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Materiais Cerâmicos PEDRAS ARTIFICIAIS: Uma série de materiais que substituem as pedras em suas aplicações ou tem aparência geral semelhante. DEFINIÇÃO: Chama-se cerâmica a pedra artificial obtida pela moldagem, secagem, cozedura de argilas ou de misturas contendo argilas. Nos materiais cerâmicos a argila fica aglutinada por uma pequena quantidade de vidro, que surge pela ação do calor de cocção sobre os componentes da argila. ARGILAS: São materiais que quando misturados com água, adquirem a propriedade de apresentar alta plasticidade. Elas são constituídas de partículas cristalinas extremamente pequenas, formadas por um número restrito de substâncias, que são conhecidas como argilo-minerais. TIPOS DE DEPOSITOS DE ARGIILA: Na superfície das rochas, como resultado da decomposição superficial das mesmas; Nos veios e trincas das rochas; Nas camadas sedimentares, onde foram depositados por ventos e chuvas. As argilas são chamadas residuais quando o deposito é no próprio local onde ouve a decomposição de pedra. E sedimentares quando o deposito fica longe do local onde estava a pedra. O deposito natural da argila é chamado de barreira. No transporte por água, a argila fica estratificada; no transporte por vento, não fica estratificada, mas porosa, é chamado de loess. TIPOS DE ARGILA: Argilas de cor de cozimento branca: caulins e argilas plásticas; Argilas refratárias: caulins, argilas refratárias e argilas altamente aluminosas; Argilas para produtos de grês; Argilas para materiais cerâmicos estruturais, amarelos ou vermelhas. AS ARGILAS GORDAS E MAGRAS: Devido a maior ou menor quantidade de coloides as argilas se classificam em: Gordas, que são muito plásticas, e, devido a alumina, deforma-se muito mais no cozimento. Magras, devido ao excesso de sílica, são mais porosas e frágeis. PROPRIEDADES: Propriedades Importantes: Nas argilas são a plasticidade, a retratação e o efeito do calor. Plasticidade: um corpo plástico é definido como o que pode ser continuamente deformado, sem que sobrevenha a ruptura. 1. Não possui limites de elasticidade e também não pode ser encruado a frio. Na realidade, o que ocorre é que as partículas coloidais sempre tem atração, daí a plasticidade, mas essa atração pode ser anulada se a película de agua intermediaria é excessiva. 2. As argilas de superfície são mais plásticas que as profundas, que recebem grande pressão. 3. E há substancias que aumentam ou diminuem a plasticidade da argila. 4. Depende muito também, do tamanho, do formato e comportamento dos grãos e da presença de outros materiais, além dos argilo-minerais. Retração: num bloco de argila seca, quando exposto ao ar, inicialmente, a velocidade de evaporação da agua é igual à que teria uma superfície de agua igual à do bloco. Depois a velocidade da evaporação vai diminuindo, porque as camadas externas ao secarem, vão recebendo a agua das camadas internas por capilaridade de modo de o conjunto tem-se a homogeneizar continuamente. No lugar antes ocupado pela água vão ficando vazios e consequentemente, o conjunto retrai-se. 1. Essa retração é proporcional ao grau de umidade e varia também com a composição da argila, quanto mais caulinita, maior a retração. 2. Um efeito negativo da retração é que ela não é absolutamente uniforme, o bloco pode vir a se deformar. 3. Todos os fatores que aumentam a plasticidade (que é bom) também aumentam a retração (que é ruim). Efeitos de calor: 1. Aquecendo se uma argila entre 20 a 150° ela somente perde agua de capilaridade e amassamento. 2. De 150 a 600° ela perde agua adsorvida e argila vai-se enrijecendo. 3. A a partir dos 600° sofre alterações químicas em três estágios. 4. Primeiro estagio, há desidratação química (a agua de constituição também expulsa resultando o endurecimento e as matérias orgânicas são queimadas. 5. No segundo estágio é a oxidação (os carbonetos são calcinados e se transformam em óxidos) 6. A partir do terceiro estágio, que se inicia pelos 950°, há vitrificação (a sílica de constituição e das areias formam uma pequena quantidade de vidro, que aglutina os demais elementos, dando dureza, resistência e compactação ao conjunto). Nas cerâmicas, o interesse se situa no peso, resistência mecânica, resistência ao desgaste, absorção de agua e duração. Peso: há cerâmicas mais leves do que a agua e outras de grande peso. Resistência ao desgaste: depende muito da quantidade de vidro formado. Absorção de agua: depende da compactação, das constituições iniciais etc. Chama-se absorção ou porosidade aparente à percentagem de aumento de peso apresenta após 24h de imersão em agua. Resistência mecânica: depende muito da quantidade de agua usada na