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Guia de Microeconomia(1)

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Microeconomia
Prof. Dr. Pedro dos Santos Portugal Júnior
Prof. Me. Guilherme Vivaldi
1ª Edição
 Gestão da Educação a Distância
Todos os direitos desta edição 
ficam reservados ao Unis - MG. 
 
É proibida a duplicação ou re-
produção deste volume (ou 
parte do mesmo), sob qualquer 
meio, sem autorização expressa 
da instituição.
Cidade Universitária - Bloco C
Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, 
Bairro Aeroporto. Varginha /MG 
ead.unis.edu.br 
0800 283 5665
Autoria
Currículo Lattes:
Economista, Especialista em Gestão de Negócios, Mestre e Doutor em Desenvolvimento Econômi-
co com ênfase em Economia do Meio Ambiente. Professor de graduação e especialização do Cen-
tro Universitário do Sul de Minas (UNIS – MG) sempre trabalhando nas áreas de Economia, Enge-
nharia Econômica, Mercados Financeiros e Finanças. Pesquisador do Centro de Empreendedorismo,
Pesquisa e Inovação – CEPI/UNIS-MG. Dedica-se a pesquisar sobre Políticas Econômicas, Economia
Institucional, Gestão de Negócios, Economia do Meio Ambiente, bem como as implicações destes
temas para as organizações empresariais. 
http://lattes.cnpq.br/3402598684545658
Prof. Dr.
Pedro dos Santos Portugal Júnior
http://lattes.cnpq.br/3402598684545658
Autoria
Currículo Lattes:
Mestrando em Gestão Pública e Sociedade. Bacharel em Administração de Empresas, com MBA em 
Gestão Estratégica. Atua como professor universitário em disciplinas como Marketing, Planejamento 
Estratégico, Economia e Administração Pública e como coordenador do curso de Administração 
EaD do grupo UNIS. É também consultor empresarial.
Prof. Esp.
Guilherme Augusto Dionísio Vivaldi 
 http://lattes.cnpq.br/6175320290464968
http://lattes.cnpq.br/6175320290464968
6
Unis EaD
Cidade Universitária – Bloco C
Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, 
Bairro Aeroporto. Varginha /MG 
ead.unis.edu.br
0800 283 5665
JÚNIOR, Pedro dos Santos Portugal. VIVALDI, Guilherme. 
Microeconomia. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2017.
126 p.
1. Conceitos Básicos da Teoria Econômico. 2. Evolução do Pensa-
mento Econômico. 3. Demanda e Oferta. 4. Teoria da Escolha do 
Consumidor. 5. Elasticidades. 6. Teoria da Firma: Custos e Produ-
ção. 7. Concorrência ou Competição Perfeita.
Oi Pessoal!!
 Nessa unidade iniciaremos com os conceitos básicos sobre teoria econômica. Veremos que 
o entendimento desses conceitos tornará muito mais fácil a nossa jornada de conhecimento ao lon-
go desse guia. Então, vamos “aquecer os motores”?
 Esta unidade tem como objetivo descrever:
- Os conceitos básicos da teoria econômica;
- Os princípios-chave da teoria econômica e;
- A inter-relação da Economia com as demais ciências.
 Ao término do estudo desta unidade, você será capaz de:
- Definir economia e entender como as escolhas dos indivíduos acabam determinando as questões 
básicas da teoria econômica;
- Entender os princípios que regem a economia;
- Identificar quais são os fatores de produção e entender o comportamento básico da curva de 
possibilidade de produção de bens.
Ementa
Orientações
Palavras-chave
Conceitos básicos. Definição e objeto econômico. Perguntas fundamentais da eco-
nomia. Evolução do pensamento econômico e escolas econômicas. O estudo mi-
croeconômico. Análise da demanda, oferta e o equilíbrio de mercado. Elasticidade. 
Teoria do comportamento do consumidor. Teoria da produção. Custos. Mercado de 
concorrência perfeita. Monopólio. Outros tipos de mercado.
Sumário
1.1 O que é economia? 14
1.2 O que é escassez? 14
1.3 Análise econômica, inter-relação com outras ciências e divisão 16
1.3.1 A inter-relação da Economia com as demais ciências 17
1.3.2 Divisão da Economia 19
1.4 Princípios Econômicos 20
1.5 Recursos ou fatores ou meios de produção 23
1.5.1 As Possibilidades de Produção 24
2.1 Introdução 29
2.2 Mercantilismo 29
2.3 A Fisiocracia 31
2.4 Escola Clássica 32
2.5 Escola Marginalista 34
2.6 Reações ao Liberalismo 34
2.6.1 Escola Histórica Alemã 34
2.6.2 Escola Socialista 35
2.6.3 Revolução Keynesiana 35
2.7 Pensamento econômico recente: uma breve abordagem 36
3.1 Mercado e Preços 39
3.1.1 Mercado Competitivo 39
3.1.2 Relação Entre Preço e Custo de Oportunidade 40
3.2 A Lei Da Demanda 41
3.3 A Lei da Oferta 45
3.4 Equilíbrio de Mercado 49
3.4.1 Excesso De Oferta 51
3.4.2 Excesso de Demanda 52
4.1 Consumo e a Restrição Orçamentária 56
4.2 Preço Relativo 58
4.3 Renda Real 59
4.4 Preferências e Utilidades 60
4.4.1 Utilidade Total 60
4.4.2 Utilidade Marginal 61
4.5 Utilidade Cardinal x Utilidade Ordinal 63
4.6 O Paradoxo da Água E dos Diamantes 64
4.7 Inclinação Decrescente da Curva de Demanda 65
4.8 Excedente do Consumidor 66
5.1 O Conceito de Elasticidade 70
5.2 A Elasticidade-Preço da Demanda 70
5.2.1 Calculando a Elasticidade-Preço da Demanda 71
5.2.2 Classificação da Elasticidade 74
5.2.3 Elasticidade-Preço da Demanda e Receita Total 75
5.2.4 Fatores que influenciam a magnitude da elasticidade-preço da demanda 76
5.3 Elasticidade da Oferta 78
5.4 Elasticidade-preço cruzada da demanda - Epxy 79
5.5 Elasticidade-Renda da Demanda 80
6.1 A Teoria da Firma 84
6.1.1 Teoria da Produção 84
6.1.2 A Função de Produção 85
6.2 Indicadores da Teoria da Produção 87
7.1 Custos: definição e tipos 94
7.1.1 Custos Reais da Empresa 94
8.1 Objetivo da Firma 101
8.2 Método da equação de demanda 102
8.2 Método da Tabela de Receitas e Custos 105
9.1 As Estruturas de Mercado 109
9.2 Concorrência Perfeita 109
9.3 Concorrência Monopolística 111
9.4 Oligopólio 112
9.5 Monopólio 114
10.1 Empreendedorismo e Inovação 117
10.2 Destruição Criadora 119
10.3 Elementos que restringem ou alavancam o desenvolvimento das empresas 
120
10.4 Crédito e Empreendedorismo 121
10.5 Ciclo de vida dos produtos e os impactos econômicos 123
Referências 126
Objetivos da Unidade
Conceitos básicos da 
Teoria EconômicaI
 Apresentar aos alunos os conceitos preliminares de econo-
mia a fim de contribuir com o entendimento prévio da disciplina.
 Esperamos que, ao final desta unidade, você seja capaz de:
- Definir economia e entender como as escolhas dos indivíduos 
acabam determinando as questões básicas da teoria econômica;
- Entender os princípios que regem a economia;
- Identificar quais são os fatores de produção e entender o com-
portamento básico da curva de possibilidade de produção.
14 
1.1 O que é economia?
 Economia é a ciência social que se preocupa em utilizar adequadamente os recursos es-
cassos com o objetivo de produzir e distribuir bens e serviços a fim de satisfazer as necessidades 
materiais da sociedade. 
 De uma outra forma, podemos entender a economia como a ciência das escolhas que de-
vem ser feitas pelas pessoas quando existe ESCASSEZ, ou seja, quando existem limites ao que os 
indivíduos podem obter.
 Em termos de atividade, a economia acompanha a humanidade desde seus primórdios. No 
entanto ela somente se tornou uma ciência no século XVIII, quando Adam Smith publicou, em 1776, 
seu livro The Wealth of Nations – A Riqueza das Nações. Muitos escritos precursores da ciência 
econômica são encontrados na literatura mundial, sendo o primeiro desses escritos, que chegou ao 
nosso conhecimento, atribuído ao historiador grego Xenofontes, três séculos antes de Cristo, e se 
referia à formação da riqueza de Atenas e a administação do lar.
 Por isso que a palavra economia compõe-se de duas palavras gregas: óicos = casa, mais nó-
mos = regra, norma. Para se entender a economia, como se entende hoje, falava-se em economia 
política, termo criado por Antoine de Montcretiéne, em 1615. 
 Atualmente, Economia é um termo abrangente, que engloba toda a ação dos agentes eco-
nômicos - famílias, empresas, governo -, os meios de produção, distribuição e consumo, bem como 
as teorias que buscam explicar o crescimento econômico, as políticas de estabilização, de emprego 
e distribuição de riqueza.
1.2 O que é escassez?
 Ao se estudar a economia, torna-se de suma importância entender o conceitode ESCAS-
SEZ.
 A escassez é uma situação na qual os recursos – tudo aquilo que usamos para produzir bens 
e serviços – são limitados em quantidades, mas podem ser usados de diferentes maneiras.
15
 Devido à limitação de recursos, torna-se necessário sacrificar a obtenção de um bem ou de 
um serviço para obtenção de outro.
Para Troster & Mochón (2004):
“A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com 
o objetivo de produzir bens e serviços e distribuí-los para seu consumo entre 
os membros da sociedade.”
