Buscar

capitulo-02

Prévia do material em texto

Classificação de Custos
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 
(PROPEP)
Emilio Antonio Francischetti
Pró-Reitoria de Administração Acadêmica
(PROAC)
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância
(NEAD)
Márcia Loch
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Dayse de Lima Passos
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD)
Virginia Genelhu de Abreu Francischetti
Pró-Reitoria de Pós-Graduação Lato Sensu e Extensão 
(PROPEX)
Nara Pires
1ª Edição
Sumário
Classificação de Custos
Para início de conversa ....................................................................... 04
Objetivo ........................................................................................... 05
1. Custos Diretos e Custos Indiretos ............................................ 06
2. Custos Fixos e Variáveis ........................................................ 12
3. Integração da Análise do Comportamento e da Classificação dos 
 Custos ............................................................................... 17
Referências ....................................................................................... 21
4 Custos Empresariais
Para início de conversa…
Para apurarmos corretamente os custos que uma empresa teve para 
produzir seus produtos, precisamos compreender como eles são classificados 
e em que momento deverão ser considerados custos de fato, além de como 
serão apropriados ao custo final do produto.
Os custos podem ser classificados como diretos ou indiretos, fixos 
ou variáveis, podem estar ligados diretamente ao custo primário do produto 
ou, ainda, podem se unir no momento da transformação de tal produto. 
Assim sendo, os custos podem ser classificados de várias maneiras, de 
acordo com a forma, com a distribuição e com a apropriação, conforme será 
visto neste capítulo.
É importante quantificar e alocar corretamente os custos que 
envolvem a produção/transformação de determinado produto, pois isso afeta 
diretamente o resultado das empresas.
5Custos Empresariais
Objetivo
Classificar os custos.
6 Custos Empresariais
1. Custos Diretos e Custos Indiretos
Custos são gastos relacionados a bens ou serviços utilizados na 
produção de outros bens ou serviços. Eles podem gerar desembolso ou 
não, pois pode haver permuta (troca) entre empresas ou doação ou aporte 
dos sócios em matéria-prima. Os custos serão reconhecidos no instante da 
fabricação ou transformação (quando efetivamente entrar em produção) 
do produto ou prestação de um serviço, refletindo os valores gastos com 
a geração dos produtos.
Segundo Crepaldi e Crepaldi (2018, p.20), “a classificação dos 
custos vai depender do enfoque que for atribuído a ela, podendo ser 
determinada quanto à natureza, à função, à contabilização, ao produto e à 
formação ou produção”.
Assim, temos os seguintes exemplos de custos: matéria-prima, 
mão de obra direta utilizada na produção, ou ainda, mão de obra indireta, 
energia elétrica etc. Verifica-se que a classificação dos custos em diretos e 
indiretos é feita quanto ao produto que está sendo fabricado (a apropriação 
do custo tem que ser específica àquele produto que está sendo analisado).
É necessário realizarmos a classificação correta dos custos, pois 
eles impactam no resultado da empresa, mostrando se haverá lucro ou 
prejuízo. Desta forma, devemos controlar todas as operações que envolvem 
a alocação dos custos e, consequentemente, a tomada de decisões quanto 
a qual matéria-prima adquirir, de qual fornecedor, o preço de aquisição, 
qual o salário dos nossos funcionários que trabalham na produção, 
quanto pagamos de energia elétrica, quanto desembolsamos de material 
de embalagem etc.
Estes custos devem ser exaustivamente controlados e medidos para 
não termos surpresas quando apurarmos o resultado da empresa por meio 
da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), ao final do exercício 
(geralmente ao final do ano). Tal relatório, de forma gerencial, deve ser 
consultado também periodicamente, sempre que necessário (mensal, 
trimestral, semestral etc.).
7Custos Empresariais
Podemos ter uma visão geral da classificação dos custos conforme 
o Quadro 1.
