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TCC TEOLOGIA ADMINISTRAÇÃO ECLESIAL

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FATIN - FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA
Curso de Bacharel em Teologia
 ADMINISTRAÇÃO ECLESIAL: uma abordagem teológica e jurídica sobre a isenção de IPTU para templos religiosos.
DANIEL CARLOS DE JESUS BAHIANO
SÃO PAULO/SP
2019
DANIEL CARLOS DE JESUS BAHIANO
ADMINISTRAÇÃO ECLESIAL: uma abordagem teológica e jurídica sobre a isenção de IPTU para templos religiosos
Monografia apresentada à Faculdade de Teologia Integrada - FATIN, Curso de Teologia, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Teologia.
Orientador: Professor: Solon Diniz 
SÃO PAULO/SP
2019
DANIEL CARLOS DE JESUS BAHIANO
ADMINISTRAÇÃO ECLESIAL: uma abordagem teológica e jurídica sobre a isenção de IPTU para templos religiosos
Monografia apresentada à Faculdade de Teologia Integrada - FATIN, Curso de Teologia, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Teologia.
Data de Aprovação:___/___/___, Nota:__________
Orientador (a): 
__________________________________
Professor Solon Diniz Cavalcante
Banca Examinadora:
_________________________________
Rosely Pereira Pontes
__________________________________
Professor Solon Diniz Cavalcante
_________________________________
Professora Christiane Joyce R. Morais
SÃO PAULO/SP
2019
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todas Igrejas, excepcionalmente, a Igreja Internacional da Graça de Deus, onde com muito amor exerço o meu ministério.
AGRADECIMENTOS
Prefacialmente, agradeço a Deus por mais uma conquista, sem o qual, nada seria possível. E também, agradeço minha família, colegas e professores por fazerem parte dessa história.
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;” Efésios 4:11-12
ADMINISTRAÇÃO ECLESIAL: uma abordagem teológica e jurídica sobre a imunidade de IPTU para templos religiosos
Daniel Carlos de Jesus Bahiano[2: Graduando do Curso de Teologia da Faculdade de Teologia Integrada - FATIN]
RESUMO
O presente artigo tem como finalidade abordar a questão tributária na Bíblia e, sob o ponto de vista do Direito, verificar a possibilidade de imunidade e isenção de IPTU para templos religiosos.
Palavras-chave: Administração Eclesial; O Tributo na Bíblia; Imunidade e Isenção de IPTU para Templos Religiosos. 
SUMMARY
The purpose of this article is to address tax issues in the Bible and, from the point of view of law, to verify the possibility of IPTU immunity and exemption for religious temples.
Key words: Ecclesial Administration; The Tribute in the Bible; Immunity and Exemption from IPTU for Religious Temples.
SUMÁRIO
1. Introdução .....................................................................................................10
2. A igreja ..........................................................................................................11 
2.1. Considerações gerais ................................................................................11
2.2. Natureza jurídica da igreja .........................................................................13 
3. O tributo ........................................................................................................15
3.1. Conceito .....................................................................................................15
3.2. O tributo no antigo testamento ...................................................................20 
3.2.1. Israel tributário ........................................................................................22
3.3. O tributo no novo testamento .....................................................................22
3.4. Isenção de imposto na Bíblia .....................................................................25
4. Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) .................................................26
4.1. Considerações iniciais ...............................................................................26
4.2. Conceito de IPTU .......................................................................................27 
4.3. Imunidade de IPTU para templos religiosos ..............................................29
4.4. Isenção de IPTU para imóveis locados para templos religiosos ...............33
5. Conclusão .....................................................................................................36
6. Referências ...................................................................................................38
1. INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como tema a ser abordado, a administração eclesial: uma abordagem teológica e jurídica sobre a imunidade de IPTU para templos religiosos. 
Sabe-se que a palavra igreja não se restringe apenas a parte espiritual ou a reunião de pessoas, o conceito de igreja, também é aplicado ao edifício em que se realiza o culto.
Assim, a administração eclesial consiste no emprego de esforços para administrar os recursos dados por Deus, sejam eles de ordem espiritual ou material. 
Diante de períodos tão escassos de recursos, almeja-se propiciar economia financeira ao corpo de Cristo.
Nestes termos, cabe ao administrador certa diligência para garantir à igreja os privilégios previstos no ordenamento jurídico brasileiro.
O principal objetivo deste trabalho é analisar a questão do tributo na Bíblia Sagrada, e também, verificar a possibilidade da imunidade ou isenção de IPTU para templos religiosos.
Nesta pesquisa utilizou-se o método dedutivo e a técnica de pesquisa bibliográfica.
O tipo de metodologia adotada faz-se o uso das Normas da ABNT atualizadas e subsidiariamente do Manual de Normatização fornecido pela Faculdade de Teologia Integrada.
Diante da amplitude do presente tema e para uma melhor visualização, dividiu-se o trabalho em três capítulos.
No primeiro momento, analisaremos o conceito de igreja e verificaremos a sua natureza jurídica.
Em um segundo instante, teremos uma breve análise da cobrança de tributo na Bíblia Sagrada.
No último capítulo, verificaremos o IPTU, bem como a possibilidade de imunidade ou isenção do tributo para templos religiosos.
2. A IGREJA
2.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Exordialmente é importante salientar que, Igreja é uma congregação formada por pessoas regeneradas, que por intermédio do batismo, passaram a professar fé pública no Senhor Jesus. Houaiss e Villar (2009) descrevem a Igreja como uma comunidade composta por cristãos, formando um corpo social organizado. 
Etimologicamente, a palavra “Igreja” vem do Grego “EKKLESIA”, “assembléia, reunião”, derivado do verbo “EKKALEIN”, formado por EK-, “fora”, mais KALEIN, “chamar, clamar”. Entrou em uso muito antes do início do cristianismo. Da palavra grega “EKKLESIA” resultou a palavra latina “ECCLESIA”, que possui significado semelhante.[3: Wayne Grudem (1999) leciona que “Ekklesia” era o nome que se dava na Grécia antiga para um grupo de cidadãos que reuniam para tratar dos assuntos do Estado. Tais cristãos se reunião em uma assembleia.][4: ORIGEM DA PALAVRA – SITE DE ETIMOLOGIA. Disponível em: <http://origemdapalavra.com.br/site/?s=igreja>. Acesso em 20 de maio de 2019.]
Por efeito, a palavra grega “Ekklesia” aparece na Bíblia Sagrada no Antigo e Novo Testamento para o que era chamado de “congregação” (2 Crônicas 6:3; Hebreus 10:25), “assembleia dos justos” (Salmos 111:1), “corpo de Cristo” (Efésios 4:12) e “universal assembleiae igreja dos primogênitos” (Hebreus 12:23). [5: ALMEIDA, João Ferreira de. Trad. A Bíblia Sagrada (revista e atualizada no Brasil) 2 ed. São Paulo. Sociedade Bíblica Brasileira, 1993.][6: Depois o rei virou-se e abençoou toda a congregação de Israel, que estava ali de pé. (Almeida Revista e Atualizada, 2 Crônicas 6:3)Não deixemos a nossa congregação como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia. (Almeida Revista e Atualizada, Hebreus 10:25) Aleluia! Darei graças ao Senhor de todo o coração na reunião da assembleia dos justos.
