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TATIANE SOARES - ATIVIDADE 1

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31/08/2019 PUC CAMPINAS Tatiane Soares Ventura 
 
Conjuntura Internacional 
Análise documental 
 
A disputa comercial entre China e Estados Unidos vem causando preocupações em 
todo o mundo desde o começo de 2018, quando o presidente norte-americano, 
Donald Trump, fez o primeiro anúncio de tarifas impostas sobre produtos chineses. 
Desde então, foram feitas algumas tentativas de acordo, mas os rompimentos de 
tréguas com novos anúncios e ameaças de retaliações frustraram expectativas de 
solução. 
Em agosto, as tensões pioraram. A disputa passou dos anúncios e ameaças de tarifas 
sobre produtos importados para o campo cambial. Em reação a uma nova rodada de 
tarifas dos EUA, a China desvalorizou fortemente sua moeda, o iuan, e foi acusada de 
manipulação cambial. 
Com o argumento de que busca proteger os produtores norte-americanos e reverter 
o déficit comercial que os Estados Unidos tem com a China, Trump vem anunciando 
desde 2018 tarifas sobre produtos importados do país asiático. O objetivo é dificultar 
a chegada de produtos chineses aos Estados Unidos, o que estimularia a produção 
interna. O governo da China, por sua vez, tem reagido a esses anúncios com 
retaliações, chegando a impor também tarifas sobre produtos norte-americanos. 
É difícil dizer ao certo quando a disputa, nos moldes em que se encontra agora, foi 
iniciada, mas algumas datas podem ser consideradas marcantes. Durante a campanha 
eleitoral, os discursos de Donald Trump já apontavam para uma tendência 
protecionista, com críticas ao déficit comercial dos Estados Unidos em relação à 
China. Já como presidente, Trump fez o primeiro anúncio de taxas sobre produtos 
chineses em março de 2018. Desde então, já anunciou outras medidas e ameaçou 
adotar outras. A China tem respondido também com barreiras comerciais aos 
produtos norte-americanos e ameaças. 
 
 
 
 
 
 
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 Os Estados Unidos têm a maior economia do mundo e a China, a segunda. Por isso, se os 
dois países sofrerem consequências negativas dessa disputa, o temor é que outros países 
e a economia global como um todo possa ser impactada, em uma reação em cadeia, 
prejudicando o crescimento do PIB global. Em seu relatório de julho, o Fundo Monetário 
Internacional apontou que o crescimento mundial segue em ritmo moderado diante da 
piora das relações entre China e Estados Unidos. A preocupação é com o comércio 
global. Segundo o FMI, no primeiro trimestre de 2019, as tensões comerciais ajudaram a 
puxar uma desaceleração acentuada nas economias emergentes da Ásia. 
 Com essas incertezas, notícias sobre a guerra comercial costumam influenciar o 
mercado financeiro. Quando o cenário piora com novas ameaças e quebras de acordo, 
por exemplo, a tendência é que investidores busquem alternativas mais seguras para seu 
dinheiro, fazendo com que os índices das bolsas em todo o mundo recuem. 
 No Brasil, ocorre que o Banco Central, tem apontado em seus relatórios que os rumos 
das disputas estão entre os fatores que determinam as decisões sobre o futuro dos juros. 
Os últimos desdobramentos não indicam uma solução rápida para o conflito. Trump 
afirmou que não está pronto para finalizar um acordo comercial com a China e apontou 
que pode cancelar as próximas reuniões marcadas com o governo do país asiático. 
 
 Estamos diante da primeira grande disputa geopolítica do século 21, entre duas 
superpotências sendo que a disputa é resultado do crescimento rápido da China nas 
últimas décadas, que reordenou a lógica dos mercados consumidores e da produção em 
todo o mundo. 
Apesar das preocupações de especialistas sobre os impactos da guerra comercial, os 
últimos indicadores econômicos divulgados pelos EUA têm mostrado um cenário 
positivo. No entanto, analistas ainda apontam incertezas sobre a solidez da boa situação 
econômica, especialmente porque já há sinais de desaceleração. 
 As perspectivas são preocupantes especialmente pelo temperamento de Trump. O que 
parece mais grave é que Trump dá cada vez mais sinais de que age basicamente seguindo 
seus instintos. Tem ouvido cada vez menos seus assessores, anuncia decisões pelo 
Twitter às vezes pegando de surpresa assessores próximos. E, como todos sabemos, o 
nível de conhecimento dele da história e da geografia da região asiática é muito pequena. 
Ele é ignorante nesses assuntos, então a probabilidade de tomar decisões erradas é 
muito grande. 
 
 
 
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China é o mercado número 1 da soja brasileira, um dos nossos principais produtos de 
exportação É difícil mensurar exatamente o efeito que o agravamento da disputa entre 
China e Estados Unidos deve ter para o comércio exterior do Brasil. A China é um dos 
parceiros comerciais mais importantes para o Brasil. O mercado chinês é o destino 
número 1 dos nossos principais produtos exportados: soja, petróleo e minério de ferro. 
 Por outro lado, se a desaceleração da economia chinesa se tornar ainda maior por conta 
da disputa com os EUA, sua demanda por petróleo e minério se tornaria menor, o que 
poderia prejudicar as exportações brasileiras. 
“Se descambar para a guerra cambial, pode ter queda de bolsas e uma recessão mais 
aguda. E isso afetaria não só o Brasil, como outros países.” 
 
 
	Análise documental

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