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CURSO 
 
 
DE 
MANUTENÇÃO 
NOTEBOOKS 
 
 
 
 
INDICE 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES GERAIS........................ 2 
 
MÉTODO DE TRABALHO ........................... 6 
 
PESQUISA DO DEFEITO ............................ 18 
 
DEFEITOS INTERMITENTES ..................... 33 
MANUTENÇÃO DE PLACA MÃE: 
 
CONSIDERAÇÕES: 
 
O primeiro passo é ter certeza 
que o defeito realmente é na 
placa mãe: 
 
Devemos fazer todos os testes necessários para descartamos 
defeitos em periféricos e softwares. Concentramos, então, a 
suspeita sobre a placa mãe. Devemos retira-la do notebook e 
coloca-la numa bancada de trabalho, onde será testada 
separadamente. 
 
O teste de funcionamento é f eito com o mínimo de 
dispositivos conectados, isso significa apenas o processador 
e cooler e um módulo de memória. 
 Na bancada precisamos ter: 
1. Uma fonte universal para notebooks (testada). 
2. Módulos de memória DDR, DDR2 e DDR3 (testadas). 
3. Um monitor externo. 
4. Processador reserva compatível (se possível). 
5. Uma placa de diagnóstico. 
 
Devemos retirar todos os periféricos conectados à placa, como 
módulo de CD/DVD, HD e placa rede sem fio. A placa mãe do 
notebook deve ter apenas o processador, um módulo de 
memória (testada) e estar conectada a uma fonte de 
alimentação, também, testada anteriormente. Podemos 
conectar um monitor externo para teste. 
Quando nestas condições a placa não ligar, devemos procurar 
o defeito nos componentes da placa como: Circuito regulador 
de tensão, capacitores, mosfets, CIs ou chipsets. Neste caso o 
uso de uma placa de diagnóstico poderá indicar possíveis 
componentes defeituosos. 
 
Como funciona a placa de 
diagnóstico: 
 
A corrente elétrica tem seu caminho na placa mãe 
pré-determinado. O processador ao ser energizado, automatica-
mente, procura o endereço do BIOS para ler e executar suas 
instruções. Esteconecta e ativa todo o hardware da placa mãe 
e inicializa os testes de todos os componentes. Este 
teste é chamado de POST e possui etapas pré-determinadas. 
 
Cada etapa ou teste que o POST realiza esta associada a um 
código e a placa de diagnóstico busca este código e m ostra 
em tempo real no display. Quando o POST encontra algum 
hardware com defeito ele interrompe o teste, mas o código 
referente a este teste já está capturado no display da placa de 
diagnóstico. Desta maneira é só verificar a qual hardware este 
código esta associado e descobrir o componente ou circuito 
danificado (A relação de códigos e seus significados vêm junto 
com o manual da placa de diagnóstico). 
 
Observando a placa de diagnóstico em funcionamento 
(quando uma placa mãe está perfeita) iremos notar que os 
códigos vão mudando conforme evolui o teste e somente para 
quando o monitor começa a dar vídeo. Este último código 
armazenado refere-se ao último teste significando que a 
placa mãe passou por todos os testes de hardware e está 
perfeita. 
 
Atenção: A placa de diagnóstico só tem utilidade na busca de 
defeito se o computador não der vídeo. Isso porque no 
momento que aparece vídeo no monitor significa que o POST 
foi completo e até aí está tudo OK com a placa. Desta 
maneira se ainda existir algum defeito terá que ser descoberto 
por outros meios. 
 
Quando existe algum defeito na placa o código apresentado no 
display refere-se ao hardware com problema. Existem vários 
tipos de placa de diagnóstico, mas o pr incípio de 
funcionamento é o mesmo. Algumas mostram o código do 
último teste bem sucedido e o código do teste com problema, 
algumas tem dois dígitos e outras quatro. Não deixe de ler o 
manual. 
 
Como funciona a placa 
mãe: 
 
A placa mãe tem a função de conectar todo o hardware do 
sistema proporcionando a comunicação entre todos os 
periféricos interno ou externo. Ela fornece o caminho para 
circulação dos dados e também o caminho para circulação da 
energia elétrica necessária para o perfeito funcionamento dos 
equipamentos ligados a ela. Cada dispositivo eletrônico ligado à 
placa mãe desempenha uma função específica e importante no 
sistema. A placa mãe tem a função de receber a energia 
elétrica da fonte de alimentação e fornecer em quantidades e 
valores exatos exigidos por cada dispositivo. Todos estes 
pequenos componentes eletrônicos, coloridos, de várias formas 
e tamanhos conectados a placa mãe (capacitores, resistores, 
transistores, circuitos integrados, etc.) realizam funções 
específicas, moldando a energia elétrica em valores de tensão, 
corrente, sentido de fluxo, interrupção ou circulação de acordo 
com o que aquele circuito ou dispositivo exige para funcionar. 
Quando todos os componentes da placa mãe estão perfeitos seu 
funcionamento é automático e sem erros. Mas, apenas um 
componente com defeito para todo o sistema. 
 
O que o técnico precisa 
conhecer: 
 
O técnico precisa ter conhecimento no mínimo básico de 
eletrônica, conhecimento em hardware, conhecer os principais 
circuitos de energia da placa: O que alimenta o processador, 
o que alimenta a memória Ram e o circuito do chipset. 
Conhecer todos os componentes e saber suas funções no 
circuito. Precisa ainda saber como retirar os componentes 
(dessoldagem) suspeitos da placa, como testar corretamente 
cada componente, como encontrar um componente substituto e 
como soldar novamente na placa. 
 
Conserto: 
 
O conserto da placa mãe consiste em encontrar os 
componentes com defeito, ou suspeitos. Dessoldar 
corretamente e retirar da placa. Testar, confirmar o defeito ou 
não, encontrar o substituto e soldar novamente na placa. Pode-
se dizer, ainda, que o correto manuseio, solda e retrabalho 
com componentes eletrônicos é parte fundamental no 
conserto. 
O curso: 
 
O curso teórico e apostilas de eletrônica irão ajudar muito 
no conhecimento da placa mãe e a familiarização com os 
componentes, as pesquisas na internet sobre termos 
desconhecidos ou informações mais detalhadas são 
indispensáveis. O curso em vídeo irá mostrar ao vivo e em 
tamanho real como realizar os procedimentos, mas somente 
o treinamento com placas mãe sucatas darão a segurança e 
o domínio indispensável para realização de consertos. 
 
Sua dedicação e empenho serão proporcionais ao sucesso. 
Não tenha pressa de aprender. 
 