Classificação de Custos
Quanto à apropriação aos produtos
Custos diretos Custos indiretos
Quanto ao nível de atividade
Custos fixos Custos variáveis
Custos semivariáveis ou semifixos
Quadro 1: Classificação dos Custos. Fonte: Crepaldi (2009, p.8)
Os termos custos e despesas são facilmente encontrados nas 
Demonstrações de Resultado de Exercício (DRE) das empresas industriais, 
comerciais e de serviços, além das receitas, resultando no lucro ou prejuízo 
das empresas. Segundo Megliorini (2012, p.5) “as despesas são consideradas 
esforços realizados para gerar receita e administrar a empresa. Os valores de 
despesas lançados na demonstração de resultados correspondem ao período a 
que a demonstração se refere”.
Como exemplo de despesas, temos a aquisição de material de 
escritório, de limpeza, salários dos funcionários administrativos, manutenção 
de equipamentos do escritório, entre outros. As despesas se referem aos gastos 
relacionados à administração da empresa.
A administração da empresa engloba os departamentos administrativos, 
como os recursos humanos, contabilidade, financeiro, tecnologia da 
informação etc. Temos também o departamento comercial, que envolve 
os serviços de atendimento ao cliente, vendas, marketing etc., que geram 
igualmente despesas e não custos.
8 Custos Empresariais
Os custos ocorrem na fábrica onde os produtos são produzidos. Temos 
como exemplos a usinagem, montagem, pintura, controle de produção etc.
A diferença entre custo e despesa, segundo Crepaldi (2009, p.7), é:
a. Custo: é o gasto com a fabricação do produto (processo produtivo). 
O custo só afetará o resultado da parcela do gasto correspondente 
aos produtos vendidos.
b. Despesa: é o gasto que não está relacionado ao processo produtivo. 
São todos os demais fatores identificáveis na administração, 
financeiras e relativas às vendas, que reduzem a receita. A despesa 
afetará diretamente o resultado do exercício.
Na demonstração dos resultados, o Custo dos Produtos Vendidos 
(CPV) corresponde à quantidade vendida em empresas industriais. Já nas 
empresas comerciais, existe a figura do Custo das Mercadorias Vendidas 
(CMV), que refere-se ao custo das mercadorias compradas para revenda 
e já vendidas pela empresa. Assim, temos também o Custo dos Serviços 
Prestados (CSP) para empresas prestadoras de serviços com os materiais a 
serem aplicados na execução dos serviços.
Para encontrarmos corretamente o Custo dos Produtos Vendidos, 
precisamos saber como classificar os custos das empresas, ou seja, os 
custos em relação ao objeto que está sendo estudado, que podem ser 
diretos ou indiretos.
O Custo Direto é aquele que facilmente pode ser quantificado e 
identificado diretamente no produto. Não precisa de critérios de rateio 
para ser alocado ao custo de determinado produto. “Custos diretos são 
custos apropriados aos produtos conforme o consumo em cada produto”. 
(MEGLIORINI, 2012, p.12).
Entre os custos diretos, temos os materiais diretos e a mão de obra 
direta. Entre os materiais diretos, podemos destacar as matérias-primas, os 
materiais de embalagem daquele produto e quaisquer materiais necessários 
à produção, acabamento e apresentação final do produto.
9Custos Empresariais
Materiais diretos são os materiais que incorporam (se identificam) 
diretamente aos produtos e, a mão de obra direta representa os custos relacionados 
com o pessoal que trabalha diretamentena elaboração dos produtos. 
Como material direto, temos a matéria-prima, o material secundário 
e as embalagens. 
A matéria-prima é o principal material que utiliza-se na composição do 
produto final (podemos ter diversas matérias-primas para um único produto), 
sofrendo transformação no processo industrial em conjunto com o material 
secundário, que utiliza-se também diretamente no produto final, mas em menor 
quantidade (deve ser de fácil identificação ao produto). Por fim, temos a embalagem 
dos produtos, que serve para seu acondicionamento.
