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DRENAGEM URBANA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA Engenharia Civil Saneamento Básico Prof. M.Sc. Alex Cardoso Pereira Caratinga – MG Fevereiro de 2016 Drenagem: ato de escoar as águas de terrenos encharcados, por meio de tubos, túneis, canais, valas e fossos; Canais Naturais -> rios ou córregos; Artificiais -> concreto simples ou armado ou de gabião; Sistemas de drenagem: podem ser urbanos e/ou rurais e visam escoar as águas de chuvas e evitar enchentes. Ciclo Hidrológico: É um fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre. Processos Físicos do Ciclo Hidrológico: Precipitação (P): a água proveniente do vapor de água da atmosfera deposita na superfície terrestre de diversas maneiras: Chuva; Chuvisco; Neve; Granizo; Orvalho; Geada. Infiltração (I): fenômeno de penetração d’água nas camadas de solo. Evaporação e Transpiração (EVT): Evaporação: transformação da água liquida da superfície do solo em vapor d’água; Transpiração: é a evaporação devida á ação dos vegetais através das folhas. O conjunto dos dois fenômenos se chama: Evapotranspiração. Escoamento Superficial (Q): se refere ao deslocamento das águas na superfície da terra. Balanço Hídrico: é a contabilidade dos volumes d’água numa área ou bacia segundo a lei da continuidade: num certo período de tempo, o volume d’água de entrada menos o volume d’água de saída deve igualar a variação dos estoques de água na área. S = P – EVT – Q Ao longo da história da humanidade, as aglomerações urbanas se desenvolveram preferencialmente próximas aos cursos d’água. A disponibilidade de água favorecia: HISTÓRICO O suprimento para consumo e higiene das populações, efetuando ainda a evacuação dos dejetos; Fator de produção para as atividades agrícolas e artesanais; As comunicações e o comércio; Eventos religiosos. O risco de inundações periódicas era relativamente bem aceito até meados do século XIX (“um preço a pagar”). Guiando-se pelo senso lógico que as civilizações grego-romanas associaram a ausência de saneamento com a presença de algumas doenças. HISTÓRICO Até hoje existem obras construídas pelos romanos para a evacuação das águas pluviais e cloacais, destacando-se a notável “cloaca maxima”, ainda em funcionamento em Roma (Butler e Davies, 2000). HISTÓRICO Na Idade Média, a área urbana era ocupada de forma socialmente estratificada. As populações mais desfavorecidas ocupavam as áreas baixas, sujeitas, portanto, às inundações periódicas. As cidades não mais implantavam sistemas de evacuação, ao mesmo tempo que os sistemas construídos pelos romanos não sofriam manutenção, caindo em desuso. A ausência de sistemas de evacuação de esgotamento sanitário levava ao “tout à la rue”, acarretando condições de vida bastante insalubres (“cidade pútrida”). HISTÓRICO No século XVI, durante o renascimento, ocorrem a realização de obras de regularização e canalização dos cursos d’água urbanos, transformados em esgotos. Os cursos d’água urbanos são cobertos e esquecidos, até a ocorrência de eventos pluviais excepcionais (Bertrand- Krajewsky, 2000). Apenas no século XIX, no entanto, com as grandes epidemias de cólera e tifo, são implantados os princípios do HIGIENISMO. HISTÓRICO Sistema de Esgotos de Paris Ano 1200- Início da construção 1850 – Ampliação do sistema HISTÓRICO Atualmente possui 2.400 km de túneis. Sistema unitário. Preconizava-se a condução das águas pluviais através de condutos, preferencialmente subterrâneos, funcionando por gravidade, facilitando a circulação viária e o desenvolvimento urbano, sem a presença nociva da água na superfície. Conforme citado por Bertrand-Krajewski (2000), Ward indicava, em 1852, a semelhança que deveria existir entre a circulação sanguínea e os sistemas urbanos de água, associando o sistema arterial ao abastecimento de águas “puras” e o sistema venoso à evacuação das águas residuais. HISTÓRICO No Brasil, as idéias do “tout a l’égout” foram adotados efetivamente a partir da proclamação da República (Silveira, 1998). Esses princípios vigoram até hoje, mesmo que modificados por aportes científicos e tecnológicos, como a análise de risco ou a adoção de sistema separativo para o esgoto pluvial e o esgoto cloacal. Eles são a base dos chamados “sistemas clássicos de drenagem”. HISTÓRICO – BRASIL Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem A partir da segunda metade do século XX (1950), a porcentagem da