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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o 2 Modelista 2 Modelista v e s t u á r i o emprego GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Governador SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Luiz Carlos Quadrelli Secretário em Exercício Antonio Carlos Santa Izabel Chefe de Gabinete Juan Carlos Dans Sanchez Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Governador SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Rodrigo Garcia Secretário Nelson Baeta Neves Filho Secretário-Adjunto Maria Cristina Lopes Victorino Chefe de Gabinete Ernesto Masselani Neto Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante Concepção do programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Coordenação do Projeto Equipe Técnica Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr. Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Geraldo Biasoto Jr. Diretor Executivo Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro Equipe Técnica Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e Laís Schalch Textos de Referência Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki Vice-presidente da Diretoria Executiva Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão do Portal Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Gestão de Comunicação Ane do Valle Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico Caro(a) Trabalhador(a) Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio. Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes. Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis- sional. Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade. Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores. Boa sorte e um ótimo curso! Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material: Denise Pollini, Fernanda Binotti, Gabryelle T. Feresin, José Luis Hernández Alonso, Luís André do Prado, Maria Isabel Branco Ribeiro e SENAC São Paulo Concepção do programa e elaboração de conteúdos Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Coordenação do Projeto Equipe Técnica Juan Carlos Dans Sanchez Cibele Rodrigues Silva e João Mota Jr. Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Gestão do processo de produção editorial Fundação Carlos Alberto Vanzolini CTP, Impressão e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Geraldo Biasoto Jr. Diretor Executivo Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Araújo Superintendente de Relações Institucionais e Projetos Especiais Coordenação Executiva do Projeto José Lucas Cordeiro Equipe Técnica Ana Paula Alves de Lavos, Emily Hozokawa Dias e Laís Schalch Textos de Referência Selma Venco, Maria Helena de Castro Lima, Clélia La Laina, Paula Marcia Ciacco da Silva Dias e Vagner Carvalheiro Antonio Rafael Namur Muscat Presidente da Diretoria Executiva Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki Vice-presidente da Diretoria Executiva Gestão de Tecnologias aplicadas à Educação Direção da Área Guilherme Ary Plonski Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza Gestão do Portal Luiz Carlos Gonçalves, Sonia Akimoto e Wilder Rogério de Oliveira Gestão de Comunicação Ane do Valle Gestão Editorial Denise Blanes Equipe de Produção Assessoria pedagógica: Ghisleine Trigo Silveira Editorial: Adriana Ayami Takimoto, Airton Dantas de Araújo, Beatriz Chaves, Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda Nascimento, Célia Maria Cassis, Cláudia Letícia Vendrame Santos, Gisele Gonçalves, Hugo Otávio Cruz Reis, Lívia Andersen França, Lucas Puntel Carrasco, Mainã Greeb Vicente, Patrícia Maciel Bomfim, Patrícia Pinheiro de Sant’Ana, Paulo Mendes e Tatiana Pavanelli Valsi Direitos autorais e iconografia: Aparecido Francisco, Beatriz Blay, Olívia Vieira da Silva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca e Roberto Polacov Apoio à produção: Luiz Roberto Vital Pinto, Maria Regina Xavier de Brito, Valéria Aranha e Vanessa Leite Rios Diagramação e arte: Jairo Souza Design Gráfico Caro(a) Trabalhador(a) Estamos bastante felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio. Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes. Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profis- sional. Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade. Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores. Boa sorte eum ótimo curso! Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia Caro(a) Trabalhador(a) Neste Caderno, você continuará a aprender sobre a ocupação de modelista, discutin- do, compartilhando e exercitando novos saberes indispensáveis para o exercício dessa ocupação. A Unidade 5 vai explicar do que são constituídos os tecidos e como eles são fabri- cados. Apresentará, ainda, uma descrição dos tecidos mais comuns. Na Unidade 6, você vai aprender como tomar medidas fundamentais e medidas complementares, observando os cuidados necessários para fazer isso corretamente e garantir a qualidade do molde. Aprenderá a ler e a interpretar tabelas de medidas- -padrão feminina, masculina e infantil, como fundamento para prosseguir com sua aprendizagem no curso. Conhecerá ainda os materiais indispensáveis para o mode- lista e algumas técnicas de modelagem. Na Unidade 7, você verá como o modelista precisa pensar o modelo em três dimen- sões – a modelagem tridimensional –, contendo profundidade, largura e altura; ou em apenas duas – a modelagem plana –, contendo largura e altura. Verá, também, as etapas do trabalho do modelista em uma confecção, passando pela leitura e in- terpretação de uma ficha técnica até a construção de uma peça-piloto, que servirá de base para os cortes dos tecidos em grande escala. Na Unidade 8, você conhecerá as técnicas para fazer o molde-base de saia reta, frente e costas, pois essa é a peça básica para a coleção de roupas femininas, e, a partir dela, verá como fazer outros moldes com outras medidas. Na Unidade 9, ao aprender a fazer um molde de blusa com pence, poderá confec- cionar também outros tipos de blusa e, com o molde de saia, produzir o molde de um vestido. Estudará, ainda, a ampliação e redução das medidas da peça-piloto, e praticará a confecção de um molde com as medidas de um colega. Na Unidade 10, você verificará as condições do mercado de trabalho para um trabalhador autônomo, ou seja, para quem deseja tornar-se um microempreendedor individual (MEI), bem como os prós e os contras dessa opção. Para terminar, na Unidade 11, você verificará o que aprendeu neste curso com base no que já sabia, e o que, em sua opinião, precisará ainda aprender para progredir cada vez mais na ocupação de modelista. Além disso, poderá criar ou aperfeiçoar seu currículo. Boa sorte! Sum á ri o Unidade 5 9 Do que e como são feitos os teciDos Unidade 6 29 A mAtemáticA nA moDelAgem Unidade 7 61 molDe inDustriAl Unidade 8 79 moDelAgem De sAiA Unidade 9 91 moDelAgem De blusA Unidade 10 105 trAbAlhAnDo por contA própriA Unidade 11 109 revenDo seus conhecimentos FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Silva Massucato Arias - CRB-8/7262 São Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Via Rápida Emprego: vestuário: modelista, v.2. São Paulo: SDECT, 2013. il. - - (Série Arco Ocupacional Vestuário) ISBN: 978-85-65278-75-1 (Impresso) 978-85-65278-83-6 (Digital) 1. Ensino profissionalizante 2. Vestuário - Qualificação técnica 3. Modelista – Roupa: Confecção: Molde I. Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia II. Título III. Série. CDD: 371.425 646.4072 mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 9 unida d e 5 Do que e como são feitos os tecidos O principal elemento de trabalho daqueles que fazem parte da indústria da moda são os tecidos. Conhecer do que são feitos e como são produzidos é fundamental para quem quer trabalhar nessa ocupação. Vamos, por essa razão, detalhar alguns aspec- tos desse assunto. Para fabricar tecidos, as matérias-primas utilizadas são filamen- tos ou fibras, também chamados materiais têxteis. Esses mate- riais são utilizados na produção de fios, que, por sua vez, serão usados na fabricação de tecidos ou de linhas para costura, ren- das, bordados etc. Entende-se por têxtil todas as matérias que possam ser usadas para fiar e tecer, e que reúnam as seguintes qualidades: resistên- cia, comprimento, plasticidade e flexibilidade. As fibras usadas para fazer tecidos podem ser naturais ou arti- ficiais/sintéticas. As fibras naturais são as de origem animal, © D re am P ic tu re s/ B le nd Im ag es /G et ty Im ag es 10 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 vegetal ou mineral. São encontradas na natureza, quase prontas para fiar e tecer, e contêm características próprias: conforto, boa absorção de calor e umidade. Já as fibras artificiais ou sintéticas são produzidas pela indústria, por ação química ou mecânica, em processos que transformam certas matérias-primas em fios ade- quados para tecer. Vamos ver detalhadamente, a seguir, os diferentes tipos de fibra. Fibras naturais Fibras de origem animal As fibras de origem animal são consideradas as mais ricas e valorizadas da indústria têxtil. No entanto, apesar de servirem de base para a fabricação de alguns tecidos, não são utilizadas na maioria deles. Elas podem ser divididas em dois grupos: 1. As que são extraídas e fabricadas de pelos de animais domésticos e selvagens, como: • a lã extraída de ovelhas e carneiros; • os pelos extraídos de cabras, camelos, lhamas, vicunhas, alpacas, coelhos, lontras etc.; • os cabelos e as crinas. 