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Caderno ADM - Economia e Mercados

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Curso Técnico em Administração 
Educação a Distância 
2019 
 
Economia e Mercados 
Amanda Aires Vieira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Amanda Aires Vieira 
 
Design Educacional (1.ed. 2017) 
Deyvid Souza Nascimento 
Renata Marques de Otero 
 
Revisão de Língua Portuguesa (1.ed. 2017) 
Letícia Garcia 
 
Diagramação (2.ed. 2019) 
Jailson Miranda 
 
Catalogação e Normalização 
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129) 
 
Coordenação (1.ed. 2017) 
Antonio Silva 
 
Coordenação Executiva (1.ed. 2017) 
George Bento Catunda 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Coordenação Geral (1.ed. 2017) 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil). 
 
Julho, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB 
 
V657e 
Vieira, Amanda Aires. 
Economia e Mercados: Curso Técnico em Administração: Educação a distância / Amanda 
Aires Vieira. – 2.ed. – Recife: Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa, 
2019. 
90 p.: il. 
 
Inclui referências bibliográficas. 
Material produzido em julho de 2017 através de convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil) e a Secretaria de Educação de Pernambuco. 
 
1. Economia. 2. Demanda. 3. Oferta. 4. Equilíbrio. 5. Produção. 6. Custos. 7. 
Macroeconomia. I. Vieira, Amanda Aires. I. Título. 
 
CDU – 330 
 
 
Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129 
 
 
 
3 
Sumário 
Introdução .............................................................................................................................................. 5 
1. Competência 01 | Conhecer a definição e a importância da economia para as organizações ......... 6 
1.1Definições e leis da economia ..................................................................................................................... 6 
1.1.1 O que é economia? ................................................................................................................................. 6 
1.1.2 As áreas da Economia ............................................................................................................................. 8 
1.1.3 Alguns conceitos básicos importantes .................................................................................................... 9 
1.1.4 Leis econômicas .................................................................................................................................... 14 
1.1.5 A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitados ................................................................ 16 
1.1.6 A tríade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento .............................................................. 17 
1.2 Entendendo o funcionamento de uma economia ................................................................................... 21 
1.2.1. O fluxo circular da riqueza ................................................................................................................... 21 
2. Competência 02 | Classificar os mercados, conhecendo os conceitos de demanda e oferta ........ 30 
2.1 Teoria dos preços ..................................................................................................................................... 30 
2.1.1 Lei da demanda ..................................................................................................................................... 31 
2.1.2 Deslocamento da curva de demanda ................................................................................................... 38 
2.1.3. Lei da oferta ......................................................................................................................................... 50 
2.1.4 Deslocamento da curva de oferta no mercado .................................................................................... 52 
2.1.5 Ponto de equilíbrio ................................................................................................................................ 55 
2.1.6 Dinâmica de mercado ........................................................................................................................... 58 
3.Competência 03| Compreender os fundamentos da macroeconomia ............................................ 62 
3.1 As funções e as formas de atuação do governo ...................................................................................... 62 
3.1.1 A função distributiva ............................................................................................................................. 63 
3.1.2. A função alocativa ................................................................................................................................ 73 
3.1.3 A função estabilizadora ......................................................................................................................... 75 
3.1.4 A função reguladora .............................................................................................................................. 76 
 
 
 
4 
4.Competência 04| Entender a teoria e a prática em operações cambiais......................................... 80 
Conclusão ............................................................................................................................................. 83 
Referências ........................................................................................................................................... 84 
Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 90 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Introdução 
 
Queridos alunos, 
 
Começamos hoje o curso de ECONOMIA! 
Esse tema tem como objetivo desenvolver a sua análise crítica da realidade empresarial. 
Além disso, a disciplina pretende expor os fundamentos da economia, enfatizando o papel da 
empresa e a importância desses conhecimentos para o empresário. Ao final da disciplina, você vai 
poder compreender o funcionamento da economia e como a empresa que você administra poderá 
responder às variações do ambiente econômico. Logo, estudaremos temas como: o que é a 
economia; sistemas econômicos; a economia de mercado; demanda/oferta e equilíbrio, estruturas 
de mercado; PIB; câmbio; juros e outros tópicos de macroeconomia. 
Vamos ao que interessa? Compreender o que é e como a economia funciona? No tópico 
01 da nossa disciplina abordaremos a definição de economia e quais as principais definições desta 
disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Competência 01 
1. Competência 01 | Conhecer a definição e a importância da economia 
para as organizações 
 
 
 
 
1.1Definições e leis da economia 
Para estudar as decisões econômicas de famílias, empresas e governos, é necessário, 
inicialmente, entender do que trata a economia. Apesar de ser uma palavra largamente utilizada 
como sinônimo de previdência, o significado de economia não é, muitas vezes, plenamente 
compreendido. Esta seção busca esclarecer esse aspecto, respondendo à seguinte questão: o que é 
economia? 
 
1.1.1 O que é economia? 
Um ponto inicial para compreender o conceito de economia diz respeito à análise 
etimológica dessapalavra. O termo economia se origina do grego, oikonomia: oikos (casa), nomos 
(costume, lei, ou também, administrar, gerir) e ια (sufixo relativo a assuntos como ciência, doutrina 
e profissão). Assim, oikonomia poderia ser traduzida como a “ciência da administração da casa”. 
 
Na administração de um domicílio, um chefe de família precisa decidir sobre diversos 
assuntos, tais como: o quanto adquirir de alimentos e energia elétrica; se deve comprar uma nova 
geladeira a prazo ou esperar até ser possível comprar à vista; se deve investir em uma reforma ou 
trocar de residência; se deve contratar alguém ou realizar os trabalhos domésticos por conta própria; 
se deve aceitar a promoção em seu emprego (e trabalhar mais horas) ou recusá-la (e ter mais tempo 
disponível para o lazer). 
 
A tarefa de administrar envolve escolhas, não somente nas casas, como também nas 
empresas e órgãos públicos. As decisões estão relacionadas a objetivos que podem ser alcançados de 
O que é Economia? 
 
 
 
 
 
 
7 
Competência 01 
maneiras diferentes, cada uma delas dependente de diferentes métodos e condições para a utilização 
dos recursos disponíveis. 
Assim, a economia é uma ciência social que estuda como os agentes econômicos decidem 
empregar recursos na produção de bens e serviços, de modo a distribui-los entre as pessoas e grupos 
da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Essa noção mais fundamental de economia acabou sendo alterada ao longo dos anos. 
Mais recentemente, a maior parte dos livros tem trazido a noção do conceito de economia de uma 
forma diferente. Dentre as formas possíveis, eu gosto de uma particularmente utilizada no livro de 
Introdução à Economia do A. Gremaud et all que diz o seguinte: 
 
“Economia é a ciência da escolha quando os 
 recursos são escassos, ou seja, insuficientes para 
satisfazer necessidades e desejos 
 ilimitados dos indivíduos” 
 
Assim, em cima desse conceito, eu gosto de reforçar a ideia da escolha! Na verdade, toda 
vez que se falar em economia, vai se falar no processo de escolher algo. E por que eu preciso escolher? 
Por uma razão simples: embora eu queira, eu não posso ter tudo! Se você pensar dessa forma, nunca 
mais vai esquecer-se do conceito de economia! 
 
 
Toda vez que se falar em economia, você vai sempre lembrar-
se de ESCOLHA! 
 
Essa informação nos será útil mais adiante! 
 
Figura 1. Mulher rodeada de sapatos refletindo sobre escolha 
Fonte: GettyImages.pt 
Descrição da imagem: Mulher vestida com t-shirt e calça preta, com cabelo de cor ruivo, amarrada no alto da cabeça, 
com o dedo indicador da mão direita na boca, e cotovelo apoiado no joelho sentada no chão rodeada de sapatos de salto 
em processo de escolha de qual calçado adquirir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Competência 01 
 
 
Por que esse vídeo fala sobre economia? Por uma razão simples: as crianças precisam 
ESCOLHER se desejam consumir agora ou no futuro. A ideia de previdência não é nem a parte 
principal do vídeo. O que eu quero que você compreenda é a necessidade de escolher, tópico 
fundamental quando se fala em economia. 
Logicamente, saber o que é economia não é o suficiente. Assim, na seção seguinte 
conversaremos um pouco sobre alguns dos principais conceitos básicos de economia. 
 
1.1.2 As áreas da Economia 
A teoria econômica é dividida em três grandes ramos: microeconomia, macroeconomia 
e desenvolvimento econômico. A etimologia das duas primeiras palavras já ajuda a perceber a 
diferença básica entre as áreas de atuação: enquanto a microeconomia estuda as partes, a 
macroeconomia estuda o TODO. 
 
