Buscar

FASE 4 - TCC I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM
COMUNIDADE EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL
CURSO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO
TCC I 
ANDREZA OLIVEIRA DA SILVA
SANTARÉM – PARÁ
2020
ANDREZA OLIVEIRA DA SILVA 
AQUÁRIO DE OURO BISTRÔ
ESPAÇO GASTRONÔMICO FLUTUANTE NO RIO TAPAJÓS – ORLA ITAITUBA
Trabalho de conclusão de Curso
Apresentado como requisito para 
Obtenção de grau de bacharelado em
Arquitetura e Urbanismo do Centro 
Universitário Luterano de Santarém – ULBRA.
Orientador: Prof. Arq. Francisco Silva
SANTARÉM – PARÁ
2020
ANDREZA OLIVEIRA DA SILVA
AQUÁRIO DE OURO BISTRÔ
ESPAÇO GASTRONÔMICO FLUTUANTE NO RIO TAPAJÓS – ORLA ITAITUBA
Trabalho de conclusão de Curso
Apresentado como requisito para 
Obtenção de grau de bacharelado em
Arquitetura e Urbanismo do Centro 
Universitário Luterano de Santarém – ULBRA.
Orientador: Profº Arq. Francisco Silva
DATA DE APRESENTAÇÃO: _____/_____/_____
_____________________________________________________________________
PROFESSOR DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO – CEULS/ULBRA
_____________________________________________________________________
AVALIADOR
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, à Deus por me prover paciência, força e determinação para vencer com êxito todas as etapas do intenso curso de Arquitetura e Urbanismo e do presente trabalho; À minha família por ser minha base fortalecedora, pelo imensurável apoio, confiança e estímulo em todas as etapas da minha vida, especialmente na atual; Ao meu namorado Antônio Araújo Coelho, que me acompanha desde o início da trajetória do curso, pela compreensão nos momentos de ausência, por sempre ter me dado forças e incentivar a ser uma pessoa muito melhor; Ao meu orientador Francisco Silva, que esteve sempre disposto a me auxiliar, incentivar em todo o processo do trabalho, acreditar nas minhas propostas e compartilhar seus conhecimentos e experiências; Aos meus ex-patrões Arq. Isabelly Brito e Arq. Nicolas Chagas, por terem me proporcionado conhecimentos práticos importantes dentro do universo da Arquitetura e Interiores e contribuíram para o meu crescimento profissional; Aos meus fiéis e especiais amigos e amigas de infância que sempre estiveram presentes nos principais momentos da minha vida, me apoiando e animando, e que no presente período entenderam meus momentos de ausência; Aos queridos amigos e colegas de curso, pelo companheirismo e apoio, que foram vencendo etapas juntamente comigo e sempre me auxiliaram nas minhas escolhas e soluções projetuais; À conceituada instituição de ensino Centro Universitário Luterano de Santarém - ULBRA, por te me acolhido e propiciado a vivência de momentos tão importantes e aos competentes professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, que contribuíram para meu crescimento intelectual e aprofundaram meus conhecimentos acerca da Arquitetura e Urbanismo.
SUMÁRIO
1. TEMA
ESPAÇO GASTRONÔMICO FLUTUANTE NO RIO TAPAJÓS – ORLA ITAITUBA (AQUÁRIO DE OURO BISTRÔ).
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Elaboração de um projeto de um espaço gastronômico flutuante com opção de dois ambientes afins de entretenimento e lazer em Itaituba – Pará. 
3. JUSTIFICATIVA
Na sociedade contemporânea diversos fatores contribuem para o esgotamento físico e mental das pessoas, como o estresse e cansaço, já que estão rodeadas por problemas em suas rotinas diárias e intensas jornadas de trabalho. Dentro desse cenário, a importância dos momentos destinados ao lazer se torna ainda mais enaltecida.
O restaurante constitui-se como uma forma de lazer gastronômica mais acessível a pessoas de todas as idades, já que, no geral, se é observado um ambiente mais acolhedor e tranquilo do que os bares, por exemplo, e possui o diferencial de dispor do preparo e comercialização dos diversos tipos de refeições (alimento, sobremesas e bebidas), o que pode lhe conferir um programa de necessidades mais variado e complexo que os demais equipamentos do ramo da gastronomia. 
A existência de restaurantes é fundamental em locais de grande movimentação, já que a orla da cidade é um dos principais pontos procurados durante o período da tarde e da noite. Paralela à intensa atividade de exercícios físicos e crescente preocupação em destinar maior parte do tempo aos momentos de lazer, encontra-se a maior busca pela abordagem da questão do uso de práticas sustentáveis, inclusive no ramo da construção naval. 
O elevado índice atual de degradação ambiental e o aumento do padrão de consumo (de água, energia, etc.) da população mundial faz com que o uso de práticas geradores de menores impactos ao ambiente seja cada vez mais comum em todas as partes do mundo. Dentro desse contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral desenvolver o projeto de um restaurante localizado na orla de Itaituba - Pará, a partir de uma Arquitetura bioclimática e de práticas sustentáveis, possuindo a madeira como material de destaque e o Metal como material estrutural. 
Aliada a tal fato, estão a vontade e necessidade de desenvolvimento de um projeto mais correto, menos agressor ao meio no qual se insere e dotado de dois ambientes confortáveis e da adoção de um material com funções estética e estrutural, a madeira e o metal, que não costuma ser o mais comum na área de estudo. Esses fatores influenciaram na escolha do foco do trabalho.
4. PROBLEMA
(Escassez de restaurante, inovação. Pesquisa de enquetes. Gráficos da pesquisa)
5. HIPÓTESES
- A possibilidade de influenciar novas pesquisas e execuções sobre esse elemento construtivo (flutuação) de forma que aumente a procura por gastronomia, entretenimento/lazer na cidade.
6. OBJETIVOS
6.1 GERAL
Apresentar as etapas projetuais da flutuação (Base metálica – Balsa), método construtivo estrutural metálico e madeira, projeção de construção da rampa que vai se conectar da orla até o flutuante assim a medida que o rio enche a flutuação sobe com o nível da água, e com essa rampa terá total acessibilidade no pavimento térreo, e finalizando o projeto arquitetônico.
6.2 ESPECÍFICO
O espaço gastronômico flutuante tem a finalidade de trazer um novo conceito na parte culinária, ambiente agradável e sem contar a vista e a localização que se encontrará. Dentre os inúmeros estilos de decoração de interiores existentes, a opção escolhida para ser adotada no restaurante, é o estilo rústico (Madeira), de modo que o ambiente esteja bem integrado com o meio externo (Paredes de vidro), já que é uma área aquática. Além disso, um restaurante deve ser atraente, aconchegante e confortável, trazendo um maior bem-estar aos usuários, e tais características são definidoras de um ambiente dito rústico. A rusticidade é representada pelas cores terrosas, como marrom e bege, além de possuir elementos que exaltam a presença da natureza, como o bambu, peças artesanais e a madeira.