2. As que são extraídas e fabricadas de filamentos de insetos e aracnídeos, como: • a seda chamada de natural, produzida com filamentos retirados dos casulos de bichos-da-seda que viviam originalmente na região norte da China; Casulos de bichos-da-seda. © F ri tz P ol ki ng /F ra nk L an e P ic tu re A ge nc y/ C or bi s/ L at in st oc k mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 11 • a seda produzida por outros tipos de inseto da família das borboletas e mariposas (lepidópteros). Embora também seja bastante utilizada na indústria de costura, trata-se de um tipo de seda considerado inferior à produzida pelo bicho-da-seda; • os fios ou filamentos produzidos a partir de teias de certas espécies de aranhas. As fêmeas das Nephila madagascariensis produzem um fio de tom dourado e brilhante que dá origem a uma seda característica da região de Madagascar. Aranha produzindo a teia. Roupa feita com a seda de Madagascar. Linho.Linhaça repassada em cama de pregos para remover as cascas de palha, como parte do processo de produção do linho. Fibras de origem vegetal As fibras de origem vegetal se dividem em quatro grupos, de acordo com as partes da planta de onde são extraídas: 1. Fibras extraídas de sementes: algodão e paina. 2. Fibras extraídas de caules e raízes: cânhamo, juta, rami etc. 3. Fibras extraídas de folhas: ráfia, buriti, alfa, sisal ou agave, gravatá, abacaxi, entre outros. 4. Fibras extraídas do fruto: por exemplo, coco. © P et er C ha dw ic k/ S P L /L at in st oc k © S pl as h N ew s/ C or bi s/ L at in st oc k © J ac qu i H ur st /C or bi s/ L at in st oc k © A le xe y K ir ill ov /K ey st on e 12 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Fibras de origem mineral Essas fibras, extraídas de minerais, podem ser dos seguintes tipos: 1. Lã de vidro ou fios de vidro. 2. Fios metálicos (brocados, rendas e bordados). Brocado de seda.Amianto anfibólio ou tremolito fibroso. Tecido de poliéster e fibras de náilon atadas formando uma rede em trama, ampliada 40 vezes. Viscose. Fibras artificiais ou sintéticas As fibras artificiais ou sintéticas, como já dito, são criadas na indústria com a trans- formação de matérias-primas em fios para tecer. Elas se dividem em três grupos: 1. Fibrasproduzidas com celulose, matéria-prima de origem vegetal, como raiom ou a seda artificial, rayoncut ou algodão artificial. 2. Fibras produzidas com proteínas animais ou vegetais, como as lãs artificiais. 3. Fibras compostas de substâncias minerais, como o náilon, os filamentos de vidro e, mais atuais, as fibras derivadas da reciclagem de garrafas PET. © K en L uc as /V is ua ls U nl im it ed /C or bi s/ L at in st oc k © M as si m o L is tr i/ C or bi s/ L at in st oc k © M ic ro D is co ve ry /C or bi s/ L at in st oc k © D in od ia P ho to s/ A la m y/ O th er Im ag es mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 13 Como reconhecer as fibras utilizadas em cada tecido Algumas vezes conseguimos, pelo simples toque ou pela aparência, identificar as fibras que compõem determina- do tecido. Mas nem sempre isso é possível. Nesses casos, uma forma de reconhecer a composição das fibras é aproximá-las do fogo, provocando sua combustão ou queima. Esse processo requer muito cuidado. É pre- ciso cortar um pedaço pequeno de tecido e queimar uma das pontas, segurando-o pela outra. Mas por que esse processo permite identificar a compo- sição das fibras? Porque a velocidade da queima varia conforme a origem da fibra. As fibras de origem animal queimam com certa dificuldade, sem produzir chamas. Além disso, durante a combustão, é possível sentir um cheiro de cabelo queimado (experimente queimar um pedacinho de lã 100%). As fibras de origem vegetal queimam mais rápido do que as de origem animal. Pegam fogo com mais facili- dade, chegando a produzir chama e cinzas, mas sem deixar cheiro. As fibras de origem mineral não pegam fogo. Por essa razão, costumavam ser utilizadas para a confecção de roupas especiais, usadas em ambientes ou situações em que há risco de incêndio. As fibras artificiais ou sintéticas também queimam rapi- damente, mas produzem pouca chama. Quando derretem, em vez de cinzas, vê-se um pouco de resina, semelhante a plástico queimado. A fabricação dos tecidos Vimos, até agora, algumas indicações sobre as matérias- -primas que servem para a fabricação dos tecidos: quais os tipos de fibra utilizados e como reconhecê-los. Lembre-se de ter um recipiente no qual você possa jogar o pedaço de tecido e interromper a queima. Você sabia? O uso do amianto – fibra de origem mineral – é polêmico, pois foi consi- derado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Or- ganização Internacional do Trabalho (OIT). No Brasil, encontra-se em discussão no Supre- mo Tribunal Federal a permanência ou não da Lei federal nº 9.055, de 1º de junho de 1995, que autoriza o uso controlado do amianto crisotila. Fonte: BANIR o amianto: longa luta em defesa da vida. O Engenheiro, FNE. Edição 128, jan. 2013. Disponível em: <http://www.fne.org.br/fne/index.php/ fne/jornal/edicao_128_ jan_13/banir_o_ amianto_longa_luta_em_defesa_da_ vida>. Acesso em: 18 jan. 2013. 14 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Mas esse é só o começo de um processo com várias etapas, sendo as primeiras a extração ou obtenção/produção das fibras e a transformação dessas fibras em fios, processo chamado fiação. Com a obtenção dos fios, inicia-se o processo de tecelagem – o entrelaçamento dos fios que dá origem aos tecidos. Atividade 1 Tecelagens de onTem e de hoje 1. Você verá a seguir imagens de fábricas de tecidos ou tecelagens. A primeira é de meados do século XX (20) em São Paulo, e a segunda, uma tecelagem atual. Tecelagem atual. Fábrica antiga de tecidos. © A ce rv o M em ór ia V ot or an ti m © G ae ta n B al ly /K ey st on e/ C or bi s/ L at in st oc k mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 15 Em dupla, comparem as duas imagens e respondam às perguntas: a) Que mudanças vocês podem perceber nos equipamentos e maquinários? Há se- melhanças entre as duas imagens? b) Nas duas imagens, vemos operários no ambiente de trabalho. O que cada uma delas diz sobre o trabalho que eles fazem? 2. No laboratório de informática, usem a internet para buscar informações sobre as primeiras indústrias têxteis do Estado de São Paulo: • Quando foram criadas? • Onde estavam localizadas? • Quem eram os trabalhadores? • Como era a jornada de trabalho? Essas são apenas algumas das perguntas que vocês poderão responder. Busquem levantar outras informações. 3. Façam um cartaz com os resultados da pesquisa para apresentar à classe. 16 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Processo de tecelagem e a estrutura dos tecidos A base para a fabricação dos tecidos é o entrelaçamento dos fios. Todos os tecidos fabricados em tear plano – os chamados tecidos planos – são produzidos pelo entrelaça- mento de dois tipos de fio: os do urdume (ou teia), dis- postos no sentido do comprimento, e os da trama, dispos- tos no sentido da largura. Os fios do urdume são dispostos perpendicularmente aos da trama. Você sabia? Falamos que duas retas são perpendiculares quando elas se cruzam, formando, na sua intersecção, um ân- gulo reto (90°). Já duas retas ou segmen- tos de reta são paralelos quando eles mantêm a mesma distância um do outro (são equidistantes) em toda a sua extensão. Não há nenhum ponto em que se encontram. Tear plano. O padrão do entrecruzamento do urdume e da trama define o tipo de estrutura de um tecido plano, como, por exemplo, a do tafetá, da sarja e do cetim, havendo uma que foge à regra: a do jacquard (fala-se “jacar”), como poderá ser conferido adiante. Conhecer as estruturas é de grande utilidade para quem vai trabalhar com a modelagem ou o corte de peças. Há várias razões para isso. Com base no conhecimento sobre a composição do tecido, você poderá escolher o mais adequado para cada modelo, pois saberá se o escolhido vai dar, ou não, o movimento esperado à peça, ou até mesmo o caimento esperado à roupa. Isso fará de você um profissional mais qualificado. Outra boa razão para você ter essa informação é que a forma de