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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ANÁLISE DINÂMICA E CONTROLE DE PROCESSO ESTRATÉGIAS DE CONTROLE AVANÇADAS PROFESSOR: Sérgio Lucena ALUNA: Fabiana M Goes O Santos Julho/2018 Recife/PE 2 1. INTRODUÇÃO Obter o controle de processos de uma empresa pode ser uma tarefa bem complicada, principalmente se considerarmos todos os procedimentos e funcionários envolvidos. No entanto, manter o controle de processos é essencial para garantir que tudo seja feito da maneira planejada, garantindo a boa execução dos trabalhos. É necessário apresentar técnicas de modelagem, simulação, sintonia de controladores e projeto de estratégias de controle aplicados a processos industriais para ter um maior controle de processos naturalmente obtendo uma Otimização do tempo e facilidade na hora de tomar decisões. Como exemplo foi escolhido realizar o controle num tanque de mistura, no qual existe uma válvula de controle para a entrada de um reagente fixo enquanto os outros são adicionados numa vazão constante, um agitador interno e uma camisa isolante na parede externa. O objetivo do tanque é manter certa variável X no valor desejado (valor de referência ou set point) apesar das variações X1(t), a válvula ajusta a velocidade do fluxo para esse propósito. Sendo X a variável controlada, W2 a manipulada e X1 a perturbada. Aplicando um balanço no tanque obtemos um modelo linear, 𝑑𝐶𝑑𝑡 = !!× 𝐶! − 𝐶 considerando 𝐶 0 = 0 aplicando Laplace em ambos os lados para obter a função transferência. 𝑠×𝐶 𝑠 − 𝐶 0 + 𝐹𝑉×𝐶 𝑠 = 𝐹𝑉×𝐶! 𝑠 𝑠 + 𝐹𝑉 ×𝐶 𝑠 = 𝐹𝑉×𝐶! 𝑠 𝐶 𝑠 = !!!!!! × 𝐶!(𝑠) A relação entre a variável de saída e a variável de entrada é a função transferência Gp. 𝐺! = 𝐶(𝑠)𝐶!(𝑠) = 𝐹𝑉𝑠 + 𝐹𝑉 = 1𝑉𝐹×𝑠 + 1 = 𝐾!𝜏!𝑠 + 1 (𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑜𝑟𝑑𝑒𝑚) Sendo, Kp = 1 (ganho unitário) e 𝜏!= V/F. Aonde, V: volume(m3) F: vazão(L/min) C: concetração (g/L) Na Figura 1 o objetivo é controlar o nível do tanque através de W2. O transmissor analisador mede a saída e transmite através de um sinal elétrico para o feedback controller. O controlador compara o valor medido XM com o set point e calcula o sinal de saída P, um sinal eletrônico é enviado para o transdutor de corrente que é compatível com o controle da válvula. Gp 𝐶!(𝑠) 𝐶(𝑠) 3 Figura 1: Esquema de controle num tanque de mistura. 2. ESTRATÉGIAS DE CONTROLE As estratégias avançadas de controle introduzem uma maior variedade de produtos de maior valor, transições mais frequentes e ciclos de produção mais curtos, ou seja, uma tecnologia de controle de modelagem preditiva. 2.1 CONTROLE CASCATA O controle em cascata deve ser implementado quando a malha de controle simples já não responde satisfatoriamente, principalmente em processos de grande inércia e quando o mesmo possui uma contínua perturbação na variável manipulada. Normalmente, aplica-se o controle em cascata, quando os efeitos dos distúrbios da variável manipulada afetam a variável controlada. O controle em cascata emprega pelo menos duas variáveis controladas para atuar sobre uma única variável manipulada. Na Figura 2 a seguir, um exemplo no Simulink do controle cascata. Figura 2: Diagrama de blocos no controle cascata com a interferência do P0 externo com entrada em pulsos. 4 (a) (b) (c) Figura 3: Reposta para uma variação do Kc para o controlador PI externo. (a) Kc = 1, (b) Kc = 5 e (c) Kc = 10. 