7. REFERENCIAL TEÓRICO
7.1 Equipamentos gastronômicos: Restaurantes 
As rotas gastronômicas provêm da evolução das áreas de produção no Brasil, que se concentram basicamente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, caracterizadas como principais regiões turísticas do Brasil (MAZALLA, 2007). O turismo é uma atividade do setor terciário da economia que está diretamente ligada à prestação de serviços essenciais para que o turista tenha as suas necessidades atendidas e expectativas realizadas. A alimentação é importante para a atividade turística, seja como atrativo ou como oferta técnica, de modo que o visitante possa suprir esta que é uma de suas necessidades fisiológicas mais importantes. É nesse contexto que se inserem os restaurantes e sua grande importância em locais turísticos. 
Conforme Spang (2003, p.12), os restaurantes nem sempre se configuraram como conhecemos nos dias atuais, um lugar aonde se vai para comer. Inicialmente “um restaurant era algo de comer, um caldo restaurativo, de pura carne”. O termo se aplicava a caldos e alimentos ricos em energia, utilizados para reanimar ou restaurar pessoas que padeciam de doenças ou que praticavam atividades desgastantes.Ainda segundo a autora, a partir dos anos de 1820 os restaurantes da capital francesa começaram a se configurar semelhantemente aos que estamos familiarizados hoje, tornando-se verdadeiras instituições culturais, entre os mais familiares e distintivos marcos parisienses. 
Além disso, de acordo com Spang (2003), a partir de então os restaurantes passaram de uma espécie de spa urbano a um fórum público, onde ocorriam reuniões de políticos, e por fim a um refúgio explícita e ativamente apolítico, no qual as pessoas vão para se alimentar, se reunir e comemorar, muitas vezes juntamente com amigos e familiares. Para Motta (2000), os restaurantes constituem-se, além de um ambiente para se alimentar, como um local onde amigos podem se encontrar e trocar palavras, sendo considerados, assim também, como uma forma de lazer. 
Segundo Botti (2005), os restaurantes apresentam particularidades, já que proporcionam relativa privacidade em um espaço dito público e são importantes por oferecerem alimentos, elementos que exprimem rituais e tradições de uma cultura, fato este que faz com que nossa sociedade atribua ao restaurante um grande valor.
Segundo Mazzoli (1978), os restaurantes compõem uma indústria expansiva que configura-se como uma das mais importantes do país, figurando entre os principais comércios distributivos da nação, representando um serviço vital à comunidade. É o local onde as pessoas recebem, fora de seu lar, a contra pagamento, comidas e bebidas. Dentre os inúmeros estabelecimentos inseridos no setor gastronômico, o restaurante diferenciasse pelo preparo e a comercialização de uma gama variada de refeições (alimento, sobremesas e bebidas). O setor gastronômico é um dos que tem apresentado maior crescimento no Brasil devido a diversas razões, dentre as quais está o fato de que o número de pessoas que deixam de cozinhar e se alimentar em casa para fazer suas refeições em restaurantes próximos ao local onde trabalham, de modo a otimizar seu tempo, tem aumentado.
O surgimento dos meios de comunicação específicos, o crescimento da importância do lazer, gastronomia e turismo, o reconhecimento e relevância do setor de serviços como gerador de empregos, forma uma conjuntura que propicia a tomada de consciência do setor e melhores condições para desenvolvê-la. (SEBRAE, 2003, p.16)
Dentro desse contexto, nota-se a grande concorrência no setor. Dessa forma, fazse necessário o planejamento do ambiente, atentando para fatores ligados às condições ambientais e à operacionalização e funcionamento do restaurante. Segundo Cândido e Zanella (2002): “a qualidade do restaurante exige que se ofereça um ambiente agradável, que transcenda a ação operacional ou a qualificação do cardápio”. E reforçando tal fato, de acordo com Botti (2005), no ambiente de um restaurante todos os sensos são estimulados no momento em que sabores, odores, sons, cores e formas se combinam e se harmonizam. Antes de iniciar um projeto arquitetônico de um restaurante, de modo que o cliente fique inteiramente satisfeito e deseje retornar, deve-se decidir uma série de fatores, um deles é o tipo de público que o local irá atender, como a sua faixa etária, poder aquisitivo, tipo de interesse, entre outros. Assim como os hotéis têm uma classificação determinada por estrelas, os restaurantes também se classificam por categorias (luxo, 1ª, 2ª e 3ª, em ordem decrescente de qualidade). Estes padrões estão diretamente relacionados à percepção do cliente. Quanto aos tipos de estabelecimento de restaurantes, esses podem variar desde o modo como se organizam e servem os pratos: os self-service, os a la carte, os fast-food, os drive-in, os drive-thru, entre outros, até o tipo de comida que servem. Alguns exemplos:
1- Restaurante de 1ª categoria: Oferecem, no geral, refeições à “La carte” e funcionários qualificados; 2- Restaurante Típico (regional): Apresenta cozinha específica e uma decoração da região na qual estará inserido. Exemplos: comida chinesa, mineira, nordestina, etc; 3- Restaurante Grill-Room: Especializado em alimentos grelhados e flambados, normalmente preparados à vista dos clientes; 4- Restaurante Snack-bar: Se caracteriza por um serviço simples, se assemelhando a uma lanchonete sofisticada. Oferece refeições rápidas e econômicas; 5- Restaurante Taberna: O serviço baseia-se principalmente na venda de vinhos, assados, pães, etc; 6- Churrascaria: Especializado em serviços de grelhados e assados, atendendo sobre a forma de “rodízios” ou à “La carte”; 7- Restaurante Steak House: Especializado nos diversos tipos de carne bovina, normalmente acompanhados de molhos especiais. (FILHO, 1996)
Cada uma dessas modalidades acima citadas se diferencia entre si quanto à decoração, público-alvo, localização, tipo de cardápio, modalidade de serviço e preço. O restaurante desenvolvido nesse trabalho se enquadra dentro da 1ª categoria, tendo serviços e alimentação diferenciados e alta qualidade, além de estar inserido dentro da tipologia internacional, visto que o cardápio do restaurante será amplo, contemplando diversos tipos de alimentos, como a regional, italiana, frutos do mar, entre outras.
