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Venâncio Rabissone Missomali Impacto da aula prática no processo de ensino e aprendizagem de Química na ESG de Milange Uni Licungo-Quelimane 2019 Venâncio Rabissone Missomali Impacto da aula prática no processo de ensino e aprendizagem de Química na ESG de Milange Projecto de pesquisa para ser apresentado nas jornadas científicas no centro de ensino aberta a distância de Mocuba para fins preparativos para monografia. Supervisor: Ms Stella Uni Licungo-Quelimane 2019 Índice Introdução ……………………………………………………………………………3 Problematização e problema ………………………………………………………….4 Hipóteses …………………………………………………………………………..….4 Objectivos ………………………………………………………………………….….4 Justificativas …………………………………………………………………………...5 Fundamentação teórica ………………………………………………………………..5 Conceito da experiencia ……………………………………………………………….5 A experiencia e a motivação …………………………………………………………..6 As experiencias no processo de ensino e aprendizagem de Química …………………8 Diferentes abordagens no uso da experimentação ………………………………….…9 Experimentação como actividade demonstrativa ………………………………….9 Experimentação como actividade de verificação ………………………………...10 Experimentação como actividade investigativa ……………………. …………...11 Realização de experiencias com material de fácil acesso …………….……………...12 Metodologia ……………………………………………………….………………....13 Bibliografia …………………………………………………………………………..13 Introdução O ensino de Química geralmente vem sendo estruturado em torno de actividades que levam à memorização de informações, fórmulas e conhecimentos que limitam o aprendizado dos alunos e contribuem para a desmotivação em aprender e estudar Química; Ainda nota-se que os alunos do ensino médio, geralmente apresentam baixos níveis de aprendizagens constatadas em avaliações internas realizadas no contexto da própria escola por professores, e nas externas realizadas por programas de avaliações mantidos pelo Ministério da Educação (MEC). Isto nota-se pelo facto de os alunos e professores não compreendem os verdadeiros motivos para estudar e ensinar Química, e ainda, parte da motivação parece estar relacionada com a futura profissão a ser seguida. Em oposição a esse pensamento, é importante estudar Química para possibilitar o desenvolvimento de uma visão crítica de mundo, podendo analisar, compreender, e principalmente utilizar o conhecimento construído em sala de aula para a resolução de problemas sociais, actuais e relevantes para sociedade. A apropriação dos conhecimentos científicos e o desenvolvimento das capacidades intelectuais e manuais dos alunos devem caracterizar-se por um alto grau de participação destes no processo de ensino e aprendizagem, através do trabalho prático experimental e com recurso e diferentes meios de Ensino (PCESG). Este projecto mostra a importância da aula prática como recurso motivador para o ensino de Química no ESG, tendo em conta que a maioria dos conteúdos de Química não são compreendidos porque não são concretizados, isto é, não são relacionados com a vida prática do aluno, o que leva o aluno a ver como a química não importante na vida diária. O presente projecto tem por finalidade discutir a importância da utilização de actividades práticas no conteúdo de química. Mostrar que a realização de experimentos ajuda a aproximar a química vista na sala de aula do quotidiano dos alunos, tornando assim as aulas mais dinâmicas. A química está relacionada às necessidades básicas dos seres humanos como: alimentação, vestuário, saúde, moradias, transporte entre outros e todo o mundo deve compreender isso tudo. O ensino de química deve desenvolver nos alunos a capacidade de compreender os fenómenos químicos presente em seu dia-a-dia. Problematização e problema Actualmente, é frequente o questionamento por parte dos alunos acerca do motivo pelo qual estudam química, visto que nem sempre este conhecimento será necessário na futura profissão. CHASSOT (1990) comenta que alguns professores também não sabem responder a esta questão, pois nunca pensaram no assunto, ou respondem de forma simplista. Isto mostra que nem os professores não sabem a importância do estudo da Química, o que nos levou a formular a seguinte questão: Como é que a aula prática contribui para o processo de Ensino e aprendizagem para os alunos da 8ª classe da EGS de Milange? Hipóteses A aula prática bem planificada cria gosto e interesse