(Almeida Revista e Atualizada, Salmos 111:1) Com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado. (Almeida Revista e Atualizada, Efésios 4:12)À igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus. Vocês chegaram a Deus, juiz de todos os homens, aos espíritos dos justos aperfeiçoados, (Almeida Revista e Atualizada, Hebreus 12:23) ]
Corroborando com o entendimento, Myer Pearlman apregoa:
A palavra grega no Novo Testamento para igreja é “ekklesia”, que significa “uma assembleia de chamados para fora”. O termo aplica-se a:
Todo o corpo de cristãos em uma cidade (Atos 11:22; 13:01.)[7: Notícias desse fato chegaram aos ouvidos da igreja em Jerusalém, e eles enviaram Barnabé a Antioquia. (Almeida Revista e Atualizada, Atos 11:22)Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. (Almeida Revista e Atualizada, Atos 13:01)
]
Uma congregação, (1 Cor. 14:19,35; Rom. 16:5.)[8: Todavia, na igreja prefiro falar cinco palavras compreensíveis para instruir os outros a falar dez mil palavras em língua (...) Se quiserem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa; pois é vergonhoso uma mulher falar na igreja. (Almeida Revista e Atualizada, 1 Coríntios 14:19,35)
Saúdem também a igreja que se reúne na casa deles. Saúdem meu amado irmão Epêneto, que foi o primeiro convertido a Cristo na província da Ásia. (Almeida Revista e Atualizada, Romanos 16:05)
]
Todo o corpo de crentes na terra. (Efés. 5:32.). (PEARLMAN, 2006, p. 274).[9: Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja. (Almeida Revista e Atualizada, Efésios 5:32)
]
Entrementes, cumpre ressaltar, que a palavra “Igreja” não se restringe apenas a parte espiritual ou a reunião de pessoas. 
Nesse sentido, Nemuel Kessler e Samuel Câmara (1987) lecionam que o conceito de Igreja também é aplicado ao edifício em que se realiza o culto cristão, ou seja, a parte material do templo.
Partindo da premissa de que o conceito de igreja está ligado à parte material do edifício, e também, a congregação de pessoas. Entende-se que, a igreja é ao mesmo tempo organismo e organização, em outras palavras, trata de assuntos espirituais, mas também, de questões materiais. É uma estrutura material e um organismo vivo ao mesmo tempo.
Dessa forma, igreja como organismo representa o povo, uma instituição espiritual invisível, perfeita, celestial e eterna. Já Igreja como organização, representa a parte física, visível, administrativa e humana. 
2.2. NATUREZA JURÍDICA DA IGREJA
Ao falar de igreja, logo vem em mente duas dimensões: igreja enquanto “templo” (organização) e igreja enquanto “corpo espiritual” (organismo). Doravante, para o Direito Eclesiástico, existe uma terceira dimensão: igreja enquanto ente dotado de personalidade jurídica de direito privado, que, por conseguinte, dotado de direitos e deveres civis.
Desse modo, a natureza jurídica da igreja está positivada no artigo 44 da Lei 10.406, o Código Civil de 2002, que preconiza:[10: Conceito de Código Civil: Código civil é um conjunto de normas que determinam os direitos e deveres das pessoas, dos bens e das suas relações no âmbito privado, com base na Constituição Nacional. O código civil está abrigado dentro dos parâmetros do Direito Civil, ramo jurídico que lida com as relações de natureza civil, desde o nascimento até a morte das pessoas. A importância do código civil está no fato de servir como um ponto de equilíbrio para a preservação da justiça e convivência social igualitária e menos conflituosa. O atual Código Civil Brasileiro foi instituído pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, entrando em vigor em todo o território nacional a partir de 11 de janeiro de 2003.Até então, o código civil vigente no Brasil era de 1916 (lei nº 3.071/1916), popularmente conhecido como “Código de Bevilacqua”, pois foi idealizado por Clóvis Bevilacqua, um dos mais importantes juristas da época. No total, o Código Civil Brasileiro contém 2.046 artigos, responsáveis por nortear os direitos e obrigações das pessoas, e que estão divididos em duas partes: Geral e Especial. A Parte Geral é composta por três livros que são referentes: as Pessoas, Dos Bens e Dos Fatos Jurídicos. Já a Parte Especial contém cinco livros, separados de acordo com as seguintes categorias: Do Direito das Obrigações, Do Direito de Empresa, Do Direito das Coisas, Do Direito de Família e Do Direito das Sucessões. (SIGNIFICADOS. Disponível em: <https://www.significados.com.br/codigo-civil/>. Acesso em 26 de maio de 2019.]
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações;
IV – as organizações religiosas;[11: Grifo nosso.]
V – os partidos políticos;
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído 
Pela Lei nº 12.441/2011 passa a vigorar 180 dias após 11/07/2011);
			
Ressalta-se ainda, que no parágrafo 1º do referido artigo, o legislador, conferiu às igrejas livre-arbítrio em sua estruturação ao estabelecer que: “São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.”.
Destarte, nos termos do artigo 45 do Código Civil, a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. [12: Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.]
Assim, para que a igreja passe a existir juridicamente, a legislação pertinente, exige basicamente e fundamentalmente 2 (dois) requisitos: 1º) o Registro de sua Fundação e Constituição perante o Cartório de Registro de Pessoa Jurídica e 2º) o Credenciamento de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). 
No tocante ao registro e alterações posteriores, a Lei nº 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos) é quem rege a matéria. 
Com o respectivo registro, a igreja, não estará apenas em conformidade com as leis dos homens, mas também de Deus, que orienta o homem a obedecer às autoridades superiores:
Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. (Almeida Revista e Atualizada, Romanos 13:1-2).
Assevera, que a personalidade jurídica conferirá a igreja os benefícios previstos em lei, dentre eles, os benefícios tributários. 
3. O TRIBUTO
3.1. CONCEITO
A palavra “Tributo” tem a sua origem no latim “TRIBUTUM”, que significa “contribuição, pagamento”. 
Assim, “O termo surgiu na civilização romana, quando o povo estava dividido em tribos e o tribuno era uma espécie de magistrado da tribo. Cada membro tinha que pagar ao tribuno imposto e taxas, ou seja, os tributos.” [13: GRAMATICA.NET.BR. Disponível em: <https://www.gramatica.net.br/origem-das-palavras/etimologia-de-tributo/>. Acesso em 20 de maio de 2019.]