2.2 COMPENSAÇÃO DE TEMPO MORTO Também conhecido como o preditor de Smith, essa estratégia tem a função de minimizar alguns efeitos indesejados devido ao tempo morto do processo, embora seja bastante sensível a incertezas do modelo do processo, principalmente no tempo de atraso, Ou seja, mesmo erros infinitesimais de modelagem podem levar o sistema à malha fechada à instabilidade. Essa estratégia permite melhorar o desempenho de sistemas de primeira ordem com atraso de transporte grande, porém é essencial conhecer o modelo do sistema para poder implementá-lo de forma satisfatória. Esse atraso ocorre devido a fatores como, transporte de massa e energia, transmissão de dados e perda de informações. Além disso, os atuadores, sensores e controladores, presentes em malhas de controle, também podem introduzir esse tipo de efeito, sendo possível obter bons resultados em processos de malha fechada com retardo no tempo através da técnica de compensação de atraso. Prevendo a saída do sistema sem atraso e realimenta o controlador, ou seja, o Preditor de Smith inclui na malha de controle o modelo interno do sistema (IMC) de maneira que a entrada do controlador seja uma dinâmica sem tempo morto. Na Figura 4 a seguir, um exemplo no Simulink do preditor de Smith. Figura 4: Diagrama de blocos Preditor de Smith. 5 (a) (b) (c) Figura 5: Resposta para uma análise (a) com compensação de 0.5s (b) com a compensação de tempo morto igual a 10s e (c) tempo morto igual a 50s. Podemos ver que conforma o atraso cresce a malha perde totalmente o controle com as constantes utilizadas para o controlador, mostrando uma maior eficiência do controlador. 2.3 CONTROLE INTERFERENCIAL A estratégia que controla uma variável no qual não pode ser medida. Como a inferência é baseada principalmente em medições básicas, ela responderá muito mais rapidamente que o analisador. Figura 6: Diagrama de blocos representando um controle interferencial. Inferenciais compreendem uma função matemática (f) usando um número de variáveis independentes (x) para prever o valor de uma variável dependente (y). 𝑦 = 𝑓(𝑥!, 𝑥!,… , 𝑥!) Em primeiro lugar, os dados podem não ter sido coletados no estado estacionário. Nem todas as variáveis usadas na inferência terão a mesma dinâmica de processo. Logo após uma perturbação, todos estarão se aproximando do estado estacionário, mas em um grau diferente. O processo pode estar temporariamente sem energia ou equilíbrio material, pois o inventário de ambos pode estar mudando. A análise de regressão é geralmente realizada em dados coletados em um intervalo fixo, possivelmente calculando a média de vários conjuntos de dados em torno do tempo de coleta. Embora quaisquer erros introduzidos sejam aleatórios e não afetem necessariamente a forma da inferência, eles dificultarão a confirmação de sua exatidão. 6 Com os primeiros tipos principais, que podem usar apenas alguns conjuntos de dados para calibração, é mais importante que os dados sejam coletados quando o processo estiver estável e estável por tempo suficiente para que o tempo morto da variável dependente expire. Outro problema em potencial é o de registro de data e hora. A variável dependente é muitas vezes um resultado laboratorial que pode não estar disponível até várias horas após a coleta da amostra. Portanto, é necessário associá-lo às condições de operação no momento da amostra. No entanto, os tempos de amostra não são necessariamente confiáveis. O tempo real da amostra pode ser muito diferente. Ele pode ter sido adiado porque havia um problema operacional no momento ou pode ser antecipado para adequar-se à carga de trabalho do sampler. Muitas vezes, todas as amostras em um processo estão programadas para o mesmo horário, mas elas claramente não podem ser todas tomadas simultaneamente. É um equívoco que, se o processo é estável, não é importante registrar o tempoexato da amostra. Figura 7: Inferencial hipotética perfeita que concorda exatamente com o resultado laboratorial. O processo é razoavelmente estável, como pode ser visto pela tendência inferencial no qual varia menos de ±1%. 