 As definições sobre economia trazem de forma explícita que o objeto básico da ciência 
econômica é o estudo da escassez e que ela se classifica entre as ciências sociais. Contudo, cabe 
ressaltar que, para os economistas denominados Clássicos, a Economia deveria se preocupar com a 
produção, a distribuição e o consumo dos bens e serviços. Após o surgimento da teoria keynesiana, 
além desses três elementos, que compunham a chamada trilogia clássica, a Economia passou a tratar 
do crescimento econômico, da formação de emprego e do equilíbrio geral.
 Hoje em dia, outros temas importantes vêm sendo motivo de preocupação constante dos 
economistas, tais como a globalização da Economia, a sobrevivência das empresas frente à corrida 
tecnológica e a formação da demanda fortemente afetada pelas práticas de redução de custos, auto-
mação e desvio de fluxos de renda para outras regiões e países. Outra preocupação tem sido com 
os fatores ambientais devido ao rápido esgotamento de certos recursos naturais como água potável, 
florestas, aquecimento da atmosfera e outros elementos com graves consequências para a qualidade 
de vida no planeta.
 Assim sendo, em virtude da escassez, escolhas devem ser feitas. As decisões de escolha 
são tomadas em todos os níveis da sociedade: os indivíduos decidem quais produtos vão comprar, 
que ocupação profissional vai seguir e quanto dinheiro vai economizar; as empresas decidem quais 
produtos vão produzir e de que maneira; já os governos decidem quais projetos e programas serão 
implantados e como os financiarão.
 As escolhas feitas por indivíduos, empresas e governos sobre a produção de bens respon-
dem a três perguntas econômicas básicas:
16 
1. Quais bens devem ser produzidos? Não é possível produzir dois bens distintos quando existem 
recursos produtivos para apenas um. Por exemplo: se um hospital dedicar seus recursos para a 
realização de mais transplantes de coração, disporá de menos recursos para o cuidado com bebês 
prematuros.
2. Como esses bens devem ser produzidos? Existem formas alternativas de produzir os bens que 
desejamos. Por exemplo: as empresas de utilidade pública podem produzir eletricidade com energia 
solar ou hidrelétrica. Os professores universitários podem ensinar um novo conceito a seus alunos 
por meio de extensas palestras ou de aulas curtas e exercícios. Como produzir também é uma 
questão tecnológica e diz respeito à escolha dos processos de produção, à decisão entre importar 
e produzir internamente, entre adotar tecnologias mais desenvolvidas e de menor uso de mão de 
obra, ou assumir tecnologias menos desenvolvidas para gerar mais empregos.
3. Quem consome os bens produzidos? Ou, para quem produzir? Deve-se produzir bens e serviços 
para satisfazer àqueles que têm melhor poder aquisitivo ou produzir bens para satisfazer às carências 
da grande massa da população.
1.3 Análise econômica, inter-relação com outras ciências e divisão
 Uma das maiores dificuldades na investigação econômica é realizar experimentos controla-
dos com os agentes econômicos. Para amenizar os efeitos desses obstáculos, costuma-se introduzir 
a condição coeteris paribus nos modelos econômicos. Essa expressão consiste em dizer que todas 
as outras variáveis permanecem constantes. 
 Por exemplo, se estamos estudando a influência do preço na quantidade demandada de 
computadores, as demais variáveis que influenciam a demanda por esse bem (qualidade, configura-
ção, renda do consumidor etc.) permancem constantes. Assim, podemos analisar o efeito de uma 
mudança do preço dos computadores, coeteris paribus, na sua quantidade demandada.
17
1.3.1 A inter-relação da Economia com as demais ciências
 A autonomia de cada um dos ramos das ciências sociais não deve ser confundida com um 
total isolamento, pois as manifestações das modernas sociedades se encontram interligadas de certa 
forma e a realidade deve ser observada sob diferentes óticas e investigada em termos não unilaterais. 
Cada ciência observa e analisa a realidade do aspecto material do seu objeto, segundo a sua própria 
lógica formal e as visões sobre o mesmo objeto acabam se inter-relacionando.
 A economia, portanto, relaciona-se com diversas áreas do conhecimento humano. Basica-
mente podemos citar:
- Economia e Política: Querendo ou não, os destinos de uma nação são determinados no campo da 
política. São os dirigentes políticos que escolhem seus ministros e demais pessoas que vão determi-
nar as políticas econômicas que serão adotadas no país. A influência também é recíproca. Os grupos 
econômicos dominantes influenciam diretamente na condução da política.
- Economia e História: As ideias que constroem as teorias são formuladas num contexto histórico 
em que se desenvolvem as atividades e as instituições econômicas. Os próprios sistemas econômi-
cos estão condicionados à evolução histórica da civilização. A vantagem dos estudos num contexto 
particular da história decorre do volume generalizado de informações que são levantadas sobre o 
ambiente em que transcorrem os fatos econômicos. A história do ambiente enriquece os resulta-
dos analíticos. Afinal, as próprias teorias são frutos dos contextos histórico e estrutural em que são 
formuladas.
- Economia e Geografia: o desempenho das atividades econômicas são influenciados pelos aciden-
tes geográficos e inúmeras vezes as divisões regionais são utilizadas para estudar as questões ligadas 
aos diferenciais de distribuição de renda, de recursos produtivos, de localização de empresas, dos 
efeitos da poluição sobre o meio ambiente, do equilíbrio dado pelos custos de transportes, entre 
outras. Todas as atividades econômicas envolvem um contexto espacial.
18 
- Economia e Sociologia: quando a política econômica visa atingir os indivíduos de certas classes 
sociais, interfere diretamente no objeto da sociologia, isto é, a dinâmica da mobilidade social entre 
as diversas classes de renda. As políticas salariais ou de gastos sociais como educação, saúde, trans-
portes, por exemplo, influenciam direta ou indiretamente essa mobilidade.
- Economia, Matemática e Estatística: A economia faz uso da lógica matemática e das probabilida-
des estatísticas. Muitas relações de comportamento econômico podem ser expressas por funções 
matemáticas, por exemplo, a quantidade demandada Q de um bem? por um indivíduo é uma fun-
ção linear da sua renda disponível R, do preço do bem P, dos preços dos bens substitutos S, e dos 
complementares C, isto é:
Q = a – bP + cR + dS - eC em que a, b, c, d e e são constantes.
 Todavia, a economia não é uma ciência exata em que se pode programar os resultados sem 
erros. Por exemplo, se todas as pessoas ganhassem mais renda, é fácil imaginar que nem todos irão 
gastar as mesmos proporções em consumo. É praticamente impossível prever com exatidão o com-
portamento de um indivíduo particular, mas pode-se prever com base no valor médio de gastos da 
coletividade.
- Economia e Tecnologia da informação: Em uma economia global a tecnologia da informação de-
sempenha um importante papel, pois as empresas estão estabelecendo um mecanismo global de 
produção e comercialização, por meio do computador e da internet. A globalização macroeconô-
mica está intimamente relacionada com a difusão global de informação.Em um sentido macroeco-
nômico, tecnologia da informação afeta os padrões de produção, investimento e emprego. Em um 
sentido microeconômico, a tecnologia muda as atividades de informação empresarial. 
 Poderíamos ainda citar outras inter-relações da teoria econômica com outras ciências como: 
o direito, a religião etc.
19
1.3.2 Divisão da Economia
 É importante compreender que a Economia, a partir da sua evolução enquanto ciência, 
precisou ser dividida. De uma forma didática, a divisão pode ser relacionada e explicada da seguinte 
forma:
- Economia descritiva ⇒ é a parte da ciência econômica que busca descrever os fenômenos e os 
fatos econômicos que ocorrem no cotidiano dos agentes econômicos (empresas, famílias, setor 
externo e governo). Realiza o levantamento das informações e sua classificação a fim de compreen-
der a dinâmica dos processos econômicos. Por exemplo, o levantamento das informações sobre o 
comportamento dos preços dos produtos, ou seja, a inflação;
- Teoria Econômica ⇒ o foco dessa divisão é criar teorias que possam explicar os comportamentos 
apresentados pela economia descritiva. Ou seja, a teoria econômica cria equações, explicações, leis 
e teoremas que permitem o entendimento geral dos fatos econômicos. Por exemplo, a teoria exis-
tente sobre os tipos de inflação (de demanda, de oferta, inercial e estrutural). A teoria econômica 
pode ser divida em duas componentes:
 - Microeconomia ⇒ cujo foco é o estudo dos agentes econômicos de forma isolada, ou 
seja, estuda-se o comportamento do consumidor, as decisões da empresa, a dinâmica do mercado 
por meio da lei da oferta e da demanda, as estruturas em que classificam os mercados, entre outras 
considerações.
 - Macroeconomia ⇒ tenho como objetivo estudar os fatos econômicos de maneira geral, 
global e agregada focando em temas como o crescimento econômico, o desenvolvimento econômi-
co, as relações comerciais externas, a distribuição da renda, o consumo e o investimento agregado, 
a inflação, entre outras questões.
- Política Econômica ⇒ baseia-se nas teorias econômicas e no contexto em que os fatos ocorrem 
para tentar direcionar o comportamento da economia. Ou seja, procura “desenhar” o caminho a 
20 
ser seguido para se atingir os objetivos, principalmente, macroeconômicos. Vamos agora conhecer 
os princípios básicos que regem a teoria econômica.
1.4 Princípios Econômicos 
 Para compreender melhor a economia, precisamos entender seus principais princípios. Po-
demos enumerar cinco princípios básicos que fornecem as bases para a teoria econômica. 
 Os princípios econômicos fornecem a lógica subjacente à análise econômica e, adicional-
mente ajudam a explicar suas ferramentas analíticas. São eles:
- O princípio do custo de oportunidade;
- O princípio marginal;
- O princípio dos retornos decrescentes;
- O princípio da externalidade;
- O princípio do valor real.
1. O princípio do custo de oportunidade:
 O custo de oportunidade de algo consiste no sacrifício de obtê-lo.
Esse Princípio:
- Incorpora a noção trade-off, ou seja, a noção de escolha;
- É necessário identificar qual das alternativas disponíveis você considera a melhor;
- A decisão deve ser embasada na comparação entre os benefícios e os custos de oportunidades.