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia não analisa em 
profundidade o comportamento das unidades econômicas individuais, tais como famílias e firmas, a 
fixação de preços nos mercados específicos, os efeitos de oligopólios em mercados individuais, etc. 
Essas são preocupações da microeconomia. A macroeconomia é aplicada no estudo das relações 
entre os grandes agregados econômicos. Ela se ocupa da economia como um todo, buscando 
respostas para a determinação de cada uma dessas variáveis globais. Por exemplo, no mercado de 
bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um agregado de mercados agrícolas, industriais e 
de serviços; no mercado de trabalho, a macroeconomia preocupa-se com oferta e demanda de mão 
de obra e com a determinação dos salários e do nível de emprego, mas não considera diferenças de 
qualificação, gênero, idade, origem da força de trabalho, etc. Quando considera apenas o nível da 
 
Um vídeo de que gosto demais é apresentado no youtube para que 
você possa dar uma olhadinha em como o conceito de escolha fica 
bastante nítido! Disponível em: 
www.youtube.com/watch?v=HGizAyRFqYA 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Competência 01 
taxa de juros, não são destacadas devidamente as diferenças entre os vários tipos de aplicações 
financeiras. 
O custo dessa abstração é que os pormenores omitidos são muitas vezes importantes. A 
abstração, porém, tem a vantagem de permitir estabelecer relações entre grandes agregados e 
proporcionar melhor compreensão de algumas das interações mais relevantes da economia, que se 
estabelecem entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e de ativos financeiros e não 
financeiros, assim como as intervenções do governo. 
Dessa forma, não existe conflito entre a teoria macro e a teoria microeconômica. A 
diferença fundamental seria uma questão de foco. Ao analisar os preços em determinado mercado, 
a microeconomia considera que os preços dos demais mercados não são alterados, seguindo a 
hipótese do ceteris paribus. Na macroeconomia, analisa-se o nível geral de preços, ignorando-se as 
mudanças de preços relativos de bens dos diferentes mercados. 
Assim, a teoria macroeconômica preocupa-se tanto com questões conjunturais – ou de 
curto prazo – quanto com questões estruturais – ou de longo prazo. Entre as questões conjunturais, 
destacam-se a análise do desemprego e da inflação. As questões estruturais estão associadas a 
problemas como o desenvolvimento econômico, distribuição de renda, crescimento econômico, 
globalização ou progresso tecnológico. 
 
 
1.1.3 Alguns conceitos básicos importantes 
Para definir economia, foram empregados alguns termos que podem não ser de 
conhecimento comum, ou que possuem sentidos diferentes em outros ramos do conhecimento 
como, por exemplo: necessidades, agentes econômicos e firmas. A fim de esclarecer o emprego 
desses termos na ciência econômica, definiremos, também, alguns conceitos adicionais, que serão 
amplamente utilizados no decorrer do nosso estudo. 
 
Necessidade: sensação de desejar algo. 
O conceito de necessidade pode ser dividido em duas partes: a necessidade primária e a 
secundária. 
Vamos dar uma olhada nesses conceitos? 
 
 
 
 
 
 
10 
Competência 01 
 
a) Necessidade primária: a satisfação é imperiosa (obrigatória), como se alimentar. 
b) Necessidade secundária: a satisfação não é fundamental, como adquirir um carro 
novo. 
 
 
Figura 2 – Cadeia das Necessidades 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A imagem mostra uma pirâmide da Cadeia de Necessidades dividida em duas partes. A base da pirâmide 
representa a Necessidade Primária, considerada obrigatória, a exemplo da alimentação. No topo está a Necessidade 
Secundária, cuja satisfação não é fundamental, exemplo de carro novo. 
 
 
 
 
Bens e serviços: os meios através dos quais as necessidades são satisfeitas. 
a) Bens livres: abundantes, postos à disposição pela natureza (não produzidos pelo 
homem). Exemplo: ar,água. 
b) Bens econômicos: bens escassos, geralmente produzidos pelo homem. São 
classificados como bens de consumo ou de produção. 
c) Bens de consumo: voltados para o consumo final (podem ser duráveis ou não). 
Exemplo: peças do vestuário, televisão, carros. 
 
 
Bens de produção: destinados à produção de outros bens. Podem ser bens de capital ou 
bens intermediários. 
 
a) Bens de capital: bens de produção que podem ser utilizados várias vezes. 
Exemplo: máquinas, computadores de alta tecnologia, fornos industriais. 
 
 
 
 
 
 
11 
Competência 01 
b) Bens intermediários: bens de produção que são utilizados uma única vez (são 
transformados durante o processo produtivo). 
Exemplo: alguns artigos agrícolas, como o trigo e a soja. 
 
 
 
Figura 3 – Tipos de bens 
Fonte: Elaborada pela autora 
Descrição: Fluxograma em horizontal em 4 etapas. O primeiro quadrante inicia com Bens e Serviços e divide em dois 
quadrantes. O superior de bens livres e o segundo de bens econômicos. Na sequencia o quadrante de bens econômicos 
se subdivide em bens de consumo e bens de produção. E o bens de produção se subdivide em bens de capital. 
 
Fatores de produção (ou insumos produtivos): recursos básicos na produção de bens e 
serviços. Comumente são divididos em: terra, trabalho, capital e tecnologia. 
 
a) Terra: fator de produção relacionado aos recursos naturais. 
b) Trabalho: insumo produtivo relacionado à mão de obra. 
c) Capital: fator de produção relacionado aos equipamentos utilizados na produção. 
d) Tecnologia: insumo relacionado ao conhecimento quanto à forma de produzir 
algo (o “modus operanis”). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens e 
Serviços 
 
Bens livres 
Bens 
Econômicos 
Bens de 
consumo 
Bens de 
produção 
Bens de capital 
Bens de capital 
 
 
 
 
 
 
12 
Competência 01 
 
Figura 4 – Fatores de produção 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa os quatro fatores de produção, dispostos dois a dois. Em cima está escrito terra com a 
foto de uma costa marinha; ao lado escrito trabalho e quatro homens vestidos de laranja com capacete trabalhando; 
abaixo está escrito capital e a foto de cédulas e moedas; por fim, escrito tecnologia com a figura de um quebra-cabeça 
com computadores e um boneco em cima. 
 
 
Aqui vale uma ressalva: veja que no grupo fatores de produção não se incluem as 
matérias-primas (bens intermediários)! A diferença entre o que é um fator de produção e o que é 
uma matéria-prima é vista no quadro abaixo. 
 
 
 
 
 
A diferença entre fator produtivo e matéria-prima está ligada à reutilização durante 
o processo de produção. Os fatores produtivos podem ser reutilizados após a 
produção de um bem, enquanto a matéria-prima não, ou seja, eu posso reutilizar um 
trabalhador para fazer 600 carros, mas a chapa de aço que vai em um carro não pode 
ser utilizada para fabricar o segundo carro! 
 
 
Figura 5. Diferença entre fator produtivo e matéria-prima 
Fonte: Elaborado pela autora. 
Descrição da imagem: Símbolo de reciclagem e descrição dentro do quadro que trata a diferença entre fator produto e 
matéria-prima que está ligada à reutilização durante o processo de produção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Competência 01 
Agentes econômicos: entidades que atuam contribuindo e influenciando o 
funcionamento do sistema econômico. São as famílias, as firmas, o governo e o resto do mundo. 
 
 
a) Famílias: indivíduos e unidades familiares da economia. Desempenham o papel 
de consumidores e de proprietários de alguns dos fatores de produção (a essa 
altura, você já sabe de cor os fatores de produção, não é?). 
b) Firmas: unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar os bens e serviços. 
Também são compradoras dos fatores produtivos que são de posse das famílias. 
c) Governo: todas as organizações que, direta ou indiretamente, estão sob o 
controle do Estado, em todas as suas esferas (federal, estadual, municipal). É 
possível que o Estado também atue na produção de algum bem, através de 
empresas estatais, mas nós, por simplificação do entendimento, não vamos entrar 
nesse mérito, ok? 
d) Resto do mundo: indivíduos, firmas ou governos que não estão localizados dentro 
de determinada área geográfica, mas que influenciam a economia local. 
e) Racionalidade: em economia, entende-se como a busca do melhor para si por 
parte de um agente: o consumidor racional escolhe os produtos que o deixam 
mais satisfeito possível, e as firmas racionais buscam o maior lucro possível. 
 
Novamente, aqui, vale uma ressalva: existem indivíduos que não agem de forma racional, 
a exemplo dos dependentes químicos ou dos compradores compulsivos. Embora esses agentes façam 
parte da sociedade, eles não são ponto de estudo para a economia, dado que nem sempre eles 
buscarão o que é melhor para si. Dessa forma, só consideraremos como fonte de análise em 
economia, os agentes racionais. 
• Mercado: local físico ou não onde é estabelecida a interação entre compradores 
(demanda) e produtores (oferta) de um determinado bem ou serviço. 
• Economia: eventualmente, esse termo pode ser utilizado como um substituto para 
sistema econômico de uma determinada região. Então, quando se fala em economia 
 
 
 
 
 
 
14 
Competência 01 
brasileira, na verdade está se falando no sistema econômico brasileiro. É a mesma 
coisa, ok? 
• Otimização: em matemática, melhorar uma função significa determinar qual o seu 
valor máximo (maximização) e/ou seu valor mínimo (minimização) dadas as 
restrições existentes. 
 
