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APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 1 GÊNEROS TEXTUAIS O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É importante lembrar que um texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há apenas um que se sobressai. Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação, possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o texto se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando, para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo, instrucional, etc.). Distinguindo É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: Gênero Literário nestes os textos abordados são apenas os literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. Tipo textual este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito. Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutura. Desta forma fica mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e poder classifica-los de acordo com suas características. Exemplos de gêneros textuais1 Diário é escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo: 1 http://www.portuguesxconcursos.com.br/p/tipologia-textual-tipos- generos.html http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/ Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.) Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas, esfregando- Carta esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para finalizar a despedida. Propaganda este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais características são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. Notícia este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo desse texto é informar algo que aconteceu. Artigo de Opinião É comum2 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião. Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe: a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que mais lhe agradam, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver. b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler a sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor. c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a ideia principal do texto de modo mais consciente, e desenvolva-os. d) Pense num enunciado capaz de expressar a ideia principal que pretende defender. 2 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO- ESTA-MENOS-SIMPATICO Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); interpretação e organização interna. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 2 e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a ideia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido. f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor. g) Após o término do texto, releia e observe se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a ideia está fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e, por fim, observe se o texto como um todo é persuasivo. Argumentações de Artigos de Opinião Argumento de Causa: Propor uma relação com uma causa e consequência em sua argumentação. Argumento de Autoridade: Sempre usar uma fonte, ou um estudo confiável para ter uma credibilidade ao que você defende. Argumento de Exemplificação: Mostrar inúmeras comparações e exemplos para ilustrar o seu argumento. Veja um exemplo de Artigo de Opinião: Vendedor brasileiro está menos simpático Por Bruno Caetano O brasileiro é sorridente, certo? Nem sempre... Pesquisa realizada pela empresa sueca Better Business World Wide, divulgada no final de agosto, mostra o Brasil no penúltimo lugar na classificação sobre atendimento a clientes iniciados com um sorriso. Ou seja, o consumidor entra na loja e muitas vezes encontra o vendedor de cara fechada. Será que a simpatia deixou de ser uma das nossas marcas registradas? O levantamento em questão, chamado Smiling Report, foi feito em 2014 em 69 países e resultou em um ranking com 16 posições. A liderança é dos irlandeses, com 97% de atendimentos começados com sorriso. O Brasil aparece em 15º, com 79%, na frente apenas do Japão. Como se não bastasse o mau posicionamento, pioramos nesse quesito, já que na edição de 2013 da pesquisa estávamos na nona colocação. Pela conclusão da Shopper Experience, empresa parceira da pesquisa no Brasil, é grave o fato de dois em cada dez consumidores entrarem nas lojas do nosso País e serem recebidos sem um sorriso, dada a quantidade de estabelecimentos. E realmente é, pois estamos falando de milhares de pontosde venda de produtos e serviços, onde o contato direto com o público tem papel determinante para a imagem da empresa. O levantamento aponta que também estamos mal no índice de vendas adicionais conquistadas pelos atendentes. A média dos países nesse item foi de 52%; o Brasil ficou em 37%, de novo apenas antes do Japão. Honduras foi o líder nesse indicador, com 97%. Não tem segredo para melhorar a situação: é preciso investir em atendimento de qualidade. Quando preços e produtos são iguais ou similares, é o relacionamento com o cliente que faz a diferença, pois é capaz de despertar no consumidor a vontade de adquirir algo e ainda fidelizá-lo. O dono de um negócio deve, portanto, escolher muito bem os integrantes da sua equipe, treiná-los e motivá- los para que o sorriso apareça, seja sincero e o público se sinta bem no estabelecimento. Com tanta concorrência, é fácil o cliente virar as costas porque não se sentiu bem recebido e preferir gastar seu dinheiro em outra loja. Além disso, na atual conjuntura econômica, em que as pessoas estão mais seletivas e com poder de compra reduzido, perder negócio porque o vendedor está de mau humor ou é impensável. Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP Carta A carta é um dos instrumentos mais úteis em situações diversas. É um dos mais antigos meios de comunicação. Em uma carta formal é preciso ter cuidado na coerência do tratamento, por exemplo, se começamos a carta no tratamento em terceira pessoa devemos ir até o fim em terceira pessoa: se, si, consigo, o, a, lhe, sua, diga, não digas, etc., seguindo também os pronomes e formas verbais na terceira pessoa. Atenção aos pronomes de tratamento como Vossa Senhoria, Vossa Excelência, eles devem concordar sempre na terceira pessoa. Há vários tipos de cartas, a forma da carta depende do seu conteúdo: - Carta Pessoal é a carta que escrevemos para amigos, parentes, namorado(a), o remetente é a própria pessoa que assina a carta, estas cartas não têm um modelo pronto, são escritas de uma maneira particular. - Carta Comercial se torna o meio mais efetivo e seguro de comunicação dentro de uma organização. A linguagem deve ser clara, simples, correta e objetiva. Existem alguns tipos de carta comercial: Particular, familiar ou social: são tipos de correspondência que são trocadas entre particulares, cujo assunto, se enquadra em particular, íntimo e pessoal. Bancária: este é focalizado nos assuntos relacionados à vida bancária. Comercial: associado às transações industriais ou comerciais. Oficial: Destinada ao serviço militar, público ou civil. A documentação comercial compreende os papéis empregados em todas as transações da empresa como: Carta, Telegrama, Cheque, Pedido de Duplicatas, Faturas, Memorandos, Relatórios, Avisos, Recibos, Fax. Na correspondência a linguagem mais correta é aquela que é adequada ao contexto, ao momento, e à relação entre o emissor e o destinatário. Por exemplo: a linguagem que você usa para falar com um amigo, não é a mesma que você usa para falar com sua avó, ou com um parente distante. Existem vários tipos de cartas, e pessoas diferentes para qual deve mandá-las, cartas de amor, de familiares que moram muito longe, ou se alguém é parabenizado por seu aniversário. A carta ao ser escrita deve ser primeiramente bem analisada em termos de língua portuguesa, ou seja, deve-se observar a concordância, a pontuação e a maneira de escrever com início, meio e então o fim, contendo também um cabeçalho e se for uma carta formal, deve conter pronomes de tratamento (Senhor, Senhora, V. Ex.