 
 
 
Estude por capítulos assistindo os vídeos, explorando o material 
teórico de apoio e realizando treinamentos práticos com placas 
defeituosas. 
 
Estamos à inteira disposição para esclarecer quais quer 
dúvida sobre o curso. Desejamos a você muito sucesso. 
 
Que Deus ilumine seus estudos!! 
 
. 
 
 
PLACA MÃE: 
 
MÉTODO DE TRABALHO: 
 
Muitos técnicos conseguiriam facilitar consideravelmente sua 
rotina de trabalho, sua vida e de seus clientes se utilizassem um 
método racional de trabalho. Está é a palavra-chave: 
“MÉTODO”, qualquer trabalho, em qualquer campo, que seja 
desordenado e sem método, se não chegar a ser desastroso, 
fatalmente redundará em desperdício de tempo, frustrações, e 
até prejuízos financeiros, e isto se aplica com muita propriedade 
à eletrônica e seus problemas de manutenção. 
Frequentemente, técnicos de manutenção gastam tempo 
precioso tentando encontrar defeitos que não são realmente 
defeitos, ou que poderiam ser achados mais rapidamente se 
fosse seguido um método ordenado de trabalho. Este método é 
o que propomos conceituar aqui. 
Ele é baseado em uma sistemática abrangente, e p ode ser 
aplicado praticamente a qualquer tipo de equipamento, desde 
um simples radiozinho de bolso até equipamentos profissionais 
de alta complexidade, podendo abreviar a pesquisa de defeitos, 
muitas vezes, de forma surpreendente. É claro que não se trata 
de um procedimento milagroso, que possa resolver qualquer 
problema de manutenção em minutos, mas pode ajudarbastante. É como a famosa a brincadeira que se faz com 
principiantes em centros de reparação: dão-lhes um determinado 
aparelho para achar o defeito, e o i nfeliz do técnico passa horas 
tentando fazer o equipamento funcionar, para depois ficar 
sabendo que não havia energia na tomada em que estava ligado 
o aparelho, ou que, simplesmente, o m esmo era para 220V e 
estava conectado a uma tomada de 110 V. 
Por incrível que possa parecer, isto realmente existe. Isto e muito 
mais; já presenciei o caso de um técnico gastar meia hora 
pesquisando um defeito e finalmente descobrir um fusível aberto. 
E outros casos em que um conhecimento apenas superficial do 
equipamento levou o técnico a procurar um defeito inexistente, 
pois bastava girar um determinado controle, ou retocar um 
ajuste, para trazer o equipamento de volta ao funcionamento 
normal. Estes e outros problemas de manutenção poderiam ser 
facilmente resolvidos seguindo um método racional de pesquisa 
de defeitos. Mas, para tanto, são necessários inicialmente certos 
pré-requisitos básicos, como veremos a seguir. 
 
PRÉ-REQUISITOS: 
 
A todos aqueles que se propõem executar manutenção, corretiva 
ou preventiva, são necessários alguns pré-requisitos sem os 
quais estarão desarmados para enfrentar uma batalha dura, e 
poderão sair perdendo. Eles são apenas quatro, mas em volume 
e custo chegam a ser bastante extensos o que frequentemente é 
a causa de sua não existência. 
São eles: 
1) Conhecimento; 
2) Equipamento; 
3) Ferramentas; 
4) Componentes de reposição. 
 
CONHECIMENTO: 
Por “conhecimento” entendemos uma sólida formação teórica, 
com muito bom conhecimento das leis princípios básicos da 
eletrônica e da eletricidade, capacidade análise de circuitos, 
amplo conhecimento de componentes e ainda o conhecimento 
específico do equipamento com o qual se vai trabalhar. A tudo 
isto é ai nda desejável aliar-se uma boa experiência na parte 
prática. 
 
É claro que este conhecimento varia em grau e número de 
técnico para técnico e em proporção direta com sua 
competência, como resultado. 
 
Devemos ainda levar em consideração aquela parte do 
conhecimento que não esta na “cuca”, mas sim armazenada, por 
assim dizer, em esquemas, manuais de instrução, livros de 
dados, descrições de circuitos, et. Estas são tão importantes 
quanto a formação técnica e muitas vezes são totalmente 
imprescindíveis para o sucesso de um trabalho. Como este item 
Conhecimento é um tanto complexo, vamos subdividi-lo e 
analisar um pouco aquela parte que não está diretamente 
relacionada com a formação escolar. 
 
1.1 - Conhecimento do aparelho: 
É a compreensão de sua finalidade e da maneira de operá-lo 
corretamente, ou s eja, fazê-lo funcionar de forma que cumpra 
sua finalidade com a máxima eficiência. Isto implica em ter 
conhecimento da operação e funcionamento de t odos os seus 
controles, sejam eles externos ou internos, isto é, controles de 
operação e controles de ajuste e calibração. Muitas vezes um 
aparelho que parecia “pifado” volta a funcionar quase que 
milagrosamente, com o simples girar de um botão ou ajuste de 
um controle interno. É claro que há casos em que é necessária 
uma recalibração total, mas isto será discutido mais adiante. 
 
1.2 – Compreensão do funcionamento dos circuitos: 
Não basta saber o que um aparelho faz é preciso que se saiba 
também como o faz, isto é, como ele funciona, para se puderem 
acompanhar seus diversos estágios e verificar se estão ou não 
executando a tarefa para a qual foram projetados, e da maneira 
que deveriam. Se assim não for corre-se o risco de, durante a 
manutenção, aprofundarmo-nos mais e mais em um labirinto de 
circuitos e componentes, sem que se vislumbre uma saída. 
 
1.3 – Esquema: O esquema ou diagrama deve estar disponível 
e, sempre que possível, com voltagens e formas de onda nos 
diversos pontos de teste. De preferência, deve ser acompanhado 
dos circuitos. A maioria dos equipamentos profissionais, e alguns 
de entretenimento, possuem manuais de serviço contendo todas 
as informações necessárias. 
 1.4 - Literatura técnica: Por literatura técnica entende-se o 
conjunto de manuais de componentes, gráficos, tabelas, livros de 
consulta, revistas, manuais de s erviço, etc. Tudo é m uito 
importante, pois ninguém, por mais privilegiado que seja, 
conseguiria guardar na memória toda a i mensa quantidade de 
informação necessária a este trabalho. 
 