manusear os tecidos e os acabamentos que pode- rão ser feitos também variam de acordo com a estrutura. © A sh le y C oo pe r/ C or bi s/ L at in st oc k Ilu st ra çõ es : © H ud so n C al as an s mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 17 Tecidos mais finos e delicados, por exemplo, exigem cuidados especiais, e o conheci- mento de suas características será importante para determinar o modelo, o tipo de acabamento e os equipamentos adequados para lidar com eles. Veja, a seguir, como são as principais estruturas de tecido com as quais vai trabalhar. Tipos de estrutura dos tecidos planos Estrutura tela ou tafetá Esse tipo de tecido apresenta uma estrutura básica, considerada a mais simples entre as demais. Ela se caracteriza por ter um fio da trama passando por cima do fio do urdume e o seguinte passando por baixo, como na imagem apresentada a seguir. O tecido é classificado conforme é trançado e segundo a resistência dos fios. Exem- plos: tafetá, musselina, voal, percal. Estrutura sarja Nessa estrutura, também considerada básica, o fio da trama, em vez de passar por um fio do urdume, passa por dois na primeira carreira. Na segunda, vai repetir o processo, começando, porém, um fio da trama depois de onde começou na primei- ra. Esse processo se repete sucessivamente, avançando, a cada carreira, um ponto do urdume, o que, ao final, dará a impressão de uma estria em diagonal. Ilu stra çõ es : © H ud so n C al as an s 18 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Estrutura cetim A estrutura cetim também se caracteriza por ter o nú- mero de pontos tomados diferente do número de pon- tos deixados. Mas, se comparado com a sarja, o núme- ro de pontos deixados é maior e pode variar. Quanto maior o número de pontos deixados, maior será a leveza do tecido e menor sua resistência. O próprio cetim é o exemplo mais conhecido desse tipo de estrutura. Ponto tomado: Aquele em que o fio do urdume passa por cima do fio da trama. Ponto deixado: Aquele em que o fio do urdume passa por baixo do fio da trama. Estrutura jacquard Na estrutura jacquard, o modo de entrelaçamento dos fios do urdume e da trama forma desenhos. Estes são realizados na própria composição do tecido, por meio do controle dos fios. Ilu st ra çõ es : © H ud so n C al as an s mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 19 Conheça os tecidos Já vimos que os tecidos são formados pelo entrelaçamen- to do urdume e da trama, bem como as estruturas bási- cas desse entrelaçamento. Com base nessas estruturas básicas, ou com pequenas modificações no modo de entrelaçamento dos fios (as diferentes combinações de pontos tomados e deixados), são muitas as possi- bilidades de tessitura e de tecidos resultantes. Assim, existe no mercado uma infinidade de tipos de tecido com características semelhantes, mas que nem sempre trazem o mesmo nome ou apresentam a mesma qualidade, dependendo esta do tipo de fibra, de sua ori- gem e do processo de fabricação. Por essa razão, é muito importante que você pesquise tecidos – seja em revistas especializadas, lojas, manuais, blogs de costura etc. – e que tenha amostras sempre à mão para quando tiver dúvidas sobre sua natureza e suas características. Atividade 2 Faça seu mosTruário de Tecidos Esta é uma atividade que você começará agora, mas que vai se prolongar durante todo o curso e poderá, até mes- mo, continuar depois de seu encerramento. A proposta é que você crie seu próprio mostruário de te- cidos para que possa utilizá-lo quando estiver exercendo a ocupação. Para isso, use o modelo de ficha indicado a seguir. Você pode fazer as fichas com papel-cartão ou cartolina, pois assim garantirá que elas tenham maior durabilidade. Além disso, deverá guardá-las em ordem alfabética – de A até Z –, de acordo com o nome principal do tecido. Dessa maneira, será mais fácil encontrar a ficha de que precisa no momento de consultá-la. Tessitura: Textura de um tecido. Não se prenda totalmente aos nomes dados aos tecidos, pois eles podem variar de um fabricante para outro. 20 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 (nome principal do tecido) (outros nomes dados para o mesmo tecido) Amostra (cole aqui um pequeno pedaço de tecido) Fibras de origem: ( ) animal ( ) vegetal ( ) mineral ( ) artificial ou sintética Composição: Fabricante: Fornecedor: Tecidos básicos A seguir, você verá uma relação de tecidos básicos – os mais conhecidos na in- dústria de moda e de confecção – com seus respectivos nomes e características. • Adamascado – tipo de jacquard, brilhante e resistente, semelhante ao brocado. • Algodão ou algodãozinho – tecido de origem hebraica, fabricado em inúme- ras espécies e tipos. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 21 • Alpaca – tecido com formação de um fio de algodão e outro de lã. • Brim – tecido sarjado de algodão. • Brocado – tecido laminado, com desenhos em grandes destaques, sendo um tipo próprio para trajes sofis- ticados. • Buclê – tecido de fio crespo, que forma anéis torcidos. O nome vem do francês e significa encaracolado, anelado. • Cambraia – tecido fino, leve e forte, que contém o mesmo número de fios e a mesma espessura nos dois sentidos de sua tecedura, ou seja, tanto na urdidura quanto na trama. • Camelo – tecido feito com pelo de camelo. É um tecido raro e caro. • Canvas – espécie de linho rústico e muito resisten- te. Construção tipo tela, com trama fechada. • Casimira da Índia – tecido trabalhado com lã de cabras do Tibete; é macio, delicado e muito agra- dável ao tato. • Casimira inglesa – lã mais fina e mais leve. • Cassa – espécie de voal leve (lisa ou bordada), co- nhecida por lese ou bordado suíço. • Caxemira – lã, feita de pelo de cabra, originária da região da Caxemira, entre o Paquistão e a Índia. • Cetim – tecido de fios de seda ou algodão, com- pacto, macio e muito brilhante. É originário da cidade de Zaitun, na China. • Chamalote – tecido grosseiro feito de pelo ou lã de camelo, em geral tecido com seda. • Chiffon – tecido leve, transparente e fluido. Urdidura: O mesmo que urdume. 22 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 • Chita – tecido com fibras de algodão e de baixa qualidade e resistência. • Cirrê – tecido submetido a um tratamento especial, que se torna brilhante e lustroso, dando a impressão de encerado ou de couro. • Crepe – tecido fino, transparente ou não, de aspecto ondulado, feito com fio muito torcido de seda ou lã natural. • Crepe da China – tecido com fios de seda ou mesclados com seda e algodão, tendo textura bem fina e leve. • Crepe-georgete – crepe fino e transparente de seda e sem brilho. • Crepom – tecido de aparência enrugada, feito com fibra natural. • Cretone – tecido de algodão de origem francesa. • Damasco – tipo de cetim com desenhos que se destacam de um fundo bri- lhante e com relevos formados pelos fios da urdidura, destacando-se dos da trama. • Denim – tecido sarjado em algodão ou fibras mistas, muito resistentes. Esse tecido foi fabricado em Nimes, França. Mais tarde foi usado para fazer calças rancheiras. Geralmente tingido pelo processo índigo blue. Atualmente é conhecido pelo nome da calça que o consagrou: jeans. • Drap – tecido de lã com aparência de feltro. • Droguete – tecido de seda, lã ou algodão, que possui desenhos pelo efeito dos pelos sobre o tafetá. • Dupla face – tecido que não tem avesso. Próprio para capas, jaquetas, ca- sacos etc. • Entretela – tecido de boa resistência e engomado, podendo ser de linho, juta, algodão etc. Usado durante a montagem de determinadas partes de uma peça de roupa para “armar”, “fixar” etc. Existe também entretela de fibras prensadas, além de entretelas simples e colantes. • Escocês – tecido de lã, com desenhos xadrez em três cores. • Esponjado ou felpudo – tecido com fibras de algodão ou artificiais e muito utilizado em toalhas de banho. • Étamine – espécie de voal lisa ou bordada, porém de fios mais separados que a cassa, também conhecida por marquisete. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 23 • Façonné – tecido lavrado com desenhos. • Faille – tecido encorpado de seda, com trama ir- regular semelhante à do tafetá, levemente bri- lhante. • Feltro – tecido consistente e encorpado. O feltro é a agregação de filamentos através de uma máquina especial que, por meio de pressão e calor, feltra os pelos, formando um empastamento contínuo dos filamentos. • Filó – tecido transparente, de seda, algodão ou nái- lon, tramado em forma de rede de furos redondos ou hexagonais. Usado principalmente para véus, cortinados, vestidos de noite ou saiotes de balé e como base para rendas. • Flanela – tecido de algodão, tendo em uma das faces aspecto similar ao de lã, embora de qualidade inferior. • Fustão – tecido geralmente de algodão, cuja trama em relevo forma desenhos. O mais comum é a casa de abelha (piquê). • Gabardine – tecido com trama característica diagonal, podendo ser com fios de lã, algodão ouartificiais. É de origem inglesa. Certos tipos de ga- bardine são muito usados em capas impermeáveis, e outros em ternos. • Gaze – tipo de musselina de seda, com fios mais espaçados, sendo a leveza sua principal caracterís- tica. É de origem assíria. • Gorgurão – tecido encorpado com efeito de nervu- ras transversais. Pode ser feito em seda de lã ou algodão. Do francês gros-grain. • Guipure – renda de malhas largas, de linho, seda ou algodão. É de origem francesa. Feltrar: Cobrir com feltro. 