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Parasitologia - Amebas-parasitas-do-homem -LUCAS

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09/06/2015 
1 
Lucas Silva de Faria 
Profa. Dra. Raquel Borges Moroni 
 
Amebas parasitas dos 
seres humanos 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
Instituto de Ciências Biomédicas 
Curso de Ciências Biológicas 
Disciplina de Parasitologia 
1 
Classificação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais espécies e gêneros: 
Entamoeba histolytica/dispar; E. coli; E. moshkovskii 
Acanthamoeba sp.; Naegleria sp. 
Neves et al., 2004 
2 
Características Gerais 
Patogênica: 
 
Entamoeba histolytica - Amebíase 
 
Não patogênicas: 
 
Entamoeba dispar 
E. coli 
E. moshkovskii – vida livre 
 
Vida livre eventualmente patogênicas: 
 
Hartmannella sp. 
Acanthamoeba spp. 
Naegleria fowleri 
Balamuthia mandrillaris 
 
 
 
 
3 
Amebíase 
Agente etiológico: 
Entamoeba histolytica 
 
Infecção sintomática ou assintomática 
Pode afetar o intestino grosso, pulmão, fígado e cérebro 
 
Entamoeba histolytica/dispar – morfologicamente idênticas 
Microscopia de luz 
Distinção genética 
E. dispar – não patogênica 
E. histolytica – desenvolvimento de anticorpos (invasão tecidual) 
 
 
 
 
4 
Morfologia 
 
 
 
 
E. histolytica/dispar 
CISTO 
CARIOSSOMA ou 
ENDOSSOMA 
TROFOZOÍTO 
Entamoeba coli 
REY, 2010 
5 
Morfologia – Entamoeba histolytica/dispar 
Trofozoíto: 
 
20-40µm diâmetro 
Forma invasiva – movimentação ativa 
Exame de fezes líquidas 
Alongada com um pseudópode anterior 
Ecto e endoplasma 
Vacúolos com bactérias fagocitadas 
Núcleo excêntrico 
Cariossoma central 
 
 
 
 
 
 
http://csabio.tk/1221/entamoeba-histolytica/ 
REY, 2010 6 
09/06/2015 
2 
Morfologia – Entamoeba histolytica/dispar 
Cistos: 
 
Habitat – intestino grosso 
10-15µm 
1 a 4 núcleos 
Forma de resistência 
Parede cística delgada 
Núcleo geralmente localizado marginalmente 
Cariossoma central (pouco excêntrico) 
Corpos cromatoides em forma de bastonetes 
Vacúolos de glicogênio 
 
 
 
 
 
7 
Morfologia – Entamoeba histolytica/dispar 
 
 
 
 
8 
Morfologia – Entamoeba coli 
Trofozoíto: 
 
Núcleo com cariossoma excêntrico 
Núcleo com anel de grânulos periféricos 
Endoplasma com vacúolos (bactérias fagocitadas) 
 
 
 
 
 
 
CDC, ACESSO 2015. 9 
Morfologia – Entamoeba coli 
Cisto: 
 
Esféricos e ovoides 
Parede cística espessa 
1 a 8 núcleos 
5 a 8 (seres humanos) 
Cariossoma irregular e excêntrico 
Corpos cromatoides em forma de agulhas 
 
 
 
 
 
 
 
CDC, ACESSO 2015. 
10 
Morfologia – Entamoeba coli 
 
 
 
 
 
 
http://es.slideshare.net/alan232425/comensales 
11 
Morfologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neves et al., 2004 
12 
09/06/2015 
3 
Transmissão 
Ingestão de cistos viáveis de origem fecal 
 
Direta: 
Mãos sujas 
Hábito de roer unhas 
Assistência a eliminadores de cistos 
 
Indireta: 
Alimentos 
Adubação com fezes humanas (alimentos) 
Água poluída com dejetos 
Transporte mecânico por insetos 
 
 
 
 
CDC, ACESSO 2015. 
13 
Ciclo Biológico – Entamoeba histolytica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo Não Patogênico: 
Luz intestinal 
Ciclo Patogênico: 
- Invasão tecidual 
-Trofozoítos maiores 
- Divisão binária 
Fase cística: 
Fezes formadas (resistência) 
 
Invasão tecidual (trofozoítos): 
Mucosa intestinal, fígado, 
pulmões e pele 
14 
Morfologia – E. coli 
 
 
 