EQUIPAMENTO: 
 
Este é o requisito mais difícil de s er satisfeito, em virtude do 
empate de capital em que implica, mas, quando se usa 
equipamento adequado, o retorno é r ápido e gar antido (desde 
que o equipamento seja realmente usado e saiba como usá-lo 
com eficiência). Infelizmente, na maioria dos casos, o que se faz 
é improvisar ou usar equipamento insuficiente ou inadequado, 
com a consequente ineficiência. 
 
Por equipamento entendemos o conjunto de instrumentos de 
teste e m edição necessários, ao bom desempenho do trabalho 
de manutenção. Se nos restringirmos apenas ao reparo do 
aparelho, já necessitaremos de al gum equipamento, mas, se, 
além disto, tivermos de executar calibração e ajustes, tudo se 
complica, pois, neste caso, necessitaremos de padrões e 
geradores de alta precisão, e cujo custo é muito elevado. 
 
Alguns equipamentos são de uso geral, aplicáveis nas mais 
diversas circunstâncias, e out ros de us o mais específico, como 
por exemplo, o frequencímetro, o gerador de pulsos, o analisador 
de espectro, etc. 
Os equipamentos de uso geral que todo técnico deve ter são: 
 
Multímetro, ou “multitester”, como querem alguns. Este é básico 
e obrigatório em qualquer bancada, pois é utilizado para medir 
as quantidades básicas da eletricidade: voltagem (contínua e 
alternada), corrente e r esistência. Alguns tipos medem ainda 
outras quantidades, como capacitância e i ndutância, além das 
sempre presentes, mas nunca usadas, escalas de dB. 
 
Um multímetro digital é de grande valia, pois oferece maior 
precisão e alta impedância em todas as escalas, inclusive as 
mais baixas, em que p ermite medir tensões da or dem de 
milivolts. Atualmente já é possível adquirir um DVM, como 
também é chamado, a um custo razoável. 
 
 Osciloscópio. 
Para execução de reparos de nível pouco acima da “ tentativa e 
erro”, haverá necessidade de um osciloscópio. Ele é atualmente 
o único meio de se ver com precisão e clareza o que está 
acontecendo “dentro” de um circuito eletrônico. Com ele pode-se 
medir voltagens e correntes de qualquer tipo, desde CC até as 
formas de onda mais complexas; verificar a presença de ruídos; 
etc. 
 
Com o osciloscópio pode-se medir e a nalisa praticamente 
qualquer coisa; basta que se disponha do transdutor adequado. 
 
 
 
 O osciloscópio é um instrumento de 
grande utilidade no laboratório. Este é um 
modelo portátil, pesando apenas três quilos, e operado à bateria, 
especial para trabalhos de campo. 
 
 
FERRAMENTAS: 
 
Por isto elas devem ser fortes e resistentes, da melhor qualidade 
possível. E claro que as ferramentas de boa qualidade são 
caras, mas, neste item, não vale a pena economizar, pois 
ferramentas baratas, consequentemente de baixa qualidade, 
duram pouco, ás vezes pouquíssimo, e, em muitos casos, mais 
aborrecem do que ajudam. 
 
 
Um jogo de ferramentas básico é 
indispensável. Acréscimos podem ser 
feitos à medida que forem sendo 
necessários. 
 
Ferramentas básicas 
 
1. Estilete - Por incrível que pareça é a 
primeira ferramenta utilizada pelo 
montador de computadores. Lembre-se 
que é necessário a desembalagem do equipamento e que 
normalmente vem lacrado com fitas adesivas e caixa de papelão 
que precisam ser abertas, ou no caso de “importação” do país 
vizinho, vem embalado em matéria plástica inviolável que só um 
bom estilete pode superar. 
 
2.Chave Philips - Esta é a principal ferramenta de um 
mantenedor ou montador de computadores. Todos os parafusos 
do gabinete que vem acomodados em um saquinho plástico são 
do tipo Philips. De acordo com muitos profissionais o simples uso 
de uma chave Philips é o suficiente para a substituição de 
qualquer componente de um microcomputador PC, por isso, é 
recomendado à compra da melhor marca de chave que você 
possa encontrar, verifique junto a uma loja de ferramentas quais 
são as marcas de confiança. 
 
3. Alicate de bico - Um alicate de bico é extremamente 
necessário. Muito versátil, substitui uma pinça, principalmente na 
hora de retirada de um determinado jumper da placa de sistema 
ou do jumper do display que determina o clock que aparecerá 
para o usuário. Eventualmente pode ser usado para “pegar” 
aquele parafuso difícil que caiu exatamente entre dois pontos de 
difícil acesso no computador. 
 
 
4. Alicate de corte - Como o nome diz serve para cortar ou 
aparar determinados componentes do computador. Em 
eletrônica tem a função básica de descascar fios ou corta-los, 
aqui em informática, usamos para este fim, mas também, para 
aparar os suportes de nylon da placa de sistema que não 
possuem furos apropriados na placa metálica do gabinete, 
fazendo assim um apoio improvisado da placa ao gabinete. 
 
 
5. Vasilhame de parafusos - Na verdade não só de parafusos 
de todos os tamanhos ou tipos , mas de arruelas, suportes de 
nylon para a placa de sistema, arruelas isoladoras, parafusos de 
fixação da placa de sistema ao gabinete, elásticos ou amarras, 
Straps etc. Podemos afirmar que guarda as miudezas 
necessárias para que o mantenedor tenha tudo a mão em 
qualquer hora. 
 
 
6. Chave de fenda - No item 
anterior falamos que o 
obrigatório é uma chave 
Philips, não mentimos, mas o 
uso de uma pequena chave de 
fenda é necessário para 
conectar ou desconectar uma 
impressora da LPT1 ou 
mesmo para equipamentos 
que fogem do padrão 
genérico. Da mesma forma 
verifique as marcas de 
conceito, na verdade todas 
suas ferramentas devem 
obedecer ao princípio da 
qualidade. 
 
 
7. Chave tipo canhão - ferramenta necessária para a montagem 
ou substituição da placa de sistema. É com ela que fixamos 
firmemente os parafusos sextavados que unem a placa de 
sistema ao gabinete. 
 
Ferramental complementar 
 
1. Multitester - É um instrumento mais elaborado que não deve 
faltar na mala do mantenedor. Usado para verificação de tensões 
na fonte de alimentação, quando usado em escala de Volts. Bem 
como verificação de continuidade nos diversos flat cables ou 
possíveis curtos em cabos de rede coaxial por exemplo. 
 
