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Operação e Manutenção de um Parque Eólico_Análise de Risco

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UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIAS 
Escola de Ciências Económicas e das Organizações 
Pós-Graduação em Segurança e Higiene do Trabalho 
Ano Letivo 2013/2014 
 
 
 
 
 
Operação e Manutenção de um Parque Eólico 
Análise de Riscos 
 
 
 
 
 
 
Ângela Maria Moreira Fontes Miguel 
 
 
 
 
 
Unidade Curricular: Trabalho Final de Curso em Contexto Real 
Orientador: Professor Doutor Hélder Miguel Fernandes Silva 
 
 
 
 
 
Lisboa 
Outubro, 2014 
 
 
 
II 
Índice 
 
Siglas, Abreviaturas e Unidades ................................................................................................... IV 
1. Introdução ................................................................................................................................. 1 
1.1. Enquadramento.................................................................................................................. 2 
1.2. Objetivo .............................................................................................................................. 3 
1.3. Estrutura do trabalho ......................................................................................................... 3 
2. Parques Eólicos .......................................................................................................................... 4 
2.1. Energia Eólica ..................................................................................................................... 4 
2.2. Equipamentos de um Parque Eólico .................................................................................. 5 
2.2.1. Aerogeradores ............................................................................................................. 6 
2.2.2. Subestação .................................................................................................................. 8 
3. Análise de Riscos ....................................................................................................................... 9 
3.1. Tarefas O&M ...................................................................................................................... 9 
3.1.1. Características das atividades ................................................................................... 10 
3.1.1.1. Localização de acesso difícil ............................................................................... 12 
3.1.1.2. Trabalho em altura ............................................................................................. 12 
3.1.1.3. Posturas adotadas e carga física exigida ............................................................ 14 
3.1.1.4. Trabalho com eletricidade ................................................................................. 14 
3.1.1.5. Realização de trabalhos em ambientes ruidosos ............................................... 15 
3.1.2. Listagem de perigos e riscos...................................................................................... 16 
3.2. Caso de estudo ................................................................................................................. 17 
3.2.1. Breve caracterização da Empresa ............................................................................. 17 
3.2.2. Caracterização dos Recursos Humanos..................................................................... 18 
3.2.3. Caracterização das Instalações.................................................................................. 18 
3.2.3.1. Aerogeradores ENERCON E-30 ........................................................................... 19 
3.2.3.2. Subestação BT/MT ............................................................................................. 19 
3.2.4. Identificação das Atividades ...................................................................................... 20 
III 
3.2.5. Método de avaliação de risco utilizado .................................................................... 22 
3.2.6. Identificação e valoração dos riscos .......................................................................... 26 
3.2.7. Conclusões e Recomendações .................................................................................. 36 
4. Medidas de Controlo ............................................................................................................... 38 
4.1. Medidas Gerais – Instalações do Parque Eólico ............................................................... 38 
4.2. Medidas Gerais – Atividades O&M .................................................................................. 39 
4.3. Risco de natureza postural ............................................................................................... 41 
4.4. Risco de eletrização/eletrocussão .................................................................................... 42 
4.5. Risco de queda em altura ................................................................................................. 43 
4.6. Risco de exposição em ruído ............................................................................................ 44 
4.8. Outras medidas ................................................................................................................ 45 
4.8.1. Prestadores de Serviço .............................................................................................. 45 
4.8.2. Autorizações de Trabalho .......................................................................................... 45 
4.8.3. Manutenção .............................................................................................................. 45 
5. Bibliografia .............................................................................................................................. 47 
Anexo I ............................................................................................................................................ i 
Anexo II – Lista de Verificação: Fatores gerais de análise ........................................................... ii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IV 
Siglas, Abreviaturas e Unidades 
AMA – Australian Medical Association 
BWE – German Wind Energy Association 
CA – Corrente alternada 
CC – Corrente contínua 
CCTV - closed-circuit television 
CO2 – dióxido de carbon 
DHHS - Department of Health and Human Services 
EWEA – European Wind Energy Association 
LME – lesões músculo-esqueléticas 
LOTO – Lockout/Tagout 
MAOTE – Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia 
MW – Megawatt 
MVA – Mega Volt Ampere 
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health 
O&M – Operação e Manutenção 
OEM – Original Equipment Manufacturer 
OIT – Organização Mundial do Trabalho 
SSHT - Segurança, Saúde e Higiene do Trabalho 
SST - Segurança, Saúde do Trabalho 
TEH – Turbina de eixo horizontal 
UE – União Europeia 
WWEA - World Wind Energy Association 
 
1 
 
1. Introdução 
 
A longo prazo, a sobrevivência da Humanidade depende de 
uma harmonia entre a sociedade e a natureza. O clima, que 
não é senão uma das características do nosso ambiente 
natural, requer que seja gerido com prudência. 
(World Meteorological Organization, 1979) 
 
Atualmente, assim como na primeira Conferência Mundial sobre o Clima, em 1979, as 
preocupações relativas às alterações climáticas, assim como ao aumento da concentração de 
dióxido de carbono da atmosfera, continuam a fazer parte da agenda global. 
As alternativas aos combustíveis fósseis são consideradas elementos chave para que os países 
possam atingir os seus objetivos em matéria de clima e sustentabilidade energética, tendo 
como principais indicadoresas emissões de gases com efeito de estufa, a percentagem de 
energias renováveis no consumo energético final e a eficiência energética (Comissão Europeia, 
2014). 
Neste sentindo, a aposta nas fontes de energia renovável para a produção de eletricidade tem 
conhecido um grande desenvolvimento. No ano de 2013, mais de 72% de toda a nova 
capacidade instalada na UE, teve origem em fontes renováveis (EWEA, 2014). No gráfico da 
Figura 1 apresentam-se, para o mesmo ano, o contributo das diferentes tecnologias na nova 
capacidade instalada renovável. 
 
Figura 1 – Percentagem da nova potência instalada renovável na UE, no ano de 2013, 
em MW num total de 25 450 MW. (Fonte: EWEA, 2014). 
 
Eólica
11,159
44%
Fotovoltaica
11,010
43%
Biomassa
1,455
6%
Hidroelétrica
1,216
5%
Solar 
concentrada 
419
1%
Resíduos
180
1%
Geotérmica
10
0%
Marés, 
ondas, 
oceanos
1
0%
2 
 
Do conjunto de energias renováveis exposto na Figura 1, têm especial destaque a energia solar 
(fotovoltaica) e a energia eólica. Verifica-se que a energia eólica representou 44% do total da 
aposta da UE na energia renovável, no ano transato, assumindo a liderança no sector. Também 
a nível interno, em Portugal, tem vindo a verificar-se um forte desenvolvimento da energia 
eólica, tendo a potência instalada aumentando dos 1 063 MW no ano de 2005 para um total 
de 4 808 MW em julho de 20141 (DGEG, 2014). É neste contexto de crescimento da tecnologia 
eólica que se insere o presente trabalho. 
 
1.1. Enquadramento 
Considerando a evolução positiva do mercado da energia eólica, importa conhecer as 
características do trabalho inerentes a esta indústria e aferir sobre a saúde e a segurança no 
trabalho, ou seja, sobre o bem-estar social, mental e físico dos trabalhadores (Bureau 
Internacional do Trabalho, 2009) do sector, especificamente nas atividades de operação e 
manutenção (O&M), que são o caminho para uma indústria cada vez mais otimizada, afetando 
desde a rentabilidade, a segurança, a conformidade ambiental, a vida útil do equipamento, e 
até a confiança dos consumidores. 
Atendendo ao carácter diversificado da indústria da energia eólica, ao constante 
desenvolvimento tecnológico, à introdução de novos processos e materiais e ainda à 
multidisciplinaridade do seu ambiente de trabalho, a avaliação de riscos sistemática das 
atividades associadas ao funcionamento das instalações torna-se fundamental para a 
implementação, na prática, de uma política de prevenção. Além da exigência legal para as 
organizações em assegurar a segurança e saúde dos trabalhadores e do aumento da 
fiscalização no sector eólico (Bayar, 2014), os procedimentos de segurança estão a tornar-se 
parte integrante da estratégia comercial das empresas, devido ao seu carácter crítico para o 
negócio, quer em termos de taxa de absentismo e nível de permanência de trabalhadores no 
sector, quer em termos de reputação empresarial. 
Neste contexto, o trabalho realizado consistiu no exame de todos os aspetos dos locais 
existentes numa instalação de um Parque Eólico, adiante designado por Parque, tendo em 
vista a identificação dos riscos que podem vir a afetar a saúde, segurança e o conforto dos 
trabalhadores, e que possam contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalho e doenças 
profissionais e, consequentemente, para a diminuição da produtividade e da qualidade dos 
serviços prestados. 
 
