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Direito Administrativo - Aula 05

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Prévia do material em texto

1 Carreiras, regime e jornada de trabalho.....................................................................2
1.1 Carreiras........................................................................................................................................ 2
1.2 Regime e Jornada de Trabalho ................................................................................................. 3
2 Direitos.....................................................................................................................7
2.1 Sistema remuneratório............................................................................................................. 7
2.2 Vantagens ...............................................................................................................................11
3 Questões para fixação ............................................................................................. 53
4 Questões comentadas na aula ................................................................................. 68
5 Gabarito .................................................................................................................75
6 Referências .............................................................................................................75
Olá pessoal, tudo bem?
Na aula de hoje, vamos estudar os títulos III e IV da Lei Complementar 840. Nesta aula, vamos
trabalhar com questões da FCC (ao final da aula) e questões do Cespe, no meio da aula. Com isso,
teremos condições de treinar os assuntos da aula imediatamente após a teoria, assim como
poderemos resolver várias questões da FCC.
Anota-se que esta aula já está atualizada em conformidade com as leis complementares 922/2016,
927 e 928 de 2017. Também trouxemos os comentários do Decreto 37.669/2016, que trata do
programa de prorrogação da licença paternidade.
Vamos lá! Bons estudos!
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
Aula 05
Direito Administrativo p/ SEDEST-DF (Agente Social) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
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1 CARREIRAS, REGIME E JORNADA DE TRABALHO
1.1 CARREIRAS
1.1.1 Disposições Gerais
Quando se fala em carreira, remete-se a organização vertical dos cargos públicos. Isso quer dizer
que um servidor efetivo adentrará em um cargo de nível inicial da carreira, podendo ser
promovido, conforme critérios de antiguidade e merecimento, até alcançar o nível mais elevado
dessa carreira.
O exemplo típico é da carreira de juiz estadual. Inicialmente, o aprovado em concurso será
nomeado para o cargo de juiz substituto, depois será promovido para juiz 1ª entrância, juiz de 2ª
entrância, juiz de entrância especial e, finalmente, desembargador.
Nesse contexto, o Estatuto dos Servidores do DF dispõe que os cargos de provimento efetivo são
organizados em carreira, criada por lei, que deve fixar (art. 55, caput):
I. a denominação, o quantitativo e as atribuições dos cargos;
II. os requisitos para investidura no cargo e desenvolvimento na carreira;
III. a estrutura da carreira com a fixação dos vencimentos ou do subsídio;
IV. os critérios de capacitação;
V. o regime e a jornada de trabalho.
Vimos ainda, em nossa primeira aula, que o servidor público c não possui direito adquirido ao
regime previsto no Estatuto, uma vez que a lei poderá modificá-lo, trazendo regras novas, como
diferentes atribuições, mudança na jornada de trabalho, extinguindo ou criando benefícios, etc.
Entretanto, a Lei 840 expressamente dispõe que as alterações de requisitos para provimento de
cargo público de carreira aplicam-se, exclusivamente, àqueles servidores cujo ingresso se der após
elas terem sido publicadas (art. 55, parágrafo único).
Por exemplo: imagine que um servidor foi aprovado em concurso público cujo cargo exigia apenas
nível médio; anos depois, passou-se a se exigir, para esse mesmo cargo, nível superior completo.
Essa nova exigência, entretanto, aplicar-se-á apenas aos novos servidores. Isso porque quem já
havia ingressado no cargo preenchia os requisitos legais para provimento quando da entrada, não
podendo ser prejudicado por uma regra nova.
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
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1.1.2 Promoção
A promoção é a movimentação de servidor do último padrão de uma classe para o primeiro padrão
da classe imediatamente superior, podendo ocorrer por merecimento ou antiguidade, na forma
prevista no plano de cada categoria funcional (art. 56, caput e § 1º).
Por exemplo: a tabela abaixo representa a carreira de Auditor de Controle Externo do TCDF. A
carreira organiza-se em padrões (do 46 ao 63) e em classes (A, B e Especial). A mudança de um
padrão para o outro chama-se progressão funcional, enquanto a mudança do último padrão de
uma classe para o primeiro padrão da classe seguinte é chamada de promoção. Vejamos o
exemplo:
Portanto, no caso da figura, a promoção ocorrerá em dois momentos, quais sejam: a mudança do
padrão 51 para o 52 e do 57 para o 58. Em todos os demais casos, houve apenas a progressão
funcional.
Observa-se, por fim, que a promoção não interrompe o tempo de exercício no cargo (art. 56, §
2º). Isso quer dizer que com a promoção o tempo de serviço continua a correr normalmente.
1.2 REGIME E JORNADA DE TRABALHO
Em regra, o servidor efetivo do DF submete-se ao regime de trabalho de trinta horas semanais,
salvo se houver disposição legal em contrário (art. 57).
É possível ainda que, no interesse da administração pública e mediante anuência do servidor, o
regime de trabalho seja ampliado para quarenta horas semanais, observada a proporcionalidade
salarial (art. 57, § 1º).
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
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Além disso, para o servidor ocupante de cargo em comissão ou no exercício de função de
confiança o regime de trabalho será de quarenta horas semanais, com integral dedicação ao
serviço (art. 58).
Devemos lembrar, ainda, que alguns cargos seguem uma jornada de trabalho em regime de escala
de revezamento. Essa jornada especial deverá ser definida em lei ou regulamento, observando o
registro em folha de ponto do horário de entrada e de saída (art. 57, § 3º).
Ademais, o Estatuto veda que seja aplicada interpretação por analogia, extensão ou semelhança
de atribuições em relação ao regime de trabalho (art. 51, § 2º). Por exemplo: não se pode
aumentar a carga horário de 30 para 40 horas para um servidor da Câmara Legislativa sob o
argumento de que houve alteração dessa carga horária para servidores do Poder Executivo à?isso
seria fazer uma extensão por analogia, o que é vedado.
1.2.1 Serviço noturno
Outra regra especial em relação ao regime de trabalho trata do serviço noturno. Neste, a hora é
considerada como tendo cinquenta e dois minutos e trinta segundos. Dessa forma, a cada
52min30seg, será contada uma hora de serviço. Com efeito, considera-se noturno o serviço
prestado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte (art. 59).
Por exemplo: imagine que o servidor tenha que trabalhar 30 horas semanais, de segunda a sexta,
iniciando a sua jornada às 22h de cada dia, e que ele faça a mesma quantidade de horas por dia.
