ARTIGO - IDENTIFICAÇÃO DE LBRIFICANTES - Menor

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GESTÃO DE LUBRIFICANTES: 
APLICAÇÃO DE ETIQUETAS NA MANUTENÇÃO PREVENTIVA. [1: Artigo apresentado para trabalho da disciplina de Metodologia Cientifica da Eng. Mecânica, do IFMG Betim.]
Fillipe Rodrigues Silva. [2: Graduando em Eng. Mecânica, formado em tec. Mecânica e Mineração. Atua na função de Tec. Industrial na instituição de ensino profissionalizante SESI SENAI CETEM Betim. E-mail: fillipe.silva1@outlook.com.]
Professor Dr. Ronald Leite Barbosa. [3: Professor do IFMG Betim, Doutor em Engenharia Agrícola (UFLA).]
RESUMO
O motivo desse estudo foi verificar a importância da utilização de um novo modelo de gestão de lubrificantes utilizando etiqueta com identificação técnica do lubrificante a ser utilizado. A etiqueta possui diversas características técnicas que ajudam na especificação correta do lubrificante e seu reconhecimento na utilização, evitando assim potenciais erros na lubrificação industrial. O Sistema de Identificação de Lubrificante Industrial chamado “LIS” tem como principal foco identificar o lubrificante para facilitar sua compra, armazenamento, utilização e descarte. O LIS foi aplicado na instituição de ensino profissionalizante SESI SENAI Betim CETEM, onde foi possível validar a importância do uso desse sistema e ver que ele traz segurança na utilização e nos processos de manutenção industrial, com potencial de geração de autonomia na utilização de lubrificantes, tornado seguro o processo.
Palavra-chave: Gestão de lubrificantes. Etiqueta de Identificação. Sistema de Identificação de Lubrificantes.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem o intuito de analisar o sistema de identificação de lubrificantes “LIS” desenvolvido pela empresa Noria, com intuito de analisar as potencialidades desse sistema como identificação, utilização e organização dos lubrificantes.
A empresa Noria, referência em treinamento de lubrificação industrial, decidiu que para desenvolver o sistema de gestão, o sistema deverá ser livre para ideias, de modo que ele pode ser usado em todo o mundo como uma ferramenta simples para identificar lubrificantes, sem a necessidade de códigos especiais ou figuras complicadas. Atualmente, o sistema já está sendo utilizado em várias indústrias no mundo com excelentes resultados. Quanto mais indústrias e fornecedores de lubrificantes aderir ao sistema, tornam-se gradualmente um padrão internacional que pode ser útil mais tarde, sendo utilizado por qualquer organização. (TRUJILLO, 2008, p. 2).
Para ter certeza que o sistema é realmente confiável, foi iniciada a implantação na escola profissionalizante SESI SENAI Betim CETEM, onde foi aplicada a metodologia e validado os resultados
REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com o engenheiro Athouguia (2015, p. 15), no campo da engenharia de lubrificação é traçado estratégias com objetivo de entregar ações focadas na rotina como a prática correta de lubrificação, as quais são consideradas básicas como a aplicação do lubrificante em quantidade correta, tempo correto, forma correta, produto correto.[4: Engenheiro Mecânico de Manutenção, Samarco Mineração, Anchieta, ES, Brasil. Contribuição técnica ao 70º Congresso Anual da ABM – Internacional e ao 15º ENEMET – Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas, parte integrante da ABM Week, realizada de 17 a 21 de agosto de 2015, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.]
Tomando como referência o PORTAL DA LUBIFICAÇÃO (2015), diz que qualquer sistema de identificação pode assegurar que o lubrificante correto é usado no lugar certo para prevenir a contaminação cruzada. Porém, para que isso aconteça, o sistema deve ser consistente e sempre atualizado, de acordo com os lubrificantes armazenados e em uso.
De acordo com Trujillo (2008, p. 2), um pequeno erro na execução da tarefa de lubrificação, identificação do lubrificante, com a falta quantidade ou frequência exata, pode destruir a sua integridade e resultar em perda de confiabilidade da máquina e até mesmo dos colaboradores. 
De acordo com Ipiranga (2012, p.1 – 2), é importante saber qual o ciclo de utilização do lubrificante para verificar a otimização do processo. 
De acordo com Trujillo (2008, p. 2), a equipe de consultores técnicos da América Latina desenvolveu na empresa Noria um sistema de identificação de lubrificantes baseado em sistemas em cores, formas e caracteres alfanuméricos com a qual os usuários podem identificar óleos industriais e graxas de acordo com a sua aplicação, viscosidade e características especificas. 