Outrossim,no ordenamento jurídico brasileiro, encontramos o conceito de Tributo no artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN), que preconiza: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”[14: O Código Tributário Nacional surgiu com a Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 como decorrência da reforma iniciada pela Emenda Constitucional nº 18 de 1º de dezembro de 1965, que instituiu o Sistema Tributário Nacional. Na década de 1950, foi elaborado um anteprojeto do Código Tributário Nacional sob a responsabilidade do tributarista Rubens Gomes de Souza. Durante anos, o anteprojeto foi analisado e debatido. O Código Tributário só seria transformado em lei mais de dez anos após. A Emenda Constitucional nº 18/1965 instituiu um sistema tributário integrado no plano econômico e jurídico em vez do sistema anterior, de origem política, com autônomos sistemas tributários federal, estadual e municipal. A legislação dos Estados e Municípios não tinha vínculo com a nacional e era concebida para aumentar as suas competências e alcançar mais receita. O Brasil passou a ter um sistema tributário nacional. Com a edição da Emenda Constitucional nº 18/1965, o Imposto de Consumo foi transformado no Imposto sobre Produtos Industrializados, o Imposto do Selo foi extinto e criado o Imposto sobre Operações Financeiras. Foram instituídos impostos especiais sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais do país. (RECEITA FEDERAL. Disponível em http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/80anosir/textos/1966.htm?InFrame Acesso em 22 de maio 2019).O CTN - Código Tributário Nacional - é a Lei norteadora, no Brasil, da aplicabilidade dos tributos, extensão, alcance, limites, direitos e deveres dos contribuintes, atuação dos agentes fiscalizadores e demais normas tributárias. A aplicabilidade atual do CTN, sob a égide da Constituição de 1988 decorre do fenômeno, teoria ou princípio da recepção (art. 34, §5 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Através do princípio da recepção, todas as normas jurídicas em vigência anteriores a um ordenamento constitucional e que não entrem em conflito com este último, são absorvidas pelo sistema jurídico, permanecendo em vigor. O CTN - Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, cumpre as funções da lei complementar exigida pela Constituição Federal de 1988 para tratar de prescrição e de decadência tributárias no art. 150, parágrafo quarto; no art. 156, inciso V; no art. 173 e no art. 174 do texto constitucional. No aspecto formal, como a Constituição Federal de 1967 exigia que a matéria tributária, em se tratando de ‘normas gerais, conflitos de competência e limitações ao poder tributante’ fosse de natureza complementar, o CTN, diploma que versava sobre tais assuntos, embora fosse lei ordinária, passou a ter ‘eficácia de lei complementar’ por força do princípio da recepção. (PORTAL TRIBUTÁRIO. Disponível em <http://www.portaltributario.com.br/obras/ctn.htm>. Acesso em 22 de maio 2019).]
Diante do exposto, o tributo é uma obrigação de pagar, criada por lei específica, impondo aos indivíduos físicos e ou jurídicos o dever de entregar um valor para a manutenção do Estado. 
Conforme dispõe o artigo 162 do CTN, a quitação do tribuno é apenas em dinheiro, diferentemente do que acontecia em outros períodos da história em que o pagamento poderia ser com mercadorias ou serviços.
Entrementes, tributo é gênero e em termos gerais classificam-se em cinco espécies: imposto, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais (contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas).[15: Tributo é gênero e comporta cinco espécies: Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições. Ou seja, impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições são espécies de tributo. Sobre o estudo de gêneros e espécies, a professora Fabiana Del Padre leciona: Os gêneros consistem em grupos maiores que contém outros menores, denominados espécies. Com essa explicação acreditamos fica mais clara a diferenciação, mesmo assim, vamos formular um exemplo mais simples logo abaixo. Exemplo simples com times de futebol para compreensão didática: Time de futebol é gênero. Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo são espécies de times. Diante de toda ilustração acima, vamos avançar, levando em consideração que já temos uma definição clara da diferença entre tributo e as suas espécies. Dando continuidade ao estudo passamos ao estudo sobre o conceito de tributo. Tributo é gênero é assim pode ser conceituado: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” Afinal, o que é tributo? Resumidamente, se possível: Tributo é uma obrigação que, preferencialmente, deve ser paga em moeda corrente. Se o ocorrer à hipótese prevista em lei, o contribuinte fica obrigado a pagar o tributo, independente de sua vontade. O tributo nasce por meio de lei, e necessariamente deve prever uma situação lícita. A cobrança deve ser efetuada por um dos entes governamentais ou por esses delegados. Sobre o conceito de tributo terminamos aqui. Passamos para a análise de suas espécies. Conforme já mencionamos acima, e não cansamos de repetir, tributo é gênero que comporta cinco espécies, porém vamos detalhar cada uma das espécies, a saber: 1 - Impostos: O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (CTN, art. 16). Explicações sobre impostos: É o mais importante dos tributos. O imposto incide independente da vontade do contribuinte. Se efetuado o fato gerador, logo será devido o imposto. Não tem atuação direta do Estado no fato gerador, isto é, existe uma previsão legal (lei), que se efetuado pelo contribuinte, será devido o imposto. Exemplos: 1) IPI – Previsão legal: Industrializar produtos. Se houver industrialização de produtos, consequentemente será devido o IPI. 2) IPVA – Possuir veículos automotores. Se houver a propriedade de veículo automotor em 01/01, consequentemente será devido o IPVA. 2 - Taxa: Tributo que tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva e potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. (CTN, art. 77). Explicações sobre taxa: Um dos tributos mais complexos. A taxa é devida diante de uma atuação estatal, sendo que esse serviço público deve ser específico e divisível (é possível saber qual contribuinte efetuou o fato gerador). Exemplo: 1) Taxa de autenticação de documentos. 3 - Contribuição de melhoria: É o tributo cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra a valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. (CTN, art. 81). Explicações sobre Contribuição de Melhoria: É um tributo peculiar e pouco conhecido. Esse tributo é devido quando houver uma obra pública com posterior valorização dos imóveis ao redor do empreendimento. Exemplo: 1) É evidente que após a construção de uma estação do Metrô em um local carente que, haverá valorização dos imóveis ao redor. Logo, poderá ocorrer a cobrança desse tributo, mediante Contribuição de Melhoria, se houver lei prevendo, antes da construção. 4 - Empréstimo compulsório: Somente podem ser criados diante de situações específicas (guerra externa ou sua iminência e calamidade pública, ou investimento público de caráter relevante),e a aplicação dos recursos provenientes de sua arrecadação é vinculada à despesas correspondente, que justificou sua instituição. Trata-se de exceção, prevista em norma de superior hierarquia (CF/88, art. 148, parágrafo único). Explicação sobre Empréstimo Compulsório: Mais uma espécie de tributo pouco utilizado, ainda bem. Nada mais é que empréstimo, em que o governo em determinadas circunstâncias – citadas acima – o governo pode compulsoriamente, reter o dinheiro do contribuinte. Exemplo: 1) Empréstimos compulsórios para o Plano Collor. Nosso amável ex-presidente “confiscou” a poupança dos brasileiros. 5 - Contribuições: Os recursos obtidos com sua arrecadação devem ser necessariamente aplicados no atendimento da finalidade que justifica a sua cobrança. Podem ser sociais, de intervenção no domínio econômico, de interesse de categorias profissionais ou econômicas, de custeio da iluminação pública. Explicação sobre contribuições: Não confundir com Contribuição de Melhoria. São espécies diferentes. Contribuições são tributos que têm destinação especifica, isto é, são criados para atender determinada demanda. Por isso, não se confundem com impostos. Exemplos: 1) CPMF – Contribuição que tinha como destinação a manutenção da saúde pública. 2) CIP – Contribuição para manutenção da iluminação pública das cidades. Vide conta de energia elétrica. Terminamos aqui nossas ponderações, e como sempre, abrimos espaço para discussões e colaborações. (ADMINISTRADORES.COM. Disponível em <https://administradores.com.br/artigos/o-que-e-tributo-quais-sao-suas-especies >. Acesso em 22 de maio 2019).]