Para que eu preciso do conceito de otimização, professora? Porque, dado que os agentes 
são racionais e buscam o que é melhor para si, eles irão buscar, continuamente, maximizar satisfação 
(para os consumidores) e lucros (para as empresas) ou minimizar despesas (para os consumidores) e 
custos (para as empresas). Assim, no fundo, no fundo, os agentes econômicos estão otimizando suas 
funções subjetivas!1 
Agora que nós compreendemos o que é economia e alguns dos conceitos básicos, 
precisamos compreender como a economia funciona. Para isso, vamos ter que compreender, antes, 
algumas leis econômicas, nosso próximo tópico. 
 
1.1.4 Leis econômicas 
Um dos objetivos da ciência econômica é encontrar as leis que possam reger o 
comportamento dos agentes e o efeito de suas decisões no restante do sistema econômico. Para 
tanto, os economistas observam como os diversos agentes atuam com relação a situações 
aparentemente semelhantes, de forma a identificar a existência de algum tipo de padrão. 
Contudo, uma dificuldade no trabalho dos economistas está associada ao fato de que 
essas situações são apenas semelhantes. Para entender o porquê, pode-se tomar como exemplo o 
trabalho de um físico, como Galileu, por exemplo. Para que discorresse sobre a gravidade, Galileu 
teve de repetir experimentos em ambientes exatamente iguais para, apenas assim, ser possível a ele 
afirmar a existência de uma força que sempre atrai todos os corpos para a terra. 
 
 
1 Nós não entraremos no detalhe da análise, dado que o nosso curso é de noções fundamentais, mas só para que você 
compreenda, consumidores e empresas buscam sempre aperfeiçoar funções matemáticas sujeitas a restrições de mesma 
ordem. 
 
 
 
 
 
 
15 
Competência 01 
No caso dos economistas, estudar situações exatamente iguais é difícil, principalmente 
porque repetir as condições não depende dos pesquisadores. Imagine que um economista é 
contratado para analisar a procura dos consumidorespor um determinado bem. A decisão de cada 
indivíduo a respeito de comprar ou não o bem pode ser influenciada por diversos fatores, e o 
comportamento de um mesmo indivíduo também pode ser diferente a depender das circunstâncias 
que ele enfrente no momento. Por exemplo, basta pensar no valor que você dá a uma sombrinha em 
um dia de sol e em um dia de chuva! 
No entanto, apesar das dificuldades, o estudo econômico evoluiu bastante e os 
economistas conseguiram identificar um padrão no comportamento dos agentes em diversas 
situações. Assim, pode-se considerar a existência de leis econômicas de dois tipos: 
 
• Leis gerais: válidas para qualquer estágio de evolução da sociedade; 
• Leis específicas: próprias de cada modo de produção ou de cada formação 
socioeconômica. 
 
As leis econômicas servem para fins práticos e transformam-se em regras quando 
utilizadas na busca por objetivos. 
Um exemplo das leis econômicas aparece no estudo dos mercados de bens e serviços. As 
leis da oferta e da demanda (ou procura), analisadas com maior rigor no decorrer das aulas, explicam 
o funcionamento do mercado e como ele reage a mudanças nos comportamentos tanto de 
consumidores quanto de produtores. A análise de um determinado fato que altera a procura (ou a 
oferta) sob a luz dessas duas leis permite que sejam estabelecidos os seus possíveis efeitos sobre a 
economia. 
Outro exemplo é a lei da mão invisível, primeiramente formulada por Adam Smith 
(considerado por muitos o pai da ciência econômica). Segundo essa lei, quando firmas e indivíduos 
atuam racionalmente, ou seja, cada um buscando o melhor para si mesmo, o sistema econômico 
opera de modo mais eficiente. 
 
Problemas Econômicos 
 
 
 
 
 
 
16 
Competência 01 
Como analisado anteriormente, observamos que os agentes econômicos precisam 
escolher como usar os recursos ou fatores produtivos2 que dispõem de modo a atender suas 
necessidades. A partir dessa ideia, ratificamos que a economia é o campo das ciências sociais que 
estuda as escolhas. 
As decisões dos indivíduos, das firmas e dos governos são quase sempre difíceis de serem 
tomadas devido à complexidade das questões envolvidas. A partir de agora, passamos a analisar as 
singularidades que norteiam as decisões econômicas. 
 
 1.1.5 A escassez de recursos x necessidades e desejos ilimitados 
Como visto, a economia é definida como a ciência da escolha quando os recursos são 
escassos, ou seja, insuficientes para satisfazer necessidades e desejos ilimitados dos indivíduos. O 
conceituado economista Paul W. Samuelson divide esse conceito em duas questões importantes: 
 
• Os recursos são escassos; 
• As necessidades são ilimitadas e se renovam. 
 
Considerando essas duas importantes questões, o economista N. Gregory Mankiw define 
ainda a economia como o estudo de como uma sociedade administra seus recursos escassos. 
Assim, nem sempre é possível atender TODAS as necessidades e desejos de modo 
simultâneo, caracterizando um problema econômico muito relevante e de difícil solução. As pessoas 
escolhem entre modos de produção e alternativas de distribuição dos resultados das atividades 
produtivas entre os vários grupos da sociedade. A teoria econômica procura fornecer uma 
alternativa eficiente3 para a alocação dos recursos de modo a maximizar a satisfação das 
necessidades e dos desejos. 
Essa dita alternativa eficiente, por sua vez, deve responder aos três principais problemas 
em economia. Quais são esses problemas é o que veremos agora. 
 
 
2 Os fatores de produção são necessários no processo de fabricar bens e serviços. Em economia, esses fatores são 
distribuídos em três grupos: Terra – recursos naturais; Capital – máquinas e equipamentos; Trabalho – Mão de obra 
qualificada e não qualificada. 
3 A eficiência é uma propriedade que a sociedade tem de obter o máximo possível a partir de seus recursos escassos. 
 
 
 
 
 
 
17 
Competência 01 
1.1.6 A tríade dos problemas centrais e seu inter-relacionamento 
A sociedade precisa escolher entre formas alternativas de utilização dos recursos 
disponíveis de maneira a operar eficientemente. Para isso, a economia procura responder a três 
questões: 
 
1. O que produzir e em que quantidade? 
Quais os produtos e serviços deverão ser produzidos para satisfazer da melhor forma 
possível as necessidades da sociedade? 
 
2. Como os bens devem ser produzidos? 
Que tecnologias e métodos de produção utilizar? Que matérias-primas deverão ser 
utilizadas para produzir determinado produto? Como maximizar a produção tendo em conta os 
recursos disponíveis? 
 
3. Para quem os bens são produzidos? 
Como repartir os rendimentos disponíveis entre os diferentes agentes econômicos? 
Quem deverá ganhar mais e quem deverá ganhar menos? 
A depender da forma como as sociedades respondem as essas três questões, temos 
diferentes sistemas de organização econômica como resultado. Os dois extremos dessas formas 
seriam: economias centralizadas e economias de mercado. Nas economias centralizadas, as 
principais decisões relacionadas à produção dos bens são tomadas pelo governo. Já nas economias 
de mercado, é o próprio mercado (interação entre oferta e demanda, que veremos na aula que vem) 
que responde às três questões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Competência 01 
 
 
 
Figura 7 – Tipos de Economia 
Fonte: Elaborada pela autora 
Descrição da imagem: Quadro, onde o quadro interno à esquerda representa a diferença entre economia centralizada 
ou planificada onde o funcionamento do sistema de preços é regulado por um planejador social retratado pelo agente 
econômico Governo. E o quadro interno à direita representa a economia descentralizada onde se apresenta a satisfação 
dos interesses dos agentes econômicos e desconsidera a presença do governo. 
 
 
 
Mas vamos continuar com nossa aula e falar sobre Alocações eficientes no sentido de 
Pareto. 
Alocação eficiente de Pareto! 
Eis aí um conceito extremamente importante em economia! 
Pareto apresentou alguns conceitos importantes no sentido de bem-estar. Assim, 
algumas noções, antes de responder são necessárias: 
 
1. Uma alocação ou situação é eficiente no sentido de Pareto se não há uma forma de 
melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a situação de outra. Sobre isso, vamos ver um 
exemplo: 
Digamos que existam apenas duas pessoas na economia, o Sr. e a Sra. Silva. 
 
 
Economia Centralizada Economia Descentralizada 
. Sistemas Planificados, 
socialistas 
. Leis de mercado são 
suprimidas ou mitigadas 
ao máximo 
.Tomada de decisões 
econômicas pelo poder 
público. 
 
. Livre concorrência e 
iniciativa 
. Atendimento às leis 
mercado 
 
 
 
 
 
 
19 
Competência 01 
 
Figura 8 – Distribuição de Riqueza 
Fonte: Elaborada pela autora 
Descrição: Lado a lado estão duas figuras, uma azul e outra rosa. A imagem em azul é um boneco e abaixo está escrito 
Sr. Silva, sob este se tem a palavra riqueza e a cifra de 999 reais. Ao lado está a figura de uma boneca, abaixo escrito Sra. 
Silva e sob a mesma, escrito riqueza com a cifra de um real. 
 