2. Caixa de micro chaves - De uso eventual para pequenos 
parafusos de fenda ou do tipo Phillips. 
 
3. Borracha - Normal do tipo que apaga caneta, usada quando 
precisamos limpar contatos de placas do micro que com o 
tempo podem “zinabrar”, causando mau contato e consequente 
defeito. 
 
4. Lanterna de inspeção - Usada principalmente em 
manutenção quando é necessário enxergar nos cantinhos 
escuros do gabinete para verificar se determinado strap está 
habilitado ou desabilitado, ou mesmo o número de um chipset 
qualquer. Para facilitar a operação a lâmpada está posicionada 
na ponta de uma haste flexível. 
 
5. Lupa com lâmpada - com função semelhante a da lanterna de 
inspeção, a lupa aumenta, e a lâmpada ilumina o detalhe a ser 
observado. 
 
6. Pinça tríplice - Usada normalmente para pegar aquele 
parafuso que caiu bem no meio dos chips da placa mãe. 
Agarra e dispensa o uso de pressão pela mão humana, 
segurando o parafuso automaticamente. 
 
7. Pincel - Usado normalmente para limpar possíveis sujeiras 
incrustadas nos slots de memória ou de placa de expansão. 
Recomenda-se também após a pincelada o uso de um limpa 
contato químico que é vendido em lojas de eletrônica. 
 
8. Canivete Suíço - Vocês não podem imaginar a utilidade que 
um canivete suiço pode proporcionar em todos os campos 
incluindo a manutenção de computador. Só na hora que você 
precisar de uma... tesourinha, no canivete vai encontrar, ou 
aquela... serrinha, tudo está lá. 
 
9. Pinça metálica - Para pegar pequenos objetos ainda é uma 
excelente ferramenta essencial na mala de ferramentas. 
 
10. Sacador de chip - É raro o uso, mas quando precisar é a 
melhor ferramenta para fazer o procedimento, normalmente já 
vem junto com o kit de ferramentas. 
 
Para completar o arsenal de ferramentas, podemos ainda citar 
algumas ferramentas especiais e outras de bancada: 
 
 Morsa - Uma pequena morsa tem-se mostrado de extrema 
utilidade na hora que precisamos daquela terceira mão, como 
por exemplo, na hora de soldar um conector de rede. 
 
 Ferro de solda e sugador de solda - Algumas atividades 
podem exigir eventualmente o uso de solda, o que justifica a 
compra de um pequeno ferro de solda de 24 ou 30 Watts. 
 
 Parafusadeira elétrica - Para quem trabalha com montagem 
de micros em grande escala esta ferramenta dinamiza 
bastante tal trabalho. 
 
 Luminária de bancada ajustável com lupa - pode ser usada 
em serviços de montagem de micro para melhor visualização 
do local de trabalho. 
 
 Pulseira anti estática - A eletricidade estática é a maior 
inimiga dos componentes do computador, usando uma 
pulseira, você vai proteger seu trabalho de possíveis prejuízos. 
 
 
 
 Outro cuidado com as ferramentas é não deixá-las enferrujar, e, 
para isto, existe uma infinidade de produtos à disposição no 
mercado, desde o corriqueiro óleo de cozinha, até a sofisticada 
graxa de silicone. E qualquer um deles serve para evitar a 
ferrugem. 
 
 
 
 
Esta é uma maleta de ferramentas 
usada para trabalho de campo. Além 
das ferramentas, contém multímetro, 
peças de reposição, congelador, 
lubrificante, etc. 
 
 
COMPONENTES DE REPOSIÇÃO: 
 
Nenhum dos itens anteriores pode ser considerado mais, ou 
menos importante do que o outro; todos são igualmente 
importantes, mas este último é, decididamente, de importância 
vital e absolutamente indispensável. 
 
Suponha que um ótimo técnico, com o manual de serviço, com 
ferramentas e equipamento adequados, está fazendo 
manutenção de um aparelho que conhece muito bem, e 
descobre que um determinado estágio está defeituoso, estágio 
este constituído de um circuito integrado e mais alguns 
componentes; e des cobre, ainda, que algumas voltagens estão 
incorretas. O próximo passo será substituir o CI e comprovar o 
funcionamento correto do equipamento. Mas ele não possui o CI. 
Então o que fazer? 
 
Não há o q ue fazer. Sem componentes adequados para 
substituir, simplesmente não há manutenção corretiva. Muito 
mais poderia ser dito a respeito dos pré-requisitos necessários à 
manutenção em eletrônica; o que foi dito é apenas um resumo, 
mas mesmo assim, a muitos parecerá exigência de mais, e 
podem pensar que s empre “dão um jeito”. A esses eu temeria 
confiar até mesmo manutenção de um ferro elétrico de p assar 
roupa. Um serviço mal feito (“quebra galho”) pode vir a dar 
prejuízos muito maiores no futuro. 
 
PESQUISA DO DEFEITO: 
 
 
Uma vez determinado que certo aparelho não esteja funcionando 
corretamente, ou simplesmente não está funcionando, passamos 
às etapas necessárias para a localização do defeito. E a primeira 
providência, antes de pesquisar o defeito, diz respeito à limpeza. 
 
Quando um aparelho vai para manutenção, geralmente está sujo 
e empoeirado, muitas vezes com camadas de poeira, na parte 
interior, assustadoramente espessas. Neste caso, antes de tudo, 
deve-se proceder à retirada da poeira com ar comprimidoou com 
um aspirador de pó. Frequentemente é necessário ajudar a 
“desgrudar” a poeira com um pequeno pincel chato. Há casos 
mais severos em que o aparelho está e/ou graxa (principalmente 
quando foi submetido à “lubrificação” de chaves rotativas, por 
algum curioso) nos quais a poeira adere, e se torna muito difícil a 
sua remoção. 
 
Em outros casos o acúmulo progressivo de sujeira, durante anos, 
forma uma camada grossa resistente que não sai com o pincel. 
Nestes casos, o melhor é proceder a uma lavagem do aparelho 
completo, ou de parte dele, com água e detergente, pondo-o em 
seguida para secar em uma estufa. 
 
Dividimos em seis etapas a tarefa de localização de defeitos: 
Mas, antes de abrir o aparelho e mergulhar na sua 
complexidade, devemos tomar consciência de uma regra básica, 
que muitas vezes ajuda a poupar tempo e “fosfato”: 
 
 “Procure 
primeiro as 
causas 
simples”. 
 Na figura 
acima 
algumas das prováveis falhas que podem fazer com que a 
alimentação não chegue ao aparelho. 
 