7.2 Arquitetura de restaurantes
Um dos fatores que mais influencia a sensação de conforto e bem estar em um restaurante é a configuração de seu espaço interno, sendo a iluminação, o tratamento acústico, as cores e pinturas e a decoração os fatores determinantes para as condições ambientais, conforme Zanella (2002). Segundo Carramate (2009), o ambiente de um restaurante não deve ser desenvolvido apenas com a intenção de se alimentar fora de casa, já que para ele: “deve-se procurar criar mais do que um simples local para alimentação fora do lar. Deve-se buscar elaborar espaços para contemplação e aconchego”. De acordo com Silva Júnior (2002), os estabelecimentos de restaurantes devem possuir iluminação uniforme, sem ofuscamentos, sem contrastes excessivos, sombras e cantos escuros, as lâmpadas e luminárias devem estar limpas e protegidas contra explosão e quedas acidentais e em bom estado de conservação, sendo que não deve alterar as características sensoriais dos alimentos. De acordo com Lima, os passos mais significativos que devem ser seguidos para organização física ideal de um restaurante, são:
1) Facilitar os fluxos entre o salão de atendimento e a cozinha, permitindo assim maior rapidez na execução dos serviços; 2) Isolar os odores indesejados da cozinha, para que não penetrem no salão; 3) Proporcionar bem-estar ao cliente, através de ventilação, iluminação e temperatura agradáveis; 4) Proporcionar fácil visualização e acesso ao público; 5) Aproveitar ao máximo os espaços disponíveis, sem interferir no conforto dos clientes e funcionários; 6) Evitar a colocação de mesas muito próximas à entrada, à cozinha e aos banheiros; 7) Formar mesas com capacidades diferentes (geralmente para 2, 4, 6 ou 8 pessoas). (LIMA, 2005)
O espaço físico do restaurante está vinculado ao fluxo de pessoas e produtos (alimentos, materiais diversos, etc), dividindo-se em quatro setores principais: Setor de recepção, pré-higienização, estocagem e administração; Setor da cozinha; Setor do refeitório (salão de mesas) e Setores complementares e eventuais (bilheteria, área para fornecimento de marmitex, cozinha experimental ou área para expedição de alimentos, etc.)
Segundo Silva (1998), os espaços projetados para unidades de alimentação e nutrição devem ser flexíveis, modulares e simples; as circulações e os fluxos (alimentos, funcionários, usuários e lixo) devem ser bem definidos; e os ambientes devem facilitar a supervisão e a integração. A área do salão de mesas em um restaurante no qual a refeição é consumida nas próprias instalações, do ponto de vista da identidade do local, de acordo com Salvi (2012), é um dos ambientes mais importantes e que precisam de muita análise com relação a espaço de circulações, tamanhos de mesas, etc. A apropriação das soluções arquitetônicas e de mobiliário devem traduzir de forma evidente e concreta os valores do restaurante. O espaço do refeitório, ainda deacordo com SALVI (2012, p.46): “é o lugar da convivência, onde se aprecia os valores do alimento preparado e servido e onde o cliente deve encontrar um senso de bem-estar e de satisfação”. Para Littlefield (2011, p.258): “O número máximo de clientes é determinado pelo número de lugares, horário de refeições e rotatividade de clientes. A densidade de clientes (em m² por cliente) depende das dimensões do local, método de serviço, tamanho das mesas e cadeiras, agrupamento de assentos e leiaute do salão”. Ainda conforme o autor, tem-se que os leiautes para o serviço de garçons são mais flexíveis, mas as rotas de circulação para funcionários e clientes não deve coincidir. Abaixo é apresentado o pré-dimensionamento para salões de refeitórios, de acordo com o tipo de restaurante ou serviço prestado.
De acordo com Salvi:
As mesas da sala de refeitório, elemento de mobiliário principal, juntamente com as cadeiras, podem possuir diversas formas: quadradas, redondas, ovais ou retangulares, mas as mais comuns, seguramente, são as quadradas e redondas. As mesas quadradas apresentam algumas vantagens em respeito às redondas: podem ser preparadas mais facilmente, pode-se aproximá-las sem problemas e não apresentam grandes dificuldades nos casos em que se é necessário alongá-las, aumentando a dimensão da mesa e acomodando mais pessoas junto. (SALVI, 2012, p.48).
De acordo com Littlefield (2005), na cozinha deve-se evitar a contaminação cruzada de alimentos, dessa forma, deve-se separar áreas de preparo de acordo com o tipo de alimento, com bancadas de trabalho adequadas e pias independentes. Ainda tem-se que cerca de 30% do piso da cozinha é ocupado por equipamentos e 10-20% por bancadas e carrinhos, os outros 50% são utilizados para circulação e acesso. Tal circulação deve ser prevista na medida correta, tanto se realizada de maneira muito apertada como muito grande será observado um futuro mau funcionamento.
7.3 Arquitetura de interiores de restaurantes
Com relação à decoração e organização física de um restaurante, nota-se que constituem-se como aspectos primordiais em um restaurante, já que o ambiente deve trazer ao cliente uma imagem acolhedora e agradável. Contemplando as condições de conforto e funcionalidade para a decoração, devem ser utilizados recursos técnicos e materiais constituídos dos seguintes elementos: arranjos florais, disposição de móveis e instalações e objetos decorativos (quadros, lustres, obras de arte, etc.). O sucesso de um restaurante vai muito além da refeição e do tipo de serviço oferecido, depende do projeto visual que compõem o ambiente, a escolha dos itens para compô-la pode ir mais além; determinar se o seu público será de pessoas sofisticadas ou mais simples, jovens ou com mais idade e assim por diante (PINTO, 2004). Dentre os inúmeros estilos de decoração de interiores existentes, a opção escolhida para ser adotada no restaurante, cujo anteprojeto está descrito neste trabalho, é o estilo rústico, de modo que o ambiente esteja bem integrado com o meio externo, já que é uma área litorânea. Além disso, como já citado anteriormente, o ambiente interno de um restaurante deve ser atraente, aconchegante e confortável, trazendo um maior bem-estar aos usuários, e tais características são definidoras de um ambiente dito rústico. A rusticidade é representada pelas cores terrosas, como marrom e bege, além de possuir elementos que exaltam a presença da natureza, como o bambu, peças artesanais e a madeira.
Segundo Pontes (2009), para ser rústico é preciso enxergar, no ambiente ou objeto, o material base, os veios, a fibra, ou ainda, se deve remeter ao campo e à vida colonial, a partir do uso de materiais locais, como pedra, madeira e palha. Ainda percebe-se o uso de vigas aparentes, com marcas do tempo e paredes irregulares. O estilo rústico costuma ser despretensioso, e é comum vir acompanhado do uso de peças artesanais, elementos esses bem característicos da região potiguar. A madeira é um dos materiais mais evidentes nesse tipo de estilo, podendo ser utilizado tanto na estrutura quanto em revestimentos, e será detalhado no tópico a seguir. 