EXEMPLO
Ao fabricarmos um doce gourmet do tipo “brigadeiro de Nutella” para termos uma renda 
extra no mês, teremos alguns custos envolvidos na produção dessa deliciosa guloseima, começando 
com as matérias-primas: leite condensado, manteiga, chocolate, Nutella e granulado de chocolate. 
Também devemos ter gás para cozinhar o brigadeiro e forminha de papel (embalagem) para cada 
doce produzido. Todos estes materiais são custos diretos.
Quando se trata de uma indústria especializada na fabricação de sapatos, teremos como 
materiais diretos: o couro cru ou couro sintético, borracha para o solado, linha para a costura, cola para 
os acabamentos. Estes são os materiais diretos que vão compor o custo direto da fabricação do sapato.
Englobando o custo direto, também devemos incluir a mão de obra de quem 
fez o doce no primeiro exemplo e quem costurou o sapato no segundo exemplo. 
A mão de obra direta é o trabalho aplicado diretamente na confecção do produto. 
Então, estamos falando do salário dos empregados, encargos sociais, provisões 
de férias etc. dos funcionários que trabalharam diretamente na transformação de 
determinado produto. Segundo Crepaldi e Crepaldi (2018, p.23):
Custos diretos são os custos incorridos em determinado produto, 
identificando-se como parte do respectivo custo. São também os 
custos diretamente associados com o produto ou serviço que está 
sendo orçado, ou seja, o custo dos insumos que entram na execução 
do referido produto ou serviço. Podem ser diretamente (sem rateio) 
apropriados aos produtos, bastando existir para isso uma medida de 
consumo (quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade 
10 Custos Empresariais
de força consumida etc.). De maneira geral, associam-se a produtos e 
variam proporcionalmente à quantidade produzida.
Já o Custo Indireto é aquele não identificado no produto, necessitando de 
critérios de rateios para alocação no produto.
Rateios: São a distribuição proporcional dos custos pelos recursos envolvidos (DICIONÁRIO INFORMAL, 
2018). Rateio é uma divisão proporcional por uma base que tenha dados conhecidos em cada 
uma das funções em que se deseja apurar custos. Tal base deve constituir-se de dados que guardem 
estreita correlação com o custo, ou seja, o custo ocorre em condições semelhantes aos dados da base. 
(DUTRA, 1994)
O rateio é um processo convencional de distribuição dos custos indiretos 
aos setores da produção e serviços.
A importância do critério de rateio está intimamente ligada à 
manutenção ou à uniformidade em sua aplicação. Devemos lembrar que 
a simples mudança de um critério de rateio afeta o custo de produção e, 
consequentemente, o resultado da empresa.
Algumas normas práticas, como as que apresentamos a seguir, podem 
reduzir os problemas decorrentes de rateio:
(i) gastos irrelevantes não necessitam ser rateados, porque podem não 
justificar o trabalho envolvido;
(ii) gastos cujo rateio seja extremamente arbitrário devem ser 
lançados diretamente contra o resultado do exercício. (CREPALDI; 
CREPALDI, 2018, p.27)
Segundo Megliorini (2012, p.12-13):
Custos indiretos - são os custos apropriados aos produtos de 
acordo com uma base de rateio ou algum critério de apropriação. 
Essa base de rateio deve guardar uma relação próxima entre o custo 
indireto e o seu consumo pelo produto. Em geral são empregados 
como bases de rateio: o período (em horas) de emprego de mão 
de obra; o período (em horas) de utilização das máquinas na 
fabricação dos produtos; a quantidade (em quilos) de matéria 
prima consumida etc.
Glossário
11Custos Empresariais
EXEMPLO
Quando uma máquina, que trabalha diretamente na produção de alguns produtos diferentes 
(produto A, produto B e produto C), se deprecia (evidenciação da perda de valor de mercado de um 
bem), havendo o devido registro na contabilidade da empresa, o valor dessa depreciação deverá ser 
rateada pelos produtos que essa máquina transformou ao longo do período.