Nesse caso, se o serviço fosse diurno, ele teria que trabalhar seis horas. Contudo, como o serviço é
noturno, a jornada dele terá a duração de 5 horas e 15 minutos (6 x 52min30seg), sendo
computado, nesse tempo, como se o servidor tivesse trabalhado seis horas cheias.
1.2.2 Serviço extraordinário
K ƐĞƌǀŝĕŽ ĞdžƚƌĂŽƌĚŝŶĄƌŝŽ Ġ Ă ƉŽƉƵůĂƌ à币?ŽƌĂ-ĞdžƚƌĂà?à? �Ğ ĂĐŽƌĚŽcom o Estatuto, para atender a
situações excepcionais e temporárias do serviço, a jornada de trabalho pode ser ampliada,a título
de serviço extraordinário, em até duas horas (art. 60, caput).
Além disso, nos casos de risco de comprometimento da ordem e da saúde públicas, o Governador
pode autorizar, excepcionalmente, a extrapolação desse limite, para os servidores que atuem
diretamente nas áreas envolvidas (art. 60, parágrafo único). Portanto, em caso de risco de
comprometimento da ordem e da saúde públicas, seria possível um servidor ter mais do que duas
horas diárias como serviço extraordinário, desde que isso fosse autorizado pelo Governador.
1.2.3 Horário especial
O Estatuto dos Servidores do DF permite que seja concedido horário especial ao servidor (art. 61,
caput):
a) com deficiência ou com doença falciforme;
b) que tenha cônjuge ou dependente com deficiência ou com doença falciforme;
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c) matriculado em curso da educação básica e da educação superior, quando comprovada
a incompatibilidade entre o horário escolar e o da unidade administrativa, sem prejuízo
do exercício do cargo;
d) com encargo de curso ou concurso que precisar fazer compensação de horário, isto é,
quando desempenhar a atividade do curso ou concurso durante a jornada de trabalho.
Nas hipóteses das letras "a" e "b" (servidor, cônjuge ou dependente com deficiência ou doença
falciforme), o horário especial consistirá na redução de até vinte por cento da jornada de trabalho,
sendo a sua necessidade atestada por junta médica oficial (art. 61, § 1º).
EŽ ĚĞŵĂŝƐ ĐĂƐŽƐ à?ůĞƚƌĂƐ à币?à? Ğ à币?à弃缃? ƐĞƌĄ ĞdžŝŐŝĚĂ ĚŽ ƐĞƌǀŝĚŽƌ Ă ĐŽŵƉĞŶƐĂĕĆŽ ĚĞ ŚŽƌĄƌŝŽ ŶĂ ƵŶŝĚĂĚĞ
administrativa, de modo a cumprir integralmente o regime semanal de trabalho (art. 61, § 2º). Por
exemplo: se o servidor precisa ausentar-se durante duas horas para estudar; essas duas horas
deverão ser compensadas oportunamente.
Por fim, a LC 840 exige que o servidor estudante comprove, mensalmente, a frequência escolar
(art. 61, § 3º).
1.2.4 Ausências justificadas
Como regra, o servidor deve cumprir rigorosamente a sua jornada de trabalho. Entretanto, é
possível que ocorram situações especiais, nas quais o Estatuto permite que o servidor se ausente
do serviço, mediante comunicação prévia à chefia imediata, sem sofrer qualquer prejuízo em sua
remuneração ou subsídio. Os casos de ausência justificada são os seguintes (art. 62):
a) por um dia para:
o doar sangue;
o realizar, uma vez por ano, exames médicos preventivos ou periódicos voltados ao controle
de câncer de próstata, de mama ou do colo de útero;
b) por até dois dias, para se alistar como eleitor ou requerer transferência do domicílio
eleitoral;
c) por oito dias consecutivos, incluído o dia da ocorrência, em razão de:
o casamento;
o falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro homoafetivo, pai, mãe, padrasto, madrasta,
filho, irmão, enteado ou menor sob guarda ou tutela.
Nesses casos apontados acima, não há sequer necessidade de compensação, contando-se esses
dias como de efetivo exercício do cargo, nos termos do art. 165, II1, da LC 840.
Por outro lado, podem existir outras situações em que a falta seja justificada, porém que não se
enquadrem em nenhum dos casos acima. Nesse contexto, o art. 63 da LC 840 prevê que, em caso
de falta ao serviço, atraso, ausência ou saída antecipada, desde que devidamente justificados, é
1 Art. 165. São considerados como efetivo exercício: [...] II as ausências previstas no art. 62;
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facultado à chefia imediata, atendendo a requerimento do interessado, autorizar a compensação
de horário a ser realizada até o final do mês subsequente ao da ocorrência (art. 63, § 1º).
Com efeito, o atraso, a ausência justificada ou a saída antecipada serão computados por minutos, a
serem convertidos em hora, dentro de cada mês, desprezando-se os resíduos inferiores a sessenta
minutos (art. 63, § 2º). Dessa forma, se o servidor tiver 2 horas e 50 minutos de tempo de atrasos
ou saídas antecipadas, no mesmo mês, ele terá que compensar apenas 2 horas, já que as frações
menores que 60 minutos serão desconsideradas.
Por fim, existe o Estatuto que toda compensação de horário será registrada pela chefia imediata
junto ao setor de pessoal da repartição (art. 63, § 3º).
1.2.5 Faltas injustificadas
As faltas injustificadas não compensadas não serão contadas como efetivo exercício do cargo (art.
164, I), sendo ainda que poderão configurar abandono de cargo ou inassiduidade habitual.
Com efeito, o abandono de cargo ocorre quando o servidor faltar injustificadamente por mais de
trinta dias consecutivos. Por outro lado, a inassiduidade habitual configura-se quando o servidor
faltar injustificadamente mais de 60 dias, interpoladamente, no período de doze meses (art. 64).
Anota-se que o abandono de cargo e a inassiduidade habitual configuram infração disciplinar grave
do tipo I2, ensejando a aplicação da pena disciplinar de demissão (art. 193, I; c/c art. 202).
o abandono do cargo, se ocorrerem por mais de trinta dias consecutivos;
o inassiduidade habitual, se ocorrerem por mais de sessenta dias, interpoladamente, no
período de doze meses.
A LC considera ainda que, salvo nas hipóteses de licença ou afastamento, configura-se falta
injustificada, em especial, as que decorram de (art. 65):
a) não retorno ao exercício, no prazo fixado, em caso de reversão, reintegração, recondução
ou aproveitamento;
b) não apresentação imediata para exercício no órgão, autarquia ou fundação, em caso de
remoção ou redistribuição;
c) interstício entre:
I. o afastamento do órgão, autarquia ou fundação de origem e o exercício no órgão ou
entidade para o qual o servidor foi cedido ou colocado à disposição;
II. o término da cessão ou da disposição mencionada acima e o reinício do exercício no
órgão, autarquia ou fundação de origem.