Em restaurantes, visto que se tratam de edificações desenvolvidas para a oferta e realização de refeições e que aspectos sensoriais, como o visual e auditivo, são primordiais, nota-se a importância da contemplação dos aspectos referentes ao conforto ambiental. O ambiente deve ter uma iluminação adequada, uma boa renovação do ar e um tratamento acústico eficiente, de modo que os ruídos de talheres e conversas não atrapalhem a refeição dos clientes. Uma arquitetura que tenha o conforto ambiental contemplado será confortável e convidativa aos usuários.
7.4 A madeira e a arquitetura
A madeira e a Arquitetura A madeira é uma matéria-prima importante e versátil em vários setores da atividade humana, já que pode ser aplicada a diversas situações. No Brasil a madeira ainda é um produto que ainda tem um uso relativamente restrito como material de construção, embora seja encontrada em abundância na natureza. Ela é um dos materiais de utilização mais antiga na construção civil, foi utilizada por povos de todos os continentes, desde as civilizações primitivas. Porém, segundo Marques (2008, p.45) “nas primeiras décadas do século XX, com o aparecimento do betão e do aço, a madeira foi temporariamente esquecida”. 
Percebe-se que esse quadro, na atualidade, começa a ser revertido, como afirma Almeida (2000): “o desenvolvimento tecnológico mundial da madeira como material estrutural cresceu substancialmente nas últimas décadas, aumentando a industrialização das construções em madeira, além do surgimento de novos produtos a base de madeira, tais como o MDF (Medium Density Fibreboard) e o OSB (Oriented Strand Board)”. Como será visto de forma mais aprofundada adiante, nota-se que esse regresso à utilização estrutural do material pode ser justificada principalmente devido à crescente consciência ambiental da sociedade, além de vantagens observadas no seu uso e influência de seus aspectos estéticos e qualidades técnicas. Segundo Facchin (2006) a madeira “é o único material renovável, cuja produção é não poluente e tem baixo consumo energético”. 
Nos últimos anos, a madeira vem passando por um processo de ressignificação, cada vez mais valorizada na arquitetura e decoração mundial. É a redescoberta da madeira como elemento de construção e estilo nos ambientes, a reconciliação com um passado (e um presente) que pertence à floresta. Segundo Santos (2013), “a madeira é o toque de classe no projeto arquitetônico”. 
A madeira, como material estrutural, normalmente se encontra em diferentes formas, devido à grande indústria de transformação da madeira, tais como: madeira em tora; madeira serrada; madeira laminada colada; madeira compensada e madeiras reconstituídas. O comportamento estrutural desses diferentes tipos de madeira está relacionado com o arranjo da estrutura interna. 
De acordo com Colin (2011), a madeira compensada é utilizada para mobiliário, revestimento de tetos e paredes, esquadrias, divisórias e fôrmas de concreto. A madeira aglomerada é composta de partículas de madeira ligadas entre si por resinas sintéticas. As partículas mais finas são depositadas na superfície, enquanto que aquelas de maiores dimensões são depositadas nas camadas internas. Já as madeiras reconstituídas, normalmente, têm propriedades isotrópicas (mesmas propriedades físicas independentemente da direção considerada), o que garante seu excelente desempenho estrutural, diversificando seu emprego nas construções. Por fim, a madeira laminada é entendida como as peças de madeira, reconstituídas a partir de lâminas (tábuas), que são de dimensões relativamente reduzidas se comparadas às dimensões da peça final assim constituída. Essas lâminas, que são unidas por colagem, ficam dispostas de tal maneira que as suas fibras estejam paralelas entre si. 
Diversas pesquisas e estudos têm sido desenvolvidos e crescentemente se observa a utilização da madeira nas diversas etapas construtivas (fundações, vedaçõesestrutura, cobertura, acabamentos, etc).
As madeiras, em seu estado natural, têm características próprias que podem ser alteradas com tecnologia moderna. Segundo Araújo (2009), algumas destas características mais importantes e citadas são: 
 Apresenta resistência mecânica tanto a esforços de tração como à compressão, além de resistência à tração na flexão, possui resistência mecânica elevada em relação ao seu peso próprio pequeno; 
 Tem resistência a choques e cargas dinâmicas, absorvendo impactos; 
 Tem fácil manuseio permitindo ligações simples; 
 Possui propriedades que lhe conferem boa absorção acústica e bom isolamento térmico. 
O uso da madeira como constituinte principal da estrutura de edificações, não é visto ainda, no Brasil, com critério de igualdade com relação ao concreto armado ou ao metal, contudo tem se mostrado vantajosa, principalmente devido aos seguintes fatores: 
- Segurança: A madeira não oxida e já apresenta desde a natureza uma função estrutural. O metal, por exemplo, quando é sujeito a altas temperaturas pela ocorrência de fogo deforma-se, perdendo a função estrutural. 
- Economia de Energia: Uma casa de madeira oferece uma poupança energética de pelo menos 30% comparativamente à alvenaria, com os mesmos acabamentos. A madeira, por ser um isolante térmico natural, absorve calor ou frio mais lentamente que outros materiais, e esse é um aspecto importante para a redução da energia usada no aquecimento e climatização de edifícios.
- Redução dos custos da obra: A vantagem, que talvez seja considerada por muitos como principal, do uso da madeira nas construções é o barateamento da obra de 30% a 50% do valor total. Apresenta ainda fácil manutenção e permite ligações e emendas fáceis de executar. 
- Sustentabilidade: A madeira bruta é um produto natural e renovável, que em relação a outros produtos industrializados, exige baixo consumo energético e respeita a natureza. A madeira utilizada em construções não é tóxica, não libera odores ou vapores químicos, sendo, portanto, segura ao toque e manejo. Ao contrário de outras matérias-primas, a madeira ao envelhecer ou deixar de desempenhar a sua função estrutural, não constitui qualquer perigo para o meio ambiente, já que é facilmente reconvertida, não gerando entulhos. 
Segundo Zenid (2009), é importante salientar que a madeira é produzida na natureza, não devendo esta ser explorada de forma insustentável, devendo-se portanto utilizar madeiras certificadas. As práticas atuais, excedendo em muito a capacidade regenerativa da natureza, colocam o uso da madeira como preocupação de primeira linha. As melhores madeiras têm um tempo de crescimento muito longo até a idade de abate, razão porque as ditas “florestas econômicas” (que planejam o abate e o replantio) praticamente restringem-se ao uso de madeiras de mais rápido crescimento. 