1 Ano-móvel: agosto de 2013 a julho de 2014. 
3 
 
O trabalho apresentado foi elaborado no âmbito da Pós-graduação em Segurança e Higiene do 
Trabalho da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. 
 
1.2. Objetivo 
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados da identificação e análise de 
riscos inerentes à realização das diversas atividades nos locais que compõem o Parque Eólico 
em estudo, focando-se os riscos típicos associados à exploração do Parque e sugerindo-se 
algumas medidas de controlo. 
 
1.3. Estrutura do trabalho 
Este estudo está organizado em 4 capítulos. No Capítulo 2 faz-se uma breve caracterização dos 
parques eólicos, nomeadamente acerca dos princípios fundamentais da energia eólica e 
quanto aos principais equipamentos que os constituem, e em particular do tipo de 
equipamentos presentes Parque em análise. 
No Capitulo 3 é feita a análise de riscos, começando-se pela caracterização das principais 
tarefas. Posteriormente apresenta-se o caso de estudo, fazendo-se uma pequena descrição do 
Parque, identificação dos perigos, avaliação do nível dos riscos detetados por atividade e 
caracterização do nível de intervenção ou de controlo dos mesmos. 
Por último, no Capítulo 4, são apresentadas algumas propostas ou medidas tendentes à 
eliminação ou minimização dos riscos identificados. 
No Anexo I apresenta-se um vista geral da disposição do Parque e no Anexo II encontra-se a 
lista de verificação utilizada para a análise das instalações. 
 
4 
 
2. Parques Eólicos 
O vento é o movimento do ar em relação à superfície do globo terrestre e corresponde à 
transformação da energia radiante recebida do Sol em energia cinética (Espírito-Santo, 2003). 
Este tem como principais causas o desigual aquecimento da superfície do globo – dependente 
da latitude (máximo nas regiões equatoriais e mínimo nas regiões polares), da época do ano 
(verão e inverno), do período do dia (dia e noite), da natureza da superfície (água, terra) e da 
presença de nuvens (Falcão, 2007) – e o movimento de rotação da Terra. 
A energia eólica, produzida a partir da força dos ventos, tem sido aproveitada pelo Homem em 
diversas atividades, desde há cerca de 4 mil anos, através do uso de velas na navegação 
marítima, ou através de moinhos de eixo vertical que eram utilizados para irrigar os campos, 
em 1700 a.C. (BWE apud WWEA, 2006). Mas foi no advento da eletricidade, no século XX, 
associado ao desenvolvimento da aerodinâmica dos aviões (Falcão, 2007), que apareceram os 
primeiros modelos semelhantes às modernas turbinas eólicas atuais (Brizon et al., 2004). Na 
sequência do choque petrolífero de 1973, muitos países iniciaram programas significativos de 
investigação e desenvolvimento no âmbito do aproveitamento da energia do vento para 
produção de eletricidade, iniciando-se o desenvolvimento das modernas turbinas de eixo 
horizontal de maiores potências (Castro, 2005). Consequentemente, o aproveitamento da 
energia eólica começou a expandir-se numa escala significativa, em termos de geração, 
eficiência e competitividade sustentável ao nível do setor elétrico e da indústria. 
 
2.1. Energia Eólica 
O aproveitamento da energia do vento para a produção de eletricidade por uma turbina eólica 
ou um aerogerador, consiste na utilização da energia cinética do vento para movimentar o 
veio do rotor, convertendo-a em energia mecânica que, posteriormente é convertida em 
energia elétrica por um gerador acoplado à turbina. A energia elétrica assim produzida pode 
ter diversas aplicações, sendo a distribuição pela rede elétrica a aplicação mais comum (Figura 
2). 
 
 
 
 
5 
 
 
Figura 2 – Princípio de funcionamento do aproveitamento da energia do vento para a produção de energia 
elétrica (Adaptado de Brizon et al., 2004). 
 
Sendo assim, o aerogerador não é nada mais que o dispositivo destinado a produzir energia 
elétrica a partir da energia cinética contida no vento, e a turbina eólica é um de seus principais 
componentes, responsável pela captura da energia cinética do vento. 
Os termos aerogerador/turbina eólica são as formas mais comuns de designar os sistemas de 
conversão de energia eólica em energia elétrica,sendo que ao longo deste trabalho, são 
ambos usados de modo indiferenciado. 
 
2.2. Equipamentos de um Parque Eólico 
Os aerogeradores (Figura 3) quando associados entre si, constituem as instalações 
denominadas parques eólicos. Estes estão normalmente ligados por cabos subterrâneos a uma 
subestação elevatória, a qual faz a ligação à rede de distribuição elétrica e que pode comportar 
a sala de comando e outras instalações auxiliares. 
 
Figura 3 – Principais componentes de aerogerador: 1) torre; 2) nacelle; 3) rotor; 4) pás do rotor. 
 (Adaptado de Enercon Hellas, s.d.). 
 
 
6 
 
2.2.1. Aerogeradores 
Um aerogerador típico, como se pode observar na Figura 3, é constituído pelos seguintes 
componentes: torre, nacelle e rotor. 
A torre permite sustentar a nacelle e o rotor, colocando o eixo da turbina a uma altura 
suficiente e adequada às características do vento, e é em geral constituída por várias secções 
de forma tubular com diâmetro ligeiramente decrescente da base para o topo. No seu interior 
possui um sistema de escadas (ou elevador, dependendo das infraestruturas), sendo 
subdividida por várias plataformas horizontais. A torre assenta numa fundação de betão e tem 
também como função transportar a cablagem entre a nacelle e a rede de distribuição, e 
permitir o acesso de pessoas para atividades de operação e manutenção. Na sua base ficam 
ainda instalados outros equipamentos de apoio ao sistema. 
A nacelle é o invólucro que encerra grande parte dos órgãos mecânicos e elétricos do sistema 
(Figura 4), tais como o gerador elétrico, sistemas de controlo, de medição e transmissão 
mecânica, sistema de refrigeração, mecanismo de orientação direcional, entre outros 
componentes. A nacelle assenta no cimo da torre por intermédio do mecanismo direcional que 
permite orientar o eixo da turbina segundo a direção do vento. O gerador elétrico é 
responsável pela produção de eletricidade e pode produzir quer em corrente contínua (CC) 
quer em corrente alternada (AC) (Brizon et al., 2004). O alternador pode ainda ser uma 
máquina síncrona ou assíncrona, funcionando a velocidade constante ou variável. 
 
Figura 4 – Interior da nacelle de uma turbina eólica, sem caixa de velocidades: 1) porta de apoio principal; 2) 
mecanismo de orientação direcional; 3) gerador; 4) fixador das pás ao eixo; 5) cubo do rotor; 6) pás do rotor; 7) 
anemómetro. (Adaptado de Enercon GmbH, 2010). 
 
7 
 
 
O rotor é constituído por pás fixadas a um cubo, que aciona o gerador por intermédio dum 
veio e um multiplicador de velocidade mecânico (caixa de velocidades com engrenagens) ou 
por acionamento direto (Falcão, 2007), ou seja, neste último caso o componente rotativo do 
gerador e o rotor constituem uma peça única, pois o gerador está acoplado diretamente ao 
cubo do rotor. 
As turbinas eólicas são então projetadas para gerarem a máxima potência a uma determinada 
velocidade do vento. Esta potência é conhecida como potência nominal e a velocidade do 
vento a que ela é atingida é designada velocidade nominal do vento (Castro, 2005). Em 
situações de extrema velocidade de vento (incluindo o efeito de rajadas), é necessário perder 
parte do excesso de energia do vento, a fim de evitar danificar a turbina eólica. Para tal, 
existem dois tipos de mecanismo de controlo do passo das pás: controlo do ângulo de passo 
(pitch control) ou por perda aerodinâmica (stall regulation). Nas turbinas eólicas com controlo 
de passo, o cubo, além de conter os rolamentos para a fixação das pás, acomoda também os 
motores para ajuste do ângulo de ataque (Resende, 2011). 
Nas turbinas modernas verifica-se a dominância de algumas opções básicas de projeto, 
designadamente (Castro, 2005): as turbinas de eixo horizontal relativamente às de eixo vertical 
(ex.: rotor de Savonius e de Darrieus – Falcão, 2007 e Brizon et al., 2004); os rotores são 
constituídos quase sempre por três pás, raramente duas; e a colocação do rotor à frente da 
torre relativamente à sua colocação a jusante, denominadas eólicas frontais em relação à 
direção do vento (upwind). As diferenças entre fabricantes subsistem principalmente ao nível 
dos materiais empregues no fabrico das pás e torre, do tipo de rotor (flexível ou rígido), da 
escolha por acionamento direto do gerador ou por caixa de velocidades, do sistema de 
controlo da potência para velocidades do vento acima da nominal, do tipo de gerador elétrico 
e do modo de exploração. 
Os elementos da cadeia de conversão de energia podem, então, ser combinados de diversas 
formas. Os aerogeradores instalados no Parque em estudo apresentam as seguintes 
características técnicas: turbina com velocidade variável e controlo de pitch; rotor rígido 
acoplado diretamente a um gerador síncrono multipolar, que se encontra ligado à rede através 
de um conversor eletrónico de potência integral. 
 
