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ATUALIDADES 2021 
PROFESSOR LEONARDO MARTINS 
 
University of Oxford, England – UK. 
 
APOSTILA DE ATUALIDADES 2021 
PROFESSOR LEONARDO MARTINS 
 @prof.leomartinsnardo 
E-mail: carlos_leonardo01@hotmail.com 
Facebook: Leonardo Martins 
 
 
PROGRAMA BASE 
 
Tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como: po-
lítica, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, 
relações internacionais, segurança, transportes, meio ambi-
ente, suas inter-relações; suas devidas e respectivas vincula-
ções históricas e geográficas. 
 
 
ÍNDICE GERAL 
1. ECONOMIA MUNDIAL ........................................... 01 
2. ENERGIA ................................................................ 21 
3. MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO 
 SUSTENTÁVEL ...................................................... 37 
4. RELAÇÕES INTERNACIONAIS ............................ 56 
5. SOCIEDADE ........................................................... 79 
6. POLÍTICA ............................................................... 
7. SEGURANÇA ......................................................... 
8. SAÚDE ................................................................... 
CAPÍTULO 1 
ECONOMIA MUNDIAL 
 
GLOBALIZAÇÃO: COMÉRCIO MUNDIAL, 
 CRISES ECONÔMICAS E 
ATUAIS FORMAÇÕES DE BLOCOS ECONÔMICOS 
 
As transformações econômicas mundiais ocorridas nas últi-
mas décadas, sobretudo no pós segunda guerra mundial, são 
fundamentais para entendermos as dinâmicas de poder estabe-
lecidas pelo grande capital e, também, pelas grandes corpora-
ções transnacionais. Além delas, não podemos deixar de men-
cionar a importância crescente das instituições supranacionais, 
que atuam como verdadeiros agentes neste jogo de interesses, 
como por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o 
Banco Mundial, entre outros. 
 
O cenário que se afigura com a chegada destes novos agen-
tes econômicos é imprescindível para compreendermos o signifi-
cado da chamada globalização econômica. Esta tem como ca-
racterísticas: 
 
- A ruptura de fronteiras, ou seja, tal ruptura é atribuída à di-
nâmica do capital, que circula livremente pelo globo, sem 
respeitar a delimitação de fronteiras territoriais; 
- Perda da soberania local, ou seja, países, estados e cidades 
tem que se submeter à lógica do capital para conseguir gerar 
lucro em seus orçamentos; 
- Expansão da dinâmica do capital, fato que se relaciona à 
ruptura de fronteiras, ou seja, o capital se dirige agora tam-
bém à periferia do capitalismo, uma vez que as transnacio-
nais compreenderam que a exploração (no sentido de explo-
rar a força de trabalho diretamente) dos países subdesenvol-
vidos promoveria grandes lucros para estes. 
 
Com o crescimento expressivo da atuação do capital em nível 
mundial, chegou-se a questionar o papel do Estado, isto é, o 
Estado seria de fato um agente importante neste processo ou 
atuaria como um impeditivo para a livre circulação do capital, 
uma vez que poderia criar regras ou leis que inviabilizariam a 
livre circulação do capital? Segundo este raciocínio, as transna-
cionais estariam comandando a dinâmica econômica mundial em 
detrimento dos Estados. Vale destacar que muitas empresas 
transnacionais passaram a desempenhar papéis que antes eram 
oferecidos pelo Estado, como serviços ligados à infraestrutura 
básica (exemplo: transporte e saneamento básico). 
 
No entanto, as sucessivas crises geradas pelo capitalismo 
mostraram que o papel do Estado não se apagou, como pen-
savam alguns, pelo contrário, em momentos de crise financeira, 
o Estado é chamado a ajudar as empresas em dificuldade eco-
nômica. Portanto, o papel do Estado no contexto de globalização 
reestruturou-se, passando este a atuar como um salvador dos 
excessos e econômicos promovidos pelas empresas nacionais 
ou internacionais, controlando taxas de juros, câmbios, manuten-
ção de subsídios em setores estratégicos, bem como fiscalizan-
do, direta e indiretamente, os recursos energéticos. 
 
A FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS 
 
 O surgimento dos blocos econômicos coincide com a 
mudança exercida pelo Estado. Em um primeiro momento, a 
ideia dos blocos econômicos era de diminuir a influência do Es-
https://www.ox.ac.uk/
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http://www.instagram.com/prof.leomartinsnardo
mailto:carlos_leonardo01@hotmail.com
 
 
 
 
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tado na economia e comércio mundiais. Mas, a formação destas 
organizações supranacionais fez com que o estado passasse a 
garantir a paz e o crescimento em períodos de grave crise eco-
nômica. Assim, a iniciativa de maior sucesso até hoje foi a expe-
riência vivida pelos europeus. 
 
A União Europeia iniciou-se como uma simples entidade eco-
nômica setorial, a chamada CECA (Comunidade Europeia do 
Carvão e do Aço, surgida em 1951) e depois, expandiu-se por 
toda a economia como ―Comunidade Econômica Europeia‖ até 
atingir a conformação atual, que extrapola as questões econômi-
cas perpassando por aspectos políticos e culturais. 
 
Além da União Europeia, podemos citar o NAFTA (North 
American Free Trade Agreement, surgido em 1993); o Mercosul 
(Mercado Comum do Sul, surgido em 1991); o Pacto Andino; a 
SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, sur-
gida em 1992), entre outros. A busca pela ampliação destes 
blocos econômicos mostra que o jogo de poder exercido pelas 
nações tenta garantir as áreas de influência das mesmas, contro-
lando mercados e estabelecendo parcerias com nações que 
despertem o interesse dos blocos econômicos. 
 
Além disso, o jogo de poder também está presente interna-
mente aos blocos, ou seja, existem países líderes dentro do 
bloco, que acabam submetendo os outros países do acordo aos 
seus interesses. Assim, nem sempre a constituição de um bloco 
econômico é benéfica a todos os membros; por exemplo, a cons-
tituição do NAFTA (México, Canadá e EUA) fez com que a frágil 
economia mexicana aumentasse ainda mais sua dependência 
em relação aos EUA, o Canadá, por sua vez, passou a ser con-
siderado uma extensão dos EUA, dada sua subordinação à eco-
nomia de seu vizinho. 
 
RCEP: FORMADO O MAIOR BLOCO 
COMERCIAL DO MUNDO (NOVEMBRO 2020) 
 
 Formação do mais novo e maior bloco comercial do mundo: a 
Parceria Econômica Global Abrangente (RCEP – Regional Com-
prehensive Economic Partnership). 
 
O que é a RCEP? 
 
A Parceria Econômica Global Abrangente (RCEP) é um acordo 
de livre comércio entre 15 países da região Ásia-Pacífico. Esse 
novo bloco econômico corresponde a mais de 30% do PIB mun-
dial e quase ⅓ da população do planeta, além de reunir muitas 
das maiores e mais pujantes economias da região Ásia-Pacífico, 
as quais deixaram diferenças geopolíticas de lado para concreti-
zar o acordo. 
 
Após mais de trinta rodadas de negociações, iniciadas no final de 
2011, quando foi introduzida a ideia da RECP, o acordo finalmen-
te foi assinado em 15 de novembro de 2020. Por conta da pan-
demia de Covid-19, a cerimônia de assinatura foi realizada por 
videoconferência baseada em Hanói (Vietnã). O RCEP é visto 
como um aumento da influência da China na região e visa reduzir 
progressivamente as tarifas de importação entre os países nos 
próximos anos. 
 
Países-membros do RCEP 
 
O RCEP é formado pelos 10 países da ASEAN (Associação das 
Nações do Sudeste Asiático) e outros 5 países: 
Austrália, Brunei, Camboja, China, Cingapura, Coréia do Sul, 
Filipinas, Indonésia, Japão, Laos, Malásia, Myanmar, Nova Ze-
lândia, Tailândia e Vietnã. 
 
 
 
A notada ausência dos Estados Unidos no 
acordo é decorrente da política externa ado-
tada pelo governo do ex-presidente Trump, 
deixando a maior economia do mundo de fo-
ra de dois blocos comerciais (RCEP e TPP – 
Parceria Transpacífica) que abrangem a re-
gião Ásia-Pacífico, a que possui o crescimen-
to mais rápido do planeta atualmente. 
 
 
ESTRUTURAS DOS PRINCIPAISBLOCOS COMERCIAIS DA 
REGIÃO ÁSIA-PACÍFICO 
 
Além do RCEP, temos outros acordos importantes na região 
Ásia-Pacífico: 
 
ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático: foi criada 
em 8 de agosto de 1967 para assegurar o desenvolvimento eco-
nômico e a estabilidade política da região. Os principais objetivos 
dessa associação são: acelerar o crescimento econômico, pro-
gresso social e desenvolvimento cultural na região e promover a 
paz e a estabilidade através do respeito e justiça entre os países 
integrantes. 
 
TPP-11 – Parceria Transpacífica (em inglês: Trans-Pacific Part-
nership, TPP): é um acordo de livre-comércio estabelecido entre 
https://www.fazcomex.com.br/blog/covid-19-governo-prorroga-reducao-do-imposto-de-importacao/
https://www.fazcomex.com.br/blog/exportacoes-para-cingapura/
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacoes-da-coreia-do-sul/
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacoes-do-japao/
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacoes-da-malasia/
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacoes-da-tailandia/
https://www.fazcomex.com.br/blog/exportacoes-para-o-vietna/
https://www.fazcomex.com.br/blog/importacoes-dos-estados-unidos/
 
 
 
 
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onze países banhados pelo Oceano Pacífico e relativo a uma 
variedade de questões de política e econômicas. O acordo foi 
firmado em 2015 e incluía os Estados Unidos, mas o ex-
presidente americano Donald Trump retirou o país do acordo em 
2018. 
 
QUEM SE BENEFICIARÁ DO RCEP? 
 
O Instituto Peterson de Economia Internacional estima que o 
acordo pode aumentar a renda nacional global em US$ 186 
bilhões anuais até 2030 e adicionar 0,2% à economia de seus 
estados membros. No entanto, alguns analistas acreditam que o 
acordo provavelmente beneficiará a China, o Japão e a Coréia 
do Sul mais do que outros países membros. 
 