Em contrapartida, se uma indústria aluga o espaço onde ela desenvolve sua produção e 
tem diversos produtos sendo produzidos no mesmo local, o valor do aluguel do galpão, por exemplo, 
deverá ser rateado como custo indireto para os diversos produtos que foram produzidos no período de 
um mês, se o aluguel é pago mensalmente.
De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2018, p.23):
Custos indiretos são os custos de natureza mais genérica, não 
sendo possível identificá-los imediatamente como parte do custo 
de determinado produto ou serviço. Para serem incorporados aos 
produtos ou serviços, necessitam da utilização de algum critério 
de rateio. Precisam ser rateados ou alocados entre departamentos 
ou centros de custo, portanto, o custeio é realizado por meio de 
critérios subjetivos. Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, 
salário de supervisores etc.
São gastos não diretamente relacionados aos produtos ou serviços, 
portanto, não são mensuráveis de maneira clara e objetiva. Nesse 
caso, torna-se necessário adotar um critério de rateio (distribuição) 
para alocar tais custos aos produtos fabricados ou serviços prestados, 
tais como aluguel, manutenção e supervisão da fábrica etc.
Então, podemos dizer que a mão de obra indireta, materiais indiretos, 
outros custos indiretos (seguro da fábrica, depreciação das máquinas utilizadas 
na produção, aluguel da fábrica) são custos indiretos.
A mão de obra indireta é representada pelo trabalho realizado nos 
departamentos auxiliares das indústrias ou prestadoras de serviços e que não 
são mensuráveis em nenhum produto ou serviço único. Os materiais indiretos 
são os materiais empregados na fabricação do produto, mas em virtude da 
dificuldade de cálculo quanto à quantidade utilizada em cada produto 
fabricado, são considerados materiais indiretos.
12 Custos Empresariais
EXEMPLO
Pessoal do setor de manutenção que atende diversos setores e diferentes máquinas. 
Também podemos citar a mão de obra do supervisor de produção, que inspeciona a produção de 
diversos produtos.
2. Custos Fixos e Variáveis
Os custos podem ser classificados quanto ao comportamento dos 
gastos em relação ao volume de produção: custos fixos ou variáveis. 
Se o volume da produção aumentar, o consumo de alguns elementos 
de custos vai aumentar; o de outros não. Os custos que sempre 
permanecerão os mesmos, independentemente do volume de 
produção, são os chamados custos fixos. Os que variam de acordo 
com o volume da produção são chamados de custos variáveis. 
Somando os custos fixos e os custos variáveis, temos o custo total. 
(MEGLIORINI, 2012, p.13)
O Custo Variável depende da quantidade produzida. Os custos 
variáveis aumentam à medida que aumenta a produção. Ex.: combustível, 
matéria-prima consumida, material de embalagem etc. Segundo Crepaldi e 
Crepaldi (2018, p.25):
Custos variáveis são custos que são uniformes por unidade, mas que 
variam no total na proporção direta das variações da atividade total 
ou do volume de produção relacionado. Exemplos: matéria-prima, 
embalagem. Custo variável é o custo cujo total apresenta variação 
diretamente proporcional ao volume de produção ou serviço; seu 
custo unitário é fixo. Já o custo fixo é o custo cujo total permanece 
constante, ou seja, que não varia proporcionalmente ao volume de 
produção ou serviço dentro de determinada capacidade instalada; 
seu custo unitário é variável.
 
Os custos são variáveis em relação à produção total, pois quanto 
mais se produz mais custos temos, conforme podeser visto na Figura 1. 
13Custos Empresariais
Em relação a um único produto, o custo variável é fixo, pois a quantidade 
de matéria-prima que se gasta para produzir um determinado produto será 
sempre a mesma, desde que não haja nenhuma perda (involuntária) no 
processo de transformação.
