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Arquitetura Sustentável - Modulo 2

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AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
 
 
MÓDULO II 
 
 
3 PERMACULTURA 
 
 
Vejamos a definição de Permacultura por um de seus criadores: 
 
Uma definição mais atual de permacultura, que reflete a ampliação da 
abordagem implícita no livro Permacultura Um, é: “Paisagens 
conscientemente desenhadas que reproduzem padrões e relações 
encontradas na natureza e que, ao mesmo tempo, produzem alimentos, 
fibras e energia em abundância e suficientes para prover as necessidades 
locais.” As pessoas, suas edificações e a forma como se organizam são 
questões centrais para a permacultura. Assim, a visão da permacultura de 
uma agricultura permanente ou sustentável evoluiu para uma visão de uma 
cultura permanente sustentável. (HOLMGREN, 2007, p. 3) 
 
 
FIGURA 26 – FLOR DA PERMACULTURA 
 
FONTE: Disponível em: <http://naturaekos.com.br/blog/design-sustentavel/voce-sabe-o-que-e-
permacultura/. 
Acesso em: 12 jun. 2013. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 
Essa filosofia prega a reprodução dos modelos da natureza, criando 
sistemas ecologicamente corretos, viáveis economicamente e que se sustentem ao 
longo de sua aplicação. Três diretrizes definem a ética da Permacultura, que são: 
 
 RESPEITO COM AS PESSOAS: orientação de como atender de forma 
satisfatória as principais necessidades humanas, a saber – abrigo, alimentação, 
educação, saúde e trabalho. Sua importância é significativa em virtude da 
intervenção humana em seu meio e as consequências do antes, durante e 
principalmente após esse estabelecimento. 
 CUIDADO COM A TERRA: aconselha no método de como proceder 
com os seres vivos e inanimados. Utilização racional dos recursos com um sistema 
de viver coerente. 
 COERÊNCIA COM A DISTRIBUIÇÃO DOS EXCEDENTES: determina 
a quantidade de tempo, capital e energia para alcançar as metas traçadas no 
cuidado com a Terra e as pessoas, ou seja, sempre que atendidas nossas 
necessidades e tendo os sistemas devidamente racionalizados em nosso favor, 
poderemos e deveremos nos organizar para que nosso semelhante alcance os 
mesmos propósitos. 
 
Dentro da filosofia da Permacultura existem alguns princípios que 
determinam as ações em qualquer local de sua inserção. Vejamos de uma forma 
sintética a seguir (SATTLER, 2007): 
 Cada elemento (casa, estrada, açude, horta, etc.) é posicionado em 
relação ao contexto auxiliando-se mutuamente; 
 Cada elemento deverá ter o maior número de funções possíveis ao ser 
escolhido; 
 Sempre buscar suprir as necessidades básicas, tais como, a água, 
alimentação, energia, por meio de duas ou mais maneiras; 
 Prever o emprego eficiente da energia. O uso dos recursos naturais é 
elementar e essencial; 
 Usar preferencialmente recursos biológicos em detrimento de 
combustíveis fósseis; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
 Lançar mão da reciclagem de resíduos; 
 Exercer a policultura e diversidade de espécies; 
 Emprego de padrões naturais; 
 Criar a consciência de que não existem problemas, mas sim 
oportunidades. 
 
A Permacultura traz inerente a sua filosofia, a não agressão à natureza pelo 
ser humano em suas possíveis técnicas de intervenção. Algumas associações 
realizadas com essa linha de pensamento podem ser registradas com o paisagismo 
produtivo: produção de alimentos isentos de produtos químicos. Podem também 
evidenciar a utilização e reutilização dos recursos naturais. 
 
 
3.1 HISTÓRICO 
 
 
A Permacultura teve sua criação no final dos anos 1970 por Bill Mollison e 
David Holmgren, na Austrália, não tratando unicamente dos elementos de um 
sistema, mas principalmente, dos relacionamentos que podem ser criados entre 
eles, por meio da forma com que os colocamos no terreno (SATTLER, 2007). 
A primeira nomenclatura foi agricultura permanente. Depois veio a definição 
de cultura permanente, para se transformar no que chamamos hoje de 
Permacultura. Uma prática de vida adotada em diversas regiões do planeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
 
 
FIGURA 27 – DAVID HOLMGREN E OS PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.permanentculturenow.com/permaculture-pioneers-david-
holmgren/. 
Acesso em 12 jun. 2013. 
 
 
 
FIGURA 28 – BILL MOLLISON 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.vebu.de/alt/nv/nv_2001_1__Was_ist_Permakultur.htm>. 
Acesso em 12 jun. 2013. 
 
http://www.vebu.de/alt/nv/nv_2001_1__Was_ist_Permakultur.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
 
 
3.2 PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA 
 
 
São aplicáveis de uma forma universal com o intuito de acelerar o 
desenvolvimento do uso sustentável da terra e dos recursos, seja em qualquer 
circunstância, tanto de abundância como de escassez. 
O procedimento para satisfazer as necessidades da população dentro de 
parâmetros ecológicos requer uma mudança de postura cultural. 
Vamos ver um breve resumo dos princípios da sustentabilidade, encontrados 
no livro “Os Fundamentos da Permacultura” de autoria de David Holmgren. 
 