Contudo os resultados do acordo beneficiam não apenas os 15 
países-membros da RCEP, mas também outras regiões do mun-
do que mantêm relações econômicas e comerciais com elas. O 
objetivo da RCEP é fazer com que o fluxo de bens e capitais na 
região seja tão livre como em uma única economia. Segundo 
uma estimativa, quando a RCEP atingir a liberalização comercial 
em todos os setores, com exceção do setor agrícola, a taxa de 
crescimento das importações da China aumentará em 17%. 
 
O RCEP eliminará até 90% das tarifas de importação entre as 
nações signatárias em 20 anos e estabelecerá regras comuns 
para comércio eletrônico, comércio e propriedade intelectual, 
evitando qualquer compromisso com o trabalho ou o meio ambi-
ente. O RCEP foi projetado para reduzir custos e tempo para 
empresas e comerciantes, permitindo que exportem seus produ-
tos para qualquer nação signatária, sem atender a requisitos 
separados para cada país. 
 
Significativamente, também, o RCEP representa o primeiro 
acordo de livre comércio entre China, Japão e Coréia do Sul, 
potências econômicas industrializadas da Ásia. O pacto não 
deve apenas ajudar as nações da ASEAN a se recuperar no 
ano que vem da devastação econômica da pandemia, mas 
também destaca simbolicamente a importância da região no 
que alguns analistas ainda acreditam que ficará conhecido 
como o ―Século Asiático‖. 
 
Por fim, embora a maioria dos países da RCEP já tenha fortes 
laços comerciais entre si – as trocas comerciais vão desde cere-
ais até semicondutores -, o novo tratado é considerado importan-
te porque resultará em um sistema comercial mais unificado. 
 
 
MERCOSUL 
 
COMPOSIÇÃO, OBJETIVOS E ESTRUTURA INSTITUCIONAL 
 
Com mais de duas décadas de existência, o Mercado Co-
mum do Sul (MERCOSUL) é a mais abrangente iniciativa de 
integração regional da América Latina, surgida no contexto da 
redemocratização e reaproximação dos países da região ao final 
da década de 80. Os membros fundadores do MERCOSUL são 
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, signatários do Tratado de 
Assunção de 1991. 
 
A Venezuela aderiu ao Bloco em 2012, mas está suspensa, 
desde dezembro de 2016, por descumprimento de seu Protocolo 
de Adesão e, desde agosto de 2017, por violação da Cláusula 
Democrática do Bloco. 
 
Todos os demais países sul-americanos estão vinculados ao 
MERCOSUL como Estados Associados. A Bolívia, por sua vez, 
tem o ―status‖ de Estado Associado em processo de adesão. 
 
O Tratado de Assunção, instrumento fundacional do MER-
COSUL, estabeleceu um modelo de integração profunda, com os 
objetivos centrais de conformação de um mercado comum - com 
livre circulação interna de bens, serviços e fatores produtivos - o 
estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) no comér-
cio com terceiros países e a adoção de uma política comercial 
comum. 
 
O livre comércio intrazona foi implementado por meio do pro-
grama de desgravação tarifária previsto pelo Tratado de Assun-
ção, que reduziu a zero a alíquota do imposto de importação 
para o universo de bens, salvo açúcar e automóveis. A União 
Aduaneira, estabelecida pela TEC, está organizada em 11 níveis 
tarifários, cujas alíquotas variam de 0% a 20%, obedecendo ao 
princípio geral da escalada tarifária: insumos têm alíquotas mais 
baixas e produtos com maior grau de elaboração, alíquotas maio-
res. 
 
O Protocolo de Ouro Preto, assinado em 1994, estabeleceu a 
estrutura institucional básica do MERCOSUL e conferiu ao Bloco 
personalidade jurídica de direito internacional. O Protocolo con-
sagrou, também, a regra do consenso no processo decisório, 
listou as fontes jurídicas do MERCOSUL e instituiu o princípio da 
vigência simultânea das normas adotadas pelos três órgãos 
decisórios do Bloco: o Conselho do Mercado Comum (CMC), 
órgão superior ao qual incumbe a condução política do processo 
de integração; o Grupo Mercado Comum (GMC), órgão executivo 
do Bloco; e a Comissão de Comércio do MERCOSUL (CCM), 
órgão técnico que vela pela aplicação dos instrumentos da políti-
ca comercial comum. 
 
 
No decorrer do processo de integração, e em grande medida 
em razão do êxito inicial da integração econômico-comercial, a 
agenda do MERCOSUL foi paulatinamente ampliada, passando 
a incluir temas políticos, de direitos humanos, sociais e de cida-
dania. Os dois marcos na área social e cidadã do MERCOSUL 
são, respectivamente, o Plano Estratégico de Ação Social (2011) 
e o Plano de Ação para o Estatuto da Cidadania do MERCOSUL 
(2010). 
 
A agenda política do MERCOSUL abrange um amplo espec-
tro de políticas governamentais tratadas por diversas instâncias 
do bloco, que incluem reuniões de ministros, reuniões especiali-
zadas, foros e grupos de trabalho. Os Estados Partes e Estados 
Associados promovem cooperação, consultas ou coordenação 
em virtualmente todos os âmbitos governamentais, o que permi-
tiu a construção de um patrimônio de entendimento e integração 
de valor inestimável para a região. 
 
O MERCOSUL é hoje instrumento fundamental para a pro-
moção da cooperação, do desenvolvimento, da paz e da estabili-
dade na América do Sul. 
 
DADOS BÁSICOS 
 
Os membros fundadores (Brasil, Argentina, Paraguai e Uru-
guai) e a Venezuela, que completou seu processo de adesão em 
meados de 2012, abrangem, aproximadamente, 72% do território 
da América do Sul (12,8 milhões de km², equivalente a três vezes 
a área da União Europeia); 69,5% da população sul-americana 
(288,5 milhões de habitantes) e 76,2% do PIB da América do Sul 
em 2016 (US$ 2,79 trilhões de um total de US$ US$ 3,66 tri-
lhões, segundo dados do Banco Mundial). 
 
https://www.piie.com/
 
 
 
 
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Se tomado em conjunto, o MERCOSUL seria a quinta maior 
economia do mundo, com um PIB de US$ 2,79 trilhões. O MER-
COSUL é o principal receptor de investimentos estrangeiros 
diretos (IED) na região. O bloco recebeu 47,4% de todo o fluxo 
de IED direcionado à América do Sul, América Central, México e 
Caribe em 2016 (dados da UNCTAD). O bloco constitui espaço 
privilegiado para investimentos, por meio de compra, controle 
acionário e associação de empresas dos EstadosPartes. A am-
pliação da agenda econômica da integração contribuiu para 
incremento significativo dos investimentos diretos destinados 
pelos Estados Partes aos demais sócios do bloco. 
 
O MERCOSUL NA ATUALIDADE 
 
O MERCOSUL atravessa um processo acelerado de fortale-
cimento econômico, comercial e institucional. Os Estados Partes 
consolidaram um modelo de integração pragmático, voltado para 
resultados concretos no curto prazo. O sentido da integração do 
MERCOSUL atual é a busca da prosperidade econômica com 
democracia, estabilidade política e respeito aos direitos humanos 
e liberdades fundamentais. 
 
Os resultados desse novo momento do MERCOSUL já 
começaram a aparecer. Entre os muitos avanços recentes, 
destacam-se: 
 
# aprovação do Protocolo de Cooperação e Facilitação de 
Investimentos (2017), que amplia a segurança jurídica e a-
primora o ambiente para atração de novos investimentos na 
região; 
 
# conclusão do acordo do Protocolo de Contratações Públicas 
do MERCOSUL (2017), que cria oportunidades de negócios 
para as nossas empresas, amplia o universo de fornecedores 
dos nossos órgãos públicos e reduz custos para o governo; 
 
# encaminhamento positivo da grande maioria dos entraves ao 
comércio intrabloco; 
 
# modernização no tratamento dos regulamentos técnicos; 
 
# apresentação dos projetos brasileiros para Iniciativas Facili-
tadoras de Comércio e Protocolo de Coerência Regulatória. 
# tratamento do tema de proteção mútua de indicações geográ-
ficas entre Estados Partes do MERCOSUL; 
 
# aprovação do Acordo do MERCOSUL sobre Direito Aplicável 
em Matéria de Contratos Internacionais de Consumo (2017), 
que estabelece critérios para definir o direito aplicável a lití-
gios dos consumidores em suas relações de consumo. 
 
# Ainda há muito avanços necessários para consolidar o Mer-
cado Comum previsto no Tratado de Assunção, em todos os 
seus aspectos: a livre circulação de bens, serviços e outros 
fatores produtivos, incluindo a livre circulação de pessoas; a 
plena vigência da TEC e de uma política comercial comum; a 
coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais; e a 
convergência das legislações nacionais dos Estados Partes. 
 
# Na área institucional, é fundamental tornar o MERCOSUL 
mais ágil, moderno e dinâmico. Também há espaço para a-
vançar na racionalização da estrutura institucional do Bloco, 
tornando-a mais enxuta, transparente e eficiente. 
 
# Nas área de cidadania e das políticas sociais, as metas estão 
dadas pelo Estatuto da Cidadania e pelo PEAS. Entre as pri-
oridades estabelecidas pelo Brasil, destacam-se a facilitação 
da circulação de pessoas no MERCOSUL, por meio da mo-
dernização e simplificação dos procedimentos migratórios, e 
a plena implementação do sistema de mobilidade acadêmica 
do MERCOSUL. 
 
# O Brasil seguirá trabalhando para que o MERCOSUL dê 
continuidade à concretização de uma agenda pragmática, 
tendo sempre em mente os interesses dos cidadãos e em-
presas do bloco no fortalecimento da integração econômica e 
comercial, da democracia e da plena observância dos direitos 
humanos. 
MERCOSUL E AFASTAMENTO DA VENEZUELA 
 
Em dezembro de 2016, a Venezuela foi suspensa do Merco-
sul. Primeiramente, Mercosul é um bloco econômico fundado em 
1991 pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países especifi-
cados como membros plenos do bloco. Em 2012 a Venezuela 
inserida no Mercosul. 
 
No dia 02 de dezembro de 2016, Argentina, Brasil, Uruguai e 
Paraguai divulgaram a suspensão da Venezuela do Mercosul por 
tempo indeterminado. O motivo da suspensão se dá pelo fato do 
desrespeito às regras do bloco econômico, mas não foi a única 
razão. 
 
1. Motivo de ordem técnica 
 
No documento de suspensão explica que a Venezuela deixou 
de realizar com os compromissos assumidos na sua adesão ao 
Mercosul, perdendo assim, os direitos de participação no grupo. 
 
