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1 Profa.MFFB CUSTOS INDIRETOS Os custos indiretos são os gastos existentes que não podem ser rastreados de forma economicamente viável para serem associados diretamente a um objeto de custo, sendo que sua alocação acaba sendo feita de alguma maneira estimada e por muitas vezes, arbitrada por um critério subjetivo, utilizando-se um direcionador de custo. A apropriação dos custos indiretos depende de uma base de rateio que não pode ser alterada de um período para o outro, pois, se alterados, provocam mudanças no custo do produto e na análise da evolução dos custos (Princípio Contábil da Consistência ou Uniformidade - alteração nos critérios é possível de ser realizada, mas desde que efetivamente necessário, fazendo- se acompanhamento do efeito dessa alteração). O esquema indica como os custos diretos e indiretos são apropriados aos objetos de custos (como por exemplo, o produto): Objeto de Custos é qualquer coisa para a qual uma medida de custos é calculada, podendo ser, por exemplo, um departamento/centro de custo da estrutura organizacional, um produto, um cliente, etc. Direcionadores de Custo é uma variável que afeta os custos em dado período de tempo, ou seja, existe um relacionamento de causa e efeito entre uma mudança no nível de atividade ou volume e no nível de custos totais. O que se precisa definir é que critério utilizar para fazer o rateio dos custos indiretos: Rateio segundo um parâmetro relacionado ao custo direto Rateio segundo um parâmetro de consumo Rateio com departamentalização Rateio pelo método ABC – Activity Based Costing Rateio proporcional ao custo direto: Por esse critério se considera que os custos diretos são representativos da alocação dos custos indiretos. É uma simplificação que pode representar grandes erros pois sabe-se que as estruturas de 2 Profa.MFFB produção não seguem essa proporcionalidade. Tem como vantagem a simplificação do cálculo, sem grandes esforços internos de mapeamento dos custos. Rateio por um parâmetro de consumo: Neste caso escolhe-se um ou mais parâmetros de consumo dos recursos de produção que sejam possíveis de serem mapeados por produto e rateia-se proporcionalmente a esse consumo. Rateio com Departamentalização Departamentalização – é a divisão da empresa em unidades que tem responsabilidade e atividades específicas o que possibilita: Identificar os custos que são imediatamente identificados com os departamentos, sendo registrado neles de forma direta. Estes são chamados de custos próprios dos departamentos ou custos identificados dos departamentos. Identificar os custos que são compartilhados por vários departamentos, que são considerados custos comuns, que requerem um parâmetro para rateio. Identificar os departamentos de Produção - departamentos onde é possível apropriar custos aos produtos que se utilizam desses departamentos ao serem produzidos. Os custos apropriados a estes departamentos podem ser rateados aos produtos sem muita dificuldade, por um critério de rateio, preferencialmente, baseado no consumo do recurso. Identificar os departamentos Auxiliares ou de Serviços – exercem função de apoio aos departamentos de produção. Esses departamentos têm funções de gestão, não tendo, portanto, um parâmetro de consumo de recurso que possa ser atribuído ao produto. Porém, como estes departamentos prestam serviços para os outros departamentos, deve-se transferir seus custos para os departamentos beneficiados, em um processo sucessivo de rateios, que culmina na apropriação de seus custos aos departamentos produtivos. (Megliorini, 2014, p.56): 3 Profa.MFFB Rateio pelo Método ABC – Activity-based-costing – método de custeio baseado nas atividades) A proposta do método ABC é apropriar os custos às atividades realizadas em cada departamento, por meio de direcionadores de recursos que melhor representem a forma de consumo desses recursos e, sem seguida, apropriados aos produtos, serviços ou outros objetos de custo. O custeio pode ser estruturado em dois ou mais estágios: No primeiro estágio, os custos dos recursos são apropriados às atividades através de direcionadores de recursos. Direcionadores de recursos – são aqueles que identificam como as atividades consomem recursos. No segundo estágio, apropriam-se os custos das atividades aos produtos utilizando-se para isso os