 
Muitas vezes o técnico perde um tempo enorme tentando 
localizar um defeito, quando o simples reaperto de um conector 
em um soquete, por exemplo, poderia resolver o problema. Em 
equipamentos complexos, com cabos de interligação e placas de 
circuito impresso com conectores, isto é muito comum. É a 
versão moderna do famoso “fiozinho solto”, a que todos os leigos 
atribuem todos os defeitos de todos os equipamentos 
eletrônicos. 
 
As seis etapas são as seguintes: 
 
1) Assegurar-se de que todas as condições necessárias para 
o funcionamento do aparelho sejam satisfeitas. 
2) Assegurar-se que todos os controles estejam 
corretamente posicionados 
3) Verificar se não há problemas de calibração e ajuste 
4) Efetuar rigorosa inspeção visual 
5) Localizar o estágio defeituoso 
6) Localizar o componente defeituoso. 
 
 Para o fim de analisar cada uma destas etapas, vamos 
nomeá-las abreviadamente assim: 
 
1) Condições; 
2) Controles; 
3) Calibração; 
4) Inspiração; 
5) Estágio; 
6) Componente. 
 
 
 
 
CONDIÇÕES: 
 
 
 
 
 
 
Uma trilha de circuito impresso que parece normal 
a olho nu pode revelar uma rachadura quando 
examinada com lente de aumento. 
 
Todo equipamento eletrônico necessita de determinadas 
condições para seu correto funcionamento, e a mais elementar 
dessas condições é a alimentação de energia elétrica. Portanto, 
as verificações iniciais são as seguintes: verificar se há tensão 
na rede que o alimenta e se essa tensão é a correta para o 
aparelho. Por exemplo, um equipamento para 220 V ligado em 
rede de 110 V não funcionará corretamente. Se o aparelho for 
alimentado por pilhas ou baterias, medir a voltagem das mesmas 
com carga, pois se as baterias podem apresentar voltagem 
normal em circuito aberto. Podem “arriar” quando ligadas a uma 
carga. 
 
No caso de um aparelho completamente “morto”, verificar se a 
tensão de alimentação está realmente chegando ao aparelho, 
isto é, se não há um fusível aberto (muitos equipamentos 
possuem mais de um), se o interruptor está funcionando, se o 
cordão de força não está interrompido, etc. 
 
Além das condições gerais, aplicáveis a qualquer equipamento, 
existem outras, mais específicas e aplicáveis somente aos 
equipamentos a que se referem. Estas devem ser verificadas 
nos próprios manuais de instrução dos aparelhos. Por exemplo, 
certo instrumento pode ter seu funcionamento correto 
assegurado somente se um determinado plug estiver encaixado 
em algum soquete meio escondido na parte traseira do mesmo; 
outro pode necessitar de uma conexão de água para 
resfriamento, a uma determinada pressão, etc. 
 
Outro fator muito importante que se deve ter em mente, 
principalmente no nosso clima, é a temperatura. Todos os 
fabricantes de aparelhos profissionais estabelecem uma faixa de 
temperatura para seu bom funcionamento. Na maioria dos casos, 
se esta faixa for ligeiramente ultrapassada, nada acontecerá, 
mas, se, por exemplo, um determinado instrumento for 
especificado para funcionar em temperaturas entre 10 ºC e 25 
ºC, e estiver em um ambiente cuja temperatura é 40 ºC (o que 
não é tão difícil como possa parecer) muito provavelmente 
apresentará problemas. 
 
Finalmente, deve-se considerar algo muito importante: todo 
equipamento eletrônico é sempre um sistema que opera sob o 
princípio de estímulo e reação. Todos eles têm sempre uma ou 
mais entradas e uma ou mais saídas. Todos devem produzir um 
determinado efeito quando estimulados corretamente. Esse 
efeito pode ser muito simples, como em um oscilador de áudio, 
ou muito complexo, como em um computador. O efeito é a razão 
da existência do aparelho, mas, para que o produza, ele deve 
receber um ou mais estímulos, ou seja, devem existir fatores que 
atuem sobre sua entrada. Por exemplo, um rádio receptor tem 
como efeito o som fornecido por seu alto-falante, que é a saída, 
e o fator ou estímulo que vai produzir a saída é a onda 
eletromagnética que atinge sua antena, que é a entrada. 
 
CONTROLES: 
 
 Existem muitos casos em que o usuário de um determinado 
equipamento chama o técnico de manutenção, alegando que o 
mesmo está defeituoso, somente para descobrir desconcertado, 
que o simples girar de um ou mais botões de controle faz com 
que o aparelho volte a funcionar normalmente. Não havia defeito, 
mas apenas erro de operação. 
 
Se for desagradável acontecer isto com o usuário, com o técnico 
de manutenção é desastroso. Por isso é imperativo que o técnico 
conheça bem o aparelho e sua operação. E, caso ele venha a se 
defrontar com um equipamento que desconheça, o melhor que 
tem a fazer é ter um pouco de paciência, ler o manual de 
instruções e familiarizar-se com o antes de começar a trabalhar 
nele, caso contrário correrá o risco de perder muito mais tempo 
enredando-se em controles e conceitos desconhecidos, e 
somente chegar a um resultado satisfatório por acaso. Se 
chegar. 
 
Portanto, a segunda coisa a fazer é verificar se todos os 
controles estão operando satisfatoriamente e se consegue com 
eles fazer o aparelho funcionar. Muitos aparelhos possuem 
controles meio escondidos, no painel traseiro, ou nas laterais, 
que podem ser inadvertidamente movidos, causando uma 
perturbação qualquer “inexplicável”. Também o ajuste incorreto 
de um controle pode indicar falsamente um defeito que não 
existe. Por exemplo, um determinado osciloscópio pode ter o 
controle de estabilidade de trigger Fora de ajuste, fazendo com 
que o traço desapareça da tela. E, se, por acaso, a lâmpada 
piloto estiver queimada, (o que é bastante comum) ele 
aparentará estar completamente “morto”, quando na realidade 
não tem problema algum exceto a lâmpada queimada. 
 
CALIBRAÇÃO: 
 
 A constatação de problemas é, na maioria dos caos, bastante 
fácil, pois eles raramente fazem um aparelho deixar de funcionar. 
O que geralmente acontece é que ele funciona perfeitamente, 
mas, fora das especificações originais. 
 
Isto não quer dizer que não existam casos em que uma 
descalibração cause a paralisação do funcionamento. Estes 
casos existem, mas são raros e geralmente acontecem com 
equipamentos de baixo custo, nos quais os controles de 
calibração têm normalmente, faixa mais ampla de atuação, para 
compensar a maior tolerância nos valores dos componentes. 
 