24 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 • Helanca – marca registrada de fio sintético que passou a ser mais tarde o nome do tecido desse fio. Muito usado nos anos 1950 e 1960. • Herringbone – (espinha de peixe) tecido em fios de lã, algodão ou seda, cuja trama forma o desenho de uma espinha. • Jacquard – tecido de lã, algodão ou seda que se tece em tear específico e cujo efeito de desenhos em relevo se obtém com fios tintos. • Jérsei – tecido de malha maleável, de seda ou fibra sintética, usado em lingeries. • Lã – denominação genérica dos tecidos de origem animal e próprios para o inverno. Há diversos tipos e origens de lã, inclusive a lã sintética. • Lã de Merino – tecido de aspecto leve, feito à base de lã proveniente da ovelha Merino, originária do norte da África. • Lamê – tecido de lã ou seda entremeado com fios laminados. • Lastex – tecido com a trama em elástico. • Lãzinha – tecido de lã, fino e leve, muito utilizado para vestidos, saias e blusas. • Linho – nome comum a uma série de tecidos fabricados com fibras vegetais de mesmo nome, proveniente da Ásia Menor. O linho pode ser de origem belga, irlandesa, italiana etc., embora exista, também, o linho com fibras artificiais. • Lycra – tecido leve, flexível e não absorvente, de fibras artificiais. Muito uti- lizado na confecção de peças íntimas e com modelagem bem aderente ao corpo. • Malha – tecido flexível, podendo ser de fibra de algodão ou artificial. Tem uma característica na sua tecedura: é executada em um só fio ou em uma série de fios, que obedecem a um determinado processo no entrelaçamento. Pertence ao grupo de tecidos de fios não perpendiculares. • Matelassê – tecido entremeado por manta de algodão, lã ou fibras sintéticas. O volume é definido por costuras que formam desenhos. • Moiré – tecido de nome francês, sedoso, espécie de tafetá, caracterizado pelos reflexos ondulantes, brilhantes e opacos, que modulam a cor conforme a incidência da luz. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 25 • Musselina (ou mousseline) – de origem francesa, da cidade de Moussoul. É um tecido frouxo, leve, fino, vaporoso, mas opaco e forte, sendo a grossura de seus fios quase a mesma para a urdidura e para a trama. Pode ser feito de fios de algodão, lã, seda etc. • Náilon – nome genérico dado à fibra sintética (poliamida). Por extensão, o tecido feito com essa fibra recebe esse mesmo nome. • Nanzuque – tecido fino de algodão parecido com “opala”, sendo que passa por um processo durante a sua tecedura, ficando um pouco mais encorpado. • Opala – tecido fino de algodão. Tem origem na Índia e sua tecedura é qua- se idêntica à do morim. • Organdi – tecido leve, vaporoso e transparente, sendo uma musselina de algodão levíssima, com tratamento especial, que lhe dá mais firmeza. É originário de Organzi. • Organza – tecido do tipo do organdi, mas mais transparente e brilhante. A organza de seda é mais preciosa e bela. • Pied-de-poule – quer dizer “pé de galinha”. Padronagem originalmente usada em tecido de lã, com formas geométricas que sugerem uma cadeia de pés de galinha. • Piquê – tecido especial de algodão ou de seda, cuja característica é a trama formando desenhos em alto e baixo-relevo, unidos por pontos e linhas. De origem francesa, o piquê de seda é mais maleável do que o de algodão. • Popeline – tecido de trama singela, geralmente em algodão. • Renda – tecido feito com fio de linho, algodão, seda, fibra artificial etc., tendo como característica suas malhas bem trabalhadas e desenhadas. A renda pode ser um tecido para confecção de determinadas peças do vestuá- rio ou aviamentos decorativos. • Sarja – tecido feito a partir da técnica de tecer, em que o batimento salteado resulta numa trama em diagonal. • Seda – tecido fino, leve, luxuoso e brilhante. Os fios de seda, misturados com outros, dão origem a tecidos tais como: crepe de seda, jérsei de seda, cetim de seda etc. 26 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 • Sentinela – tecido de pouco preparo, mas com bom brilho, resultante da mercerização dos fios. • Shantung – tipo de seda rústica, fabricado com fios de seda pura, algodão ou fibra artificial. • Suedine – malha de algodão de acabamento aca- murçado. • Surah – tecido de seda sarjada, de origem indiana. • Tafetá – tecido sedoso e com brilho, podendo ser de algodão, seda etc. • Tergal – (marca registrada) tecido de fibra sintética que não amassa nem perde o vinco. • Tobralco – tecido de algodão e meio acanelado. É encontrado em fio mercerizado ou não. É de origem inglesa, conhecido também como fustão. • Tule – tecido muito leve e transparente, podendo ser de seda, algodão ou fibra artificial. • Tweed – tecido de lã cujos fios, em duas ou mais cores, formam pequenos relevos. De origem ingle- sa, é muito usado nos trajes para o inverno. • Veludo – tecido que tem um lado felpudo e macio e outro liso. Pode ser de seda, algodão ou fibras artificiais e sintéticas. O veludo de algodão é fabri- cado com fios de algodão mercerizado e conhecido como veludo inglês. • Veludo cotelê – tecido canelado, com estrias em relevo, sendo fabricado também em seda, algodão ou fibras artificiais e sintéticas. • Voal – tecido fino, leve e transparente. Fabricado com fios de algodão comum ou mercerizado. Mercerização: Tipo de aca- bamento em que os fios de algodão são submetidos à ação química, para torná-los mais resistentes, encorpados e brilhantes. Fonte: ESCOLA SENAI “ENGº ADRIANO JOSÉ MARCHINI”. Terminologia do vestuário: português; espanhol-português; inglês-português; francês-português. São Paulo, 1996. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 27 Nome Como se fala Façonné Façonê Faille Fáie Guipure Guipir Herringbone Rerínbon Lingerie Langerri Lycra Laicra Moiré Muarrê Pied-de-poule Piedepúle Tweed Tuídi Caso você queira visualizar algumas imagens de tecidos, acesse o site Teciteca Virtual, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Disponível em: <http://www.teciteca.ceart. udesc.br/index.php?option=com_content&vie w=category&layout=blog&id=1&Itemid=5>. Acesso em: 10 jan. 2013. 28 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 29 unida d e 6 A matemática na modelagem As unidades de medida já são parte do nosso dia a dia e, muitas vezes, as utilizamos sem nos dar conta: no supermercado, pe- dimos ¼ de queijo, compramos 1 metro de tecido, calculamos a parte do nosso salário que é paga ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) etc. Atividade 1 o que é medir? 1. Responda às perguntas a seguir e depois converse com um colega para comparar as respostas. a) O que medimos no posto de saúde? Como medimos? b) O que medimos em um cômodo da casa? Como medimos? c) O que é medido na conta de luz? De que forma? d) O que medimos e contamos na cozinha, quando seguimos a receita de um prato? Como e com quais instrumentos? 30 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 e) E no nosso corpo, o que medimos? 2. As respostas dadas foram semelhantes? Troquem ideias sobre o que é medir. A necessidade de medirEsse conjunto de situações vistas na Atividade 1 apresenta uma ampla diversidade, mas em todas elas há algo em comum. Para resolvê-las, é preciso medir ou contar alguma coisa: • em um cômodo de casa, medimos o comprimento e a altura de uma parede; • em um livro qualquer, podemos medir o comprimento, a largura e a altura; mas também contamos o número de páginas; • em uma caixa de ovos, contamos quantos têm; mas também podemos medir o comprimento da caixa, sua largura e sua altura. Contar e medir são atividades que estão presentes em quase todas as áreas de tra- balho e situações da vida: na construção, no comércio, na confecção, na indústria etc. Medir é um ato tão comum em nosso cotidiano, que fica difícil imaginar um tempo ou um lugar em que não se meça algo. Se olharmos para o passado da hu- manidade, perceberemos que contar e medir fazem parte da vida do ser humano desde as épocas mais remotas. Quando o homem primitivo deixou de viver como nômade e passou a se fixar, dedicou-se às atividades agrícolas. Com o passar do tempo e o aumento da produção, ele notou que poderia trocar com o vizinho o que não conseguia consumir. Foi quando surgiu a necessidade de haver um sistema de medidas que fosse aceito entre as partes para facilitar as trocas. Tomaram-se, então, como referência de medida, as partes do corpo humano, como palmos, polegadas etc. A partir daí, e ao longo da evolução da história, esses parâmetros foram sendo substituídos por outros, como metro, quilo etc. Depois de alguns acordos entre países sobre a adoção de um padrão comum de medida, desde 1960 está em vigor o Sistema Internacional de Unidades (SI), que vale para inúmeros países, entre eles o Brasil. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 31 Unidades e instrumentos de medida Para cada situação, escolhemos a unidade e o instrumento de medida mais apro- priados. Isso nos faz perceber que, para medir algo de modo que todos entendam e aceitem, precisamos adotar um padrão, ou seja, uma só unidade de medida. Ao escolher a unidade de medida, devemos pensar se ela é adequada àquilo que dese- jamos medir. A unidade-padrão no Brasil para medir nossa altura, por exemplo, é o metro; mas mesmo assim, precisamos de unidades menores que essa. Para facilitar e padronizar as medições, foi criado o sistema métrico decimal – mé- trico porque utiliza o metro como unidade-padrão, e decimal porque as unidades derivadas do metro são obtidas por meio de divisões de dez. As mais usadas são: • metro – unidade fundamental do sistema legal de medidas (símbolo: m), mas também se chama metro o objeto que serve para medir; • centímetro – unidade de comprimento equivalente à centésima parte do metro (símbolo: cm); • milímetro – unidade de comprimento equivalente à milésima parte do metro (símbolo: mm). Por exemplo, quando falamos em medir a altura de uma pessoa: • a grandeza é o comprimento; • a unidade de medida, ou unidade-padrão, é o metro; • a medida é o número expresso nessa unidade. Medir é, portanto, comparar grandezas de mesma espécie, ou seja, verificar uma medida, tendo por base uma escala fixa. As medidas utilizadas para confecção de roupas são de dois tipos: fundamentais e complementares. Ilu st ra çã o: © H ud so n C al as an s F ot o: © A nd re y K uz m in /1 23 R F Cada centímetro contém dez milímetros. 32 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Veja como se imaginava, nos anos 1900, a vida do modelista nos anos 2000: máquina tomando medidas e roupas saindo prontas imediatamente. Villemard. En l’an 2000, 1910. Litografia colorida. Biblioteca Nacional da França. M ei o da s co st as Frente Costas M ei o da fr en te Molde-base para uma saia tamanho 38. Medidas fundamentais São aquelas necessárias para o traçado das bases. Ou seja, ao realizar a modelagem, elabora-se um molde-base, que vai servir de guia para outros moldes que exijam maior detalhamento. São chamadas fundamentais porque são baseadas nas medidas do corpo humano. O molde de uma saia para o tamanho 38, por exemplo, servirá de referência para todos os outros modelos de saia, indepen- dentemente das particularidades que apresentarem. Você sabia? A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu uma norma para padronizar a mode- lagem do corpo humano. É a ABNT NBR no 15 127, válida desde 30 de agosto de 2004, que, baseada na ISO 7 250, estabelece reco- mendações precisas sobre como as medidas do corpo humano podem e devem ser tomadas. Essa norma, no entanto, é cobrada. Ela pode ser adquirida através do site da ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.com. br>. Acesso em: 10 jan. 2013. © M ar y E va ns P ic tu re L ib ra ry /E as yp ix © H ud so n C al as an s Molde-base é aquele que serve de base para outros moldes, ou seja, para que se realize a modelagem. A partir de um molde-base, pode-se aumentar ou diminuir as medidas de acordo com a peça que se vai modelar e cortar. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 33 Medidas complementares São assim denominadas pois complementam o molde-base. Ou seja, são aquelas necessárias para a transformação das bases no modelo desejado. Você tem o molde- -base da saia, mas essa terá, por exemplo, uma mudança no comprimento. No caso da blusa, a largura da manga é uma medida complementar, embora o tamanho da peça já tenha sido definido no molde-base. Homem Vitruviano Você já ouviu falar em medidas ideais para o corpo humano? No século XV (15), Leonardo da Vinci (1452-1519), considerado um gênio até hoje, construiu o homem com medidas perfeitas, tendo como base os trabalhos de um estudioso: Marcos Vitrúvio Polião. Por essa razão, o desenho leva o nome de Homem Vitruviano. O desenho traz uma série de medidas consideradas ideais para o corpo humano. Conheça algumas delas: a) o comprimento dos braços abertos de um homem é igual à sua altura; b) a largura máxima dos ombros é ¼ da altura de um homem; c) a distância do topo da cabeça até a linha dos mamilos é ¼ da altura de um homem; d) a distância do cotovelo até a axila é 1⁄8 da altura de um homem. Leonardo da Vinci. O homem vitruviano. Lápis e nanquim marrom sobre papel, 34 cm x 24 cm. Galleria dell’Accademia, Veneza, Itália. © D io m ed ia 34 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Atividade 2 conhecendo o homem ViTruViano 1. Em dupla, no laboratório de informática, façam uma pesquisa sobre o tema “Homem Vitruviano”. 2. Façam um resumo das principais conclusões a que chegaram observando o desenho do homem ideal. 3. Na opinião da dupla, esse desenho tem relação com o trabalho de modelista? Por quê? 4. Preparem uma apresentação com suas conclusões para expor à turma. Tomando medidas Tomar medidas é uma atividade muito importante para o desenvolvimento da modelagem, pois é a partir do cuidado com que elas são tomadas que a qualidade do molde é garantida. Nessa etapa da aprendizagem, vamos entender como tomar as medidas fundamentais, as mais importantes na confecção dos moldes. Mais adiante, veremos também como tomar as medidas complementares. No momento de tomar as medidas, atentar para que a pessoa a ser medida: • esteja com uma roupa de tecido fino, sem volume, a fim de evidenciar as formas e permitir medidas fiéis ao corpo; • tenha uma fita ou cordão atado à cintura, de modo a servir como ponto de referência para outras medidas; • mantenha uma posição ereta, para evitar erros nas medidas. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 35 Veja a ilustração a seguir. Elaindica os locais onde as medidas fundamentais e complementares deverão ser tomadas. © H ud so n C al as an s Manga curta Manga comprida sem punho Manga 3/4 metade do antebraço Manga 7/8 1/4 do antebraço, do punho para cima Circunferência de colarinho Largura das costas Comprimento das costas Medida do gancho Altura do busto Largura do ombro Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Comprimento da frente Circunferência do quadril Comprimento da manga + comprimento do punho Altura do quadril Comprimento da minissaia metade da coxa Comprimento da saia longuete 1/4 da perna, do joelho para baixo Comprimento da saia chanel cobrindo os joelhos Comprimento da calça comprida Comprimento da saia 7/8 metade da perna Comprimento da saia 1/4 1/4 da perna, acima do tornozelo 36 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Medidas fundamentais A primeira providência para tomar medidas é ter lápis e caderno de anotações à mão, além da fita métrica. Cada medida tomada deve ser imediatamente anotada no caderno. Caso esteja medindo partes do corpo, como busto, cin- tura, quadril, contorno do braço, e a medida resultante for um número ímpar, utilize sempre o próximo núme- ro, ou seja, um número par maior que o da medida tomada. Circunferência do busto ou tórax Passe a fita métrica por baixo das axilas, dando a volta pela parte mais larga das costas e contornando o busto. Tome cuidado para a fita não escorregar, mas não aper- te muito. Cheque e anote. Número par é aquele que sempre poderá ser dividido em duas partes iguais. Por essa razão, ele é adotado no momento da tomada de algumas medidas, pois facilita a divisão da medida ao meio, para permitir o corte do tecido dobrado. © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 37 Circunferência da cintura Passe a fita métrica no contorno da cintura, na parte mais estreita. Peça sempre para o cliente colocar as mãos na cintura, isso lhe dará maior segurança no início da sua nova ocupação. Lembre-se de contornar a cintura sem apertar muito nem deixar muita folga, assim evitará erros ou desperdícios quando for cortar ou mo- delar a peça. Circunferência do quadril Para tomar essa medida, peça para o cliente manter as pernas fechadas e os pés juntos. Circule, com a fita métrica, a parte mais saliente do quadril, que fica abaixo da cintura, mais ou menos 20 cm nas mulheres e 14 cm nos homens. F ot os : © P au lo S av al a 38 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Circunferência de colarinho Passe a fita métrica em volta da base do pescoço, acrescentando 1 cm para dar uma folga. Lembre-se