no aluno a disciplina de química, visto que, o aluno observa directamente os fenómenos naturais e descreve as suas propriedades, isso contribui para a formação de um conhecimento sólido. Numa aula prática da disciplina de química os alunos não estão interessados pois os conteúdos foram tratados teoricamente sem nenhuma relação com as suas vivencias. Objectivos Analisar qualitativamente a contribuição da aula prática na motivação do aluno para o ensino de química. Analisar o efeito das aulas experimentais na motivação dos estudantes durante as aulas e prosseguir os estudos em nível superior; Descrever os tipos de experiencias que podem ser realizadas numa aula de Química; Comparar o rendimento dos estudantes antes da construção do laboratório e após a realização das actividades experimentais; Avaliar as concepções dos alunos sobre como a experimentação pode ajudá-los no processo de ensino e aprendizagem em comparação ao sistema tradicional adoptado actualmente pelas escolas estaduais públicas. Realizar experiencia usando materiais de fácil acesso. Justificativas Actualmente, observamos que alunos e professores não compreendem os verdadeiros motivos para estudar e ensinar Química, e ainda, parte da motivação parece estar relacionada com a futura profissão a ser seguida. Em oposição a esse pensamento, é importante estudar Química para possibilitar o desenvolvimento de uma visão crítica de mundo, podendo analisar, compreender, e principalmente utilizar o conhecimento construído em sala de aula para a resolução de problemas sociais, actuais e relevantes para sociedade. Alunos do ensino médio geralmente apresentam dificuldades em compreender alguns conceitos científicos, especialmente nas disciplinas que compõem as ciências exactas (Química, Física e Matemática). A disciplina química é vista como pouco interessante pelo aluno, sendo considerada “bicho-de-sete-cabeças”, mesmo esta ciência apresentando um corpo de conhecimentos que pode contribuir para o desenvolvimento do senso crítico e para compreensão de fenómenos que ocorrem a todo o momento em nosso quotidiano. A motivação para aprender química pode ser alcançada coma realização de aulas práticas que sejam potencialmente significativas, permitindo a integração entre o conhecimento prévio do aluno, o chamado subsunçor, e a nova informação apresentada pelo professor, que juntos produzirão um conhecimento potencialmente significativo. Fundamentação teórica Conceito da experiencia Segundo NEVES (1998:20) na aproximação etimológica, o conceito experiência provém do vocábulo latino “experientia” que, por sua vez, deriva do verbo expelir, cujo significado é ensinar, testar, experimentar, submeter à prova. Na prática científica, usa-se a expressão realizar experiência, no sentido de experimentar, verificar uma hipótese, ensinar, testar, submeter à prova. A Química é uma ciência reconhecidamente experimental, porém, por falta de tempo dos professores ou de espaço apropriado, os experimentos ficam relegados a um plano secundário. A inclusão da experimentação no ensino de Química é justificada pela importância do seu papel investigativo e pedagógico de auxiliar o aluno no entendimento dos fenómenos e na construção dos conceitos. Ainda assim, apesar da experimentação ser incentivada, o ensino de Química continua apresentando carácter exageradamente livresco. É bom lembrar que a utilização de aulas com demonstrações constitui-se em importante instrumento para despertar o interesse dos estudantes pelo fenómeno exibido e que algumas actividadesque envolvem experimentos não precisam de salas especiais, podendo ocorrer em salas de aulas regulares quando a escola apresenta problemas estruturais, como a falta de um laboratório. As experiencias são realizadas no processo de ensino e aprendizagem e efectuam-se no laboratório ou na sala de aulas ou ainda noutro lugar qualquer seguro, e visa aproximar o aluno à realidade e ao método de trabalho científico. É recomendável que o ensino de Química, decorra sempre acompanhado pela realização de experiências ou actividades experimentais (SITHOLE, 2004:94). De acordo com as condições, a experimentação pode ocorrer no laboratorial ou no meio natural. A experiência laboratorial realiza-se num ambiente artificial, em condições especialmente criadas. Enquanto a experiência no meio natural baseia-se na pesquisa de fenómenos nas suas condições