Custos
Custo variável
Quantidade
10 t0
Figura 1: Comportamento do custo variável conforme varia o volume de produção. Fonte: Megliorini (2012, p.14).
Voltando ao exemplo do brigadeiro, vimos que é necessário leite 
condensado para realizar a produção do doce. Nesse caso, o leite condensado 
é um custo variável, pois quanto mais se produz doces, mais haverá o consumo 
desse ingrediente para sua fabricação. Ao mesmo tempo sabemos que, para 
cada doce pronto, utiliza-se 10 ml de leite condensado (hipoteticamente), 
então o custo, que é variável em relação à quantidade produzida, é fixo em 
relação à produção unitária.
Já o Custo Fixo independe da quantidade produzida e ocorrerá 
independentemente do nível de atividade, de acordo com a Figura 2. Ex.: 
aluguel da fábrica, depreciação etc.
Custos
Quantidade
10 t0
Custo fixo
Figura 2: Comportamento do custo fixo varia conforme o volume de produção. Fonte: Megliorini (2012, p.14).
14 Custos Empresariais
Independentemente da empresa produzir ou não, ela terá de pagar 
o aluguel da fábrica, por isso este custo é considerado um custo fixo. A 
depreciação também é fixa, sendo contabilizada mensalmente no Balanço 
Patrimonial da empresa; sempre vai ocorrer mesmo a máquina sendo 
utilizada ou não. O salário do supervisor da produção deverá ser pago 
independentemente da fábrica estar produzindo algum produto ou não. 
Segundo Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 24):
Custos fixos: um custo que, em determinado período e volume 
de produção, não se altera em seu valor total, mas vai ficando cada 
vez menor em termos unitários com o aumento do volume de 
produção. O custo total não varia proporcionalmente ao volume 
produzido. Um aspecto importante a ressaltar é que os custos são 
fixos dentro de determinada faixa de produção e, em geral, nem 
sempre são fixos, podendo variar em função de grandes oscilações 
no volume de produção. Quanto mais se produzir, menor será o 
custo por unidade.
Inversamente ao que foi dito sobre os custos variáveis, custos fixos o 
são em relação à produção total do produtos e são variáveis de acordo com 
a produção unitária. Se um custo é fixo para todos os produtos da empresa, 
quanto mais produtos forem produzidos, mais esse custo vai se diluir nos 
produtos unitariamente, como pode ser visto no Quadro 2.
Meses Horas trabalhadas
Custo total de 
material
Custo unitário de 
material
Custo fixo do 
aluguel da fábrica
Custo do 
aluguel 
(unitário)
Janeiro 2.000 R$ 4.000,00 R$ 2,00 R$ 5.000,00 R$ 2,50
Fevereiro 2.050 R$ 4.100,00 R$ 2,00 R$ 5.000,00 R$ 2,44
Março 1.800 R$ 3.600,00 R$ 2,00 R$ 5.000,00 R$ 2,78
Abril 1.700 R$ 3.400,00 R$ 2,00 R$ 5.000,00 R$ 2,94
Maio 1.900 R$ 3.800,00 R$ 2,00 R$ 5.000,00 R$ 2,63
Junho 2.100 R$ 4.200,00 R$ 2,00 R$ 5.000,00 R$ 2,38
Quadro 2: Análise do custo variável e fixo de acordo com as horas trabalhadas. Fonte: Adaptado de Leone e Leone (2010, p.40). 
15Custos Empresariais
Conforme o Quadro 2, o custo unitário não se modificou, sendo R$ 
2,00, porém, de acordo com as horas trabalhadas, havendo maior ou menor 
produção, o custo total de material variou em todos os meses. O contrário 
ocorreu com o custo fixo, que é o mesmo em todos os meses, mas que varia de 
acordo com as horas trabalhadas, sendo unitariamente variável. Quando houve 
maior produção de quantidades em junho, o custo fixo unitariamente ficou 
em R$ 2,38 e em abril, que houve a menor produção da empresa, o custo fixo 
unitário ficou maior, em R$ 2,94.