moldagem. O excesso de agua lava as partículas menores, que mis facilmente fundirão para formar o vidrado. FATORES DE DESAGREGAÇÃO DAS CERÂMICAS: As cerâmicas podem desagrega-se e isso normalmente é consequência de agentes físicos externos, agente químicos internos e agente mecânicos. Agentes físicos: são a umidade, vegetação e fogo. Os dois primeiros agem através dos poros (a porosidade é um índice de qualidade do produto e de sua duração). O fogo também é altamente prejudicial para a cerâmica comum, esta tem sua resistência a compressão diminuída a medida que aumenta a temperatura. Agentes químicos: podem ser altamente perniciosos, como por exemplo, uma cerâmica com sais solúveis. A umidade absorvida do ar pode vir a dissolver esses sais, os quais virão a se cristalizar na superfície, ocasionando o que se chama eflorescência, que além de dar má aparência, pode ocasionar o deslocamento e queda do revestimento. Agentes mecânicos: por seus esforços, podem vir destruir as peças. Geralmente as cerâmicas tem maior resistência a compressão do que a flexão e demais solicitações. As cerâmicas também devem ter boa resistência ao choque, que é tão comum no transporte e no uso. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE CERÂMICAS USADOS NA CONSTRUÇÃO: Materiais cerâmicos secos aos ar; Materiais cerâmicos de baixa vitrificação; Materiais cerâmicos de alta vitrificação, que por sua vez, se subdividem em materiais de louça e materiais de grês cerâmicos; Refratários. FABRICAÇÃO DA CERÂMICA: Preparação dos Materiais Cerâmicos: Extração do barro; Preparo da matéria-prima; Moldagem; Secagem; Cozimento; Esfriamento. Em muitos casos há também a vitrificação especial Extração do Barro: A qualidade do barro deve ser verificada: Se ele não tiver muito carbonato de cálcio ou compostos sulfuroso, os quais originam cerâmica muito fendilhada. Se for muito suja, ou seja, com matérias orgânicas tais como raízes mortas, a cerâmica será muito porosa. Se tiver muito cal, esta poderá vir a queimar quando receber umidade, estourando o reboco e parede. Preparo de matéria-prima: Extraída, a argila deve ser preparada para a industrialização, esse processo pode ter as mais variadas formas. Já na própria jazida pode ser feita a seleção em lotes de mesma qualidade (composição, dureza, plasticidade etc) Segue-se com o apodrecimento da argila, que é levada para depósitos ao ar livre, onde é revolvida sumariamente e passa por um período dedescanso. Também é feita a eliminação de impurezas grosseiras e maior classificação, o que se consegue por levigação, sedimentação, centrifugação, flotação, aeração etc. Segue-se a formação da pasta propriamente dita, que se inicia pela maceração, continua com a correção e termina com o amassamento. A argila muito pura retra-se demais e deforma-se, quanto mais coloides tiver, maior será a retração. Moldagem: Moldagem a seco ou semi-seco; Moldagem com pasta plástica consistente; Moldagem com pasta plástica mole; Moldagem com pasta fluida. O uso de um ou de outro processo depende do tipo de característica da matéria-prima, do formato de constituição do produto acabado e do tipo de forno a ser empregado. Secagem: A secagem é tão importante como o cozimento, porque após a moldagem, ainda permanece de 5 a 35% de agua. Se a secagem não for uniforme, aparecerão distorções nas peças, mas que, se for muito lenta, a produção torna- se-á antieconômica. A secagem pode levar de 3 a 6 semanas para as argilas moles, ou até só uma semana para as argilas rijas, quando feita ao ar, por secagem natural. A secagem resultará em retração das peças e consequentemente em deformação, se não for bem conduzida. A quatro processos básicos de secagem: Secagem natural (feita em telheiros extensos, ao abrigo de sol e com ventilação controlada); Secagem por ar quente-úmido (o material é posto nos secadores, onde recebem ar quente com alto ter de umidade, até que se desapareça a agua absorvida, ai então recebe só ar quente, para perder agua de capilaridade); Secadores de túnel (são tuneis de alguma extensão, pelos quais se faz passar o calor residual do fornos, as peças são colocadas em vagonetas, que percorrem lentamente o túnel no sentido da menor para maior temperatura); Secagem por radiação infravermelha (é pouco usada devido ao custo e por só servir em peças delgadas, no entanto da alto rendimento e pouca deformação, é usada para peças de precisão). Cozimento: O principal cuidado no cozimento deve ser o de dar uniformidade de calor ao forno, senão as peças ficarão as queimadas do que as outras. O usual é que o material vá duas vezes ao forno de aquecimento e reaquecimento. No primeiro aquecimento resulta o que se chama biscoito (o reaquecimento