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O conto da aia resenha livro

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Escola Técnica Santo Inácio 
Pamela Felipe Felissardo 
Matéria: história 
Turma:301 
 
ATWOOD, Margaret. O conto da aia. Tradução de Ana Deiró. RIO DE 
JANEIRO, ROCCO, 2009 
 
O livro conta a distopia onde os Estados Unidos da América e a 
democracia, foram abolidos por cristãos conservadores. O assassinato dos 
membros do governo marca o grande início dessa ditadura. Esse crime foi 
cometido por cristãos fundamentalistas que tomam o poder e tiram a 
constituição que rege o poder. Fazendo uma pequena análise: onde não há 
mais constituição, não há mais direito algum, sendo assim, instaurando-se 
outra ditadura no qual nosso chefe de governo seria Deus. 
Os EUA passou a se chamar República de Gilead onde todas as 
mulheres perderam seus direitos civis e passaram a ser propriedade dos 
homens no qual eram casadas. Naquela época, as mulheres ficaram inférteis 
por motivos de degradação do meio ambiente e poluição, tornando assim, 
aquelas férteis uma raridade. Essas mulheres férteis, chamadas no livro de 
aias, iam contra a sua vontade para a casa de um comandante cujo a esposa 
não poderia ter mais filhos. No entanto a tal serviria apenas para gerar um filho 
para este casal, e após concluído esta etapa, iriam para outra casa, com outros 
comandante. 
Todas as aias tem o prefixo “Of” em seus novos nomes e mais o nome 
do comandante a qual foi designada. O livro inteiro é narrado por uma aia, 
chamada Offred, que tem o significado de pertencer ao Fred. Neste livro temos 
apenas o ponto de vista da aia, mas, há uma organização social entre as 
mulheres que são: as Esposas (mulheres casadas com o comandante); as Aias 
(mulheres férteis); as Marthas (empregadas domésticas); as Tias (mulheres 
que reeducam as Aias) e muito mais. 
A vida de Offred era como a de qualquer outra mulher; era casada, tinha 
uma filha e um emprego. Logo após que ela perdeu seus direitos, sua filha foi 
entregue a adoção e seu marido ela nem sabe do paradeiro. Posteriormente, 
ela se apaixona por um Olho (identificador de traidores) e acaba se sentindo 
culpada, em razão de não saber onde seu marido está. 
Todo mês, em seu período fértil, acontece uma cerimônia. O casal se 
une em um cômodo, proclama a palavra de Deus e depois o comandante 
estupra a Aia deitada entre as pernas de sua esposa. Após seu parto, as Aias 
continuam amamentando por apenas alguns meses e depois são enviadas a 
outras casas com nomes diferentes, para serem estupradas por outros 
comandantes. Em seguida, ela descobre que não foi a primeira Aia a morar na 
casa e começa a acontecer uma série de revelações. 
As mulheres, independente de seu nível hierárquico, não poderiam de 
maneira alguma descumprir regras. Por exemplo: se caso você fosse pego 
lendo um livro, lhe seria cortado um dedo. Há uma grande perseguição com 
pessoas que são LGBTQ+, que são acusados instantaneamente quando 
pegos, por “traição de gênero” pelos filhos de Jacó. 
A romancista, poeta, escritora, professora e ensaísta, Margaret Atwood 
nasceu em 18 de novembro de 1939 no Canadá. Seu livro que fez mais 
sucesso foi The Handmaid’s Tale- O conto da aia (em português). Recebeu 
vários prêmios literários e publicou mais de quarenta livros. 
Distopia é o contrário de utopia e significa, de certa forma, que o 
governo toma conta de tudo aquilo que está acontecendo. Mostra uma 
sociedade totalmente oposta da utopia em que coisas erradas irão acontecer; 
as coisas buscam aparentar que funcionam, embora, não é isso que resulta. 
Tem como objetivo em uma leitura, convencer o leitor de que tudo aquilo seria 
capaz de acontecer, ou seja, uma sociedade de um futuro distante. 
No livro, essa distopia se dá justamente no modo em que as mulheres 
são tratadas: estupradas, maltratadas, sem direito ao voto, proibidas de ler e 
entre outros. Outro fato distópico que o livro nos mostra, é a forma de governo 
apresentada no livro, onde Deus seria o chefe de governo. 
O contexto em que se desdobra a história, é a segunda guerra mundial 
onde tudo é controlado por aqueles que têm poder e sempre tentar cada vez 
mais, trazer aliados para o seu lado, de modo que essa república cresça cada 
vez mais. 
Um fato que ocorre no livro e me chama muito a atenção, é quando a aia 
entra em trabalho de parto e a mulher do comandante fica em um quarto 
separado com outras esposas, fazendo “força”, como se ela estivesse dando a 
luz. Ao meu ver, a autora tenta ilustrar na distopia, que os cristão tentam pegar 
trechos antigos da bíblia e aplicar nos dias de hoje. Não apenas este 
acontecimento me chamou atenção, mas também o caso das mulheres serem 
divididas em castas e perderem todos os seus direitos civis/humanos. 
Homossexuais, lésbicas, transexuais e negros eram totalmente 
rejeitados nesta nova democracia. Os LGBTQ+ eram condenados pois 
estariam traindo seu gênero e indo contra a palavra de Deus. Já com os 
negros, eles tinham um preconceito por quem não era anglo-saxão. 
Em um dado momento do livro, onde a personagem já está abatida e 
cansada de toda aquela rotina de sofrimento, ela deita-se no chão e acha a 
frase “não permita que os bastardos reduzam você as cinzas”. Tal é deixada 
por uma aia que residia antes de Offred, que acabou se matando por não 
aguentar a pressão. Esta parte do livro é muito marcante, pois a personagem 
percebeu que não era apenas ela que estava cansada de tudo aquilo 
(mulheres umas contra as outras). 
“Eu me ajoelhei para examinar o piso do armário e lá 
estava, escrito em letras minúsculas, bem recentes, 
parecia, riscadas com um alfinete ou talvez apenas uma 
unha, no canto, onde caía a sombra mais escura: Nolite te 
bastardes carborundorum.” pág. 65 
 