de que o resultado medido deve ser um número par. Comprimento do ombro Apoie a fita métrica na base do pescoço e estique até o final do ombro na direção do início do braço. F ot os : © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 39 Largura das costas Meça as costas do cliente de ombro a ombro, ou seja, do início da articulação de um braço com o tronco até o início da articulação do outro braço com o tronco. Outra medida da largura das costas é a que vai de cava a cava. Cava é a dobra que está no início da axila. Para tomar essa medida, peça para o cliente levantar os braços na altura do ombro, assim você saberá onde começa a cava, e então meça de uma cava até a outra. Comprimento da frente Essa medida é tomada apoiando-se a ponta da fita métrica na base do pescoço e descendo-a até a cintura. Deve-se tomar o cuidado de passar a fita métrica por cima do busto. F ot os : © P au lo S av al a 40 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Comprimento das costas Coloque a extremidade da fita métrica junto à base do pescoço; estique a fita até a cintura. Altura do quadril Após determinar a parte mais saliente do quadril, verifique a sua distância até a cintura pela lateral do corpo. F ot os : © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 41 Medida do gancho Com o cliente sentado, meça da cintura até o assento da cadeira. Atividade 3 Tomando medidas FundamenTais A ideia nesta atividade é que você e seus colegas pratiquem o ato de tomar medidas fundamentais do corpo e percebam a importância disso. 1. Com uma fita métrica, tome as medidas fundamentais de um colega; depois, ele tomará as suas. 2. Simule que está tomando as medidas para construir um modelo de uma peça que escolher, por exemplo, uma saia ou outra peça qualquer. 3. Construa uma ficha técnica com as medidas da peça que escolheu. A tabela a seguir contempla as medidas de diferentes peças, portanto, preencha apenas as necessárias para a peça escolhida. © P au lo S av al a 42 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Nome do cliente: Data: Tecido: Peça: Desenho da peça Medidas Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Circunferência do quadril Circunferência de colarinho Comprimento do ombro Largura das costas Comprimento da frente Comprimento das costas Altura do quadril Altura do gancho mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 43 4. Discuta com o colega quais foram as facilidades e as dificuldades que cada um encontrou na tomada de medidas. 5. Compartilhe o resultado dessa discussão com a turma. Medidas complementares Além das medidas fundamentais, na modelagem são necessárias também as chamadas medidas complemen- tares, usadas para fazer alterações no molde-base a fim de transformá-lo em outros modelos, como, por exem- plo, quando se quer fazer o molde de um vestido ou blusa no modelo tomara que caia. A variação, nesse caso, será a medida da altura do tomara que caia. Outros exemplos de variação: profundidade de um decote, com- primento ou largura de uma manga, comprimento de uma saia etc. Veja agora como tomar as medidas complementares. Altura do busto Posicione a fita métrica junto à base do pescoço até a altura do busto e tome a medida. A altura e a distância do busto definem a localização da pence de busto. As pences estão presentes em saias e blusas e são utilizadas para modelos ajustados ao corpo. Por essa razão, nem sempre são obrigatórias nos moldes que você vai confeccionar. Pence: Pequena prega do avesso e que vai estreitando até desaparecer, para melhor moldar ou para ajustar uma roupa. © iDicionário Aulete. <www.aulete. com.br> © P au lo S av al a 44 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Distância ou separação do busto Posicione a fita métrica sobre o busto de um mamilo ao outro e tome a medida. Comprimento de saia, calça, bermuda e similares Coloque a fita métrica na cintura e tome a medida até a altura desejada para o comprimento da peça. F ot os : © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 45 Comprimento de manga Peça para o cliente posicionar a mão logo abaixo da cintura, formando um arco com o braço. Tome a me- dida do início do braço (final do ombro) até o ossinho saliente do punho, aquele que fica próximo da mão. Essa medida servirá para a manga comprida. Se o mo- delo for diferente, tome a medida até o comprimento desejado. As medidas masculinas seguem o mesmo padrão das medidas femininas, com exceção do busto, que nos ho- mens é equivalente à medida do tórax. Medidas individuais Vimos até aqui como tomarmedidas individuais, im- portantes para construir peças sob medida, que são aque- las feitas para um único corpo. A seguir, veremos como essas medidas também podem dar origem a uma tabela de medidas, que auxilia a confecção de peças que se adequam a vários corpos. O trabalho do modelista é de grande responsabilidade, pois com seus moldes milhares de peças serão cortadas. © P au lo S av al a 46 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Atividade 4 medidas médias 1. Você já realizou uma atividade em que tomou as medidas de um colega. Agora, em grupo de quatro participantes, vocês vão tirar a média de cada uma dessas medidas. Média de medidas do grupo Integrante Medida 1 2 3 4 Média Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Circunferência do quadril Circunferência de colarinho Comprimento do ombro Largura das costas Comprimento da frente Comprimento das costas Altura do quadril Altura do gancho mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 47 Como tirar a média? Suponhamos que cada participante obteve as circunferên- cias do quadril indicadas a seguir: • integrante 1 – circunferência do quadril: 100 cm; • integrante 2 – circunferência do quadril: 102 cm; • integrante 3 – circunferência do quadril: 98 cm; • integrante 4 – circunferência do quadril: 104 cm. Para calcular a média, é preciso somar todas as medidas (100 + 102 + 98 + 104) e dividi-las por quatro, pois é o número de participantes que integram o grupo. A média da circunferência do quadril no exemplo é de 101 cm. 2. É importante conhecer a média das medidas? Por quê? 3. Discuta com a turma sobre as opiniões e medidas que obtiveram no seu grupo. Medidas padronizadas A medida padronizada é estabelecida por meio da média de uma medida, designan- do, assim, diferentes numerações de manequim conhecidas, por exemplo: manequim 42, 44 etc. O objetivo da medida padronizada é vestir o maior número de pessoas, dispensando a tomada de medidas diretamente em cada corpo. O profissional que trabalha com modelagem industrial segue uma tabela de medi- das padronizadas, que varia de acordo com cada indústria e com o público-alvo, ou seja, se é masculino ou feminino, infantil etc. As tabelas são referências para a construção de bases e para a composição de peças, que poderão ser confeccionadas em grande escala. 48 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Lendo uma tabela de medidas Para obter medidas por meio de uma tabela de medidas padronizadas, é preciso que você encontre, na tabela escolhida, as medidas correspondentes ao número do manequim. Tamanhos – manequins Medidas (em cm) 38 40 42 44 46 Circunferência do busto 86 90 94 98 102 Circunferência da cintura 66 70 74 78 82 Circunferência do quadril 90 94 98 102 106 Largura das costas 40 42 44 46 48 Comprimento da frente 37 38 39 40 41 As medidas das tabelas são exatas e não incluem folgas ou margens de costuras. Fonte: HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: <http://201.2.114.147/ bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/ NT0003798A.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2013. Exemplo: se desejarmos saber a medida de circunferên- cia do busto para o tamanho 42, primeiro devemos localizar a coluna correspondente a esse número de manequim na tabela de modelagem feminina. Em se- guida, precisamos localizar, na linha que corresponde à medida da circunferência do busto, o número do ma- nequim 42: a medida é 94 cm. Tabelas de medidas As tabelas de medidas foram criadas com a intenção de padronizar medidas e tamanhos de peças, porém existe grande diversidade de tabelas, que variam de confecção para confecção. Para que você possa conhecer alguns mo- delos, apresentaremos aqui três exemplos de tabela de medidas femininas, masculinas e infantis. Já foi ressaltada a importância na precisão das medidas, pois um erro nessa etapa poderá comprometer a peça- -piloto e toda a coleção. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 49 Tabela de medidas-padrão – corpo feminino Tabela de medidas Padrão industrial para modelagem plana feminina Tamanhos 38 40 42 44 46 Medidas fundamentais Circunferência do busto 86 90 94 98 102 Circunferência da cintura 66 70 74 78 82 Circunferência do quadril 90 94 98 102 106 Corpo – frente Comprimento da frente/corpo 43,5 44,5 45,5 46,5 47,5 ½ largura do busto da frente 22,8 23,8 24,8 25,8 26,8 ½ separação do busto da frente 8 8,5 9 10 10,5 Comprimento lateral 20 20,5 21 21,5 22 ½ cintura da frente 17,5 18,5 19,5 20,5 21,5 Comprimento do ombro 12 12,3 12,6 12,9 13,2 Comprimento ombro-cintura 37 38 39 40 41 Largura do decote da frente 6 6,5 7 7 7,5 Comprimento do decote da frente 6,75 7 7,25 7,5 8 Diâmetro da zona do busto 13 14 14 15 16 50 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Costado: Sinônimo de costas. Tabela de medidas Corpo – costas ½ largura das costas 20,2 21,2 22,2 23,2 24,2 ½ costado 17 17,5 18 18,5 19 ½ cintura das costas 15,5 16,5 17,5 18,5 19,5 Largura do decote das costas 6,5 7 7,5 7,5 8 Comprimento do decote das costas 2,5 2,5 2,75 2,75 3 Manga Cabeça da manga 13 13,5 14 14,5 15 Comprimento da manga 58 58 58,5 58,5 59 Comprimento debaixo do braço 43 43,5 44 44,5 45 Cotovelo 24,5 25,5 26,5 27,5 28,5 Bíceps 28,5 29,5 30,5 31,5 32,5 Punho 16 17 18 19 20 Calça e saia Altura do gancho 23,2 24 24,8 25,6 26,4 Comprimento lateral 100 101 102 103 104 Altura do joelho 59,5 60 60,5 61 61,5 Altura do quadril 18 18 20 20 20 HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: <http://201.2.114.147/ bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/ NT0003798A.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2013. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 51 Tabela de medidas-padrão – corpo masculino Tabela de medidas Padrão industrial para modelagem plana masculina Camisa social (colarinho) 36 38 40 42 44 46 Camisa esporte (tamanho) 0 1 2 3 4 5 Calça (tamanho/cintura) 36 38 40 42 44 46 Circunferência do tórax 88 92 96 100 104 108 Circunferência da cintura 72 76 80 84 88 92 Circunferência do quadril 88 92 96 100 104 108 Pescoço (colarinho) 36 38 40 42 44 46 Punho 21 22 23 24 25 26 Comprimento das costas 44,5 45 45,5 46 46,5 47 Costado 39 40 41 42 43 44 Comprimento da manga 60,5 61 61,5 62 62,5 63 Comprimento da calça 107 108 109 110 111 112 Altura do gancho 22,7 23,5 24,2 25 25,7 26,5 Altura do joelho 61,5 62 62,5 63 63,5 64 Altura de entrepernas 84,2 84,5 84,7 85 85,2 85,5 HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: <http://201.2.114.147/bds/ BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2013. 52 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Tabela de medidas-padrão – corpo infantil Tabela de medidas Padrão industrial para modelagem plana infantil Idade/tamanho 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Medidas Circunferência do busto 52 54 56 58 60 62 64 68 70 72 74 78 80 Circunferência da cintura 52 52 54 56 58 58 60 60 60 62 63 63 65 Circunferência do quadril 56 58 60 62 64 66 68 70 72 74 78 82 86 Frente Comprimento da frente 20 22 23 24 25 26 28 30 31 32 33 34 36 Ombro 6,5 7 7,5 8 8 8,5 9 10 10 10,5 10,5 11 12 Queda do ombro 2 2 2,3 2,5 2,5 2,5 2,8 3 3 3,2 3,23,5 3,7 Pescoço 24 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 34 Costas Comprimento das costas 19 21 22 23 24 25 27 29 30 31 32 33 35 Costado 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 35 Manga Comprimento da manga 26 28 30 32 34 36 38 40 42 46 48 50 52 Punho 11,5 12 12,5 13 13,5 14 14,5 15 15,5 16 16,5 17 17,5 mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 53 Tabela de medidas Saia e calça Comprimento da saia 21 22 23 23 24 25 25 26 26 27 28 29 30 Gancho 42 44 45 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 Comprimento da calça 42 48 52 56 58 59 60 62 64 68 72 76 80 Altura do quadril 11 12 12 12 13 13 13 13,5 13,5 14 15 16 17 Guia de pence 2 2 2,5 2,5 3 3 4 4 5 5 6 7 7 HEINRICH, Daiane. Modelagem e técnicas de interpretação para confecção industrial. Coleção O que o empresário precisa saber. Porto Alegre: SEBRAE/RS: Feevale, 2007. Disponível em: <http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/9AFBA8F1EE63475983257457004FA761/$File/NT0003798A.pdf>. Acesso em: 9 jan. 2013. Materiais do modelista O principal instrumento utilizado pelo modelista é a fita métrica: um pedaço de plástico ou de tecido plastificado, estreito, chato e delgado, graduado com medidas do sistema métrico decimal (metro, decímetro, centímetro ou milímetro). Veja a seguir outros materiais importantes para o trabalho do modelista. © J ak ub K re ch ow ic z/ 12 3R F 54 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Papel kraft Usado para traçar os moldes. Lápis e borracha O lápis comum serve para traçar o risco do molde no papel. A borracha deve ser utilizada para apagar erros, traços ou linhas incorretas e indesejáveis dos moldes. Régua A régua deve ser utilizada para traçar linhas e medir os traços do molde. Na mode- lagem industrial, utilizamos dois tipos de réguas: a milimetrada e a curva. • Régua milimetrada – de madeira ou de material plástico, graduada em centí- metros e milímetros. © P au lo S av al a © J ill F ro m er /P ho to di sc /G et ty Im ag es © P au lo S av al a © P au lo S av al a © P au lo S av al a © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 55 • Régua curva – existem vários tipos de régua curva. Ela auxilia a traçar, nos moldes, as partes curvas equivalentes a quadril, cavas, decotes, ganchos, lapelas etc., propiciando traçados mais exatos do que os feitos à mão livre. Régua curva francesa para modelagem. Esquadro Em modelagem industrial, utilizam-se dois tipos de esquadro: o convencional e o de alfaiate. • Esquadro convencional – formado por um ângulo reto, é utilizado para traçar linhas perpendiculares. • Esquadro de alfaiate – serve para traçar linhas curvas ligeiramente acentuadas. Esse esquadro não é um material fundamental, mesmo assim alguns modelistas preferem utilizá-lo. F ot os : © P au lo S av al a 56 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Tesoura O modelista precisa de dois tipos de tesoura: a de alfaia- te e a comum. • Tesoura de alfaiate – facilita o processo de cortar o tecido seguindo o molde, pois seu pegador é um pou- co mais elevado do que as lâminas. • Tesoura comum – deve ter um bom corte e de prefe- rência ser grande, pois isso facilita o trabalho de cortar os moldes. Não use a tesoura de tecido para cortar os moldes de papel, pois prejudicará seu corte. F ot os © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 57 Giz de alfaiate Muito útil para transferir o molde feito em papel para o tecido ou fazer marcações nas peças. Não mancha o tecido e sai com facilidade. Descosturador Usado para desmanchar costuras. A ponta fina, ao ser inserida no ponto que se quer eliminar, leva a linha até a lâmina, que fica em sua curva central. É muito útil também para abrir casas de botão. Carretilha É utilizada na modelagem industrial para copiar as linhas dos moldes em papel ou tecido. Para transferi-las para o tecido, é necessário o uso de papel-carbono. F ot os : © P au lo S av al a 58 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Alfinetes São usados para fazer marcações de ajustes e prender os moldes aos tecidos. Punção Serve para perfurar ou marcar um ponto em uma peça. É muito útil para transferir a localização de furos em gabaritos. Costuma ser feito de metal, com uma ponta moldada em uma das extremidades. Gabarito: Peça de plástico ou de papel rígido produzida para auxiliar nos processos de modelagem, costura ou acabamentos, como a locali- zação de botões e caseados. F ot os : © P au lo S av al a mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 59 Manequim É um importante apoio para elaboração de modelagens. No manequim, o modelista pode analisar o caimento de mangas, visualizar golas e volumes (drapeados, por exemplo). Você sabia? Grande parte das confec- ções já atua com sistemas de modelagem feitos no computador. Há casos, inclusive, em que ela é totalmente computadori- zada. Por exemplo, digi- taliza-se no computador uma modelagem de saia e, a partir dela, podem-se criar diversos moldes. Ou, então, faz-se primeiro o moulage (fala-se “mulage”) em tecido e depois ele é di- gitalizado no computador. Isso é possível utilizando- -se um software para ela- boração de moldes. O CAD (Computer Aided Design, que pode ser tra- duzido livremente como “desenho auxiliado por computador”) é uma fer- ramenta que tende a ser cada vez mais utilizada na indústria de confecção. Esse poderá ser um curso a ser feito posteriormen- te, quando você estiver mais familiarizado com a modelagem. Também são importantes para uso do modelista: computador, calculadora, mesa para desenho, fita ade- siva e grampeador. © P au lo S av al a © J os e M an ue l G el pi D ia z/ 12 3R F 60 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Atividade 5 moulage Agora que você já conhece melhor os tecidos e viu no Caderno 1 como Madeleine Vionnet (1876-1975) criava seus modelos, vamos tentar fazer um moulage. 