 
 
Digamos ainda que o total de riquezas dessa economia soma R$ 1.000,00 que são 
distribuídos da seguinte forma: R$ 999,00 para o Sr. Silva e R$ 1,00 para a Sra. Silva. 
Nesse caso, nós observamos que a nossa economia está longe de ser justa, certo? Mas, 
será que ela é eficiente no sentido de Pareto? 
Veja, existe alguma forma de melhorar a situação da Sra. Silva sem piorar a situação do 
Sr. Silva? 
Por exemplo, se a Sra. Silva recebesseR$ 1,00, ela ficaria em uma situação melhor? Sim, 
certamente, mas veja que, para que isso acontecesse o Sr. Silva teria que ficar em uma situação 
“menos boa”, pois, para que a Sra. Silva recebesse R$ 1,00, ele teria que perder esse valor! Nesse 
caso, não há como melhorar a situação de um agente econômico sem piorar a situação do outro. 
Essa situação é o que Pareto chamou de eficiência. 
Mas, existem situações ou alocações ineficientes no sentido de Pareto? 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Competência 01 
 
 
Figura 9 – Distribuição de Riqueza 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: Lado a lado estão duas figuras, uma azul e outra rosa. A imagem em azul é um boneco e abaixo está escrito 
Sr. Silva, sob este se tem a palavra riqueza e a cifra de 999 reais. Ao lado está a figura de uma boneca, abaixo escrito Sra. 
Silva e sob a mesma escrita riqueza com a cifra de um real. 
 
 
Sim, para ver isso, vamos fazer outro exemplo: 
Imagine agora que o Sr. Silva possua R$ 900,00 e a Sra. Silva continue com o seu rico R$ 
1,00. Continuamos dizendo que existem R$ 1.000,00 nessa economia, certo? 
Nessa situação agora, é possível melhorar o estado da Sra. Silva sem piorar a do Sr. Silva? 
Nesse caso, sim! Veja que, por exemplo, o governo pode dar a Sra. Silva R$ 50,00, sem que isso 
implique em uma retirada do Sr. Silva. Como essa situação permite a melhora de um agente sem a 
piora do outro, ela é chamada como uma alocação ineficiente no sentido de Pareto. 
Quando uma alocação é ineficiente no sentido de Pareto nós dizemos que existe a 
possibilidade de uma melhora de Pareto, ou seja, há uma forma de deixar um agente melhor sem 
deixar outro necessariamente pior! 
Uma pergunta que se faz é: como responder, de forma eficiente a essas três perguntas? 
Se os recursos são escassos, como o agente econômico deve realizar suas escolhas? Em um mundo 
onde há escassez, qualquer escolha que se faça implica, necessariamente, na renúncia de diversas 
alternativas disponíveis. Esta renúncia representa um custo, que é um dos conceitos mais 
importantes da economia: o custo de oportunidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Custo de oportunidade 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: Do lado esquerdo há a foto dos pés de uma mulher calçada com um sapato de salto alto, listrado na cor 
branca e preta, com laço preto em cima escrito a palavra escolhas; entre as figuras um grande X ; do lado direito fotos 
de bolsa, brincos e vestidos e acima escrito “Renúncia de Alternativas Disponíveis”. 
 
 
1.2 Entendendo o funcionamento de uma economia 
1.2.1. O fluxo circular da riqueza 
É necessário compreender as interações entre os agentes econômicos a fim de melhor 
compreender as intervenções governamentais. Embora não seja pedida diretamente a compreensão 
gráfica do que ocorre em uma economia, uma vez entendida a direção e o que ocorre em cada 
mercado, você não terá problemas para verificar o que acontece em toda a economia e poderá 
analisar, com tranquilidade, se determinada assertiva da questão está correta. Por isso, essa parte da 
nossa aula será destinada à compreensão mais geral do que estudaremos ao longo das nossas cinco 
aulas. Uma vez compreendido esse mapa da mina, farei menção diversas vezes ao longo de todas as 
nossas aulas para que fique bem reforçado e para que você possa ter uma visão ampliada. 
Para compreender a macroeconomia, precisamos, inicialmente, saber o que é um 
modelo: um modelo é como um mapa; ele ilustra a relação entre as coisas. Assim como um mapa 
não mostra todos os detalhes da paisagem, omitindo árvores, e pontos menos relevantes, o modelo 
 
 
 
 
 
 
22 
Competência 01 
simples não poderá mostrar tudo que acontece na complexidade de um sistema econômico4. 
Contudo, assim como o mapa nos leva ao local onde desejamos chegar, o modelo simples 
desenvolvido nessa parte permitirá ter uma compreensão melhor das relações econômicas. 
Para saber o que acontece em um sistema econômico, é preciso, antes de qualquer coisa, 
compreender quais são os agentes econômicos que atuam nesse sistema. Um agente econômico, 
como já vimos, é uma pessoa ou entidade que toma decisões econômicas. Em uma economia 
simplificada dizemos que existem quatro agentes econômicos: as famílias (que buscam maximizar o 
nível de satisfação através de um processo de otimização), as firmas ou empresas (que buscam 
maximizar os lucros também através de um processo de otimização), o governo (que busca maximizar 
o bem-estar social) e o resto do mundo (uma representação dos três agentes citados que não estão 
dentro do território em análise). 
Esses quatro agentes interagem em espaços chamados mercados. Assim, apenas 
reforçando, um mercado é um local, físico ou não, no qual agentes econômicos procedem à troca de 
bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Em uma economia, existirão três mercados-
chave: bens e serviços (onde são comercializados os bens destinados ao consumo final), fatores 
Produtivos (onde são comercializados fatores necessários à produção, como trabalho, terra e capital) 
e ativos financeiros. 
 
 
Em uma economia, os quatro agentes (famílias, empresas, governos e resto 
do mundo) interagem em três mercados: bens e serviços, fatores produtivos 
e ativos financeiros. 
 
 
Figura 11. Alusão ao mercado como espaço onde agentes econômicos 
Fonte: GettyImages 
Descrição: Grupos de bonecos, em pares, de cores diferentes, verde, laranja, azul, laranja, roxo, amarelo, verde e 
laranja ao centro com linhas que os conectam formando um hexágono. E dentro do quadro vizinho à direita nomeado 
os quatro agentes: famílias, empresas, governos e resto do mundo que interagem entre os três mercados: bens e 
serviços, fatores produtos e ativos financeiros. 
 
4 Sistemas Econômicos são arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a 
empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos 
institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de 
atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Competência 01 
Antes de estudar a economia acima descrita, iniciaremos analisando uma economia mais 
simplificada. Uma situação em que só existem dois agentes: famílias e empresas (economia fechada 
– não há comunicação com o resto do mundo – e sem governo); e apenas dois mercados: bens e 
serviços e fatores produtivos, conforme mostrado na figura abaixo, denominada de fluxo circular da 
riqueza. 
 
Figura 12 –Fluxo econômico para o caso de uma economia fechada e sem governo. 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa o sistema circular de quatro elementos: “Famílias”, “Mercados de Bens e Serviços”, 
“Empresas” e “Mercado de Fatores de Produção”, em que setas azuis mostram o fluxo de “Pagamento”, “Renda” , 
“Despesas” e “Receitas”; já as setas vermelhas, no sentido inverso, mostram “Oferta de Bens e Serviços”, “Demanda de 
Bens e Serviços”, “Oferta de Fatores de Produção” e “Pagamento dos Fatores de Produção”. 
 
 
De forma simplificada, nesse fluxo circular da riqueza, as famílias são proprietárias de 
fatores de produção (terra, capital e trabalho) e os fornecem às firmas, através do mercado dos 
fatores de produção. As firmas combinam os fatores de produção e produzem bens e serviços, que 
são fornecidos às famílias por meio do mercado de bens e serviços. Essas são as transações, que 
formam os fluxos reais, descritos na figura em corde rosa. 
 