Um aparelho sai de calibração geralmente devido à alteração 
dos valores dos componentes com o tempo. Em certos casos, a 
alteração assume proporções muito grandes, passando então 
assumir características de defeito. Neste caso, uma recalibração 
não irá restaurar o funcionamento normal e o componente 
normal e o componente alterado deverá ser substituído. De 
qualquer forma, sempre que um aparelho se apresenta 
defeituoso, uma verificação de sua calibração se faz necessária, 
durante e depois do reparo.INSPEÇÃO: 
 
 Esta é, talvez, a parte mais tediosa de um serviço de 
manutenção, mas frequentemente é mais do que compensadora, 
pois descobre defeitos sem que seja necessário efetuar análises 
e medições. 
 
Parte da inspeção visual já deve ter sido efetuada durante a 
limpeza do aparelho, se esta foi necessária, pois tais coisas 
como um conector solto ou a falta de alguma válvula, CI ou 
transistor “soqueteado” (isto realmente existe!) são facilmente 
perceptíveis. 
 
A inspeção pode realmente descobrir defeitos, mas é necessário 
que seja feita de maneira certa, pois se pode examinar um 
aparelho várias vezes, e não encontrar a falha que lá esteja, e 
não se souber o que procurar. As falhas mais comuns que se 
podem encontrar pela inspeção dos circuitos são: soldas frias, 
conexões dessoldadas e Fios partidos (principalmente junto a 
pontes, soquetes, conectores, terminais e circuitos impressos); 
fios descascados ou pontas de fios fazendo curto com outras 
partes do circuito; circuitos impressos danificados ou com fios de 
solda fazendo curto entre trilhas adjacentes; componentes 
queimados ou descorados; válvulas embranquecidas; 
capacitores inchados ou vazando; conectores ou placas de 
circuito impresso deslocados; porcas e parafusos soltos ou 
perdidos dentro do aparelho; Insetos e aracnídeos em geral (é 
sério: já encontrei uma fonte de alta tensão de um osciloscópio 
Tektronix “pifada” porque uma barata se meteu entre o terminal 
“vivo” e o chassi). 
 
No trabalho de inspeção algumas ferramentas simples são de 
grande utilidade: 
 
a) um alicate de bico, para puxar fios e conexões; 
b) um objeto pontudo que pode ser uma alavanca feita com 
agulha de sapateiro que mencionei nas ferramentas para mover 
coisas, afastar coisas e raspar circuitos impressos; 
c) um pincel chato, para remover poeira; 
d) uma lente de aumento para examinar soldas e possíveis 
curtos nos circuitos impressos; 
e) um espelho de dentista, cujo uso é evidente. 
 
Outros sentidos, além da visão, podem, e deve ser usados neste 
passo da pesquisa: o olfato, o tato, o sentido térmico, a audição, 
e ainda aquele décimo quinto sentido que todo eletrônico deve 
ter: a “desconfiança”. 
 
ESTÁGIO: 
 
Esta etapa é, sem dúvida, a mais complexa e trabalhosa, e a que 
mais exige do técnico em conhecimentos e habilidade. 
 
Toda aquela bagagem de conhecimentos, de familiaridade com o 
aparelho sob teste, de desembaraço no uso de instrumentos 
auxiliares, e toda a literatura técnica de consulta, deverão estar a 
postos para serem usados neste passo. E quanto mais complexo 
for o aparelho, tanto mais eles serão necessários. 
 
Mas, antes de continuarmos, vamos rever o que se entende por 
estágio. Veja a figura acima: 
Exemplo de estágio. Cada bloco representa um estágio de um 
receptor de rádio e em conjunto com os outros, perfazem o 
receptor completo. 
 
 
É um termo bastante relativo, que pode significar um simples 
diodo, acompanhado por um capacitor e um resistor, formando 
um estágio detector, até um computador completo, com 32 
kbytes de memória, e que é um estágio de um Sistema 
Automático de Testes Lógicos. Um estágio pode ser qualquer 
coisa, desde que faça parte de um sistema maior. Por exemplo, 
um motor elétrico que seja ligado por uma chave magnética, a 
qual é ligada e desligada por uma botoeira, é um sistema de três 
estágios. 
 
Coloquemos, então, a questão da seguinte forma: 
Estágio é um conjunto de componentes que executam uma 
função bem determinada, dentro de um sistema maior que inclui, 
necessariamente, outros estágios” Isto posto, vamos ver os 
vários modos de se pesquisar o estágio defeituoso em um 
equipamento eletrônico. 
 
5.1) Acompanhamento de sinal: É o modo pelo qual, 
munido de um sensor-indicador apropriado, tal como um 
osciloscópio, voltímetro ou “pesquisador de sinal”, o técnico tenta 
acompanhar um sinal injetado no aparelho, ou produzido por ele, 
através de seus vários estágios, para descobrir qualquer 
anomalia introduzida por algum deles. 
 
 5.2) Injeção de sinal: É o modo inverso do anterior. O 
técnico, ao invés de acompanhar o sinal, injeta um sinal 
apropriado no aparelho; nas entradas de seus vários estágios. 
Este método, naturalmente, só pode ser usado quando o próprio 
aparelho sob teste serve de indicador, mostrando a saída de 
sinal através de um ponteiro, uma tela, um display, etc. 
 
 5.3) Injeção: Acompanhamento de sinal – É uma 
combinação dos dois anteriores, e é normalmente utilizado 
quando o aparelho sob teste não fera um sinal próprio, ou não 
recebe de um acessório, e também não pode servir de indicador. 
 
 
 
 
Esta barata meteu-se entre 
o terminal vivo da alta 
voltagem e o chassis, foi 
eletrocutada e causou a 
paralisação no aparelho. 
 
5.4) Medições - 
De voltagens, correntes e resistência. 
Este é o modo mais trabalhoso e difícil de ser usado para 
localizar o estágio defeituoso (é normalmente usado para 
localização do componente defeituoso), pois, além de se ter de 
provar o maior número de pontos no circuito é, talvez, o mais 
frequentemente usado. Muitas vezes o técnico acredita que 
perderia muito tempo em familiarizar-se com o aparelho e 
aprender como funciona, e acaba por perder mais tempo ainda 
tentando consertá-l0 mediante o expediente de “suspeitar” de 
certos componentes, sem nenhuma dose razoável de 
argumentos para isto, e trocá-los, apenas para descobrir que não 
era aquele o responsável, continuando o processo até acertar, 
geralmente, por acaso. 
 