- Aspectos estéticos: Apesar de ser usada por quem quer garantir um ar mais rústico no ambiente, a madeira pode deixar o visual do local mais delicado e até moderno. Além disso, permite uma grande variedade de opções para utilização que deixam a edificação com um aspecto estético agradável, como a partir do seu uso como acabamentos e revestimentos. Outro aspecto importante observado em construções de madeira é a sua leveza, já que estruturas em aço e concreto têm maiores dimensões de secção transversal.
Portanto, a madeira é um material que oferece ao arquiteto uma combinação de propriedades que permite a criação de estruturas leves e de construção simples. Segundo Teixeira (2005), devido a seu maior acesso, facilidade de manuseio e seus desdobramentos através da história, a madeira é considerada material básico para desenvolvimento humano e tal material tudo tem a ver com o estudo e uso da Arquitetura bioclimática, que será abaixo detalhada.
7.5 A sustentabilidade e a Arquitetura bioclimática 
Segundo Correa (2002), estamos passando por um processo de transição na forma de viver e ver o mundo, em que o meio ambiente começa a fazer parte do cotidiano, não como um discurso de ambientalistas ou idealistas, e sim com reflexos no nosso dia-a-dia. A arquitetura se integra nesta busca por respostas adequadas à integração do ser humano ao meio ambiente, com mudanças no processo de criação e execução dos espaços habitáveis e reflexos em toda a cadeia produtiva da indústria da construção.
 Com o decorrer dos anos, os índices de degradação ambiental estão em ascensão, assim como os padrões de consumo. A participação das edificações no consumo total de energia elétrica brasileira vem crescendo ao longo do tempo devido ao acesso cada vez maior da população aos benefícios proporcionados pelas novas tecnologias. Estima-se que 42% da energia elétrica produzida no país seja consumida na construção, operação, manutenção e reciclagem das edificações. Esse consumo é distribuído entre os setores residencial (23%), comercial (11%) e público (8%) (PROCEL, 2007). Segundo Jodidio (2013, p.6), os edifícios encontram-se entre os consumidores mais vorazes dos recursos naturais e são responsáveis por uma parte significativa das emissões de gases com efeito estufa que afetam as mudanças climáticas. 
Em meio a essa crescente preocupação com relação à questão de agressão ao meio ambiente, de controle, de finitude e de escassez, está a ideia de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável, representando, segundo Castelli (2008), uma atenção crescente e consciente voltada para o processo construtivo, a proteção ao meio ambiente e a qualidade de vida. De acordo com Report (1988): “o desenvolvimento é sustentável se satisfaz as necessidades das gerações presentes, sem comprometer o atendimento das necessidades às gerações futuras”. 
Embora seu significado tenha sido proclamado pelo Relatório Brundtland, é bastante impreciso e muito abrangente. Por mais complexa que seja, a sustentabilidade vem sendo mais aceita e desejada, apesar de seu alcance de forma completa e universal ser, de certa maneira, inviável. 
Aparentemente, pode-se dizer que o conceito de desenvolvimento sustentável vem-se transformando num enorme “guarda-chuva”, capaz de abrigar uma variada gama de propostas/ abordagens inovadoras, progressistas, ou que, pelo menos, caminhem na direção de maior justiça social, melhoria da qualidade de vida da população, ambientes mais dignos e saudáveis, compromisso com o futuro. Tal abrangência, [...] ao evidenciar a imprecisão do conceito, tende a banalizá-lo, a transformá-lo em peça retórica e, portanto, insustentável por definição. É um dilema que no momento se busca superar. (COSTA, 2000, p.62). 
A prática da sustentabilidade deve estar associada a aspectos econômicos, sociais, ambientais e até mesmo culturais, de modo que não se comprometa a operabilidade do sistema natural, edificado e social. Segundo Giordano (2010): “a gestão de um recurso é mais eficaz quanto mais se nota a sua capacidade de reprodução, não excedendo seu desfrutamento para além de uma determinada limiar”. 
No ramo da Arquitetura, segundo Hickel (2005): “As práticas devem ser muito mais cuidadosas no uso da energia, na regulação da produção de resíduos, entre outros fenômenos que fazem com que comecemos a pensar que estamos em um mundo de ciclos interativos.” A forma de se construir deve gerar o mínimo de impacto negativo ao meio ambiente, ao mesmo tempo que se deve buscar a utilização de práticas que contribuam para o maior conforto aos usuários e que tornem as edificações cada vez mais independentes dos meios artificiais que geram impactos negativos ao ambiente. Práticas aquelas como o uso de coberturas verdes, de painéis fotovoltaicos e reuso de águas pluviais, que serão mais detalhadas adiante.
A realização de uma arquitetura voltada para a sustentabilidade deve estar baseada em princípios básicos, como: criação de espaços em ambientes confortáveis e com qualidade ambiental em seu interior para os usuários; eficiência energética e consideração do ciclo de vida da estrutura edificada; economia de água; minimização de desperdícios e uso de fontes renováveis deenergia e materiais ecologicamente corretos que não agridam o meio ambiente e com maior disposição no local do projeto e, por fim, deve ser uma edificação com baixos custos de operação e de manutenção durante sua vida útil. (JODIDIO, 2013). 
A edificação em si deve ser projetada de forma a haver interação de forma eficiente com o meio em que se insere. Segundo Castelli (2008), a relação com o contexto circunstante é determinante em um projeto sustentável, em cada área as práticas projetuais serão diversificadas e devidamente adequadas às condições climáticas. (...) O edifício deve ser visto como um organismo vivo, que respira e dialoga com o meio ambiente. Deve-se tirar o máximo proveito das condições climáticas da região para se obter maiores contribuições no uso eficiente e na racionalização da energia, sem esquecer de garantir o conforto ambiental (térmico/acústico) aos usuários. Muitos ainda possuem receios de investir em edificações com práticas sustentáveis por apresentarem a errada idéia de que os custos de uma edificação dita sustentável são superiores ao de uma edificação com padrões considerados normais, mas segundo Jodidio (2013), um estudo do GBC (Green Building Council) descobriu que os “melhoramentos verdes” pagam-se a si mesmos no curto espaço de 3 anos. 
É em meio a esse contexto que também se insere a Arquitetura Bioclimática, que no geral, é uma arquitetura pensada diretamente a partir do clima do lugar, levando em consideração a insolação, o vento, a vegetação e a topografia. O processo é feito a partir de soluções que permitam tirar proveito das condições naturais do ambiente no qual o projeto estará inserido, estabelecendo condições adequadas de conforto físico e mental dentro do espaço físico em que se desenvolve. Complementando tal definição tem-se que arquitetura bioclimática:
“É o estudo que busca a harmonização das construções ao clima e características locais. Manipula o desenho e elementos arquitetônicos a fim de otimizar as relações entre homem e natureza, tanto no que diz respeito à redução de impactos ambientais quanto à melhoria das condições de vida humana, conforto e racionalização do consumo energético.” (ARANTES apud JOAQUIM, 2012).