 
3.2.1 Princípio 01: observe e interaja 
 
 
Uma relação livre e com harmonia, entre a natureza e o homem, aliada à 
observação atenta geram um bom design. O produto é gerado por meio de uma 
interação contínua com o objeto de observação. A Permacultura utiliza essas 
condições para desenvolver, de maneira consciente e contínua, sistemas de uso da 
terra e de vida que possam sustentar as pessoas pela era de energia decrescente. 
Mais do que a adoção e duplicação de soluções que se mostraram 
satisfatórias, o objetivo primordial desse princípio é facilitar a geração de 
pensamentos em longo prazo. Assim, em todo e qualquer nível é preciso acreditar 
nas habilidades de observação e interação cuidadosa para encontrarmos a linha de 
conduta mais indicada para a ação desejada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
 
3.2.2 Princípio 02: capte e armazene energia 
 
 
Vivemos em um mundo com muitas riquezas coletadas de combustíveis 
fósseis, as quais foram utilizadas ao longo dos anos, e em consequência os 
estoques vêm diminuindo. Precisamos aprender a economizar as riquezas que 
estamos consumindo e desperdiçando para um futuro próximo. 
Algumas fontes de energia podem ser decorrentes do sol, ventos, água e 
recursos desperdiçados, pelo setor agrícola, industrial ou comercial. 
 
 
3.2.3 Princípio 03: obtenha rendimento 
 
 
No princípio anterior vimos a necessidade de utilizar os recursos existentes 
para investimentos em longo prazo. Porém, necessitamos nos manter também 
agora, no presente. 
O terceiro princípio diz respeito ao planejamento de qualquer sistema que 
nos proporcione autossuficiência em qualquer nível, fazendo uso de energia 
capturada e armazenada eficientemente. 
Sem a produção útil e satisfatória, qualquer coisa projetada tenderá a 
enfraquecer, enquanto elementos que gerem produção imediata terão sucesso. 
 
 
3.2.4 Princípio 04: pratique a autorregulação e aceite o feedback 
 
 
Sistemas autorreguláveis são a busca da Permacultura. Um sistema que 
possui em sua composição elementos autossuficientes e independentes é mais 
eficiente e resistente às turbulências. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
O desenvolvimento de culturase comportamentos mais condizentes com 
aceitação de feedback da natureza, evita a exploração abusiva dos recursos 
naturais. O feedback negativo precisa de direção para produzir uma mudança 
corretiva, mas não excessiva a ponto de prejudicar ou impossibilitar o 
desenvolvimento do sistema. 
 
 
3.2.5 Princípio 05: use e valorize os serviços e recursos renováveis 
 
 
Os recursos renováveis são aqueles que são repostos por processos 
naturais ao longo de períodos coerentes, sem a necessidade de grandes insumos 
que não possuem renovação. 
Os serviços renováveis são aqueles que obtemos de plantas, animais, solo e 
água vivos, sem consumi-los. 
O design da permacultura pontua o melhor uso dos recursos naturais que 
não envolvam consumo para minimizar novas demandas e potencializar as boas 
relações entre a natureza e os seres humanos. 
 
 
3.2.6 Princípio 06: não produza desperdícios 
 
 
Nesse princípio são reunidos os valores tradicionais da frugalidade e 
cuidado com os bens materiais, a preocupação moderna com a poluição e a 
perspectiva mais radical que relaciona os desperdícios como recursos e 
oportunidades. 
Os processos desenvolvidos dentro da indústria são caracterizados pelo 
modelo insumo-produto, em que os insumos são materiais naturais e energia, e os 
produtos são coisas ou serviços. Dando um passo além, no futuro, vamos perceber 
que todas essas coisas produzidas acabam virando lixo e que o mais insignificante 
dos serviços redunda na degradação de recurso e energia em resíduos que não 
podem ser aproveitados. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
“Hoje deveríamos reconhecer aqueles que reusam criativamente os 
desperdícios como a verdadeira essência de uma vida com mínimo impacto na 
Terra” (HOLMGREN, 2007, p.18). 
Ainda que seja menos interessante do que buscar maneiras de usar 
abundâncias indesejadas, a manutenção daquilo que já temos vai se tornar um 
assunto potencial em um mundo com energias em declínio. 
 
 
3.2.7 Princípio 07: design partindo de padrões para chegar aos detalhes 
 
 
A ideia que originou a Permacultura foi a floresta tomada como modelo para 
a agricultura. Apesar de existirem ainda muitas críticas e limitações nesse modelo, 
ainda é considerável o pensamento. 
 
