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Nome: Giovanna Silva Duarte – Aluna do 1º Semestre do curso de Biomedicina 1. LIMPEZA Limpeza é o processo que antecede a desinfecção e/ou a esterilização, promovendo a remoção de sujeiras por meio da aplicação mecânica de agentes químicos, sendo eles água e produtos saneantes, como sabões e detergentes na diluição recomendada, diminuindo assim a população microbiana em todas as superfícies fixas (horizontais e verticais) e equipamentos permanentes nas áreas do laboratório. Para fim de contextualização, as superfícies são compreendidas como mobiliários, pisos, tetos, paredes, portas, janelas, equipamentos e demais instalações. Já os artigos são instrumentos, objetos de natureza diversa, utensílios, acessórios de equipamentos entre outros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA (2010, p. 24-26) descreveu com base em outros autores e instituições os princípios básicos para a limpeza e desinfecção de superfícies que devem ser seguidos pelo profissional responsável, sendo eles: ▪ Proceder à frequente higienização das mãos. ▪ Não utilizar adornos (anéis, pulseiras, relógios, colares, piercing, brincos) durante o período de trabalho. ▪ Manter os cabelos presos e arrumados e unhas limpas, aparadas e sem esmalte. ▪ Os profissionais do sexo masculino devem manter os cabelos curtos e barba feita. ▪ O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser apropriado para a atividade a ser exercida. ▪ Nunca varrer superfícies a seco, pois esse ato favorece a dispersão de microrganismos que são veiculados pelas partículas de pó. Utilizar a varredura úmida, que pode ser realizada com mops ou rodo e panos de limpeza de pisos. ▪ Para a limpeza de pisos, devem ser seguidas as técnicas de varredura úmida, ensaboar, enxaguar e secar. [...] ▪ Deve-se utilizar um sistema compatível entre equipamento e produto de limpeza e desinfecção de superfícies (apresentação do produto, diluição e aplicação). ▪ O profissional de limpeza sempre deverá certificar se os produtos de higiene, como sabonete e papel toalha e outros são suficientes para atender às necessidades do setor. ▪ Cada setor deverá ter a quantidade necessária de equipamentos e materiais para limpeza e desinfecção de superfícies. [...] ▪ O sucesso das atividades de limpeza e desinfecção de superfícies depende da garantia e disponibilização de panos ou cabeleiras alvejados e limpeza das soluções dos baldes, bem como de todos equipamentos de trabalho. [...] ▪ Todos os equipamentos deverão ser limpos a cada término da jornada de trabalho. ▪ Sempre sinalizar os corredores, deixando um lado livre para o trânsito de pessoal, enquanto se procede à limpeza do outro lado. Utilizar placas sinalizadoras e manter os materiais organizados, a fim de evitar acidentes e poluição visual. ▪ A frequência de limpeza das superfícies pode ser estabelecida para cada serviço, de acordo com o protocolo da instituição. Afim de orientar o profissional no processo de limpeza, adequando-o ao risco apresentado e definindo a regularidade, materiais e equipamentos necessários para o mesmo as áreas do laboratório são classificadas, de acordo com o risco de transmissão de infecções, como mostra a tabela a baixo. ÁREAS RISCO CARACTERISTICAS DO AMBIENTE EXEMPLOS Críticas Alto Realizam procedimentos com relativos riscos biológicos Laboratórios (hematologia, bioquímica, etc.) Semicríticas Médio Ocupadas por pacientes, realizam procedimentos com riscos reduzidos ou armazenam resíduos Banheiros, sala de armazenagem de resíduos Não-críticas Baixo Demais áreas onde não se realizam procedimentos de risco Copa, vestuário, área administrativa Como precaução universal recomenda-se 3 tipos de limpeza: • Concorrente: realizada diariamente, tem como objetivo limpar (todas as superfícies horizontais, equipamentos, mobiliário, portas, parapeitos de janelas e banheiros) e organizar o ambiente, repondo materiais e coletando resíduos • Terminal: limpeza de toda a unidade, cada área teve