A arquitetura bioclimática utiliza elementos arquitetônicos para alcance do bem estar e busca a otimização do uso dos recursos naturais. A edificação tem que ser capaz de gerar, acumular e transmitir o calor no inverno e o frescor no verão. 
Dessa forma, percebe-se que cada vez mais se torna importante e eminente a posição dos arquitetos, que devem adotar sistemas passivos e estratégias benignas, proporcionando maior conforto ambiental aliado a uma maior economia. Conforme Correa (2002), estes sistemas, juntamente com a correta eleição dos materiais, ao respeito à tradição construtiva revista sob a ótica das novas tecnologias, e a cultura regional, impulsionam o aumento da qualidade de vida da população. O conforto ambiental pode ser proporcionado através da amenização das inconveniências e da potencialização de vantagens climáticas.
As principais técnicas a serem adotadas no clima quente-úmidos são:
1) Criar uma sombra: comecemos por uma ampla sombra, por um abrigo protetor de sol e das chuvas tropicais; 2) Recuar as paredes: lancemos as paredes protegidas por estas sombras, recuadas, protegidas do sol e do calor, das chuvas e da umidade, criando agradáveis áreas externas de viver; 3) Vazar os muros: combinemos as paredes compactas com os panos vazados, para que filtrem a luz e deixem a brisa penetrar; 4) Proteger as janelas; 5) Abrir as portas; 6) Continuar os espaços; 7) Construir com pouco; 8) Conviver com a natureza; 9) construir frondoso. (HOLANDA, 1973).
Percebe-se a necessidade da utilização de técnicas construtivas que façam com que as edificações não dependam de estratégias artificiais, como iluminação e sistemas de condicionadores de ar, reduzindo assim os níveis de consumo energético. 
As principais técnicas serão melhor detalhadas a seguir: 
- Sombreamento: Os efeitos da principal adversidade climática local – a radiação solar direta – devem ser minimizados por uma ampla cobertura e/ou demais elementos de sombreamento, como os brises. A cobertura também tem uma importante função por poder controlar o impacto de outro fenômeno climático – as chuvas.
- Iluminação natural: A boa iluminação de um edifício, sobretudo com luz natural, é essencial ao seu bom funcionamento energético e ao conforto dos seus ocupantes. Desse modo, o arquiteto deve sempre ter em consideração o arranjo das aberturas e distribuição das superfícies internas para garantir uma distribuição de luz natural adequada. O principal objetivo deve ser, portanto, maximizar a área do edifício e pessoas com acesso à iluminação natural, dando prioridade a locais onde se desempenhem tarefas com maior exigência visual. Áreas de ocupação secundária ou pouco prolongada devem ser então remetidas para as zonas mais interiores do edifício.
A ausência da proteção solar externa nas aberturas dos ambientes permite a entrada da radiação solar direta e obriga o uso de protetores internos, como as cortinas e persianas, que tiram do ambiente a iluminação natural e induzem à utilização da iluminação artificial acarretando um aumento no consumo de energia elétrica. Supõe-se que tais problemas poderiam ser solucionados através de modificações na envoltória e suas aberturas, potencializando o uso da iluminação natural e diminuindo o consumo com energia elétrica. (DIDONÉ; PEREIRA, 2009). 
- Ventilação natural: O vento é o principal responsável pela perda parcial ou total de calor (vantagem para locais e estações quentes). Segundo Cunha (2010), além de proporcionar a higiene e a saúde dos ocupantes para a remoção dos poluentes, favorece as condições de conforto térmico por que: 
1) Remove o calor interno por meio da renovação do ar interno, que é substituído pelo externo; 
2) Resfria os ocupantes por meio da perda de calor por convecção, cujo efeito é proporcional à velocidade do ar e a diferença de temperatura entre o ar e a pele; 
3) Resfria a massa edificada, reduzindo as temperaturas superficiais da edificação e consequentemente o calor irradiado para seus ocupantes. 
Conforme Bittencourt; Cândido (2005), as principais estratégias arquitetônicas para promover a ventilação natural são a ventilação cruzada e o uso de elementos de captação ou deflexão do vento para promover diferenças de coeficientes de pressão nas aberturas.
7.5.1 Soluções para uma arquitetura sustentável e bioclimática
Existem diversas práticas e soluções arquitetônicas que possibilitam e direcionam o desenvolvimento da edificação de forma sustentável e bioclimática. É importante notar que essas soluções não devem ser inseridas em um projeto arquitetônico de forma isolada, deve-se sempre buscar a integração entre os elementos arquitetônicos adotados. Abaixo estão listadas e detalhadas algumas dessas principais soluções.
- Beiral: O beiral é a última fileira de telhas que forma a aba do telhado, constituindo a parte avançada deste sobre o corpo do edifício. Tem a finalidade de provocar a queda das águas pluviais (águas da chuva) de modo que estas não escorram pela fachada do edifício ou residência e também de gerar sombreamento na edificação.
- Brise Soleil: São dispositivos arquitetônicos, utilizados para impedir a incidência direta de radiação solar no interior de edificações, ao mesmo tempo em que propicia aproveitamento da ventilação natural. Eles possuem variados modelos e podem ser de diversos materiais, como alumínio e madeira.
- Cobogós: O Cobogó é o nome dado ao elemento vazado desenvolvido com a intenção de manter a privacidade sem comprometer a luminosidade e a visibilidade de dentro pra fora da edificação. Eles foram e ainda são bastante utilizados, já que permitem uma “quebra” da incidência solar direta e ainda um melhor aproveitamento da ventilação natural.
- Sheds: Segundo Garrocho (2005, p.40), essa solução apresenta melhor desempenho quando orientado a sul para latitudes compreendidas entre 24º e32º S, no caso do Brasil. Seguindo esta orientação, a parte envidraçada deverá estar voltada para sul permitindo assim, na maior parte do dia a entrada da luz difusa. Porém, deve-se estar atento aos raios solares com menor inclinação (principalmente os do final de tarde) que podem ocasionar ofuscamento.
- Átrio central: É o espaço central de uma edificação, aberto na cobertura, muito utilizado como estratégia de iluminação para captação de luz em edifícios com múltiplos andares. Conforme Garrocho (2005, p.40), o átrio é um espaço envolto lateralmente por um edifício e coberto com materiais que permitem a passagem de luz natural. É projetado para otimizar a luz do sol nos espaços adjacentes a ele.