população no Brasil vivendo em cidades mais do que dobrou. HISTÓRICO – BRASIL Período Taxa de Urbanização (%) Brasil Região Sudeste 1950 36,16 47,55 1960 45,08 57,00 1970 55,94 72,68 1980 67,59 82,81 1991 75,59 88,02 2000 81,23 90,52 2010 84,36 92,95 Fonte: IBGE (2012) Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem A busca de emprego e melhores condições de vida não foi acompanhada por um ordenamento adequado do espaço. Rezende e Heller (2008) descrevem que o perfil de ocupação das nossas cidades é determinado pelo caráter profundamente desigual e antidemocrático da sociedade brasileira, que continua forçando as populações pobres a morarem em áreas de urbanização precária, muitas vezes em condições de risco, em margens de cursos d’água. HISTÓRICO – BRASIL Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Estudo realizado por Fontes e Barbassa (2003) mostrou que o Aumento da densidade populacional de uma área representa um aumento da área Impermeabilizada. A falta de planejamento da urbanização provoca grandes modificações no ciclo hidrológico da região: Diminuição da evapotranspiração e do armazenamento da água pluvial, com a retirada da vegetação existente; HISTÓRICO – BRASIL Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Redução do processo de infiltração e consequente aumento do escoamento superficial, em alguns casos, em até 7 (sete) vezes (Leopold, 1968), devido à impermeabilização do solo; Redução do tempo de concentração da bacia hidrográfica, com a implantação de estruturas hidráulicas que aceleram a velocidade e aumentam a capacidade de escoamento. HISTÓRICO – BRASIL HISTÓRICO – BRASIL Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Fonte: Sudersha (2002) apud Tucci (2005) HISTÓRICO – BRASIL Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem HISTÓRICO – BRASIL Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Fonte: Adaptado de FISRWG, 2001 PLANEJAMENTO URBANO Sistemas de Drenagem Urbana Podem ser: 1. Unitário: A condução dos efluentes é feita pelo mesmo conduto. 2. Separador absoluto: A condução dos efluentes é feita por condutos separados. PLANEJAMENTO URBANO Sistemas de Drenagem Urbana Unitário Separador Absoluto Desvantagens Vantagens Poluição quando do funcionamento dos extravasores de cheia Ausência de extravasores de cheia ETEs de maior porte, eventualmente com possibilidade de armazenamento de águas pluviais ETEs de porte mais reduzido Grandes condutos → maior possibilidade de deposição de sólidos Condutos de ES menores → maior velocidade de escoamento no período seco, favorecendo a autolimpeza Pequena variação de vazões e cargas poluentes nas ETEs Variação significativa de vazões e cargas poluentes nas ETEs Fonte: adaptado de Butler e Davies, 2000 PLANEJAMENTO URBANO Fonte: Adaptado de FISRG, 2001 Sistemas de Drenagem Urbana Fonte: adaptado de Butler e Davies, 2000 Unitário Separador Absoluto Vantagens Desvantagens Custos de construção mais baixos Custo de construção adicional, correspondente a dois sistemas Economia de espaço Necessidade de espaço para dois sistemas no sistema viário Sistema de conexões único, mais simples e barato Maior número de conexões, com maior possibilidade de inadequações Tratamento das águas pluviais Águas pluviais não são tratadas PLANEJAMENTO URBANO Sistemas de Drenagem Urbana Estação de Tratamento de Águas Fluviais - ETAF Pampulha Trata as águas dos córregos Ressaca e Sarandi Tratamento: Flotação a ar dissolvido Vista geral Bacia de flotação PLANEJAMENTO URBANO 3. Sistema unitário modificado: - as águas de chuva poluídas (das vias com tráfego intenso ou setores industriais) são coletadas juntamente com as águas usadas e devidamente tratadas; - as águas de chuva pouco poluídas, correspondentes às áreas residenciais, devem ser forçosamente infiltradas; - as águas não poluídas de tempo seco são infiltradas ou coletadas separadamente para serem lançadas diretamente no meio receptor. PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana Sistema clássico → Princípio do Higienismo (preconiza a evacuação rápida).Evita acúmulo de águas pluviais, capta e transporta para áreas a jusante Composição: Dispositivos de Microdrenagem (sarjetas, bocas de lobo, condutos enterrados) Dispositivos de Macrodrenagem (canais abertos, galerias, bueiros, dissipadores de energia e outras obras complementares). PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana Fonte: http://fabianekrolow.blogspot.com.br/2010/07/infra-estrutura.html PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana A urbanização intensa da metade do século XX evidenciou os limites das soluções clássicas de drenagem urbana (Baptista e Nascimento, 1996). A canalização de cursos d’água mostrou-se eficaz na solução de problemas locais, entretanto se revelou responsável por provocar ou agravar problemas de inundação em áreas a jusante. Exclusão do curso d’água da paisagem urbana, impedindo a prática de atividades esportivas e de lazer próximo a um ambiente hídrico. PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana A retificação e a canalização dos córregos Amplia a velocidade do escoamento superficial PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana A retificação e a canalização dos córregos Amplia a velocidade do escoamento superficial Diminui o tempo de concentração PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana A retificação e a canalização dos córregos Amplia a velocidade do escoamento superficial Diminui o tempo de concentração Aumenta o pico de vazão a jusante Sistema Clássico de Drenagem Urbana A retificação e a canalização dos córregos Amplia a velocidade do escoamento superficial Diminui o tempo de concentração Aumenta o pico de vazão a jusante Pode provocar inundação em áreas que anteriormente não sofriam tais problemas PLANEJAMENTO URBANO PLANEJAMENTO URBANO EXEMPLO: PLANEJAMENTO URBANO EXEMPLO: Bueiro insuficiente PLANEJAMENTO URBANO EXEMPLO: Aumentar a seção do bueiro PLANEJAMENTO URBANO Mudança de Pensamento Relatório de Brundtland (WHO, 1987): “O desenvolvimento sustentável procura satisfazer as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. A busca desse equilíbrio se dá por meio da gestão racional dos recursos naturais, na qual a intervenção humana não prejudica a natureza e nem a sua própria sobrevivência.” Segundo Righetto et al. (2009), os projetos de saneamento (PMSB) têm buscado soluções inovadoras de engenharia para um desenvolvimento sustentável. PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana Anos Período Características Até 1970 Higienista Canalização de cursos d’água, com a transferência dos problemas para jusante. 1970-1990 Corretivo Amortecimento quantitativo da drenagem e controle do impacto existente da qualidade da água pluvial. Depois de 1990 Sustentável Planejamento da ocupação do espaço urbano, obedecendo aos mecanismos naturais de escoamento; Controle dos micro-poluentes, da poluição difusa e o desenvolvimento sustentável do escoamento pluvial por meio da recuperação da infiltração. Fonte: adaptado de Tucci (2005) PLANEJAMENTO URBANO Sistema Clássico de Drenagem Urbana Fonte: adaptado de Tucci (2005) Anos Período Características Até 1970 Higienista Canalização de cursos d’água, com a transferência dos problemas para jusante. 1970-1990 Corretivo Amortecimento quantitativo da drenagem e controle do impacto existente da qualidade da água pluvial. Depois de 1990 Sustentável Planejamento da ocupação do espaço urbano, obedecendo aos mecanismos naturais de escoamento; Controle dos micro-poluentes, da poluição difusa e o desenvolvimento sustentável do escoamento pluvial por meio da recuperação da infiltração. Brasil CICLO HIDROLÓGICO – IMPACTOS DA URBANIZAÇÃO CARATINGA CARATINGA CARATINGA CARATINGA – SISTEMA DE CONTROLE ENCHENTES CARATINGA – SISTEMA DE CONTROLE ENCHENTES CARATINGA – SISTEMA DE CONTROLE ENCHENTES PLANEJAMENTO URBANO Drenagem Urbana Sustentável Trata-se do desenvolvimento sustentável da drenagem urbana obtido através estratégias que objetivam garantir a qualidade da água e o ciclo hidrológico em todas as suas fases, evitando-se processos erosivos, enchentes e a perda da capacidade dos mananciais subterrâneos. PLANEJAMENTO URBANO Princípios do novo modelo de Drenagem 1. Novos desenvolvimentos não podem aumentar a vazão de pico das condições naturais (ou prévias) – controle de vazão de saída; 2. Planejar o conjunto da Bacia para controle de volume; 3. Evitar a transferência de impactos para jusante. DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL Princípios do novo modelo de Drenagem Gestão Integrada Participação da sociedade; Legitimidade às decisões e ações; Democracia na tomada de decisão; Execução de ações integradas; Tecnologias socialmente sustentáveis; Educação ambiental. DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL Coerência Interna Sistemas naturais e sistemas urbanos; Planejamento