 
8 
 
A configuração do sistema de velocidade variável, presente no Parque, é representada na 
Figura 5. 
 
Figura 5 – Sistema de velocidade variável (Resende, 2011). 
 
A opção por um acionamento direto do gerador, apesar de implicar o aumento substancial da 
dimensão e custo do gerador, aumentando o número de pares de polos necessários para o seu 
funcionamento (Falcão, 2007), permite uma considerável redução do nível de ruído produzido, 
do consumo de óleos lubrificantes, do desgaste mecânico e ainda de perdas de energia entre o 
rotor e o gerador (Castro, 2005). 
 
2.2.2. Subestação 
A subestação é a área do parque eólico onde se procede à elevação de tensão, que será 
transportada e injetada na rede, podendo ser exterior ou interior. Nesta, encontram-se 
diversos equipamentos de proteção e manobra que permitem o funcionamento em 
conformidade do parque eólico, bem como da rede ao qual se encontra interligado. De um 
modo geral, no caso de uma subestação MT/BT, das celas de BT do edifício de comando é 
estabelecida a ligação aos transformadores de potência que elevam o potencial para valores 
superiores a 1 kV (normalmente valores de 10, 15 e 30 kV nas redes de distribuição urbana e 
rural – EDP, 2009). Segue-se um conjunto de ligações de equipamentos, denominados 
equipamentos de apoio, como transformadores de tensão (TT), transformadores de 
intensidade (TI), disjuntor, etc. 
No Parque em análise, a subestação é interior, ficando instalada num edifício (com zona BT e 
zona MT), juntamente com o posto de comando, onde se procede ao controlo e monitorização 
do Parque Eólico. 
 
9 
 
3. Análise de Riscos 
Chrita Sedlatschek, Diretora da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-
OSHA, 2012) deixa-nos o repto: “O êxito de uma empresa depende da assunção de riscos 
calculados. A prevenção constitui a abordagem mais eficaz para a minimização desses riscos, 
permitindo às empresas limitar os imprevistos. Através da avaliação dos riscos e da execução 
das necessárias medidas preventivas, as empresas podem melhorar a sua produtividade, e 
consequentemente, também as suas margens de lucro.” A avaliação de riscos constitui, então, 
uma base fundamental para a implementação de medidas de controlo ocupacionais e para a 
gestão da segurança e saúde no trabalho, permitindo que as organizações tomem as medidas 
necessárias para proteger a segurança e a saúde dos seus trabalhadores, ao mesmo tempo 
que, de um modo geral, melhora o desempenho das empresas. 
A Diretiva n.º 89/391/CEE, transposta para a ordem jurídica interna pela Lei n.º 3/2014, que 
tem por objeto a execução de medidas destinadas a promover o melhoramento da segurança 
e da saúde dos trabalhadores no trabalho, refere que todas as entidade patronais, de qualquer 
setor, são obrigadas a assegurar a segurança e a saúdedos trabalhadores em todos os aspetos 
relacionados com o trabalho, devendo, de acordo com a natureza das atividades da 
organização, avaliar os riscos para a segurança e a saúde dos trabalhadores. Também na 
indústria eólica, e particularmente no setor de O&M, a avaliação dos riscos deve ser 
indispensável para a execução, na prática, de uma política de prevenção, pelo que a avaliação 
deve ser sistemática e dar lugar à elaboração de planos de ações preventivas com impacto na 
melhoria das condições de trabalho, de segurança e saúde dos trabalhadores. 
Nos próximos capítulos, procede-se à caracterização das tarefas de O&M, identificação dos 
perigos, avaliação do nível dos riscos detetados e caracterização do nível de intervenção ou de 
controlo dos mesmos. Posteriormente apresentam-se algumas propostas ou medidas 
tendentes à eliminação ou minimização dos riscos identificados ou ainda, à implementação de 
boas práticas laborais visando os mesmos objetivos. 
 
3.1. Tarefas O&M 
Os perigos a que os trabalhadores estão expostos durante a operação dos parques eólicos são 
geralmente considerandos semelhantes aos da maioria das instalações industriais e/ou outras 
infraestruturas existentes nos dias de hoje (EU-OSHA, 2013). Por exemplo, estes podem incluir 
perigos físicos, tais como trabalho em altura, trabalho em espaços confinados, trabalhando 
10 
 
com máquinas rotativas, movimentação manual de cargas, ou queda de objetos, entre outros. 
No entanto, considerando as condições por vezes únicas e extremas em que estes perigos são 
encontrados (locais isolados, distantes e de difícil acesso, ou condições climatéricas extremas), 
e a nova combinação destes perigos juntamente com a inexperiência de alguns dos 
trabalhadores deste sector, é possível que estes perigos não sejam controlados ou geridos da 
forma mais adequada (EU-OSHA, 2013). 
Os serviços externos ou de outsourcing que realizam intervenções de manutenção no parque 
eólico devem ser outro elemento a ter em conta, pois levantam a questão dos riscos 
associados à interdependência das atividades de trabalho que são realmente realizadas pelos 
diferentes tipo de pessoal/equipas, uma vez que todos contribuem para a manutenção das 
mesmas instalações (Grusenmeyer, 2014). 
A complexidade das tarefas de O&M depende, então, não só da atividade em sim, ou seja dos 
riscos resultantes do desenvolvimento normal do trabalho, mas também do espaço/local onde 
as mesmas são desenvolvidas, ou seja do ambiente onde decorrem. Fora do âmbito deste 
estudo estão os riscos causados por falhas operacionais (e.g. colapso da torre, 
desprendimentos das pás, incêndio, descargas elétricas atmosféricas, etc.), ou seja, os riscos 
considerados indiretos para os trabalhadores. 
Em seguida, descrevem-se sumariamente, as características das principais atividades passíveis 
de realização no Parque Eólico em estudo e os respetivos locais onde decorrem (base da torre, 
torre, nacelle e subestação). 
 
3.1.1. Características das atividades 
As tarefas realizadas no Parque Eólico em estudo subdividem-se da seguinte forma: 
 
 
Figura 6 – Divisão das tarefas na fase de exploração do Parque. 
 
 
11 
 
As tarefas relacionadas com a operação do Parque implicam operações como o arranque, a 
paragem dos equipamentos e a leitura de dados, realizadas na subestação. 
A manutenção preventiva ou dinâmica é realizada para manter algo funcional e é 
normalmente programada e agendada em conformidade com as instruções do 
fabricante/fornecedor e das necessidades decorrentes da exploração dos equipamentos. A 
manutenção corretiva ou reativa é realizada após a ocorrência da anomalia e tem como 
objetivo reparar o sistema. Também poderão ser englobadas intervenções para melhoria 
global dos equipamentos, mesmo sem que tenha ocorrido avaria. A manutenção corretiva 
pode comportar mais perigos e riscos, relativamente à manutenção preventiva, por ser uma 
intervenção não agendada ou programada (EU-OSHA, 2010) e por ser normalmente conduzida 
em prazos de conclusão curtos, que aumentam a pressão aquando da realização das tarefas. 
Ambos os tipos de manutenção ocorrem nas várias zonas do Parque (aerogeradores, 
subestação) e são específicas a trabalhos mecânicos e elétricos. 
Neste tipo de sistemas, como se constatou no Capítulo 2.2, a diversidade de equipamentos é 
enorme, englobando vários equipamentos elétricos, tais como o gerador, transformadores, 
diversos motores e ventiladores; equipamentos mecânicos, sendo exemplo disso os diversos 
rolamentos e sistemas rotacionais; e também equipamento eletrónico, como os instrumentos 
de medição (ex.: anemómetro2), sensor de direção do vento, sensor de vibração temperatura e 
pressão, sensor de velocidade de rotação, etc. Esta diversidade leva à ocorrência de várias 
falhas elétricas, eletrónicas e/ou mecânicas, que precisam ser evitadas. 
De um modo geral, as atividades manutenção preventiva no Parque Eólico podem incluir: 
 inspeções periódicas e testes do equipamento; 
 inspeção do transformador (análises de óleo, termografia, medições no nível de ruído, 
etc.); 
 lubrificação de componentes e mudança de filtros; 
 calibração e ajuste de sensores; 
 verificação da segurança das fixações; 
 aperto de parafusos; 
 inspeção dos cabos instalados na torre e dos seus sistemas de suporte; 
 revisão do gerador; 
 avaliação do funcionamento geral e limpeza, etc. 
 