A história que Margaret nos traz, é extremamente radical, tornando 
assim, uma leitura bem difícil e pesada pois lá acontecem abortos, estupros, 
mortes, tortura psicológica e entre outros. Como o livro foi escrito em 1985, 
foge de nossa linguagem padrão e acaba se tornando por exigir uma leitura 
mais atenciosa, com pesquisa de algumas palavras para o entendimento. De 
início, a leitura é bem cansativa, mas, com o decorrer da história, nem nota-se 
mais. Pelo fato de ser uma distopia e por ser escrito por uma mulher, acho que 
me chamou ainda mais a atenção. 
Este livro além de ser uma distopia, pode levantar questões para 
mulheres feministas, como: o direito da mulher em uma sociedade; direito de 
escolha (por exemplo, o aborto e engravidar por vontade própria, retratados no 
livro); independência de homens (ter um trabalho que goste, ganhar seu 
dinheiro e não ser apenas uma dona de casa na qual fica tricotando até seu 
marido chegar); o encorajamento próprio de não se privar de falar e muito mais. 
O livro é uma obra sensacional e sua série criada pelo Netflix, foi 
extremamente fiel ao livro (uma coisa rara hoje em dia). O modo de se vestir, o 
detalhe de cenas como a cerimônia, a frase no chão do armário, o parto e a 
esposa do comandante tentando se habituar à nova rotina de mãe, foram 
incríveis. Vi a série em minhas férias e logo em seguida corri para a internet 
para ler o livro. Confesso que de início eu achei chato, mas estava muito 
curiosa para parar de ler os detalhes da obra. Para quem irá prestar o 
vestibular, esta obra de Margaret é extremamente válida para o conhecimento 
do vestibulando

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