 
 
 
 
 
24 
Competência 01 
Assim, as firmas produzem bens e serviços e os ofertam no mercado de bens e serviços. 
Esses produtos serão adquiridos pelas famílias que, para poder pagar por esses bens, precisam ofertar 
seus fatores às empresas. Assim, a terra, o capital e o trabalho, que são de propriedade das famílias, 
serão utilizados pelas empresas para produzir bens e serviços que serão consumidos pelas famílias, 
seguindo um fluxo indefinido que se retroalimenta. 
Para cada elo do fluxo real, descrito acima, existe um fluxo monetário. Os fluxos reais 
possuem uma contrapartida monetária, ou seja, são efetuados pagamentos na moeda corrente: as 
firmas remuneram as famílias quando adquirem os fatores de produção e as famílias pagam as firmas 
pelo consumo dos bens e serviços produzidos. Essas operações compõem o fluxo monetário. 
Percebe-se que toda renda dos agentes se deve a alguma contribuição sua no processo produtivo. 
Por isso, o fluxo econômico também é denominado de fluxo circular da renda. Esse fluxo monetário 
é representado em azul na figura. 
Logicamente, você percebe que esse modelo não condiz com a nossa complexa realidade 
(discutiremos mais nos exercícios)! Não é comum encontrarmos economias fechadas, sem o contato 
com o resto do mundo, e é ainda mais improvável encontrar uma economia sem governo. Por isso, 
embora bastante simplificado, o fluxo acima descrito não se reporta a uma realidade factível. 
Observando isso, começaremos a tornar o nosso modelinho mais completo. Começando, 
adicionaremos o agente GOVERNO na análise. Nessa economia, conforme você observa na figura 2, 
o Governo não se comunica diretamente com as empresas. O único contato que o agente Governo 
estabelece é com o outro agente, família. Esse fato deve ser levado em consideração, pois, o 
Governo deseja maximizar, entre outras coisas, o bem-estar social. 
Para atingir esse objetivo, o governo deve tirar recursos das famílias ricas (através dos 
impostos) e destinar às pobres (através das transferências governamentais), sendo desnecessário o 
contato direto com as empresas. 
Além de tributar e transferir recursos, o governo atua ainda na economia através das 
compras governamentais de bens e serviços realizadas no mercado de bens e serviços. Note que, 
nessa economia, o governo não atua no mercado de fatores (veremos como isso acontece na aula 
01). 
Uma coisa que você poderá notar posteriormente é que a única forma que o governo tem 
de se “comunicar” com as empresas é através do mercado de bens e serviços. Como nessa economia 
hipotética o governo não atua no mercado de fatores, poderá fazer essa ligação com as firmas através 
 
 
 
 
 
 
25 
Competência 01 
da imposição de impostos sobre os bens (não sobre os rendimentos auferidos pelas empresas) ou 
ainda impondo preços máximos ou mínimos, além de tarifas e subsídios. Um último ponto que se 
pode considerar a respeito da existência do governo e de seu contato com as empresas diz respeito 
às compras governamentais, pois o governo também compra! Ele adquire os bens e serviços providos 
pelas empresas quando deseja realizar uma obra pública, por exemplo. 
Tudo isso pode ser visto na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo. 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa a relação entre os elementos: “Famílias”, “Mercado de Bens e Serviços”, “Firmas” e 
“Marcado de Fatores”, como uma relação circular mediada pelo governo. 
 
Agora, a nossa economia começa a ficar um pouco mais alinhada com o que acontece nos 
sistemas econômicos mais complexos. 
 
Veja que, só com esses pontos iniciais, nós já começamos a compreender melhor o Estado 
e suas funções econômicas governamentais (redução da desigualdade de renda), assim como a 
atuação do governo na economia (através de impostos, transferências e compras governamentais). 
Logicamente, como foi dito anteriormente, essa é uma versão bastante introdutória, nada muito 
complexa. Na aula que vem, vamos entrar fundo nesses conceitos. 
 
 
 
 
 
 
26 
Competência 01 
Dando continuidade, precisamos verificar o surgimento do agente resto do mundo na 
nossa economia, até porque a maioria esmagadora dos países se comunica com outros países. E como 
o resto do mundo se comunica com a nossa economia? Através do mercado de bens e serviços, 
comprando produtos nacionais e vendendo produtos de outras nacionalidades. Assim, quando o 
resto do mundo adquire nossas mercadorias no mercado de bens e serviços, estamos exportando e 
quando o resto do mundo vende bens no nosso mercado de bens e serviços, estamos importando. 
A figura 3 mostra o surgimento do resto do mundo na economia. 
 
Figura 14 - Fluxo circular da riqueza de uma economia aberta 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa a relação entre os elementos: “Famílias”, “Mercado de Bens e Serviços”, “Firmas” e 
“Mercado de Fatores”, como uma relação circular, mediada pelo governo, que por sua vez está relacionado com o resto 
do mundo. 
 
 
Até agora, observamos que os quatro agentes se encontram, simultaneamente, apenas 
no mercado de bens e serviços. Cabendo ao mercado de fatores a interação entre empresas e 
famílias, apenas. 
O modelo até aqui formulado é bastante complexo, mas não mostra a totalidade das 
relações existentes entre os agentes. Isso porque até agora desconsideramos a existência de um 
 
 
 
 
 
 
27 
Competência 01 
mercado vital no sistema econômico: o mercado financeiro ou de ativos financeiros5. Assim como 
no mercado de bens e serviços, o mercado financeiro também conta com a presença simultânea dos 
quatro agentes econômicos: as famílias atuam nesse mercado enviando a parte da renda não 
consumida (a poupança privada), as empresas operam no mercado através da tomada de 
empréstimos para investimentos e a posterior emissão de títulos da dívida e emissão de ações, 
enquanto o GOVERNO e o resto do mundo podem tanto tomar quanto conceder empréstimos ao 
sistema financeiro nacional. O fluxo circular da riqueza expandido é mostrado na figura 4. 
 
 
Figura 15 - Fluxo circular da riqueza de uma economia fechada e com governo 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa a relação entre os elementos: “Famílias”, “Mercado de Bens e Serviços”, “Firmas” e 
“Mercado de Fatores” como uma relação circular, mediada pelo governo, que por sua vez está relacionada com o resto 
do mundo, e com os mercados financeiros. 
 
 
5 O Mercado Financeiro é formado por quatro segmentos de mercado: 
• Mercado de Crédito: destinado, prioritariamente, a fornecer recursos financeiros para as famílias; 
• Mercado de Capitais: destinado, fundamentalmente, à emissão de crédito para capital de giro das 
empresas; 
• Mercado Monetário: utilizado pelo governo para emitir moeda e fazer política monetária; 
• Mercado Cambial: utilizado para a conversão entre a moeda nacional e as demais moedas estrangeiras. 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Competência 01 
O fluxo circular da riqueza conecta os quatro setores da economia: famílias, firmas, 
governos e resto do mundo. Tudo isso através dos três tipos de mercados: os fundos fluem das firmas 
para as famílias na forma de salários (remuneração do fator produtivo trabalho), juros (remuneração 
do fator produtivo capital), e aluguéis (remuneração do fator produtivo terra), através do mercado 
de fatores. Depois de pagar os impostos ao governo e receber do governo as transferências, a família 
aloca a renda restante, ouseja, a renda disponível entre poupança privada e o gasto com consumo. 
Através dos mercados financeiros, a poupança privada e os fundos do resto do mundo são canalizados 
para gastos de investimentos das firmas, tomada de empréstimo pelo governo, tomada e concessão 
de crédito de estrangeiros e transações de estrangeiros com ações. Além disso, os fundos fluem do 
governo e das famílias para as firmas, para pagar pela compra de bens e serviços. Finalmente, 
exportações para o resto do mundo geram um fluxo de fundos que entra na economia e as 
importações levam a um fluxo de fundos que sai da economia. 
Assim, quando se soma os gastos de consumo com bens e serviços, os gastos de 
investimentos pelas firmas, as compras governamentais de bens e serviços e as exportações e, em 
seguida, subtrai-se o valor das importações, o fluxo total de riqueza representado por esse gasto é o 
gasto total com bens e serviços produzidos em um país, uma variável muito importante para uma 
economia, conforme veremos adiante. De modo equivalente, esse é o valor de todos os bens e 
serviços produzidos no país, isto é, o Produto Interno Bruto (PIB) da economia. 
É claro que isso aqui está, de fato, extremamente simplificado, mas, como eu já tinha dito, 
isso faz parte da noção de modelo enquanto simplificação. Mas, disso tudo o que é que, de fato, nos 
interessa em um primeiro estágio? 
É interessante que você saiba que no mercado de bens e serviços não existe apenas um 
tipo de mercado, mas ALGUMAS estruturas. São elas: Concorrência Perfeita, Concorrência 
Monopolística, Oligopólio e Monopólio. Existem ainda outras, como o oligopsônio e o monopsônio. 
Há, ainda, o mercado contestável, mas nós vamos falar sobre essa estrutura quando nos reportarmos 
ao mercado em concorrência perfeita. Além disso, é interessante que você compreenda como os 
consumidores e empresas atuam no mercado de bens e serviços e como o governo pode influenciar 
esse mercado. Por fim, é importante que você note que esses mercados podem ter falhas e que, 
quando essas falhas acontecem, cabe ao governo fazer intervenções através de um processo 
regulatório! 
Viu como está tudo conectado desde o início? 
 
 
 
 
 
 
29 
Competência 01 
A pergunta que você pode estar se fazendo agora é: quanto, no máximo, uma economia 
pode produzir? Para analisar isso, precisamos ter o conhecimento de uma fronteira muito importante 
na economia: a curva de possibilidade de produção6. 
 