No tocante a competência tributária, que é a atribuição data pela Constituição Federal (CF) de 1988 aos entes políticos do Estado (União, governos estaduais, Municipal e Distrito Federal) para instituir os tributos e recolher os tributos, a Carta Magna estabelece:[16: A Constituição Federal é a lei maior de um Estado (país). Trata-se de um conjunto de normas reguladoras que instituem os pilares jurídicos de uma nação. A atual constituição brasileira foi estabelecida em 1988.Após falarmos sobre alguns normativos jurídicos, como lei ordinária, lei complementar, medida provisória e decreto, chegou a hora de falarmos sobre a mais importante fonte do direito em um país, a constituição. A constituição carrega status de lei fundamental e suprema de um Estado. Através dela todos os outros normativos jurídicos serão criados, com base eu suas concessões e limitações. Constituição Federal, CF, Carta Magna, Carta Constitucional Uma constituição pode ser conhecida por diversos outros nomes como: CF, Carta Magna, ou Carta Constitucional. Todos esses nomes são sinônimos que se referem à lei fundamental de um Estado. Estes nomes possuem origem na história do direito, que ao longo do tempo vem se adaptando para melhor servir ao ordenamento jurídico. Este não pode existir sem uma constituição federal estabelecida, pois é através dela será estabelecido todos os ramos do direito. (DICIONARIO DIREITO. Disponível em <https://dicionariodireito.com.br/constituicao-federal>. Acesso em 22 de maio 2019). ]
Art. 145. A União, os Estados, e o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195 § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Com respeito às espécies de tributos, posteriormente, o presente trabalho analisará o imposto IPTU.
3.2. O TRIBUTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Propedeuticamente é importante ressaltar que as Escrituras Sagradas é um livro de escopo espiritual. Não obstante, a Bíblia, é também uma fonte histórica sobre fatos relacionados a tributos vivenciados por vários povos, dentre eles, o povo hebreu.
No Egito foi instituído o “quinto”, que era o equivalente a 20% da produção. Tal tributo surgiu mediante a orientação de José, quando previu os sete anos de fatura e os sete anos de miséria:
Faça isso Faraó e ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do Egito nos sete anos de fatura, e ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem o trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades, e o guardem. Assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome. (Almeida Revista e Atualizada, Gênesis 41:34-36).[17: Grifo nosso.]
Embora haja discordância, considerações iniciais dão conta de que o dízimo foi uma forma de tributação primitiva existente muito antes de Israel tomar posse da terra prometida. O ato de devolver a décima parte da colheita, do azeite, do leite, etc. era uma forma de reconhecer a autoridade do sacerdote ou do rei.
Nesse sentido, no caso dos hebreus, a tribo de Levi foi a responsável por receber o tributo (dízimo), uma vez que não recebeu como herança sua parcela na terra prometida. 
Cumpre ressaltar, que além de cuidar da parte espiritual, os levitas eram responsáveis pela parte administrativa e educacional.
Doravante, a primeira citação da palavra “tributo” nas Escrituras Sagradas está no livro de Números, quando os hebreus ainda caminhavam rumo à Terra Prometida. 
Ressalta-se, que enquanto algumas nações davam passagem livre aos judeus em seu território, outros povos declaravam guerra. Os midianitas, por exemplo, se opôs ao povo de Israel e perdeu a guerra, com isso, Moisés estabeleceu tributos aos vencidos:
Então para o Senhor tomarás o tributo dos homens de guerra, que saíram a peleja, de cada quinhentos uma alma, dos homens, e dos bois, e dos jumentos e das ovelhas. Da sua metade o tomareis, e o dareis ao sacerdote Eleazar, para a oferta alçada do Senhor. Mas, da metade dos filhos de Israel, tomarás um de cada cinquenta, um dos homens, dos bois, dos jumentos, e das ovelhas, e de todos os animais; e os darás aos levitas que têm cuidado da guarda do tabernáculo do Senhor.
E das ovelhas, o tributo para o Senhor foi de seiscentas e setenta e cinco. E foram os bois trinta e seus mil; e o seu tributo para o Senhor setenta e dois. E foram os jumentos trinta mil e quinhentos; e o seu tributo para o Senhor sessenta e um. E houve de pessoas dezesseis mil; e o seu tributo para o Senhor trinta e duas pessoas. E deu Moisés a Eleazar, o sacerdote, o tributo da oferta alçada do Senhor, como o Senhor ordenara a Moisés. (Almeida Revista e Atualizada, Números 31: 28-30; 37-40).
3.2.1. ISRAEL TRIBUTÁRIO
A nação judaica também foi tributária de outros povos, conforme relata o livro dos Juízes, nos capítulos 3 e 4. Dentre outros povos, Israel, serviu por algum período à Síria, Moabe e à Canaã.
Todavia, após extraordinária ascensão com o Rei Davi, Israel, passou a impor tributos aos sírios, filisteus e moabitas. 
Contudo, conforme apregoa o livro dos Reis, foi no reinado de Salomão que o sistema tributário judeu atingiu seu ápice: “E dominava Salomão sobre todos os reinos, desde o rio até a terra dos filisteus e até o termo do Egito; eles pagavam tributo, e serviram a Salomão todos os dias da sua vida.” (Almeida Revista e Atualizada, I Reis 4:21).
Doravante, como nos dias atuais, o não pagamento de impostos trazia serias consequências. Por exemplo, falta de pagamento de tributos ao rei da Assíria levou a nação de judaica, composta pelas dez tribos, ao cativeiro da Mesopotâmia Superior.
Segue o relato bíblico:
Porém o rei da Assíria achou em Oséias conspiração: porque enviara mensageiros a Sô, rei do Egito, e não pagava os tributos ao reida Assíria cada ano, como dantes; então o rei da Assíria o encerrou e aprisionou na casa do cárcere. E o rei da Assíria subiu por toda a terra, e chegando a Samária sitiou-a por três anos. No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou Samária, e levou Israel cativo para a Assíria; e fê-los habitar em Hala, e junto a Habor, o rio de Gozâ, e nas cidades dos medos. (Almeida Revista e Atualizada, 2 Reis 17:4-6).