 Como exemplos pode-se citar:
- Para muitos países em desenvolvimento, o custo de oportunidade de gastos militares corresponde 
ao fornecimento de água potável.
- A taxa de juros real mede o custo de oportunidade dos recursos. Assim a taxa de juros alta se 
traduz em altos custos de oportunidades para investimento.
21
2. O princípio marginal:
 Aumente o nível de uma atividade se o seu benefício marginal exceder o custo marginal; 
porém reduza o nível de uma atividade se o seu custo marginal exceder o benefício marginal. Se 
possível, selecione o nível em que o benefício marginal da atividade iguale a seu custo marginal.
Esse Princípio:
- Fornece uma regra simples que auxilia os indivíduos, as empresas e os governos a tomarem deci-
sões.
- Demonstra de que maneira a mudança de uma unidade de determinada variável afeta o valor de 
outra variável.
- O termo marginal indica uma pequena mudança ou mudança incremenntal, em suma, sde uma 
unidade a mais. 
- O benefício marginal de alguma atividade é o benefício adicional resultante do aumento de uma 
unidade na atividade.
- O custo marginal é o custo adicional resultante do aumento de uma unidade na atividade.
- De acordo com esse princípio, você deve aumentar o nível de atividade enquanto o benefício 
marginal for maior que o custo marginal.
 Exemplos:
- Se uma empresa de ônibus acrescentar um terceiro ônibus diariamente no percurso entre duas 
cidades, seus custos totais aumentarão de R$500,00 para R$600,00 por dia, e sua receita total au-
mentará em R$150 por dia, será que a empresa deveria acrescentar um terceiro ônibus? SIM! Pois, 
o custo marginal é de R$100,00 e a receita marginal é R$150,00.
3. O princípio dos retornos decrescentes:
 Suponha que a produção de um bem seja realizada com dois ou mais insumos e que a quan-
tidade de um deles seja aumentada enquanto os outros permanecem fixos. Além de certo ponto 
– chamado ponto dos retornos decrescentes -, a produção aumentará a uma taxa decrescente.
22 
 Exemplo:
 Cecília tinha uma pequena loja de cópias xerográficas com uma máquina e um funcionário. 
Quando os pedidos começaram a acumular, decidiu contratar um segundo funcionário, esperando 
que, ao dobrar sua força de trabalho, dobraria também a produção de sua loja de 500 para 1000 
páginas por hora. Cecília ficou surpresa quando a produção aumentou para apenas 800 páginas por 
hora, porque não conhecia esse princípio.
- Retornos decrescentes no curto prazo e no longo prazo 
 - Os retornos decrescentes ocorrem no curto prazo, porque adicionar funcionários a uma 
instalação existente significa que cada funcionário ocupará uma parte menor da instalação, e cada 
um deles será menos produtivo.
- Esse princípio não é relevante no longo prazo porque os funcionários não precisarão dividir uma 
instalação de produção com um número cada vez maior de funcionários.
4. O princípio da externalidade:
 Os custos ou benefícios relativos à produção ou ao consumo de determinados bens não são 
restritos à pessoa ou à organização que os está produzindo ou consumindo.
- Uma externalidade ocorre quando pessoas alheias a uma decisão são afetadas por elas, seja na 
forma de benefícios (externalidade positiva), seja na forma de custos (externalidade negativa).
- Existem maneiras de o governo intervir no mercado para garantir que aqueles que tomam decisões 
arquem com os custos totais ou tenham os benefícios plenos de suas ações.
Exemplo de externalidade negativa: uma empresa que causa poluição de um 
rio em função dos efluentes gerados por sua produção não é cobrada por esse 
impacto.
Exemplo de externalidade positiva: um shopping é instalado no bairro em 
que você mora, tal fato provoca a valorização do seu imóvel sem que tenha ocorrida alguma 
contrapartida.
23
5. O princípio do valor real:
 O que importa para as pessoas é o valor real da moeda ou da renda – seu poder de compra, 
e não o seu valor nominal.
 Valor nominal de uma quantia de dinheiro é simplesmente o seu valor de face. Por exemplo, 
o valor nominal do salário pago por uma loja de livros é de R$45,00 por hora.
 Valor real de uma quantia de dinheiro é medida em termos de quantidade dos bens que essa 
quantia de dinheiro pode comprar. Por exemplo, o valor real do salário da livraria seria reduzido se 
os preços dos ingressos de cinemas e jornais aumentassem, ainda que o salário nominal permane-
cesse constante.
 Exemplos:
- As autoridades governamentais utilizam esse princípio quando elaboram programas públicos. Por 
exemplo, o governo busca ajustar a cada ano os valoresnominais do salário mínimo, a fim de garantir 
que os trabalhadores possam comprar a mesma quantidade de bens e serviços.
 Vocês poderão notar o uso desses princípios no decorrer de todo o estudo da teoria eco-
nômica, portanto, é necessário que vocês revisem esses conceitos de forma a facilitar o entendimen-
to das próximas unidades que veremos em relação ao comportamento do consumidor e da firma.
Vamos passar agora a conhecer os fatores de produção utilizados pelas empresas para a geração dos 
bens e serviços finais para o mercado consumidor.
1.5 Recursos ou fatores ou meios de produção
 Para satisfazer as necessidades humanas torna-se necessário produzir bens e serviços. Para 
isso, exige-se o emprego de recursos produtivos e de bens elaborados. Os recursos, que são ele-
mentos básicos utilizados na produção de bens e serviços, são denominados fatores de produção.
 Suas características: escassos, versáteis e combinados em proporções variáveis.
 De acordo com os economistas existem cinco fatores de produção:
1. Os recursos naturais: neste, englobam terra arável, depósitos minerais, água, reserva de petróleo 
24 
e gás, por exemplo – são fatores de produção criados pela ação da natureza e usados para produzir 
bens e serviços. Alguns economistas referem-se a todos os tipos de recursos naturais simplesmente 
como terra.
2. O trabalho ou mão de obra: é o esforço humano - físico ou mental – usado para produzir bens 
e serviços.
3. O capital físico: é composto pelos instrumentos auxiliares do processo produtivo. Alguns exem-
plos de capital físico são: máquinas, edificações, equipamentos, estradas, computadores, caminhões, 
entre outros.
4. A tecnologia: conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao processo de 
produção envolvendo todo este processo, em todas as suas etapas. Representa o fundo de conheci-
mento científico, técnico e organizacional aplicado da sociedade que permite mudanças e melhorias 
na produtividade dos demais fatores.
5. A capacidade empresarial: é o fator de produção que consiste no esforço usado para coordenar 
a produção e a venda de bens e serviços. Um empreeendedor concebe a ideia de produzir um 
bem ou um serviço e decide de que maneira a executará. Assim, esse empreendedor assume riscos, 
compromete dinheiro e tempo, sem garantias de lucros, na expectativa de obter sucesso.
1.5.1 As Possibilidades de Produção
 Para decidir o que produzir, uma sociedade deverá determinar previamente as combinações 
de produtos possíveis, considerando a disponibilidade de seus fatores de produção e seu conheci-
mento tecnológico.
 O gráfico ou curva de possibilidades de produção mostra as opções de produção disponíveis 
para uma economia, ou seja, as diferentes combinações de quantidades de produto que essa eco-
nomia pode produzir.
25
 Um gráfico bidimensional pode ilustrar adequadamente as opções de produção usando duas 
categorias gerais de bens, como por exemplo, bens agrícolas (Alimentos) e bens de capital (Máqui-
nas). Este gráfico pode mostrar outros pares de opções de produções específicas como armas e 
manteiga, aviões e soja ou automóveis e alimentos.
 Ou seja, os trabalhadores produzem uma variedade de bens e serviços, cuja quantidade está 
limitada pela disponibilidade de recursos (fatores de produção) e pela tecnologia que dominamos. 
Essas duas restrições limitam as possibilidades de produção de um país, de modo que escolhas de-
vem ser feitas. Esse limite é descrito pela curva (ou fronteira) de possibilidades de produção (CPP). 
Em termos um pouco mais formais, a CPP pode ser representada por um gráfico que delimita todas 
as combinações de bens e serviços que podem ser produzidas (também denominada de produção 
potencial ou de pleno emprego dos fatores).
 Para entender esse conceito, vamos considerar que uma economia produza somente dois 
bens: máquinas e alimentos. A tabela 01 e o Gráfico 01 apresentam algumas combinações para as 
quantidades de máquinas e alimentos a serem produzidas simultaneamente.
Alternativas de Produção Máquinas (Milhares) Alimentos (toneladas)
A 25 0
B 20 30
C 15 47
D 10 60
E 0 70
Tabela 1 - Possibilidade de Produção
Fonte: adaptado dos autores por Design Unis EAD
26 
Gráfico 1 - Curva de Possibilidade de Produção
Fonte: elaborado pelo próprio autor
 No Gráfico 01, os pontos localizados sobre a curva (pontos A, B, C, D e E) representam a 
máxima eficiência de produção, considerando a tecnologia e a quantidade de fatores de produção 
disponíveis. De outra forma, os pontos sobre qualquer CPP representam uma economia operando 
no pleno emprego (no limite da capacidade produtiva), utilizando todos os fatores de produção 
com a melhor técnica disponível. Pontos no interior da fronteira de produção seriam produções 
factíveis, mas não eficientes, pois seria possível aumentar a produção de ambos os bens (máquinas 
e alimentos) com a utilização da mesma quantidade de fatores (ponto F, por exemplo). Já os locali-
zados fora da CPP, como o ponto G, estariam além das possibilidades de produção da economia e 
não seriam atingidos com os recursos correntes.
 Vale ressaltar que a situação mostrada acima deve ser entendida como de curto prazo em 
que tanto o estoque de fatores de produção como a tecnologia são constantes.