Enquanto que os modelos tradicionais de uso da terra nos fornecem muitos 
modelos para o design de sistemas completos, as pessoas imersas na 
cultura local necessitam uma experiência nova que lhes permita enxergar a 
paisagem e suas comunidades de uma maneira nova. (...) O contexto mais 
amplo da comunidade, ao invés de fatores técnicos, pode geralmente, 
determinar o sucesso de uma solução. (HOLMGREN, 2007, p. 19) 
 
 
3.2.8 Princípio 08: integrar ao invés de segregar 
 
 
Os diversos tipos de relacionamentos que aproximam os elementos em 
sistemas mais estreitamente interligados, e os métodos de design mais vançados de 
comunidades de plantas, animais e pessoas para obter benefícios desses 
relacionamentos, é o objetivo desse princípio. 
 
A habilidade do designer para criar sistemas que sejam estreitamente 
interligados depende de uma ampla visão de inter-relacionamentos de 
encaixe perfeito que carcaterizam as comunidades sociais e ecológicas. 
Tanto como um design predefinido, temos que antecipar, e acomodar, as 
relações sociais e ecológicas efetivas que se desenvolvem a partir da auto-
organização e crescimento.(...) Quando se tem um arranjo adequado de 
plantas, animais, obras de terra e outros tipos de infra-estrutura, é possível 
se desenvolver um grau mais elevado de integração e autorregulação sem a 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
necessidade de intervenções humanas constantes para manejo corretivo. 
(...) A permacultura pode ser vista como parte de uma longa tradição de 
conceitos que enfatizam os inter-relacionamentos mutuamante e com 
simbiose em relação aos demais que são competitivos e predatórios. 
(HOLMGREN, 2007, p.20-21) 
 
 
3.2.9 Princípio 09: use soluções pequenas e lentas 
 
 
Os sistemas devem ser concebidos para que as funções sejam executadas 
em menor escala de forma prática e eficiente no uso da energia para determinada 
função. A escala e capacidade humana deveriam ser a unidade de medida para uma 
sociedade sustentável democrática e humana. 
Podemos colocar como exemplo as grandes cidades com elevada 
densidade populacional. A aparente facilidade propiciada pelos automóveis 
congestiona o trânsito e prejudica a qualidade de vida, enquanto as bicicletas, mais 
eficientes na economia de energia, proporcionam liberdade de movimento sem 
barulho e poluição. Sem contar, que as bicicletas, podem ser fabricadas e montadas 
de maneira mais eficiente e em indústrias de menor porte que a automobilística. 
 
 
3.2.10 Princípio 10: use e valorize a diversidade 
 
 
É importante sempre dispor do que o planeta nos fornece e valorizar a 
diversidade dos ecossistemas, aproveitando o que a natureza nos disponibiliza no 
local de implantação. 
 
A enorme diversidade de formas, funções e interações na natureza e na 
humanidade são a fonte da complexidade sistêmica que evolui ao longo dos 
tempos. O valor da diversidade na natureza, cultura e Permacultura são 
dinâmicos, complexos, e às vezes, aparentemente contraditórios em si 
mesmos. A diversidade necessita ser vista como o resultado do equilíbrio e 
da tensão existente na natureza entre a variedade e possibilidade de um 
lado, e de produtividade e força de outro. (...) Embora muitos movimentos 
sociais e ambientais somente reconheçam a diversidade biológica e cultural 
pré-existente, a Permacultura também está ativamente engajada em criar 
novas biodiversidades biorregionais a partir da fusão de elementos 
herdados da natureza e da cultura. (HOLMGREN, 2007, p. 23) 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
 
3.2.11 Princípio 11: use as bordas e valorize os elementos marginais 
 
 
Aqui predomina o cuidado na observação não só dos protagonistas de um 
sistema, mas também dos coadjuvantes que integram o conjunto como um todo. 
Cada integrante tem seu papel para acontecer o perfeito funcionamento do 
ecossistema. 
Uma vez reconhecidos e devidamente valorizados, esses aspectos podem 
ser aproveitados de uma maneira mais abrangente, contribuindo indireta e 
diretamente com a potencialização na produtividade geral. 
Fazer distinções e deixar de lado pequenos agentes pode acabar por 
comprometer todo sistema. 
 