		
3.3. O TRIBUTO NO NOVO TESTAMENTO
Encontra-se no Novo Testamento uma cobrança múltipla de vários tributos: Herodes como rei dos judeus cobrava pela sua administração, já o Império Romano tributava pela sua dominação, e também, existia o tributo das “didracmas”, ou seja, duas dracmas por pessoa ao ano, esse tributo era o Tributo do Templo.[18: Os romanos cobravam dos povos dominados o tributo anual per capita, pago com o denariu, moeda corrente do Império.][19: Completa-se que o “Tributo do Templo” foi usado na reconstrução do Templo, mais conhecido como “Templo de Herodes”: “A ereção do Templo de Herodes, que começou no início de 19 A.C, foi uma tentativa de reconciliar os judeus com seu rei idumeu, [...]. Embora a estrutura principal houvesse sido terminada em dez anos (c. de 9 A.C), o trabalho teve prosseguimento até o ano 64 D.C.”. (DOUGLAS, 2006, p. 1573).]
Nesse contexto, conclui-se que o povo gemia para pagar os impostos. Doravante, um dos poucos relatos acerca da cobrança de tributo no Novo Testamento encontra-se no Evangelho de Mateus, talvez até pelo fato do mesmo ter sido alfandegário, antes de ser discípulo de Cristo.
No texto em baila, o iletrado Pedro é questionado pelos coletores se o Senhor Jesus pagava impostos. Antecipando-se ao discípulo, com sabedoria, o Mestre da Galileia, paga o imposto, não deixando margem para os críticos da época e da posteridade.
Segue o texto: 
Tendo eles chegado a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as didracmas, e lhe perguntaram: O vosso mestre não paga as didracmas?
Disse ele: Sim. Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, perguntando: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra imposto ou tributo? Dos seus filhos, ou dos alheios? Quando ele respondeu: Dos alheios, disse-lhe Jesus: Logo, são isentos os filhos. Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir e, abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-lho por mim e por ti. (Almeida Revista e Atualizada, Mateus 17:24-27)
 	
O texto sagrado deixa claro que nem o Senhor Jesus Cristo ficou livre de impostos. O estáter era conhecido como “tetradracma”, portanto, valor para pagamento anual do tributo supramencionado. 
Ainda com respeito ao tema, existe a memorável passagem em que o Senhor Jesus disse: “Daí, pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Tal episódio foi relatado nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. [20: Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. (Almeida Revista e Atualizada, Mateus 22:21). Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. (Almeida Revista e Atualizada, Lucas 20:25).E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele. (Almeida Revista e Atualizada, Marcos 12:17).]
Depois dos Evangelhos, no Novo Testamento, o assunto tributo é tratado apenas mais uma vez. Na carta apostólica aos Romanos, o Apóstolo Paulo, deixa claro que todo homem está sujeito às autoridades, portanto, além de obedecerem, os cristãos da época foram orientados a pagar impostos. 
 Segue o texto citado:
Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para más. Queres tu, pois, não temer a potestade?
Faze o bem, e terás louvor dela [...] Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, daí a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. (Almeida Revista e Atualizada, Romanos 13:1-7).
3.4. ISENÇÃO DE IMPOSTO NA BÍBLIA
Conforme mencionado anteriormente, o não pagamento de tributos levou Israel para o cativeiro da Assíria. A questão tributária também foi a razão pelo qual a Nação Judaica se dividiu. 
Sabe-se que nunca foi fácil pagar impostos, como atualmente, muitos recorreram a empréstimos, perderam os bens, a família e até a vida em virtude da carga tributária. Neemias relata o fato de que muitos judeus pobres reclamavam de que “até o dinheiro dos tributos que pagavam ao rei, tinham que tomar emprestado.” (Almeida Revista e Atualizada, Neemias 5:4). 
No entanto, a Bíblia traz relatos de pessoas e classes que alcançaram isenção de tributos. Davi foi um dos contemplados, ao vencer o gigante Golias, isentou de impostos toda a sua família (1Samuel 17:25). Nos termos do livro de Esdras, no reinado de Dario, os trabalhadores do templo também receberam isenção tributária:[21: Diziam os homens de Israel: Vistes aquele homem que subiu? pois subiu para desafiar a Israel. Ao homem, pois, que o matar, o rei cumulará de grandes riquezas, e lhe dará a sua filha, e fará livre a casa de seu pai em Israel. (Almeida Revista e Atualizada, 1 Samuel 17:25)]
Também vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes e levitas, cantores, porteiros, servidores do templo e ministros desta casa de Deus, que não será lícito impor-lhes, nem tributo, nem contribuição, nem renda. (Almeida Revista e Atualizada, Esdras 7:24).
	
No entendimento de Regis Fernandes de Oliveira, a isenção tributária concedida aos templos religiosos desde os períodos bíblicos é um preceito fundamental que garante a liberdade de culto:
Já na época, os templos de qualquer culto não pagavam impostos. Dario mesmo foi quem os tornou imunes. Decretou que “nenhum sacerdote, levita, cantor, porteiro, servidor do templo ou outro trabalhador do templo seja obrigado a pagar impostos de nenhum tipo” (7.24). Este preceito é fundamental, porque garante a liberdade de culto. A religiosidade integra uma das dimensões do indivíduo, senão a mais importante. Logo, se há, na Constituição brasileira, a garantia de não pode haver qualquer cerceamento na liberdade religiosa, os templos não podem ser tributados. (OLIVEIRA, 2010, p. 65).
4. IMPOSTO PREDIAL E TERRITÓRIAL URBANO (IPTU)
4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Conforme outrora abordado, Tributo é gênero, sendo divido em cinco espécies, dentre elas, o imposto. 
Segundo o Código Tributário Nacional, “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” (CTN, art. 16).
Dessa forma, o imposto é cobrado de forma coercitiva pelo Estado em face do contribuinte, sem contraprestação direta e determinada ao valor arrecado, ou seja, é um tributo não vinculado.[22: Tributo Vinculado: O Tributo Vinculado é aquele que você paga um determinado valor devido a uma contraprestação específica, ou seja, um serviço que já foi determinado. São considerados tributos vinculados: taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. Esse tributo pago será destinado apenas para essa atividade, por exemplo, uma contribuição de melhoria (quando um ente federal faz qualquer obra pública que ocorre valorização imobiliária). Um exemplo de obra pública considerada contribuição de melhoria, ou seja, exige o pagamento de um tributo vinculado.Tributo Não Vinculado: O Tributo Não Vinculado é aquele tipo de tributo que você paga e será utilizado de forma generalizada. Sendo assim, a contraprestação que recebemos não é específica: esse dinheiro poderá ser utilizado para pagar o salário de algum funcionário público,por exemplo. Somente os impostos são considerados tributos não vinculados. (PORTOGENTE. Disponível em <https://portogente.com.br/portopedia/85465-tributo-vinculado-e-nao-vinculado >. Acesso em 01 de junho 2019). ]
Significa que o Estado poderá investir em qualquer setor da administração pública. Exemplo: O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), como muitos pensam, não é arrecadado propriamente para pavimentação de estradas, a arrecadação deste imposto pode ser usado em outros setores da sociedade
O imposto tem o objetivo de atender as despesas gerais do Estado (União, Estado, Distrito Federal e Município).