habituais por meio de introdução duma série de factores influentes controladas pelo pesquisador. No processo de ensino e aprendizagem, as experiências classificam-se em experiência do aluno e experiência do professor ou experiência de demonstração. A experiência do professor serve para demonstração de reacções químicas, propriedades das substâncias e montagem de equipamentos. A actividade experimental do aluno apresenta a vantagem de possibilitar o diálogo entre o professor e o aluno, incentiva e proporciona momentos de debates sobre os conteúdos da aula; também possibilita a participação de todos os alunos nas diversas actividades e tarefas, estabelecendo um clima relacional, afectivo e emocionais favoráveis á aprendizagem. A experiencia e a motivação O processo de aprender implica comportamentos perceptivos, motores, intelectuais, emocionais e sociais. São vários os factores que influenciam no processo de aprendizagem. A motivação é um dos factores importantes no processo de aprendizagem. É através dela que se estimula a vontade dos alunos de aprender. Segundo BALANCHO & COELHO (s.d.:17) a motivação é o que suscita ou incentiva uma conduta, o que sustenta uma actividade progressiva e canaliza essa actividade para um . Neste caso, a actividade experimental desperta interesse dos alunos, faz com que os alunos encontrem motivos para aprender, para se aperfeiçoar e para descobrir e desenvolver capacidades pelo seu envolvimento, na busca de matérias do quotidiano, na interpretação dos fenómenos observados e na construção dos novos conhecimentos. A realização de actividades experimentais se torna mais motivadora/emocionante quando os próprios estudantes participam da construção de seus equipamentos para poderem explorar fenómenos estudados. A realização de experimentos geralmente desperta nos estudantes um maior interesse pelo estudo de Ciências. É importante associar o “saber fazer” com o “explorar/compreender” os fenómenos ou princípios científicos (SAAD, 2005). Um professor de Química só vai tornar-se competente no emprego da experimentação nas suas aulas se aplicar essa abordagem com frequência e, além disso, se colectar informações periódicas e sistematicamente sobre como os alunos trabalham e como isso influencia na sua motivação, na sua capacidade argumentativa, na sua curiosidade e interesse em questionar, no manuseio dos materiais, entre outros aspectos relevantes. Enfim, se pesquisar a própria prática (MORAES; MANCUSO, 2004). a experimentação se utilizada da forma adequada, pode se tornar um recurso pedagógico importantíssimo auxiliando na construção de conceitos, ou pode ser um empecilho ao processo de aprendizagem. É importante lembrar que por outro lado, a Experimentação, quando acompanhada de um processo investigativo, torna-se uma ferramenta de ensino rica, possibilitando criar situações que venham a motivar os alunos. De acordo com Lewin e Lomascólo (1998): A situação de formular hipóteses, preparar experiências, realizá-las, recolher dados, analisar resultados, quer dizer, encarar trabalhos de laboratório como ‘projetos de investigação’, favorece fortemente a motivação dos estudantes, fazendo-os adquirir atitudes tais como a curiosidade, desejo de experimentar, acostumar-se a duvidar de certas informações, a confrontar resultados, a obterem profundas mudanças conceituais, metodológicas e atitudinais. (LEWIN, e LOMASCÓLO, 1998, p. 148). Para os autores, as actividades proporcionadas por uma proposta de experimentação investigava são capazes de produzir habilidades e fomentar o desenvolvimento integral do aluno, além da aprendizagem dos conceitos propostos pelo professor. Assim, é necessário que o professor tenha claros os objectivos pelos quais deseja incluir as actividades experimentais, além de conhecer profundamente o conteúdo a ser tratado a partir da experimentação e escolher conscientemente a abordagem a ser utilizada no processo de ensino. As experiencias no processo de ensino e aprendizagem de Química A realização de experiencias na aula de química requer a definição clara dos objectivos. Um dos objectivos de realização de experiencias na aula prática é aumentar a motivação do aluno para a actividade escolar estimular a curiosidade e o interesse dos alunos. Na aula prática, o aluno elabora informações com base nas actividades desenvolvidas e ganha habilidades de seleccionar, relacionar