- Painéis solares: A maior parte do mundo ainda se utiliza de fontes de energia classificadas como não-renováveis, já que são retirados do ambiente e não são imediatamente repostos, e portanto com grandes chances de esgotamento, já que como visto acima, percebe-se há anos um crescente aumento do consumo energético. Verifica-se a predominância do uso do petróleo, carvão mineral e do gás natural como principais energéticos utilizados no mundo. Porém, nas últimas décadas, percebe-se uma crescente conscientização mundial em busca de alternativas para a utilização de fontes renováveis de energia. A energia renovável provém de recursos naturais como o Sol, vento, chuva e calor.
As fontes de energia renováveis, se implantadas apropriadamente, podem também contribuir para o desenvolvimento social e econômico, para a universalização do acesso à energia e para a redução de efeitos nocivos ao meio ambiente e à saúde (IPCC, 2011). É nesse contexto que se insere o uso de painéis solares, que funcionam através do proveito da energia proveniente do Sol. A energia solar é o nome dado a qualquer tipo de captação de energia luminosa e energia térmica proveniente do sol, e posterior transformação dessa energia captada em alguma forma utilizável pelo homem, seja diretamente para aquecimento de água ou ainda como energia elétrica ou mecânica.
A energia fotovoltaica consiste na conversão direta da luz do Sol em eletricidade, utilizando painéis fotovoltaicos. Segundo o físico Edmond Becquerel (1839, apud FARIAS, et al, 2010): “O efeito fotovoltaico é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz”. A célula fotovoltaica é a unidade fundamental do processo de conversão, definida como um dispositivo não-mecânico, normalmente fabricado com ligas de sicílio. Segundo Souza (2005): “Os painéis fotovoltaicos transformam a luz diretamente em eletricidade, sem qualquer desgaste de material, assegurando portanto a placa solar uma durabilidade praticamente ilimitada da ordem de dezenas de anos.”
De forma simplificada, para entender o funcionamento de um painel fotovoltaico nota-se que eles são constituídos por 2 camadas de materiais semicondutores, uma negativa (silícios tipo N), localizada na parte superior, e outra positiva (silícios tipo P), localizada na parte inferior. Ainda há uma terceira camada, intermediária ou camada de junção, que funciona como um isolante. Quando a luz solar incide sobre a célula fotovoltaica fótons são absorvidos gerando-se, assim, uma diferença de potencial entre as 2 camadas, processo semelhante ao de uma bateria comum Quando o sistema é ligado a um eletrodoméstico os elétrons circulam pelo circuito criando eletricidade. A quantidade de energia, segundo Filho (2007): “depende da intensidade da luz, do número de células do painel, e como uma é conectada à outra”.
 A instalação de painéis fotovoltaicos pode ser realizada de diversos modos, na cobertura da edificação, nas fachadas, ou até mesmo no próprio solo. A escolha deve ser realizada de acordo com o orientamento solar da região ou por aspectos econômicos e estéticos. Os custos de implantação do sistema de painéis fotovoltaicos ainda são um pouco elevados, mas a adoção por parte do governo brasileiro de medidas, como diversos outros países, de incentivos fiscais e benefícios para quem adota tal técnica, os valores gastos inicialmente seriam em um breve período de tempo superados. Segundo Cabral (2012), o Brasil é um país bastante beneficiado pela larga radiação solar durante o ano, entretanto a energia solar não tem ocupado espaço expressivo na matriz energética brasileira, sendo necessários maiores investimentos para ampliação do setor.
- Reaproveitamento de água das chuvas: A água é um recurso limitado e precioso e embora cerca de 3/4 da superfície da Terra seja ocupada pela água, deste total apenas 3% é de água potável, dos quais apenas 0,7% está acessível para o homem. Além disto, a distribuição desigual da água pelas diferentes regiões do planeta faz com que haja escassez do recurso em diversos países e regiões. De maneira geral, a utilização desse recurso deve ser feita com consciência e discernimento, para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis (Zampieron, 2005). 
O aumento da demanda por água, somado ao crescimento das cidades, à impermeabilização dos solos, à degradação da capacidade produtiva dos mananciais, à contaminação das águas e ao desperdício conduzem a um quadro preocupante em relação à sustentabilidade do abastecimento público (BRASIL, 2006). Segundo Silveira (2008): “A redução da quantidade e a degradação da qualidade da água não afetam a sociedade de forma homogênea, atingem a população residente nas periferias dos grandes centros urbanos e nas comunidades de agricultores de baixa renda.
Uma alternativa, já muito utilizada em diversos países, para a solução do problema relatado acima, é a coleta da água pluvial para futuro reaproveitamento. Essa alternativa é tida como uma das mais simples e menos custosas para preservar a água potável, visto que a utilização de equipamentos e materiais é muito simplória e que a qualidade da água já é aceitável para diversos usos, mesmo com pouco ou nenhum tratamento da água. Reusar a água traz benefícios porque reduz a demanda nas águas de superfície e subterrâneas além de proteger o meio ambiente, economizar energia, reduzir investimentos em infraestrutura e proporcionar melhoria dos processos industriais. O uso eficiente da água representa uma significativa economia para consumidores, empresas e a sociedade de um modo geral.
Segundo Rodrigues (2005): “o reuso de água surge atuando em dois aspectos: instrumento para redução do consumo de água (controle de demanda) e recurso hídrico complementar.” A demanda crescente por água tem feito do reuso planejado da água um tema atual e de grande importância. O reuso de água deve ser considerado como parte de uma atividade mais abrangente que é o uso racional ou eficiente da água, o qual compreende também o controle de perdas e desperdícios, e a minimização da produção de efluentes e do consumo de água. 
A água da chuva reaproveitada pode ser aplicada em diversos tipos de atividades, que não exigem a adoção de água pura e potável, como na recarga do lençol freático, na geração de energia, na irrigação, na reabilitação de corpos d’água e industrial, na refrigeração de equipamentos, na lavagem de ruas e feiras livres, na limpeza de monumentos, em sistemas de controle de incêndio, na limpeza de banheiros e pátios, em descargas sanitárias, nas fontes luminosas, etc. 
O reuso das águas pluviais deve seguir alguns critérios de qualidade, baseados em requisitos de usos específicos, em considerações estéticas e ambientais e na proteção da saúde pública (RAMOS, 2005). Estes critérios diferem bastante quando se comparam países industrializados com países em desenvolvimento, diferença que pode ser parcialmente atribuída a fatores como viabilidade econômica, tecnologia disponível, nível geral da saúde das populações e características políticas e sociais. 