2 Aparelho que mede a velocidade da componente horizontal do vento. 
12 
 
A manutenção corretiva implica a reparação de componentes, tais como: 
 reparação de unidades de controlo elétrico; 
 reparação do alternador; 
 reparação dos mecanismos de medição; 
 reparação de outros equipamentos de apoio; 
 substituição de componentes danificados, etc. 
 a inspeção interna e eventual beneficiação (incluindo limpeza) de determinados 
elementos dos transformadores; 
 reparações dos transformadores, tratamentos de óleo, etc. 
A manutenção assegurada pelo fabricante dos aerogeradores implica uma inspeção baseada 
na verificação visual (V – Manutenção de Inspeção Visual), a manutenção para efeitos de 
lubrificação dos sistemas de desgaste (L – Manutenção de Lubrificação), manutenção dos 
sistemas elétricos (E – Manutenção Elétrica) e manutenção dos sistemas mecânicos (M– 
Manutenção Mecânica), com atividades a ocorrerem de acordo com os Manuais de 
Manutenção. 
Em seguida apresentam-se algumas das principais características inerentes às tarefas 
executadas no Parque. 
 
3.1.1.1. Localização de acesso difícil 
Devido aos padrões de distribuição espacial do vento, os locais onde o aproveitamento da 
energia eólica é viável economicamente são normalmente locais de difícil acesso. Qualquer 
tarefa a ser executada no Parque Eólico acarreta o facto de os trabalhadores terem que se 
deslocar em estradas/caminhos com piso em mau estado e falta de manutenção. 
 
3.1.1.2. Trabalho em altura 
Qualquer atividade que envolva trabalho em altura (na torre e nacelle do aerogerador) deve 
ser considerada com uma situação potencialmente crítica, sendo que as condições climatéricas 
como a exposição a ventos fortes, a formação de gelo nas pás da turbina (para climas mais 
frios) ou a ocorrência de descargas elétricas atmosféricas, a que os aerogeradores estão 
muitas vezes expostos podem tornar o trabalho em altura ainda mais perigoso. Por exemplo, a 
força do vento pode suscitar oscilações estruturais na torre e nacelle, por vezes suficientes 
para causar a perda de equilíbrio do trabalhador que se encontre no seu interior; placas de 
13 
 
gelo podem ser lançadas quando o rotor está em movimentoou simplesmente soltarem-se 
atingindo os trabalhadores no exterior dos aerogeradores; quando dentro da nacelle, 
relâmpagos e trovoadas podem ser perigosos para os trabalhadores, podendo ser a causa de 
um incêndio, exigindo uma evacuação rápida ou mesmo o resgate destes (EU-OSHA, 2013). 
Os principais riscos envolvidos com o trabalho em altura numa turbina eólica vão surgir dos 
riscos diretos (RenewableUK, 2011), incluindo quedas (quedas das escadas fixas no interior da 
torre, através das aberturas nas plataformas, dentro da nacelle em superfícies irregulares, no 
exterior da nacelle e rotor, para o interior do cubo do rotor) e queda de objetos (no interior 
das torres ou no exterior da base das torres). Quando ocorre uma queda, as consequências 
podem ser: lesões graves ou mesmo a morte do trabalhador; dificuldade em alcançar o 
trabalhador caído; dificuldade para transportar a vítima para uma zona segura; escassez de 
recursos para cuidar da vítima; disponibilidade imediata apenas dos colegas de trabalho, a 
assistência de emergência está normalmente distante; e os médicos de emergência podem 
não estar familiarizados com as técnicas de emergência em alturas. 
Além dos riscos diretos e dos riscos derivados dos acessos limitados e o potencial de 
comprometer uma efetiva resposta de emergência, uma série de riscos consequentes podem 
ainda surgir resultantes do normal desenvolvimento do trabalho (riscos elétricos e mecânicos; 
riscos de escorregões, e tropeções) que indiretamente podem levar a quedas (RenewableUK, 
2011). 
A manutenção das turbinas eólicas envolve a utilização constante de um sistema de escadas, 
instalado a 90° em cada uma das secções da torre, estando os trabalhadores sujeitos a usar 
equipamento antiqueda, tais como: arnês completo para o corpo e o sistema de segurança 
para escadas (pára-quedas deslizante com suporte de ancoragem – cabo/corda linha de vida). 
Na nacelle devem também usar o amortecedor de quedas, fixado a um ponto acima do plano 
de trabalho. A manutenção e reparo dos mecanismos de controlo e medição ou os trabalhos 
de limpeza envolvem o acesso aos equipamentos pelo exterior da nacelle, havendo vários 
pontos de ancoragem para fixação do dispositivo de ligação e do dispositivo de preensão do 
corpo do trabalhador – arnês antiqueda com cinto incorporado. 
Embora muitos dos fatores de risco mais evidentes sejam minimizados pelo fornecimento de 
tecnologias antiqueda e sistemas de trabalho seguro, alguns perigos permanecem podendo 
levar à ocorrência de incidentes/acidentes. Estes incluem o risco de escorregamento, devido à 
perda de atrito ou falha de um degrau; o risco de choques durante a subida/descida, quando 
14 
 
existem obstáculos ou saliências; ou o risco de queda na transição das escadas para uma 
plataforma e vice-versa (Cooper et al., 2014). 
 
3.1.1.3. Posturas adotadas e carga física exigida 
Em condições normais, o esforço necessário para alcançar as partes superiores do aerogerador 
não é superior à aptidão exigida a um trabalhador com uma condição física saudável, no 
entanto, sob algumas condições, tais como o transporte de carga ou temperaturas ambientes 
extremas, o nível de esforço tende a aumentar e a eficiência do trabalho muscular a diminuir, 
com implicações para o desempenho das tarefas e a própria saúde do trabalhador (Cooper et 
al., 2014), gerando uma elevada carga física que pode resultar em lesões músculo-esqueléticas 
(LME) e exaustão física. As temperaturas elevadas podem também ser uma fonte de 
desconforto, particularmente quando se trabalha no interior de espaços confinados como a 
nacelle e/ou rotor. 
A maioria das lesões músculo-esqueléticas (LME) de origem profissional são lesões cumulativas 
resultantes da exposição repetida a esforços mais ou menos intensos ao longo de um período 
de tempo prolongado (EU-OSHA, 2007). Além disso, pequenas ações como por exemplo, na 
utilização de ferramentas, quando uma chave escorrega do parafuso, a sobrecarga física da 
força na parte superior do corpo para impedir a queda para trás pode levar a uma lesão. Do 
mesmo modo, posturas inadequadas, que exijam torção ou flexão, elevação dos membros 
superiores acima do nível do ombro, flexão do punho, etc., contribuem para o aparecimento 
de LME, principalmente aquando da subida/descida das escadas verticais e o trabalho em 
espaços reduzidos. 
 
3.1.1.4. Trabalho com eletricidade 
Os trabalhadores que executam tarefas em parques eólicos estão potencialmente expostos a 
perigos elétricos, que podem incluir o arco elétrico (que têm como consequência as 
queimaduras por arco e risco de explosão) e o choque elétrico (definido como o acidente 
resultante da passagem da corrente elétrica no corpo humano – Manuel, 2014). 
O risco de lesão por faísca ou arco elétrico, o risco de eletrização ou até mesmo eletrocussão 
constitui uma preocupação constante nos trabalhos executados no interior do aerogerador e, 
quando na nacelle, este risco aumenta consideravelmente caso a turbina seja acidentalmente 
ligada durante os trabalhos de manutenção (EU-OSHA, 2013). Defeitos suscetíveis de provocar 
aquecimentos anormais e produção de faíscas, tais como contactos e ligações em mau estado, 
15 
 