�ƉĞŶĂƐ ƉĂƌĂ ĨŝĐĂƌ ŵĂŝƐ ĐůĂƌŽà? Ă ůĞƚƌĂ à币?à? ƚƌĂƚĂ ĚĂ ĐĞƐƐĆŽ à?ŽƵ ĚŝƐƉŽƐŝĕĆŽà? ĚĞ Ƶŵ ƐĞƌǀŝĚŽƌ ĚĞ Ƶŵ
órgão ou entidade para outro. Assim, o período entre o início da cessão ou disposição e o efetivo
2 Na próxima aula, vamos estudar as sanções disciplinares e os grupos de gravidade.
Herbert Almeida, Time Herbert Almeida
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exercício é dado como falta injustificada. Observa-se, ademais, que a LC 840 não fixa prazo para a
remoção, redistribuição e cessão de servidor, motivo pelo qual a apresentação na nova unidade
deve ser imediata.3
Por fim, anota-ƐĞ ƋƵĞ ŽƐ ĐĂƐŽƐ ĚĞƐĐƌŝƚŽƐ ŶĂƐ ůĞƚƌĂƐ à币?à? Ă à币?à? ƐĆŽexemplos de faltas injustificadas,
uma vez que podem existir outros casos.
2 DIREITOS
2.1 SISTEMA REMUNERATÓRIO
Os servidores públicos exercem sua atividade funcional profissionalmente e, por isso, recebem
uma contraprestação em dinheiro. Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas
nomenclaturas da Constituição Federal e da legislação decorrente.
Na Lei Complementar 840/2011, o pagamento aos servidores públicos pelo exercício de suas
atividades funcionais não é apenas um direito, mas uma imposição ao Poder Público, uma vez que
o art. 124 determina que é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em
lei.
Existem diversas composições da contraprestação recebida pelos agentes públicos. Nesta aula, o
nosso foco será as designações utilizadas pela LC 840, sem aprofundar nas disposições doutrinárias
sobre o tema.
Nessa linha, dispõe o art. 66, caput, que a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público é
fixada em lei, sob a forma de subsídio ou remuneração mensal. Vamos abordar o conceito de
subsídio e remuneração logo mais, por ora saiba que esta admite a incidênciade diversas
vantagens sobre o vencimento básico; ao passo que aquele é fixado em parcela única.
Anota-se ainda que para se obter o valor diário da remuneração ou subsídio basta dividir o valor da
retribuição mensal por trinta (art. 66, § 1º). Já o valor horário da remuneração ou subsídio é
alcançado dividindo-se a retribuição pecuniária mensal pelo quíntuplo da carga horária semanal
(art. 66, § 1º). Por exemplo: imagine que o servidor percebe mensalmente R$ 10 mil. Então, a
retribuição diária será R$ 10 mil / 30 = R$ 333,33/dia. Por outro lado, considerando que o servidor
exerça a carga horária padrão de 30 horas/semana, o valor horário da retribuição pecuniária do
servidor será de R$ 10 mil / (5 x 30h) = R$ 66,67/h.
Entretanto, na retribuição pecuniária mensal mencionada nos itens acima, não serão incluídos (art.
66, § 2º): (i) as vantagens de natureza periódica ou eventual, as de caráter indenizatório, o
3 Quem já estudou a Lei 8.112/1990 sabe que, no âmbito federal, o servidor que deva ter exercício em outro município em razão
de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. A LC 840, por outro lado, não prevê prazo para esse
interstício, justamente porque o servidor já se encontrará no DF.
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adicional noturno e o adicional por serviço extraordinário; (ii) os acréscimos previstos no art. 67, I
a VII4.
Portanto, no cálculo do valor horário ou do valor diário da retribuição do servidor, não serão
consideradas vantagens indenizatórias (exemplos: diárias), serviço extraordinário (hora-extra), 13º
salário, adicional férias, etc.
De acordo com o art. 67 da LC 840, o subsídio será constituído de parcela única, somente podendo
ser acrescido a ele, exclusivamente:
a) o décimo terceiro salário;
b) o adicional de férias;
c) o auxílio-natalidade;
d) o abono de permanência;
e) o adicional por serviço extraordinário;
f) o adicional noturno;
g) as vantagens de caráter indenizatório;
h) a remuneração ou subsídio: (i) pelo exercício de cargo em comissão ou de função de
confiança; (ii) decorrente de substituições.
Portanto, a característica do subsídio é a incidência de uma parcela única. Contudo, essa não é
uma regra absoluta, pois a legislação admite a incidência de alguns acréscimos especiais, como
13º, adicional férias, verbas indenizatórias e a remuneração ou subsídio pelo exercício de cargo em
comissão, função de confiança ou substituições.
A remuneração, por outro lado, é constituída de parcelas formadas por vencimentos e vantagens
(art. 68). Dessa forma, a remuneração compreende:
a) os vencimentos, que se compõem: (i) do vencimento básico; (ii) das vantagens permanentes
relativas ao cargo;
b) as vantagens relativas às peculiaridades de trabalho;
c) as vantagens pessoais;
d) as vantagens de natureza periódica ou eventual;
4 Art. 67. O subsídio é constituído de parcela única, e a ele pode ser acrescido, exclusivamente:
I o décimo terceiro salário;
II o adicional de férias;
III o auxílio-natalidade;
IV o abono de permanência;
V o adicional por serviço extraordinário;
VI o adicional noturno;
VII as vantagens de caráter indenizatório;
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O artigo 70 da LC 840 trata do teto constitucional remuneratório. Nessa linha, a remuneração ou o
subsídio dos ocupantes de cargos e funções públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, incluídos os cargos preenchidos por mandato eletivo, e os proventos, as pensões ou
outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
ou de qualquer outra natureza, não podem exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Todavia, são excluídos do valor do teto de remuneração (art. 70, § 2º): (i) décimo terceiro salário;
(ii) adiantamento de férias; (iii) adicional de férias; (iv) o auxílio-natalidade; (v) auxílio pré-escolar;
e (vi) vantagens de caráter indenizatório.
Isso quer dizer, por exemplo, que no mês em que receber o 13º salário, o servidor poderia acabar
percebendo uma remuneração acima do teto constitucional, mas apenas em relação à parcela do
13º.
Por fim, exige o Estatuto que o valor do teto de remuneração ou subsídio deverá ser publicado no
Diário Oficial do Distrito Federal pelo Poder Executivo sempre que se alterar o subsídio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (art. 70, § 1º).