 
 
6 A Curva ou Fronteira de Possibilidade de Produção é um gráfico que mostra as combinações de produto que a economia 
tem possibilidade de produzir dados os fatores de produção e de tecnologia de produção disponíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
30 
Competência 02 
2. Competência 02 | Classificar os mercados, conhecendo os conceitos de 
demanda e oferta 
2.1 Teoria dos preços 
Durante muito tempo, os economistas buscaram descobrir o que determina o valor das 
coisas. O que faz, por exemplo, o carro ter um valor tão alto e o sal um valor tão baixo. Dessa procura, 
surgiram duas teorias: a teoria objetiva, que afirma que o valor de um bem depende do esforço e do 
trabalho para sua obtenção e a teoria subjetiva, que associa que o valor do bem depende da sua 
utilidade e do seu nível de escassez. 
Posteriormente, essas suas teorias foram reunidas e o valor do bem, agora, é 
determinado como o resultado do seu custo de produção (associado ao esforço e ao trabalho) e da 
sua preferência (associada à necessidade ou ao desejo). 
De fato, os bens oferecidos no mercado têm preços. O preço é definido como o valor do 
bem expresso em moeda. Segundo a teoria econômica, os preços são resultado da interação entre 
dois agentes: os consumidores (que se preocupam com a utilidade dos bens) e as empresas (que 
representam o esforço ou os custos de produção). 
 
 
Hoje, buscamos analisar, com detalhes, como acontece a formação de preços em uma 
economia e alguns dos problemas econômicos mais importantes, além de estudar os fatores que 
influenciam na escolha da quantidade que será demandada e que será ofertada de um determinado 
bem, assim como definir o equilíbrio de mercado. Para começar, vamos compreender o conceito de 
microeconomia? 
Conceito de MICROECONOMIA 
Diferentemente da macroeconomia, que estuda o agregado (como visto no fluxo circular da riqueza analisado 
na competência anterior), a microeconomia é o ramo da economia que estuda o comportamento dos agentes 
econômicos, ou seja, qualquer indivíduo ou entidade que desempenha um papel na economia. A 
 
O PREÇO DE UM BEM é definido como valor desse bem expresso 
em moeda. Ele é resultado da interação entre os consumidores e as 
empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Competência 02 
microeconomia estuda como e por que consumidores, empresas, governo, trabalhadores, investidores, entre 
outros, tomam decisões econômicas, ou fazem escolhas. 
É de interesse de estudo da microeconomia, ainda, a forma pela qual os agentes econômicos interagem de 
modo a formar unidades maiores, os mercados. Sendo assim, a microeconomia explica, entre outras questões, 
a formação dos preços, a quantidade ofertada ou demandada e o quanto será investido. Assim, poderemos 
inferir porque os mercados dos bens são diferentes, e como são influenciados por políticas econômicas e 
mudanças no ambiente internacional. Para começar a compreender o mercado, analisaremos, inicialmente, 
porque as famílias ou consumidores consomem. Toda a análise do consumo é vista, na microeconomia, através 
da demanda. 
Mas, antes disso, eu te pergunto: se o preço da gasolina aumentar (como temos visto nos 
últimos tempos), você consumirá mais gasolina ou menos gasolina? 
 
2.1.1 Lei da demanda 
Antes de definir a lei da demanda, queria saber o que você respondeu na questão acima! 
Você comprará mais, menos ou a mesma quantidade? Possivelmente, você respondeu que comprará 
menos gasolina quando o preço aumentar, não foi isso? 
Essa relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade que um consumidor planeja 
comprar (ou a quantidade demandada desse bem) é conhecida por Lei da Demanda. Ela estabelece 
uma relação negativa entre a quantidade consumida e o preço do bem em questão. 
Agora, eu te pergunto o seguinte: sob as condições dadas anteriormente, você comprará 
menos SEMPRE? Olhe, pense bem, eu estou perguntando se você comprará SEMPRE uma quantidade 
menor? 
Do jeito que a questão foi posta, você não pode dizer que SEMPRE comprará menos. Por 
quê? Por uma simples razão: imagine que você ganhe o prêmio do Big Brother Brasil. Você vai 
comprar menos gasolina mesmo possuindo uma renda maior? Possivelmente não, né?! 
Ou, ainda, imagine que o preço do álcool combustível chegue a R$ 100,00/l. Ainda assim 
você comprará menos gasolina? 
Dessa forma, do jeito que está posta a lei, ela acaba sendo aplicada em pouquíssimos 
casos e termina sendo violada em muitos outros. Pensando nisso, os economistas adicionaram uma 
 
 
 
 
 
 
 
32 
Competência 02 
hipótese bastante importante e que tornará a lei válida para a maioria esmagadora dos casos. Essa 
hipótese é denominada de Hipótese de Ceteris Paribus. 
A expressão em latim ceteris paribus significa algo como “todos os demais fatores 
relevantes permanecem inalterados”, ou seja, agora com a adição dessa hipótese, a lei da demanda 
se torna válida e afirma que à medida que o preço de um bem aumenta, os consumidores estarão 
dispostos a consumi-lo em menor quantidade, considerando que todas as demais variáveis que 
podem influenciar o seu comportamento se mantêm constantes, ou seja, na hipótese de Ceteris 
Paribus.A relação negativa entre quantidade e preço para o consumidor ocorre porque, em alguns 
casos, a renda dos indivíduos se torna insuficiente para adquirir o produto e, em outros, os indivíduos 
optam por algum substituto próximo mais barato. 
 
Como exemplo desse fato, imagine que os preços dos rodízios de sushi aumentem. Com 
essa elevação, você levará em conta a possibilidade de ir, por exemplo, a um rodízio de carnes ou 
massas. Nesse caso, você reduzirá a quantidade demandada de sushi porque estará trocando esse 
produto por carnes, um substituto que ficou, relativamente, mais barato (observe que o uso do 
“relativamente” é importante porque o preço do rodízio de carnes, de fato, não diminuiu). 
Outra possibilidade é que com o aumento do preço do rodízio do sushi, você não poderá 
ir tantas vezes ao restaurante, pois, já que o seu salário não aumentou igualmente com o preço do 
rodízio, o seu poder de compra ficou reduzido. 
Em termos matemáticos, a Lei da demanda vira uma função, a função demanda, que 
informa a quantidade de um bem que será procurada para cada nível de preço. Analiticamente: 
 
 
 
 
 
 
A LEI DA DEMANDA, afirma que com tudo o mais mantido 
constante, a quantidade demandada de um bem diminui quando o 
preço dele aumenta. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Competência 02 
Função demanda: 
A função demanda pode ser representada, graficamente, através da curva de demanda, 
também conhecida unicamente como demanda. No gráfico cartesiano temos que o preço se 
encontra no eixo vertical e a quantidade demandada no eixo horizontal.7 
Para compreender como o gráfico funciona, vamos analisar a sua construção. Ainda 
analisando a gasolina que ficou mais cara, vamos colocar no gráfico (próxima página) a situação inicial. 
Nesse caso, você consumia a quantidade Q1 ao preço P1. 
 
 
Figura 16 – Composição da demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P e o ponto P1, Q1 é o único determinado. 
 
Ainda seguindo a análise anterior, imagine agora que o preço aumente. O que 
acontecerá? Você reduzirá a quantidade demandada! Analiticamente: 
 
7 Observe aqui que, diferentemente do que ocorre em um gráfico na matemática em que a variável dependente (no 
nosso caso, quantidade) fica no eixo vertical e a variável independente (no caso, preço) fica no eixo horizontal, na 
economia, ocorre o inverso. Isso é feito apenas para simplificar o raciocínio. 
 
 
 
 
 
 
 
34 
Competência 02 
 
Figura 17 - Composição da demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. São determinados os pontos Q0 e P2 e ponto P1, Q1. 
 
Assim, depois dos ajustes, teremos a seguinte estrutura: 
 
Figura 18 – Composição da demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: a figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. São determinados os pontos Q0 e P2 e ponto P1, Q1. 
Finalmente, para desenhar a curva de demanda, basta ligar os pontos no plano cartesiano. 
E Voilà: 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Competência 02 
 
Figura 19– Curva de demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. A linha do gráfico é determinada pelos pontos Q0 e P2 e o ponto P1, Q1. 
 
A curva de demanda representa a relação entre preço de um bem e a quantidade 
demandada desse bem. 
A curva de demanda representa o comportamento do agente econômico chamado 
consumidor. Para preços mais altos, as pessoas consumirão menos do bem, pois os bens substitutos 
ficarão relativamente mais baratos, levando o consumidor a adquirir mais desses bens. O aumento 
dos preços também reduz a renda real (poder de compra) do consumidor, o que gera uma retração 
no consumo do bem. 
Antes de continuar, gostaria de fazer três observações: 
I. O termo “relativamente” muitas vezes acaba sendo utilizado de forma incorreta. Nesse caso, 
o “relativamente” pode ser mais bem compreendido com um exemplo: imagine que você 
compra sempre a mesma marca de, digamos, margarina. Um belo dia você chega ao 
supermercado e observa que a margarina aumentou de preço! Não é que ela ficou, 
necessariamente, mais cara que a melhor margarina que existe no mercado, mas ela ficou, 
simplesmente, mais cara. Em uma situação como essa você pode pensar: “Ah, por esse preço, 
eu vou levar a margarina de marca Y. Ela é mais cara, mas para pagar mais pela margarina que 
eu vinha consumindo, não vale a pena”. Já aconteceu isso com você? Se sim, quando esse fato 
ocorre, é justamente o funcionamento mental da nossa curva de demanda! Legal, né? 
 