ter seu período programado, sendo que nas áreas críticas devem ser realizadas com no máximo 15 dias e as outras no máximo 30 dias entre uma limpeza e a outra. • Imediata: realizada a qualquer momento, caso ocorra contaminação por matéria orgânica do ambiente. Observação: O pessoal encarregado da limpeza deve ser previamente treinado para lidar dentro do laboratório, no caso de materiais sobre as bancadas não se deve esvaziar qualquer a menos que sejam instruídas e indicadas especificamente por alguém do setor. Não entrar em locais em locais que sinalizem serem restritos ou que indiquem risco biológico ou de radiação sem autorização. 2. DESINFECÇÃO Desinfecção é o processo físico ou químico de destruição de microrganismos potencialmente patogênicos de artigos e superfícies, realizado após a limpeza do mesmo. Pode ser entendido como processo físico, a imersão de artigos termorresistentes (cerca de 2,5 cm deles) em água em ebulição por 30 minutos, de modo que não facilite a formação de bolhas de ar. E ainda a utilização de máquinas automáticas com água quente (60-90ºC). Quando os artigos são sensíveis ao calor, utilizam-se processos químicos, ou seja, a imersão ou fricção com pano em solução desinfetante, respeitando o tempo de exposição recomendado e logo após enxaguar (múltiplas vezes), inclusive o interior das tubulações, com água potável ou esterilizada. No caso de superfícies que estiverem com presença de matéria orgânica deverão sofrer processo de desinfecção localizada e, posteriormente, a limpeza com água e sabão em toda a superfície. Sendo realizada de acordo com Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar (1994, pg. 26) da seguinte maneira: - com uso de luvas, retirar o excesso da carga contaminante em papel absorvente ou panos velhos; - desprezar o papel ou panos em saco plástico de lixo ou encaminhar para a lavanderia; - aplicar, sobre a área atingida, desinfetante adequado e deixar o tempo necessário; - remover o desinfetante com pano molhado e - proceder a limpeza com água e sabão no restante da superfície. Desinfetantes recomendados para desinfecção de artigos e superfícies em laboratórios: Álcool Liberadores de Cloro Ativo Solução de Iodo QUAIS SÃO Álcool etílico e isopropílico Hipoclorito de sódio/cálcio/lítio Álcool iodado NÍVEL DE ELIMINAÇÃO Médio Médio Médio CONCENTRAÇÃO 60% a 90% 1,0% 0,5% TEMPO DE CONTATO 10 min 10 min 10 min INDICAÇÕES Ampolas de vidro, superfícies externas de equipamentos metálicos, bancadas, etc. Superfícies de laboratório Ampolas de vidro, superfícies externas de equipamentos, bancadas, etc. OBSERVAÇÕES O etílico tem maior atividade germicida, menor custo e toxicidade que o isopropílico. Aplicação realizada 3 vezes. As soluções de hipoclorito de sódio perdem seu efeito progressivamente, por isso é necessário fazer a diluição diariamente. Após o tempo de exposição do iodo, deve-se removê-lo com fricção de álcool, evitando efeitos corrosivos. Fenólicos Quaternários de Amônio NÍVEL DE ELIMINAÇÃO Médio/Baixo Baixo CONCENTRAÇÃO Conforme recomendação do fabricante Conforme recomendação do fabricante TEMPO DE CONTATO 30 min (artigos) e 10 min (superfícies) 30 min INDICAÇÕES Superfícies fixas, artigos metálicos e de vidro Superfícies e equipamentos em áreas de alimentação. OBSERVAÇÕES Não utilizar em metais e mármore,pela ação corrosiva. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BAHIA. Secretaria da Saúde. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário. BRASIL. Universidade Federal da Bahia. Instituto de Ciências da Saúde. Manual de Biossegurança. Salvador: 2001. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília: Anvisa, 2010. 116 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. Brasília,1994. 50 p. CONASS - Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Manual de Higienização e Limpeza. Disponível em: <https://www.conass.org.br/liacc/manual-de-higienizacao- e-limpeza/>. Acesso em: 06 de maio de 2019.
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