EXEMPLO
Se existe um custo de aluguel da fábrica a ser pago mensalmente, este custo é fixo, mas ele 
será alocado a 100 produtos fabricados. O custo fixo será dividido para 100 produtos. Cada produto 
absorverá uma parte do custo fixo total, mas se, ao invés de 100 produtos, forem fabricados 1.000, 
este custo fixo de aluguel será dividido agora para 1.000 produtos, diminuindo o custo, pois a divisão 
está sendo feita para mais produtos confeccionados.
“Custos fixos são aqueles que decorrem da manutenção da estrutura 
produtiva da empresa, independentemente da quantidade que venha a ser 
fabricada dentro do limite da capacidade instalada”. (MEGLIORINI, 2012, p.13)
Existe também o Custo Semivariável ou Semifixo, que varia com o 
nível da atividade, porém não direta e proporcionalmente. O custo semivariável 
ou semifixo apresenta uma parte que é fixa e uma parte que é variável. Até 
certa quantidade o custo é fixo, sendo constante, mas, a partir de determinada 
quantidade, o custo passa a ser variável, pois vai crescendo de acordo com a 
quantidade a mais que está sendo produzida.
De acordo com Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 25):
Custos semivariáveis ou semifixos são os custos que variam em função 
do volume de produção ou venda, mas não exatamente nas mesmas 
proporções. São considerados fixos até determinada parcela e a partir 
desse ponto passam a ser variáveis. Exemplos: remuneração por 
meta de produtividade aos empregados; horas extras do controle de 
qualidade para lotes de produção que extrapolarem o limite de análise 
em período normal; manutenção preventiva para atender à demanda 
de utilização de horas de máquinas e equipamentos.
16 Custos Empresariais
Alguns autores consideram os custos semifixos como sendo diferentes 
dos custos semivariáveis. Megliorini (2012, p.14) afirma que:
Custos semifixos são os elementos de custos classificados como 
fixos, mas que se alteram em decorrência de mudanças na capacidade 
de produção instalada. Imagine que a produção cresceu tanto que 
precisamos alugar mais um galpão e adquirir novas máquinas. 
Os custos com o aluguel e com a depreciação dessas máquinas são 
classificados como fixos, como já vimos, mas eles aumentarão devido ao 
aumento da capacidade de produção e permanecerão constantes nesse 
novo patamar. Se ocorrer outro aumento de capacidade, o processo 
se repetirá. Assim, os custos semifixos crescem patamares. O oposto 
também ocorre: quando a capacidade de produção é reduzida, os custos 
semifixos também diminuem, e isso também acontece em patamares.
Conseguimos visualizar esse processo por meio da Figura 3.
Custos
Quantidade
10 t0
Custo semifixo
15 t
Figura 3: Comportamento do custo semifixo varia conforme o volume de produção. Fonte: Megliorini (2012, p.15).
Por outro lado Megliorini (2012, p. 14) considera:
Custos semivariáveis são os elementos de custos que possuem, em 
seu valor, uma parcela fixa e outra variável. Em outras palavras, têm 
um comportamento de custo fixo até certo momento, mas depois 
se comportam como custo variável. Bons exemplos desse tipo de 
custo são a energia elétrica e água. Quando não há utilização desses 
17Custos Empresariais
recursos, ou quando o consumo fica abaixo de um valor mínimo 
estipulado, então paga-se uma taxa fixa (parte fixa do custo). À 
medida que a utilização cresce com o aumento da produção, o valor 
da conta se eleva (parte variável do custo).
Esse esquema pode ser melhor visualizado por meio da Figura 4.