Usando este novo sistema diminuirá nos erros quando aplicação de lubrificantes e evita a contaminação entre os mesmos. Além disso, a melhoria do controle e eficiência do processo de lubrificação. (TEXACO, 2005)
A empresa Noria identificou a necessidade de um sistema padronizado que pode ser usado por todas as plantas em todo o mundo. Por essa razão desenvolveu o Sistema de Identificação de Lubrificantes (LIS, siglas em inglês). LIS emprega uma combinação de vários elementos no mesmo rótulo, para identificar corretamente um lubrificante especifico, por exemplo tipo de lubrificante, aplicação do lubrificante, grau de viscosidade, tipo de óleo base e aditivos.
Usando este sistema permite diferenciar rápida e facilmente se o lubrificante usado é um óleo ou graxa, uma vez que utiliza duas formas geométricas para diferenciar entre os lubrificantes líquidos (para óleos a etiqueta é quadrada) e lubrificantes semissólidos (a etiqueta é circular, “graxa”), como mostrado na figura 1 e 2.
Figura 1: Elementos do rótulo para Graxa.
Fonte: Portal da Lubrificação (2018).
Figura 2: Elementos do rótulo para Óleo.
Fonte: Portal da Lubrificação (2018).
No centro da etiqueta do LIS está a ISO 6743. Esta norma explica a formulação, tipo de óleo base e aplicações para a maior parte dos óleos usados. Também descrito na etiqueta está a viscosidade específica e o óleo base para cada lubrificante. Além disso, cada viscosidade possui sua própria cor que pode ser padronizada por toda a planta. Para óleos, a etiqueta é um quadrado enquanto para óleos ela é redonda. Um sistema de identificação visual é uma maneira excelente para mitigar falhas causadas pela contaminação cruzada assim como introduzir códigos de barras no campo. Tenha em mente que você deve identificar todos os dispositivos que entram em contato com o lubrificante não somente o equipamento. Um sistema de identificação robusto permite que até o lubrificado menos experiente consiga aplicar o lubrificante certo no lugar certo. (PORTAL DA LUBRIFICAÇÃO, 2015).
METODOLOGIA
Foi iniciado a implementação do sistema de identificação de lubrificantes escola profissionalizante SESI SENAI Betim CETEM, onde foi possível observar a necessidade de uma melhor identificação dos lubrificantes oleosos para auxiliar os alunos e funcionários na melhor escolha do lubrificante evitando lubrificação cruzada, potenciais contaminações e erros comuns nos processos de manutenção com uso de lubrificantes.
Para desenvolver um sistema assertivo facilitando a identificação do lubrificante é necessário realizar o inventario dos lubrificantes e especificação técnica de cada tipo. Na Unidade SESI SENAI, após a o inventario foi encontrado:
Óleo Hidráulico HLP 32;[5: Norma DIN 51524, Parte 2 (HLP) - Norma que indica que a substância pode ser utilizada como óleo hidráulico de alto desempenho.]
Óleo para Engrenagens CLP 32;[6: Norma DIN 51517, Parte 3 (CLP) - Norma que indica que uma substância pode ser utilizada como óleo para engrenagens industriais. ]
Óleo para Engrenagens CLP 68;
Óleo para Engrenagens CLP 150; 
Óleo para Compressor VDL 150; [7: Norma DIN 51506 (VDL) - Norma que indica que a substância pode ser utilizada como óleo para compressor com alto desempenho.]
Óleo Pneumático HVLP 32.[8: Norma DIN 51524, Parte 3 (HVLP) - Norma que indica que uma substância pode ser utilizada como óleo para linha pneumática.]
Figura 3 – Óleo para engrenagens CLP 32
Fonte: do autor.
A partir das informações obtidas foi possívelidentificar as necessidades técnicas para implantação do sistema “LIS”. A figura 4 e 5 mostram a frente e o verso da etiqueta com as devidas especificações técnicas do óleo para engrenagens CLP 32, sendo que para confecção da etiqueta foi necessário a utilização das normas DIN citadas acima e da Revista Machinery Lubrification en Español (2008), que explica a metodologia adotada pela empresa NORIA na implantação do sistema “LIS”.
Figura 4 - Modelo de Etiqueta de identificação do Óleo CLP 32 e aplicação em almotolia de lubrificação.
Fonte: do autor.
Figura 5 - Verso autoexplicativo da etiqueta do Óleo CLP 32
Fonte: do autor.
As etiquetas geradas foram inseridas nos reservatórios que comportam o lubrificante sendo esses: almotolias, barris, bombas e etc.
Figura 6 - Imagem da aplicação da etiqueta
 
Fonte: do autor.