e usar informações; desenvolve habilidades de relacionar informações com os resultados das suas próprias observações para criar novos conhecimentos. Segundo ROSITO e SITHOLE (2004:94), o uso de actividades práticas permite uma maior interacção entre professor e aluno e aluno e aluno, possibilitando em muitas ocasiões uma planificação conjunta e o uso de estratégias de ensino que podem levar à melhor compreensão dos processos da ciência. No ensino de Química, as experiencias têm a função de formar conhecimentos sólidos, aplicáveis e úteis nos alunos. Também são a fonte do saber e do saber-fazer, ensinam os alunos a utilizar conscientemente os métodos científicos. É importante frisar que a experiência em si pouco traz de desenvolvimento de personalidade se não houver um plano de actividades capazes de mobilizar e colocar desafios ao aluno. A utilização de actividades experimentais bem planejadas facilita muito a compreensão da produção do conhecimento em Química, é importante que o professor enriqueça as áridas aulas de Química, fundamentadas, geralmente, apenas nas aulas expositivas, introduzindo interessantes actividades experimentais, inclusive com a utilização de materiais alternativos, permitindo que os alunos possam desenvolver conhecimentos consistentes e significativos. Diferentes abordagens no uso da experimentação A experimentação pode apresentar diferentes formas de abordagem, o que depende de factores como o enfoque que o professor pretende dar sobre determinado assunto, a avaliação da melhor forma de desenvolvimento frente a heterogeneidade presente em uma sala de aula, dentre outros factores. Outro foco para a experimentação pode ser relacionado às propostas que integram desde a comprovação de leis até mesmo aquelas que incluam a actuação do aluno como sujeito activo no processo de construção do conhecimento através do estímulo na resolução de situações problemáticas levantadas pelo professor. As actividades experimentais apresentam uma gama enorme de possibilidades de abordagem, e de acordo com Araújo e Abib (2003) elas podem ser classificadas em actividades de demonstração, actividades de verificação e actividades de investigação. A seguir são apresentadas estas abordagens. Experimentação como actividade demonstrativa Um tipo de abordagem muito comum e também bastante disseminada é a experimentação do tipo demonstrativa. Esta pode assumir diferentes características de acordo com os objectivos propostos pelo professor. Nesta proposta, o professor assume o papel principal, não deixando de lado a participação dos alunos no desenvolvimento, através de questões e sugestões do tipo “O que acontece se você adicionar fenolftaleína no suco de limão?”. O professor aqui pode simplesmente transmitir o conhecimento químicoacumulado ou pode instigar, motivar e induzir os alunos a correlacionar teoria e experimentação. Portanto, o carácter de uma Experimentação Demonstrativa não garante a construção do conhecimento por parte dos alunos, se apresentada como uma actividade que se volta para a verificação de verdades, o que acaba gerando uma falsa crença sobre o conhecimento científico. Seguindo a mesma ideia, Rosito (2008) afirma que nesse caso, a ciência é apresentada como se fossem verdades definidas, devido a uma desvalorização do seu processo de construção. Silva e Zanon (2010) afirmam que a utilização da Experimentação Demonstrativa como única alternativa de metodologia de ensino, pode desestimular o aluno a respeito dos fenómenos que o cercam, “podando” a vontade, tanto em aprender ciências quanto em experimentar. Assim, só o experimento, usado de forma demonstrativa não se sustenta como um dispositivo eficaz de ensino e aprendizagem, sendo necessária então a existência de interacção entre aluno e professor, de extrema importância para a aprendizagem. A forma como a actividade é encaminhada, as discussões levantadas, dente outros factores são essenciais. Portanto, sem a presença de levantamentos de problemas para serem resolvidos em grupo e a relação teórico-prática, a experimentação não acrescenta em nada no processo de ensino e aprendizagem. Embora a interacção entre os alunos não seja tão favorecida, este tipo de experimento utilizado de forma questionadora, pode favorecer uma estreita ligação entre os alunos e o professor; e tal interacção social também cria um ambiente propício à aprendizagem (GASPAR; MONTEIRO, 2005). Portanto, embora as actividades experimentais demonstrativas sejam fechadas e definidas pelo que se deseja abordar na aula, na maioria das vezes não favorecendo variações nas discussões com os alunos, é importante que o professor, ao adoptá-las, propicie oportunidades para que os alunos possam reflectir sobre os fenómenos observados, formulem hipóteses, analisem variáveis que interfiram no experimento, discutam criticamente os conteúdos científicos que explicam os fenómenos. Experimentação como actividade de verificação A Experimentação como actividade de verificação se caracteriza essencialmente na busca de se verificar a validade de uma lei, ou até mesmo até onde essa validade tem efeito. Por promover uma participação efectiva dos alunos na realização desse tipo de actividade, alguns autores como Dornelles Filho, (1996) e Bagnato, e Marcarassa, (1997), concordam em ser um método de grande importância, pois estimula o aluno, bem como actuam como ferramenta no processo de aprendizagem, pois essas actividades podem facilitar a interpretação do que está sendo estudado. Embora novas abordagens de aulas experimentais venham sendo relatadas actualmente, os experimentos de verificação ainda estão presentes nas práticas adoptadas nas escolas, e algumas vantagens foram apontadas pelos professores para sua utilização: os estudantes podem aprender técnicas e a manusear equipamentos; aprendem a seguir direcções; requer pouco tempo para preparar e executar; mais fácil de supervisionar e avaliar o resultado final obtido pelos alunos; mais fácil de solucionar problemas que possam surgir durante a execução do experimento; maior probabilidade de acerto, etc (ARAÚJO e ABIB, 2003). Além disso, a aplicação de actividades relativamente simples, como nos experimentos de verificação, é especialmente adequada quando os alunos ainda estão pouco familiarizados para com a realização de aulas experimentais, por não apresentarem habilidades no manuseio de utensílios necessários à realização da actividade experimental. Experimentação como actividade investigativa Uma actividade de carácter investigativo requer do aluno a tomada de decisões sobre o melhor caminho a ser tomado para a resolução de problemas, ou seja, é um processo de reflexão, pois o aluno tem primeiro que identificar o problema, pensar em métodos de desenvolvimento, para assim ao final chegar a conclusões sobre o observado. Assim sendo, a experimentação por meio da investigação proporciona aos alunos a chance de desenvolver a observação, discussão, trabalho em equipe, dentre outras características (ARAÚJO e ABIB, 2003). O desenvolvimento de actividades que apresentam esse carácter pode ter o seu conteúdo discutido dentro do seu próprio contexto, levando-se em consideração as perguntas efectuadas pelos alunos, bem como a busca por explicação aos fenómenos. Dessa forma, os resultados não são previsíveis, como observado em uma actividade de verificação, e nem o professor fornece as respostas prontamente. O professor através de questionamentos vai motivando os alunos a chegarem a conclusões a respeito do fenómeno observado (WILSEK e TOSIN, 2012). Mesmo necessitando de um tempo maior para a sua realização, bem como a presença do professor durante todo o processo, actuando como mediador das discussões, ideias e construção de hipóteses e conclusões, a experimentação como actividade de investigação desafia o aluno a solucionar um problema, prendendo assim a sua atenção, e o envolvendo mais com a prática (BORGES, 2002). Muitos autores têm considerado a Experimentação Investigativa como uma forma de melhorar a aprendizagem, pois permitem aos alunos um maior poder de decisão sobre as actividades investigativas, desde a sua interpretação até as possibilidades de solução. (GIL-PÉREZ e VALDÉS CASTRO, 1996; DOMIN, 1999; HODSON, 2005 apud SUART, 2009). De acordo com Pozo (1998), no ensino por investigação devemos ter a junção de conceitos, procedimentos e atitudes, sendo que estes são atingidos no momento em que os alunos são colocados para realizar pesquisas. Entretanto, de nada adianta um ensino investigativo sem a consideração de fatos do quotidiano dos alunos. Assim, Zuliani (2006) indica a importância de se contextualizar o ensino, considerando ser essencial para a evolução conceitual por parte dos alunos. A experimentação deve valorizar o uso de montagens