2.4 CONTROLE SELETIVO E OVERRIDE Muitos processos de controle tem um numero igual de variáveis controladas e variáveis manipuladas. Entretanto, caso esse número seja diferente, não é possível eliminar o offset portanto o controle seletivo/override é comumente usado para toda variável controlada e é desejado que tenha pelo menos uma variável manipulada. Seletores são encarregados de compartilhar a variável manipulada juntamente a variável controlada. O override é um caso especial do controle seletivo pois um dos inputs é um valor numérico (um limite), sendo usado quando se deseja limitar o valor do sinal em um máximo ou mínimo. Alguns cuidados devem ser tomados na implementação do método: • Prever proteção contra saturação do sinal de saída dos controladores que não estiverem sendo selecionados para atuar no elemento final de controle; • Implementar uma estratégia de rastreamento dinâmico forçando a saída dos controladores que não estão controlando a válvula a seguir a posição atual da válvula (saída do seletor). 7 Figura 8: Diagrama de blocos para um controle seletivo com duas medidas e dois controladores. Figura 9: Gráficos obtidos no Scope 2 (a) antes da avaliação do mínimo, Scope 1 (b) a saída do controle da concentração e no Scope (c) a análise para o nível. Ambos os gráficos (b) e (c) mostram um ótimo controle do sistema a partir dos controladores PI usados tanto no controle do nível do tanque como na concentração interna do tanque. 8 3. CONCLUSÃO As estratégias de controle estudadas demostraram resultados bastantes satisfatórios no controle de malhas fechadas usando uma função transferência de primeira ordem. Usando um controlador simples PID, temos alguns parâmetros que podem ser ajustados como: K: que está mais ligado a velocidade de amortecimento quando K cresce mais rápido o sistema chega ao seu valor de estado estacionário porém ele pode acabar extrapolando os limites os quais seus equipamentos conseguem trabalhar e se K for muito pequeno o seu sistema pode nunca conseguir ajustar o valor final para o set point ou seja o erro nunca vai ser zero. I: Está mais ligado ao valor final do sistema, quanto maior o valor de I mais próximo do set point seu valor final estará porém para valores muito grandes de I podem fazer o sistema sair totalmente de controle. D: Está mais ligado as amplitudes do sistema ou seja, os valores máximos e mínimos que o seu sistema vai atingir antes de se estabilizar, este termo aparentemente é o responsável por garantir que o seu valor final não se distancie demais do set point o que pode ser muito importante em sistemas onde pequenas oscilações podem causar problemas grandes porem isso diminui a velocidade de amortecimento do sistema, então para casos onde grandes diferenças do set point sejam toleráveis este termo não deve ser utilizado. Porém ainda assim, com o conhecimento de estratégias mais avançada e para sistemas mais complexos são necessário métodos mais sofisticados. Conclui-se que é possível através do controle cascata uma maior estabilidade da malha e eliminando os efeitos de distúrbios. Já o preditor Smith ajustar os valores do controlador PID de forma satisfatória para estabilizar uma malha de controle. Que os seletores melhoraram o controle nas performances, sendo assim, importante proteger equipamentos de operações perigosas. No controlador override foi possível controlar ambas as variáveis de forma ótima com controladores PI. 4. REFERÊNCIAS Process Control A Practical Approach, Myke King, Whitehouse Consulting, Isle of Wight, UK. Process Dynamics and Control, Seborg, Edgar, Mellichamp, WILEY <http://rafaelviniciuss.blogspot.com/2011/05/controlado-pid-pid-controler.html> Acesso em 1 de julho de 2018. <https://ead.ifba.edu.br/file.php/11/Mecatronica_Atual_- _Tipos_de_Malha_de_Controle_-_Anderson_Beltrame.pdf> Acesso em 1 de julho de 2018.
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