Custos
Quantidade
Custo semivariável
Figura 4: Comportamento do custo semivariável varia conforme o volume de produção. Fonte: Megliorini (2012, p.15).
Raramente em empresas em pleno funcionamento (produção 
frequente) ocorrem as cobranças somente das taxas fixas (consumo 
mínimo), pois o consumo de energia elétrica é sempre superior a elas, dadas 
as produções diárias.
3. Integração da Análise do Comportamento e da 
Classificação dos Custos 
Ainda existem algumas nomenclaturas importantes a serem abordadas, 
pois a uniformidade de informações se faz necessária para o devido controle 
dos custos das empresas. Os custos também podem ser classificados em 
relação à funcionalidade, como custos de fabricação, custos comerciais e 
custos de serviços.18 Custos Empresariais
O Custo de Fabricação é o resultante da transformação de matérias-
primas (insumos) em produtos acabados pelo uso de mão de obra e instalações. Já 
os Custos Comerciais advêm da compra de mercadorias ou matérias-primas que 
serão revendidas sem sofrer nenhuma modificação, sem mudar sua forma básica. 
Os Custos de Serviços, por sua vez, são os resultantes da prestação de serviço 
para as empresas contratantes. Exemplo: uma determina empresa presta serviços 
de limpeza e, para isso, fornece os produtos que serão utilizados para tal, como 
desinfetante, sabão, cera líquida etc., além da mão de obra que será utilizada nesta 
prestação de serviço. Todos este itens comporão os custos dos serviços prestados.
Além disso, os custos podem ser classificados em relação ao produto, 
podendo ser custos primários ou custos de transformação. O Custo Primário 
é a soma da matéria-prima mais a mão de obra direta. Crepaldi e Crepaldi 
(2018, p.26) enfatizam que os custos primários:
Compreendem a soma da matéria-prima e da mão de obra direta 
e não incluem os demais custos diretos. Também não são iguais a 
custos diretos, uma vez que nos custos primários só estão incluídos 
aqueles dois itens. Assim, a embalagem é um custo direto, mas 
não é um custo primário. (grifo nosso)
Ainda conforme Crepaldi e Crepaldi (2018, p. 26), os custos de 
transformação também podem ser chamados de custos de conversão. 
Sendo assim:
Representam o esforço empregado pela empresa no processo de 
fabricação de determinado produto (mão de obra direta e indireta, 
energia, horas de máquina etc.). Não incluem matéria-prima nem 
outros produtos adquiridos prontos para consumo ou industrialização. 
Também chamados custos de conversão, compreendem a soma de todos 
os custos para transformar as matérias-primas em produtos acabados. 
Representam o valor do esforço da própria empresa no processo de 
elaboração de determinado produto. (grifo nosso)
Relacionado também ao produto, podemos ter custos comuns entre 
alguns deles. Como o próprio termo sugere, esses são custos comuns para 
vários produtos até determinado ponto da produção e, depois disso, os custos 
são específicos para cada um dos produtos. Segundo Crepaldi e Crepaldi 
(2018, p. 26) são:
19Custos Empresariais
Comumente encontrados na fabricação de produtos farmacêuticos, 
onde durante o processo produtivo até uma determinada fase 
os custos incorridos são os mesmos e, a partir de um ponto 
chamado ponto de segregação, tornam-se vários produtos 
acabados diferentes.
Ponto de segregação: É o ato de segregar, de pôr de lado, de separar, isolar ou apartar. 
(SIGNIFICADOS, 2019)
Os custos também são classificados em relação ao grau de medida, 
como custos totais ou custos unitários. Os Custos Totais são todos os custos 
de determinado objeto ou atividade (macro), e envolvem os custos fixos e os 
custos variáveis para produzir determinado lote de produtos, por exemplo. 
O Custo Unitário é um indicador representado por uma fração (individual).