É importante vermos dois assuntos abordados na jurisprudência do STF. A primeira refere-se à
forma de fixação dos vencimentos dos servidores. Anota-ƐĞ ƋƵĞ Ă ĞdžƉƌĞƐƐĆŽ à?ǀĞŶĐŝŵĞŶƚŽƐà弃?
mencionada abaixo, refere-ƐĞà? ŶĂ ǀĞƌĚĂĚĞà? ĂŽ à?ǀĞŶĐŝŵĞŶƚŽà? à?ƐĞŵ Ž à币?à弃缃? ƋƵĞ Ġa parcela básica da
retribuição pelo exercício do cargo público.
Nesse contexto, para o STF, o vencimento deve ser fixado em lei, motivo pelo qual não pode ser
objeto de convenção coletiva. Nessa linha, vejamos as disposições da Súmula 679:
Súmula 679 do STF: "A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de
convenção coletiva".
Outro assunto importante trata do salário mínimo. Nesse caso, o salário mínimo é analisado pela
remuneração total (ou subsídio). O art. 7º, inc. IV, da CF, assegura aos trabalhadores urbanos e
rurais o salário mínimo. Por sua vez, o art. 39, §3º, da Constituição, estende esse direito aos
servidores ocupantes de cargo público.
Nesse contexto, por meio da Súmula Vinculante 16, o STF firmou entendimento de que o salário
mínimo dos servidores ocupantes de cargo público refere-se ao total da remuneração recebida
pelo servidor público, vejamos:
Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição,
referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.
Complementando, vejamos alguns precedentes:
x Servidor público: salário mínimo. É da jurisprudência do STF que a remuneração total do
servidor é que não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os
vencimentos sejam inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir
tal limite, não há falar em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição. Inviável,
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ademais, a pretensão de reflexos do referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria
vinculação constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final). (RE 439.360-AgR, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.)
x Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Salário mínimo. Garantia.
Total da remuneração. Abono. Inclusão no cálculo de outras vantagens pecuniárias.
Impossibilidade. Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte de que a garantia de
percepção de salário mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º, inciso IV, e 39, §
3º, da Constituição Federal, corresponde à sua remuneração total e não apenas ao
vencimento básico, que pode ser inferior ao mínimo, e, também, que sobre o abono pago
para atingir o salário-mínimo não devem incidir as gratificações e demais vantagens
pecuniárias, sob pena de ofensa ao art. 7º, inciso IV, da Constituição Federal. 2. Agravo
regimental não provido. (RE 439.360-AgR, Rel.Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 9-
8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.)
Entretanto, o Estatuto é expresso ao mencionar que o subsídio ou o vencimento básico inicial da
carreira não pode ser inferior ao salário-mínimo (art. 73).
Portanto, comparando as disposições do Estatuto entendimento do STF, notamos que o Estatuto é
bem mais vantajoso para os servidores, pois considera que o parâmetro para aferição do salário
mínimo é o vencimento básico (ou o subsídio, se for o caso).
Na prova, é mais provável que a banca se alinhe ao que consta no Estatuto, exceto se
expressamente a banca exigir o posicionamento do STF. Entendemos, ademais, que não há
inconstitucionalidade no Estatuto, apenas o legislador distrital adotou uma linha mais vantajosa
aos servidores.
Ademais, segundo o Estatuto, o valor do subsídio ou do vencimento básico deve ser
complementado, sempre que ficar abaixo do salário-mínimo, sendo que sobre essa
complementação devem incidir as parcelas da remuneração que incidem sobre o vencimento
básico (art. 73, §§ 1º e 2º).
2.2 VANTAGENS
Além do vencimento básico, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens (art. 74):
a) gratificações;
b) adicionais;
c) abonos;
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d) indenizações.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito (art. 74, §
2º). Já as gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e
condições indicados em lei (art. 74, § 1º). Expressamente, o Estatuto não menciona se os abonos
podem ou não serem incorporados, porém, dada a natureza dos abonos, podemos deduzir que
eles também não se incorporam.
De acordo com o art. 75 da LC 840/2011, as vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores.
A ideia dessa vedação é evitar a ocorrência de um efeito cascata no pagamento de
novos benefícios. Dessa forma, eventuais novas vantagens devem ser calculadas com
base no vencimento, sem incidência de outros benefícios. Por exemplo: imagine que o
vencimento do cargo seja R$ 1.000,00; o servidor passa a receber uma vantagem de
10% sobre o vencimento, passando a ter a remuneração de R$ 1.100,00; se o servidor
vier a receber um novo benefício, também de 10%, este será calculado sobre o
vencimento (R$ 1.000,00) e não sobre a remuneração (R$ 1.100,00), tendo em vista que
os acréscimos pecuniários não podem ser levados ao cálculo.
Vamos ver como este tema poderá ser exigido na prova!
(Cespe ? TJ/CNJ/2013) Além do vencimento, o servidor público pode receber vantagens,
como indenizações, gratificações e adicionais, sendo que as duas primeiras vantagens citadas
incorporam-se ao vencimento ou provento.
Comentário: a remuneração é composta pelo vencimento mais as vantagens pecuniárias de
caráter permanente. As vantagens previstas na LC 840/2011 são: I - gratificações; II -
adicionais; III - abonos; e IV - indenizações. As indenizações não se incorporam ao vencimento
ou provento para qualquer efeito. Já as gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
Gabarito: errado.
2.2.1 Vantagens relativas às peculiaridades de trabalho
2.2.1.1 ? Gratificação de função de confiança e dos vencimentos de cargo em comissão
Eventualmente, o servidor ocupante de cargo efetivo poderá ser nomeado para ocupar cargo em
comissão ou ser designado para função de confiança. O Estatuto apresenta regras sobre a
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gratificação pelo exercício de função de confiança e da percepção dos vencimentos do cargo em
comissão, disposições que se aplicam inclusive ao servidor ou empregado requisitado de qualquer
órgão ou entidade do DF, da União, dos estados e dos municípios.
Nesse linha, sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo, o servidor fará jus: 
a) ao valor integral da função de confiança para a qual foi designado;
b) a oitenta por cento dos vencimentos ou subsídio do cargo em comissão por ele exercido,
salvo disposição legal em contrário.
Além disso, o servidor efetivo pode optar pelo valor integral do cargo em comissão, hipótese em
que não pode perceber o subsídio ou a remuneração do cargo efetivo.