 
3.2.12 Princípio 12: use criativamente e responda às mudanças 
 
 
Encontramos aqui duas vertentes: realização de um design levando em 
conta as mudanças de uma forma deliberada e cooperativa, e responder de forma 
criativa ao design de mudanças de larga escala do sistema que escapa ao nosso 
controle. 
“A Permacultura diz respeito à durabilidade de sistemas vivos naturais e da 
cultura humana, mas essa durabilidade depende de certa flexibilidade e mudança” 
(HOLMGREN, 2007, p.25). 
As mudanças são inevitáveis. O universo passa por transformações 
constantes e reinventa-se a todo o momento. Devemos estar atentos aos sinais e 
responder de forma inteligente, para que possamos nos adaptar rapidamente ao 
novo cenário que aparece. 
O mais importante é que respondamos de forma criativa, sem agredir o 
meio, para que a coexistência seja harmoniosa. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 
 
3.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS 
 
 
Listamos nesse capítulo algumas das práticas de sucesso que levam em 
conta os princípios da Permacultura, especificamente dentro da temática 
arquitetônica. 
Técnicas que datam de longos períodos e que incorpora em sua essência a 
prática primordial da sustentabilidade. Práticas que visam o aproveitamento dos 
recursos disponíveis, no local de implantação da edificação. Métodos simples e 
baratos, mas o principal, altamente eficientes quanto à economia de energia e 
conforto humano. 
Em regiões rurais as práticas ainda são empregadas, sobretudo onde a 
escassez de recursos financeiros aparececomo um condicionante, contudo não se 
deve rotular esse sistema em virtude dessa utilização. São formologias construtivas 
que podem satisfazer empreendimentos de maior vulto sem desmerecer sua 
importância. 
 
 
3.3.1 Adobe 
 
 
A técnica do adobe consiste em criação de tijolos de terra crua, água e palha 
e algumas vezes outras fibras naturais, moldados em formas por processo artesanal 
ou semi-industrial. 
Pelas características físicas que constituem o barro, as casas apresentam 
em seu interior um microclima agradável. Em virtude desse fator, é comum que em 
áreas de clima quente severo, seja empregado o adobe, pois sua inércia térmica, 
garante diminuição de calor em relação ao ambiente externo, ao mesmo tempo em 
que evita a perda de calor para o exterior em momentos de temperatura mais baixa. 
Igualmente para climas que possuem variação entre as estações de calor e 
frio, o acondicionamento térmico é garantido pelas características do material. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
Vantagens dessa técnica: 
• Conforto térmico; 
• Material encontrado no local de utilização; 
• Preparação in loco; 
• Rapidez de confecção dos tijolos; 
• Sistema acessível e barato. 
 
 
FIGURA 29 – TIJOLO DE ADOBE FIGURA 30 – PAREDE DE ADOBE 
 
FIGURA 29 
FONTE: Disponível em: <http://cilpes.blogspot.com.br/2012/05/solucoes-e-tecnicas-tradicionais-
o.html>. Acesso em: 15 jun. 2013. 
FIGURA 30 
FONTE: Disponível em: <http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-parede-de-tijolo-de-adobe-
image16404670>. Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
 
3.3.2 Super Adobe 
 
 
Essa técnica utiliza sacos de polipropileno preenchidos com terra que são 
sobrepostos e moldam as paredes e a cobertura da edificação. Em seguida passa-
se um pilão para solidificar a mistura. 
 
 
 
 
 
http://cilpes.blogspot.com.br/2012/05/solucoes-e-tecnicas-tradicionais-o.html
http://cilpes.blogspot.com.br/2012/05/solucoes-e-tecnicas-tradicionais-o.html
http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-parede-de-tijolo-de-adobe-image16404670
http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-parede-de-tijolo-de-adobe-image16404670
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
 
 
FIGURA 31 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
Para uma maior proteção contra a umidade as paredes podem ser feitas 
sobre uma base de pedra. Uma largura admissível seria de 40 a 50 centímetros para 
uma estrutura mais sólida. 
 
 
FIGURA 32 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
Para demarcar janelas e portas são utilizados espaçadores. A cobertura 
recebe ripas de madeira e telhas ou simplesmente a própria moldura de adobe em 
forma de iglu. 
 
 
FIGURA 33 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>. 
Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
 
FIGURA 34 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM SUPERADOBE 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm>.Acesso em: 15 jun. 2013. 
 
http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe4.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 
 
3.3.3 Taipa 
 
 
O primeiro passo, para construir uma parede de taipa é a locação de taipas 
de madeira, ou seja, duas pranchas que delimitam a espessura da parede a ser 
feita. Depois disso, o barro é colocado e amassado até ganhar consistência. Uma 
vez seca a camada de barro, retira-se as taipas de madeira e instalam-se as 
mesmas logo acima da parede terminada para construir uma nova fiada de parede. 
 As características do barro conferem aos ambientes uma boa acústica e 
excelente conforto térmico, semelhante à técnica do adobe. Outro fator positivo é 
que o barro é encontrado no local de construção e não tem valor agregado como os 
materiais de construção, tornando a obra barata e fácil de ser executada, pois não 
requer tecnologia apurada para sua execução. 
A grande diferença entre os outros sistemas que utilizam como matéria-
prima o barro, é que a parede de taipa constitui-se por um único elemento, ou seja, 
um bloco maciço de terra, conferindo dessa forma uma durabilidade mais estendida. 
 