canalizações sobrecarregadas, defeitos de isolamentos, etc., contribuem também para o 
aumento do risco elétrico nas instalações do Parque. 
A eletrização é o termo que designa o conjunto de manifestações fisiológicas devidas à 
passagem da corrente elétrica através do corpo humano. E a eletrocussão é o termo que 
designa a morte produzida pela passagem de uma corrente elétrica no corpo humano. Como 
mecanismos da eletrização têm-se o contacto direto – contacto com uma peça que se 
encontra normalmente em tensão – e o contacto indireto – contacto de uma pessoa com 
massas que se encontram acidentalmente em tensão devido a defeito de isolamento, troca 
dos condutores de fase e de proteção, ou condutor em tensão exterior ao aparelho que entra 
em contacto com aquele (Manuel, 2014). 
Nos trabalhos fora de tensão, os acidentes podem acontecer devido à presença acidental de 
tensão, seja porque a instalação é suposta fora de tensão (sem o comprovar), seja pela ação 
intempestiva de terceiros (que colocam tensão na instalação) (Manuel, 2014). Para impedir 
estas situações os trabalhos fora de tensão só podem ter lugar depois de cumpridas as regras 
básicas de segurança (consignação elétrica). Para efetuar a consignação e garantir a segurança 
no local de trabalho enquanto este decorre é preciso respeitar as regras que se seguem: 
desligar (isolar a instalação de todas as possíveis fontes de tensão); proteger contra religação 
(bloquear/etiquetar - lockout/tagout); verificar a ausência de tensão (potencial zero), ligar à 
terra e em curto-circuito; cobrir e isolar as peças em tensão adjacentes. O respeito destas 5 
regras assegura ao trabalhador uma proteção quase total contra o risco elétrico e as suas 
consequências. 
Existem normas de segurança bem estabelecidas para os trabalhadores que executam 
trabalhos em instalações elétricas, no entanto as condições desfavoráveis já enunciadas, que 
caracterizam o trabalho nas turbinas eólicas, representam um desafio adicional para qualquer 
trabalhador. Uma das grandes preocupações presentes nos trabalhos em instalações elétricas 
continua a ser a proteção contra religações, nos bloqueios incorretos ou desconexão dos 
equipamentos (EU-OSHA, 2013). 
 
3.1.1.5. Realização de trabalhos em ambientes ruidosos 
Basicamente existem dois tipos de ruído produzido pelas turbinas eólicas: ruído mecânico, 
associado ao gerador e motores auxiliares, e o ruído aerodinâmico, relacionado com o 
movimento das pás no ar (Castro, 2005). Os trabalhadoresafetos ao Parque estão 
normalmente expostos ao ruído quando executam trabalhos na base da torre e na subestação, 
16 
 
pois regra geral, as atividades de manutenção na nacelle são executadas com os equipamentos 
desligados. 
As turbinas eólicas também podem gerar ruídos de baixa frequência (valores abaixo dos 20 Hz 
– infrassons), que geralmente são inaudíveis para os seres humanos (AMA, 2014). Os efeitos 
para a saúde em consequência da exposição a longo prazo a baixos níveis de infrassons são 
desconhecidos. Contudo existem alguns autores que afirmam que ruído das turbinas provoca 
sintomas como dores de cabeça, tonturas, náuseas, etc., sintomas referidos como a síndrome 
de turbina eólica (Heagle et al, 2011 apud EU-OSHA, 2014). 
Recentemente, a Associação Médica Australiana (AMA) emitiu uma posição declarando que as 
evidências australianas e internacionais disponíveis à data não suportam a visão de que os 
infrassons gerados nos parques eólicos, tal como se encontram regulamentados no país, 
causem efeitos adversos à saúde nas populações situadas na sua vizinhança (AMA, 2014). No 
entanto, continuam a existir poucos estudos que realmente se foquem nos efeitos e impacto 
do ruído nos próprios trabalhadores de parques eólicos (EU-OSHA, 2013). 
 
3.1.2. Listagem de perigos e riscos 
Considerando as tarefas de O&M realizada no Parque, na Tabela 1, listam-se os principais 
perigos e riscos identificados. 
 
Tabela 1 – Listagem de perigos e riscos inerentes às atividades executadas no Parque. 
PERIGOS RISCOS 
Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário 
Realização de trabalhos em altura Queda em altura 
Presença de objetos no pavimento / 
desníveis / piso instável / ausência de 
limpeza de locais de trabalho - q 
Queda ao mesmo nível 
Posturas adotadas / carga física exigida 
Natureza postural (aplicação desigual de 
força, repetitividade de movimentos, 
utilização constante dos mesmos grupos 
musculares e lesões músculo-
esqueléticas). 
 
Trabalhos na presença ou proximidade 
de correntes elétricas / utilização de 
circuitos ou equipamentos defeituosos / 
anular os equipamentos de proteção 
coletiva 
Eletrização ou eletrocussão 
 
Realização de trabalhos em ambientes 
ruidosos 
Exposição ao ruído 
 
17 
 
 
3.2. Caso de estudo 
O estudo desenvolvido assentou em várias etapas, sendo que a pesquisa bibliográfica feita 
para entendimento do processo e caracterização de algumas das tarefas, assim como a análise 
das instalações feita por lista de verificação (Anexo II), foram fundamentais no processo de 
identificação dos perigos e na consequente avaliação de riscos a que os trabalhadores estão 
expostos na execução dessas mesmas tarefas. 
Em termos de metodologia do trabalho, iniciou-se a análise com uma avaliação global das 
condições de trabalho por preenchimento da lista de verificação e, posteriormente procedeu-
se à identificação e análise dos riscos existentes, aplicando um método semi-quantitativo de 
análise de riscos às atividades específicas desenvolvidas pelas diferentes equipas de 
trabalhadores afetas aos trabalhos de operação e manutenção do Parque Eólico. 
 
3.2.1. Breve caracterização da Empresa 
A empresa em estudo pertence ao setor das energias renováveis, segundo a Classificação 
Portuguesa das Atividades Económicas enquadra-se na CAE-Rev.3 35113-R3 – Produção de 
eletricidade de origem eólica, geotérmica, solar e de outra origem, n.e. – e tem como objeto a 
produção de energia elétrica através da utilização de fontes renováveis nomeadamente eólica, 
explorando o Parque Eólico em estudo. 
Sendo uma pequena empresa empregava, no ano de 2013, 8 trabalhadores. No entanto, os 
trabalhos que decorrem no Parque são garantidos pelos colaboradores da empresa-mãe do 
grupo (adiante denominada por Equipa 1), de uma empresa responsável por serviços de 
manutenção elétrica e mecânica (Equipa 2), também pertencente ao Grupo, e ainda por outros 
dois prestadores externos, afetos à empresa fornecedora dos aerogeradores (Equipa 3) e de 
uma empresa de manutenção de extintores e desratização (Equipa 4). 
Relativamente a indicadores de SSHT, segundo dados do Relatório e Contas do Grupo, de 
2013, existe referência a alguns acidentes de trabalho e acidentes com baixa, no entanto no 
Parque eólico em estudo, à data da recolha da informação, não existiam acidentes registados, 
registando-se apenas a ocorrência de alguns incidentes (incidente em que não ocorreu lesão, 
afeção da saúde ou morte, que também pode ser referido como near-miss - quase-acidente -
,near-hit, close call ou dangerous occurrence -ocorrência perigosa, NP 4397: 2008). 
 
18 
 
3.2.2. Caracterização dos Recursos Humanos 
A existência de trabalhadores nas instalações só ocorre aquando de trabalhos de manutenção 
e/ou atividades de exploração/condução do Parque. Estes trabalhos de operação e 
manutenção são executados pelos 4 prestadores de serviços referidos anteriormente, que se 
apresentam resumidamente na Tabela 2, assim como o número de número de trabalhadores 
por equipa e as respetivas funções dentro do grupo de atividades em investigação. 
 
Tabela 2 – Prestadores de serviço e respetivas funções. 
Prestadores de 
Serviço 
Nº de 
trabalhadores 
Funções 
Equipa 1 4 
Condução/Exploração 
Manutenção Corretiva Elétrica 
Equipa 2 18 
Manutenção Corretiva Elétrica 
Manutenção Corretiva Mecânica 
Manutenção Preventiva Elétrica 
Manutenção Preventiva Mecânica 
Equipa 3 
2 Manutenção Corretiva Elétrica 
2 Manutenção Preventiva Elétrica 
2 Manutenção Preventiva Mecânica 
Equipa 4 1 Manutenção Preventiva 
 
A Equipa 1 é composta por 4 trabalhadores que se deslocam ao Parque conforme as 
necessidades de operação deste. A Equipa 2 é composta no seu total por 18 pessoas, todos 
homens com idades compreendidas entre os 22 e os 44 anos. A Equipa 3, pertencente aos 
fornecedor dos aerogeradores, faz chegar ao Parque 2 pessoas para execução de cada tarefa 
de manutenção. E finalmente, a Equipa 4 é composta por 1 trabalhador que, dentro das 
instalações é sempre acompanhado por um outro trabalhador afeto à Equipa 1. 
 
3.2.3. Caracterização das Instalações 
A instalação do Parque Eólico é composta pelos seguintes elementos: 
 Zona dos aerogeradores: 6 aerogeradores de 300 kW, ENERCON E-30, instalados e 
ligados à rede de distribuição no ano de 2005, admitindo uma potência total de 1,8 
MW; 
19 
 
 Subestação: do tipo interior, localizada num edifício dividido por duas partes, a área 
MT e a área BT, com posto de comando; 
 Instalações sanitárias, localizadas no edifício da subestação, junto à zona BT. 
 