É certo que muitas vezes este processo tem de ser usado, mas, 
em conjunto com outros, e de uma forma racional, isto é, quando 
já se tem uma ideia bastante razoável da região do circuito onde 
é mais provável estar o defeito, e os componentes suspeitos 
devem ser testados mediante substituição direta. 
 
Estes são os processos mais práticos e acessíveis para pesquisa 
do estágio defeituoso. 
Existem outros, mais sofisticados e que exigem equipamentos 
mais complexos e, portanto. Caros e difíceis de serem, 
conseguidos. Falaremos deles em outra ocasião. 
Quanto a qual dos modos de teste acima descrito usar, depende 
de vários fatores: até que ponto o técnico está familiarizado com 
o equipamento; tipo de aparelho que está testando; tipo e 
quantidade de equipamentos auxiliares disponíveis; etc. De nada 
adianta, por exemplo, desejar-se usar o método de injeção de 
sinal se não se dispuser de um gerador apropriado. 
 
O caso mais frequente é que se usa mais de um processo, 
separada ou simultaneamente, e aquele mais usado em conjunto 
com outros é o de medida de resistência, voltagem e corrente, 
mas isto geralmente é feito quando se chegou a um estágio 
suspeito, e já se procura o componente defeituoso. 
 
Quando o defeito parece ter atingido mais de um estágio, 
geralmente é apenas porque eles estão interligados e, 
consequentemente, uma falha em um deles se propaga aos 
outros. 
 
Quando ocorrer que todos os estágios parecem ter problemas, é 
óbvio que o responsável mais provável é a fonte ou as fontes de 
alimentação. 
Mas não se deve esquecer que um estágio defeituoso pode 
sobrecarregar a fonte de alimentação e assim, afetar todo o 
sistema. Mais adiante trataremos de alguns casos especiais 
como intermitentes e circuitos de malha fechada. 
 
Exemplos de malha fechada. No oscilador, à esquerda, o elo de 
realimentação B determina a frequência e a amplitude do sinal 
de entrada do amplificador, o qual vem de sua saída. No 
regulador de tensão, à direita, o sinal de entrada do 
amplificador/comparador é uma amostra da tensão de saída, 
que, por sua vez, depende da saída do amplificador. 
 
COMPONENTES: 
 
Uma vez localizado o estágio defeituoso, o passo lógico seguinte 
é procurar o responsável para trocá-lo. Nesta etapa os processos 
usados são essencialmenteos mesmos que para a localização 
do estágio, apenas em escala menor. Vejamos alguns 
procedimentos: 
 
6.1) Verifique as voltagens e formas de onda – um componente 
defeituoso fatalmente alterará voltagens e/ou formas de onda. 
Por comparação com as normais, verifica-se as alterações que 
normalmente serão maiores, quanto mais perto do componente 
defeituoso. 
 
6.2) Verifique os componentes - certos componentes como, por 
exemplo, diodos e capacitores, podem ser verificados no próprio 
circuito quanto a curtos ou abertos. Outros devem ser retirados e 
medidos fora do circuito, ou substituídos. 
 
Algumas verificações podem ser feitas como segue: 
 
Válvulas - o mais eficiente teste para válvulas é a substituição 
direta. É a única maneira de se assegurar se a válvula está ou 
não operando satisfatoriamente. Os testadores comuns de 
válvulas apenas indicam se ela está emitindo razoavelmente e 
nada mais. É claro que curtos podem ser verificados com o 
ohmímetro. 
 
Um caso particular de válvula é o Tubo de Raios Catódicos, ou 
Cinescópio, que pode ser testado pela observação da imagem, 
desde que se meçam antes as voltagens nos seus eletrodos e se 
assegure que estão todas corretas. 
 
Transistores – O melhor teste para transistores é também a 
substituição direta, mas não é o único válido. Ao contrário das 
válvulas, os transistores são componentes resistivos, suas 
junções podem condições podem ser verificadas com o 
ohmímetro. Mas, outros tipos de falhas somente podem ser 
percebidos mediante testes mais elaborados, ou por 
substituição. 
 
De qualquer forma um testador de transistores é mais 
conveniente, e um traçador de curvas, o ideal, pois testará o 
componente sob condições dinâmicas simuladas. Mas mesmo 
este teste não assegura 100% de certeza em todos os casos, 
pois, como dissemos, as condições são simuladas e, 
consequentemente, não são idênticas às condições reais do 
circuito. 
 
Deve-se ter o máximo de cuidado com os MOSFET, pois são 
facilmente danificáveis por cargas estáticas, e estas podem 
existir em nosso corpo ou em nossas roupas em quantidades 
impressionantes. 
 
Diodos – podem ser testados com o ohmímetro ou com o 
traçador de curvas. Valem aqui as mesmas considerações que 
para os transistores. 
 
Resistores – podem ser testados com o ohmímetro ou com o 
traçador de curva. Em alguns casos é necessário usar um 
megohmímetro. 
 
Indutores – podem ser testados com o ohmímetro, somente 
quanto à continuidade. 
Quanto a espiras em curto, somente com aparelho especial ou 
com ponte de indutâncias. 
Os transformadores podem, muitas vezes, ser testados com 
voltímetro de CA, medindo-se as tensões nos seus terminais. 
 
Capacitores – podem ser testados com ohmémetro quanto a 
curtos ou fugas. O melhor é usar uma ponte de capacitâncias ou 
um capacímetro digital, de preferência um que meça também o 
fator de dissipação. 
 
Circuitos integrados- 
Estes são os componentes mais complexos e, 
consequentemente os mais difíceis de serem testados; existem 
em uma infinidade de funções diferentes. 
 
Primeiramente, devemos considerar que existem duas grandes 
categorias de Cls, os lineares e os digitais, sendo que os 
primeiros são os que apresentam maior diversidade de funções. 
 
Existem meios de testar Cls, tanto lineares como digitais, mas 
são métodos que empregam equipamento muito especial, 
sofisticado e caro, e só se justificam quando a quantidade a ser 
testado é muito grande e constante. No caso de manutenção os 
métodos usados são basicamente os mesmos já descritos para 
estágios, principalmente os mesmos já descritos para estágios, 
principalmente acompanhamento de sinal. Isto quando se tratar 
de Cls simples. Para os mais complexos, com maior número de 
funções, ou de entradas e saídas, o mais prático é substituição 
direta. É praticamente impossível testar, por exemplo, um 
microprocessador, um chip de memória, ou mesmo um 
multiplexador por meio dos métodos convencionais já descritos. 
 