 
FIGURA 35 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM TAIPA 
1 2 3 
 
FONTE: Disponível em: <http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe6.htm>. 
Acesso em: 10 jan. 2013. 
 
http://ambiente.hsw.uol.com.br/adobe6.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
 
3.3.4 Pau a pique 
 
 
A técnica do pau a pique é basicamente a aplicação de camadas de barro 
em uma parede feita de trama de madeira, geralmente o bambu. 
Erguem-se as tramas de madeira que formam as paredes e constituem-se 
assim as delimitações e fechamentos da habitação. O passo seguinte é abrir as 
áreas onde ficarão as janelas e portas. O passo seguinte é cobrir a casa, então é 
instalado o madeiramento do telhado e posteriormente a cobertura. Para constituir a 
cobertura são usadas telhas cerâmicas, ou em casos mais modestos, folhas de 
coqueiro e carnaúba. Em ambos os casos é deixado, em todo o perímetro da casa, 
um prolongamento do telhado, conhecido como beiral, para proteção contra o sol, 
vento e chuva. 
O último passo é aplicar o barro na parte externa e interna das tramas de 
madeira até conformar as paredes. A finalização das paredes é feita com a 
aplicação de uma camada de cal para conferir uma maior estanqueidade e por 
consequência aumentar a durabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
 
 
FIGURA 36 – CONSTRUÇÃO DE PAREDE EM PAU A PIQUE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.coopertecti.com.br/desenvolvimento-sustentavel>. 
Acesso em: 10 jan. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
 
 
3.3.5 Sanitário seco 
 
 
FIGURA 37 – BANHEIRO SECO 
 
FONTE: Disponível em: <http://sitiorefazenda.blogspot.com.br/2011/08/sanitario-seco-ou-
compostavel-cont.html>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
FIGURA 38 – ELIMINAÇÃO DOS DEJETOS COM AUXÍLIO DA SERRAGEM 
 
FONTE: Disponível em: <http://especiais.ne10.uol.com.br/vocemais20/016-produtos-quimicos-e-
dejetos.html>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
O seu funcionamento reside basicamente no acúmulo dos dejetos humanos 
em uma câmara fechada durante um tempo necessário para sofrer o processo de 
decomposição, sendo assim, os dejetos, papel higiênico e serragem se misturam e 
transformam-se em adubo. Uma vez utilizado o banheiro, joga-se uma porção de 
serragem e por queda todos os componentes chegam a uma câmara de acúmulo, 
sem a utilização de água para eliminação. 
Como mostra a figura 37, com o esquema de montagem do banheiro, temos 
um cano que funciona como exaustor e uma chapa que fecha a câmara, pintados de 
preto para absorver calor para prevenir agentes patológicos e odores excessivos. 
Para um melhor desempenho é conveniente que se posicione a câmara em direção 
ao Norte para absorver mais calor durante o dia. 
Nos banheiros ecológicos mais eficientes acontece a separação da urina e 
dos dejetos sólidos, consistindo basicamente em termos um local distinto do outro, 
onde a urina pode ser acumulada e utilizada como fertilizante de solo, enquanto os 
dejetos acumulados são utilizados como adubo natural. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
Em uma realidade em que grande parte da população brasileira não possui 
banheiro em suas casas, essa seria uma técnica barata, eficiente e ecologicamente 
correta, pois não faz uso de água, não contamina o solo e não depende de rede de 
esgoto e saneamento da cidade para funcionar. 
 
 
FIGURA 39 – SANITÁRIO COM SEPARADOR DE URINA E DEJETOS. 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://banheirosecoecologico.blogspot.com.br/>. 
Acesso em: 19 jun. 2013.http://banheirosecoecologico.blogspot.com.br/
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
 
 
3.3.6 Telhado verde 
 
 
FIGURA 40 – TELHADO VERDE 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nor%C3%B0rag%C3%B8ta,_Faroe_Islands_(2).JPG>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
Telhado verde é uma prática que consiste na montagem de uma estrutura 
acima da cobertura da casa composta por camadas de preparo (distintos materiais 
conforme figura 41), solo e vegetação. 
Entre as suas principais características positivas estão: drenagem, 
isolamento térmico, isolamento acústico, compensação da área permeável utilizada 
para implantação da edificação e o agradável aspecto visual proporcionado. 
Consegue-se também, com essa técnica, benefícios para a saúde ambiental 
e equilíbrio da biodiversidade. O teto verde mantém a umidade relativa do ar 
constante em torno da edificação, formando um microclima local agradável e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
purificando a atmosfera local. As plantas utilizadas, sempre adequadas aos impactos 
gerados pelo sol e intempéries, acabam por realizar uma filtragem da água que pode 
ser armazenada e reutilizada para fins diversos, inclusive consumo humano. 
 