No Anexo I apresenta-se a planta geral da zona da instalação do Parque. 
As instalações não possuem sistema de CCTV. O edifício da subestação possui Sistema 
Automático de Deteção de Incêndio. E o acesso ao parque é efetuado por estrada regional, 
não existindo um portão no acesso à instalação. 
 
3.2.3.1. Aerogeradores ENERCON E-30 
Os aerogeradores ENERCON E-30 são equipamentos constituídos por um rotor de três pás, 
controlo de passo ativo e funcionamento com velocidade variável. Têm um rotor com um 
diâmetro de 30 m e uma torre cuja altura atinge cerca de 44 m. 
O Parque possui também um sistema de monitorização remota (SCADA – Supervisory Control 
and Data Acquisition) fornecido pelo fabricante dos aerogeradore. 
Relativamente aos trabalhos executados nos aerogeradores dividiu-se a instalação em quatro 
zonas: Alçapão, Base, Torre e Nacelle. 
 
3.2.3.2. Subestação BT/MT 
A subestação elevadora afeta ao Parque Eólico tem uma relação de transformação de 0,4/15 
kV e possui 2 transformadores, com uma potência instaladade 3,2 MVA. O nível de tensão 
geração do Parque é de 0,4 kV e toda a produção renovável é injetada diretamente numa linha 
de transporte MT (LT 1), 30 kV (Figura 7). O arrefecimento dos transformadores é feito por um 
sistema de refrigeração ONAN (óleo natural e ar natural). 
 
20 
 
 
Figura 7 – Esquema Unifilar Simplificado da Central Eólica. 
 
3.2.4. Identificação das Atividades 
Nas Tabelas 3 a 6 resumem-se as atividades referentes a cada tarefa/equipa e indica-se 
também a periocidade com que estas são executadas, assim como a zona de trabalhos. 
Os equipamentos utilizados durante as tarefas e consoante a atividade são: farda de trabalho, 
telemóvel, equipamento de proteção individual, ferramentas manuais e substâncias 
necessárias às intervenções. 
 
Tabela 3 – Atividades Equipa 1 
Tarefa Atividade Zona Periocidade 
Condução/Exploração 
Arranque, paragem da instalação 
Subestação Diária Leituras 
Resolução de problemas 
inerentes à tarefa. 
Manutenção 
Corretiva Elétrica 
Reparação de equipamento de 
apoio 
Base 
Mensal 
Torre 
Nacelle 
Subestação 
 
 
 
21 
 
Tabela 4 – Atividades Equipa 2. 
Tarefa Atividade Zona Periocidade 
Manutenção 
Corretiva Elétrica 
Equipamentos de apoio 
Base 
Mensal Torre 
Nacelle 
Subestação Anual 
Manutenção 
Corretiva Mecânica 
Equipamentos de apoio 
Torre 
Mensal 
Nacelle 
Manutenção 
Preventiva Elétrica 
Equipamentos de apoio 
Base 
Anual 
Torre 
Nacelle 
Subestação 
Manutenção 
Preventiva Mecânica 
Aperto de parafusos da Base Alçapão 
Anual 
Equipamentos de apoio 
Base 
Torre 
Nacelle 
Subestação 
 
Tabela 5 – Atividades Equipa 3. 
Tarefa Atividade Zona Periocidade 
Manutenção 
Corretiva Elétrica 
Reparação do alternador Nacelle Anual 
Manutenção 
Preventiva Elétrica 
V1, V2, V48 e V49; E5, E7, E9 a 
E18, E45 a E48 
Base 
Anual 
V3 a V9 Torre 
V10 a V47; E19 a E44 Nacelle 
Equipamentos (Transformador, 
celas MT/BT, …) 
Subestação 
Manutenção 
Preventiva Mecânica 
V1, V2, V48 e V49 Base 
Anual V3 a V9 / M2 Torre 
V10 a V47 / M3 a M7 / L1 a L5 Nacelle 
 
Tabela 6 – Atividades Equipa 4. 
Tarefa Atividade Zona Periocidade 
Manutenção 
Preventiva 
Revisão de extintores 
Base 
Anual Subestação 
Desratização Geral 
 
22 
 
3.2.5. Método de avaliação de risco utilizado 
A avaliação dos riscos inerentes às tarefas realizadas pelos trabalhadores foi fundamentada na 
aplicação de um método semi-quantitativo de análise de riscos – Método de Avaliação de 
Risco de Acidente de Trabalho (MARAT) ou Sistema Simplificado de Avaliação de Riscos de 
Acidente 
Por método semi-quantitativo entende-se um método que permite atribuir índices às 
situações de risco previamente identificadas e que estabelece planos de atuação, em que o 
objetivo é a hierarquização do risco, a definição e implementação de um conjunto de ações 
preventivas e corretivas para controlar o risco (Pedro, 2006). A metodologia MARAT permite, 
então, quantificar a magnitude dos riscos existentes e, como consequência, hierarquizar de 
modo racional a prioridade da sua eliminação ou correção, sendo a informação resultante do 
método apenas orientativa. 
Para tal, parte-se da deteção das deficiências existentes nos locais de trabalho (através do 
preenchimento de lista de verificação e estimativa da exposição e consequências normalmente 
esperadas) para, de seguida, estimar a probabilidade de que ocorra um acidente e, tendo em 
conta a magnitude esperada das consequências, avaliar o risco associado a cada uma das ditas 
deficiências. 
No desenvolvimento do método não se utilizam valores absolutos mas antes intervalos 
discretos pelo que se utiliza o conceito de nível. Assim, o nível de risco (NR) será função do 
nível de probabilidade (NP) e do nível de consequências (NC), numa escala de 5 possíveis. 
O método pode ser representado pelo seguinte diagrama: 
 
 
Figura 8 – Fluxograma Método MARAT. 
 
Em que se designa por nível de deficiência (ND), ou nível de ausência de medidas preventivas, 
a magnitude esperada entre o conjunto de fatores de risco considerados e a sua relação causal 
direta com o acidente. A Tabela 7 enquadra a avaliação dos diferentes níveis de deficiência. 
23 
 
 
 
 
Tabela 7 – Parâmetro Nível de Deficiência (ND). 
NÍVEL DE DEFICIÊNCIA ND SIGNIFICADO 
Aceitável (A) 1 Não foram detetadas anomalias. O perigo está controlado. 
Insuficiente (I) 2 
Foram detetados fatores de risco de menor importância. É de 
admitir que o dano possa ocorrer algumas vezes. 
Deficiente (D) 6 
Foram detetados alguns fatores de risco significativos. O conjunto 
de medidas preventivas existentes tem a sua eficácia reduzida de 
forma significativa. 
Muito Deficiente 
(MD) 
10 
Foram detetados fatores de risco significativos. As medidas 
preventivas existentes são ineficazes. O dano ocorrerá na maior 
parte das circunstâncias. 
Deficiência Total 
(DT) 
14 
Medidas preventivas inexistentes ou desadequadas. São esperados 
danos na maior parte das situações. 
 
O nível de exposição (NE) é uma medida que traduz a frequência com que se está exposto ao 
risco. Para um risco concreto, o nível de exposição pode ser estimado em função dos tempos 
de permanência nas áreas de trabalho, operações com a máquina, procedimentos, ambientes 
de trabalho, etc. (Tabela 8). 
 
Tabela 8 – Parâmetro Nível de Exposição (NE). 
NÍVEL DE EXPOSIÇÃO NE SIGNIFICADO 
Esporádica 1 Uma vez por ano ou menos e por pouco tempo (minutos). 
Pouco Frequente 2 Algumas vezes por ano e por período de tempo indeterminado 
Ocasional 3 Algumas vezes por mês. 
Frequente 4 
Várias vezes durante o período laboral, ainda que com tempos 
curtos – várias vezes por semana ou diário. 
Continuada / 
Rotina 
5 Várias vezes por dia com tempo prolongado ou continuamente. 
 
O nível de probabilidade é função das medidas preventivas existentes e do nível de exposição 
ao risco, e é expresso pelo produto de ambos os termos, como se apresenta na Tabela 9. 
 
 
 
 
24 
 
Tabela 9 – Parâmetro Nível de Probabilidade (NP). 
 