Vejamos três exemplos:
(i) Pedro ocupa cargo efetivo no DF, percebendo a remuneração de R$ 10.000,00/mês. Em
virtude da qualidade técnica do seu trabalho, foi designado para ocupar uma função de
confiança (FC), cujo valor é de R$ 4.000,00. Nesse caso, a remuneração final de Pedro
(cargo efetivo + função de confiança) será de R$ 14.000,00;
(ii) Maria, também ocupante de cargo efetivo no DF, foi nomeado para um cargo em
comissão, também no DF. A remuneração do cargo efetivo é de R$ 10.000,00, enquanto a
remuneração do cargo em comissão é de R$ 15.000,00. Nesse caso, ele perceberá a
remuneração do cargo efetivo, somado de 80% da remuneração do cargo em comissão:
10.000 + (80%*15.000) = R$ 22.000,00. Maria também poderia optar por receber 100% da
remuneração do cargo em comissão, mas nesse caso não receberia a remuneração do
cargo efetivo, situação que seria desvantajosa para ela.
(iii) Laura, ocupante cargo efetivo no DF, cuja remuneração atual é de R$ 4.000,00, foi
nomeada para um importante cargo em comissão do DF, cuja remuneração é de R$
25.000,00. Ela tem duas opções: (i) perceber a remuneração do cargo efetivo + 80% do
cargo em comissão -> 4.000 + (80%*25,000) = R$ 24.000,00; (ii) receber apenas a
remuneração do cargo em comissão -> R$ 25.000,00. Nesse caso, a segunda opção é mais
vantajosa.
As férias, o adicional de férias e o 13º salário serão pagos proporcionalmente aos meses de efetivo
exercício do servidor efetivo no cargo em comissão ou função de confiança (art. 77, § 1º).
2.2.1.2 ? Adicional de insalubridade e periculosidade
A insalubridade ocorre quando o servidor possui contato constante com substâncias que possam
deteriorar as suas condições de saúde ao longo do tempo, tais como substâncias tóxicas ou
radioativas. A periculosidade, por sua vez, ocorre quando o exercício das atribuições do cargo
coloca o servidor em condições de risco para sua integridade física, a exemplo do trabalho com a
rede elétrica.
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2.2.1.3 ? Adicional por serviço extraordinário
O adicional pela prestação de serviço extraordinário é a famosa hora-extra. Assim, trata-se de um
acréscimo pecuniário recebido pelo servidor que exercer suas atribuições além da carga-horária
normal para o seu cargo.
Nessa linha, o serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de cinquenta por cento em
relação ao valor da remuneração ou subsídio da hora normal de trabalho (art. 84).
2.2.1.4 ? Adicional noturno
O adicional noturno é devido ao servidor que exercer suas atividades em horário compreendido
entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte. Nesse caso, o valor-hora devido ao servidor
será acrescido em 25% em relação ao que lhe seria devido pelo trabalho diurno. Além disso,
computa-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos (arts. 59 e 85).
Portanto, se um servidor recebe R$100,00 (cem reais) por hora de atividade diurna, ele receberá,
durante o período em que é devido o adicional noturno, o valor de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco
reais) a cada 52min. e 30seg. de atividade.
Ademais, tratando-se de serviço extraordinário, o adicional noturno incidirá sobre a remuneração
em que está acrescido do adicional pela prestação de serviço extraordinário.Vamos explicar. No
mesmo exemplo do servidor que recebia R$ 100,00 (cem reais) por hora de serviço ordinário
diurno, se ele prestar serviço extraordinário, durante o horário em que é devido o adicional
noturno, a sua remuneração será calculada da seguinte forma: (a) incidirá os 50% do adicional pela
prestação de serviço extraordinário, gerando o valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais); (b)
sobre este último, incidirá os 25% de adicional noturno, totalizando R$ 187,50 (cento e oitenta e
sete reais e cinquenta centavos) para cada hora noturna (52min. e 30seg.).
(Cespe ? Analista Técnico Administrativo/MJ/2013 ? adaptada) Conforme decisão recente
do STJ, o adicional noturno previsto na LC 840/2011 será devido ao servidor público federal
que preste serviço em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia
seguinte. Entretanto, esse adicional não será devido se o serviço for prestado em regime de
plantão.
Comentário: vamos começar pelo Recurso Especial do STJ que trata do assunto apresentado
na questão.
RECURSO ESPECIAL. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AGENTES DA POLÍCIA FEDERAL.
REGIME DE PLANTÃO (24H DE TRABALHO POR 48H DE DESCANSO). ADICIONAL NOTURNO.
ART. 7º, IX, DA CF/88. ART. 75 DA LEI 8.112/90. CABIMENTO. PRECEDENTES DO TST. SÚMULA
213/STF. 1. O servidor público federal, mesmo aquele que labora em regime de plantão, faz
jus ao adicional noturno quando prestar serviço entre 22h e 5h da manhã do dia seguinte, nos
termos do art. 75 da Lei 8.112/90, que não estabelece qualquer restrição. 2. "É devido o
adicional noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento" (Súmula
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213/STF). 3. Ao examinar o art. 73 da CLT, o Tribunal Superior do Trabalho decidiu, inúmeras
vezes, que o adicional noturno é perfeitamente compatível com o regime de plantões. 4.
Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1292335 RO 2011/0267651-4, Relator: Ministro
CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 09/04/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de
Publicação: DJe 15/04/2013) (grifos nossos)
Ou seja, o STJ entende que o adicional noturno é devido ao servidor público federal que
trabalhar entre 22h e 5h da manhã, ainda que o serviço seja prestado em regime de plantão.
Gabarito: errado.
2.2.2 Vantagens pessoais
Determina o art. 86, que se consideram pessoais as parcelas da remuneração que dependam da
situação individual de cada servidor perante a administração pública. Segundo o Estatuto, uma vez
adquiridas, as vantagens pessoais incorporam-se à remuneração.
As vantagens pessoais incorporam-se à remuneração.
A característica das vantagens pessoais, portanto, é o caráter permanente do fundamento de sua
concessão.
Nessa linha, são vantagens pessoas o adicional por tempo de serviço, o adicional de qualificação e
as vantagens pessoais nominalmente identificadas.
No caso do adicional por tempo de serviço, por exemplo, a cada ano de efetivo serviço, o servidor
terá um adicional de 1%. Observe que, nesse caso, o tempo de serviço é algo permanente, algo
que "não volta", daí a característica das vantagens pessoais de se incorporarem à remuneração do
servidor, ou seja, o servidor receberá a vantagem pelo restante de sua carreira no âmbito do
Distrito Federal.