FIGURA 41 – CORTE ESQUEMÁTICO 
 
FONTE: Disponível em: <http://amacedofilho.blogspot.com.br/2010/07/telhados-verdes-e-jardins-
verticais.html>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
 
 
FIGURA 42 – TELHADO VERDE EM EDIFÍCIO 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:20080708_Chicago_City_Hall_Green_Roof.JPG>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
3.4 ESTUDO DE CASOS – MODELOS E PROPOSTAS 
 
 
3.4.1 Mapa temático da estação de Permacultura: Casa Colmeia 
 
 
Temos nessa proposta modelo um exemplo de diversas técnicas e 
procedimentos que poderiam ser adotados para ter como fim uma estação de 
convivência dentro dos princípios da Permacultura (CASA COLMEIA, 2013): 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:20080708_Chicago_City_Hall_Green_Roof.JPG
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
 
 
FIGURA 43 – CASA COLMEIA – ESTAÇÃO PERMACULTURA 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://ptbr.protopia.wikia.com/wiki/Constru%C3%A7%C3%A3o/Permacultura> 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
• 1. Casa Mãe: bioconstrução de custo baixo onde temos a cozinha e 
espaço para oficinas. 
• 2. Abrigo da Família: construção com material reciclado e reutilizado 
para sua construção. 
• 3. Banheiro Seco: não usa água e sim serragem para tirar o odor das 
fezes humanas, depositadas em uma câmara para formação de húmus. 
• 4. Abrigo para Voluntários: construído em pneu e barro socado, essa 
construção serve para acomodar e hospedar visitantes em caso de emergência. 
• 5. Lago: espaço para criação de peixes e plantas aquáticas para 
promover a biodiversidade. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 66 
• 6. Horta Mandala: jardim produtivo com hortaliças e plantas 
comestíveis. São em formato circular para reter melhor os nutrientes e compor uma 
harmonia estética visual. 
• 7. Forno Solar: uso da energia solar para cozinhar e assar a 
alimentação. 
• 8. Espiral de Ervas Medicinais: temperos e ervas funcionais, uma 
verdadeira farmácia natural. 
• 9. Composteira: onde se recicla o lixo orgânico. 
• 10. Pia Reciclada: feita de vidro, bambu e pneus de automóveis, onde 
se lava a louça da casa. 
• 11. Minhocário: criação de minhocas que auxiliam a processar restos 
orgânicos e transformar o húmus para adubo do solo. 
• 12. Combosteira: onde são compostadas as fezes humanas. É uma 
câmara pintada de preto para aquecer e eliminar elementos patológicos. Após é 
utilizado como adubagem. 
• 13. Reciclagem: depósito de materiais que podem ser reciclados e 
reutilizados em alguma outra função, com separação de vidros, metais, plásticos, 
papéis e outros. 
• 14. Calçada Produtiva: objetivo de servir para produzir alimentos para a 
comunidade. 
• 15. Secador Solar: para secar alimentos ao sol, como tomates, frutas, 
sementes e chás. 
• 16. Roça Circular: plantação de milho, feijão, batata, mandioca, 
girassol, etc. 
• 17. Circulo de Bananeiras: são os filtros biológicos das águas das pias 
e banhos. Usa-se sabão biodegradável feito a partir de óleo reutilizado. 
• 18. Teto vivo: os telhados das casas são cobertos por plantas, para 
substituir telhas manufaturadas e proporcionar conforto térmico interno, além do 
conforto visual. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 67 
 
 
3.4.2 IPEMA – Ubatuba 
 
 
FIGURA 44 – VIVEIRO DE MUDAS FIGURA 45 – VIVEIRO DE MUDAS 
 
FIGURA 44 
Fonte: http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-
ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
FIGURA 45 
Fonte: http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-
ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
O IPEMA, Instituto de Permacultura e Eco vilas da Mata Atlântica, possui um 
sistema de orientação de atividades e espaço físico dentro da filosofia da 
Permacultura. 
Todas as construções são de materiais reciclados. As casas são construídas 
pelos próprios moradores e feitas de pau a pique e os pisos são constituídos 
igualmente de diversos materiais reciclados. 
Os banheiros são secos e a energia solar é utilizada para fins diversos. 
Uma parte dos alimentos que são consumidos provém do próprio local. A 
produção não recebe agentes químicos, mas sim os adubos criados pelo acúmulo 
de lixo orgânico e banheiros secos. 
A irrigação da horta é feita com a reutilização das águas cinza, devidamente 
purificadas por filtros biológicos. 
 
 
 
 
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
 
FIGURA 46 – CASA SUSTENTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-
belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
3.4.3 Chácara Asa Branca – Brasília 
 
 
Complexo com quatro casas de barro em uma área afastada do centro da 
cidade, onde é captada a água da chuva para todos os fins e os banheiros seguem a 
metodologia do banheiro seco. 
O barro utilizado para a construção das casas deixou um buraco no terreno 
que foi utilizado para fazer o reservatório da água. 
Os cômodos das casas são vazados para entrada de luz e ventilação 
natural, e vidros reciclados foram utilizados nas paredes para ampliar a área de 
iluminação natural. Temos ainda a utilização do telhado verde na cobertura das 
casas. 
 