NÍVEL DE EXPOSIÇÃO 
Es
p
o
rá
d
ic
a 
P
o
u
co
 
Fr
eq
u
en
te
 
O
ca
si
o
n
al
 
Fr
eq
u
en
te
 
C
o
n
tí
n
u
a 
 1 2 3 4 5 
N
ÍV
EL
 D
E 
D
EF
IC
IÊ
N
C
IA
 Aceitável 1 1 2 3 4 5 
Insuficiente 2 2 4 6 8 10 
Deficiente 6 6 12 18 24 30 
Muito Deficiente 10 10 20 30 40 50 
Deficiência Total 14 14 28 42 56 70 
 
Na tabela seguinte descreve-se o significado de cada nível de probabilidade. 
Tabela 10 – Parâmetro Nível de Probabilidade (NP). 
NÍVEL DE 
PROBABILIDADE 
NP SIGNIFICADO 
Muito Baixa [1;3] 
Não é de esperar que a situação perigosa se materialize, ainda que 
possa ser concebida. 
Baixa [4;6] A materialização da situação perigosa pode ocorrer. 
Média [8;20] 
A materialização da situação perigosa é possível de ocorrer pelo 
menos uma vez com danos. 
Alta [24;30] 
A materialização da situação perigosa pode ocorrer várias vezes 
durante o período de trabalho. 
Muito Alta [40;70] 
Normalmente a materialização da situação perigosa ocorre com 
frequência. 
 
O nível de severidade do dano refere-se ao dano mais grave que é razoável esperar de uma 
ocorrência envolvendo o perigo avaliado. O método considera 5 níveis de consequências em 
que se categorizaram os danos físicos causados às pessoas e os danos materiais. Ambas as 
categorias devem ser consideradas independentemente, tendo sempre mais peso os danos 
nas pessoas que os danos materiais. Na avaliação feita considerou-se apenas os danos 
pessoais,tendo em conta as consequências esperadas em caso de materialização do risco. 
 
 
 
 
25 
 
Tabela 11 – Parâmetro Nível de Severidade (NS). 
 
O valor do nível de risco é dado pela seguinte equação: 
𝑁𝑅 = 𝑁𝑃 × 𝑁𝑆 
E pode ser aferido através da Tabela 12. 
 
Tabela 12 – Parâmetro Nível de Risco (NR). 
 
NÍVEL DE PROBABILIDADE 
M
u
it
o
 
B
ai
xa
 
B
ai
xa
 
M
éd
ia
 
A
lt
a 
M
u
it
o
 
A
lt
a 
 [1;3] [4;6] [8;20] [24;30] [40;70] 
N
ÍV
EL
 D
E 
SE
V
ER
ID
A
D
E 
Insignificante 10 10 30 40 60 80 200 240 300 400 700 
Leve 25 25 75 100 150 200 500 600 750 1 000 1 750 
Moderado 60 60 180 240 360 480 1 200 1 440 1 800 2 400 4 200 
Grave 90 90 270 360 540 720 1 800 2 160 2 700 3 600 6 300 
Mortal ou 
Catastrófico 
155 155 465 620 930 1 240 3 100 3 720 4 650 6 200 10850 
 
Finalmente, da análise da matriz NR, caracterizam-se os diferentes níveis de intervenção ou de 
controlo (Tabela 13). 
 
NÍVEL DE 
SEVERIDADE 
NS 
SIGNIFICADO 
DANOS PESSOAIS (NSP) DANOS MATERIAIS (NSM) 
Insignificante 10 Não há danos pessoais. Pequenas perdas materiais. 
Leve 25 
Pequenas lesões que não 
requerem hospitalização. Apenas 
primeiros socorros. 
Reparação sem paragem do 
processo. 
Moderado 60 
Lesões com incapacidade laboral 
transitória. Requer tratamento 
médico. 
Requer a paragem do processo 
para efetuar a reparação. 
Grave 90 
Lesões graves que podem ser 
irreparáveis 
Destruição parcial do sistema 
(reparação complexa e onerosa). 
Mortal ou 
Catastrófico 
155 
Um morto ou mais. Incapacidade 
total ou permanente 
Destruição de um ou mais sistemas 
(difícil reparação /renovação) 
26 
 
Tabela 13 – Parâmetro Nível de Controlo (NC). 
NÍVEL DE CONTROLO SIGNIFICADO 
I 
3 600 
a 
10 850 
Situação crítica. Intervenção imediata. Eventual paragem imediata. 
Isolar o perigo até serem adoptadas medidas de controlo permanentes. 
II 
1 200 
a 
3 360 
Situação a corrigir. Adoptar medidas de controlo enquanto a situação 
perigosa não for eliminada ou reduzida. 
III 
350 
a 
1 080 
Situação a melhorar. Deverão ser elaborados planos ou programas 
documentados de intervenção. 
IV 
90 
a 
310 
Situação a melhorar, se possível. Intervenção a justificar 
V 
10 
a 
80 
Situação sem necessidade de melhoria. Intervir apenas se uma análise 
mais pormenorizada o justificar. 
 
 
3.2.6. Identificação e valoração dos riscos 
Para cada uma das principais atividades passíveis de realização foram identificados os 
principais riscos de exposição, onde se considerou os seguintes parâmetros associados 
relevantes, e expostos anteriormente: 
• Identificação da tarefa; 
• Identificação das atividades; 
• Descrição dos processos associados; 
• Caracterização do ambiente onde decorrem; 
• Equipamento/recursos utilizados. 
A lista de verificação preenchida no local teve por finalidade reconhecer, na situação de 
trabalho, as falhas, as anomalias ou as insuficiências respeitantes aos dispositivos técnicos, às 
instalações e aos modos operatórios. 
A identificação dos perigos, riscos e respetivo nível de intervenção determinado para cada 
Equipa, atividade e local, encontram-se enumerados nas Tabelas 14 a 17. As tabelas exaustivas 
com toda a valoração (nível de deficiência, exposição, probabilidade e severidade) não serão 
apresentadas, por serem demasiado extensas. 
 
 
27 
 
 
 
Tabela 14 – Equipa 1: identificação e valoração do risco. 
ATIVIDADES: Arranque, paragem e leituras. Resolução de problemas inerentes à Tarefa. 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
1 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário IV 
2 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
3 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
 
ACTIVIDADES: Reparação de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
4 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
5 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
6 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Electrocução III 
7 
Realização de trabalhos em 
ambientes ruidosos 
Exposição ao ruído III 
 
ACTIVIDADES: Reparação de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
8 
Condução e parqueamento de 
veículo 
Acidente rodoviário V 
9 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
10 Realização de trabalhos em altura Queda em altura III 
11 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
12 Posturas adotadas Natureza postural II 
 
ACTIVIDADES: Reparação de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
13 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
14 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo 
nível 
IV 
15 Realização de trabalhos em altura Queda em altura III 
28 
 
Continuação da Tabela 14 
16 
Trabalhos na presença ou proximidade 
de correntes elétricas 
Eletrização / 
Eletrocussão 
III 
17 Posturas adotadas Natureza postural II 
 
ATIVIDADES: Reparação de equipamento de apoio. 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
18 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
19 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
20 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão II 
 
 
Tabela 15 – Equipa 2: identificação e valoração do risco. 
ACTIVIDADES: Reparação elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
21 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
22 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
23 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Electrocução III 
24 
Realização de trabalhos em ambientes 
ruidosos 
Exposição ao ruído III 
 
ACTIVIDADES: Reparação elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
25 
Condução e parqueamento de 
veículo 
Acidente rodoviário V 
26 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
27 Realização de trabalhos em altura Queda em altura III 
28 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
29 Posturas adotadas Natureza postural II 
 
 
 
 
 
29 
 
Continuação da Tabela 15 
ACTIVIDADES: Reparação elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
30 
Condução e parqueamento de 
veículo 
Acidente rodoviário V 
31 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
32 Realização de trabalhos em altura Queda em altura III 
33 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
34 Posturas adotadas Natureza postural II 
 
ATIVIDADES: Reparação elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
35 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
36 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V37 
Trabalhos na presença ou proximidade 
de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
 
ACTIVIDADES: Reparação de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
38 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
39 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
40 Realização de trabalhos em altura Queda em altura III 
41 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
42 Posturas adotadas Natureza postural II 
 
ACTIVIDADES: Reparação equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
43 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
44 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível IV 
45 Realização de trabalhos em altura Queda em altura III 
30 
 
Continuação da Tabela 15 
46 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
47 Posturas adotadas Natureza postural II 
 
ACTIVIDADES: Manutenção preventiva elétrica de equipamento de apoio 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
48 
Condução e parqueamento de 
veículo 
Acidente rodoviário V 
49 
Presença de objetos no pavimento 
/ Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
50 
Realização de trabalhos em 
ambientes ruidosos 
Exposição ao ruído IV 
51 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Electrocução IV 
 
ACTIVIDADES: Manutenção preventiva elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
52 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
53 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
54 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
55 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
56 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
ACTIVIDADES: Manutenção preventiva elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
57 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
58 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
59 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
60 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
61 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
 
 
 
 
31 
 
Continuação da Tabela 15 
ATIVIDADES: Manutenção preventiva elétrica de equipamento de apoio. 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
62 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
63 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
64 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
 