 
 
 
 
 
 
36 
Competência 02 
II. Embora a curva de demanda pareça muito mais uma reta, na verdade ela possuirá um formato 
que nós economistas chamamos de convexo. Como, para fins mais simples, a curva e a reta 
estabelecem a relação negativa entre quantidade de preço, vamos utilizar a reta por ser mais 
simples de desenhar, ok? 
III. Por fim, quando falamos em variação do preço, os efeitos dessa variação incidirão sobre a 
quantidade demandada (por exemplo, Q1 e Q2), não sobre a demanda ou curva de demanda. 
Ou seja, quando o preço varia, nós teremos um movimento ao longo da curva de demanda 
(como mostrado pela setinha vermelha no gráfico acima) e não da curva de demanda. A 
compreensão disso é fundamental e nós vamos voltar a esse ponto mais algumas vezes! 
 
A curva de demanda pode representar as escolhas de apenas um dos consumidores de 
uma economia ou de todos de uma forma agregada. No primeiro caso temos a demanda individual, 
que graficamente é representada pela curva de demanda individual, e no segundo caso tem-se a 
curva de demanda de mercado, representada na figura abaixo. 
Pode-se, facilmente, obter a curva de demanda de mercado somando-se todas as 
quantidades demandadas por cada consumidor para cada preço. Na figura abaixo, a demanda 
agregada de um bem foi calculada para apenas três consumidores. Quando o preço de mercado for 
igual a $4, o consumidor A não adquire o bem (note que a quantidade é zero para a DA quando o 
preço é $ 4,00), e os consumidores B e C compram, digamos, 6 e 10 unidades, respectivamente. 
 
Figura 20 – Curva de demanda de mercado 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela quantidade e o das 
ordenadas pelo preço. Três retas, DA, DB, DC e Demanda de mercado são representadas no gráfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
Competência 02 
A demanda de mercado é representada como a soma das demandas individuais dos 
consumidores. 
Assim, a curva de demanda de mercado representa o somatório das demandas 
individuais. Para o preço de $ 4,00, o consumidor A não demandará desse bem. Como os 
consumidores B e C demandarão, respectivamente, 6 e 10 unidades, teremos que, ao preço de $ 4,00, 
a demanda de mercado será de 16 unidades. 
 
 
 
Para ver a importância de definição da lei da demanda e da curva de demanda de mercado 
vamos resolver a primeira questão da aula? 
Antes de prosseguirmos, contudo, vale aqui duas explicações importantes: 
 
1. Toda vez, eu disse TODA, que houver uma variação no preço do bem em análise, haverá um 
deslocamento ao longo da curva de demanda! Sempre, sempre, sempre! Mais nafrente, nós 
vamos ver que outros fatores irão deslocar a demanda, mas ainda não chegamos neles. 
 
2. A segunda vai levar um pouco mais de tempo para explicar: 
Em economia, a maior parte dos bens obedece à lei da demanda, ou seja, para esses bens, 
quando o preço aumenta, a quantidade diminui e vice-versa. Há uma simples e notória relação entre 
quantidade e preços sob a hipótese de ceteris paribus. Contudo, essa relação, não é válida para todos 
os bens. Existe um tipo de bem, que analisaremos agora, que não obedece à lei da demanda. Esse 
bem se chama de Bem de Giffen. Antes de defini-lo, vou te contar uma historinha, ok? Aliás, essa 
historinha é bastante recorrente em todos os livros de economia. 
Os bens de Giffen foram encontrados inicialmente na Inglaterra da Revolução Industrial. 
Durante esse tempo, a batata inglesa era um dos bens que fazia parte do menu básico do proletariado. 
O economista Giffen, analisando o comportamento da classe trabalhadora, observou que os 
 
A demanda de mercado é a curva que relaciona cada um dos preços 
possíveis à quantidade demandada por todos os consumidores 
 
 
 
 
 
 
 
38 
Competência 02 
consumidores não se comportavam da forma esperada quando havia uma variação no preço desse 
bem. 
Assim, todas as vezes que os preços caíam, as pessoas passavam a demandar (ou 
procurar) menos o bem e, quando o preço aumentava, os consumidores passavam a demandar mais 
do bem. 
Nesse caso, diferentemente do que acontece com um bem ordinário, a curva de demanda 
de um bem de Giffen possui inclinação positiva! É isso mesmo, tudo o que vale para a maioria quase 
absoluta dos bens não vale para o bem de Giffen! 
Ainda bem, esses bens não são solicitados em termos gráficos, porque isso tornaria a 
nossa análise bastante complicada, sendo solicitado apenas em questões mais teóricas. 
Infelizmente, por outro lado, não existem muitos outros exemplos sobre tipos de bens de 
Giffen para que eu possa explicar a você. A maioria esmagadora dos livros traz apenas a noção da 
batata inglesa na Inglaterra na época da Revolução Industrial. Assim, hoje, por exemplo, as batatas 
não são mais consideradas bens de Giffen. 
Entendido? 
Nós vamos voltar ainda algumas vezes a noção de bem de Giffen hoje. À medida que a 
aula for progredindo, passaremos a analisar ainda mais esse bem, ok? 
Mas vamos continuar o nosso trabalho. Nós vimos como a curva de demanda é construída 
e vimos ainda como acontecem os movimentos ao longo da curva. A partir de agora, vamos 
compreender quais fatores levam a variações da curva de demanda. 
Vamos lá? 
 
2.1.2 Deslocamento da curva de demanda 
A curva de demanda relaciona a procura por um determinado bem a seu preço. De forma 
mais específica, mostra que a demanda é menor para preços maiores. Assim, nós vimos que é possível 
mostrar que a quantidade demandada de um produto depende do preço que será cobrado por ele. 
Mas, o preço não é o único fator que determina a quantidade demandada de um bem. A única coisa 
que faz você comer sushi é o preço? Será que o preço da carne não afetaria, em nenhuma hipótese, 
o seu consumo? 
 
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
Pois é, fatores como a existência de substitutos próximos e o preço que é cobrado por 
eles também influenciam a demanda de um bem. Por exemplo, a manteiga é uma substituta próxima 
para a margarina, sendo assim, um aumento no preço da manteiga pode induzir a troca desse bem 
por margarina, o que aumenta o consumo desse último bem. 
Os fatores listados anteriormente modificam a quantidade consumida, sem que haja uma 
mudança nos preços. Em outras palavras, a quantidade demandada é maior ou menor para um 
mesmo preço anterior. Vamos analisar isso, intuitivamente? 
Imagine que a curva de demanda abaixo represente a sua demanda por cinema: 
 
 
Figura 21 – Curva de demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. A linha do gráfico é determinada pelos pontos Q0 e P2 e o ponto P1, Q1. 
 
Inicialmente, você está no ponto (A). Digamos, por hipótese, que você vai ao cinema duas 
vezes por mês (Q1 = 2) e paga R$ 17,00 (P1 = 17). Imagine agora que você ganhou a última edição do 
Big Brother Brasil. Com essa nova renda, você irá mais vezes ou menos vezes ao cinema? 
Possivelmente, mais vezes, não é? Nesse caso, eu posso dizer que você irá mais vezes ao cinema 
pagando o mesmo preço pelo ticket ou que, para a mesma quantidade de vezes que você vai ao 
cinema, você poderia pagar mais por saída. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
 
Figura 22 – Curva de demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. A linha do gráfico é determinada pelos pontos Q0 e P2 e o ponto P1, Q1. 
 
 
Nos dois casos, é possível notar que haverá um movimento para fora da curva de 
demanda original. Quando isso acontece, dizemos que há um deslocamento paralelo da curva. Esse 
deslocamento é mostrado na figura abaixo (onde D1 é a demanda original e D2 é a demanda final): 
 
 
Figura 23 – Curva de demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. Duas linhas azuis são demonstradas no gráfico, uma em cada ponto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
Ora, eu não falei em variação de preço, mas de outra variável que não preço. No caso 
acima, eu falei de uma variação na renda do consumidor! Logicamente, outras variáveis farão com 
que ocorra o mesmo movimento, são elas: 
• Gostos ou preferências; 
• Expectativas; 
• Preço de bens relacionados. 
 