1. Imagine a peça do vestuário que você vai criar e que possa ser modelada em um manequim. Solte a ima- ginação e pense no caimento, na cor e na estação do ano em que ela será usada. 2. Em uma folha avulsa, esboce um desenho do modelo que você imaginou. 3. Tente montar seu modelo no manequim. 4. Apresente à turma sua produção e, se possível, foto- grafe-a para seu futuro portfólio. Você sabia? Draping (fala-se “drá- pim”) ou moulage é uma técnica de modelagem tridimensional feita dire- tamente no manequim ou no corpo do modelo. Essa técnica dá ao mode- lista uma visão mais com- pleta do caimento da peça, o que lhe permite verificar, modificar ou criar novos efeitos antes mesmo de terminar o modelo. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 61 unida d e 7 Molde industrial Para iniciar a produção de moldes, vamos, em primeiro lugar, relembrar como se dá a criação de uma peça. O papel do modelista se compara ao de um tradutor. O esti- lista pensa no modelo, no caimento, no movimento que a rou- pa deve ter etc., e o modelista, por sua vez, concretiza (traduz) no papel as ideias pensadas na etapa de desenvolvimento do modelo. Modelagem bidimensional x modelagem tridimensional Além de passar para o papel a ideia do estilista, o modelista faz outro tipo de tradução – tem de pensar um modelo que terá três dimensões: profundidade, largura e comprimento, sendo, portanto, tridimensional. Para chegar aesse resultado, ele pode pensar em trabalhar com o moulage ou com a modelagem bidimensional, conhecida como modelagem plana, ou seja, com moldes que tenham duas di- mensões: comprimento e largura. Modelo desenhado pelo estilista. Molde elaborado com base no modelo idealizado pelo estilista. © H ud so n C al as an s © P au lo S av al a 62 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 O trabalho do modelista pode ser realizado considerando também os dois processos, primeiro a modelagem plana e depois a modelagem tridimensional. Compare as duas formas: Modelagem bidimensional Modelagem tridimensional Método Manual, no papel Manequim Tempo 1 hora 5 horas Estética Apresenta maior risco de erro na indicação de detalhes no modelo Apresenta maior precisão na localização dos detalhes Visibilidade Traça as formas e os volumes Permite o manuseio real de formas e volume, bem como a percepção do comportamento do tecido Caimento Requer maior quantidade de ajustes na peça-piloto Reduz o número de ajustes Construção de bases Construído por desenho Construído diretamente em um modelo Funcionalidade Limita-se à tabela de medidas Torna possível o estudo de dobras e o deslocamento de linhas, estruturas, volumes e ajustes Conceito Capacidade de visualizar mentalmente o resultado final Exige técnica manual e visual, sensibilidade e ação criativa Fonte: BORBAS, M. C.; BRUSCAGIM, R. R. Modelagem plana e tridimensional – moulage – na indústria do vestuário. Revista de Ciências Empresariais da Unipar, Umuarama, v. 8, n. 1 e 2, p. 155-67, jan./dez. 2007. p. 164-5. Disponível em: <http://revistas.unipar.br/empresarial/article/viewFile/2679/2043>. Acesso em: 17 jan. 2013. mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 63 Empregar a modelagem tridimensional não elimina a modelagem plana (que também pode ser feita de forma computadorizada), mas o uso combinado dos dois mé- todos traz maior qualidade ao produto final. Apesar de serem métodos diferenciados e de, comumente, o mo- delista encontrar mais facilidade em um deles, o ideal é usar os dois métodos para aproveitar os pontos fortes de cada um. Por exemplo, o modelista pode fazer o traçado de um blazer (fala-se “blêizer”) na modelagem plana, mas fazer a gola por moulage para chegar mais rápido ao desenho e ao volume desejados. As etapas da confecção de roupas na indústria O trabalho na indústria de moda é, geralmente, bastan- te dividido. É o chamado trabalho especializado, no qual as etapas e as funções de cada profissional são bas- tante demarcadas. Contudo, dependendo do porte da indústria, os profissionais do vestuário podem formar uma equipe que valorize a experiência de cada um, pos- sibilitando maior troca de informações e experiências. Se isso ocorrer, com certeza o resultado do trabalho será melhor. Tomando como exemplo uma indústria com tarefas mais divididas, o trabalho do modelista começa na interpretação do modelo proposto pelo estilista. Esse modelo, também conhecido como croqui, deve vir acompanhado de uma ficha técnica muito precisa, que considere as medidas e/ou tamanhos a serem pro- duzidos, além da descrição completa do modelo, tal como: o tecido, os acabamentos a serem utilizados, os detalhes etc. Cada empresa tem um modelo próprio de ficha técnica, mas, ainda assim, existem dois modelos básicos. Obser- ve-os a seguir. A ficha técnica de uma peça deve ser única, e todos os setores envolvidos na produção devem ter o mesmo documento. Portanto, se houver qualquer alteração na ficha, todos os departamentos precisam ser imediatamente comunicados. O uso adequado desse documento permite evitar compras erradas e, consequentemente, prejuízos para a produção da peça, seja ela em grande ou em pequena escala. Ficha técnica: Documento importante para o planeja- mento da produção de qual- quer peça de vestuário. Ela tem como objetivo especifi- car todos os passos a serem seguidos para determinado modelo, bem como indicar tamanho, tecido, cor, avia- mentos etc. 64 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Modelo 1: o foco está na descrição de todas as etapas de costura e montagem da peça. Ficha técnica Descrição do produto: Fases Nº Operações Máquinas Acessórios Observações: mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 65 Modelo 2: possibilita que o modelista visualize como a peça ficará depois de pronta. Ficha técnica Descrição do produto: Modelo: Coleção: Código: Estilista: Modelista: Croqui frente Croqui costas Cores: Tamanhos: Tecidos: Assinatura do modelista: Aviamentos: Assinatura do costureiro: Observações: Aviamento: Material utili- zado no acabamento de uma peça de roupa, de acordo com o tecido empregado. 66 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Atividade 1 inTerpreTando a Ficha Técnica Observe a ficha técnica a seguir. FICHA TÉCNICA Modelo: Descrição do produto: Regata de malha Denise Designer: Vanessa Modelista: Sílvia Grade: P-M-G Tamanho da piloto: P Data: 20/12/2012 Tecido: Viscolycra Fornecedor: Sintotex Composição: 95% viscose, 5% elastano Consumo: 0,83 m Rendimento: 2,70 m/kg Aviamentos: Cartela Hot Fix Fornecedor: Ornare Aviamentos Consumo: 3255 Código: 1 Cor 1: Preto Cor 2: ............... Regata de malha com Hot Fix Variantes: Cor 1: preto Cor 2: branco Coleção: Primavera-verão 2013 © H ud so n C al as an s mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 67 Agora, identifique: 1. Qual é a peça a ser confeccionada? 2. Quais serão os tamanhos a serem confeccionados? 3. Quantos tipos de tecido são empregados na produção da peça? 4. Quais são os tecidos a serem empregados? 5. Quais são os aviamentos necessários? 6. Observando a peça, responda: Algum aviamento ou acabamento não foi inserido na ficha técnica? Se sim, qual(is)? 7. Algum detalhe que facilitaria o trabalho do modelista foi esquecido? Se sim, qual(is)? 68 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 Atividade 2 produzindo a Ficha Técnica 1. Escolha um modelo de peça (vestido, saia, blusa etc.) e faça um esboço no quadro a seguir. 2. Como seria a ficha técnica necessária para o modelo elaborado? Você incluiria outros detalhes na ficha? Quais? Por quê? mo D e l i s t A 2 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o 69 3. Preencha a seguir a ficha técnica idealizada por você a partir do exemplo da página 65. Comente o resultado com os colegas. Ficha técnica 70 Arco Ocupacional Ve s t uá r i o mo D e l i s t A 2 4. No laboratório de informática, refaça a ficha técnica que você elaborou em uma planilha eletrônica. A geometria na modelagem Após uma análise minuciosa do modelo com a respec- tiva ficha técnica, é o momento de traçar o molde. Mas, antes disso, você precisará recorrer a alguns ele- mentos matemáticos, mais especificamente de cálculos e da geometria. Vamos começar pela geometria. Ela é de extrema utilidade na realização dos moldes. Vejamos: O que é um ponto? O que é uma reta? E um segmento de reta? Em geometria, o ponto não tem partes, podendo ser representado, por exemplo, pelo sinal feito com a pon- ta do lápis no papel. Uma reta é uma linha infinita, sem início nem fim, formada por pontos alinhados. Um segmento de reta tem início e fim delimitados, como mostra a imagem a seguir. Se nesse segmento de reta for marcado um terceiro pon- to C, teremos dois segmentos, AC e CB: O segmento de reta AC é formado pelo ponto inicial A ligado ao ponto C; e o segmento de reta CB é formado pelo ponto inicial C ligado ao ponto
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