4.2. CONCEITO DE IPTU
IPTU é a sigla para Imposto Predial e Territorial Urbano, sua previsão Constitucional está positivada no artigo 156, inciso I, que estabelece a competência Municipal para instituir o imposto.[23: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana]
Em consonância com o dispositivo constitucional, o artigo 32 do CTN preconiza:
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na Lei civil, localizado na zona urbana do Município.
Nota-se, que o fato gerador, ou seja, o motivo da cobrança do imposto é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, localizado na Zona urbana do Município.[24: O que é fato gerador: O fato gerador do tributo é a ocorrência, em si, que traz a tona a exigência do respectivo ônus para o contribuinte. A lei descreve situações que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se fixe o momento do nascimento da obrigação tributária. Essa definição, contida na lei, das hipóteses em que o tributo incide ou em que o tributo deva ser cobrado, que denominamos de fato gerador da obrigação tributária. O fato gerador é, assim, a situação de fato, prevista na lei de forma prévia, genérica e abstrata, que, ao ocorrer na vida real, faz com que, pela materialização do direito ocorra o nascimento da obrigação tributária, seja esta principal ou acessória. ELEMENTOS BÁSICOS DO FATO GERADOR: O fato gerador tem 3 elementos básicos, a saber: 1) Legalidade, que se refere à exigibilidade do cumprimento do princípio constitucional da legalidade; 2) Economicidade, que se refere ao aspecto econômico do fato tributável (como regra geral, envolvendo a base de cálculo e alíquota do tributo) e à capacidade contributiva do sujeito passivo; 3) Causalidade, que corresponde à consequência ao efeito, do fato gerador; enfim, ao nascimento da obrigação tributária. MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: É o artigo 116 do CTN que define que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: a) tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; b) tratando-se da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Para os efeitos da letra “b” anterior e sempre ressalvando disposição de lei em contrário, vem o artigo 117 do CTN dispor que os atos ou negócios jurídicos condicionais serão reputados como perfeitos e acabados, desde o momento: de seu implemento, sendo a condição suspensiva; da prática do ato ou da celebração do negócio, sendo a condição resolutória. (PORTAL TRIBUTÁRIO. Disponível em <http://www.portaltributario.com.br/tributario/fato_gerador.htm>. Acesso em 01 de junho 2019).][25: De acordo com o parágrafo 1º do artigo 32, para os efeitos do IPTU, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos, construídos ou mantidos pelo Poder Público: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.]
No tocante ao valor da cobrança do tributo, citando o artigo 33 do CTN, Helton Kramer Lustoza leciona:
Segundo o art. 33 do Código Tributário Nacional a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, sendo identificado como o preço real de venda, isto é, o valor que o imóvel alcançaria em condições de compra e venda no mercado. (LUSTOZA, 2015, p. 151).
Nos termos do artigo 34 da mesma lei, o contribuinte do IPTU é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
4.3. IMUNIDADE DE IPTU PARA TEMPLOS RELIGIOSOS
A imunidade tributária é uma proteção que a Carta Magna confere aos contribuintes. Trata-se de um impedimento quanto à incidência de tributação por parte do Estado Fiscal às determinadas entidades ou pessoas contempladas por tal direito.
Nesse sentindo, a Constituição Federal estabelece:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. 
Quanto à imunidade dos templos religiosos, o doutrinador Sacha Calmon Navarro Coelho defende uma linha restritiva:
O templo é o lugar destinado ao culto e hoje os templos e todas as religiões são comumente edifícios. Nada impede, porém, que o templo ande sobre barcos, caminhões e vagonetes, ou seja, em terreno não edificado. Onde que se oficie um culto, aí é o templo. Como no Brasil o Estado é laico, vale dizer, não tem religião oficial, todas as religiões devem ser respeitadas e protegidas, salvo para evitar que abusos. Quando ocorre a tributação objetiva-se evitar que sob a capa da fé se pratiquem atos de comércio ou se tenha o objetivo de lucro, sem qualquer finalidade benemérita. (COELHO, 2002, p. 151).
Em contrapartida, Aliomar Baleeiro, influenciou uma segunda corrente, dando uma interpretação extensiva ao conceito de Templo:
...O templo não deve ser apenas a igreja, sinagoga ou edifício principal, onde se celebra a cerimônia pública, mas também a dependência acaso contígua, o convento, os anexos por força de compreensão, inclusive a casa ou residência especial, do pároco ou pastor, pertencente à comunidade religiosa, desde que não empregados em fins econômicos. (BALEEIRO, 1998, p. 136)
	
Todavia, entre as duas correntes doutrinárias, o Supremo Tribunal Federal (STF), adotou a interpretação extensiva. [26:  O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, e a ele compete, precipuamente, a guarda da Constituição, conforme definido no art. 102 da Constituição da República.É composto por onze Ministros, todos brasileiros natos (art. 12, § 3º, inc. IV, da CF/1988), escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (art. 101 da CF/1988), e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (art. 101, parágrafo único, da CF/1988).Entre suas principais atribuições está a de julgar a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, a arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Estado estrangeiro.Naárea penal, destaca-se a competência para julgar, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República, entre outros (art. 102, inc. I, a e b, da CF/1988).Em grau de recurso, sobressaem-se as atribuições de julgar, em recurso ordinário, o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, e, em recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição.A partir da Emenda Constitucional 45/2004, foi introduzida a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal aprovar, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, súmula com efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 103-A da CF/1988).O Presidente do Supremo Tribunal Federal é também o Presidente do Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B, inc. I, da CF/1988, com a redação dada pela EC 61/2009).O Plenário, as Turmas e o Presidente são os órgãos do Tribunal (art. 3º do RISTF/1980). O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo Plenário do Tribunal, dentre os Ministros, e têm mandato de dois anos. Cada uma das duas Turmas é constituída por cinco Ministros e presidida pelo mais antigo dentre seus membros, por um período de um ano, vedada a recondução, até que todos os seus integrantes hajam exercido a Presidência, observada a ordem decrescente de antiguidade (art. 4º, § 1º, do RISTF/1980). (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Disponível em <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?servico=sobreStfConhecaStfInstitucional >. Acesso em 02 de junho 2019).]
Nesse aspecto, em Recurso Extraordinário, decidiu-se que a imunidade tributária prevista no artigo 150 da CF deve abranger não somente os prédios destinados aos cultos, mas também de imóveis de sua propriedade que se encontram alugados, desde que o valor seja aplicado em finalidades essenciais. [27: BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário 325.822-2. Relator Originário Ministro Ilmar Galvão. Relator para o Acórdão Ministro Gilmar Mendes. http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=260872. Acesso em 03 de maio de 2019. ]
Completa-se, conforme ensina Lustoza (2015), que a imunidade tributária dos templos de qualquer culto, também recai sobre bens imóveis temporariamente ociosos, como lotes vagos, terrenos, terras improdutivas e prédios comerciais pertencentes à entidade religiosa.