Segundo Lee et al. (2000): “as técnicas mais comuns para coleta da água da chuva são através da superfície de telhados ou através de superfícies no solo, sendoque o sistema de coleta de chuva através da superfície de telhados é considerado mais simples e, na maioria das vezes, produz uma água de melhor qualidade se comparado aos sistemas que coletam água de superfícies no solo”. Qualquer que seja a técnica, os componentes principais do sistema de aproveitamento da água da chuva são: a área de captação, telas ou filtros para remoção de materiais grosseiros, como folhas e galhos, tubulações para a condução da água e o reservatório de armazenamento.
A metodologia básica para o projeto do sistema de coleta, tratamento e uso de água pluvial deverá envolver as seguintes fases:
• determinação da precipitação média local (mm/mês); 
• determinação da área de coleta; 
• caracterização da qualidade da água pluvial, 
• projeto do reservatório de descarte; 
• projeto do reservatório de armazenamento; 
• identificação dos usos da água (demanda e qualidade); 
• estabelecimento do sistema de tratamento necessário; 
• projeto dos sistemas complementares (grades, filtros, tubulações etc.). (AZEVEDO; VALLE, 2012).
O sistema de captação de água das chuvas a partir de superfícies de cobertura, solução tida como mais simples e eficiente, consiste na captação da água a partir dos telhados, o seu direcionamento, através de calhas e condutores e o seu armazenamento em reservatórios de acumulação. Adicionalmente, existe a necessidade de instalações hidráulicas dedicadas exclusivamente ao sistema de aproveitamento para conduzir a água da chuva aos pontos de utilização. Alguns sistemas de aproveitamento da água da chuva ainda possuem uma etapa de remoção de sólidos, visando melhorar a qualidade da água captada pelo sistema. Sólidos com granulometria elevada (como folhas e frutos) são removidos através de equipamentos instalados no sistema, tais como peneira, grade, entre outros. (MORUZZI, 2009). 
Em síntese tem-se que o funcionamento do sistema de captação de água pelas coberturas e seu reuso se dá da seguinte maneira: após a captação da água pelo telhado e direcionamento para as calhas, a partir da instalação de grades ou telas ocorre a filtragem de partículas grandes que chegam juntamente com a água coletada. Após esse processo as águas chegam às tubulações verticais, que são conectadas às calhas e as transportam até a parte inferior das edificações, despejando-as nas redes coletoras, que são as tubulações horizontais com objetivo de conduzir a água até os reservatórios de armazenamento. Em alguns casos, nas tubulações verticais de descida de água é instalada uma derivação com objetivo de descartar a primeira chuva, que funciona como uma espécie de lavagem da superfície do telhado. Após armazenadas nos reservatórios as águas são distribuídas para os locais de uso através do funcionamento de equipamentos, as bombas.
- Cobertura verde: Segundo Hungria (2012): “O conceito de telhado verde foi proposto na década de 20 pelo arquiteto francês Charles-Édouard Jeanneret, conhecido como Le Corbusier. Para ele, as cidades modernas estavam asfixiadas, sem áreas verdes suficientes, o que não contribuía em nada para uma boa qualidade de vida dos cidadãos.” 
Após mais de 90 anos, as cidades cresceram e viram o mesmo problema agravado. As cidades estão inseridas dentro de um contexto de crescimento populacional, adensamento de construções e mudança da paisagem que têm caracterizado o processo de urbanização em escala mundial nas últimas décadas. Dessa forma, observa-se o crescente uso de práticas para minimizar os consequentes efeitos ambientais, como o uso de telhados verdes nas edificações. O uso de tal solução é observado principalmente com finalidades estéticas de valorização do espaço urbano, para melhoria do conforto ambiental (térmico e acústico) e purificação do ar.
A técnica consiste na aplicação e no uso do solo e da vegetação sobre uma camada impermeável na laje superior da edificação. A área do telhado verde também pode ser utilizada como um espaço de lazer. Podem possuir a seguintes classificações: telhados verdes extensivos ou intensivos.
 As coberturas verdes intensivas são caracterizadas por camadas de solo maiores que 20 cm, são constituídos de plantas e arbustos de médio porte, que exigem para o seu desenvolvimento um ambiente mais complexo, exigindo uma estrutura reforçada e com as cargas bem distribuídas devido aos esforços extras promovido pelas plantas, solo e água. Já as coberturas verdes extensivas, são constituídas por camadas de solo menores que 20 cm, compostas por espécies de pequeno porte, como as autóctones, que resistem a condições mais adversas, a pouca ou nenhuma manutenção. (CORREA&GONZALEZ, 2002).
As vantagens de se implantar um telhado verde são inúmeras, como: redução da temperatura no ambiente interno da edificação, o que consequentemente reduz os gastos com eletricidade, aumentando os índices de eficiência energética do edifício; purificação do ar, que ocorre com a absorção de substâncias tóxicas pela vegetação e a liberação de oxigênio; aumento da retenção da água da chuva; melhoria no aspecto visual do edifício, entre outras.
Após a instalação de uma cobertura verde em uma laje, a temperatura da superfície reduz cerca de 15°C influenciando no conforto térmico dos ambientes e, dependendo do tipo de telhado, da vegetação e da capacidade da área, a redução de carga térmica para o ar condicionado se aproxima de 240 kWh/m². (SPANGENBERG, 2004).
Vale ressaltar que, apesar do custo alto para a sua implantação inicial, a relação final de custo-benefício do telhado verde é decisiva na hora de decidir se é vantajoso ou não colocá-lo em seu edifício.
(...) a aplicação de telhados verdes como forma de minimizar os impactos ambientais, de início seja um acréscimo no custo da obra, a economia de energia gerada pós construção, a retenção e o aproveitamento das águas de chuva prevenindo enchentes, os benefícios psicológicos e sociais entre outros, justificam o investimento inicial. (SILVA, 2011).
(INSERIR TABELA COM AS MEDIDAS SUSTENTÁVEIS QUE SERÃO UTILIZADAS NO PROJETO)
7.6 O LAZER E O TURISMO EM ITAITUBA – PA
7.7 RESTAURANTES FLUTUANTES
7.8 
8. METODOLOGIA
(TIRAR DÚVIDAS COM O PROFESSOR)
9. CRONOGRAMA
	CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 2020
	2020
	Atividades
	Ago.
	Set.
	Out.
	Nov.
	Escolha do tema
	X
	
	
	
	Pesquisa bibliográfica
	X
	X
	
	
	Confecção do projeto de pesquisa
	
	X
	
	
	Coleta de dados e registros fotográficos
	
	X
	X
	
	Análise dos dados
	
	X
	X
	
	Confecção do TCC I
	
	X
	X
	X
	Entrega do TCC I 
	
	
	
	X
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
11. CAPÍTULO INTRODUTÓRIO DO TCC II
12. APENDICES E VOLUME GRÁFICO (PLANTAS TÉCNICAS)
13. ANEXOS

Outros materiais