 
LESÕES EXTRAINTESTINAIS 
INVASÃO 
INTESTINO 
GROSSO 
DISSEMINAÇÃO 
ULCERAÇÃO 
AMEBOMA 
EXCISTAÇÃO 
INTESTINO 
DELGADO CISTO 
METACISTO 
TROFOZOÍTOS 
METACÍSTICOS 
INVASÃO 
INVASÃO 
ENCISTAMENTO 
DIARREIA 
PRÉ-CISTO 
CISTO 
Corpos de inclusão 
Divisões do 
núcleo 
FEZES SEMI/ 
SÓLIDAS 
TROFOZOÍTO 
PRÉ-CISTO 
CISTO TROFOZOÍTO 
CHIODINI; MOODY. MANSER, 2001 
15 
Patologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
Invasão da mucosa 
Extensão da mucosa – 
necrose lateral 
Coalescência das lesões 
Necrose da submucosa 
e camada muscular 
Peritonite e Hemorragia 
Infecções secundárias 
Ameboma – cápsula 
fibrosa com amebas e 
tecido necrosado 
Invasão de vasos 
sanguíneos - 
Disseminação 
CHIODINI; MOODY. MANSER, 2001 
16 
Patogenicidade e Virulência 
Flora microbiana associada 
Estado de nutrição do hospedeiro 
Imunidade (medicamentos/gravidez) 
Polimorfismo de receptores de lectinas 
Cepas e linhagens 
Proteases e moléculas de adesão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amebíase não invasiva 
Assintomáticos 
Amebíase invasiva 
QUADRO CLÍNICO 
FORMA BRANDA FORMA GRAVE 
- Desconforto abdominal - Disseminação no sangue 
- Sangue ou muco nas fezes (8 a 10 
vezes/dia) 
- Abscessos no fígado, pulmões ou 
cérebro 
- Diarreia aguda e fulminante - Óbito 
- Febre e calafrios SKAPPAK et al., 2011 
17 
Amebíase intestinal 
Ulcerações na mucosa (ceco, reto e cólon sigmoide) 
Disenteria amebiana 
Febre, diarreia, dores 
Colite amebiana crônica 
Forma fulminante 
Risco (gravidez, AIDS) 
 
 
 
 
 
 
 
18 
09/06/2015 
4 
Amebíase hepática 
1/3 dos óbitos – Abscessos 
Evolução silenciosa 
Dor no hipocôndrio direito 
Febre 
Náuseas, Fraqueza, perda de peso 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Amebíase em outros órgãos 
Pleuropulmonar: 
Febre, dores torácicas, expectoração de líquido escuro 
Associado com manifestações hepáticas 
 
 
Cerebral: 
Febre, anorexia, perda de peso 
Formas graves de amebíase hepática e pulmonar 
Meningoencefalites 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Amebíase Cutânea 
 
 
 
 
 
 
 
 Transmissão sexual 
 
Trofozoítos em biópsia 
 
21 
Diagnóstico 
Clínico: 
Colonoscopia 
 
Parasitológico: 
Fezes frescas – repetição de exames (liberação irregular) 
Esfregaço de mucosa (aspiração de úlceras) 
 
Fezes líquidas (aguda): Trofozoítas 
Exame direto a fresco - Hematoxilina férrica 
Fezes formadas: Cistos 
Centrífugo-flutuação com Sulfato de Zinco 
Chacín-Bonilla, 2013 – diluição em sol. Salina e coloração com iodo 
 
 
 
 
 
COURA, 2005; DE CARLI, 2001 
22 
PCR Multiplex. 1. E. dispar. 2. 
E. hitolytica. 
SANTOS ET AL., 2007. 
Diagnóstico 
Imunológico: 
Imunofluorescência indireta 
ELISA 
Contra-imunoeletroforese 
Antígeno GIAP 
 
Molecular: 
 PCR 
 Epidemiologia 
 Detecção do modelo de transmissão 
 Previsão dos riscos da doença em uma população 
 Dados de morbidade e mortalidade 
 
 
 
 
 
23 
Epidemiologia 
50 milhões de casos anuais 
100.000 óbitos anuais 
2° doença parasitária em mortalidade 
Prevalência mundial 
 
Risco de doença grave: 
Grávidas 
Imunocomprometidos 
Corticoesteróides 
Associação com diabetes e etilismo 
 
 
 
 
 
 
 
 OLIVEIRA et al., 2015 
24 
09/06/2015 
5 
Epidemiologia 
Prevalência mundial 
Países tropicais e subdesenvolvidos 
Distribuição da disenteria amebiana 
 
 
 
 
 
 
 
MEHLHORN, 2008. 
25 
Epidemiologia 
Distribuição Geográfica no Brasil: 
 
 Taxas de endemicidade 
 
 AM, PA, CE – E. histolytica 
 PE, *BH, BA – E. histolytica/dispar 
 Novo Mundo (20-30%) 
 
 
 
 
 
 
 
MEHLHORN, 2008. 
Fonte: Google Imagens 
6,8% 
14,9% 29,5% 
5% 
26 
ProfilaxiaLevantamento epidemiológico 
 Distinção entre espécies 
 
 Educação Sanitária 
 Saneamento Básico 
 Tratamento das fontes de infecção 
 Proteção dos indivíduos de alto risco 
 
 
 
 
 
 
 
REY, 2010.; BRASIL, 2010. 
27 
Amebas de vida livre potencialmente patogênicas 
 
 Protozoários oportunistas 
 
 Ambiente externo como habitat natural 
 
 Ocasionalmente infecta homens e outros animais 
 
 Ampla distribuição na natureza 
 
 
 
 Muito resistentes 
 
 
 
 
 
 
 
Variações de pH 
Temperatura 
Concentrações de cloro 
Sistemas de desinfecção 
Borges-Pereira, in Coura, ; Di Filippo et al., 2015 
28 
Hábitat 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amebas de Vida Livre (AVL): 
 