Vimos no início deste capítulo que a classificação correta dos custos 
e o seu controle ajudam a empresa a saber se os custos incidentes não estão 
ultrapassando suas projeções, causando prejuízo, e enfatizando a importância 
do controle dos custos e a necessidade de tomadas de decisões periódicas 
relacionadas aos custos.
Os custos corretamente classificados trarão benefícios para as empresas, 
pois eles serão a base para construir o preço que será cobrado aos clientes 
pelos produtos fabricados e vendidos e a determinação da margem de lucro 
que será aplicada sobre eles. Se a alocação dos custos estiver incorreta, todo 
o processo seguinte de formação do preço de venda será impactado, podendo 
gerar grandes prejuízos à empresa.
Sendo assim, segundo Ferreira (2007, p.48), alguns critérios para a 
classificação dos custos devem ser estabelecidos, como:
1. Período de contabilização a que os custos se referem.
2. Natureza dos bens ou serviços consumidos.
3. Funções ou serviços a que se referem.
4. Grau de variabilidade relativamente a certos fatores.
Glossário
20 Custos Empresariais
5. Forma de imputação.
6. Possibilidade de serem evitados ou reduzidos.
Outro assunto importante é saber se os produtos fabricados e 
vendidos estão cobrindo os custos e as despesas da empresa. Igualmente 
importante é reconhecer se o negócio está sendo viável ou se deve ser feita 
uma alavancagem na produção, troca de fornecedores de matéria-prima, 
redução ou ampliação de mão de obra, ou até mesmo, a substituição de 
produtos que serão fabricados pela empresa. 
Podemos observar que há várias nomenclaturas que envolvem os 
custos de uma empresa. Vimos que existem custos que podem ser alocados 
diretamente aos produtos e custos que precisamos fazer algum tipo de 
rateio para alocá-los, sendo chamados, respectivamente, de custos diretos 
e custos indiretos. Depois, vimos que os custos, quanto ao volume de 
produção, podem ser classificados como custos fixos ou variáveis, e que são 
inversamente proporcionais quando se fala de custo total ou custo unitário.
Identificar corretamente cada forma de custo é importante para que 
o custeamento se dê de forma correta. Utilizar uma terminologia única e 
homogênea simplifica o entendimento e a comunicação interna e externa 
das empresas.
21Custos Empresariais
Referências
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. 4 ed. São 
Paulo: Atlas, 2009.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. 6 ed. São 
Paulo: Atlas, 2018.
DICIONÁRIO INFORMAL. Rateio. 2018. Disponível em: https://
www.dicionarioinformal.com.br/significado/rateio/1492/. Acesso em: 12 
maio 2019.
DUTRA, R. G. Critérios de rateio e distribuição de custos. I Congresso 
Brasileiro de Gestão Estratégica de Custos. São Leopoldo, 1994.
FERREIRA, J. A. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G. Curso de contabilidade de custos. 4 
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
SIGNIFICADOS. Significado de Segregação. 2019. Disponível em: https://
www.significados.com.br/segregacao/. Acesso em: 19 maio 2019.
https://www.dicionarioinformal.com.br/significado/rateio/1492/
https://www.dicionarioinformal.com.br/significado/rateio/1492/
https://www.significados.com.br/segregacao/
https://www.significados.com.br/segregacao/
	Título da Unidade
	Objetivos
	Introdução
	1.	Arquitetura no Brasil
	Análise de Custos e a Origem
da Contabilidade de Custos
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1.	Definição Genérica
	2.	Escopo da Contabilidade de Custos 
	3.	Terminologias 
	3.1	Desembolso
	3.2	Gasto
	3.2.1	Investimento
	3.2.2	Custo
	3.2.3	Despesa
	3.3	Perda
	Referências
	Classificação de Custos
	Para início de conversa…
	Objetivo
	1. 	Custos Diretos e Custos Indiretos
	2. 	Custos Fixos e Variáveis
	3. 	Integração da Análise do Comportamento e da Classificação dos Custos 
	Referências

Continue navegando