Vocês conseguem imaginar qual seria o efeito de um avanço tecnológico (me-
lhor aproveitamento dos recursos existentes) na CPP? Ele deslocaria a possibili-
dade produção para cima e para direita permitindo que a economia produzisse 
mais de ambos os bens (alimento e máquinas) com a mesma quantidade de 
fatores. Movimento semelhante aconteceria na CPP caso os estoques dos fatores de produção 
também fossem aumentados, mesmo que a tecnologia se mantivesse a mesma
27
 A curva de produção representa um importante fato: “uma economia no pleno emprego 
precisa sempre, ao produzir um bem, desistir de produzir um tanto de outro bem”. Assim, estare-
mos definindo um dos conceitos mais importantes da economia, o Custo de Oportunidade, que 
corresponde exatamente ao sacrifício do que se deixou produzir, ou, em outras palavras, o custo ou 
a perda do que não foi escolhido e não o ganho do que foi escolhido.
 Nessa primeira unidade tivemos a oportunidade de apresentar os con-
ceitos básicos sobre economia, entendendo a escassez como a questão básica 
que norteia os estudos dessa ciência.
 Também pudemos compreender as inter-relações da economia com as 
demais ciências, bem como as suas divisões básicas.
 Ao final, salientamos os princípios gerais das ciências econômicas e também os fatores de 
produção e a configuração destes na curva de possbilidades de produção.
Objetivos da Unidade
Evolução do Pensa-
mento EconômicoII
 Apresentar uma síntese da evolução do pensamento econô-
mico, enfatizando as principais escolas econômicas.
 Ao final dessa Unidade vocês serão capazes de:
- Identificar as principais ideias econômicas e seus representantes.
- Diferenciar as características básicas de cada uma das principais 
escolas econômicas.
29
2.1 Introdução
 A Economia surgiu como ciência através de Adam Smith (1723-1790), considerado o pai 
da Economia Política. Sua obra, A Riqueza das Nações, publicada em 1776, constituiu um marco na 
história do pensamento econômico. 
 Antes disso, a Economia não passava de um pequeno ramo da filosofia social, como atestam 
as contribuições do abade e filósofo francês Turgot (1727-1781). Com o Mercantilismo (1450-
1750), as ideias econômicas conheceram algum desenvolvimento, mas na Antiguidade e na Idade 
Média as relações econômicas eram bastante simples. Ou seja, na fase pré-científica (das origens 
até 1750), a economia esteve subordinada à filosofia, à política e à religião, prestando serviços à 
cidade-estado (Antiguidade), ao bem comum (Idade média) e ao Príncipe (Renascimentoe mercan-
tilismo).
 Na fase que teve início em 1929, as críticas apresentadas às teorias neoclássicas atingiram 
seu ponto culminante, que se caracterizou por ser um período de grandes debates sobre o com-
portamento ótimo do produtor e consumidor. Esse período ficou conhecido como o período da 
revolução keynesiana.
 Então vamos entender mais de perto esses acontecimentos que contribuíram para a evolu-
ção do pensamento econômico até os nossos dias, a partir do Mercantilismo.
2.2 Mercantilismo
 As ideias e práticas econômicas desenvolvidas nos séculos XVI e XVII e, até metade do 
século XVIII, são conhecidas como mercantilismo.
 O que a Idade Média condenava como pecado, o mercantilismo passou a considerar como 
espírito de empreendimento. As restrições ao comércio e aos lucros foram postas de lado. O co-
mércio internacional na época tornou-se um dos mais fortes instrumentos de política econômica. 
Os pensadores dessa corrente consideravam que a riqueza das nações se concentrava em acumular 
ouro e metais preciosos a fim de sustentar um exército poderoso e a corte luxuosa. 
30 
 Seguindo os pensadores econômicos dessa época, para acumular tesouro o país deveria 
exportar mais do que importar e receber a diferença em ouro e prata, moedas da época. Ou seja, 
o país deveria ter uma balança comercial superavitária!
 Historicamente, o processo de acumulação de riquezas, notadamente ouro e prata, retrata 
o momento crucial para o desenvolvimento do capitalismo. Esse acúmulo de ouro e prata não seria 
possível sem a exploração desenfreada das colônias, notadamente nas Américas. O interesse da 
metrópole sobre essas colônias era meramente mercantil: matérias-primas, minerais, e depois pro-
dutos agrícolas de subsistência e, só mais tarde, mercado consumidor dos produtos fabricados nas 
metrópoles.
 O Mercantilismo, que pode ser entendido como uma etapa que separa o feudalismo do 
capitalismo, foi responsável por estabelecer a política expansionista e protecionista necessária para 
a pilhagem que se seguiu. Toda a estrutura colonial foi montada com o único objetivo de garantir 
às grandes potências econômicas as riquezas necessárias ao seu entesouramento. E isso, na política 
metalista que vigorava, era a condição essencial para estabelecer o poderio econômico de um país.
Acumular, acumular, acumular! Esse era o verbo mais pronunciado no período 
do mercantilismo, e para tanto, os saques às riquezas das colônias não tinham 
limites, e o esgotamento de um produto levava, de imediato, à sua substituição 
por outro.
 De uma forma geral, o mercantilismo defendia os seguintes princípios básicos: 
1) O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento de seus vizinhos e 
colônias; 
2) a riqueza da economia nacional depende do aumento da população e do aumento do volume 
de metais preciosos no país; 
3) o comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança comercial favorável 
que se aumenta o estoque de metais preciosos;
31
4) o comércio e a indústria são mais importantes para a economia nacional que a agricultura. Essa 
concepção levava a um intenso protecionismo estatal e a uma ampla intervenção do Estado na 
economia. 
5) Uma forte autoridade central era tida como essencial para a expansão de mercados e para a 
proteção dos interesses comerciais.
2.3 A Fisiocracia
 A Fisiocracia, escola de pensamento econômico posterior ao mercantilismo, foi liderada pelo 
médico francês François Quesnay (1694-1774), autor da obra O quadro econômico, em que analisa 
as variações do rendimento de uma nação. 
 Para os fisiocratas, os fenômenos econômicos precisam circular livremente no espaço e 
entre setores, seguindo leis naturais, como o sangue no organismo humano. Essa ideia de ausência 
de obstáculos para uma melhor circulação dos bens e serviços, assim como do fluxo de rendas, 
constituiu o embrião das teorias econômicas modernas. Segundo a doutrina fisiocrática, a sociedade 
é formada pela classe produtiva (agricultores), pela classe dos proprietários de terras e pela classe 
estéril, compreendendo esta última todos os que se ocupam do comércio, da indústria e dos servi-
ços.
 A agricultura era considerada produtiva por ser, para os Fisiocratas, o único setor que gera 
valor. Desse modo, os preços agrícolas deviam ser os mais elevados possíveis (teoria do bom preço), 
a fim de gerar lucros e recursos para novos investimentos agrícolas. 
 Os consumidores seriam compensados pela cobrança de um imposto único sobre a renda 
dos proprietários de terras e por medidas que reduzissem os preços industriais. A ideia de classe 
estéril resultou da reação fisiocrática contra a doutrina mercantilista. A moeda passou a ter apenas 
função de troca e não de reserva de valor, pois este encontra-se somente na agricultura. A indústria 
e o comércio constituem desdobramentos da agricultura, pois apenas transformam e transportam 
valores. 
 A terra produz valor por sua fertilidade, seguindo leis físicas ou de ordem natural. Desse 
32 
modo, a agricultura precisava ser incentivada para aumentar o produto nacional. No entanto, não 
era isso que se via na prática: a agricultura era penalizada pela ação discriminatória do Estado. Quan-
do havia boas colheitas, a abundância de produtos reduzia os preços, pois os produtos não podiam 
ser escoados de regiões com produção abundante para regiões com produção insuficiente. Em caso 
de más colheitas, a escassez resultante de produtos tendia a aumentar os preços.
 É importante salientar que foi com essa escola econômica que se começou a tratar sobre o 
liberalismo econômico, que seria uma das bases da economia clássica que viria a seguir.
2.4 Escola Clássica
 A Escola Clássica teve como marco inicial o lançamento do livro “A riqueza das Nações”, em 
1776, pelo escocês Adam Smith. Seu livro se preocupava com o bem-estar econômico de todos os 
membros da sociedade e a elevação do nível de vida da população.
 O pensamento dos economistas clássicos fundamenta-se, portanto, na liberdade individual e 
no comportamento racional dos agentes econômicos. Ao Estado caberia assegurar essa liberdade, 
proteger os empreendimentos e os direitos de propriedade; manter a ordem e a segurança dos 
cidadãos; investir na educação, saúde e em certas obras públicas.
 Adam Smith estabeleceu as bases científicas da teoria econômica moderna. Ao contrário dos 
Mercantilistas e Fisiocratas, que consideravam os metais preciosos e a terra, respectivamente, como 
os geradores da riqueza nacional, para Adam Smith, o elemento essencial da riqueza é o trabalho 
produtivo. Assim o valor pode ser gerado fora da agricultura, toda vez que uma mercadoria for 
vendida a um preço superior ao seu custo de produção.
 O liberalismo e o individualismo dos clássicos estavam associados ao bem comum: os ho-
mens, ao maximizarem a satisfação pessoal, com o mínimo de dispêndio ou esforço estariam contri-
buindo para a obtenção do máximo bem-estar social, era a chamada Harmonia de Interesses. 
 Tal harmonização seria feita, segundo Adam Smith, por uma espécie de mão invisível: o livre 
funcionamento do mercado, com o sistema de preços determinando as quantidades a serem pro-
duzidas e vendidas, gera automaticamente o equilíbrio econômico.
33
 No preço correspondente ao equilíbrio, as quantidades demandadas pelo público corres-
pondem às quantidades ofertadas pelas empresas. Não há excesso de produtos não vendidos (au-
mento dos estoques não desejados), nem sua escassez (consumidores não atendidos). O mercado 
funciona como se houvesse uma mão invisível regulando o equilíbrio entre as quantidades ofertadas 
e demandadas.
