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Resenha A estrutura das revoluções cientificas - Kuhn

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KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo, SP: PERSPECTIVA, 1998.
RESENHA
A rota para a ciência normal (pp. 29 – 42). Primeiro capítulo.
A prioridade dos paradigmas (pp. 67 – 76). Quarto capítulo. 
A natureza e a necessidade das revoluções cientificas (pp. 125 – 144). Oitavo capítulo.
Na obra mencionada, Thomas Kuhn procurou expor uma nova maneira de ver a ciência, fazendo isso através do ponto de vista da História e Filosofia da Ciência. Apesar de ter iniciado sua carreira como físico, instituiu outro caminho metodológico da compreensão do funcionamento das ciências após perceber que o método tradicional tinha muitos impasses, criando assim os conceitos de Paradigma, Ciência Normal e Revolução Cientifica.
As ideias do autor, que inicialmente seriam usadas apenas para uma publicação, ganharam tamanha proporção que foram publicadas como um livro, objeto dessa resenha. Dessa forma, “A estrutura das revoluções científicas” busca investigar as circunstâncias do crescimento cientifico, que é atingido principalmente devido a revolução científica embora possa ocorrer também através da Ciência Normal, de maneira não cumulativa. 
A partir disso, insere novas ideias da possibilidade do que é e do que não é ciência, iniciando com o conceito de paradigma que nada mais é do que o modelo de se fazer ciência, devendo este ser compartilhado e aceito pela comunidade científica. De acordo com o autor, o fator social é importante pois ciência é aceitação da maioria, tendo valor em uma dada sociedade, e com isso, paradigma também é um ato político. 
Assim surge a Ciência Normal, que além de ser uma ciência especializada e exotérica, é também um período em que há a ampliação do conhecimento, visto que se tem uma concordância dos cientistas sobre os fundamentos dessa matéria, bem como na articulação para sua aplicabilidade. Para Kuhn, o que impulsiona essa Ciência Normal é a possibilidade de sucesso do paradigma, que força a natureza a se encaixar no mesmo, ou seja, qualquer que seja o tipo de ciência atuara dentro de predeterminações paradigmáticas, restringindo a visão do cientista. Como aqui há apenas a preocupação de solucionar problemas, os problemas que são importantes – sem solução – não merecem atenção. Dessa forma, há progresso devido a se ocupar apenas com problemas que possam ser resolvidos. 
Com isso, surge um estágio não-cientifico que obriga a aquisição de novos conceitos e um novo vocabulário para que a ciência seja elaborada: A anomalia. Ela é obtida de um processo histórico amplo, como se fosse um problema que não é imediatamente resolvido. Como a experiência não corresponde a expectativa, a anomalia interrompe o processo e exige uma mudança, gerando assim uma crise no paradigma. De acordo com o autor, a resposta que se dá a essa crise é a formação de um novo paradigma, mas como aqui a comunidade cientifica se encontra na fase Pré-paradigmática que a longo prazo gera conceitos e ferramentas de analises e técnicas, quando se chega a uma resposta para a anomalia, tem-se então o período revolucionário. 
A Revolução Cientifica proporciona a modificação, uma troca de paradigmas. Para Thomas Kuhn, a ciência não progride historicamente, ou seja, só há progresso cientifico dentro do paradigma. Além disso, o conhecimento não é cumulativo e sim incomensurável, não podendo ser comparado. Dessa forma, há a substituição parcial ou total de um paradigma por outro que apesar de ser aceito, nem sempre é visto com bons olhos por todos os cientistas. Para Kuhn, os cientistas que passam por esse processo de revolução, acabam enxergando uma nova ver o mundo. 
Diante disso, Thomas Kuhn realiza uma abordagem diferenciada dos demais epistemólogos da área acadêmica, visto que – por exemplo – rejeita grande parte das afirmações de Popper, que acredita que uma teoria científica é aceita quando a mesma pode ser refutada, enquanto Kuhn presume que não há como dizer se uma teoria é verdadeira ou não, visto que ela não está livre de críticas, podendo ser substituída por outra. Portanto, traz um novo conhecimento sobre ciência a partir de uma nova abordagem teórica que é a ideia de paradigma. 
Sabendo disso, eu acredito que o autor se equivoca quando diz que a ciência não progride historicamente e que não é cumulativa, pois, na minha opinião, há teorias que progrediram historicamente, como a Teoria Atômica, por exemplo. Atualmente, só temos um modelo atômico pois os cientistas envolvidos foram evoluindo as teorias uns dos outros, aprimorando conceitos e assim, havendo um progresso cientifico historicamente construído.

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