fixa o vidrado) A finalidade é evitar o emprego de temperaturas muito altas de uma só vez. O cozimento é feito em forno continuo e forno intermitentes. No primeiro a produção é continua, no segundo deve ser cozido um lote de cada vez. Os fornos intermitentes apresentam muitos inconvenientes como o elevado consumo de combustível e de mão-de- obra e o desgaste da estrutura devido as variações sucessivas de calor e frio. Todavia apresenta vantagem de custo de instalação e facilidade de execução. Tipos mais usados de fornos: Fornos de meda; Fornos intermitente comum; Forno semicontínuo; Forno intermitente de chama invertida; Forno de mufla; Forno combinado/ Forno de Hoffmann; Forno de túnel. CONSIERAÇÕES GERAIS: Os produtos cerâmicos são representados no mercado de materiais de construção por uma imensa variedade, conforme a origem, matéria-prima, processo de fabricação e a finalidade a que se presta determinado produto. Produtos de alvenaria; Para cobertura e canalização; Produtos de revestimento; Produtos de acabamento e utilitários; Produtos especiais como a cerâmica refratária. MATERIAIS CERÂMICOS SECOS AO AR: Resistencia das argilas secas ao ar depende da proporção entre os diversos componentes, ou seja, da sua composição granulométrica. Adobe, dos materiais cerâmicos secos ao sol apenas o adobe e as argamassas de barro tem alguma importância na construção, podendo resistir a tensões de compressão, mas tem o inconveniente de, ao receber agua, torna-se novamente plástico. PRODUTOS BASICOS DE CERAMICA (baixa vitrificação): Produtos cerâmicos comuns: Produtos de barro comum usados correntemente na construção civil são os tijolos, as telhas e as tijoleiras No recebimento desses materiais deve- se ter algum cuidado. Partidas recebidas em obras com grande porcentagem de quebra, indicam matéria fraco. Ao se percutirem, as peças devem dar som limpo, característico do bom cozimento. Como esses materiais tem porosidade alta, apresentam grande absorção, e também a sua duração, quando expostos, não alcança a dos materiais de alta prensagem. Fabricação dos tijolos comuns: Procura-se sempre barro sem carbonato calcários, que aumentam a fusibilidade e fazem aparecer gretas. O barro deve também ser limpo, sem detritos orgânicos, que dão porosidade excessiva. Gravetos, pedras, evidentemente, são detritos indesejáveis. Tijolo maciço de barro cozido: Também chamados de tijolos comuns, quando se deseja utiliza-los com fins estruturais, ou em alvenarias, com aparelho aparente, ele deve apresentar características e desempenhos condizentes como formato regular, arestas firmes e vivas, absorção a resistência adequada. Blocos cerâmicos: Também chamado de tijolo baiano, o bloco é fabricado com matéria-prima em uma linha de produção bem definida, com preparação em equipamentos como desagregadores, homogeneizadores e laminadores. Telhas cerâmicas: Telhas comuns, o barro deve ser mais fino e homogêneo, nem muito gordo e nem muito magro, afim de ser impermeável, se grande deformação no cozimento. Tipos de telhas: as de encaixe (bordas salientes e reentrâncias que permitem o encaixe entre elas) e as de capa e canal. (apresentam formato de meia-cana, fabricadas pelo processo de prensagem, caracterizada por peças côncavas [canais] que se apoiam sobre as ripas do telhado e por peças convexas [capas] que por sua vez se apoiam em canais. Telhas e tijolos aparentes: Caracterização: as telhas e tijolos são produtos de melhor qualidade, usados nos casos em que se deseja boa aparência. A pasta deve ser de argila gorda, que é mais plástica. Tijoleiras e ladrilhos: Caracterização: as tijoleiras e ladrilhos são tijolos de pequena espessura, usados em pavimentação e revestimentos. Existem os tipos porosos, comuns, até os tipos prensados. Materiais de grês cerâmicos: De alta vitrificação: a louça e o grês cerâmico. A diferença entre eles, na qualidade, está na textura interna. Manilhas de grês: são fabricados com argila bastante fusível, com bastante mica ou até 15% de óxido de ferro Ladrilhos de grês: chamados de litoceramica, se apresentam com massa quase vitrificada, mas compactos que a cerâmica vermelha, menos branco que a faiança. São feitos com argila de grês, porém sem o alto teor de ferro que tem as manilhas Materiais de louça branca: Louça: feitos com pó de louça, ou seja, uma pasta feita com pó de argila branca, dosada com exatidão que darão produtos duros, especiais, de granulometria fina e uniforme, com superfície normalmente vidrada. Azulejos: são placas de louça, de pouca espessura, vidrados numa das faces, onde leva o corante. Pastilhas: são fabricadas pelos mesmo processos dos azulejos.
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