ª etc.) e por fim a finalização da carta que deve conter somente um cumprimento formal ou não (grato, beijos, abraços, adeus etc.). Depois de todos esses itens terem sido colocados na carta, a mesma deverá ser colocada em um envelope para ser enviado ao destinatário. Na parte de trás e superior do envelope deve-se conter alguns dados muito importantes tais como: nome do destinatário, endereço (rua, bairro e cidade) e por fim o CEP. Já o remetente (quem vai enviar a carta), também deve inserir na carta os mesmos dados que o do destinatário, que devem ser escritos na parte da frente do envelope. E por fim deve ser colocado no envelope um selo que serve para que a carta seja levada à pessoa mencionada. Exemplo: - Cabeçalho: cidade, data, mês e ano. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 3 - Conteúdo: o texto da carta com começo, meio e fim. - Saudações: finalização da carta. No envelope deve conter: Atrás do envelope, lado com aba. Remetente. - Nome completo. - Rua número bairro (não obrigatório) - Cidade Estado. - CEP. Alguns concursos e exames vestibulares trazem como prova de redação o pedido de elaboração de uma carta argumentativa. Significa que o estudante deverá elaborar uma carta que tenha "tese" (o assunto propriamente dito) argumentação (o conjunto de ideias ou fatos que constituem os argumentos que levam ao convencimento ou à conclusão de algo) e conclusão. A carta argumentativa que apresento como exemplo tem como tese o "casamento", ou melhor, "a manutenção do casamento". A argumentação, em dois parágrafos, tenta convencer o interlocutor de que o casamento não deve ser desfeito, sendo esta a conclusão. Caro Nicolo Chegou-me a notícia de que você e Maria Lúcia estão em vias de separação. Isso me entristeceu deveras, já que vocês sempre foram considerados o casal exemplar. Lembra-se daquela época quando brincávamos, dizendo que vocês eram "mais" perfeitos que Tarcísio Meira e Glória Meneses, o casal modelo da televisão brasileira? Pois é. E agora me vem essa informação estapafúrdia de que a perfeição é imperfeita. Fiquei chocado, mas ainda tenho a esperança de que não passa de uma crise superável. Por isso peguei a caneta para escrever- lhes minhas considerações sobre o assunto e tentar ajudá-los a superar isso. Como amigo de infância e mais velho que você, portanto mais experiente, acho que tenho esse direito, não é mesmo? E também porque, conforme você sabe muito bem, minha tese sempre foi a de que casamento é dedicação e sacrifício. Isso que quero evidenciar a vocês nestas linhas. Quando vocês se uniram, não apenas formaram um casal, mas sim se tornaram um casal, o que significa que a individualidade de cada um não foi extinta. Cada um de vocês traz uma bagagem de história pessoal e familiar muito forte, e isso não pode ser jamais desprezado. Em alguma crise conjugal, cada um deve ter isso em mente, para entender os pontos de vista do outro e, assim, relevar pequenos deslizes e perdoá-los. Perdoar não significa esquecer completamente o problema, mas sim renunciar à punição e deixar de considerar essenciais os erros. O mais importante está na harmonia do casal e do próprio ser. Quem consegue agir dessa maneira desenvolve, certamente, suas inteligências interpessoais e intrapessoais. O segundo aspecto que quero frisar é o da honra, esse princípio ético que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade. Muito bem. Não quero entrar em detalhes de caráter religioso, mas quero lembrar-lhes que prometeram perante a comunidade e perante seu líder religioso ficar juntos "até que a morte os separe". Foi uma promessa solene. Uma pessoa honrada cumpre suas promessas e não se deixa abater por seus problemas, e sim os resolve conforme surgirem, por mais graves que sejam. Vocês são extremamente inteligentes e têm aquelas duas inteligências, intrapessoal e interpessoal, bem desenvolvidas, eu o sei. Devem, portanto, renunciar à punição que estão infligindo a si mesmos e enfrentar a situação com dignidade, já que são pessoas honradas. Devem, portanto, tentar,até a última esperança, manter o casamento. E não podem deixar que essa última esperança se esgote. "Aparem as arestas", como dizem alguns, e não esgotem os recursos para permanecerem juntos, afinal casamento é dedicação e sacrifício. Espero que essas poucas palavras produzam o efeito desejado: a conscientização de que vocês são unos, de que o casal que se tornaram não deve e não pode ser desfeito e de que são capazes de solucionar as desavenças e transformá-las em aprendizagem. Abraços fraternos de seu amigo. Noslid Takannory Carta Argumentativa Relembrando, é preciso destacar dois tipos básicos de carta. O primeiro é a correspondência oficial e comercial, que nos é enviada pelos poderes políticos ou por empresas privadas (comunicações de multas de trânsito, mudanças de endereço e telefone, propostas para renovar assinaturas de revistas, etc.). Este tipo de carta caracteriza-se por seguir modelos prontos, em que o remetente só altera alguns dados. Apresentam uma linguagem padronizada (repare que elas são extremamente parecidas, começando geralmente por ) e normalmente são redigidas na linguagem formal culta. Nesse tipo de correspondência, mesmo que venha assinada por uma pessoa física, o emissor é uma pessoa jurídica (órgão público ou empresa privada), no caso, devidamente representada por um funcionário. Outro tipo de correspondência é a carta pessoal, que utilizamos para estabelecer contato com amigos, parentes, namorado(a). Tais cartas, por serem mais informais que a correspondência oficial e comercial, não seguem modelos prontos, caracterizando-se pela linguagem coloquial. Nesse caso o remetente é a própria pessoa que assina a correspondência. Embora você possa encontrar por aí livros que trazem acterizam por uma linguagem artificial, surrada, repleta de expressões desgastadas, além de serem completamente ultrapassados. Não há regras fixas (nem modelos) para se escrever uma carta pessoal, afora a data, o nome (ou apelido) da pessoa a quem se destina e o nome (ou apelido) de quem a escreve, a forma de redação de uma carta pessoal é extremamente particular. No processo de comunicação (e a correspondência é uma forma de comunicação entre pessoas), não se pode falar em linguagem correta, mas em linguagem adequada. Não falamos com uma criança do mesmo modo que falamos com um adulto. A linguagem que utilizamos quando discutimos um filme com os amigos é bastante diferente daquela a que recorremos quando vamos requerer vaga para um estágio ao diretor de uma empresa. Em síntese: a linguagem correta é a adequada ao assunto tratado (mais formal ou mais informal), à situação em que está sendo produzida, à relação entre emissor e destinatário (a linguagem que você utiliza com um amigo íntimo é bastante diferente da que se utiliza com um parente distante ou mesmo com um estranho). Na correspondência deve ocorrer exatamente a mesma coisa: a linguagem e o tratamento utilizados vão variar em função da intimidade dos correspondentes, bem como do assunto tratado. Uma carta a um parente distante comunicando um fato grave ocorrido com alguém da família apresentará uma linguagem mais formal. Já uma carta ao melhor amigo comunicando a aprovação no vestibular terá uma linguagem mais simples e descontraída, sem formalismos de qualquer espécie. Partes da Carta - local e data; APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 4 - destinatário; - saudação; - interlocução com o destinatário; - despedida; - assinatura. Esses itens estão na ordem em que devem aparecer. Caso se esqueça de dizer algo importante e já tenha finalizado a carta é só acrescentar a abreviação latina P.S (post scriptum) ou Obs. (observação). Essa sigla é As Expressões Surradas Na produção de textos, devemos evitar frases feitas e expressões surradas (os