Elas se diferenciam, por exemplo, da gratificação por encargo de curso ou concurso, que é uma
vantagem eventual, cujo fundamento é o exercício específico de atividades ligadas à realização de
concursos públicos ou promoção de cursos de formação. Nesse caso, uma vez encerrada a
participação do servidor nas atividades, encerra-se também o pagamento da gratificação.
Vejamos, adiante, quais são as vantagens pessoas.
2.2.2.1 ? Adicional por tempo de serviço
O adicional por tempo de serviço é devido à razão de 1% sobre o vencimento básico do cargo de
provimento efetivo por ano de efetivo serviço, a partir do mês em que o servidor completar o
anuênio (art. 88).
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(Cespe ? Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Pablo, servidor efetivo do DF, recebe
mensalmente adicional de qualificação por ter concluído curso de mestrado na sua área de
atuação. Nessa situação, os valores recebidos por Pablo pela referida qualificação
incorporam-se ao seu vencimento.
Comentário: vejamos o que dispõe o art. 74 da LC 840/2011:
Art. 74. Além do vencimento básico, podem ser pagas ao servidor, como vantagens, as
seguintes parcelas remuneratórias:
I gratificações;
II adicionais;
III abonos;
IV indenizações.
§ 1º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento, nos casos e nas condições
indicados em lei.
§ 2º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
YƵĂŶƚŽ ĂŽƐ ĂĚŝĐŝŽŶĂŝƐà? ĞůĞƐ ĞƐƚĆŽ à币?ƐƉĂůŚĂĚŽƐà? ƉŽƌ ƚŽĚŽ Ž�ƐƚĂƚƵƚŽà?
No caso da questão, Ž ƐĞƌǀŝĚŽƌ ĞƐƚĄ ƌĞĐĞďĞŶĚŽ ŵĞŶƐĂůŵĞŶƚĞ Ƶŵ à?adicional de qualificação
por ter concluído curso de mestrado na sua área de atuaçãoà?à?art. 89. O mestrado é um
título que, uma vez concluído, não há como tirar do servidor. Logo, o adicional pela conclusão
do mestrado deve se incorporar ao vencimento, pois possui uma natureza permanente.
Gabarito: correto.
2.2.3 Vantagens periódicas
2.2.3.1 ? Adicional férias
O adicional férias é um direito constitucional constante no art. 7º, XVII, da Constituição Federal,
encontrando-se previsto também na LC 840/2011, em seu art. 91.
Esse adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração ou subsídio do mês em que as
férias forem iniciadas.
A respeito do cálculo do adicional férias, o Estatuto faz as seguintes observações:
a) no caso de o servidor efetivo exercer função de confiança ou cargo em comissão, a respectiva
vantagem é considerada no cálculo do adicional férias, observada a proporcionalidade
definida no próprio Estatuto;
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b) o adicional férias incide sobre o valor do abono pecuniário;5
c) a base de cálculo do abono pecuniário não pode ser superior ao teto de remuneração ou
subsídio - portanto, a base de cálculo já deve considerar a aplicação do "abate teto".
2.2.3.2 ? Décimo terceiro salário
O 13º salário corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês
em que é devido, por mês de exercício nos doze meses anteriores (art. 92). Portanto, a base de
cálculo do 13º salário é o valor da remuneração do mês em que o servidor receberá o 13º,
calculando-se 1/12 avos para cada mês de exercício no respectivo ano. Para fins de cálculo do valor
da gratificação, a fração superior a quatorze dias será considerada como mês integral.6
No caso de servidor efetivo em exercício de função de confiança ou cargo em comissão, é devido o
13º sobre a parcela da retribuição pecuniária, observada a proporcionalidade dos meses de
exercício (art. 92, § 2º).
Ademais, o décimo terceiro é pago: (i) no mês de aniversário do servidor ocupante de cargo de
provimento efetivo, incluído o requisitado da administração direta, autárquica ou fundacional de
qualquer Poder do Distrito Federal, da União, de Estado ou Município, ou (ii) até o dia 20 do mês
de dezembro de cada ano, para os servidores não enquadrados na situação acima.
Além disso, no mês de dezembro, o servidor efetivo fará jus a eventuais diferenças entre o valor
pago como 13º salário e a remuneração devida nesse mês. Seria o caso, por exemplo, de um
servidor que foi promovido após o pagamento do 13º salário.
A data do pagamento descrita acima é uma regra geral; porém, o Poder Executivo e os órgãos do
Poder Legislativo podem alterar adata de pagamento do 13º salário, desde que ele seja efetivado
até o dia 20 de dezembro de cada ano.
Caso o servidor seja exonerado, demitido ou entre em licença sem remuneração ao longo do ano,
ele perceberá seu 13º salário, proporcionalmente aos meses de exercício, calculado sobre a
remuneração ou o subsídio do mês do evento (art. 94). Entretanto, se o servidor reassumir o cargo,
o 13º salário deve ser pago proporcionalmente aos meses de exercício após a reassunção.
Por fim, o 13º não pode (art. 95):
a) ser considerado para cálculo de qualquer vantagem pecuniária;
b) ser superior ao valor do teto de remuneração a que o servidor está submetido.
5 O abono pecuniário está previsto no art. 113 do Estatuto, compreendendo a conversão de um terço de férias em dinheiro,
conforme autorização da autoridade competente.
6
Segundo o Estatuto, na retribuição pecuniária mensal, não se incluem (art. 66, c/c art. 92): I à?as vantagens de natureza periódica ou
eventual, as de caráter indenizatório, o adicional noturno e o adicional por serviço extraordinário; II à?os acréscimos de que trata o art. 67, I a
VII.
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2.2.4.3 ? Gratificação por encargo de curso ou concurso
A gratificação por encargo de curso ou concurso, presente no art. 100 da LC 840/2011, é devida ao
servidor estável que, em caráter eventual:
a) atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento
regularmente instituído nos Poderes Executivo ou Legislativo;
b) participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular,
para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para
julgamento de recursos intentados por candidatos;
c) participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo
atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;
d) participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso
público ou supervisionar essas atividades.
Devemos notar que o desempenho dessas atividades deve ocorrer em caráter eventual. Dessa
forma, se o servidor for lotado em alguma unidade responsável por realizar cursos ou concursos,
sendo essas suas atribuições ordinárias, não lhe será devido o pagamento da gratificação. Isso
porque, nesse caso, o servidor não exerce tais atividades de forma eventual, mas sim como uma
atribuição comum.