ACTIVIDADES: Aperto de parafusos do Aerogerador. 
AEROGERADOR – ALÇAPÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
65 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
66 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
67 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
 
ACTIVIDADES: Manutenção preventiva mecânica de equipamento de apoio 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
68 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
69 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
70 
Realização de trabalhos em ambientes 
ruidosos 
Exposição ao ruído IV 
71 
Trabalhos na presença ou proximidade 
de correntes elétricas 
Eletrização/Electrocução IV 
 
ACTIVIDADES: Manutenção preventiva mecânica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
72 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
73 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
74 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
75 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
76 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
 
 
32 
 
Continuação da Tabela 15 
ACTIVIDADES: Manutenção preventiva mecânica de equipamento de apoio. 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
77 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
78 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
79 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
80 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
81 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
ATIVIDADES: Manutenção preventiva mecânica de equipamento de apoio. 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
82 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
83 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
84 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
 
 
 
Tabela 16 – Equipa 3: identificação e valoração do risco. 
ACTIVIDADES: Reparação do alternador 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
85 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
86 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
87 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
88 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização / 
Eletrocussão 
IV 
89 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
ACTIVIDADES: Manutenção de acordo com o manual (V1, V2, V48 e V49 / E5, E7, E9 a E18, E45 
a E48). 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
90 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
33 
 
Continuação da Tabela 16 
91 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
92 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Electrocução IV 
93 
Realização de trabalhos em 
ambientes ruidosos 
Exposição ao ruído IV 
 
ACTIVIDADES: Manutenção de acordo com o manual (V3 a V9). 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
94 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
95 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
96 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
97 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
98 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
ACTIVIDADES: Manutenção de acordo com o manual (V10 a V47 / E19 a E44). 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
99 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
100 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
101 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
102 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
103 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
ATIVIDADES: Manutenção de Equipamentos (Transformador, celas MT/BT,…). 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
104 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
105 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Quedaao mesmo nível V 
106 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
Continuação da Tabela 16 
ACTIVIDADES: Manutenção de acordo com o manual (V1, V2, V48 e V49). 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
107 
Condução e parqueamento de 
veículo 
Acidente rodoviário V 
108 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
109 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Electrocução III 
110 
Realização de trabalhos em 
ambientes ruidosos 
Exposição ao ruído IV 
 
ACTIVIDADES: Manutenção de acordo com o manual (V3 a V9 / M2). 
LOCAL: AEROGERADOR – TORRE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
110 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
112 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
113 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
114 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
115 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
ACTIVIDADES: Manutenção de acordo com o manual (V10 a V47 / M3 a M7 / L1 a L5). 
LOCAL: AEROGERADOR – NACELLE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
116 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
117 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
118 Realização de trabalhos em altura Queda em altura IV 
119 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão IV 
120 Posturas adotadas Natureza postural III 
 
 
 
 
35 
 
Tabela 17 – Equipa 4: identificação e valoração do risco. 
ACTIVIDADES: Revisão de Extintores 
LOCAL: AEROGERADOR – BASE 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
121 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
122 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
 
ATIVIDADES: Revisão de Extintores e Desratização 
LOCAL: SUBESTAÇÃO 
Nº PERIGOS RISCOS 
NÍVEL DE 
CONTROLO 
123 Condução e parqueamento de veículo Acidente rodoviário V 
124 
Presença de objetos no pavimento / 
Desníveis / Piso instável 
Queda ao mesmo nível V 
125 
Trabalhos na presença ou 
proximidade de correntes elétricas 
Eletrização/Eletrocussão III 
 
 
O gráfico da Figura 9 representa, de uma forma global, a classificação dos riscos identificados, 
ou seja, a distribuição das situações analisadas e valoradas, num total de 125. Destaca-se o 
facto de nenhum risco ter sido caracterizado como crítico (NC=I), e ainda o possível 
enviesamento nos resultados em termos totais devido a algumas atividades que se repetem 
em todas as tarefas, mas ainda assim consideradas relevantes, pois a avaliação considerou as 
tarefas de diferentes trabalhadores, logo a avaliação foi feita sob diferentes condições. 
 
Figura 9 – Valoração do risco: contributo de cada situação. (os riscos classificados de com nível I não estão 
representados uma vez que não foram identificados) 
 
49, 39%
37, 30%
32, 26%
7, 5%
V
IV
III
II
36 
 
Os riscos que implicam a adoção de medidas de controlo enquanto a situação perigosa não for 
eliminada ou reduzida (nível II), representam 5% das situações avaliadas. Da análise das 
tabelas, verifica-se que das 7 situações caracterizadas com nível II (situação a corrigir), 6 
correspondem a riscos de natureza postural (devido a aplicação desigual de força, 
repetitividade de movimentos, utilização constante dos mesmos grupos musculares e lesões 
músculo-esqueléticas), relacionados com os trabalhos executados na nacelle e/ou torre, que 
implicam repetidas subidas de escadas verticais, o trabalho em espaços reduzidos e o 
transporte manual de ferramentas. 
Dos riscos de eletrização/eletrocussão, intrínsecos a trabalhos na presença ou proximidade de 
correntes elétricas, 1 situação foi caraterizada com o nível II, principalmente devido ao nível de 
deficiência, considerando-se que as medidas preventivas existentes na atividade de 
manutenção corretiva elétrica, realizadas na subestação pela Equipa 1, têm a sua eficácia 
reduzida de forma significativa (ND=deficiente); e ainda 15 situações com o nível III (situação a 
melhorar). 
As restantes situações caracterizadas com o nível III prendem-se com riscos de natureza 
postural, queda em altura e exposição ao ruído. 
Como referido, o método pretende dar orientação para implementar programas de eliminação 
ou redução de riscos atendendo a uma avaliação do custo-eficácia, sendo necessário definir-se 
a aceitabilidade ou não aceitabilidade do risco tendo em conta o nível de controlo 
caracterizado. 
 
3.2.7. Conclusões e Recomendações 
Indo ao encontro da legislação e normalização em vigor, a análise teve como base a avaliação 
das instalações utilizadas pelos trabalhadores e respetivas tarefas aí executadas, quer de 
colaboradores do Grupo, quer de prestadores de serviços externos. 
Da análise efetuada, destacam-se as seguintes situações de risco: 
• Natureza postural; 
• Eletrização/Eletrocussão; 
• Queda em altura; 
• Exposição ao ruído; 
 
 
37 
 
Deve assim dar-se seguimento às seguintes recomendações gerais: 
• Definir nível de risco admissível para a organização; 
• Efetuar plano de ação que permita eliminar, diminuir ou controlar, consoante a 
possibilidade, os riscos levantados; 
• Procedimentar todas as tarefas, tendo em conta as medidas preventivas, de proteção 
coletiva e individual; 
• Formar os trabalhadores para as atividades que desenvolvem versus riscos a que estão 
expostos; 
• Dar seguimento às observações feitas na lista de verificação (Anexo II) deste documento; 
• Dar a conhecer aos trabalhadores os riscos a que estão sujeitos; 
• Disponibilizar a análise de riscos em cada instalação. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
4. Medidas de Controlo 
Como referido anteriormente, a avaliação de riscos é uma ferramenta que permite que as 
organizações tomem as medidas necessárias para proteger a segurança e a saúde dos 
trabalhadores. 
Estas medidas devem incluir: 
 a prevenção dos riscos profissionais; 
 a prestação de informação e formação aos trabalhadores; 
 e a adequação da organização e de meios para a implementação das medidas 
necessárias. 
Sempre que não seja possível eliminar completamente os riscos identificados, estes devem ser 
diminuídos e o risco residual controlado. Numa fase posterior, esse risco residual deverá ser 
reavaliado e a possibilidade de eliminação do risco talvez possa ser reconsiderada face a novas 
informações (EU-OSHA, s. d.). 
De modo a dar seguimento às recomendações gerais sugeridas no capítulo anterior deste 
estudo e às observações da lista de verificação do Anexo II, nos próximos subcapítulos 
propõem-se algumas medidas de controlo – medidas preventivas, de proteção e de boas 
práticas – dos riscos levantados, que devem vir a constar num plano de ação para cada 
atividade analisada Estas medidas foram organizadas conforme os pontos expostos acima e 
segundo a seguinte hierarquia: 
1. Soluções técnicas; 
2. Soluções organizacionais; 
3. Medidas de informação/formação – Trabalhador; 
Na elaboração das medidas propostas consideraram-se as medidas de segurança e boas 
práticas já implementadas no Parque, não estando, portanto, englobadas nesta lista. 
Considerou-se também que os trabalhadores/técnicos realizam as tarefas numa base diária, 
apesar do carácter pontual de algumas destas tarefas ao nível do Parque em estudo. 
 
4.1. Medidas Gerais – Instalações

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