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
http://ecoviagem.uol.com.br/blogs/expedicao-aguas-do-brasil/boletins/as-belezas-de-ubatuba-e-a-permacultura-8254.asp
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
As mudas são produzidas em viveiros, onde o adubo é composto pela 
compostagem das fezes humanas do banheiro seco e restos de matéria orgânica. 
Na verdade são encontrados nessa proposta, os principais tópicos que são 
difundidos e cultuados pela filosofia da Permacultura, respeito à natureza e menor 
agressão possível na intervenção humana no meio natural. 
 
 
FIGURA 47 – CASA SUSTENTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ipoema.org.br/ipoema/visite-a-asa-branca-setembro/>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.ipoema.org.br/ipoema/visite-a-asa-branca-setembro/
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 70 
 
 
4 USO E REÚSO DOS RECURSOS E ENERGIASNATURAIS 
 
 
FIGURA 48 – USO DE RECURSOS NATURAIS 
 
FONTE: Disponível em: <https://www.facebook.com/RENOVARECO. 
Acesso em: 12 jun. 2013. 
 
 
Os recursos naturais presentes na natureza, nem sempre são utilizados de 
forma adequada, ou em situações críticas são simplesmente deixados de lado. Por 
meio de técnicas simples e posturas ecologicamente corretas podemos não só 
utilizar de forma racional os recursos naturais, como fomentar a sua reutilização, 
prevenindo assim a sua renovabilidade. 
 
 
4.1 RECURSOS NATURAIS 
 
 
Separamos em três tópicos os principais recursos naturais disponíveis em 
nosso planeta, que são: os recursos hídricos, a energia solar e a energia eólica. 
Recursos esses que podem ser utilizados para diversos fins pelo homem, na 
execução e ocupação de edificações. 
 
https://www.facebook.com/RENOVARECO
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 71 
 
 
4.1.1 Hídricos 
 
 
Os recursos hídricos representam todas as águas superficiais ou 
subterrâneas disponíveis em nosso universo. 
 
 
FIGURA 49 – RECURSOS HÍDRICOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos>. Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
A água potável, ou seja, a água doce presente na natureza é bastante 
restrita. 
Aproximadamente 97,61% da água total do planeta é proveniente das águas 
dos oceanos. As calotas polares e geleiras representam 2,08%, água subterrânea 
0,29%, água doce de lagos 0,009%, água salgada de lagos 0,008%, água misturada 
no solo 0,005%, rios 0,00009% e vapor d’água na atmosfera 0,0009% (BRASIL 
ESCOLA, 2013). 
Diante desses percentuais, apenas 2,4% da água é doce, porém, somente 
0,02% está disponível em lagos e rios que abastecem as cidades e pode ser 
consumida (BRASIL ESCOLA, 2013). 
 
http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 72 
Diante de números, que para muitos, causa uma grande surpresa, nos 
deparamos com outro dado ainda mais alarmante: a poluição de lagos, riachos, rios 
e seus afluentes. 
O meio urbano em todo o Brasil, apresenta altos índices de poluição dos 
seus rios e arroios. A ação desmedida do ser humano depreda e compromete não 
só o futuro, mas também o nosso momento presente. 
Mudar posturas e procedimentos, por parte do cidadão, é imprescindível 
para que possamos alterar esse panorama desanimador. Ao governo cabe o 
compromisso de firmar políticas de divulgação e fiscalização para engajamento da 
sociedade na defesa desse recurso que é essencial para todos os ecossistemas 
presentes em nosso planeta. 
Na arquitetura temos que nos comprometer com algumas práticas que 
possam minimizar impactos e potencializar o uso e reutilização da água. 
O primeiro passo é uma especificação de materiais que evitem desperdícios 
de água dentro da edificação. Tubos e conexões de qualidade e bem executados 
evitam que surjam vazamentos que acarretam não só o prejuízo à edificação, 
sobretudo ao desperdício desse recurso valioso. 
Outra medida recomendada é adoção de equipamentos que comprovem a 
economia no consumo da água. Já existem no mercado, torneiras, pias, vasos 
sanitários e eletrodomésticos que atendem a esse quesito. Alguns métodos 
inovadores podem ajudar bastante para consolidação desse propósito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 73 
 
 
FIGURA 50 – SISTEMA DE RECICLAGEM DE ÁGUA 
 
FONTE: Disponível em: <http://eficienciahidrica.wordpress.com/2012/02/08/sistema-economiza-e-
recicla-agua-da-casa-de-banho/>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
Outro recurso que ainda não é utilizado em grande escala é o aproveitamento 
da água da chuva. A implantação desse sistema é de baixo custo e de fácil 
instalação. A partir dos telhados da edificação a água passa por um recolhimento e 
filtragem para acondicionamento em cisternas. Da cisterna a água é direcionada 
para um reservatório superior, e deste, direcionada para os ambientes onde será 
utilizada. É necessário que se tenha um sistema de distribuição separado do 
abastecimento de água potável. A água da chuva pode ser utilizada para irrigação, 
lavagem de áreas externas, roupas e automóveis, e também para descargas de 
bacias sanitárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 74 
 
 
FIGURA 51 – CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA DA CHUVA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://casaecologicatfg.blogspot.com.br/2007_12_01_archive.html>. 
Acesso em: 19 jun. 2013. 
 