Grosso modo, a renda e essas três variáveis são as mais frequentes como determinantes 
de alteração na curva de demanda. Lógico, podem existir outras, mas essas seriam os quatro maiores 
grupos. 
Para que fique simples a compreensão, como a demanda representa o consumidor, tudo 
que alterar a vida desse agente econômico, alterará a curva de demanda dele! Simples assim! 
Antes de seguirmos adiante, vamos esclarecer os três outros fatores e detalhar como a 
renda afeta a vida do consumidor. Inicialmente, vamos analisar os gostos e as preferências. 
Comecemos com uma pergunta bastante reflexiva: nós nos vestimos hoje da mesma forma que nos 
vestíamos há 10 anos? Possivelmente, não. Não, porque não cabe, não porque a moda já passou, não 
porque você se mudou para um lugar mais frio como o Canadá! Então, o nosso padrão de consumo é 
alterado não apenas porque o preço mudou, mas também porque nossas necessidades e desejos 
também mudaram! Assim, alterações nos gostos e nas preferências modificam por demais o nosso 
padrão de consumo. 
Um segundo fator que altera a demanda de um determinado consumidor é a expectativa 
sobre o futuro. Por exemplo, imagine agora que você sabe que amanhã vai chover (no meu caso, 
nevar), será que você não mudará o seu consumo de guarda-chuvas hoje? Possivelmente, sim. Nesse 
caso, a sua demanda mudou (ela será deslocada) não porque está chovendo agora, mas porque a sua 
crença é de que chova no dia seguinte. A nossa crença sobre o futuro é o que os economistas chamam 
de expectativas. 
Vamos continuar analisando: 
Existe outra variável que afeta o padrão de consumo de uma pessoa. Esse fator se chama 
preço dos bens relacionados. Vamos compreender melhor. Vamos analisar a demanda de uma 
pessoa por açúcar quando os preços de dois bens relacionados a ele são alteradosseparadamente. 
 
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
Imagine, inicialmente, que o preço do café aumente. Imagine ainda que essa pessoa só 
compre açúcar para tomar café e só toma café adoçado. Nesse caso, como o preço do café aumentou, 
essa pessoa comprará menos café, certo? Assim, como ela só toma café com açúcar, comprará menos 
açúcar também, não é isso? Logo, o aumento do preço do café levará a uma redução na demanda 
pelo açúcar! Mais uma vez, veja que eu não falei em variação do preço do açúcar, hein? 
Vamos mais: imagine agora que não foi o preço do café, mas o preço do adoçante que 
aumentou. Agora, com o aumento do preço do adoçante, você passará a comprar mais açúcar, para 
poder compensar a falta do adoçante. 
 
 
 
No caso acima, você deve ter notado uma coisa bem interessante: quando o preço do 
café aumentou, a demanda por açúcar diminuiu enquanto que quando o preço do adoçante 
aumentou, a demanda por açúcar também aumentou! Alguma explicação para isso?? 
Sim, e ela é bem simples! O café e o açúcar, assim como o feijão com arroz ou o queijo e 
a goiabada são consumidos de forma conjunta, é o que se chama de bens complementares. Já para 
o caso do açúcar e do adoçante, nós vamos consumir aquele que for mais barato. Nesse caso, os bens 
são denominados de bens substitutos! Essa classificação é absolutamente importante que você 
compreenda. 
Então, se falou em variação do preço dos bens relacionados, eu só sei para onde vai a 
demanda se eu souber qual a relação que existe entre os bens em análise: se de substitutibilidade ou 
de complementaridade! 
Compreendido? 
 
Nesse ponto, vale uma consideração: veja que nós faremos movimentos 
de forma separada, ou seja, um fator variando de cada vez. Nada de variar 
tudo na mesma hora, porque vira uma coisa incompreensível! Em 
economia, nós trabalhamos com o que se denomina de estática 
comparativa. Nela, cada variável é alterada de forma isolada 
 
 
 
 
 
 
 
43 
Competência 02 
Para finalizar a lista de itens que deslocam a demanda por alterar o comportamento do 
consumidor, vamos falar com mais detalhe sobre uma variação da renda, iniciado no começo dessa 
parte da aula. 
Pergunta simples: 
Se você tirasse na loteria, você consumiria mais de tudo? 
Possivelmente, você pensou que sim, mas eu te direi que não! E a explicação para isso é 
bem objetiva. 
Se você tirasse na loteria, você certamente viajaria mais vezes pela Europa ou compraria 
um carro melhor ou ainda iria a restaurantes mais caros. Contudo, com o aumento da sua renda, você 
vai tomar menos ônibus ou comer menos carne de conserva! Logo, o aumento da renda induz ao 
aumento no consumo de alguns bens e redução no consumo de outros. 
Assim, quando consumo e renda variam no mesmo sentido, dizemos que o bem é 
chamado de bem normal. São os bens que quando a renda aumenta, o consumo aumenta e quando 
a renda diminui o consumo também diminui. Por outro lado, quando a renda e o consumo variam em 
sentidos contrários, o bem é chamado de bem inferior. 
Compreendido? 
Graficamente, mudanças que promovem um crescimento da demanda para um mesmo 
preço deslocam a curva de demanda para DIREITA. Dentre essas mudanças estão: aumento nos 
preços de bens substitutos, redução do preço de bens complementares, crescimento da renda, 
alterações das preferências que promovem o consumo. Por outro lado, fatores que reduzem a 
demanda para um mesmo preço deslocam a curva para ESQUERDA, por exemplo: uma redução dos 
preços de bens substitutos, redução da renda ou alterações nas preferências que reduzem o 
consumo. 
Logicamente é muita informação, eu sei, eu sei, mas eu não quero que você decore! Você 
já tem muitas outras disciplinas em que é preciso decorar conceitos. No meu caso, eu quero que você 
compreenda. A princípio parece complicado, mas à medida que nós formos fazendo os exercícios 
juntos, prometo que a coisa vai ficar mais clara. 
A figura abaixo mostra exemplos de deslocamento da curva de demanda. Considerando 
a curva do meio (D2) como inicial, um aumento da demanda leva a curva para uma posição como a 
 
 
 
 
 
 
 
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Competência 02 
ocupada pela linha mais clara (D3) e uma redução da demanda leva a curva a ocupar uma posição 
como a curva mais escura (D1). 
Para compreender esse raciocínio é bastante simples: para um preço de R$ 1,00, se a 
minha renda aumentar, eu consumirei mais, para qualquer nível de preços, ou seja, ao invés de 
consumir Q2, vou passar a consumir Q3, dado que o bem é normal. Raciocínio inverso vale para a 
linha mais escura e a quantidade de Q1. 
 
 
Figura 24 – Deslocamentos da Curva de Demanda 
Fonte: Elaborado pela autora 
Descrição: A figura representa um gráfico cartesiano em que o eixo das abcissas é representado pela letra Q e o das 
ordenadas pela letra P. São marcados pontos D1, D2 e D3. Três linhas azuis são demonstradas no gráfico, uma em cada 
ponto. 
 
Uma mudança na quantidade demandada, a qualquer preço dado, é representada 
graficamente pelo movimento da curva de demanda original para uma nova posição. 
Entendido até aqui? 
Antes de passarmos a analisar a questão da empresa e da curva de oferta, gostaria de 
explicar um ponto: os efeitos renda e substituição, oriundos da variação do preço, também 
denominado de efeito preço. Esse ponto é bem importante porque nos permite entender melhor o 
bem de Giffen, que nós começamos a compreender no início da aula. Vamos ver? 
Você lembra que quando o preço aumenta a quantidade demandada diminui, não é? 
Explicando de forma mais técnica, existe uma relação entre um aumento do preço do bem, a troca 
por um substituto que ficou relativamente mais barato e a perda do poder de compra pelo 
 
 
 
 
 
 
 
45 
Competência 02 
consumidor. Assim, podemos dizer que o comportamento do consumidor com relação ao preço 
decorre da atuação conjunta de dois efeitos: o efeito-renda e o efeito-substituição. 
Vejamos como compreender esses efeitos: com o aumento do preço, uma parte da 
redução da minha demanda por determinado bem quando o seu preço aumenta pode ser explicada 
pelo fato de que haverá um estímulo para que eu busque alternativas para satisfazer minha 
necessidade pelo bem que teve o aumento de preço, por exemplo. Assim, passarei a olhar de outra 
maneira os bens substitutos. Basta lembrar-se do caso do Sushi, mostrado inicialmente na aula. Com 
o aumento do preço dos rodízios de sushi, você procurará ir mais vezes ao rodízio de carnes ou de 
massas, por exemplo. Nesse caso, para o consumidor, as carnes e massas são substitutos do sushi. 
Dizemos que rodízios de sushi, carnes e massas são substitutos no consumo. 
Uma forma bem simples de verificar o efeito-substituição é a seguinte: você está no 
supermercado e observa que aquele bem que você costumava comprar mais barato está, agora, mais 
caro. Você olha o produto e pensa: “Por esse preço aqui, esse bem está muito caro para o que ele me 
traz. Prefiro comprar esse produto B, que é mais caro, mas pelos menos é melhor e a diferença nem 
é tão grande assim, mesmo...”. Já aconteceu isso com você? Porque comigo, já. 
O outro efeito que explica a redução do consumo de um bem é o efeito-renda. Esse efeito 
decorre da perda de poder aquisitivo causado pelo aumento de preço de um bem que faz parte da 
cesta de compras do consumidor. 
Para compreender melhor o efeito-renda, vale aqui um exemplo matemático. Digamos 
que eu gaste, semanalmente, R$ 63,00 em rodízios de sushi (eu vou três vezes durante a semana e 
pago, em cada uma delas, R$ 21,00). Agora, considere que a minha renda semanal é de R$ 200,00. 
Digamos agora que o preço do rodízio de sushi dobre, passando a ser

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