e sofrendo inutilmente. 
É fundamental a reflexão em torno do suicídio, da eutanásia, distanásia e outras formas de morrer.
 A morte bela e a boa morte são, no fundo, a mesma coisa.
A morte e o amor são temas fundamentais do discurso poético
Morrer é um processo de perda de autonomia e expressividade.
A morte é a decomposição, a desestruturação, a não resposta.
ANTROPOLOGIA DO CUIDAR:
Cuidar e curar não devem ser compreendidos jamais como processos paralelos, mas complementares e harmônicos.
Teses criadas a partir da teoria de Leininger:
A prática dos cuidados humanos é um fenômeno universal, mas as expressões, processos e modelos de cuidados variam de uma cultura para a outra.
Os atos e processos de cuidar são essenciais para o nascimento, desenvolvimento, crescimento, sobrevivência e morte.
Os cuidados têm 3 dimensões biofísicas, culturais, psicológicas, espirituais e ambientais que devem ser explicadas para proporcionar cuidados de natureza verdadeiramente holística as pessoas. 
MITOLOGIA DO CUIDAR: História da criação do ser – Saturno (juiz), Júpiter (sopro da alma), Terra (corpo para o ser) e Cuidado (possuiria e sustentaria o ser durante a vida).
O cuidar é a íntima constituição do homem.
SIGNIFICADO DO CUIDAR: tem diferentes significados, pois pode-se referir a diversas coisas. Na saúde, o cuidar é algo Digno.
Cuidar é ter compaixão pelo ser humano, é se por no lugar, é viver o que ele está vivendo, é sofrer o que está sofrendo, é ajudar o outro a realizar o que não pode fazer sozinho.
Cuidar também pode ser o paciente transferir sua responsabilidade e sua ansiedade ao médico ou ao enfermeiro.
De acordo com PELLEGRINO, a ação de cuidar é um dever fundamental e não uma mera função vital.
Cuidar não é arrastá-lo com força para um determinado fim, mas passear com ele respeitando seu itinerário e seu ritmo.
Cuidar é uma ação discreta.
Cuidar é salvar a pessoa da solidão imposta.
CUIDADO e VULNERABILIDADE: Quem cuida também necessita, ou necessitará, talvez, em um futuro próximo, de cuidados. E, ao contrário: quem é cuidado por alguém também deverá cuidar de alguém.
O cuidado é um tipo de relação interpessoal direta e enfática, jamais pode ser realizada à distância ou ser teledirigida. O face a face é insubstituível na tarefa de acompanhar pessoas.
O cuidar é mais do que o estar-com-ela, é ser-com-ela.
A relação interpessoal do enfermo e do cuidador é assimétrica, através da vulnerabilidade do primeiro. Porém, essa assimetria é fundamental.
SINGULARIZAÇÃO DO CUIDAR: O ser humano é único, portanto o cuidar só é ótimo se for singular.
ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O CUIDAR É SOLITÁRIO, pois implica a coesão e o trabalho em comunidade.
As pressões de ordem econômica e social no labor de curar e a massificação de pessoas enfermas em um mesmo espaço alteram gravemente a arte de cuidar.
DIÁLOGO: dois seres que dialogam estabelecem uma cumplicidade cujo centro de gravidade é a interioridade, ou seja, o espaço invisível do ser humano, no qual se engendram os pensamentos, as ideias, os sentimentos, as expectativas e as esperanças.
CUIDAR COM PALAVRAS E COM SILÊNCIOS
A linguagem não verbal, isto é, o gesto, o olhar, o silêncio ocupa um ligar transcendental no ato do cuidar. Pois a pessoa doente é extremamente sensível a esse modo de comunicação.
A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVIDADE: Ao fim e ao cabo, o ser humano se constrói historicamente e sua vida é uma narração não escrita. O ato de narrar é essencial no processo de cuidar. 
Em determinados momentos, s pessoa enferma padece de tal estado de vulnerabilidade que é incapaz de narrar verbalmente suas experiências e suas dores.
REPRESENTAÇÃO E DESNUDEZ: A pessoa doente se desnuda diante do mundo. Na doença não há representação alguma, pois na dor não há lugar para a dissimulação nem para a representação.
PROXIMIDADE x DISTÂNCIA: A proximidade não é um estado estático, mas a saída extática até o outro, o movimento ético à dor alheia.
ETICA DO CUIDAR.
EDIFICAÇÃO: A ação de cuidar deve ser compreendida a partir do valor da edificação. Reconstruir de novo a pessoa a partir de suas fundações.
ESPERANÇA: A esperança é um ato da existência pessoal, constitui uma estrutura do ser, é confiança no futuro e paciência no mesmo ato. Sob o ponto de vista do cuidar, a transmissão da esperança é a chave para a sobrevivência anímica e inclusive física da pessoa doente em questão.
O SER HUMANO TEM OBSSEÇÃO PELO SENTIDO DA SUA EXISTÊNCIA. (Tolstoi e Shakspeare). O sentido que o ser humano constrói para ilustrar seu itinerário pessoas, para justificar seus atos e enchê-los de significação não é estático, mas dinâmico como a própria vida.
CUIDAR DOS MORIBUNDOS: LEITURA DE TOLSTOI - “cuidados paliativos”
A obra de tosltoi desenvolve uma crítica radical à classe médica e a sua incapacidade de sintonizar empaticamente com a pessoa do enfermo.
Conta a história de Ivan Illych – em estado terminal. 
SENSAÇÃO DE ESTORVO, A SOLIDÃO, MENTIRA E HIPOCRISIA, IMPOTÊNCIA, MORTE DIGNA.

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