 
4.1.2 Energia solar 
 
 
A energia solar refere-se a toda a captação de energia luminosa ou térmica 
proveniente dos raios solares e que após o processo de transformação é utilizada 
para diversos fins dentro da edificação. 
A captação se dá por células fotovoltaicas ou por coletores solares. Os 
coletores solares são painéis que têm a função de transferir o calor da radiação solar 
para a água ou óleo que passa por dentro deles, para então ser utilizado como fonte 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 75 
de calor. Esse sistema é utilizado em casas, hotéis e empresas para o aquecimento 
de água, utilizada em diversas atividades, aquecimentos de ambientes ou até em 
processos industriais. 
 
 
FIGURA 52 – PAINÉIS FOTOVOLTAICOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Solar_Panels.jpg>. 
Acesso em 19 jun. 2013. 
 
 
A montagem das células fotovoltaicas é feita com uma modulação que cria 
painéis para a captação dos raios solares. Nesse sistema, um dos materiais 
empregados é o silício, onde acontece a transformação da radiação solar em 
energia elétrica, por meio do processo chamado “efeito fotovoltáico”. Essa energia 
alternativa e limpa pode complementar e substituir outras fontes tradicionais. 
Vantagens: 
• Energia limpa, não polui. A fabricação dos equipamentos acarreta uma 
poluição mínima e controlável; 
• Baixa manutenção do sistema; 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Solar_Panels.jpg
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 76 
• Os custos de instalação diminuem aos longo dos anos, possibilitando maiores 
aplicações; 
• Em territórios com alta incidência solar o sistema pode ser utilizado durante 
todo o ano, reduzindo assim o consumo de outros tipos de energia. 
 
Desvantagens: 
• Variação de produção de acordo com as condições climáticas, além de 
períodos noturnos impossibilitarem a produção de energia por ausência do 
sol; 
• Locais no planeta com invernos rigorosos comprometem a captação solar; 
• As formas de armazenamento são menos eficientes que às por combustíveis 
fósseis ou por hidrelétricas. 
Concluímos que a energia solar é extremamente útil e viável, porém não pode 
ser a única fonte de energia para um empreendimento, pois como vimos acima, em 
determinadas regiões e períodos do ano, a redução de incidência solar é 
diretamente proporcional à captação e utilização da mesma. Deve-se então, 
associar energias tradicionais ao sistema de captação da energia solar. Com essa 
associação podemos reduzir a conta de luz e contribuir significativamente com o 
planeta na redução de emissões poluidoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 77 
 
 
FIGURA 53 – SISTEMA DE CAPTAÇÃO SOLAR 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/fisica/aquecimento-agua-por-energia-
solar.htm>. Acesso em: 12 abr. 2013. 
 
 
4.1.3 Energia eólica 
 
 
Quando falamos em captação da energia eólica, que é proveniente dos 
movimentos dos ventos acabamos nos remetendo aos grandes aerogeradores 
distribuídos em vastas áreas territoriais para o acúmulo de energia. 
O movimento do ar gira as pás desses elementos e por meio desse gerador, 
é fornecida energia pelas turbinas que promovem o fornecimento de energia. 
 
 
 
 
 
 
http://www.brasilescola.com/fisica/aquecimento-agua-por-energia-solar.htm
http://www.brasilescola.com/fisica/aquecimento-agua-por-energia-solar.htm
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 78 
 
 
FIGURA 54 – AEROGERADORES 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.recriarcomvoce.com.br/>Acesso em: 20 jun. 2013. 
 
 
Em regiões litorâneas ou em vastos campos, onde o movimento dos ventos 
atinge velocidades consideráveis, o potencial de captação e transmissão dessa 
energia atinge patamares muito altos e sendo assim, pode ser utilizada em 
substituição e complemento aos métodos convencionais. 
Igualmente em regiões urbanas, desde que após um estudo se comprove a 
incidência satisfatória de ventos, pode ser implantado em menor escala o sistema 
para captação e utilização dessa energia alternativa. Inclusive, já existem casos 
estabelecidos de produção de energia domiciliar por meio de geradores eólicos 
propícios adaptados para os fins residenciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.recriarcomvoce.com.br/
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
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FIGURA 55 – CAPTAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA EM RESIDÊNCIAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://casaeimoveis.uol.com.br/tire-suas-duvidas/arquitetura/existem-
sistemas-eolicos-de-energia-para-uso-residencial.jhtm>. Acesso em: 12 abr. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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