 A ideia de satisfação pessoal dos consumidores e de maior bem-estar do conjunto da po-
pulação está relacionada com a doutrina hedonística do prazer. Essa doutrina,igualmente presente 
entre os Fisiocratas, também leva à ideia de racionalidade: os consumidores vão optar pela obtenção 
de maiores quantidade de bens (maior satisfação) e pelo pagamento de menores preços; os produ-
tores desejam sempre maiores lucros, motivo pelo qual tendem a pagar menos pelos insumos e a 
pedir os maiores preços possíveis pelos seus produtos.
 Além de Smith alguns outros pensadores apresentaram grandes contribuições para a Escola 
Clássica, entre eles devemos destacar:
- David Ricardo: cujo foco do estudo foi a determinação do valor dos bens e a teoria das vantagens 
comparativas. Essa última foi a base sobre a qual se estruturou as relações econômicas externas até 
meados do século XX. Segundo ela, cada país deveria se especializar na produção dos bens sobre 
os quais tivesse vantagem em comparação com os demais países.
- Jean-Baptiste Say: autor da famosa frase “toda a oferta cria a sua própria demanda” que ficou 
conhecida como Lei de Say. Essa fundamentação permaneceu como um fundamento econômico 
importante até a Grande Depressão de 1929.
- Thomas Robert Malthus: que desenvolveu a teoria da população e foi um dos primeiros a afirmar 
a importância da demanda para a economia.
34 
2.5 Escola Marginalista
 A Escola Marginalista ou Neoclássica forma a base atual da microeconomia e foi desenvolvi-
da pelos professores austríacos Carl Menger, Friedrich Von Wieser e Eugenvon Bohn-Bawerk. Con-
sideravam que a Economia deveria partir das reais necessidades humanas e das leis que determinam 
a utilização dos recursos escassos de produção. 
 Ainda no final do séc. XIX e início do séc. XX, Léon Walras e Vilfredo Pareto, também 
marginalistas, inauguraram outra corrente de pensamento preocupada com a análise de equilíbrio 
geral, tentando dar à Economia uma estrutura científica, através do desenvolvimento de modelos 
matemáticos, para explicar a interdependência das atividades econômicas.
 O mais destacado marginalista, também conhecido como neoliberal, foi, sem dúvida, Alfred 
Marshall, que resumiu o pensamento dos marginalistas à luz dos pressupostos da Teoria Clássica, 
dando maior clareza a muitos pontos abordados por seus antecessores.
2.6 Reações ao Liberalismo
 Pessoal, o extremo liberalismo, defendido pelos economistas clássicos e pelos Fisiocratas, 
levou a sérios problemas sociais, pois as leis naturais que deveriam regular a economia pareciam 
inoperantes diante das sucessivas crises que abalavam as economias. Entre as principais reações ao 
liberalismo podemos citar:
- A Escola Histórica alemã;
- A Escola Socialista e;
- A Revolução Keynesiana.
2.6.1 Escola Histórica Alemã
 Propunham ampla revisão dos métodos de pesquisa econômica dos clássicos como também 
defendiam a superposição do Estado aos interesses individuais. A importância dessa escola está no 
35
método de investigação, tendo ela chamado a atenção dos pensadores econômicos para o valor da 
pesquisa histórica e da formação da sociedade sobre o estágio de desenvolvimento.
2.6.2 Escola Socialista
 No séc XVII e XVIII essa escola seria constituída pelos utopistas franceses como Saint Simon, 
Fourier e Proudhon e pelos associativistas ingleses entre os quais destacaram-se Robert Owen, 
Willian Thompson e outros. As obras desses autores não passaram de ensaios sobre uma economia 
socialista. 
 Quem deu textura e base filosófica ao sistema econômico socialista foi Karl Marx, que, jun-
tamente com Friedrich Engels, publicou em 1848, o Manifesto Comunista e, em 1867, publicou O 
Capital, que é considerada a obra básica da teoria socialista. 
 Marx contestou a propriedade privada e a apropriação da mais-valia, através do lucro em-
bolsado pelo empresário capitalista. Filósofo e com grandes habilidades literárias Marx pode ser 
considerado entre os três economistas mais lidos e de maior influência em toda a história econômica 
universal.
2.6.3 Revolução Keynesiana
 John Maynard Keynes, nascido em 1883, ano da morte de Marx, publicou em 1936, sua 
obra-prima intitulada The General Theory of Employment, Interest and Money (A Teoria Geral do 
Emprego, do Juro e da Moeda) em que apresentava novo enfoque para a análise econômica, esta-
belecendo importante papel do Estado na condução das atividades econômicas, principalmente no 
caso de recessão.
 Quando os economistas clássicos não conseguiam explicar o fenômeno da recessão e não 
apresentavam instrumentos válidos de política econômica, ou seja, a economia de mercado se mos-
trava inoperante, Keynes pela teoria da demanda agregada, demonstrou que nesse caso o papel do 
Estado seria fundamental para, através do aumento de gastos públicos e consequente aumento da 
36 
demanda agregada, incentivar a produção.
 Ele partiu do princípio de que é a demanda que gera a oferta, ao contrário do que diziam 
os clássicos através da Lei de Say, concluindo que o aumento da produção só seria possível com o 
aumento da demanda agregada. 
 A expansão da renda derivada do aumento dos gastos do governo iria dar maior poder 
aquisitivo à população que demandaria mais produtos, o que geraria mais empregos e mais renda e 
novamente maior demanda e consequentemente maior produção e assim por diante.
 A aplicação da teoria keynesiana reergueu o nível de atividade econômica no período da 
crise de 1929 e deu embasamento para a expansão da atividade estatal. O incentivo aos gastos pú-
blicos foi seguido pelos governos não apenas como forma de tirar as economias da recessão, mas 
também deu base para posteriores teorias do crescimento e políticas desenvolvimentistas.
2.7 Pensamento econômico recente: uma breve abordagem
 A partir de 1950, desenvolveu-se na América latina a corrente estruturalista, liderada pelos 
economistas da CEPAL, com sede no Chile.
Estes economistas estavam preocupados com o crescimento do subdesenvolvimento e o distancia-
mento entre países ricos e países pobres. Segundo esses economistas, o subdesenvolvimento não 
é um atraso tecnológico no desenvolvimento de uns países em relação a outros, como até então 
se afirmava. A base de subdesenvolvimento está nas relações injustas de trocas e na dependência 
tecnológica.
 Os países ricos detém tecnologias mais avançadas e impedem, através de leis de proteção 
e direitos autorais e patentes, que outros países delas se beneficiem. E quando essas tecnologias 
chegam aos países menos desenvolvidos é porque já estão absoletas nos países de origem.
Alem disso, as relações de trocas são injustas, dado que as matérias-primas agrícolas e minerais saem 
do país onde são geradas com valor muito baixo, retornando em forma de bem manufaturado com 
valor muito mais alto.
 Os economistas que não são estruturalistas explicam o subdesenvolvimento como falta de 
37
cultura, de capital, mortalidade infantil, etc., que são mais consequências de pobreza em que vive os 
povos dos países mais pobres do que causas do seu subdesenvolvimento.
 A teoria estruturalista apesar do mérito de ter levantado essa análise das relações entre os 
países desenvolvidos e subdesenvolvidos, não conseguiu desenvolver uma análise completa do valor 
e do equilíbrio geral da Economia.
 Os atuais estudiosos de economia se alinham ora com a corrente liberal, ora com o pensa-
mento keynesiano. Com a globalização da economia e o grande avanço das megacorporações em-
presariais, a teoria liberal ganhou mais adeptos, porque o enfraquecimento do Estado, a privatização 
e a concepção de que o capital não tem nacionalidade, interessa aos detentores do capital e aos 
países-sede das empresas transnacionais.
 É inegável que os resultados negativos da teoria liberal aplicada, que vêm dilapidando o pa-
trimônio produtivo nacional de vários países, levam a melhor vertente dos pensadores econômicos 
a inflar as velas dos seus pensamentos em direções opostas e a formularcríticas contundentes ao 
liberalismo e ao receituário recessivo do FMI.
 Cabe salientar que nos últimos anos ganharam força os estudos econômicos que utilizam 
avançados conceitos matemáticos, principalmente no que tange à Teoria dos Jogos e à Teoria das 
Expectativas Racionais. Porém, ganharam força também os estudos sobre o desenvolvimento eco-
nômico, a economia do bem-estar e a economia comportamental.
 Nessa unidade tivemos a oportunidade de estudar as principais corren-
tes econômicas que fundamentaram a evolução do pensamento econômico 
mundial.
 Desde a escola mercantilista até as abordagens modernas, o pensa-
mento econômico sempre buscou compreender as relações entre os agentes e forma de melhor 
utilizar os recursos escassos em proveito da sociedade.
 Em nossos dias atuais, novos e antigos pensamentos “debatem” a melhor forma de se 
conduzir a economia.
Objetivos da Unidade
Demanda e OfertaIII
 Apresentar os conceitos referentes à oferta e demanda e 
como a inter-relação dessas forças determinam o equilíbrio de 
mercado.
 Ao término do estudo desta unidade, vocês saberão:
- Como a oferta e a demanda de bens determinam os preços e as 
quantidades no mercado competitivo;
- Quais são os fatores que influenciam o comportamento da oferta 
e da demanda no mercado.
39
3.1 Mercado e Preços
 Mesmo sendo algo tão evidente em nosso dia a dia, conceituar mercado é um trabalho até 
certo ponto árduo.
 De uma forma geral e no contexto econômico, o Mercado pode ser entendido como qual-
quer estrutura que permite a compradores e vendedores obterem informações e fazerem negócios 
uns com os outros.
 Alguns mercados são locais físicos onde compradores e vendedores se encontram e onde 
um leiloeiro ou um corretor ajuda a determinar os preços. Como exemplo desse tipo de mercado 
pode-se citar a Bolsa de Valores. Pode-se identificar também como mercado os grupos de pessoas 
espalhadas pelo mundo que nunca se encontram e sabem pouco uma das outras, mas estão conec-
tadas pela internet e telefone. São exemplos dessa modalidade os mercados de comércio eletrônico 
e de câmbio.