A Venezuela cumpriu apenas 25% do total de acordos e 80% 
das mais de 1.200 norma técnicas que estão no tratado de ade-
são e normas do bloco econômico. Apesar de outros países, 
como a Argentina, descumprirem algumas normas internas, a 
Venezuela teve a suspensão por outros fatores graves. 
 
2. Motivo de ordem política 
 
A entrada da Venezuela como membro permanente em 2012 
gerou discussões. A chegada do país foi ocasionada com o apoio 
dos governos brasileiros e argentinos. Com a saída da presiden-
te brasileira Dilma Rousseff e a eleição de Maurício Macri na 
Argentina houve uma mudança na direção política do Mercosul. 
 
O Brasil contou com o apoio da Argentina e Paraguai para a 
decisão de suspensão da Venezuela, que tem direção política 
em alguns aspectos opostas à dos membros do Mercosul. A 
postura do presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, por exem-
plo, é considerada ditatorial e antidemocrática. Esses fatores 
contribuíram para a retirada do país do bloco. 
 
3. Outros motivos 
 
A economia da Venezuela depende do petróleo. Durante um 
tempo o petróleo manteve um valor alto de comercialização, 
dando a Venezuela estabilidade econômica e chegou a ser o 
país mais rico da América do Sul. No entanto, em 2013 o cenário 
mudou e o valor do barril de petróleo caiu, provocando uma crise 
econômica na Venezuela. 
 
A extrema dependência da economia venezuelana em rela-
ção ao petróleo sempre foi alvo de preocupação, embora não se 
configurasse verdadeiramente como um problema. O petróleo 
manteve, durante um longo período, um valor de comercialização 
em nível elevado. As significativas reservas de combustível fóssil 
proporcionaram ao país períodos de tranquilidade econômica e 
 
 
 
 
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ele chegou a ser a nação mais rica da América do Sul. Entretan-
to, esses ventos de prosperidade econômica começaram a mu-
dar de direção a partir do ano de 2013. O valor pago ao barril do 
petróleo despencou desde então, o que provocou uma grave 
crise econômica na Venezuela. 
 
Em 2016, o país sentiu mais forte a crise e teve falta de pro-
dutos e serviços básicos, como água, alimentos e energia elétri-
ca. O Mercosul possui principalmente interesses econômicos e a 
situação crítica da economia venezuelana influenciou significati-
vamente para a suspensão por tempo indeterminado da Venezu-
ela como membro do bloco. 
 
BREXIT 
 
LÍDERES DA UNIÃO EUROPEIA ASSINAM 
ACORDO PÓS-BREXIT COM O REINO UNIDO 
 
 
Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Le-
yen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, assinaram hoje 
em Bruxelas o acordo que administrará as relações comer-
ciais pós-Brexit com o Reino Unido (30.12.2020) 
 
Em um comunicado oficial, Michel afirmou que o documento 
assinado hoje constitui "um acordo justo e equilibrado que pre-
serva os interesses da UE e cria estabilidade e previsibilidade 
para cidadãos e empresas". A UE, apontou Michel, está sempre 
"pronta para trabalhar lado a lado" com o Reino Unido em temas 
de interesse comum, como ações contra a mudança climática ou 
a resposta à pandemia de coronavírus. Em Londres, o Parlamen-
to deve discutir e ratificar o acordo antes do fim do ano. O Parla-
mento Europeu se reunirá apenas no fim de fevereiro para ratifi-
car o tratado e por este motivo a UE precisou aprovar a imple-
mentação provisória a partir de janeiro. O Reino Unido saiu da 
União Europeia em 31 de janeiro e a partir das 23h GMT de 31 
de dezembro também estará fora do mercado único e da união 
alfandegária do bloco. O acordo, de mais de 1.200 páginas e 
negociado durante a maior parte do ano, pauta como funcionará 
a relação comercial entre as duas partes. 
 
JOHNSON: REINO UNIDO 
SERÁ 'MELHOR AMIGO E ALIADO' DA UE 
 
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu hoje que 
seu país será "o melhor amigo e aliado" da União Europeia, após 
sua separação definitiva. "Vamos ser um vizinho amistoso, o 
melhor amigo e aliado que a UE pode ter, trabalhando lado a 
lado sempre que nossos valores e interessescoincidirem, en-
quanto se cumpre o desejo soberano do povo britânico de viver 
sob suas próprias leis soberanas feitas por seu próprio Parla-
mento soberano", afirmou Johnson, durante o debate parlamen-
tar para aprovar o histórico acordo comercial pós-Brexit 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alexander Boris de Pfeffel Johnson é um político, escritor e 
jornalista britânico, atualmente servindo como Primeiro-
ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador 
desde 2019. 
 
 
 
No dia 23 de junho de 2016, os cidadãos do Reino Unido par-
ticiparam de um plebiscito em que podiam escolher entre duas 
opções: o Reino Unido permanecer (―remain‖) ou deixar (―leave‖) 
a União Europeia. No fim das contas, venceu a opção pela saída 
dos britânicos da UE, com 52%. Sem dúvida, esta é uma decisão 
de grandes proporções para aquele país, para a Europa e para 
todo o mundo. Vamos entender um pouco melhor as implicações 
do Brexit. 
 
O QUE É BREXIT? 
 
A sigla Brexit é uma junção de ―Britain‖ e ―exit‖, que em por-
tuguês significa saída do Reino Unido (da União Europeia). O 
Brexit, opção que venceu o plebiscito, consiste basicamente no 
desmembramento, por parte do Reino Unido, do bloco da União 
Europeia. 
 
O QUE É A UNIÃO EUROPEIA? 
 
Surgida após a Segunda Guerra Mundial e desenvolvida ao 
longo de décadas, a União Europeia é um bloco econômico a-
cordado entre vários países europeus (com a saída do Reino 
Unido serão 27 países-membros), cujo objetivo maior é promover 
a integração e a cooperação entre tais países, em diversos as-
pectos: econômicos, culturais e políticos. 
 
União Europeia existe até hoje, mais de sete décadas após o 
fim da Segunda Guerra, e já alcançou acordos de integração em 
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/atualidades/reino-unido-votou-sair-uniao-europeia-agora-956652.shtml
https://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/atualidades/reino-unido-votou-sair-uniao-europeia-agora-956652.shtml
https://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/atualidades-vestibular/entenda-como-funciona-a-uniao-europeia/
 
 
 
 
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um nível inédito na história mundial: abertura comercial, forma-
ção de um mercado comum europeu, acordo de livre circulação 
de pessoas e até a unificação monetária (o Euro é a moeda 
oficial de 19 países europeus atualmente). 
 
A União Europeia tornou-se uma forte organização política, 
com significativo poder de decisão na vida dos europeus. Possui 
um parlamento e também uma corte de justiça. Tudo isso são 
feitos que não encontram paralelo na história mundial: vários 
Estados soberanos optaram por se integrar e até mesmo abrir 
mão de parte de suas soberanias, por entender que a coopera-
ção entre si traria mais benefícios para si. 
 
POR QUE O REINO UNIDO ESCOLHEU DEIXAR 
A UNIÃO EUROPEIA? 
 
A realização e o resultado do plebiscito sobre a presença do 
Reino Unido na União Europeia traduzem um sentimento com-
partilhado por muitos europeus em relação à essa organização – 
especialmente nos últimos anos. Como você já deve saber, o 
mundo passa por uma grave crise de refugiados: chegamos ao 
maior número de pessoas que abandonam seu país-natal desde 
a Segunda Guerra Mundial, por causa de conflitos armados que 
ameaçam suas vidas. Desesperadas, essas pessoas fogem para 
lugares que eles acreditam serem seguros e acolhedores. 
 
Por esse motivo, milhões de pessoas têm migrado incessan-
temente de países da África e do Oriente Médio para a Europa. A 
onda de imigrantes assusta muitos europeus, que muitas vezes 
reagem com xenofobia em relação a essas pessoas. 
 
A campanha pelo Brexit certamente foi muito fortalecida pela 
percepção de que o Reino Unido estava sendo prejudicado pela 
facilidade com que muitos estrangeiros conseguiam migrar para 
o país. A alegação de que o país não possui controle efetivo 
sobre suas próprias fronteiras por causa da União Europeia pe-
sou bastante para o resultado final. 
 
Além da questão da imigração, também há o argumento 
de que a União Europeia cria uma situação injusta entre 
seus membros, em que os países com economias mais for-
tes (como Alemanha, França e Reino Unido) sustentam os 
países economicamente mais fracos e endividados (Espa-
nha, Portugal, Grécia, Itália, etc). 
 
Por fim, é preciso notar que o Reino Unido é um país que 
guarda algumas diferenças com seus vizinhos. O país fica em 
uma ilha e sua vocação marítima o alçou à condição de maior 
império do mundo no século XIX, com colônias espalhadas por 
todo o globo. É daí que vem a famosa frase ―O sol nunca se põe 
no império britânico‖. 
 
O sentimento nacionalista britânico, portanto, pode ter sido 
um apelo para que a população da ilha (principalmente os ingle-
ses e galeses) deixasse seus pares europeus. Membro da UE 
desde 1973, o Reino Unido sempre teve uma participação titube-
ante no bloco. Um exemplo disso é que o país nunca adotou o 
euro como moeda (a libra esterlina continuou circulando). O país 
também não participou completamente do acordo de Schengen, 
que não era originalmente parte da União Europeia, mas desde 
1997 faz parte do quadro jurídico; tal acordo criou um espaço de 
livre circulação de pessoas entre países europeus, sem a neces-
sidade de controle de passaporte. 
 
 
 
PROPOSTA DE COMO SERIA A SAÍDA. 
AGORA QUE O BREXIT VENCEU, O QUE ACONTECE? 
 
 Com a vitória da saída do Reino Unido da União Euro-
peia, abre-se um período de incertezas, afinal, essa é a primeira 
vez que um membro decide deixar a união. O primeiro-ministro 
britânico, David Cameron, que fez campanha pela permanência 
de seu país, já declarou que renunciará ao seu cargo em outu-
bro, afirmando que um novo primeiro-ministro deve conduzir as 
negociações de saída do bloco. Agora, Reino Unido e União 
Europeia terão de fazer intensas negociações, que definirão 
como será a relação entre eles de agora em diante. 
 
Veja no infográfico abaixo como funciona, de acordo com o 
artigo 50 do Tratado de Lisboa, o processo de saída de um 
membro da União Europeia: 
 
PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DO BREXIT, EM QUATRO 
PONTOS: 
 
 
- Fim da livre circulação: será possível continu-
ar viajando sem visto, mas apenas para esta-
dias curtas. 
 
- Vistos para trabalho: o Reino Unido imple-
mentará um novo sistema baseado em pon-
tos, e a União Europeia aplicará as regras pa-
ra países fora do bloco. 
 
 
- Saída do mercado comum: não haverá tarifas 
adicionais entre exportações e importações, 
mas serão impostos controles de segurança 
na alfândega que podem atrasar a troca fluida 
de mercadorias. 
 
 
- Exceções: as considerações acima não 
se aplicam à Irlanda do Norte ou a euro-
peus e britânicos com residência oficial e 
regularizada no Reino Unido e na União 
Europeia. 
 
 
 
 
 
PÁG.7 
 
 
 
OS ―TIJOLOS‖ DA ECONOMIA – BRICS 
 
Os números são astronômicos: juntos, os Brics - o grupo for-
mado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - ocupam 
26,46% da área total da Terra, reúnem 42,58% da população 
mundial e respondem por 22,53% do PIB do planeta. 
 
Mas, na medida em que crescem em importância, suas dife-
renças acabam se tornando mais pronunciadas desde que o 
termo foi criado, há 16 anos. 
 
Naquela ocasião, o britânico Jim O'Neill, então diretor de 
pesquisas econômicas do banco de investimentos Goldman 
Sachs, cunhou a sigla ao assinalar a importância cada vez maior 
desses países, sobretudo, da China, para o crescimento da eco-
nomia mundial. 
 
Mas, hoje, no campo econômico, os Brics têm tido desempe-
nhos muito diferentes. A Índia é a única que continua a crescer. 
A China ainda mantém uma taxa de crescimento bem maior do 
que a média mundial, mas menos vigorosa do que no passado. 
Já Brasil e Rússia se revelaram "grandes decepções". 
 
Já no campo político, disputas territoriais entre China e Índia 
elevaram as tensões entre os dois países. Como resultado, o 
futuro do grupo vem sendo colocado emxeque. 
 
A primeira reunião do grupo só aconteceu em 2009 em Yaka-
teriburgo, na Rússia. A cúpula deste ano acontece em Xiamen, 
no sudeste da China. Cinco países foram convidados pela China 
como observadores: México, Tailândia, Tajiquistão, Egito e Gui-
né. 
 
Especialistas citam como exemplos do estreitamento das re-
lações entre esses países não só o estabelecimento de um fundo 
de US$ 100 bilhões à disposição de qualquer membro do grupo 
no caso crises de liquidez, como também o Novo Banco de De-
senvolvimento (NBD), também chamado de "Banco dos Brics", 
voltado para o financiamento de projetos em países em desen-
volvimento. 
 
Os Brics são excelente veículo para Pequim se movimentar 
geoeconomicamente para além de sua vizinhança asiática. Daí 
os primeiros projetos financiados pelo NBD centrarem-se em 
energia limpa. A China investe mais em tecnologia eólica e foto-
voltaica do que todo o resto do mundo. A construção institucional 
dos Brics 2.0' não é pouca coisa. Agrupamentos como o G7 
jamais foram além de declarações sobre a conjuntura global. 
 
IMPORTANTE 
O QUE É O TPP? 
DONALD TRUMP E FIM DA 
PARCERIA TRANSPACÍFICO – TPP 
 
TRUMP ASSINA ATO DE RETIRADA DOS EUA DO TPP 
 
O ex-presidente americano Donald Trump assinou um docu-
mento que coloca fim à participação dos Estados Unidos no 
Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (o TPP), nego-
ciado durante anos por seu antecessor Barack Obama e que 
tinha a adesão de 12 países da região Ásia-Pacífico. 
 
 
 
TPP 
 
O tratado foi assinado por 12 países: Austrália, Brunei, Cana-
dá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cinga-
 
 
 
 
PÁG.8 
pura, Estados Unidos e Vietnã, que representam 40% da econo-
mia mundial e um terço do comércio global. 
 
O TPP, que visa reduzir barreiras comerciais em algumas das 
economias com o crescimento mais rápido da Ásia e se estender 
do Canadá ao Vietnã, não pode entrar em vigor sem os Estados 
Unidos. 
 
Ele precisa da ratificação de pelo menos seis países que res-
pondam por 85% do Produto Interno Bruto (PIB) combinado dos 
países membros. 
 
OBAMA DIZ QUE SEM TPP CHINA DECRETARÁ REGRAS DO 
COMÉRCIO MUNDIAL 
 
Várias organizações não governamentais o questionam por 
alegar que há normas pouco transparentes para os trabalhadores 
e o meio ambiente. Argumentam ainda que viola normas sobera-
nas de países-membros e limita o acesso a medicamentos. 
Resposta da China 
 
A China tem buscado promover sua própria versão de 
um pacto comercial da Ásia-Pacífico, chamado de Parceria 
Abrangente Econômica Regional (RCEP, na sigla em inglês), 
que exclui os Estados Unidos e cria uma área de livre co-
mércio de 16 nações, incluindo a Índia, o maior bloco do 
mundo nesse âmbito, abrangendo 3,4 bilhões de pessoas. 
 
Trata-se de um acordo comercial mais tradicional, que envol-
ve cortar tarifas em vez de abrir economias e estabelecer pa-
drões trabalhistas e ambientais como o TPP faria. 
 
CRISES ECONÕMICAS MUNDIAIS! 
 
A INCERTA RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL APÓS 
O IMPACTO DA COVID-19 
 
Passageiros de máscara no metrô de Moscou, em 2 de 
dezembro de 2020. 
 
O aparecimento da pandemia de covid-19, há um ano, provocou 
uma crise econômica sem precedentes, e devolveu aos Estados 
Unidos um papel de destaque, mas também amplificou várias 
tendências da globalização, entre o apogeu da China e a afirma-
ção do poder das gigantes tecnológicas. 
 
– UMA CRISE SEM PRECEDENTES – 
 
Se fosse possível destacar um número, seria a dos 20,5 milhões 
de empregos destruídos em abril nos Estados Unidos. 
+ FMI pede que Brasil mantenha rigor fiscal, mas que esteja 
pronto para maior apoio por pandemia 
+ Crise de 2008 mudou postura na área fiscal do FMI e da 
OCDE 
 
Em 1929, a catástrofe foi provocada por uma queda no mercado 
de valores; em 2008, por uma crise financeira; em 2020, o impac-
to é exógeno, mas paralisa, da noite para o dia, o conjunto de 
setores econômicos ―físicos‖. 
 
As medidas de confinamento, que afetaram em abril metade da 
humanidade, representam uma comoção incomparável para uma 
economia mundial que funciona com uma produção ajustada, 
sem reservas, com cadeias de produção divididas. 
 
Os aviões, que costumam transportar 4,3 bilhões de pessoas 
ao ano, ficam em terra. O turismo de massa, que representa 
10,5% do PIB mundial, paralisa. Os navios de carga perma-
necem atracados, assim como milhares de tripulantes. 
Transportes e fábricas funcionam a meia capacidade, os 
pequenos comércios e restaurantes fecham e os teatros 
baixam as cortinas. 
 
Ao contrário, as novas tecnologias, as telecomunicações, a dis-
tribuição pela internet e as farmácias tiram proveito desta crise, 
às vezes qualificada de ―darwiniana‖, que acelera a transição 
para um mundo digital. 
 
Diferentemente de 2008, os países emergentes sofrem em 
cheio com a crise desde o começo. Suas exportações caem, 
assim como os preços das matérias-primas. Em 2020, o Fundo 
Monetário Internacional (FMI) prevê uma recessão mundial de 
4,4%. 
 
A esperança de uma recuperação rápida em V foi fugar, com os 
novos confinamentos do outono no hemisfério norte, antecipando 
um ano de 2021 ainda muito perturbado. Os avanços na frente 
das vacinas deixam entrever, no entanto, uma saída para a crise. 
 
– ―CUSTE O QUE CUSTAR‖ – 
Outra diferença com as crises precedentes: a resposta dos go-
vernos foi imediata e maciça, ―custe o que custar‖, nas palavras 
do presidente francês, Emmanuel Macron. 
Mas nada teria sido possível sem o Federal Reserve (banco 
central dos Estados Unidos), o Banco Central Europeu, o Banco 
da Inglaterra ou o Banco do Japão, que abriram as comportas 
para adquirir maciçamente títulos da dívida, principalmente dos 
Estados. 
Os países deixam correr os déficits para evitar falências em série 
e desemprego em massa: embora a dívida da zona do euro deva 
superar 100% do PIB em 2020, o desemprego se estabilizou em 
8,3% em setembro. 
Os governos do G20 gastaram 11 trilhões de dólares para ajudar 
pessoas lares e empresas. O que não impediu ondas de demis-
sões. 
Os Estados Unidos representam um quarto destes gastos. A 
União Europeia lançou um plano de recuperação de 750 bilhões 
de euros (895 bilhões de dólares), financiado por um empréstimo 
comum, que ainda deve ser implementado. 
– CHINA, O X DA QUESTÃO – 
Origem da pandemia, a China é inicialmente debilitada por este 
vírus, que a arrasta para uma recessão histórica (- 6,8% no pri-
meiro trimestre). Acusado de ter demorado em informar a Orga-
nização Mundial da Saúde (OMS), o governo de Pequim é apon-
tado. No entanto, o planeta se lança sobre as máscaras ―made in 
China‖. 
Em 2020, a China será, ao contrário, a única grande economia a 
mostrar crescimento, estimado em 1,9% pelo FMI. Aumentou, 
inclusive, sua cota de mercado no comércio global, graças a 
suas exportações de produtos médicos e equipamentos para 
trabalho remoto, segundo a seguradora de crédito Euler Hermes. 
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/obama-diz-que-sem-tpp-china-decretara-regras-do-comercio-mundial.html
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/obama-diz-que-sem-tpp-china-decretara-regras-do-comercio-mundial.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/11/decisao-de-trump-de-deixar-parceria-transpacifico-abre-espaco-para-china.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/11/decisao-de-trump-de-deixar-parceria-transpacifico-abre-espaco-para-china.html
https://www.istoedinheiro.com.br/fmi-pede-que-brasil-mantenha-rigor-fiscal-mas-que-esteja-pronto-para-maior-apoio-por-pandemia/
https://www.istoedinheiro.com.br/fmi-pede-que-brasil-mantenha-rigor-fiscal-mas-que-esteja-pronto-para-maior-apoio-por-pandemia/
https://www.istoedinheiro.com.br/crise-de-2008-mudou-postura-na-area-fiscal-do-fmi-e-da-ocde/
https://www.istoedinheiro.com.br/crise-de-2008-mudou-postura-na-area-fiscal-do-fmi-e-da-ocde/
 
 
 
 
PÁG.9 
E, enquanto os Estados Unidos estão mergulhados na pandemia 
e em uma difíciltransição presidencial, o ―Império do centro‖ 
continua mexendo suas fichas. Em meados de novembro, assi-
nou um acordo comercial que reúne 15 países da Ásia e do Pací-
fico, o mais vasto do mundo. 
A China também tem, em grande parte, a chave do problema 
crescente da dívida dos países pobres, dos quais detêm 63%. 
 
– OS ‗GAFA‘ AINDA MAIS FORTES – 
Google, Amazon, Facebook e Apple (GAFA) se beneficiaram 
dos confinamentos, que multiplicaram os usuários das redes 
sociais, assim como as compras pela internet. O volume de ne-
gócios da Amazon aumentou 37% no terceiro trimestre, a 96 
bilhões de dólares. 
―Os grupos fortes ficam ainda mais fortes‖, resume o analis-
ta Daniel Ives, da Wedbush Securities. E suas ações dispa-
ram na bolsa: +31% para a Google, +34% para o Facebook, 
+36% para a Microsoft, +58% para a Apple e +72% para a 
Amazon desde 1º de janeiro. 
Mas esta hegemonia não está isenta de críticas. Abuso de posi-
ção dominante, difusão de conteúdo de ódio, desinformação, uso 
de dados pessoais, otimização fiscal, distribuição injusta de re-
ceita em detrimento dos meios, condições de trabalho: as ações 
e os processos se acumulam dos dois lados do Atlântico contra 
estas gigantes da internet, que são verdadeiros ―adversários dos 
Estados‖, segundo o ministro francês da Economia, Bruno Le 
Maire. 
ENTENDA O QUE CAUSOU A CRISE FINANCEIRA DE 2008 
 
O crédito fácil e a disseminação de um investimento "podre" 
pelo mundo todo estão na raiz da crise financeira de 2008. 
 
Por volta de 1998, os bancos dos Estados Unidos começa-
ram a emprestar dinheiro a muita gente que não tinha como 
pagar. 
 
Mesmo quem estava desempregado e não tinha renda nem 
patrimônio conseguia ser aprovado pelo banco para receber um 
financiamento. E poderia dar a própria casa como garantia para 
vários empréstimos. 
 
Esse tipo de crédito era conhecido como ―subprime‖ (de 
segunda linha). O volume de financiamentos desse tipo era 
gigantesco. 
 
CDOS E CALOTE 
 
Os bancos passaram, então, a misturar essa dívida de alto 
risco (pouca chance de ser paga) com dívidas de baixo risco (de 
clientes com bom histórico de pagamento) e montar vários paco-
tes, as chamados CDO (obrigações de dívida com garantia). 
 
Eles vendiam as CDOs para investidores do mundo todo, so-
bretudo na Europa. Quando os norte-americanos que tomaram 
os empréstimos pagassem o valor devido, o dinheiro iria para 
quem comprou a CDO, com juros. Os compradores eram levados 
a acreditar que estavam fazendo um ótimo negócio, porque os 
juros eram altos. 
 
Eles não sabiam exatamente que tipo de dívida havia dentro 
da CDO que estavam comprando, mas as agências de classifi-
cação de risco (Standard & Poor‘s, Fitch e Moody‘s), depois 
criticadas por seu papel na crise, garantiam que eram investi-
mentos de alta qualidade. 
 
O problema é que os devedores não pagaram suas dívidas. 
Como essas dívidas estavam nas mãos de bancos e fundos de 
investimentos do mundo todo, houve um efeito dominó no mer-
cado. 
 
 
 
―SEGUNDA-FEIRA NEGRA‖ 
 
Em 15 setembro de 2008, marco da crise, um dos bancos de 
investimentos mais tradicionais dos Estados Unidos, o Lehman 
Brothers, foi à falência, e as Bolsas do mundo todo despenca-
ram. A data ficou conhecida como segunda-feira negra. 
 
Em seguida, outros bancos anunciam perdas bilionárias. Fo-
ram meses de muita instabilidade no mercado. 
Para tentar evitar quebradeiras em série, governos de vários 
países anunciam planos de socorro à economia, injetando bi-
lhões em bancos. 
 
RECESSÃO E DESEMPREGO 
 
 
 
 
 
PÁG.10 
Mesmo assim, a crise não ficou só no setor financeiro. Os Es-
tados Unidos e outros países, incluindo o Brasil, entraram em 
recessão. O desemprego disparou, sobretudo entre os mais 
jovens, e muitas empresas faliram. 
 
 
 
 
Os efeitos da crise de 2008 foram sentidos no mundo todo 
durante anos. Até hoje, oito anos depois, o nível de emprego em 
vários países não retornou aos patamares anteriores ao colapso. 
 
 
CONSEQUÊNCIAS NO BRASIL 
 
Antes restrita aos bancos, o primeiro reflexo da crise sobre as 
empresas brasileiras não-financeiras apareceu no dia 25 de 
setembro de 2008. Foi o dia em que a Sadia anunciou que havia 
tido um prejuízo milionário com investimentos em derivativos 
tóxicos. Era a primeira empresa a registrar perdas ligadas dire-
tamente à crise financeira nos Estados Unidos. 
 
O prejuízo inicial foi avaliado em R$ 760 milhões, mas no fe-
chamento do trimestre (outubro – dezembro), as perdas foram de 
R$ 2,042 bilhões e acabaram culminando na fusão da companhia 
com a Perdigão, que deu origem à BRF. Na carona da Sadia, a 
Aracruz também perdeu dinheiro com derivativos e registrou um 
prejuízo de R$ 3 bilhões no quarto trimestre de 2008. 
 
Endividada, a empresa acabou fechando um acordo de aqui-
sição com a VCP e, juntas, as duas empresas criaram a Fibria. 
 
Dias depois de as duas empresas apresentarem os prejuízos, 
o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a crise 
era um tsunami nos Estados Unidos, mas se chegasse no Brasil, 
não passaria de uma marolinha. 
 
Lula e sua equipe econômica apostaram no mercado in-
terno para manter o crescimento do país. Para estimular o 
consumo e fazer a economia girar, o governo baixou os 
juros (de 13,75% para 8,75% ao ano em 2009), diminuiu a 
alíquota de impostos para produtos da linha branca, materi-
ais de construção e automóveis e liberou bilhões de reais 
em depósitos compulsórios para os bancos, com o intuito 
de estimular o setor financeiro a emprestar mais. O Brasil se 
apoiou na expansão do consumo interno e conseguiu se 
consolidar como um mercado forte. Não houve por aqui 
nenhum impacto muito terrível, como o aumento do desem-
prego que se viu na Europa e nos Estados Unidos. 
 
Mesmo com os estímulos, o Brasil não ficou imune à crise. O 
PIB nacional, que fechou o ano de 2008 em 5,2%, chegou ao 
final de 2009 com resultado negativo: -0,3%. Enquanto isso, a 
economia mundial registrava PIB de -0,6%, tendo de um lado, os 
Estados Unidos com a economia encolhendo -3,1% e, de outro, a 
China, crescendo 9,2%. 
 
Passados cinco anos, o saldo da crise econômica mostra o 
sistema financeiro com um endividamento menor, mas ainda 
longe do ideal, os Estados Unidos decidindo se retiram ou não as 
políticas de estímulo à economia e a Europa ainda lutando para 
voltar a crescer. O cenário mais preocupante está em países 
como Espanha e Grécia, que ainda enfrentam taxas de desem-
prego perto de 30%. 
 
Para o Brasil, o desafio maior é administrar a política monetá-
ria para evitar um "tsunami" com o possível fim dos estímulos do 
Fed à economia americana. Se as medidas atingirem a economia 
do país, que não passe de uma marolinha. 
 
RECESSÃO BRASILEIRA: 2014-2018 
 
DEFINIÇÕES DE RECESSÃO 
 
A definição de recessão usada no relatório é diferente da 
chamada recessão técnica. Esta última é caracterizada por dois 
trimestres consecutivos de contração no Produto Interno Brasilei-
ro (PIB) – por esta definição, a última recessão foi registrada no 
início de 2009. 
 
Já o Codace define como recessão a "fase cíclica marcada 
pelo declínio na atividade econômica disseminada entre diferen-
tes setores econômicos". Por essa metodologia, o comitê aponta, 
que desde o início da recessão até o primeiro trimestre deste 
ano, houve uma taxa média de contração de 1,1% em termos 
anualizados. 
 
Duração da recessão 
 
Ainda de acordo com o relatório, a taxa de contração da eco-
nomia sugere que a extensão da atual recessão seria de pelo 
menos quatro trimestres. O tempo é mais longo que a duração 
média das cinco recessões anteriores: a última, vista durante a 
crise financeira internacional, durou dois trimestres, de outubro 
de 2008 a março de 2009. A anterior a esta teve igual duração, 
do primeiro ao segundo trimestres de 2003. 
 
RECESSÃO DE 2014 
 
Entre abril de 2014e dezembro de 2016 foram onze trimes-
tres de quedas praticamente contínuas do Produto Interno Bruto 
na mais longa recessão no Brasil desde 1992. Somente em ou-
tubro de 2017 é que o Codace (Comitê de Datação de Ciclos 
Econômicos) conseguiu identificar que o período de retração 
havia acabado e que o país iniciava a atual lenta recuperação. 
 
Recessão é a contração da atividade econômica. Segundo a 
definição oficial do Codace, é uma "fase cíclica marcada pelo 
declínio na atividade econômica disseminada entre diferentes 
setores econômicos". As empresas investem e produzem menos, 
o desemprego aumenta, o consumo das famílias diminui, um 
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI66013-16359,00-DERIVATIVOS+LEVAM+SADIA+A+PREJUIZO+DE+R+BILHOES+EM.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI66013-16359,00-DERIVATIVOS+LEVAM+SADIA+A+PREJUIZO+DE+R+BILHOES+EM.html
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http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI72934-16355,00-PERDIGAO+E+SADIA+FORMAM+A+DECIMA+MAIOR+EMPRESA+DE+ALIMENTACAO+DAS+AMERICAS.html
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http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI72934-16355,00-PERDIGAO+E+SADIA+FORMAM+A+DECIMA+MAIOR+EMPRESA+DE+ALIMENTACAO+DAS+AMERICAS.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI65863-16359,00-ARACRUZ+FECHA+TRIMESTRE+COM+PREJUIZO+DE+QUASE+R+BILHOES.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI65863-16359,00-ARACRUZ+FECHA+TRIMESTRE+COM+PREJUIZO+DE+QUASE+R+BILHOES.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI65863-16359,00-ARACRUZ+FECHA+TRIMESTRE+COM+PREJUIZO+DE+QUASE+R+BILHOES.html
http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI90870-16355,00-FIBRIA+ESPERA+FIM+DA+CRISE+PARA+VOLTAR+A+CRESCER.html
 
 
 
 
PÁG.11 
processo de interação entre causas e consequências. Assim o 
PIB chegou a cair 8,1% acumulados até o pior momento da cri-
se. 
 
 
O PIB é um só, mas há como medi-lo por duas óticas: quem 
oferece e quem compra. Quando por um lado a indústria produz 
menos e o setor de serviços não funciona, por outro não há de-
manda. Sem produção e venda, não há emprego e renda, nem 
capacidade de investimento. No Brasil de 2014 a 2016, a queda 
foi disseminada entre os setores da economia. Do lado da produ-
ção, só a agropecuária não sofreu. O setor tem sua produção 
voltada para o mercado externo e por isso é menos dependente 
da demanda nacional - mas representa apenas cerca de 10% do 
PIB pelo chamado lado da oferta. O setor de serviços, que repre-
senta mais da metade do produto, caiu. Mas quem mais sofreu 
mesmo foi a indústria, que chegou a encolher 12,9%. Os gráficos 
abaixo trazem os resultados já divulgados, até o terceiro trimes-
tre de 2017. A recessão acaba no trimestre 11. 
 
 
 
A medição pela ótica da demanda mostrou que o governo até 
tentou manter seus gastos no início da crise, mas não teve fôlego 
por causa dos problemas nas contas públicas. Com o desempre-
go, principalmente a partir de 2015, a capacidade de consumo 
das famílias também diminuiu - é este o componente mais pesa-
do do PIB pelo lado da demanda. Nenhum componente, porém, 
chegou perto da queda do investimento. A chamada ―formação 
bruta de capital fixo‖ caiu quase 30%. Ela mede todo gasto que é 
feito para aumentar a produção e a riqueza, gerar mais PIB. Isso 
engloba desde a compra de uma máquina até a construção de 
infraestrutura. Com o aperto na economia, o investimento - que 
não é um gasto obrigatório - é quem mais sofreu. A queda no 
investimento ajuda a alongar o ciclo vicioso. 
 
A RETOMADA 
 
A fase atual é a de recuperação. Nos três primeiros trimestres 
de 2017, para os quais já existem resultados disponíveis, o PIB 
foi positivo. As previsões são de que a economia cresceu cerca 
de 1% no ano que passou. Na avaliação do Codace, a recupera-
ção ―é lenta‖. Em documento publicado no fim de 2017, a Secre-
taria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou as 
projeções para os próximos PIBs trimestrais. O crescimento 
estimado para o 4º trimestre de 2017 é de 0,3%. Para 2018 a 
projeção fica entre 0,7% e 0,8% em todos os trimestres. 
 
CHINA, O DRAGÃO ASIÁTICO 
 
 
 
 
 
100 ANOS DE PARTIDO COMUNISTA CHINÊS – PCC 
 
 
 
 
 
PÁG.12 
Em discurso, presidente Xi Jinping a-
lerta para intimidação estrangeira e 
enaltece partido 
 
Em comemoração aos 100 anos do PCC (Partido Comunista 
Chinês), o presidente da China, Xi Jinping, reuniu milhares de 
apoiadores em Pequim na manhã desta 5ª feira (1°.jul.2021) —
noite de 4ª (30.jun) em Brasília. O partido foi criado em 1921 e 
demorou quase 3 décadas para chegar ao poder, em 1949, de 
onde nunca mais saiu. 
 
Em seu discurso, Jinping exaltou o partido e declarou que não 
permitirá a intimidação da China por parte de nenhuma força 
estrangeira. 
 
O evento foi realizado em frente à foto de Mao Tsé-Tung na 
Praça Tiananmen, conhecida como Praça da Paz Celestial. Ele 
contou com uma parada militar e apresentações musicais. A 
comemoração reuniu cerca de 70.000 pessoas. 
 
O presidente chinês afirmou que o povo da China nunca permiti-
ria que nenhuma força estrangeira os intimidasse, oprimisse ou 
subjugasse. ―Qualquer um que ousar tentar fazer isso terá suas 
cabeças esmagadas contra a Grande Muralha de aço forjada por 
mais de 1,4 bilhão de chineses‖, disse enquanto o publico pre-
sente o aplaudia. 
 
O líder chinês também afirmou que o partido é aliado de ―pro-
gressistas ao redor do mundo‖ para o desenvolvimento global e 
preservação da ordem e da paz mundial. ―Vamos trabalhar para 
construir um novo tipo de relações internacionais e promover o 
desenvolvimento de alta qualidade da iniciativa de faixas e estra-
das, e fornecer ao mundo novas oportunidades‖, declarou. 
 
―O povo da China não é apenas bom em destruir o velho mundo, 
mas também em criar um novo mundo (…) Só o socialismo pode 
salvar a China‖, completou Jinping. 
 
O presidente chinês reforçou que a única forma do país continuar 
crescendo é manter o PCC no poder. No momento, Jinping e o 
partido estão em alta, pois a China se recupera rapidamente da 
pandemia de covid-19 e assume postura mais assertiva no cená-
rio global. 
 
O evento ocorre em meio a uma crise entre China e Estados 
Unidos que envolve disputas por Taiwan e acusações norte-
americanas de que a pandemia de covid-19 teria sido originada 
por acidente no laboratório de Wuhan. 
 
 
 
A economia chinesa é atualmente a que mais avança em 
todo o mundo, registrando crescimentos sucessivos em seu 
Produto Interno Bruto (PIB) em uma média de 9% ao ano. Assim, 
no início do século XXI, a China tornou-se a segunda maior po-
tência econômica do planeta, superando rapidamente países 
como Japão, Reino Unido, Alemanha e aproximando-se dos 
Estados Unidos. Essa configuração reservou uma grande aten-
ção para o modelo chinês de crescimento econômico. 
 
A China é, sem dúvidas, o maior exemplo de que crescimento 
econômico não representa desenvolvimento social. Apesar de 
registrar as maiores taxas de variação no PIB, a distribuição de 
suas riquezas, bem como a melhoria das condições de vida da 
maior parte da população ainda são problemas, embora os chi-
neses também tenham demonstrado avanços nesse sentido, 
principalmente para transformar a sua população em um amplo 
mercado consumidor. 
 
O grande motor da economia chinesa encontra-se diretamen-
te ligado aos fatos políticos que marcaram o país na década de 
1970, quando Deng Xiao Ping assumiu o poder e promoveu uma 
ampla abertura de mercado no país, com a instalação de empre-
sas estrangeiras, que viram no mercado chinês uma grande 
oportunidade de negócios. Até então, o país adotava o modelo 
maoísta, em que predominava a propriedade estatale a dura 
intervenção e controle do Partido Comunista Chinês (PCC). 
 
O modelo chinês pautou-se na adoção de uma prática eco-
nômica denominada Joint Venture, em que as empresas estran-
geiras que desejassem se instalar no país deveriam necessaria-
mente se associar a uma empresa local, geralmente uma estatal. 
Com isso, o governo conseguia que pelo menos uma parte do 
capital estrangeiro se mantivesse no país. Além disso, as multi-
nacionais deveriam instalar as suas fábricas em territórios espe-
cíficos, previamente determinados em uma legislação específica, 
nas chamadas ZEE's (Zonas Econômicas Especiais). Apesar 
dessas exigências, a China, ao final da década de 1990, tornou-
se o maior receptor de investimentos estrangeiros em todo o 
mundo. 
 
Mas por qual motivo as empresas multinacionais investem no 
mercado chinês, mesmo com tantas imposições do governo? 
 
POR UMA SÉRIE DE VANTAGENS QUE A ECONOMIA 
CHINESA OFERECE, A SABER: 
 
a) mão de obra barata e abundante: por ser o país com a 
maior população do mundo, a China possui um dos maiores 
mercados de reserva, isto é, uma enorme quantidade de tra-
balhadores em busca de emprego. Com isso, a tendência é 
que os salários se mantenham baixos, o que aumenta a ge-
ração de lucro por parte dos donos dos meios de produção. 
 
Para se ter uma ideia, um trabalhador da China recebe quatro 
vezes menos do que um no Brasil, seis vezes menos que um no 
México e vinte vezes menos do que um nos Estados Unidos. 
 
b) baixos impostos: os impostos na China representam, em 
média, 17% da arrecadação das empresas. No Brasil, por 
exemplo, esse valor é de 36%. 
 
 
c) abundância e fácil acesso em matérias-primas: o território 
chinês apresenta valiosas reservas minerais dos mais diver-
sos tipos, como carvão mineral, manganês, urânio, zinco e 
https://www.poder360.com.br/tag/partido-comunista-chines/
https://www.poder360.com.br/tag/partido-comunista-chines/
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https://www.poder360.com.br/tag/xi-jinping/
https://www.poder360.com.br/coronavirus/video-de-morcegos-em-laboratorio-aquece-discussao-sobre-origem-do-coronavirus/
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PÁG.13 
tungstênio. Além disso, a produção de produtos primários, 
usados na produção, também é acentuada, o que garante o 
bom funcionamento das indústrias estrangeiras que se insta-
lam no país. 
 
d) amplo mercado consumidor: apesar da ampla abertura de 
mercado e da rápida adoção do modelo ocidental de consu-
mismo, a China ainda é considerada como um mercado a ser 
explorado. Isso porque boa parte de sua população não tem 
acesso a padrões mínimos de consumo, o que deve se alte-
rar nos próximos anos, dando poder de compra a milhões e 
milhões de chineses. Com isso, o país se torna uma verda-
deira ―mina de ouro‖ para produtores industriais dos mais di-
versos setores, principalmente nas áreas tecnológicas e de 
alimentos. 
 
e) facilidade no escoamento e exportação da produção: 
sabe-se que geralmente as empresas estrangeiras, ao se ins-
talarem em um país subdesenvolvido, concentram nele ape-
nas a montagem da sua produção. Assim, a tecnologia em si 
é realizada em outros países e apenas a junção das peças de 
um dado produto é realizada no local onde se investe. São as 
chamadas ―maquiladoras‖. Na China, esse processo torna-se 
facilitado pelo fato de a maioria das zonas de investimentos 
oferecidas pelo governo concentrar-se no litoral do país, o 
que facilita o escoamento da produção para as demais regi-
ões e mercados consumidores do mundo. 
 