Neste contexto, “não cabe à entidade religiosa [...] demonstrar que utiliza o bem de acordo com suas finalidades. Ao contrário, compete à Administração tributária demonstrar a eventual tredestinação do bem gravado pela imunidade.”. (LUSTOZA, 2015, p. 147). 
Assim, diante do exposto, entidades religiosas proprietárias de imóveis possuem imunidade tributária. Sendo, a incidência de IPTU constitucionalmente impedida. 
No entendimento de Regis Fernandes de Oliveira (2010), a imunidade tributária dos templos religiosos, que por muitas vezes tornou-se objeto de discussão no Congresso, consagrou-se em cláusula pétrea, portanto, o assunto sequer pode ser deliberado no Congresso Nacional. [28: O que é Cláusula Pétreas: A Constituição Federal de 1988 assegura o voto direto, secreto, universal e periódico. A forma de escolha dos representantes e governantes é uma das cláusulas pétreas da constituição brasileira. O termo cláusula pétrea traduz a vontade da Assembleia Constituinte de retirar do poder constituinte reformador – parlamentares que compõem as sucessivas legislaturas – a possibilidade de alterar determinado conteúdo da Constituição em razão de sua importância. Para alterar conteúdo disposto em cláusulas pétreas, é preciso promulgar uma nova Constituição. As chamadas cláusulas pétreas estão enumeradas no artigo 60, §4º da Carta Magna. Além do voto, um direito político que é especificado no artigo 14, também são considerados como cláusulas pétreas da Constituição os direitos e garantias individuais, a forma federativa do Estado brasileiro, e a separação dos Poderes; são consideradas o núcleo duro do texto constitucional, indispensáveis à cidadania e ao Estado brasileiro. Direitos e garantias individuais estão enunciados ao longo do texto constitucional, em especial no artigo 5°. Também se classificam como tais os direitos sociais, que, de acordo com o artigo 6º da Constituição, são a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados, conforme descritos na Carta Magna. Novos direitos e garantias ainda podem ser acrescentados à Constituição.Federação: A forma federativa se refere ao modelo do Estado brasileiro. O artigo 1º da Constituição afirma que a República Federativa do Brasil será “formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”. O Título I elenca ainda os fundamentos e os objetivos fundamentais da República. Como fundamentos entendem-se soberania, dignidade da pessoa humana e o pluralismo político, por exemplo. Construir uma sociedade livre, justa e solidária e erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais são alguns dos objetivos fundamentais do Estado brasileiro. Separação dos poderes: Também está prevista no Título I (Dos Princípios Fundamentais) da Constituição o chamado princípio da separação dos poderes, que estabelece que a relação entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário deve ser harmônica e independente. A organização dos poderes está detalhada no Título IV, que trata do funcionamento do Congresso Nacional e do Poder Judiciário, assim como das atribuições do presidente e do vice-presidente da República.Demais seções: O Título V trata da defesa do Estado e das instituições democráticas. O Capítulo I aborda o estado de defesa e do estado de sítio, com as condições e circunstâncias em que o presidente poderá solicitar ao Congresso Nacional a decretação o estado de sítio. No mesmo Título, tratam da segurança pública e das forças armadas. O Título VI cuida dos tributos e do Sistema Tributário Nacional. O texto constitucional especifica os tributos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O Título VII arrola os princípios gerais da atividade econômica, como livre concorrência e função social da propriedade, organizados em torno da ordem econômica e financeira. É nessa parte da Constituição que estão formalizadas a política de desenvolvimento urbano e a política agrícola, fundiária e da reforma agrária. A Seguridade Social é o objeto do Título VIII. Está descrita a saúde como direito de todos e dever do Estado, a organização da Previdência Social e a prestação da Assistência Social. O constituinte elencou a seguir o direito à educação, à cultura e ao desporto. Outros temas e direitos difusos – comunicação social, meio ambiente, índios – estão contemplados no oitavo título. Os últimos artigos da Constituição são dedicados às disposições constitucionais gerais, assuntos diversos, como os serviços prestados por cartórios, a federalização do Colégio Pedro II e o confisco e destinação a fundo público de “todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo”. (CNJ. Disponível em <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/87921-cnj-servico-o-que-sao-as-clausulas-petreas >. Acesso em 01 de junho 2019).]
4.4. ISENÇÃO DE IPTU PARA IMÓVEIS LOCADOS PARA TEMPLOS RELIGIOSOS
Conforme demonstrado, a imunidade tributária de IPTU recai sobre imóveis de propriedades de certas entidades, dentre elas, entidades religiosas. Contudo,diversas vezes os templos religiosos são instalados em imóveis locados. 
Nesse caso, a priori, a esses imóveis não se aplica a imunidade de tributos. Todavia, em algumas cidades existe lei Municipal que isentam de IPTU os imóveis locados para templos religiosos.
Doravante, cumpre destacar a diferença entre imunidade e isenção tributária. Embora ambas representem a não-incidência de tributo, juridicamente, possuem entendimento diferente. Compreende-se que imunidade é a dispensa de um tributo por força da Constituição, por conseguinte, a isenção é a dispensa do tributo por força de Lei ordinária.[29: Dentro da lógica jurídica, são possíveis várias classificações elencando os tipos de leis que possuímos. A forma mais comum e mais simples recorre à constituição federal, em seu artigo 59, que enumera os tipos utilizados dentro do processo legislativo. São ao todo seis, atualmente: I emendas à Constituição; II leis complementares; III leis ordinárias; IV leis delegadas; V medidas provisórias; VI decretos legislativos; VII resoluções. De todas as espécies normativas previstas no artigo 59, a lei ordinária e a lei complementar são as mais frequentemente utilizadas, pois são os meios mais comuns de inovar o ordenamento jurídico, ou seja, criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações individuais. Leis ordinárias: Este instituto aborda assuntos diversos nas áreas penal, civil, tributária, administrativa, regulando quase todas as matérias de competência da união, com sanção do presidente da república. O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples e pode ser proposto pelo presidente da república, deputados, senadores, Supremo Tribunal Federal (STF), tribunais superiores e procurador-geral da república. Os cidadãos também podem propor tal projeto, desde que subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado do país, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. A lei ordinária é o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo primário que edita normas gerais e abstratas. Caracteriza-se pela generalidade de seu conteúdo, podendo tratar de quase toda matéria. A exceção é a matéria destinada à lei complementar e os assuntos do congresso, câmara e do senado (reservados aos decretos legislativos e das resoluções). Há ainda os incisos do §1° do artigo 68 da constituição que são disciplinados por lei ordinária e insuscetíveis de delegação. (INFOESCOLA. Disponível em <https://www.infoescola.com/direito/tipos-de-leis/ >. Acesso em 01 de junho 2019).]
Por não haver previsão constitucional de imunidade tributária para imóveis locados para templos religiosos, para conseguir a isenção do IPTU, é necessário a criação de uma lei orgânica (Lei Municipal). De outra forma, pela ausência de dispositivo legal, tais entidades terão de pagar normalmente o valor do IPTU.