 Mas, a maioria dos mercados consiste em um grupo desorganizado de compradores e 
vendedores. Nós fazemos a maioria das negociações neste tipo de mercado. Os vendedores são 
as dezenas de milhares de lojas de varejo de diversos produtos, tais como roupas, calçados, eletro-
domésticos etc. Cada comprador pode visitar várias lojas diferentes, e cada vendedor sabe que o 
comprador tem várias opções de lojas à sua escolha.
3.1.1 Mercado Competitivo
 Os mercados variam na intensidade da concorrência que compradores e vendedores en-
frentam. 
 O mercado competitivo é um mercado com muitos compradores e muitos vendedores, de 
modo que nenhum comprador ou vendedor individual pode influenciar o preço. 
 Os produtores ou vendedores oferecem itens para a venda somente se o preço é alto o 
suficiente para cobrir seus custos, incluindo o custo de oportunidade. Os consumidores reagem às 
variações do custo de oportunidade buscando alternativas mais baratas para itens caros.
40 
3.1.2 Relação Entre Preço e Custo de Oportunidade
 Na vida cotidiana o preço de um objeto é o número de unidades monetárias que devem ser 
dadas em troca desse objeto. Os economistas chamam esse preço de preço monetário.
 O custo de oportunidade de uma ação é alternativa de maior valor da qual se abre mão. Se, 
quando compra uma xícara de café, a coisa de maior valor da qual você abre mão é chicletes, da qual 
você abdica. É possível calcular a quantidade de chicletes da qual se abre mão com base nos preços 
monetários do café e do chiclete. 
Lembram do princípio do custo de oportunidade? Pois é, seria bom vocês 
retornarem na unidade um e rever esse princípio, ok?
 Pessoal, a determinação dos valores de bens, de modo geral, é um dos desafios da economia 
e, para ajudar a explicar essa questão surgiram no passado duas teorias: 
- Teoria objetiva: segundo David Ricardo, o valor de um bem resulta do esforço ou do trabalho ne-
cessário à sua obtenção (visão mais socialista). Por exemplo: o valor de 8 horas de produção é exa-
tamente o dobro de 4 horas de produção. Ou seja, o preço é dado a partir dos custos de produção. 
- Teoria subjetiva: segundo os economistas da escola marginalista (que trouxe cálculos matemáticos 
para a ciência da economia), o valor de um bem está vinculado à sua utilidade (o quanto o bem é útil 
para quem consome) e sua escassez, ou seja, o que determina o preço é a preferência das pessoas, 
que pode também ser explicada pela necessidade ou desejo do consumidor. 
Atualmente, a teoria mais aceita mistura um pouco das duas teorias anteriores e está embasada no 
seguinte:
41
O valor de cada bem resulta do custo de produção (associado ao esforço e 
ao trabalho) e, também, da preferência e necessidade de quem os demanda. 
Conseguimos expressar o valor de uso (valor dado ao bem ou serviço) pela 
utilidade que proporciona a quem o consome ou pelo valor de troca (valor 
dado ao bem pelo custo de produção mais a utilidade percebida por quem oferta).
 Assim, os preços dos produtos resultam de um equilíbrio entre essas duas forças: a oferta 
(que representa o esforço ou os custos de produção) e a procura ou demanda (que representa a 
utilidade e a necessidade de quem consome).
 Essa teoria é chamada de Lei da oferta e da procura (demanda).
3.2 A Lei Da Demanda
 A teoria da demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre os 
diversos bens que seu orçamento permite adquirir. Seria como explicar o processo de escolha do 
consumidor perante as diversas alternativas existentes. 
 Tendo um orçamento limitado, o consumidor desejará distribuir sua renda entre os diversos 
tipos de bens e serviços de forma a alcançar a máxima satisfação possível que a sua renda lhe per-
mite.
 Os Agentes da Demanda – os consumidores – são aqueles que se dirigem ao mercado com 
o intuito de adquirir um conjunto de bens e serviços que lhes maximize sua função-utilidade (satis-
façam suas necessidades).
 As variáveis que influenciam a escolha do consumidor e a demanda podem, basicamente, ser 
resumidas em quatro:
a) Preço do bem: quanto mais alto o preço do bem, menor será sua demanda e vice-versa. Re-
lacionando todas as demandas individuais com os seus preços, obtemos a curva de demanda de 
mercado;
42 
b) Preço dos bens substitutos e complementares: quanto menor o preço de um bem substituto, 
menor será a demanda do bem que se está analisando. Imagine que você seja um produtor de 
refrigerantes e o preço do suco tenha reduzido drasticamente; com certeza há uma tendência dos 
consumidores em substituírem o consumo de refrigerante por suco, consequentemente haverá uma 
queda na demanda pelo seu produto. Além do preço dos bens substitutos, o preço dos bens com-
plementares também influi na demanda de determinado produto. Imagine que houve uma queda 
drástica no preço dos aparelhos de DVD, com certeza a demanda por filmes em DVD irá subir.
c) Renda do consumidor: quanto maior a renda, maior será o nível de consumo e maior a demanda 
por bens e serviços; o contrário ocorrerá para uma queda na renda.
d) Gostos, preferências e atitudes: uma simples mudança nos hábitos dos consumidores terá efeito 
na demanda do consumidor, ou seja, mudanças que ocorram na moda ou nos costumes influenciam 
diretamente a demanda pelos produtos que se relacionam com essas mudanças.
Dadas essas questões e variáveis, a demanda de um produto pode ser definida 
como o conjunto das diversas quantidades que os usuários estão dispostos a 
adquirir, ao longo do tempo, em função do seu preço.
 Se o bem for considerado um bem normal, a quantidade procurada é inversamente propor-
cional ao seu preço, ou seja, a quantidade demandada é tanto maior quanto menor for seu preço e 
vice-versa.A curva de procura (demanda) inclina-se de cima para baixo, no sentido da direita para a 
esquerda, refletindo o fato de que a quantidade procurada de determinado produto varia inversa-
mente com relação a seu preço, coeteris paribus.
 Matematicamente, a relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem ou servi-
ço pode ser expressa pela chamada Função Demanda ou Equação da Demanda:
43
Qd = f (P)
 A expressão Qd = f (P) significa que a quantidade demandada (Qd) é uma função (f ) do 
preço (P), isto é, depende do preço (P).
 A curva de demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: 
o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade de-
mandada será provocada por esses dois efeitos somados. Em suma, para o consumidor, o preço é 
um obstáculo a ser passado para atingir o seu objetivo.
 Vejamos a Lei da Procura de um bem normal em um gráfico:
Preço
Quantidade/Tempo
Curva de demanda
Gráfico 2 - Curva de Demanda ou de Procura
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
 Observação: esta curva pode se deslocar para a direita ou esquerda em função dos seguintes 
fatores determinantes: 
- A renda dos consumidores;
- Os gostos e preferências;
- Expectativas (ex.: informação de que o preço da gasolina irá aumentar na próxima semana);
- Os preços de outros produtos (sejam substitutos ou complementares).
 Uma pergunta interessante: será que a curva de demanda sempre assume essa forma? Não, 
44 
a curva de demanda pode assumir as seguintes posições: 
Posição Horizontal: significa que o preço é constante independentemente da quantidade demanda-
da. Um exemplo desta situação poderia ser um produto que possui inúmeros fornecedores.
Preço
Quantidade/Tempo
Curva de demanda
Gráfico 3 - Curva de Demanda Horizontal
Gráfico 4 - Curva de Demanda Vertical
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
Posição Vertical: significa que a quantidade demandada é constante e o preço pode variar livremen-
te, ou seja, a procura é fixa. Um exemplo poderia ser um produto de primeira necessidade.
Preço
Quantidade/Tempo
Curva de demanda
45
 Agora chegamos num ponto interessante. Será que existem produtos que quanto mais caros 
fiquem mais aumenta a quantidade consumida?
 A princípio parece impossível, mas imaginemos um aumento significativo de renda de uma 
parcela da população e que estas pessoas demandassem certos produtos, mesmo que estes tenham 
aumento de preço. Neste caso, a curva de demanda seria positivamente inclinada.
 Observação: a esse grupo de produtos que assume esse tipo de curva de demanda (“inver-
tida”) damos o nome de Bens de Giffen.
 Quando estudamos a demanda, outros fatores são importantes para entendermos as rela-
ções existentes e classificarmos os bens. No que tange o impacto na demanda oriundo da variação 
da renda dos consumidores podemos classificar os bens como:
- Bem Normal: é aquele cuja quantidade demandada aumenta quando a renda aumenta, porém o 
aumento dessa quantidade ocorre em uma proporção menor que a variação da renda. Assim quan-
do a renda aumenta ela poderá consumir mais CD’s, televisores, celulares etc.
- Bem Inferior: é aquele cujo aumento da renda provoca uma redução na quantidade demandada. 
Os bens inferiores geralmente são bens para os quais existem alternativas de maior qualidade. 
Exemplo de bens inferiores poderiam ser a mortadela, a margarina, o transporte coletivo. Geralmen-
te o consumo desses bens cai quando há um aumento da renda.
- Bem Superior ou de luxo: é aquele que, ao aumentar a renda, a quantidade demandada aumenta 
em uma proporção maior. Exemplo: carnes de primeira, carros mais luxuosos, viagens para o exte-
rior etc.