chamados clichês), como , , , etc. Na carta, não é diferente. Fuja de expressões surradas que já apareceram em milhares de cartas, como -lhes estas mal t ou encontrá- . A Coerência no Tratamento Na carta formal, é necessário a coerência no tratamento. Se a iniciamos tratando o destinatário por tu, devemos manter esse tratamento até o fim, tomando todo o cuidado com pronome e formas verbais. Nesse tipo de carta, são comuns os erros de uniformidade de tratamento como o que apresentamos abaixo: -te Observe que não há nenhuma uniformidade de tratamento: começa-se por você (terceira pessoa), depois se passa para a segunda pessoa (te), volta-se à terceira (se), terminando com a segunda (tua). Ainda com relação à uniformidade, fique atento ao emprego de pronomes de tratamento como Vossa Senhoria, Vossa Excelência, etc. Embora se refiram às pessoas com quem falamos, esses pronomes devem concordar na terceira pessoa. Veja: -me ainda hoje os relatórios de sua autoria. Vossa Excelência não precisa preocupar- Carta aberta A Carta Aberta3 é um modelo de carta (texto epistolar) que tem como principal característica informar, instruir, alertar, protestar, reivindicar ou argumentar sobre determinado assunto. É um veículo de comunicação coletiva, ou seja, é destinada a várias pessoas (algum público, sindicatos, representações, comunidade, etc.). Portanto, o destinatário e o remetente da carta aberta não são seres individuais e por isso, ela é diferente das cartas pessoais. A carta aberta não está reduzida a somente um gênero textual, ou seja, ela pode ser um texto instrucional, expositivo, argumentativo ou descritivo. Diante disso, vale lembrar que ela pode englobar mais de um gênero, ou seja, ela pode ser ao mesmo tempo descritiva e argumentativa. Dessa maneira, a carta aberta representa uma importante ferramenta de participação política dos cidadãos, uma vez que apresenta determinado assunto de interesse coletivo. 3 https://www.todamateria.com.br/carta-aberta/ Lembre-se que a carta aberta não é um texto muito extenso e sua linguagem é clara, coesa e está de acordo com as normas gramaticais. Geralmente são veiculadas nos meios de comunicação (televisão, rádio, internet, etc.) sendo que os assuntos mais abordados apontam algum problema, demanda da comunidade, apoio a uma causa, dentre outros. Estrutura: Como fazer uma Carta Aberta? Para produzir uma carta aberta, devemos estar atentos a seguinte estrutura: Título: geralmente é acrescentado um título que indica a quem será destinada a carta (comunidade, associação, instituição, organização, entidade, autoridade municipais, estaduais e nacionais, etc.) Introdução: tal qual um texto dissertativo, ela apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, as principais ideias são abordadas pelos destinatários. Desenvolvimento: segundo a proposta da carta, nesse momento serão apontados os principais argumentos e pontos de vista referentes ao assunto abordado. Conclusão: momento de arrematar a ideia e sugerir alguma ação dos interlocutores ou possível resolução do problema posto em causa. Na conclusão, ocorre o fechamento da ideia e busca de soluções. Despedida: com saudações cordiais e assinatura dos remetentes, a despedida finaliza a carta aberta. Para compreender melhor o conceito, segue abaixo um exemplo de Carta Aberta: Carta Aberta a Comunidade de Manaus De acordo com os problemas que temos passado durante os últimos dias no centro de Manaus, resolvemos apontar alguns temas para a reflexão, os quais consideramos de suma importância para a comunidade manauara. Primeiramente, devemos salientar que o pagamento dos espaços destinados à comercialização dos produtos artesanais inclui todos os profissionais que comercializam seus produtos nocentro do município. Assim, após a inscrição na Prefeitura Municipal, os inscritos deverão pagar a matrícula do espaço alugado e ainda um valor de 20% das vendas anuais. Esse evento de mudança na legislação a partir do mês de outubro, acarretou diversos problemas para os artesões que sofreram com a fiscalização na semana passada no centro da cidade. Visto a repercussão do episódio, decidimos entrar em contato com o órgão responsável para ampliar o tempo de cadastramento de todos os artesãos, visto a desorganização das últimas inscrições, bem como a falta de informação. Além disso, depois de nosso contato, a rádio e canal local de televisão, ficaram encarregadas de divulgar durante um mês, informações sobre a nova legislação, bem como a importância do cadastramento e detalhes sobre o pagamento dos espaços locais. Esperamos que todos estejam atentos uma vez que o trabalho de produção e comercialização de produtos artesanais representa uma parte considerável de nosso patrimônio, e, portanto, possui um valor inestimável para a comunidade. Atenciosamente, Associação de Artesãos de Manaus APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 5 Carta de reclamação A carta de reclamação4 é utilizada quando o remetente descreve um problema ocorrido a um destinatário que pode resolvê-lo. É considerado um texto persuasivo, pois o interlocutor tenta convencer o receptor da mensagem a encontrar uma solução para o problema apontado na carta. Por este motivo, quem reclama deve se utilizar de um discurso argumentativo: descrevendo de maneira clara o(s) problema(s), motivo(s) pelo qual pode ter ocorrido, as consequências se não for resolvido. A exposição dos fatos deve comprovar que o remetente é quem tem razão, o qual pode ainda, apontar as possíveis soluções para que haja entendimento entre as partes. É essencial que a carta de reclamação tenha: identificação do remetente e do destinatário, data e local, assinatura, documentos em anexo (caso necessário). Lembre-se de expor claramente os antecedentes, pois neles estão os motivos pelos quais a reclamação está sendo feita. A carta deve ser preferencialmente digitada, pois facilita a leitura e evita equívocos. Importante: Sempre tenha uma cópia e caso entregue em mão, solicite a assinatura de quem recebeu com a data, se possível carimbada (no caso de empresa). Carta de solicitação A carta de solicitação5 faz parte das cartas comerciais e deverá possuir: timbre da empresa, iniciais do departamento, número da carta, local e data, destinatário, referência, assunto, saudação, corpo do texto, despedida e assinatura. O objetivo desse tipo de carta, como o próprio nome já diz, é fazer um pedido (solicitar algo) ao destinatário. Veja um exemplo: Timbre da empresa Dep. de vendas Nº 02/09 Ao Diretor do Dep.de Faturamento João Esleveriano da Costa Recife, _____ de fevereiro de 2009. Prezado Senhor, Solicito a esse departamento, do qual V.Sª. é diretor, que tenha a gentileza de enviar-me a tabela de faturamento do último mês, a fim de que possamos conferir algumas vendas realizadas. Antecipo-lhe meus agradecimentos, certo de que serei prontamente atendido, dada a eficiência desta seção. Subscrevo-me. Cordialmente, Antonie Bernardo da Luz. Chefe do departamento de vendas. Há alguns sinônimos que podem ser utilizados: estimado senhor, peço-lhe o obséquio de, peço-lhe a gentileza, solicito a V.Sª. A especial fineza de, informar-me, comunicar-me, desde 4 http://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-reclamacao.htm 5 https://brasilcola.wordpress.com/category/carta-de-solicitacao/ já, apresento-lhe meus agradecimentos, antecipadamente grato, me firmo. Carta do leitor A Carta do leitor6 é um tipo de carta (gênero epistolar) veiculada geralmente em jornais e revistas, onde os leitores podem apresentar suas opiniões. É um espaço reservado donde as opiniões, sugestões, críticas, perguntas, elogios e reclamações dos leitores são publicadas e podem ser visualizadas por qualquer indivíduo. Possui uma função relevante para os meios de comunicação, de modo que a carta do leitor assegura uma resposta (feed-back) de seus leitores. É um importante instrumento de comunicação cujo leitor pode