Os critérios e os percentuais a serem pagos como gratificação por encargo de curso ou concurso
constam no §1º, do art. 100, da seguinte forma:
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação para as atividades de que trata este
artigo são fixados em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
I ± o valor da gratificação deve ser calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade
da atividade exercida;
II ± o período de trabalho nas atividades de que trata este artigo não pode exceder a cento e
vinte horas anuais ou, quando devidamente justificado e previamente autorizado pela autoridade
máxima do órgão, autarquia ou fundação, a duzentas e quarenta horas anuais;
III ± o valor máximo da hora trabalhada corresponde aos seguintes percentuais, incidentes sobre
o maior vencimento básico da tabela de remuneração ou subsídio do servidor:
a) dois inteiros e dois décimos por cento, em se tratando de atividades previstas nos incisos I e II
do caput;
b) um inteiro e dois décimos por cento, em se tratando de atividade prevista nos incisos III e IV
do caput.
Com efeito, o pagamento da gratificação por encargo de curso ou concurso somente será devido
se as atividades mencionadas acima forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária quando
desempenhadas durante a jornada de trabalho.
Por fim, a gratificação por encargo de curso ou concurso não se incorpora à remuneração do
servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões (art.
100, § 3º).
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h) créditos decorrentes de demissão, exoneração e aposentadoria, ou relativos a férias,
adicional de férias ou conversão de licença-prêmio em pecúnia.
Os valores das indenizações, assim como as condições para a sua concessão, são estabelecidos em
lei ou regulamento, observadas as disposições que veremos a seguir (art. 102).
2.2.5.1 ? Diárias e passagens
Dispõe o art. 104 da LC 840/2011 que o servidor que, a serviço, afastar-se do Distrito Federal em
caráter eventual ou transitório, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas
de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.
Por exemplo, se um servidor de algum órgão de fiscalização afastar-se do DF para participar de um
evento em São Paulo, ele deverá receber as passagens e as diárias para indenizar eventuais
despesas que vier a ter com pousada, alimentação e locomoção urbana no local da fiscalização.
A diária deve ser paga para cada dia de deslocamento. Contudo, se o deslocamento não exigir
pernoite fora da sede, o seu pagamento ocorrerá pela metade (art. 104, § 1º). Por exemplo, se um
servidor deslocar-se para fora do DF, mas não necessitar dormir fora de sua sede, fará jus somente
à metade do valor da diária.
Deve-se notar que o afastamento da sede deve possuir caráter eventual ou transitório. Caso esse
deslocamento constitua uma exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias (art.
104, § 2º).
A diária destina-se a custear as despesas extraordinárias para deslocamentos da sede em caráter
eventual ou transitório.
Se o servidor receber diárias, mas não se afastar do Distrito Federal, por qualquer motivo, ficará
obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 72 horas, contadas da data em que deveria ter
viajado (art. 105). Da mesma forma, se o retorno à sede ocorrer em prazo menor que o
inicialmente previsto, o servidor deverá restituir as diárias recebidas em excesso, também no prazo
de 72 horas.
Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores públicos distritais), determinou que este
participasse de reunião de trabalho em Fortaleza à?CE nos dias nove e dez de janeiro. João
recebeu o valor das diárias. No dia oito de janeiro, João sofreu um acidente de carro e,
conforme atestado médico apresentado para Maurício, teve de ficar de repouso por três dias,
razão pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez no bimestre que João teve de se
afastar do serviço por motivo de saúde.
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Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgue
os itens a seguir.
(CESPE ? Monitor de Gestão Educacional/SEDF/2017) João deveria restituir integralmente o
valor das diárias em cinco dias, contados a partir do dia nove de janeiro.
Comentário: as diárias e passagens são asseguradas pelo art. 104 do Estatuto, sendo
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação e
locomoção urbana. Porém, a LC 840 determina que as diárias devem ser devolvidas no prazo
de 72 horas, contados da data em que o servidor deveria ter viajado, caso o afastamento não
ocorra por qualquer motivo.
Gabarito: errado.
(CESPE ? Monitor de Gestão Educacional/SEDF/2017) A concessão de diáriaé ato vinculado
da administração pública.
Comentário: as diárias têm por objetivo custear os gastos do servidor com pousada,
ĂůŝŵĞŶƚĂĕĆŽ Ğ ůŽĐŽŵŽĕĆŽ ƵƌďĂŶŽà? �ŽŶĨŽƌŵĞ ĚŝƐƉƁĞ Ž �ƐƚĂƚƵƚŽà?Ž ƐĞƌǀŝĚŽƌ à币⠁ȁ? ũƵƐ Ă ƉĂƐƐĂŐĞŵ
Ğ ĚŝĄƌŝĂà?à? ůŽŐŽà? ƚƌĂƚĂ-se de um direito, que deve (ato vinculado) ser concedido ao servidor que
preencher os requisitos legais.
Gabarito: correto.
2.2.5.2 ? Indenização de transporte
A indenização de transporte será concedida ao servidor que realizar despesas com a utilização de
meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições
próprias do cargo (art. 106). Seria o caso de um servidor utilizar o seu próprio veículo para se
deslocar, com a finalidade de realizar algum serviço externo, decorrente das atribuições de seu
cargo.
Observação que essa indenização não se refere ao deslocamento do servidor para o serviço (casa-
trabalho), mas sim para o deslocamento para fins de realização de atividades externas.
2.2.5.3 ? Auxílio-transporte
Ao servidor é devido auxílio-transporte, a ser pago em pecúnia ou em vale-transporte, destinado
ao custeio parcial das despesas realizadas com transporte coletivo, inclusive interestadual, no
início e no fim da jornada de trabalho, relacionadas com o deslocamento da residência para o
trabalho e vice-versa7 (art. 107).
Conforme vimos acima, não se deve confundir a indenização de transporte com o auxílio-
transporte. Na primeira situação, o servidor utiliza um meio próprio de transporte para a
realização de serviços externos (por exemplo: ir a um órgão fazer uma auditoria); no segundo caso,
7 A concessão do auxílio-transporte fica condicionada à apresentação de declaração, firmada pelo próprio servidor, de que
realiza despesas com transporte coletivo (art. 110). Sem prejuízo da fiscalização da administração pública e de eventual
responsabilidade administrativa, civil ou penal, presumem-se verdadeiras as informações constantes da declaração prestada
pelo servidor.
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o servidor receberá o valor ou o vale-transporte para custeio parcial de seu deslocamento de casa
para o trabalho e vice-versa.