3.3 A Lei da Oferta
 Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam 
vender em determinado período de tempo. Assim como a demanda, a oferta de um bem depende 
de inúmeros fatores que são relacionados a seguir:
46 
a) Preço do bem: quanto maior o preço do bem, mais interessante será produzi-lo, portanto a oferta 
será maior. Relacionando a quantidade ofertada de um bem com seu preço, obteremos a curva de 
oferta.
b) Os custos de produção do bem: aumentos nos custos de produção comprometem a lucrativida-
de do empresário e consequentemente reduzem a oferta do bem.
c) Mudanças tecnológicas: os bens que mais se beneficiam de uma mudança tecnológica terão sua 
lucratividade aumentada e a curva de oferta se deslocará para cima.
d) O preço dos outros bens: a oferta de um bem pode ser alterada por mudança nos preços dos 
demais bens produzidos. Se o preço dos demais bens subirem e o preço do bem X permanecer 
idêntico, sua produção tornar-se-á menos atraente em relação à produção dos outros bens.
 Dados esses fatores, podemos entender a oferta de um produto como sendo o conjunto 
das diversas quantidades que os produtores estão dispostos a produzir e oferecer em função do 
preço de venda, por unidade de tempo.
 Se o bem for considerado um bem normal, a quantidade ofertada é diretamente proporcio-
nal ao seu preço, ou seja, a quantidade ofertada é tanto maior quanto maior for seu preço e vice-
versa.
 Matematicamente, a função ou equação da oferta é dada pela expressão:
Qo = f (P)
 A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem se deve ao 
fato de que, coeteris paribus, um aumento do preço no mercado estimula as empresas a produzirem 
mais, aumentando sua receita, ou seja, para os produtores o preço é um incentivo para a produção.
 Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de 
47
produção (matérias-primas, salários, preço da terra) e por alterações tecnológicas, ou pelo aumento 
do número de empresas no mercado.
Parece claro que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção 
seja inversamente proporcional. Por exemplo, um aumento dos salários ou do 
custo das matérias-primas deve provocar, coeteris paribus, uma retração da 
oferta do produto.
A relação entre a oferta e uma melhoria tecnológica é diretamente proporcional, o mesmo ocor-
rendo com uma variação no número de empresas ofertantes no setor.
 Vejamos a Lei da Oferta de um bem normal em um gráfico:
Preço
Quantidade/Tempo
Curva de demanda
Gráfico 5 - Curva de Oferta de um bem normal
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
 Portanto, esta curva pode se deslocar para a direita ou esquerda em função dos seguintes 
fatores determinantes: 
- Os preços de outros produtos (sejam substitutos ou complementares);
- Os custos de produção;
- Tecnologia;
- Casos fortuitos e ou de força maior etc.
 Da mesma forma que ocorre com a curva da demanda, a curva da oferta também pode 
assumir as seguintes posições:
48 
 Posição Horizontal: significa que o preço é constante, independentemente da quantidade 
ofertada. Essa posição da curva da oferta pode ocorrer quando, por exemplo, o produtor tem cus-
tos constantes e não necessita variar seu preço de venda.
Preço
Quantidade/Tempo
Curva de oferta
Gráfico 6 - Curva de Oferta Horizontal
Gráfico 7 - Curva de Oferta
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
Posição Vertical: significa que a quantidade ofertada é constante e o preço pode variar livremente, 
ou seja, a produção é dada independentemente do preço, como exemplo os produtos hortifruti-
granjeiros, que são altamente perecíveis e podem ter grandes alterações de preço em função, por 
exemplo, de fortes chuvas. Neste caso, o preço é determinado pela demanda.
Preço
Quantidade/Tempo
Curva de oferta
49
 Agora chegamos num ponto interessante: será que existem produtos que quanto mais ba-
rato fiquem mais aumenta aquantidade ofertada?
 A princípio parece impossível, mas imaginemos a situação na qual ocorra uma grande melho-
ria nos processos produtivos gerando uma economia de escala que permita produzir mais (ofertar 
mais) por um preço menor. Nesse caso a curva de oferta seria negativamente inclinada.
3.4 Equilíbrio de Mercado
 Pessoal, à primeira vista, Oferta e Demanda parece divergir sempre. Se o consumidor busca 
sempre o menor preço e o produtor deseja a maior remuneração possível pelo seu produto, como 
é possível um entendimento, uma harmonização entre esses dois lados do mercado, tão opostos 
entre si?
 Embora pareça pouco provável, os mercados funcionam de uma maneira que leva à conver-
gência entre Oferta e Demanda.
 É chegado o momento de juntar os dois lados do mercado, o da oferta e o da demanda, a 
fim de ver de que maneira o preço e a quantidade de equilíbrio são determinados. Nossa atenção 
estará voltada somente aos mercados do tipo competitivos, que são aqueles em que existem mui-
tos compradores e vendedores, de forma tal que nenhum deles, agindo individualmente, consegue 
exercer influência significativa sobre os preços e quantidades praticados no mercado.
 Existirá equilíbrio estável em um mercado de concorrência perfeita quando o preço corrente 
de mercado tende a ser mantido, se as condições de demanda e oferta permanecerem inalteradas.
 Preço de Equilíbrio de Mercado: é aquele que iguala as quantidades procuradas (demanda-
das) e ofertadas.
 Vejamos a representação gráfica do ponto de equilíbrio do mercado.
50 
Preço
Quantidade/Tempo
Ponto de equilíbrio de mercado
E
Curva de oferta
Curva de demanda
Gráfico 8 - Equilíbrio de mercado
Tabela 2 - Mercado competitivo de Camisas
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
 Pessoal, vamos entender a análise de equilíbrio através de um exemplo, ok? Suponha a 
ocorrência de escalas de oferta e demanda de camisas como mostra o quadro abaixo:
Preço 
($/camisa)
Quantidade 
Demanda 
(camisas/mês)
Quantidade 
Ofertada 
(camisas/mês)
Excesso de Oferta (+) 
Excesso de Demanda (-)
Pressão sobre o Preço
100,00 1.000 11.000 +10.000 Descendente
90,00 2.000 10.000 +8.000 Descendente
80,00 3.000 9.000 +6.000 Descendente
70,00 4.000 8.000 +4.000 Descendente
60,00 5.000 7.000 +2.000 Descendente
50,00 6.000 6.000 Equilíbrio Nenhuma
40,00 7.000 5.000 -2.000 Ascendente
30,00 8.000 4.000 4.000 Ascendente
20,00 9.000 3.000 -6.000 Ascendente
10,00 10.000 2.000 -8.000 Ascendente
51
 A escala de demanda mostra a quantidade de camisas que os consumidores estão dispostos 
a comprar a cada preço alternativo; ao passo que a escala de oferta indica a quantidade que os pro-
dutores estão dispostos a vender a cada possível preço.
 Se examinarmos atentamente as quantidades ofertadas e demandadas a cada nível de preço, 
descobriremos que existe apenas um preço — $ 50,00 — para o qual a quantidade demandada é 
exatamente igual à quantidade oferecida.
 Um preço que faz com que a quantidade demandada seja exatamente igual a quantidade 
ofertada é chamado Preço de Equilíbrio (ou Preço de Mercado); a quantidade correspondente a 
esse preço é chamada Quantidade de Equilíbrio. Esse preço emerge espontaneamente em um mer-
cado competitivo, em que a oferta e a demanda se confrontam. O preço de equilíbrio é aquele que, 
uma vez atingido, tende a persistir. 
 Sempre que o preço estiver acima do preço de equilíbrio, teremos excesso de oferta da 
mercadoria; esse excesso de oferta fará com que o preço diminua até atingir o equilíbrio.
 Por outro lado, sempre que o preço estiver abaixo do preço de equilíbrio, teremos excesso 
de demanda da mercadoria; esse excesso de demanda fará com que o preço aumente até atingir 
o equilíbrio. Vejamos, então, como o mercado caminha para o equilíbrio quando existe excesso de 
oferta e quando existe excesso de demanda.
3.4.1 Excesso De Oferta
 Observemos inicialmente as escalas de demanda e de oferta mostradas no quadro 3.1. Su-
ponhamos que, por um motivo qualquer, os produtores estabeleçam o preço da camisa em $ 70,00 
por unidade. Nessas condições, o que ocorreria no mercado? 
 O quadro 3.1 acima mostra que, a esse preço, os produtores estão dispostos a oferecer 
mensalmente 8.000 camisas, ao passo que os consumidores estão dispostos a comprar somente 
4.000 camisas/mês. Surge então um excedente (uma sobra) de 4.000 camisas no mercado. Esse 
excedente é chamado “Excesso de Oferta”. Se nada for feito, logo os fabricantes terão pela frente 
uma quantidade enorme de mercadoria encalhada. 
52 
 Certamente o acúmulo de estoques, período após período, não é uma coisa interessante 
para os produtores, uma vez que eles necessitam de dinheiro para pagar as despesas efetuadas na 
fabricação do produto. Com a intenção de realizar alguma receita e eliminar o excesso de mercado-
ria, os fabricantes passam a vender seu produto a preços mais baixos. Acontece que cada produtor 
acredita que, se vender a sua mercadoria por um preço inferior ao praticado pelos outros produto-
res, conseguirá atrair mais compradores e eliminar o seu excedente. 
 Ocorre, entretanto, que os outros produtores pensam e agem do mesmo jeito, criando um 
incentivo para que os preços se reduzam ainda mais. Além disso, os consumidores percebem o acú-
mulo de estoques e passam a diminuir o preço. Os preços começam a diminuir para $ 68,00, $65,00 
e assim por diante. Essas reduções de preços provocam aumentos nas quantidades demandadas de 
camisas; paralelamente, as reduções de preços provocam reduções nas quantidades ofertadas do 
produto.
 Suponhamos, então, que os preços, em função da competição, continuem baixando de tal 
forma que as camisas passem a ser vendidas a $ 60,00 a unidade. A esse preço os produtores colo-
cam no mercado 7.000 camisas por mês. Os consumidores, entretanto, estão dispostos a comprar 
5.000 camisas/mês a esse preço. 