Quanto aos componentes eletromecânicos, como chaves, 
conectores, cabos, etc., o procedimento de teste é pela inspeção 
visual e medição de continuidade com o ohmímetro. Algumas 
vezes esses componentes apresentam fugas que não são 
perceptíveis com o ohmímetro. Nestes casos, a solução é a 
medição com megohmímetro, ou a substituição. 
 
Uma vez localizado e trocado o componente defeituoso, uma 
completa verificação do funcionamento será efetuada, 
juntamente com uma verificação da calibração. Caso necessário 
(e geralmente o é) faz-se uma recalibração, parcial ou total. 
Muitas vezes é suficiente um pequeno retoque em alguns 
controles. 
 
E, finalmente, dar um pouco de atenção à aparência externa do 
aparelho. É uma boa ideia dar uma esfregada com cera líquida 
para automóvel, se o móvel for pintado, ou mesmo com WD-40, 
que também é bom para limpeza. 
 
Se o móvel for de madeira, um pouco de óleo ou cera, dará uma 
ótima aparência. Quase sempre, uma “caprichada” na aparência 
externa de um aparelho influencia muito mais a opinião do 
cliente (ou do patrão) a respeito do técnico, do que um serviço 
de manutenção tecnicamente bem executado. São coisas de 
humanos... 
 
CASOS ESPECIAIS: 
 
Um circuito constitui uma “malha fechada” quando a sua entrada 
está conectada à saída de tal forma que uma é função da outra. 
Os três exemplos típicos são os osciladores, as fontes de 
alimentação reguladas e os servomecanismos. Não cabe aqui 
uma descrição destes dispositivos, portanto, vamos nos limitar a 
mencionar uma linha de procedimento possível para pesquisa de 
defeitos neste tipo de circuito. 
 
Provavelmente, o método mais aconselhável é “abrir” a malha 
em um ponto onde se conheça bem os parâmetros que devem 
existir, e simulá-los mediante dispositivos externos. Por exemplo, 
em um registrador potenciométrico, pode-se desligar o 
potenciômetro da pena registradora e simular sua ação por meio 
de uma fonte e um potenciômetro externo. 
 
Por tudo isso, um dos métodos que se mostra mais eficiente para 
o diagnóstico é a medição de voltagens, resistências e correntes. 
É relativamente demorado e trabalhoso, mas é o que produz os 
resultados mais satisfatórios. 
 
 
 
 
DEFEITOS INTERMITENTES: 
 
 
 
Se há algo capaz de deixa um técnico de cabelos brancos, 
insone, doido, babão, ou simplesmente louco furioso, é um 
defeito intermitente. Procurar este tipo de defeito é mais ou 
menos como tentar pegar uma única pulga saltitante no meio 
de um bando de cachorros. 
 
Intermitente é aquele defeito geralmente produzindo por um 
mau contato, solda fria ou componente quebrado. Que você 
tem certeza que achou e consertou, e deixa o aparelho 
funcionando quatro dias, devidamente submetido à 
pancadinhas, chacoalhadas, sacudidas e exorcismos a 
intervalos regulares, somente para vê-lo retornar, no quinto 
dia, zombeteiro e cínico, apenas por alguns minutos, e faze- lo 
começar tudo de novo. 
 
É claro que o intervalo de tempo entre desaparecer e 
aparecer de novo nem sempre é de quatro dias, pode ser tão 
curto como poucos segundos, ou tão longo como alguns 
meses. Seu aparecimento pode depender de absolutamente 
nada, isto é, sem nenhuma causa aparente, e pode também 
depender das circunstâncias mais estapafúrdias como, por 
exemplo, uma pancadinha com o cabo de uma chave Philips 
nº 1, vermelha no lado direito a cinco centímetros da base e 
27 cm da frente. Ou o aparelho pode funcionar muito bem no 
chão e ficar completamente “morto” em cima da mesa. Ou 
pode ser que funcione quando inclinado 37 graus e meio 
para a esquerda. 
 
 
De qualquer forma, o mais frequente é que pancadinhas com 
qualquer objeto, ou mesmo com os dedos, provoquem o 
aparecimento do defeito. O mais frustrante, no entanto, é 
quando nem as pancadinhas provocam maiso aparecimento 
defeito e sabemos que ele existe e voltará. 
 
A única coisa quase comum a todos os defeitos intermitentes 
é que eles não são elétricos, e sim mecânicos: soldas frias, 
conectores rachados, trilhas de CI partidas, soquetes 
defeituosos, terminais de componentes soltos, chaves e 
interruptores com mau contato, etc. 
 
Eu disse acima “quase” comum por que existem intermitentes 
elétricos. São raros, mas quando surgem, podem assumir as 
formas mais estranhas. Já encontrei um diodo que somente 
conduzia quando a tensão nos seus terminais, no sentido 
direto, ultrapassava três volts, e, com as flutuações no 
aparelho, isto acontecia esporadicamente. 
 
“Em eletrônica tudo é possível”: Esta frase reflete uma 
realidade, ás vezes desconcertante. Mas, se for sempre 
lembrada e principalmente quando todos os recursos normais 
falharem poderá levar á procura das causas mais absurdas 
para os defeitos mais simples. E isso muitas vezes é o que 
resolve o problema. 
 
 
CONCLUSÃO: 
 
 
 
Aos técnicos que, devido às circunstâncias, estão habituados 
a trabalhar sempre com a mesma marca e tipo de aparelho, 
tudo o que foi dito aqui poderá parecer muito rebuscado, 
trabalhoso e até confuso. Eles devem reparar sempre os 
mesmos defeitos, e por isso já decoraram os sintomas e as 
causas, e podem fazer manutenção de “olhos fechados”. Mas 
se um deles tiver de consertar um aparelho diferente da sua 
linha, e que nunca tenha visto, não conseguirá. Primeiro 
porque não tem o conhecimento específico daquele tipo de 
equipamento, e segundo, porque não despõe dos recursos 
necessários. 
 
Mas se ele puder vir a conhecer e se familiarizar com o 
equipamento, e se lhe for, cedidos os recursos e ele seguir 
um bom método de trabalho, certamente conseguirá. 
 
A conclusão a que chegamos, é que um técnico que seja 
inteligente, tenha boa formação, tenha suas fontes de 
consulta, tempo e os recursos materiais necessários, 
conseguirá consertar qualquer coisa, desde que siga um 
método racional de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	MÉTODO DE TRABALHO.pdf
	Ferramentas básicas
	MÉTODO DE TRAO.pdf
	Ferramentas básicas

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