Destarte, caso aprove a PEC 200/2016, será acrescentado ao artigo 156 da Constituição Federal, que prever a não incidência de IPTU sobre templos de qualquer culto, ainda que sejam de imóveis locados.[30: PEC 200/2016, Proposta de Emenda à Constituição, até a 06/05/2019 não tinha sido concluída. A PEC foi aprovada pelo Senado Federal e até a data mencionada estava na Comissão Especial destinada a proferir à Proposta de Emenda à Constituição. O que é uma PEC e como funciona: A Constituição Federal de 1988 foi escrita para ser um documento definitivo no ordenamento jurídico brasileiro e isso a obrigava a reconhecer que haveria, ao longo do tempo, situações que deveriam ser adicionadas ou modificadas em seu conteúdo. Para isto, existe a PEC.A sigla significa Projeto de Emenda Constitucional, que pode representar uma adição ou modificação ao texto da Constituição original da Lei Maior, sem que sejam feridos os seus princípios básicos. Por tratar de uma modificação na lei mais importante do ordenamento jurídico nacional, a aprovação é (e deve ser) um processo extremamente burocrático, que passa por uma série de avaliações para definir se ela é válida, necessária e de acordo com as demandas do país. A PEC deve ser proposta e  aprovada, mas há uma série de regras para que isso aconteça. A proposta pode ocorrer das seguintes formas:Por proposição da Presidência da República;Por proposição da Câmara dos Deputados Federais ou dos Senadores (com 1/3 de apoio do total de parlamentares da casa propositora);Por mais do que metade das Assembleias Legislativas estaduais no país, desde que cada assembleia contada tenha o apoio de mais do que metade de seus deputados.Após proposta, a PEC passa pelo processo de aprovação. Para exemplificar, será utilizada uma proposta feita pelos deputados federais, e votada inicialmente nesta casa. Caso inicie por força dos senadores, o processo inverte em relação à ordem de qual das casas passa pelo processo antes.Comissão de Constituição de Justiça e de Cidadania: O primeiro passo é passar pela CCJC da Câmara dos Deputados (em nosso exemplo), que define se a PEC apresenta um conteúdo constitucional, ou seja: se está de acordo com as normas e princípios propostos na Constituição.Avaliação de mérito: Se aprovada, ela passa por uma Comissão Especial temporária, que é um grupo de parlamentares que deverão analisar se o conteúdo da PEC deve ser mantido ou sofrer modificação para que atenda seu propósito de maneira adequada.Votação na Câmara de Deputados: Se aprovada na Comissão Especial, a PEC passa por dois turnos de votação na Câmara, quando precisa receber o voto positivo de, ao menos, 60% do total de deputados da casa. Se ela não for aprovada em algum dos passos dos turnos de votação, ela só pode voltar a ser discutida (a partir do primeiro passo) após um ano. Avaliação e votação no Senado: Se aprovada nos dois turnos da Câmara, a PEC passa por um processo muito semelhante no Senado, onde recebe a avaliação da CCJC do Senado e precisa passar pela Comissão Especial e aprovação de dois turnos nesta segunda casa. Se aprovada após os trâmites burocráticos do Senado, está definitivamente aprovada.Qual a influência do Poder Executivo na PEC?A Presidência da República pode apenas fazer a proposição de uma PEC para ser votada. Isso significa que, diferentemente do que ocorre com as leis ordinárias do país, a PEC não passa pela sanção ou pelo veto presidencial em nenhum momento. Se for aprovada nas duas casas legislativas, ela é automaticamente válida. (DIREITOS BRASIL. Disponível em <https://direitosbrasil.com/pec-o-que-e-e-como-funciona/ >. Acesso em 01 de junho 2019).]
5. CONCLUSÃO:
Diante do quanto examinado, conclui-se que igreja é uma congregação formada por pessoas regeneradas, que por intermédio do batismo, passaram a professar fé pública no Senhor Jesus. 
Entretanto, o conceito de igreja não se restringe apenas a parte espiritual ou a congregação de pessoas, mas também a parte estrutural e material do templo.
Assim, sob o ponto de vista teológico, verificou-se que a igreja é dividida em duas dimensões: igreja enquanto “templo” (organização) e igreja enquanto “corpo espiritual” (organismo). 
Doravante, observou-se que, para o Direito Eclesiástico, existe uma terceira dimensão: igreja enquanto ente dotado de personalidade jurídica de direito privado, por conseguinte, dotado de direitos e deveres civis.
Com a personalidade jurídica, a igreja, passa a existir no mundo jurídico. Para tanto, de acordo com a legislação pertinente, exige basicamente 2 (dois) requisitos: o Registro de sua Fundação e Constituição perante o Cartório de Pessoa Jurídica e Credenciamento de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Lembra-se, que o principal objetivo deste trabalho foi analisar a questão do tributo na Bíblia Sagrada, e também, verificar a possibilidade da imunidade ou isenção de IPTU para templos religiosos.
Dessa forma, após extensa pesquisa, verificou-se que as Escrituras Sagradas é uma fonte histórica sobre fatos relacionados a tributos vivenciados por vários povos. 
Constatou-se, que a tributação foi a causado enriquecimento, divisão e exílio de nações. 
Notou-se também, que por causa do imposto, muitos recorreram a empréstimos. Entrementes, a Bíblia, relata casos em que pessoas e classes foram isentas de toda tributação, nestes termos, os trabalhadores do templo receberam tal isenção.
No tocante ao IPTU, apurou-se, que se trata de um imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana, que tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. 
Quanto à possibilidade de imunidade de IPTU para templos religiosos, verificou-se ser plenamente possível, visto que a Constituição Federal veda os entes políticos (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) de instituir impostos sobre templos de qualquer culto. Todavia, tal imunidade, recai apenas sobre os imóveis de propriedade destas entidades religiosas.
Já os imóveis locados por estas entidades, poderão desfrutar da chamada isenção tributária, que como na imunidade, representa a não-incidência de impostos. No entanto, para isenção de IPTU para imóveis locados para templos religiosos é preciso existir na referida cidade Lei Municipal de isenção. Porém, tal exigência pode estar com os dias contatos, caso aprove a PEC 200/2016, os imóveis locados para templos religiosos também terão direito à imunidade.
Portanto, sendo a igreja dotada de personalidade jurídica, preenchendo os requisitos previstos no ordenamento jurídico brasileiro, os imóveis de sua propriedade poderão se beneficiar dos institutos da imunidade e isenção tributária.
6. REFERÊNCIAS:
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988.
BRASIL. Lei dos Registros Públicos, Lei 6.015, de 31 de dezembro de 1973. 12ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário 325.822-2. Relator Originário Ministro Ilmar Galvão. Relator para Acórdão Ministro Gilmar Mendes.<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=260872> Acesso em 02 de maio de 2019.
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HOUAISS, Antônio. VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
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DOUGLAS, J.D. Editor em Português: SHEDD, Russel P. O Novo Dicionário da Bíblia. 3º ed. São Paulo: Vida Nova, 2006.
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