 Existe ainda excesso de oferta de 2.000 camisas/mês. Pelo mesmo processo, o preço con-
tinua diminuindo até atingir $ 50,00 por unidade. A esse preço, os consumidores estão dispostos a 
comprar a mesma quantidade — 6.000 camisas — que os produtores estão dispostos a vender. Já 
não existe excesso de oferta de camisas atuando no sentido de baixar o preço do produto. Dessa 
forma, o preço de $ 50,00 é o Preço de Equilíbrio (ou Preço de Mercado), ao passo que a Quanti-
dade de Equilíbrio é de 6.000 camisas/mês.
3.4.2 Excesso de Demanda
 Ainda conforme o quadro 3.1, suponha que o preço da camisa inicialmente seja de $ 30,00 
a unidade. A esse preço existirão muitas pessoas querendo comprar a mercadoria, em um total de 
8.000 camisas por mês. A $ 30,00 por unidade, entretanto, os produtores estarão dispostos a ofere-
53
cer apenas 4.000 camisas/mês. Isso acontece porque, a preço tão baixo, poucos serão os produtores 
interessados ou em condições de produzir o bem em questão. 
 Muitos deles já terão abandonado o negócio, insatisfeitos com o preço praticado. Com a 
quantidade demandada superior a quantidade ofertada, haverá escassez de camisas, em um total de 
4.000 camisas por mês. Essa escassez é chamada de “Excesso de Demanda”. 
 Nessa situação, muitos consumidores — na tentativa de participar do mercado — se dis-
põem a pagar um preço mais elevado pelo produto. Surge entre eles uma disputa, uma verdadeira 
concorrência, cada qual querendo pagar mais para obter uma quantidade da mercadoria que o 
satisfaça. Por essa razão, o preço do produto aumenta. Com o aumento de preço, a quantidade 
demandada de camisas diminui, quer porque alguns consumidores não podem pagar um preço mais 
elevado pelo produto e saem do mercado, quer pelo fato de que preços mais elevados induzem os 
consumidores a reduzirem a quantidade demandada do produto. Por outro lado, em resposta ao 
aumentode preço, os produtores expandem sua produção, aumentando a quantidade oferecida da 
mercadoria.
 A redução na quantidade demandada e o aumento na quantidade ofertada reduzem a di-
ferença entre elas. Trabalharemos, então, com a hipótese de que o preço aumente para $ 40,00 a 
unidade. Em resposta ao aumento de preço, os produtores aumentam a produção e a oferta para 
5.000 camisas/mês. Mesmo assim, ainda haverá excesso de demanda de 2.000 camisas/mês, signifi-
cando que existem pressões no sentido de elevar ainda mais o preço do produto. 
 Suponhamos, então, que o preço aumente ate $ 50,00. A esse preço a quantidade de cami-
sas que os consumidores estão dispostos a comprar — 6.000 — é igual a quantidade que os produ-
tores querem vender. Já não existe excesso de demanda atuando no sentido de elevar o preço da 
camisa.
 Ao preço de $ 50,00 não existe nem “Excesso de Oferta”, nem “Excesso de Demanda”. A 
esse preço a quantidade ofertada é exatamente igual à quantidade demandada. Não existe nenhuma 
tendência para que o preço mude. Esse é o “Preço de Equilíbrio”.
 Em termos gráficos, o equilíbrio ocorre na interseção das curvas de oferta e demanda de 
mercado.
54 
 A Figura 3.8 nos mostra as curvas de demanda e de oferta obtidas a partir das escalas que 
acabamos de analisar. O preço e a quantidade de equilíbrio correspondem ao ponto em que a cur-
va de demanda e de oferta se cruzam (ponto E), com o preço de equilíbrio sendo de $ 50,00 e a 
quantidade de equilíbrio de 6.000 camisas/mês. O preço e a quantidade de equilíbrio são os preços 
e quantidades que atendem simultaneamente às aspirações dos consumidores e dos produtores.
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 11.000
E Ponto de Equilíbrio
Oferta
Demanda
Quantidade
(carreiras/mês)
Gráfico 9 - Equilíbrio no mercado de Camisas
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
 Nessa unidade tivemos a oportunidade de estudar um dos conteúdos 
mais importantes da microeconomia: a lei da oferta e da demanda. Tal teoria 
nos permite compreender o comportamento normal de um mercado com-
petitivo e como as decisões de produtores e consumidores, influenciados por 
fatores específicos, atuam na dinâmica desse mercado.
 Do encontro entre a oferta e a demanda surge o equilíbrio de mercado, em que se deter-
mina o preço que permitirá a igualdade entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada. 
Nesse equilíbrio não existirá nem excesso de demanda nem excesso de oferta.
Objetivos da Unidade
Teoria do ConsumidorIV
 Compreender a forma como a teoria microeconômica expli-
ca o comportamento do consumidor e as suas decisões.
 Ao término dessa unidade vocês serão capazes de:
- Explicar o que limita as escolhas de consumo de um indivíduo;
- Entender a diferença entre utilidade total e utilidade marginal;
- Entender porque a curva de demanda individual é decrescente;
- Entender a relação entre excedente do consumidor e curva de 
demanda.
56 
4.1 Consumo e a Restrição Orçamentária
 As escolhas de consumo de um indivíduo são limitadas pela renda individual e pelos preços 
dos bens que esse consumidor compra. O indivíduo tem determinada renda para gastar e não tem 
como influenciar o preço dos bens e serviços que compra. Ou seja, a única variável a qual o consu-
midor consegue influenciar é o destino da sua renda, denominada como linha ou restrição orçamen-
tária.
 A restrição orçamentária de um consumidor descreve os limites de suas escolhas de consu-
mo. 
 Vejamos um exemplo: Marta tem uma renda de $30 ao mês e planeja comprar somente 
dois bens: filmes e refrigerantes. O preço do filme é $6,00 e do refrigerante $3,00.
 A tabela 3 ilustra quanto Marta pode consumir de filmes e refrigerantes. Os pontos de A a 
F da linha orçamentária mostram seis maneiras de dividir os $30 entre esses dois bens.
 Por exemplo, Marta pode assistir a dois filmes por $12 e comprar seis refrigerantes por 
$18 (linha C). Os pontos de A a F da Figura 4.1 ilustram as possibilidades apresentadas na tabela. 
A linha que passa por esses pontos é a linha orçamentária de Marta.
Possibilidades Quantidade de filmes Gastos com filmes - $
Quantidade de 
refrigerantes
Gastos com 
refrigerantes - $
A 0 0 10 30
B 1 6 8 24
C 2 12 6 18
D 3 18 4 12
E 4 24 2 6
F 5 30 0 0
Tabela 3 - Possibilidade de Consumo de Marta
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
57
Gráfico 10 - Possibilidade de Consumo de Marta
Fonte: elaborado pelos autores
 Os pontos de A a F da Figura 4.1 ilustram as possibilidades de consumo apresentadas na 
tabela 3. A linha que passa por esses pontos é a linha orçamentária de Marta.
 A linha orçamentária de Marta demarca a fronteira entre o que Marta pode e o que não 
pode comprar. Ela pode adquirir todos os bens representados pelos pontos da linha e todos os 
pontos à esquerda (ou abaixo) da linha. No entanto, ela não pode comprar os bens representados 
pelos pontos à direita da linha.
Portanto, as possibilidades de consumo de Marta dependem do preço do filme, 
do preço do refrigerante e da renda dela. As possibilidades de consumo variam 
quando os preços dos bens ou a renda variarem. 
 Essa linha orçamentária pode ser representada, também, por uma equação orçamentária ou 
equação da restrição orçamentária:
R = Px*X + Py*Y
 Onde: R = renda; Px = preço do bem x; X = quantidade do bem X; Py = preço do bem Y; 
Y = quantidade do bem Y.
58 
 A linha orçamentária pode ser descrita pelo preço relativo dos dois bens e pela renda real 
do consumidor. Mas, o que vem a ser o preço relativo?
4.2 Preço Relativo
 Um preço relativo é o preço de um bem dividido pelo preço de outro. O preço de um fil-
me é $6, e o preço do refrigerante é $3, de modo que o preço relativo de um filme em termos do 
preço do refrigerante equivale a 2 refrigerantes por filme. Ou seja, para ver um filme a mais, Marta 
deve abrir mão de dois refrigerantes. 
 Variação do preço: 
 O preço relativo do bem medido no eixo x é a inclinação da linha orçamentária. Quando 
um preço varia, os preços relativos e a inclinação da linha orçamentária também variam. Isso poderá 
ser observado através do gráfico 11.
Refrigerantes/mês
Filmes/mês
$12 $6 $3
Gráfico 11 - Ilustra duas variações
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
- Se o preço de um filme varia de $6 para $3, a linha orçamentária gira para a direita e Marta pode 
comprar uma quantidade maior dos dois bens.
- Se o preço de um filme aumenta de $6 para $12, a linha orçamentária gira para a esquerda e Marta 
não pode comprar a mesma quantidade anterior dos dois bens.
59
Gráfico 12 - Variação na renda monetária
Fonte: adaptado do autor por Design Unis EAD
4.3 Renda Real
 A renda real de uma pessoa é a renda individual expressa como uma quantidade de bens 
que ele pode comprar. Em termos de refrigerantes, a renda real de Marta é de 10 refrigerantes. Essa 
quantidade é o número máximo que ela pode comprar e é igual à sua renda monetária, $30 dividida 
pelo preço do refrigerante, $3.
 Variação da renda: a renda real em termos de refrigerantes é o ponto na qual a linha or-
çamentária cruza o eixo y. Quando a renda monetária varia, a renda real também varia e a linha 
orçamentária se desloca. Mas, a inclinação da linha orçamentária não varia.
 O gráfico 12 ilustra duas variações da renda monetária: 
- Quando a renda monetária de Marta aumenta de $30 para $42, sua linha orçamentária se desloca 
para a direita, e ela pode comprar uma quantidade maior de ambos os bens.
- Quando a renda monetária de Marta diminui para $18, sua linha orçamentária se desloca para a 
esquerda, e ela não pode comprar a mesma quantidade de nenhum dos dois bens.
Refrigerantes/mês
Filmes/mês
$18

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