direcionadores de atividades. Direcionadores de atividades – são aqueles que identificam como os objetos de custo consomem as atividades. Todo esse processo pode ser visualizado no seguinte esquema: Nota No Brasil a ociosidade nos processos produtivos é regulada de CPC (comitê de pronunciamentos contábeis) 16. " A alocação de custos indiretos fixos às unidades produzidas deve ser baseada no volume normal de produção, que é aquele que se espera atingir, em média, ao longo de vários períodos ou de períodos sazonais, em circunstâncias normais, levando-se em consideração a não utilização da capacidade total, 4 Profa.MFFB resultante da manutenção planejada, de férias coletivas planejadas, etc. Os custos fixos relativos à capacidade não utilizada, em função de volume de produção inferior ao normal, devem ser registrados como despesas no período em que são incorridos, não podendo ser alocados aos estoques.” GESTÃO SOBRE OS CUSTOS INDIRETOS Os Custos indiretos ganham cada vez mais participação no processo produtivo, sendo importante uma adequada análise da formação desses custos, de forma a manter a estrutura a mais adequada às necessidades da produção minimizando os custos. Alguns conceitos adicionais são relevantes para melhorar a gestão desses custos: Escolha do objeto de custos – um item de custo específico pode ser variável no que diz respeito a um objeto de custos e fixo em relação a outro. Horizonte de tempo - um custo é variável ou fixo no que diz respeito a uma atividade específica, dependendo do horizonte de tempo. Quanto mais longo for o tempo é mais provável que o custo se torne variável. Faixa relevante – os padrões de comportamento de custos variáveis e fixos são válidos para as funções de custos lineares, dentro de um faixa relevante. Fora da faixa os padrões de custos fixos e variáveis se alteram. Direcionador de Custo – é uma variável, como o nível de atividade ou volume, que afeta os custos em dado período de tempo, ou seja, existe um relacionamento de causa e efeito entre uma mudança no nível de atividade ou volume e no nível de custos totais. Outras definições são igualmente importantes para estuda o comportamento de custos. Custo de capacidade – são os custos fixos de estar apto a alcançar um nível desejado de produção, ou fornecer um nível desejado de serviço. Este custo fixo total é o determinado para um período orçamentário projetado de produção e será apropriado pelos produtos que estiverem sendo produzidos no período. Como o custo fixo unitário não se altera, para um nível de produção, o custo de capacidade terá de ser remunerado pelo volume produzido no período. Custos fixos comprometidos – são custos compostos por partes indivisíveis do custo que não podem ser dispensados e que precisam ser mantidos nos períodos futuros. Geralmente associados a toda a infraestrutura dada uma escala de produção. Custos fixos discricionários – são custos vinculados ao processo de planejamento de gastos projetados para o período, de modo a satisfazer as metas da organização. Não estão vinculados ao nível de atividade, podendo, portanto, ser alterados, para cima ou para baixo, ou até mesmo eliminados, mesmo5 Profa.MFFB durante um período orçamentário, bastando para isso uma decisão gerencial, com reflexo no custo total de produção. Custos evitáveis – são custos que não continuarão a existir se uma operação em andamento for eliminada, bastando para isso uma decisão no período. Custo inevitável – são custos que continuarão a existir mesmo que uma operação seja eliminada. Custo-padrão ideal - o custo da produção de um bem utilizando o máximo de todos os fatores de produção. Não é utilizado no dia-a-dia, pois representa um custo de laboratório, sendo difícil de ser alcançado. Custo-padrão corrente - considera as ineficiências normais do processo de produção, sendo determinado como meta a ser alcançada durante um próximo período preestabelecido. É a referência do custo que deveria ser. Custo-padrão estimado - é o custo que deverá ser alcançado, baseado na média de um determinado período passado e, simplesmente, adicionado pequenos ajustes quando percebida alguma falha. Definido o custo padrão a ser obtido em um processo de produção, pode-se comparar o resultado real obtido com esse custo padrão, avaliando-se as causas das variações.
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