dos recursos hídricos, planejamento urbano e conservação da natureza. O Plano diretor de drenagem urbana deve ser coerente com seguintes instrumentos: código de obras, código ambiental, código de posturas, Plano diretor de desenvolvimento urbano, lei orgânica municipal. DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL Coerência Externa Controle das Cheias e da Qualidade das Águas; Gestão dos recursos hídricos e do saneamento ambiental. No Brasil o gerenciamento da drenagem urbana em nível municipal é função da secretaria de obras e dos resíduos sólidos são entregues as companhias estaduais de saneamento em forma de concessão; DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL Gestão Integrada do saneamento ambiental: uma única entidade que gerencia os cinco componentes: água, sistemas de esgotamento, drenagem urbana, resíduos sólidos e riscos Ambientais; DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL As estratégias da drenagem urbana sustentável incluem: Medidas Estruturais: consistem em componentes físicos ou de engenharia como parte integrante da infraestrutura; Medidas não estruturais: todas as formas de atividades que envolvem as práticas de gerenciamento e mudanças de comportamento. MEDIDAS SUSTENTÁVEIS Regulação do uso do solo Criação de áreas verdes Técnicas compensatórias Recuperação de matas cil iares - parques l ineares não estruturais Não conexão ou desconexão de áreas impermeáveis Uso de revestimento de elevadas rugosidades em vias e canais Manejos de ferti l izantes, pesticidas e detergentes Telhado verde Localizado Microrreservatório Poço de Infi ltração Controle na fonte Plano de Infi ltração Trincheira de Infi ltração Técnicas compensatórias Vala de detenção estruturais Linear Pavimento reservatório Pavimento permeável Áreas úmidas l ineares Bacias de detenção ou retenção Controle centralizado Bacias de Infi ltração Bacias de detenção e infi ltração Áreas úmidas artificiais DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL Medidas de Controle Estruturais: Medidas que modificam o sistema, buscando reduzir o risco de enchentes, pela implantação de obras para conter, reter ou melhorar a condução dos escoamentos. Podem ser: Intensivas: de aceleração do escoamento: canalização e obras correlatas; de retardamento de Medidas de Controle fluxo: reservatórios (bacias de detenção/retenção), restauração de calhas naturais; desvio de escoamento: túneis de derivação e canais de desvio;e que englobem a introdução de ações individuais visando tornar as edificações a prova de enchentes. DRENAGEM URBANA SUSTENTÁVEL Medidas de Controle Extensivas: correspondem aos pequenos armazenamentos disseminados na bacia, à recomposição de cobertura vegetal e ao controle de Medidas Estruturais erosão do solo, ao longo da bacia de drenagem. MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS TRINCHEIRAS E VALAS DE INFILTRAÇÃO MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS MEDIDAS ESTRUTURAIS (< 35%; 4 ANOS) MEDIDAS ESTRUTURAIS Reservatório: retém parte do volume da enchente, reduzindo a vazão natural, procurando manter no rio uma vazão inferior àquela que provocava extravasamento do leito. O volume retido no período de vazões altas é escoado após a redução da vazão natural. O reservatório pode ser utilizado quando existe Medidas Estruturais relevo conveniente a montante da área atingida, mas exige altos custos de construção e desapropriações. MEDIDAS ESTRUTURAIS (MICRORESERV.) 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 0 50 100 150 200 250 300 350 400 Va zã o (m ³/s ) Tempo (min) Simulação sem microrreservatório Simulação com microrreservatório MEDIDAS ESTRUTURAIS Modificações no Rio: As modificações na morfologia do rio visam aumentar a vazão para um mesmo nível, reduzindo a sua freqüência de ocorrência. Isto pode ser obtido pelo aumento da seção transversal ou pelo aumento da velocidade. Para aumentar a velocidade é necessário reduzir a rugosidade, tirando obstruções ao escoamento, dragando o rio, aumentando a declividade pelo corte de meandros ou aprofundando o rio. Essas medidas, em geral, apresentam custos elevados. MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS São ações de convivência com as enchentes; ou diretrizes para reversão ou minimização do problema. Incluem todas as atividades que envolvem práticas e mudanças de comportamento. Através delas procura-se reduzir os danos ou conseqüências das inundações, através