interagir com o meio de comunicação, expondo assim, seu ponto de vista sobre uma notícia, reportagem, pesquisa ou qualquer outro assunto atual. Além disso, ele pode sugerir algum tema a ser abordado. Por esse motivo, é uma importante ferramenta de produção de pauta para os veículos de comunicação. Desse modo, devemos lembrar que a carta do leitor possui um remetente (emissor ou locutor) e destinatário (receptor ou interlocutor). Antes de ser publicada ela passa pela equipe de revisão, a qual adaptará o texto e corrigirá possíveis erros. Por esse motivo, não existe um modelo específico, uma vez que segue o padrão de apresentação e o espaço destinado para esse fim determinado pelo meio de comunicação. Vale lembrar que a carta do leitor é uma pequena seção do veículo de comunicação, a qual pode ser publicada na íntegra, ou somente trechos relevantes. Como será publicada, as expressões de baixo calão, ou posições preconceituosas não devem ser pronunciadas. Além disso, o leitor deve evitar expressões populares, gírias, vícios de linguagem, apresentando seu texto numa linguagem formal, ou seja, que segue a norma culta da língua. Importante destacar que, de acordo com o público, a linguagem pode ser mais descontraída, por exemplo, numa revista para adolescentes. Características As principais características da carta do leitor são: Textos breves e escritos em 1ª pessoa Temas atuais e de caráter subjetivo Linguagem simples, clara e objetiva Presença de destinatário e remetente Texto expositivo e argumentativo Estrutura: Como Fazer uma Carta do Leitor? Geralmente as cartas dos leitores não seguem uma estrutura padrão, no entanto, devem apresentar alguns elementos estruturais: Vocativo: aparece o nome da revista ou do jornal e pode vir acompanhada de local e data (chamado de cabeçalho). Introdução: pequeno trecho que aborda o assunto que será apresentado e explorado pelo leitor. Desenvolvimento: desenvolvimento da argumentação do leitor sobre sua ideia central. Conclusão: o leitor arremata suas ideias, e geralmente inclui uma sugestão para o assunto abordado. Despedida: representa as saudações finais do leitor, por exemplo, atenciosamente, cordialmente, abraços, etc. 6 https://www.todamateria.com.br/carta-do-leitor/ APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 6 Assinatura: O leitor assina seu nome, o qual pode aparecer em forma de sigla, por exemplo, Afonso Miguel Pereira dos Santos (A.M.P.S.) Exemplos Para compreender melhor o conceito de carta do leitor, segue abaixo dois exemplos, donde o primeiro apresenta uma linguagem formal e o segundo uma linguagem informal: Exemplo 1 São Paulo, 12 de dezembro de 2013 Caros Editores da Revista Viagens e Lazer, Antes de mais nada, gostaria de agradecer a matéria Lugares Inóspitos do Planeta texto. Após ler a matéria, fiz uma lista dos locais que me interessam conhecer, uma vez que sou antropólogo e um grande viajante e explorador de lugares. Quanto a isso, tenho uma sugestão para o próximo mês, a inclusão de uma matéria sobre as ilhas Fiji. Estive ali durante dois anos de minha vida e pude contemplar belezas naturais estonteantes. Parabéns pelo trabalho! Agradeço a atenção! João Ribeiro, Porto Alegre (Rio Grande do Sul) Exemplo 2 Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2012 Olá Pessoal da Revista TeenFemina, Meu nome é Gisele e tenho 14 anos. Adorei a matéria sobre o primeiro beijo e gostaria de sugerir uma nova matéria sobre o namoro na adolescência. Sou fã da revista, compro todo o mês!!! Além dessas matérias importantes na adolescência adoro a seção de modas e acessórios. Já pensaram em ter um espaço para a reciclagem de artigos de moda? Tenho feito algumas adaptações nas roupas e acessórios que tenho no guarda- roupa e tem sido um sucesso com a galera. Abraços e até a próxima! Gisele Matias Albuquerque, Natal (Rio Grande do Norte) Editorial O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas. Diferente dos outros textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos. Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os editoriais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, Economia, Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros. Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não recebem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação (revista, jornal, rádio, etc.). Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano social. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se tratando de impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do singular, ocupa lugar de destaque. Estrutura de um editorial: - Uma síntese: constituída por uma apresentação geralmente 1º e 2º parágrafos, refere-se à exposição da ideia principal com base na ideia a ser defendida. - O corpo do editorial: Revela os argumentos que fundamentam a ideia principal em relação ao posicionamento atribuído pelo veículo de comunicação em referência. - A conclusão: Refere-se a uma possível solução para o problema levantado ou, em determinados casos, incita o leitor a uma reflexão sobre o assunto em pauta. Notícia A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes e tem como intenção nos informar acerca de determinada ocorrência. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comunicação em geral, seja na televisão, em sites pela internet ou impresso em jornais ou revistas. Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de fatos que interessam ao público em geral. Estrutura de uma notícia: - Manchete ou título principal: Geralmente é grafado de forma bastante evidente, com o objetivo de chamar a atenção do leitor. - Título auxiliar: Serve como um complemento do principal, com o acréscimo de algumas informações, a fim de torná-lo ainda mais chamativo ao leitor. - Lide (lead): Corresponde ao primeiro parágrafo e nele são expostas as informações que mais despertar a atenção do leitor para continuar com a leitura do texto. Busca responder às questões: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê?. Esta estratégia é bastante utilizada em jornais devido ao seu caráter informativo e por poder levar informações rápidas e claras ao leitor. - Corpo da notícia: Trata-se da informação propriamente dita, com a exposição mais detalhada dos acontecimentos mencionados. Após trazer as informações mais importantes no primeiro parágrafo, os parágrafos seguintes apresentam os outros acontecimentos sempre em ordem decrescente de relevância. As informações realmente necessárias para o entendimento dos fatos tais como as personagens, o espaço e o tempo são priorizadas. Um detalhe de extrema importância que devemos estar atentos é sobre o tipo de linguagem estabelecida, ou seja, identificarmos se ela é formal ou informal, se há a participação do emissor (a pessoa que escreve ou fala) no sentido de emitir algum tipo de opinião, entre outros aspectos. A notícia, de forma específica, possui uma linguagem clara, precisa e objetiva, uma vez que se trata de uma informação e, por isso, tudo que é relatado precisa estar claro, de modo a fazer com que a mensagem seja transmitida de forma adequada. Reportagem Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa. A reportagem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no questionamento de causa e efeito, na interpretação e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo acontecimento. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 7 A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmente costuma estabelecer conexões com o fato central, anunciado no que chamamos de lead (foi visto em Notícia). A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliada e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resumos, dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico. O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando-o, orientando-o e contribuindo para formar sua opinião. A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico divulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a todos os públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se destina. Embora seja impessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação. Para se produzir uma boa reportagem, é fundamental que o repórter ouça todas as versões de um fato, a fim de que a verdade apurada seja realmente a verdade que possa ser comprovada, não aquela que se imagina que é a verdade. Cuidado para não confundir o gênero reportagem com notícia. A reportagem apresenta elementos que não são próprios do gênero notícia, entre eles o levantamento de dados, entrevistas com testemunhas e/ou especialistas e uma análise detalhada dos fatos. Embora preze pela objetividade, característica importante dos gêneros jornalísticos, a reportagem invariavelmente apresenta um retrato do assunto a partir de um ângulo pessoal, por isso, ao contrário da notícia, ela é assinada pelo repórter. Nesse gênero é comum encontrar também o recurso da polifonia, pois nele existem outras vozes que não a do repórter, por isso o equilíbrio entre os discursos direto e indireto. A finalidade maior da polifonia é permitir que o repórter aborde o tema de maneira global e, dessa maneira, isente-se da apresentação dos fatos. Resenha A resenha caracteriza-se por ser, no geral, um resumo crítico. Nesta produção textual, o autor faz uma descrição e uma breve apreciação a respeito de acontecimentos culturais ou obras (sejam elas cinematográficas, musicais, teatrais ou literárias), a fim de divulgar um objeto de consumo cultural, de maneira resumida, convidando o leitor ou espectador a conhecer a obra na íntegra. Em geral, a resenha é veiculada por jornais e revistas. No geral, o texto resenha deve conter uma análise e um julgamento, seja de verdade ou de valor. Por tratar-se de um resumo crítico, este tipo de texto exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, pois só assim poderá avaliar e julgar a obra criticamente. A linguagem pode ser mais ou menos formal, de acordo com o leitor, o veículo e o produto cultural resenhado. Há o emprego de vocabulário específico relacionado ao objeto resenhado. Os autores de resenhas geralmente são entendidos ou estudiosos do assunto, por isso,são grandes formadores de opinião e podem influenciar o público alvo, contribuindo para o sucesso ou para o fracasso do produto cultural criticado. Tipos de resenha Resenha crítica Avalia e julga obras culturais como filmes, livros e peças teatrais, bem como trabalhos acadêmicos. É um texto que descreve o objeto do qual trata e apresenta o juízo de valor do resenhista sobre tal. A resenha crítica precisa ter uma 7 Fonte: http://pt.slideshare.net/Nilberte/slide-de-portugus-01-curso-sac (Adaptado) contextualização da obra avaliada, assim como suas referências completas, de acordo com as regras da ABNT; título a partir do enfoque da análise; considerações sobre o que foi avaliado; crítica a respeito dos conteúdos; e indicação para alunos de áreas afins ou possível público de interesse. Resenha descritiva A resenha descritiva se assemelha ao resumo descritivo. Ele sintetiza uma obra, apresentando seu autor e seus aspectos formais além de contextualizar seus assuntos. Mas, aqui, diferentemente da resenha crítica, não há inferência do resenhista, sendo assim, não cabe avaliação ou juízo de valor. Compreensão de textos informativos, argumentativos e de textos de ordem prática (ordens de serviço, instruções, cartas e ofícios) Compreensão de Textos7 Confunde-se muito compreensão com interpretação textual. Você sabe dizer a diferença entre ambas? Se não, observe, se sim revise: Compreender o texto nada mais é do que ler o que exatamente vem escrito nele. A compreensão está propensa a três erros: Extrapolação, Redução e Contradição: Extrapolação: quando você faz deduções sem ter base no texto, de forma aleatória, de acordo com o seu achismo; Vamos simular? Se a frase afirma: Nem todos os candidatos são classificados nos concursos. Se você afirmar que todos os candidatos são classificados nos concursos não haveria vagas suficientes e você estaria extrapolando, falando algo que não está no texto; Redução: quando você reduz o significado de determinado trecho do que foi escrito; Se a frase afirma: Nem todos os candidatos são classificados nos concursos. E você afirma que nenhum candidato é classificado nos concursos. Nesse caso você restringiu o sentido mudando o termo de nem todos para nenhum de maneira inadequada, alterando o significado do que está escrito. Contradição: quando você deduz algo que é oposto ao real significado do que está texto. Se a frase afirma: Nem todos os candidatos são classificados nos concursos. E você afirma que todos os candidatos são classificados. Então, além de extrapolar você entra em contradição, pois não é isso que o texto afirma. Logo, uma forma adequada de reescrever a frase mantendo o seu sentido seria: Alguns candidatos são classificados nos concursos. Tipos de Ofícios Requerimento Conforme a definição de um dicionário é derivado do verbo requerer, que significa na forma denotativa (literal) solicitar, pedir, estar em busca de algo. Logo, redigir um requerimento tem a finalidade de solicitar aprovação (deferimento) de algo por escrito a um órgão (Público ou Privado) como uma Secretaria, um Colégio, uma Faculdade, etc. Portanto, observe uma dica para te auxiliar a identificar um requerimento: - Quanto ao desfecho não pode faltar: - Ilm.º. SR. Diretor da Escola Estadual Dom Bosco (Nome da pessoa que solicita o requerimento), aluna regularmente matriculada no nono ano do ensino fundamental desta escola, vem respeitosamente solicitar a V. Sª a expedição dos documentos necessários à sua transferência para outro estabelecimento de ensino. Nestes termos, pede deferimento APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 8 Londrina, 04 de novembro de 2008. (Assinatura) (Extraído do site www.brasilescola.com.br) Ata A ata tem como objetivo documentar qualquer evento realizado em uma instituição, sendo assim possui algumas formalidades pelo fato de ser uma redação técnica, um documento pertencente a uma Instituição. Ata referente ao primeiro conselho de classe realizado pela (nome completo da instituição) Aos vinte e três de março de 2010, às dezessete horas e trinta minutos, sob o comando do diretor (nome completo), da coordenadora pedagógica (nome completo) e demais professores, realizou-se o primeiro conselho de classe referente ao 1º bimestre, tendo por objetivo a análise do rendimento de todos os educandos, usando como instrumento de verificação as avaliações formais. Dentre as propostas inerentes ao evento, destacaram-se as medidas a serem tomadas no que diz respeito às possíveis falhas obtidas mediante o processo avaliativo, com vistas a contorná-las. Constatados e discutidos todos os propósitos, a reunião se encerrou, na qual eu (nome da secretária escolar) lavrei a ata, lida e assinada por todos os presentes. Belo Horizonte, 23 de março de 2010. (Extraído do site www.brasilescola.com.br) Carta Comercial Tem por finalidade estabelecer uma comunicação comercial, entre pessoas e empresas ou somente entre empresas. Loja da Maria e Cia. Ltda. Comércio de utensílios Av. João, 1000 Goiânia GO Goiânia, 03 de março de 2008. Ao diretor Joaquim Silva Rua das Amendoeiras, 600 Belo Horizonte MG Prezado Senhor: Confirmamos ter recebido uma reivindicação de depósito no valor três mil reais referente ao mês de fevereiro. Informamos-lhe que o referido valor foi depositado no dia 1º de março, na agência 0003, conta corrente 3225, Banco dos empresários. Por favor, pedimos que o Sr. verifique o extrato e nos comunique o pagamento. Pedimos escusas por não termos feito o depósito anteriormente, mas não tínhamos ainda a nova conta bancária. Nada mais havendo, reafirmamos os nossos protestos de elevada estima e consideração. Atenciosamente, Amélia Sousa Gerente comercial (Extraído do site www.brasilescola.com.br) Procuração Tem como finalidade transferir os poderes de alguém (outorgado) para agir em nome de outra pessoa (outorgante). Eu, Eloá Oliveira, brasileira, natural de Marilândia, casada, Residente e Domiciliada em Belo Horizonte, MG, Rua Joaquina Silvério, nº 444, RG 4254748, CPF 263.362.421.12, NOMEIO MEU PROCURADOR O Sr. João da Silva, brasileiro, natural de Marilândia, casado, Residente e Domiciliado em Belo Horizonte, MG, Rua Joaquina Silvério, nº 444, RG 2542636, CPF 263.895.325-13, PARA FINS DE efetivar matrícula, junto à Universidade Federal de Minas Gerais, PODENDO em meu nome, fazer a inscrição no curso de Pedagogia, para o qual fui selecionada no Processo Seletivo de 2008. Belo Horizonte, 03 de março de 2009. ___________________ Eloá Oliveira (Extraído do site www.brasilescola.com.br) GÊNEROS LITERÁRIOS Gênero Narrativo: Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes: o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir: Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero. Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter mais verossímil.Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida por ele e uma obstáculos que o separam, o casal vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda. Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um mistério. Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral. Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e programas da TV... Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos descritivos. Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Locke. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 9 Gênero Dramático: Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a história. no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens nas cenas. Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de Shakespeare. Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano. Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas populares. Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo. Gênero Lírico: É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem. Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare. Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais. Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos), às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com acompanhamento musical; Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza, às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem, espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara); Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. 8 http://pt.slideshare.net/reinildesdias2010/simone-marcuschi; Acalanto: ou canção de ninar; Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase; Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico e refrão vocal que se destinam à dança; Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical; Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio; Haicai: (=sátira). E o poema japonês formado de três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso 5 sílabas; Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima geralmente em a-ba- b a-b-b-a c-d-c d-c-d. Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto. Gêneros não literários A linguagem não literária8 apresenta peculiaridades que a diferem da linguagem literária, entre elas o emprego de uma linguagem convencional e denotativa. A linguagem não literária tem como função informar de maneira clara e sucinta, desconsiderando aspectos estilísticos próprios da linguagem literária. Você sabia que os diversos textos podem ser classificados de acordo com a linguagem utilizada? A linguagem de um texto está condicionada à sua funcionalidade: se a intenção é informar, a escolha vocabular deve estar de acordo com essa finalidade; se a intenção é artística, outros recursos linguísticos mais apropriados devem ser utilizados. Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros textuais, devemos pensar também na linguagem adequada a ser adotada em cada um deles. Por isso existem a linguagem literária e a linguagem não literária. Essa última será nosso objeto de análise, e o Mundo Educação traz para você todas as especificidades que marcam a construção do discurso não literário. Diferentemente do que acontece com os textos literários, nos quais há uma preocupação com o objeto linguístico e também com o estilo, os textos não literários apresentam características bem delimitadas para que possam cumprir sua principal missão, que é, na maioria das vezes, a de informar. Quando pensamos em informação, alguns elementos devem ser elencados, como a objetividade, a transparência e o compromisso com uma linguagem não literária, afastando assim possíveis equívocos na interpretação de um texto. Para ilustrar melhor as diferençasentre linguagem literária e não literária, observe dois textos cuja temática, embora comum a ambos, é abordada em diferentes perspectivas e com escolhas vocabulares bem distintas: Texto 1 (exemplo de linguagem não literária): Piratininga virou São Paulo: o colégio é hoje uma metrópole http://pratica2pvsufcg.blogspot.com.br/2013/03/lingua-portuguesa-dominio- discursivo-e.html (Adaptado) APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 10 Os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega subiram a Serra do Mar, nos idos de 1553, a fim de buscar um local seguro para se instalar e catequizar os índios. Ao atingir o planalto de Piratininga, encontraram o ponto ideal. Tinha m um colégio numa pequena colina, próxima aos rios Tamanduateí e Anhangabaú, onde celebraram uma missa. Era o dia 25 de janeiro de 1554, data que marca o aniversário de São Paulo. Quase cinco séculos depois, o povoado de Piratininga se transformou numa cidade de 11 milhões de habitantes. Daqueles tempos, restam apenas as fundações da construção feita pelos padres e índios no Pateo do Collegio. Piratininga demorou 157 anos para se tornar uma cidade chamada São Paulo, decisão ratificada pelo rei de Portugal. Nessa época, São Paulo ainda era o ponto de partida das bandeiras, expedições que cortavam o interior do Brasil. Tinham como objetivos a busca de minerais preciosos e o aprisionamento de índios para trabalhar como escravos nas minas e lavouras. (Disponível em http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/a-cidade-de-sao- paulo) Texto 2 (exemplo de linguagem literária) Soneto sentimental à cidade de São Paulo Ó cidade tão lírica e tão fria! Mercenária, que importa - basta! - importa Que à noite, quando te repousas morta Lenta e cruel te envolve uma agonia Não te amo à luz plácida do dia Amo-te quando a neblina te transporta Nesse momento, amante, abres-me a porta E eu te possuo nua e fugidia. Sinto como a tua íris fosforeja Entre um poema, um riso e uma cerveja E que mal há se o lar onde se espera Traz saudade de alguma Baviera Se a poesia é tua, e em cada mesa Há um pecador morrendo de beleza? (Vinícius de Moraes) O primeiro texto, publicado em um site de informações sobre a cidade de São Paulo, é um claro exemplo de linguagem não literária. Nele predominam escolhas linguísticas cuja função é transmitir para o leitor um pouco da história da capital paulista, sem que para isso sejam empregados recursos estilísticos, como figuras de linguagem e de construção, elementos próprios dos textos literários. No segundo texto, um poema de Vinícius de Moraes, percebemos claramente que existe uma preocupação com o estilo, o que confere ao texto maior expressividade. Em ambos os textos o objeto é o mesmo, a cidade de São Paulo, no entanto, existem grandes diferenças no que diz respeito ao plano da linguagem. As notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes de dicionários e enciclopédias, as propagandas publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias e os manuais são exemplos de gêneros textuais que empregam a linguagem não literária. No discurso não literário deve predominar uma linguagem objetiva, clara e concisa a fim de que a informação seja repassada de maneira eficiente, livre de possíveis dificuldades que prejudiquem o entendimento do texto. Gêneros como Práticas Histórico-Sociais Segundo Marcuschi os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, portanto, são entidades sócio discursivas e formas de ação social em qualquer situação comunicativa. Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis e dinâmicos. Passemos para uma simples observação histórica do surgimento dos gêneros que revela um conjunto limitado dos mesmos. Após a invenção da escrita alfabética por volta do século VII a.C., multiplicam-se os gêneros, surgindo os tipos da escrita; os gêneros expandem-se com o surgimento da cultura impressa e atualmente a fase denominada cultura eletrônica, particularmente computador (internet) aparece como uma explosão de novo gênero e forma de comunicação, tanto na oralidade como na escrita. Os gêneros textuais caracterizam-se muito mais por suas funções comunicativas; cognitivas e institucionais, do que por suas peculiaridades linguísticas e estruturais. Definição e funcionalidade. Alguns teóricos denominam narração; descrição e diss diferenciando-os das terminologias que são considerados Partindo desse pressuposto e pautando-se no estudo de Marcuschi definimos a seguir: Tipos textuais: sequência definida pela natureza linguística de sua composição (narração, descrição e dissertação); Gêneros Textuais São os textos encontrados no nosso cotidiano e apresentam características sócio comunicativas (carta pessoal ou comercial, diários, agendas, e-mail, orkut, lista de compras, cardápio entre outros). Com referência a Bakhtin, concluímos que é impossível se comunicar verbalmente a não ser por um texto e obriga-nos a compreender tanto as características estruturais (como ele é feito) como as condições sociais (como ele funciona na sociedade). Tipos textuais voltados para as funções sociais dos textos. Informativos; Expositivos; Numerados; Prescritivos; Literário; Argumentativo. Segundo Bakhtin, os gêneros são tipos relativamente estáveis de enunciados elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana. Por essa relatividade a que se refere o autor, pode-se entender que o gênero permite certa flexibilidade quanto à sua composição, favorecendo uma categorização no próprio gênero, isto é, a criação de um subgênero. Tipos textuais como ferramenta. Para Bakhtin, quando um indivíduo utiliza a língua, sempre o faz por meio de um tipo de texto ainda que possa não ter consciência dessa, ou seja, a escolha de um tipo é um dos passos- se não o primeiro- a ser seguido no processo de comunicação. Por isso, os tipos textuais podem ser uma ferramenta que está à disposição do falante, sendo por ele escolhidos da APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 11 maneira que melhor lhe convém para, no processo de comunicação, auxiliá-lo na sua expressão linguística. Tomar um tipo textual como uma estrutura básica normalmente usada em uma determinada situação o torna controla para poder expressar a função maior da linguagem que é atingir uma comunicação, em maior ou menor grau argumentativo, ou seja, uma comunicação cujo objetivo é efetivamente alcançado e concretizado; daí dizer que a argumentação está inscrita no uso da língua. Questões 01. (UFSC Assistente em UFSC/2016) A respeito do gênero do Texto, é CORRETO afirmar que se trata de: (A) uma poesia, pois faz uso das funções enfática e expressiva da linguagem para homenagear as mães em virtude da passagem do Dia das Mães. (B) um anúncio publicitário, caracterizado pelo uso da função conativa da linguagem. Tem como finalidade seduzir o leitor para convencê-lo a comprar um determinado produto. (C) uma reportagem, caracterizada por ser publicada em periódico, ter a função básica de aprofundar as informações acerca de um tema relevante, apresentar ao leitor fatos e considerações e utilizar uma linguagem referencial, preferencialmente objetiva. (D) uma notícia, uma vez que se caracteriza por ser publicada em jornal, relatar um fato recente, explicitando os envolvidos e as circunstâncias em que se deu um fato, e por ser de relevância social para um grande público, apontando causas e consequências. (E) um editorial, caracterizado por emitir a posição de um jornal ou revista acerca de um produto, embora sem indicação deautoria, utilizando uma linguagem subjetiva e expressiva. 02. (IF SUL MG Técnico de Tecnologia da Informação IF SUL MG/2016) O artigo objetiva contribuir para as análises referentes ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) proposto pelo MEC em 2011 e pertencente à Política de Educação Profissional Técnica de nível médio. (I) Problematiza um dos pressupostos do Programa: o de que a qualificação pretendida implica na melhoria da qualidade do Ensino Médio Público. (II) Apresenta, como bases de análise, o contexto do Decreto nº 5154/04, a atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional e as do Ensino Médio e referencial teórico baseado nos conceitos de Estado ampliado e de capitalismo dependente. (III) O PRONATEC ao priorizar a qualificação profissional concomitante ao Ensino Médio Público, mediante parcerias público/privado fragmenta os insuficientes recursos públicos, e promove a descontinuidade em relação à concepção progressista de integração entre Ensino Médio e Educação Profissional. (IV) Paraliza o processo de travessia para a escola unitária e não enfrenta a problemática complexa da qualidade na escola pública. (Fragmento adaptado) Disponível em:<www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/vie w/1713/141>. Acesso em: 02 maio2016. O fragmento em questão é o resumo de um artigo científico. Considerando que, nesse gênero, o uso da língua padrão é necessário, verifica-se que, nos trechos em destaque no próprio texto, houve observância desse uso no trecho: (A) IV. (B) III. (C) II. (D) I. 03. (UFRPE Assistente em Administração SUGEP UFRPE / 2016) A Linguagem verbal e os textos As diferenças que podem ser observadas entre os textos dizem respeito à sua situação de produção e de circulação, inclusive a finalidade a que se destinam. São os chamados gêneros de texto. Por exemplo: se o locutor quer instruir seu interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para a obtenção de um bom resultado, como ocorre numa receita de bolo. Se quer persuadir alguém a consumir um produto, ele argumenta, como faz em um anúncio de chocolate. Se quer contar fatos reais, ele pode escrever uma notícia. Se quer contar uma história ficcional, ele pode produzir um conto. Se quer transmitir conhecimentos, ele deve construir um texto em que exponha com clareza os saberes relacionados ao objeto em foco. Ou seja, quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja ela oral ou escrita, produzimos certos textos que, com poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no tipo de linguagem e de estrutura. Esses textos constituem os pelas pessoas a fim de atender a determinadas necessidades de interação social. De acordo com o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem desaparecer gêneros de pouco uso ou, ainda, um gênero pode sofrer mudanças. Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes elementos que fazem o contexto, tais como: quem está falando ou escrevendo; para quem; com que finalidade; em que momento histórico etc. Os gêneros estão ligados a esferas de circulação da linguagem. Assim, por exemplo, na esfera jornalística, são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais, entrevistas; na esfera da divulgação científica, são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência etc. Desse modo, os gêneros de texto que circulam na sociedade têm uma grande vinculação com o momento histórico-cultural de cada contexto. (William Cereja; Thereza Cochar; Ciley Cleto. Interpretação de textos. São Paulo: Editora Atual, 2009, p. 29. Adaptado) constituem os chamados gêneros textuais e foram historicamente em que o sentido global desse trecho está mantido. (A) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente criados pelas pessoas. (B) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados pelas pessoas. (C) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente criados pelas pessoas. APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 12 (D) Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram historicamente criados pelas pessoas. (E) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente criados pelas pessoas. Gabarito 01. (B) / 02. (C) / 03. (D) Comentários 1. B A função conativa é o mesmo que apelativa; centrada no receptor, no destinatário. Exemplo: Propagandas. 2. C A questão pede o uso da norma padrão da língua, os erros dos trechos são: I) O verbo implicar no sentido de "acarretar", "ocasionar" é transitivo DIRETO. II) Correta -> letra c III) Uso da vírgula errado, a primeira vírgula está separando sujeito do verbo. IV) Escreve-se paraliSa e não paraliZa 3. D Qual o sentido global que apresenta o texto? De adição, note ali a conjunção aditiva "e". Para que mantenhamos o trecho com seu sentido global, temos que substituir a conjunção aditiva por outra conjunção aditiva. a) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente criados pelas pessoas. Aqui temos uma conjunção CAUSAL. b) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados pelas pessoas. Conjunção COMPARARTIVA. c) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente criados pelas pessoas. Conjunção CONFORMATIVA d) Gabarito. Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram historicamente criados pelas pessoas. GABARITO. Não só... Mas também - Conjunção aditiva e) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente criados pelas pessoas. Conjunção ADVERSATIVA TIPOS TEXTUAIS Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer) e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito). Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre determinado assunto. E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de expressão escrita: descrição, narração, dissertação e carta: - Descrição Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma visão; É um tipo de texto figurativo; Retrato de pessoas, ambientes, objetos; Predomínio de atributos; Uso de verbos de ligação; Frequente emprego de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem; Tem como resultado a imagem física ou psicológica. - Narração Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente); É um tipo de texto sequencial; Relato de fatos; Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo; Apresentação de um conflito; Uso de verbos de ação; Geralmente, é mesclada de descrições; O diálogo direto é frequente - Dissertação Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa; É um tipo de texto argumentativo Defesa de um argumento: apresentação de uma tese que será defendida, desenvolvimento ou argumentação, fechamento; Predomínio da linguagem objetiva; Prevalece a denotação. - Carta Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário; É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um tipo de leitor; É necessário que se utilizeuma linguagem adequada com o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a visão daquele para quem o texto está sendo escrito. No entanto abordaremos com mais ênfase os seguintes elementos: Descrição É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em imagens Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa forma, o que será importante ser analisado para um, não será para outro. A vivência de quem descreve também influencia na hora de transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento. Exemplos: Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho. Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande Amor -se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais APOSTILAS OPÇÃO Língua Portuguesa 13 Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da escola que o escritor frequentava. Deve-se notar: - Que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha grande medo ao pai); - Por isso, não existe uma ocorrência que possa ser considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não traçar a cronologia de suas ações); - Ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado; - Se invertêssemos a sequência dos enunciados, não correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica poderíamos mesmo colocar o último período em primeiro lugar e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes... Características - Ao fazer a descrição enumeramos características, comparações e inúmeros elementos sensoriais; - As personagens podem ser caracterizadas física e psicologicamente, ou pelas ações; - A descrição pode ser considerada um dos elementos constitutivos da dissertação e da argumentação; - É impossível separar narração de descrição; - O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza; - Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo: parecia mais velha pelo desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que parecem conformados expressamente para esposas da (Raul Pompéia O Ateneu); - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus enunciados; - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que se usem então as formas nominais, o presente e o pretérito imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos verbos que indiquem estado ou fenômeno. - Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto. A característica fundamental de um texto descritivo é essa inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em relação a um marco temporal pretérito instalado no texto. Para transformar uma descrição numa narração, bastaria introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um estado anterior para um posterior. No caso do texto 2 inicial, para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso grande medo do pai. Mais tarde, libertou-se desse medo... Características Linguísticas O enunciado narrativo, por ter a representação de um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela temporalidade, na relação situação inicial e situação final, enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação, é atemporal. Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático- semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão: - Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar); - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é descrito; - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações, sinestesias); - Uso de advérbios de localização espacial. Recursos - Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas. Ex.: - Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas, concretas. Ex.: As criaturas humanas transpareciam um céu seren - As sensações de movimento e cor embelezam o poder da natureza e a figura do homem. Ex.: Era um verde transparente - A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do texto. Ex.: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O Formas para a apresentação da Descrição 1) Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex.: Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: porta central que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de guilhotina para cada lado. Era feita de pau a pique barreado, dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Telhado de quatro águas. Pintada de roxo- claro. Devia ser mais velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois a Rua Direita sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha e fugindo ligeiramente do ali (Pedro Nava Baú de Ossos) 2) Descrição Subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar ou expressar seus sentimentos. Ex.: que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu!