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Fichamento A esperança de Pandora - Latour

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Latour, Bruno. A Esperança de Pandora: ensaios sobre a realidade dos estudos científicos. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
FICHAMENTO
Referência Circulante (pp. 39 – 96). Segundo capítulo.
“O antigo acordo originou-se de uma lacuna entre palavras e mundo; em seguida, tentou lançar uma estreita pinguela sobre o abismo fazendo uma arriscada correspondência entre o que entendia como domínios ontológicos totalmente diferentes: linguagem e natureza” (p. 39) 
“As ciências não falam do mundo, mas constroem representações que ora parecem empurrá-lo para longe, ora trazê-lo para perto [...] Os laboratórios são lugares excelentes, nos quais se pode entender a produção de certeza, e por isso gosto tanto de estuda-los” (p. 46)
“Edileusa não está colhendo um ramalhete, está reunindo as provas que quer preservar como referência [...]” (p.48) 
“Na floresta [...] a botânica não poderia dispor calmamente as peças de seu quebra-cabeça sobre a mesa de jogo. Dispersas pelo tempo e pelo espaço, as folhas jamais se encontrariam caso Edileusa não redistribuísse os traços delas em novas combinações.” (p. 54) 
“Os protocolos garantem a compatibilidade e, portanto, a comparabilidade dos buracos; quanto ao caderno, assegura a continuidade no tempo e no espaço” (p.63) 
“Aquilo que perdemos em matéria, devido as sucessivas reduções do solo, é cem vezes compensado pelos desdobramentos em que tais reduções – escrita, calculo e arquivo – tornam-se possíveis” (p.72) 
“Parece que a referência não é simplesmente o ato de apontar ou uma maneira de manter, do lado de fora, alguma garantia material de uma afirmação; é, antes, um jeito de fazer com que algo permaneça constante ao longo de uma série de transformações.” (p. 74)
“[...] mas no fim, quando leio o relatório de campo, o que tenho nas mãos é a floresta de Boa Vista. Um texto realmente fala do mundo.” (p.78) 
“ Dizer que o cientista ‘assume uma perspectiva’ nunca é muito útil, pois ele logo se desloca para outra graças ao uso de um instrumento. Os cientistas jamais permanecem em seus pontos de vista.” (p. 83) 
“A ronda sem fim da credibilidade científica: cada volta faz com que a pedologia absorva um pouco mais da Amazônia, movimento que não pode cessar a menos que se percam imediatamente a significação e o sentido.” (p. 94)

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