Água 
Sedimentos de oceano 
Água mineral 
Água de rede de 
distribuição 
Piscinas 
Rios 
Lagos 
Solo 
 
 
 
 
Ar condicionado 
Lentes de contato 
Material de diálise 
Instrumental cirúrgico 
 
 
 
 
29 
Balamuthia mandrillaris 
 Solo 
 Infecções cutâneas, encefalite 
 Imunocomprometidos, crianças e idosos 
 
 
 
 
 
 
 Porta de entrada: pele lesionada e trato respiratório 
 Encefalotrópica 
 Cefaleia, fotofobia, febre, mudança de personalidade, 
convulsões e disseminação para outros órgãos (rins, pâncreas e 
pulmão) 
 
 
 
 
 
Trabelsi et al., 2012 
Cistos: 12-30µm, 
uninuclear 
Trofozoítos: 50-60µm, 
com 1 núcleo vesicular 
30 
09/06/2015 
6 
Balamuthia mandrillaris 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Acanthamoeba sp. 
 Oceanos, 
 Areia de praia 
 Esgotos 
 Vasos de plantas 
 Aquário 
 Humidificadores 
 Aquecedores 
 Ambientes hospitalares 
 Lentes de contato 
 Equipamentos dentários 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabelsi et al., 2012 
Cistos: uninucleados, com dupla 
membrana ( ecto- e endocistos) e 
poros (ostíolos) 
Trofozoítos: 8-40µm, um núcleo e 
projeções finas (acantopódios) 32 
Acanthamoeba sp. 
 Patogenia: 
 
 Encefalite Granulomatosa Amebiana (GAE) 
 
 Acantamebíase Nasofaríngea e Cutânea – 
imunocomprometidos 
 
 Ceratite – lentes de contato 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabelsi et al., 2012 
33 
Naegleria fowleri 
 Lagos, brejos, fontes termais, piscinas, esgotos (água doce) 
 
 
 Trofozoíto ameboide – infectante, aparência granular e 1 
núcleo 
 Trofozoíto flagelado – 2 flagelos (condições adversas) 
 Cisto – Parede lisa (dupla) com 1 núcleo, sem ostíolo 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabelsi et al., 2012 
34 
Naegleria fowleri 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CDC, 2015 
35 
Naegleria fowleri 
 Meningoencefalite Amebiana Primária: 
 
 Infecção via olfativa 
 Pacientes de 7 a 20 anos 
 Início: Cefaleia, febre, rinite 
 Evolução: Febre intensa, rigidez de nuca, vômitos, 
desorientação, coma, morte (5 a 6 dias – 95% casos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CDC., 2015 
36 
09/06/2015 
7 
Naegleria fowleri – Fatores de risco 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Naegleria fowleri – Fatores de risco 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
Naegleria fowleri – Fatores de risco 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
Referências Bibliográficas 
CHIODINI, P. L.; MOODY, A. H.; MANSER, D. W. Medical Helminthology and 
Protozoology, 4 ed. London: Churchill Livingstone, 2001. 
 
DI FILIPPO, M. M.; SANTORO, M.; LOVREGLIO, P.; MONNO, R.; CAPOLONGO, C.; CALIA, 
C.; FUMAROLO, L.; D’AFONSO, R.; BERRILLI, F.; DI CAVE, D. Isolation and Molecular 
Characterization of Free-Living Amoebae from Different Water Sources in Italy, v. 12, p. 
3417-3427, 2015. 
 
NEVES, D. P. Amebas de Vida Livre. In: NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M.; VITOR, R. 
W. A. Parasitologia Humana, 12 ed., São Paulo: Atheneu, 2011. 
 
REY, L. Parasitologia, 4 ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
SIDDIQUI R., KHAN, N. A. Primary Amoebic Meningoencephalitis Caused by Naegleria 
fowleri: An Old Enemy Presenting New Challenges. PLOS Neglected Tropical Diseases. v. 
8, e3017, 2014. 
 
TRABELSI H.; DENDANA, F.; SELLAMI, A.; SELLAMI, H.; CHEIKHROUHOU, F.; HEJI, S.; 
MAKNI, F.; AYADI, A. Pathogenic Free-Living Amoebae: Epidemiology and Clinical 
Review, v. 60, p. 399-405, 2012. 
 
http://www.cdc.gov/ 
 
 
 
 
40 
Amebas - Prática 
Entamoeba histolytica: 
 
Cistos: 
1 a 4 núcleos 
Cariossoma centralizado 
Corpos cromatoides em bastão 
 
 
 
 
 
 
Trofozoítos: 
1 núcleo com cariossoma centralizado 
Ecto e endoplasma 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Amebas - Prática 
Entamoeba coli: 
 
Cistos: (fezes frescas – lugol) 
5 a 8 núcleos 
Cariossoma excêntrico 
Corpos cromatoides em forma de agulha 
 
 
 
 
Trofozoítos: 
1 núcleo com cariossoma excêntrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
09/06/2015 
8 
Obrigado!! 
 
 
 
 
43

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