da introdução de normas, regulamentos, programas que visem, por exemplo, ao disciplinamento do uso e ocupação do solo, à conscientização da população para a manutenção dos dispositivos de drenagem. MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS Ações de renaturalização de rios e córregos por meio de medidas associadas ao tratamento de fundo de vale que preservem ou aproximem às condições naturais; O Plano Diretor Urbanístico e de Drenagem, a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e Decretos Municipais; IPTU Hidrológico (Mediondo, 2007) – calculado por meios de variáveis hidrológicas e hidráulicas; A eficácia se dá por meio do controle e fiscalização do Poder Público. MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS São Elas: Zoneamento de áreas de inundação: definição de um conjunto de regras para a ocupação das áreas de maior risco de inundação, visando à minimização futura das perdas materiais e humanas em face das grandes cheias. MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS (ZON-BH) Permite que as edificações impermeabilizem até 100% da área do terreno, desde que sejam construídas caixas de retenção de água pluvial. As caixas devem possibilitar a retenção de até 30 L de água pluvial por m² de terreno impermeabilizado que exceda o limite estabelecido em lei MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS Seguro de enchente: permite aos indivíduos ou empresas a obtenção de uma proteção econômica para as perdas decorrentes dos eventos de inundação. Previsão e alerta de inundação: um sistema composto de aquisição de dados em tempo real, transmissão de informação para um centro de análise, previsão em tempo atual com modelo matemático, e Plano de Defesa Civil que envolve todas as ações individuais ou de comunidade para reduzir as perdas durante as enchentes. MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS Orçamento participativo: população participa através de discussões, ajudando na tomada de decisões sobre as melhores medidas a serem adotadas no amortecimento das cheias e estudos de viabilidade econômica e disponibilidades de recursos. leis: a associação de engenheiros, arquitetos e agrônomos de Guarulhos (SP) conseguiu incorporar no código de obras da cidade a Lei Nº 5.617, técnicas de armazenamento de águas pluviais. MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS Plano Diretor de Drenagem ( I X ES) 1ª Etapa Diagnóstico do sistema atual; Desenvolvimento de estudos preliminares; Levantamento cadastral das redes; Implantação do SIG. 2ª Etapa Atualização dos dados da 1ª etapa; Implantação do sistema de monitoramento; Inserção do módulo hidrológico no SIG; Desenvolvimento da modelagem; Proposição de planos de ação e de gestão do sistema. DRENAGEM URBANA Drenagem: ato de escoar as águas de terrenos encharcados, por meio de tubos, túneis, canais, valas e fossos; Ciclo Hidrológico: É um fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre. Processos Físicos do Ciclo Hidrológico:�Precipitação (P): a água proveniente do vapor de água da�atmosfera deposita na superfície terrestre de diversas maneiras: Chuva; Chuvisco; Neve; Granizo; Orvalho; Geada.�Infiltração (I): fenômeno de penetração d’água nas camadas de solo.�Evaporação e Transpiração (EVT): Evaporação: transformação da água liquida da superfície do solo em vapor d’água; Transpiração: é a evaporação devida á ação dos vegetais através das folhas.�O conjunto dos dois fenômenos se chama: Evapotranspiração. Escoamento Superficial (Q): se refere ao deslocamento das�águas na superfície da terra.�Balanço Hídrico: é a contabilidade dos volumes d’água numa área ou bacia segundo a lei da continuidade: num certo período de tempo, o volume d’água de entrada menos o volume d’água de saída deve igualar a variação dos estoques de água na área.�� S = P – EVT – Q Ao longo da história da humanidade, as aglomerações urbanas se desenvolveram preferencialmente próximas aos cursos d’água.��A disponibilidade de água favorecia: O risco de inundações periódicas era relativamente bem aceito até meados do século XIX (“um preço a pagar”).��Guiando-se pelo senso lógico que as civilizações grego-romanas associaram a ausência de saneamento com a presença de algumas doenças. Até hoje existem obras construídas pelos romanos para a evacuação das águas pluviais e cloacais, destacando-se a notável “cloaca maxima”, ainda em funcionamento em Roma (Butler e Davies, 2000). Na Idade Média, a área urbana era ocupada de forma socialmente estratificada.��As populações mais desfavorecidas ocupavam as áreas baixas, sujeitas, portanto, às inundações periódicas. ��As cidades não mais implantavam sistemas de evacuação, ao mesmo tempo que os sistemas construídos pelos romanos não sofriam manutenção, caindo em desuso.��A ausência de sistemas de evacuação de esgotamento sanitário levava ao “tout à la rue”, acarretando condições de vida bastante insalubres (“cidade pútrida”). No século XVI, durante o renascimento, ocorrem a realização de obras de regularização e canalização dos cursos d’água urbanos, transformados em esgotos. ��Os cursos d’água urbanos são cobertos e esquecidos, até a ocorrência de eventos pluviais excepcionais (Bertrand-Krajewsky, 2000).��Apenas no século XIX, no entanto, com as grandes epidemias de cólera e tifo, são implantados os princípios do HIGIENISMO. Sistema de Esgotos de Paris� Ano�1200- Início da construção�1850 – Ampliação do sistema� Preconizava-se a condução das águas pluviais através de condutos, preferencialmente subterrâneos, funcionando por gravidade, facilitando a circulação viária e o desenvolvimento urbano, sem a presença nociva da água na superfície. � �Conforme citado por Bertrand-Krajewski (2000), Ward indicava, em 1852, a semelhança que deveria existir entre a circulação sanguínea e os sistemas urbanos de água, associando o sistema arterial ao abastecimento de águas “puras” e o sistema venoso à evacuação das águas residuais. No Brasil, as idéias do “tout a l’égout” foram adotados efetivamente a partir da proclamação da República (Silveira, 1998).� �Esses princípios vigoram até hoje, mesmo que modificados por aportes científicos e tecnológicos, como a análise de risco ou a adoção de sistema separativo para o esgoto pluvial e o esgoto cloacal. Eles são a base dos chamados “sistemas clássicos de drenagem”. Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem�A partir da segunda metade do século XX (1950), a porcentagem da população no Brasil vivendo em cidades mais do que dobrou. Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem��A busca de emprego e melhores condições de vida não foi acompanhada por um ordenamento adequado do espaço.�Rezende e Heller (2008) descrevem que o perfil de ocupação das nossas cidades é determinado pelo caráter profundamente desigual e antidemocrático da sociedade brasileira, que continua forçando as populações pobres a morarem em áreas de urbanização precária, muitas vezes em condições de risco, em margens de cursos d’água. Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem��Estudo realizado por Fontes e Barbassa (2003) mostrou que o Aumento da densidade populacional de uma área representa um aumento da área Impermeabilizada.��A falta de planejamento da urbanização provoca grandes modificações no ciclo hidrológico da região:�Diminuição da evapotranspiração e do armazenamento da água pluvial, com a retirada da vegetação existente; Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem ��Redução do processo de infiltração e consequente aumento do escoamento superficial, em alguns casos, em até 7 (sete) vezes (Leopold, 1968), devido à impermeabilização do solo;�Redução do tempo de concentração da bacia hidrográfica, com a implantação de estruturas hidráulicas que aceleram a velocidade e aumentam a capacidade de escoamento. Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Impacto do desenvolvimento urbano no sistema de drenagem Sistemas de Drenagem Urbana�Podem ser:�� 1. Unitário: �A condução dos efluentes é �feita pelo mesmo conduto.��� 2. Separador absoluto:�A condução dos efluentes é�feita por condutos separados.� Sistemas de Drenagem Urbana� Sistemas de Drenagem Urbana� Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Número do slide 41 Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Número do slide 52 Número do slide 53 Número do slide 54 Número do slide 55 Número do slide 56 Número do slide 57 Número do slide 58 Número do slide 59 Número do slide 60 Número do slide 61 Número do slide 62 Número do slide 63 Número do slide 64 Número do slide 65 Número do slide 66 Número do slide 67 Número do slide 68 Número do slide 69 Número do slide 70 Número do slide 71 Número do slide 72 Número do slide 73 Número do slide 74 Número do slide 75 Número do slide 76 Número do slide 77 Número do slide 78 Número do slide 79
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