Por esses fatores, é possível observar que o modelo chinês 
não apresenta, nem de longe, uma organização socialista. Isso 
porque ele se sustenta a partir do princípio máximo do capitalis-
mo: a geração de lucro a partir da exploração dos trabalhadores. 
Geralmente, utiliza-se a expressão ―economia socialista de mer-
cado‖ para se referir aos chineses, de modo que o ―socialista‖ 
refere-se ao plano político com apenas um partido (o PCC) e 
―mercado‖ para se referir ao plano econômico. 
 
 
 
ÍNDICADORES ECONOMICOS 
 
A China é a segunda potência econômica mundial, a primeira 
exportadora mundial e a maior detentora de reservas cambiais 
do mundo. A recessão mundial de 2009 interrompeu a dinâmica 
de crescimento contínuo da China e revelou os limites da estra-
tégia de crescimento baseado nas exportações. Devido ao declí-
nio da economia mundial e à baixa nas trocas comerciais, o 
crescimento chinês caiu para menos de 7% em 2015, seu nível 
mais baixo dos últimos 25 anos. Esta tendência tem continuado 
desde então. O crescimento do país foi de 6,6% em 2016 e deve-
rá se manter praticamente constante, a 6,2%, em 2017. 
 
Em 2016, a economia chinesa continuou a abrandar, o que 
levou a uma recessão na região nordeste que depende da indús-
tria pesada, de empresas estatais e da mineração. A atividade 
manufatureira está em ascensão, mas as empresas e as autori-
dades locais estão fortemente endividadas, e a injeção de bi-
lhões de yuans na economia alimenta a especulação. 
 
A dívida das empresas estatais é de 145% do PIB e a a dívi-
da do setor privado atingiu quase 210% do PIB em março de 
2016. O consumo também tem vindo a abrandar e a depreciação 
do yuan em relação ao dólar norte-americano levou a uma fuga 
de capitais. As reservas cambiais do Banco Central estão diminu-
indo, o que obrigou as autoridades a recorrer ao controle de 
investimentos. Por fim, a qualidade dos ativos bancários tem se 
deteriorado, uma tendência provavelmente subestimada devido 
ao peso do setor bancário paralelo. 
 
Durante o terceiro plenário do Comitê Central do Partido Co-
munista Chinês (PCC) em finais de 2013, o PCC anunciou seu 
programa de reformas a ser concluído até 2020. O programa 
inclui mudanças políticas, tais como: abandonar os campos de 
trabalho forçado; garantir maior independência para os tribunais 
a nível local; relaxar a política do filho único; reformular o sistema 
de "hukou" que controla (ou restringe) a mobilidade e o acesso 
dos cidadãos aos serviços públicos; reformar o acesso à terra 
para facilitar a venda de terras agrícolas pelos camponeses; 
liberalizar as taxas de juros; abrir progressivamente as transa-
ções financeiras; e reformar as empresas estatais. Enquanto o 
quinto plenário do PCC pôs fim à política do filho único e reiterou 
a vontade do governo de expandir o sistema de seguridade soci-
al, o sexto plenário estabeleceu novas regras disciplinares para 
prevenir a corrupção. 
 
O Presidente Xi Jinping consolidou o seu poder, como evi-
denciado pela adopção de nova legislação - relativa à luta contra 
o terrorismo, à administração de ONGs e à segurança cibernética 
- reforçando o controle estatal e enfatizando seus aspectos poli-
ciais. Se espera que o 19º Congresso do PCC, a ser realizado no 
final de 2017, reeleja o presidente por mais cinco anos, num 
contexto de crescente tensão social e étnica. 
 
Persistem muitos desafios que a China tem que enfrentar, 
tais como o envelhecimento da população e a diminuição da 
força de trabalho, a falta de abertura do sistema político e pro-
blemas de competitividade de uma economia dependente de 
elevadas despesas de investimento e da expansão do crédito. 
 
Existem ainda grandes diferenças de nível de vida entre a ci-
dade e o campo, entre as áreas urbanas da costa e as regiões 
do interior e do oeste do país, bem como entre as classes mé-
dias urbanas e as que não puderam se beneficiar do crescimento 
das últimas décadas. 
 
Essas desigualdades se estão tornando cada vez mais inqui-
etantes tanto para as autoridades chinesas como para os investi-
dores. Embora a pobreza tenha diminuído amplamente na China 
e o desemprego permaneça estável (cerca de 4%), ainda resta 
quase 10% da população,ou seja mais de 120 milhões de pes-
soas, que vivem com menos de um dólar por dia. 
 
 
Fonte: IMF – World Economic Outlook Database 2016 
 
 
PRINCIPAIS SETORES ECONÔMICOS 
 
Altamente diversificada, a economia chinesa é dominada 
pelos setores manufatureiro e agrícola. 
 
 
 
 
 
 
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A agricultura emprega cerca de um terço da população ativa 
e contribui para cerca de 9% do PIB, embora apenas 15% do 
solo chinês (aproximadamente 1,2 milhões de km²) seja arável. 
 
A China é o país mais populoso do mundo e um dos maiores 
produtores e consumidores de produtos agrícolas. O país é líder 
mundial na produção de cereais, arroz, algodão, batata e chá, 
bem como, em termos de pecuária, na criação de ovinos, de 
suínos e ainda na oferta de produtos de pesca. Uma série de 
planos têm visado transformar, modernizar e diversificar a agri-
cultura, para a tornar mais produtiva. 
 
O setor mineiro ocupa um lugar importante na economia chi-
nesa, uma vez que o país dispõe de um subsolo rico em recursos 
energéticos. A China possui importantes reservas de carvão, que 
é a primeira fonte de energia do país e que representa dois ter-
ços do seu consumo total de energia primária. O país se destaca 
como líder mundial na produção de certos minerais (estanho, 
ferro, ouro, fosfatos, zinco e titânio) e possui também reservas 
significativas de petróleo e de gás, sendo o 5º produtor de petró-
leo no mundo, com 3,8 milhões de barris por ano.
 
 
Os setores da indústria e da construção representam cerca 
de metade do PIB chinês. A China se tornou num dos destinos 
preferidos para a relocalização das unidades de fabricação glo-
bais devido à sua oferta de mão-de-obra barata, pese embora 
que o custo desta esteja aumentando. A emergência da econo-
mia chinesa deve-se principalmente ao desenvolvimento de um 
setor manufatureiro competitivo e voltado para a exportação. 
Mais da metade das exportações chinesas são realizadas por 
empresas com capital estrangeiro. Sua participação no valor 
agregado varia de acordo com o setor: de mais de 60% no setor 
de eletrônicos a menos de 20% para a maioria dos bens de pro-
dução. O setor público representa ainda aproximadamente 
40% do PIB. 
 
O setor de serviços não se desenvolveu, atravancado pelos 
monopólios públicos e pelas regulamentações restritivas. A parte 
do setor terciário representa cerca de 50% do PIB e emprega 
quase metade da população ativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ECONOMIA CHINESA E OS BRICS 
 
 
 
O ministro de finanças chinês, Xiao Jie, recentemente afirmou 
que a China planeja aumentar a cooperação financeira com os 
países dos BRICS, bloco formado por Brasil,Rússia, Índia, Chi-
na e África do Sul. Segundo o ministro, os países do bloco estão 
comprometidos a manter uma colaboração constante no setor 
financeiro, além de trabalhar em conjunto para o crescimento das 
economias do bloco e também da economia mundial. Xiao Jie 
também enfatizou as conquistas do bloco nesse setor, como o 
Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo de Reserva Contin-
gente, todos eles fundamentais para manter o ritmo de cresci-
mento da economia chinesa. 
 
Para o ano de 2017, a China tem como meta promover mais 
os mecanismos de cooperação já existentes dos BRICS. Ade-
mais, o país tem a intenção de trabalhar também nos campos de 
parcerias público-privadas, na parte de reforçar a convergência 
das normas contabilísticas em matéria de emissão de obrigações 
e auditorias conexas, além da área fiscal, numa tentativa de 
elevar a atual cooperação financeira a um novo nível. O diretor 
do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, disse que os países 
dos BRICS irão trabalhar para reforçar ainda mais as parcerias 
entre os países do G-20, bloco das 20 economias mais desen-
volvidas do mundo, principalmente na área de financiamento 
―verde‖. 
 
Embora haja o desaquecimento da economia chinesa, de acor-
do com estudos da Organização para Cooperação Econômica e 
Desenvolvimento (OCDE), há fortes indícios de que os chineses 
estão se adaptando ao novo cenário econômico mundial. Um 
exemplo que demonstra claramente quais são as novas diretrizes 
do crescimento industrial chinês é o mercado de produção e 
venda de bicicletas. 
 
A China é mundialmente conhecida por ser o ―reino das bici-
cletas‖, visto que esse é o meio de transporte mais popular no 
país. Todavia, uma fatia cada vez maior desse mercado está 
sendo preenchido por bicicletas cheias de tecnologia e com me-
nor impacto ambiental. O que o mercado das bicicletas na China 
aponta para o mundo é que cada vez mais os chineses estão se 
movendo para um novo modelo de crescimento, o qual inclui 
a tecnologia da Internet, um vasto mercado, e a sustentabili-
dade ambiental. 
 
O NOVO MODELO DE CRESCIMENTO 
DA ECONOMIA CHINESA 
 
Esse novo modelo de crescimento tem trazido resultados 
vantajosos à China e às grandes empresas que trabalham com 
alta tecnologia. A Tesla, fabricante de carros elétricos, por exem-
plo, teve suas vendas duplicadas desde que a companhia veio 
para o país asiático, sendo que os chineses são os principais 
A China tem apresentado um crescimento econômico 
formidável nas últimas décadas, mesmo durante a crise 
econômica de 2008. Apesar de 2016 ter sido o ano com 
o menor crescimento em 26 anos, as projeções do Fun-
do Monetário Internacional (FMI) dizem que os chineses 
terão um papel crucial para a recuperação econômica 
mundial. Segundo Zhang Tao, diretor de gestão do FMI, 
não obstante o crescimento de apenas 6,7% em 2016, o 
crescimento cada vez mais sustentável da economia 
chinesa beneficiará o mundo todo. 
http://www.chinalinktrading.com/blog/investimentos-chineses-no-brasil/
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compradores de seus produtos. A Apple planeja abrir duas no-
vas fábricas em Shanghai e Suzhou, demonstrando a confiança 
que as empresas têm no crescimento econômico da China. 
 
O presidente do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutu-
ra (AAIB, em inglês), Jin Liqun, defende que a globalização do 
comércio mundial traz muitos benefícios para os chineses. Assim 
sendo, a economia chinesa colherá muitos benefícios se promo-
ver ainda mais a abertura de seu mercado para o exterior. 
 
CONECÇÃO, BRASIL E CHINA 
 
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio Exterior (MDCI), a China é o destino de 
mais de 15% das exportações brasileiras. 
 
Em 2016, as vendas para a China caíram quase 6% em rela-
ção a 2015, ano em que já havia se registrado um registrou de-
créscimo de 15% no volume de exportações para o país asiático. 
 
Desde 2015, a China já vinha comprando menos, e a pers-
pectiva agora é de nova diminuição. O discurso de Keqian na 
assembleia do PC Chinês citou especificamente o excesso de 
oferta de carvão e aço no mercado chinês e isso pode ter impac-
to direto no minério de ferro brasileiro - a China concentra entre 
50% a 60% da capacidade siderúrgica do mundo. 
 
Vale ainda lembrar que matérias primas representam o gros-
so das exportações brasileiras para a China. Um estudo do Insti-
tuto de Pesquisa Econômica Avançada (IPEA) publicado em 
março do ano passado já estimava que, para cada dólar adquiri-
do pelo Brasil em vendas para a China, "pelo menos 87 centavos 
vinham de produtos primários e manufaturas intensivas em re-
cursos naturais". 
 
 
 
 
OPORTUNIDADES DISFARÇADAS? 
 
Mas a "freada chinesa" poderá trazer oportunidades para o 
Brasil. Apesar da queda no PIB, a China seguecrescendo mais 
do que qualquer outra grande economia industrializada do mun-
do e seguirá dependendo fortemente da importação de alimentos 
e energia, dois setores em que o Brasil desfruta do que especia-
listas consideram uma "posição privilegiada" por conta da dispo-
nibilidade de recursos naturais e terras férteis bem maiores que a 
chinesa. 
 
No estudo do IPEA, Ricardo Bacelette, economista da institu-
ição especializado em China, descreveu um cenário em que o 
aumento da população urbana no país asiático resultará em um 
crescimento do interesse chinês em importações brasileiras e 
mesmo investimentos no Brasil nos próximos cinco anos - os 
aportes diretos na primeira metade de 2016 (US$ 10 billhões) 
foram o dobro dos registrado em 2015, por exemplo. 
 
ENQUADRAMENTO GERAL DA CHINA 
 
A China é o terceiro país mais extenso do globo (9.536.499 
Km) e o primeiro em população absoluta (1.285.000.000 hab), 
com uma densidade demográfica superior a 130 hab/Km. 
 
Localiza-se no leste da Ásia e é cortada ao sul pelo Trópico 
de Câncer. É banhada pelo Oceano Pacífico e mares menores 
como o Amarelo e o da China Meridional. 
 
 
QUADRO NATURAL 
 
Analisando o quadro natural desse país podemos observar 
significativas diferenças entre sua porção oriental e a ocidental. 
Observe o mapa abaixo e confira em seguida as comparações 
que são feitas. 
 
*China Ocidental – apresenta um relevo acidentado e eleva-
do destacando-se a presença da Cordilheira do Himalaia (do-
bramento moderno que ultrapassa 8.000 metros de altitude) e o 
Planalto do Tibete (com altitudes ao redor de 5.000 metros). Mas 
curiosamente também surgem depressões. O clima é pedomi-
nantemente frio e seco com a ocorrência de desertos (Gobi e 
Takla Makan) e rios intermitentes. Nas regiões montanhosas do 
oeste nascem rios importantes que correm em direção ao sul e 
sudeste asiático e leste chinês. 
 
*China Oriental – seu relevo é constituído especialmente por 
planícies sedimentares de baixa altitude. Apresenta clima tempe-
rado ao norte (Mandchúria) e tropical de monções no leste, su-
deste e sul. Esses climas favorecem o aparecimento de florestas 
de clima temperado e tropical. Nessa porção do território chinês 
encontramos solos férteis como o aluvional ou de várzea que 
acompanha rios como o Si-Kiang e Yang-tsé. No vale do rio 
Hoangho encontramos o solo loess formado por um material 
poroso e amarelo escuro erodido e transportado pelos ventos. 
Isso costuma até mesmo carregar o leste, na região de Pequim 
de poeira em suspensão. O Yang-tsé é o mais extenso da China 
e nele está sendo construída a maior usina hidrelétrica do mun-
do: Três Gargantas. 
 
QUADRO HUMANO 
 
Observando com atenção o que foi exposto acima sobre o 
quadro natural você deve ter percebido que a porção oriental 
apresenta aspectos mais favoráveis a fixação do homem. O lado 
ocidental é mais rude, agressivo à presença humana. Dessa 
forma, encontramos 10% dos chineses no oeste e 90% no leste. 
Muito cuidado com esses percentuais da população desse país 
devido ao elevado número de habitantes que a China possui. 
Esses percentuais acabam representando a população de um 
Japão no oeste e o equivalente a nove vezes a população japo-
nesa no leste. A China Oriental pode ser considerada o maior 
formigueiro humano do planeta. 
 
Vamos apresentar e analisar a seguir uma série de dados 
sobre a população chinesa: 
 
COMPOSIÇÃO ÉTNICA 
 
Etnicamente o país é homogêneo com 92% do grupo han. Os 
8% de minorias (correspondente a quase três vezes a população 
da Argentina) reúne grupos como os coreanos, mongóis, uygu-
res, tibetanos e coreanos. O nacionalismo separatista é uma 
preocupação das autoridades chinesas. 
 
COMPOSIÇÃO ETÁRIA 
 
A maioria da população chinesa é de adultos e o percentual 
de idosos ainda é reduzido. A rígida política de controle de nata-
 
 
 
 
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lidade e crescimento populacional (um filho por casal) estabele-
cida nas últimas décadas tem reduzido o percentual de jovens 
mas também tem aumentado a desproporção entre homens e 
mulheres devido à preferência por um filho do sexo masculino, 
especialmente para trabalhos no campo. 
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO 
 
A China apresenta ampla maioria de população rural. O per-
centual de população urbana está aumentando com o crescimen-
to do êxodo rural que acompanha as reformas econômicas nesse 
país, com maior crescimento econômico nas cidades do leste. 
 
Indicadores da população 
 
 Fecundidade 1,8 
 Natalidade 17%o 
 Mortalidade 8%o 
 Mortalidade Infantil 41%o 
 Expectativa de vida 68/72 
 
Na distribuição da população na China, população no oeste 
encontra-se mais dispersa pelo território e no leste encontramos 
as maiores cidades do país. 
 
QUADRO ECONÔMICO 
 
Vamos analisar as atividades econômicas da China dividindo 
esse país em regiões geoeconômicas: 
 
*Manchúria – uma das mais importantes regiões desse país, 
apresenta elevada densidade demográfica, solos férteis, impor-
tante produção agropecuária com maior destaque para o trigo, 
um subsolo rico em minérios e forte concentração de indústrias 
de base ou pesadas (siderúrgicas, químicas, mecânicas e meta-
lúrgicas). Devido a essa concentração enfrenta problemas ambi-
entais principalmente de poluição atmosférica; 
 
*Mongólia Interior – trata-se de uma das áreas mais vazias 
do território chinês, dominada pelo Deserto de Gobi. Desenvolve 
agricultura irrigada (principalmente o trigo) além de criação nô-
made; 
 
*Sinkiang – apresenta reduzida concentração populacional e 
o Deserto de Takla Makan. Ocorre ainda uma imensa bacia se-
midesértica (Tarim) que chega, em alguns pontos a descer abai-
xo do nível do mar. Destaca-se pelo aproveitamento de petróleo, 
agricultura irrigada (pomares, algodão, trigo e repolho) e por 
instalações de indústrias estratégicas; 
 
*Tibete – ocupa o sudoeste chinês em áreas muito elevadas. 
Sua população (os tibetanos) reclama do domínio chinês e dese-
ja sua autonomia de volta. A área apresenta como atividade 
econômica tradicional a pecuária nômade. Cerca de 20% dos 
tibetanos são nômades e criam iaques. O governo chinês desen-
volve atualmente uma estratégia de estabelecer ligações ferrovi-
árias com essa região para integrá-la ao restante do país e facili-
tar a migração de chineses han para o povoamento do Tibete. 
 
*Planícies Chinesas – área com elevada densidade demo-
gráfica. Seus solos são férteis permitindo uma grande produção 
agrícola (arroz, chá, amoreira, produtos tropicais, milho). Con-
centram-se indústrias de bens de consumo (têxteis, alimentícias) 
e Zonas Econômicas Especiais, abertas ao capital estrangeiro. É 
importante lembrar que, apesar de possuir uma das maiores 
produções de alimentos do mundo, a China não é autossuficiente 
nesse setor. 
 
 
 
 
 
GRUPO DOS QUATRO – G4 
 
O G4 é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão com o 
objetivo de apoiar as propostas uns dos outros para ingressar em 
lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações 
Unidas. Diferentemente de outras alianças similares como o G7, 
onde o denominador comum é a economia ou motivos políticos a 
longo termo, o objetivo é apenas buscar um lugar permanente no 
Conselho. 
 
A ONU possui atualmente cinco membros permanentes com 
poder de veto no Conselho de Segurança: China, Estados Uni-
dos, França, Reino Unido e Rússia. Além disso, ainda há dez 
membros não permanentes (mas sem o poder de vetar as pau-
tas). 
 
Enquanto quase todas as nações concordam com o princípio que 
a ONU precisa de uma reforma que inclui expansão, poucos 
países desejam negociar quando a reorganização deve aconte-
cer. Também há descontentamento entre os membros perma-
nentes atuais quanto à inclusão de nações controversas ou paí-
ses não apoiados por eles. Por exemplo, a República Popular da 
China é contra a entrada do Japão e a Alemanha não recebe 
apoio

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