Além de identificar os recipientes de utilização e armazenagem do lubrificante é importante identificar os pontos que devem ser lubrificados. A figura 7 apresenta o modelo de etiqueta adotado para identificar os pontos de lubrificação que deveram ser lubrificados com óleo CLP 32.
Figura 7 - Etiqueta de identificação de ponto de lubrificação.
Fonte: do autor.
É possível ver que foi utilizada a mesma cor e símbolo referente ao lubrificante e acréscimo da periodicidade.
Figura 8 - Aplicação da etiqueta de identificação de ponto de lubrificação.
Fonte: do autor.
Identificado o lubrificante e onde deve ser aplicado, o serviço fica assertivo e fácil de executar, além de facilitar em todos os processos que envolvem esse lubrificante. Agora ficou mais fácil comprar o lubrificante com ajuda da identificação técnica presente na etiqueta, estocar e identificar o lubrificante a ser usado.
CONCLUSÃO
O sistema de identificação apresentado nesse artigo reflete em ajuda visual que utiliza formas, códigos de cores para diferenciar lubrificantes que podem ter características idênticas e viscosidades, mas diferentes propriedades de desempenho. 
O LIS pode ser usado como um sistema de codificação quando a especificação técnica para ordens de compra, ordens de trabalho, procedimentos de manutenção e toda linha de utilização e manuseio de lubrificantes. Os usuários finais, fornecedores de lubrificantes e todos os funcionários vão encontrar este sistema simples, útil e fácil de usar. Uma vez implementado, o pessoal se familiarizar cada vez mais com a lógica existente em códigos alfanuméricos estruturação e sua relação com cores e formas, que em última análise irá levá-los a reconhecer as características de lubrificantes apenas “de bater o olho” para o rótulo, e será mais fácil do que nunca de identificar.
Com a realização desse estudo foi possível entender, conhecer e aplicar novos procedimentos e tendências de gestão de lubrificante que facilita o gerenciamento e reduz os erros que podem ser cometidos. Sendo que o sistema de gestão auxilia em toda linha de trabalho que será empregada na indústria ou escolas técnicas, desde a solicitação de compra do lubrificante ao seu descarte. Após a aplicação do sistema de lubrificação na Unidade SESI SENAI Betim CETEM, a utilização dos lubrificantes e similares ficou mais eficiente e assertiva, trazendo comodidade na utilização e controle. 
É possível ver que o sistema de lubrificação é de estrema importância para tornar os processos, não apenas de lubrificação, mas sim, todos os processos industriais mais eficazes e de estrema assertividade, levando o erro a extinção.
REFERÊNCIAS
TRUJILLO, G. de. LIS – Lubricant Identification System. Mexico. Revista Machinery Lubrification en Español. 2008, p. 2 – 11. Disponível em: <machinerylubrication.com/sp>. Acessado em: 20 de maio de 2018. Versão em Português – Do autor.
ATHOUGUIA, R.W. 70º Congresso Anual ABM Week. Busca pela Lubrificação Classe Mundial: O Programa de Lubrificação Confiável na Samarco Ubú*. Rio de Janeiro, Brasil, 17 a 21 de agosto de 2015, p. 93. Disponível em: <https://abmproceedings.com.br/ptbr/article/download-pdf/busca-pela-lubrificacao-classe-mundial-o-programa-de-lubrificacao-confiavel-na-samarco-ubu. >. Acessado em: 20 de maio de 2018.
IPIRANGA. Apostila de treinamento de Lubrificado Industrial Ipiranga. 2012, p.1 – 10. Disponível em: <https://lcsimei.files.wordpress.com/2012/09/fundamentos-de-lubrificac3a7c3a3o-1.pdf>. Acessado em: 20 de maio de 2018.
TEXACO. Fundamentos de Lubrificação. Departamento de Tecnologia da TEXACO do Brasil Ltda. 2005, p. 16. Disponível em: <http://www.4x4brasil.com.br/forum/attachments/frota-4x4-brasil/298945d1309044344-engesa-fii-o-fuzileiro-fundamentos-de-lubrificacao-texaco.pdf>. Acessado em: 20 de maio de 2018.
PORTAL DA LUBRIFICAÇÃO. Vantagens do uso de etiquetas de identificação de lubrificantes. CASH, W. Advantages of Using Lube Identification Tags. Machinery Lubrication, Estados Unidos, abr. 2015. 2017. Versão em Português – Ingrid Freitas. Disponível em: < http://lubrificacaoindustrial.com.br/vantagens-do-uso-de-etiquetas-de-identificacao-de-lubrificantes/>. Acessado em: 12 de junho de 2018.