experimentais com o intuito de se colectar dados e seguir com a sua análise e interpretação, fazendo sempre que possível uma correlação com os resultados alcançados. Essas abordagens investigativas como enfatizam Hofstein e Lunetta (2003), tiram o aluno do papel de sujeito passivo, que executa a experiência como se estivesse seguindo uma receita de bolo, pois a ideia é a de relacionar, planejar, discutir, dentre outros factores importantes, o que não se observa em uma abordagem tradicional. Para que uma actividade experimental apresente uma abordagem investigativa, ela deve ter as seguintes características: Ser guiada a partir de um problema levantado; Ter o envolvimento dos alunos nas elaborações e testes de hipóteses experimentais; Propiciar que os alunos colectem e analisem os dados; Motivar os alunos a explicar a partir de evidências; Discussão das ideias entre os alunos, com o auxílio do professor como orientador das discussões. Realização de experiencias com material de fácil acesso. Serão realizadas experiências com o material local do contexto sociocultural dos alunos com a finalidade de ajudá-los a distinguir os processos físicos dos químicos assim como a estabelecer a relação entre combustão e oxidação. Também se pretende ajudar os alunos na apropriação da linguagem química através da aplicação dos conceitos. Por exemplo, o professor pode pedir aos alunos para caracterizarem, descreverem e identificarem os fenómenos observados durante a realização da experiência como forma de garantir o saber sólido e aplicável. Com estas experiências, pretende-se que as actividades lectivas estejam centradas nos alunos. Eles devem ser encorajados a fazer suas próprias perguntas, realizar suas experiências, fazer suas próprias observações e tirar suas próprias conclusões. Deste modo deve haver a discussão antes e depois da realização de experiência. O procedimento para uma aula experimental pode ser: 1-Colocação de uma questão que deve ser respondida com a realização de experiência;2-Apresentação de um guião com perguntas que ajuda os alunos na observação e na interpretação dos fenómenos decorrentes da experiência; 3-A realização da experiência pelos alunos ou pelo professor; 4-A interpretação dos fenómenos observados através de debate orientado pelo professor com objectivo de verificar o nível de assimilação dos conhecimentos pelos alunos. Neste caso, a tarefa do professor é de organizar informações em volta do ramo conceptual dos problemas e das questões para assegurar o interesse dos alunos e facilitar a compreensão dos conteúdos. É também tarefa do professor ajudar os alunos a desenvolver novos conceitos ligando-os com sua aprendizagem anterior. 1a-Unidade: Conceitos iniciais Proposta de experiência no 1: Misturas homogéneas e heterogéneas (substâncias solúveis e não solúveis). Objectivo: Com esta experiência espera-se que os alunos sejam capazes de reconhecer a água como uma substância importante para no dia-a-dia e como solvente universal. Pretende-se que os alunos tenham conhecimentos sobre misturas como associações de duas ou mais substâncias diferentes. Metodologia O projecto é desenvolvido com base na observação directa, entrevistas e questionário. Na observação directa serão assistidos dois tipos de aulas de Química, uma com experiencias e outra sem experiencia. A entrevista consistirá em contacto directo com os alunos e professores da escola escolhida. Será elaborado um questionário que será aplicado aos alunos e professores da escola indicada, o questionário terá duração de 48 horas, quer dizer poderão responder em qualquer sítio, isto é, não obedecerá nenhum critério. Quanto a abordagem, a pesquisa é do tipo qualitativo. Bibliografia CAMUENDO, Ana Paula. Impacto das experiências laboratoriais na aprendizagem dos alunos no ensino de Química. Tese de mestrado. PUC-São Paulo, 2006. DA SILVA, Vinincius Gomes. A importância da experimentação no ensino de química e das ciências. Bauru 2016 DOMIGUES, F. & SÉRVELO, F. As experiências em química. Edart, São Paulo Livraria Editora Ltd, 1975. MOÇAMBIQUE. Ministério da Educação e Cultura e Instituto Nacional do Desenvolvimento da Educação. Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG) – MEC/INDE. 104p, 2007. SOUSA, Jorge R. Trindade. Práticas pedagógicas em Química- Oficinas pedagógicas para o ensino de Química. 1ª Edição. Belem-pa. Editaedi- 2015