Segundo o Estatuto, o auxílio-transporte não é devido:
a. quando o órgão, autarquia ou fundação proporcionar, por meios próprios ou por meio de
terceiros contratados, o transporte do servidor para o trabalho e vice-versa;
b. durante as férias, licenças, afastamentos ou ausências ao serviço, exceto nos casos de:
a. cessão do servidor para órgão da administração direta, autárquica ou fundacional do
Distrito Federal, cujo ônus da remuneração recaia sobre o órgão cedente;
b. participação em programa de treinamento regularmente instituído;
c. participação em júri e outros serviços obrigatórios por lei;
c. quando a despesa mensal com transporte coletivo for igual ou inferior ao valor resultante
da aplicação do percentual de 6%;
d. cumulativamente com outro benefício ou vantagem de natureza igual ou semelhante ou
com vantagem pessoal originária de qualquer forma de indenização ou auxílio pago sob o
mesmo título ou idêntico fundamento, salvo nos casos de:
a. acumulação lícita de cargos públicos;
b. servidor que exerça suas atribuições em mais de uma unidade administrativa do órgão ou
entidade a que esteja vinculado, aqui compreendidos os estabelecimentos públicos de
ensino e saúde do Distrito Federal.
Outro detalhe que devemos mencionar, o servidor poderá optar pela percepção do auxílio
referente ao deslocamento da repartição pública para outro local de trabalho ou vice-versa; ou do
trabalho para instituição de ensino onde esteja regulamente matriculado ou vice-versa. Vale dizer:
esse caso aplica-se ao servidor que do trabalho vai para outro local para estudar (por exemplo: o
servidor trabalho durante o dia e cursa faculdade à noite). Nessa situação, ele pode solicitar o
pagamento da indenização de transporte para o deslocamento para a instituição de ensino.
Em seguimento, os arts. 108 e 109 da LC 840/2011 se destinam a tratar dos valores e modo de
pagamento do auxílio-transporte.
Nessa linha, o valor mensal do auxílio-transporte corresponde ao montante das despesas
realizadas com transporte coletivo, subtraído o montante de 6% incidente exclusivamente sobre o
subsídio ou vencimento básico do cargo efetivo ocupado pelo servidor; ou sobre a retribuição
pecuniária de cargo em comissão, quando se tratar de servidor não detentor de cargo efetivo (art.
108).
Por exemplo: imagine que o servidor gaste mensalmente R$ 500,00 (quinhentos reais) com
transporte de sua casa para o trabalho e vice-versa. Por outro lado, o vencimento básico do seu
cargo é de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Devemos subtrair do custo (500 reais) o valor relativo a
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6% do vencimento básico do cargo (5.000 x 6% = 300). Logo, o servidor receberá, a título de
indenização de transporte, o valor de R$ 200,00 (500 ? 300).
De mais a mais, o pagamento do auxílio-transporte, em pecúnia ou em vale-transporte, deve ser
efetuado no mês anterior ao da utilização de transporte coletivo. Isso não se aplicará apenas se (a)
o servidor estiver em efetivo exercício no cargo em razão de primeira investidura ou reinício do
exercício decorrente de licença ou afastamento previstos em lei, (b) ocorrer modificação no valor
da tarifa do transporte coletivo, no endereço residencial, no local de trabalho, no trajeto ou no
meio de transporte utilizado, quando passa a ser devida a complementação correspondente, ou (c)
ocorrer mudança de exercício financeiro. Em todas essas situações, o pagamento poderá ser feito
até o mês imediatamente subsequente.
Além disso, caso o pagamento seja feito indevidamente, o valor deve ser devolvido pelo servidor
em parcela única no prazo de 72 horas, contados da data em que o servidor foi comunicado.
Última informação importante é que o Estatuto cria uma espécie de presunção de veracidade em
favor do servidor. Nesse caso, a concessão do auxílio será feita mediante a apresentação de uma
declaração firmada pelo servidor, de que realiza despesas com transporte coletivo (art. 110,
caput). Apesar da presunção de veracidade da declaração, a concessão do benefício poderá ser
objeto de fiscalização da administração pública e, se constatadas irregularidades, o servidor
submeter-se-á às responsabilidades administrativa, civil ou penal.
2.2.5.4 ? Auxílio-alimentação
De acordo com o art. 111, é devido ao servidor, mensalmente, o auxílio-alimentação, com o valor
fixado na forma da lei.
Entretanto, a concessão dessa vantagem exige o cumprimento de alguns critérios, quais sejam (art.
112):
a. o pagamento é feito em pecúnia, sem contrapartida;
b. não pode ser acumulado com outro benefício da mesma espécie, ainda que pago in natura;8
c. depende de requerimento do servidor interessado, no qual declare não receber o mesmo
benefício em outro órgão ou entidade;
d. o seu valor deve ser atualizado anualmente pelo mesmo índice que atualizar os valores
expressos em moeda corrente na legislação do Distrito Federal;
e. não é devido ao servidor em caso de:
a. licença ou afastamento sem remuneração;
b. licença por motivo de doença em pessoa da família;
c. afastamento para estudo ou missão no exterior;
d. suspensão em virtude de pena disciplinar;
8 O pagamento "in natura" seria aquele em que os alimentos (e não o dinheiro) são entregues ao servidor. Segundo o Estatuto,
não se pode fazer o pagamento em duplicidade, nem mesmo que um deles seja feito in natura e o outro in pecunia.
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e. falta injustificada e não compensada.
Além disso, da mesma forma que vimos no auxílio-transporte, no caso de pagamento indevido do
auxílio-alimentação, o servidor terá o prazo de 72 horas para ressarcir o valor recebido.
2.2.5.5 ? Abono pecuniário
O abono pecuniário pode ser entendido como a conversão em dinheiro de 1/3 das férias a que o
servidor tem direito9 (art. 113). Sobre esse valor, incidirá o adicional de férias.
Esse seria o caso em que o servidor "vende" as suas férias. Porém, devemos observar que somente
será possível converter um terço do período das férias em abono pecuniário, ou seja, não se pode
fazer a "venda integral" do período de férias. Ademais, a conversão das férias em abono depende
de autorização do Governador, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal
de Contas, conforme o caso. Logo, trata-se de decisão discricionária da Administração.
Por fim, a base para o cálculo do abono pecuniário não pode ser superior ao teto de remuneração
ou subsídio.
2.2.5.6 ? Abono de permanência
Compreende uma vantagem concedida ao servidor que permanecer em atividade após ter
completado as exigências para aposentadoria voluntária, equivalente ao valor da sua contribuição
previdenciária, na forma e nas condições previstas na Constituição Federal (art. 114).
Por exemplo: imagine que Pedro atendeu aos requisitos para se aposentador voluntariamente.
Porém, ao invés de se aposentar, ele preferiu permanecer na atividade. Nessa situação, Pedro
receberá uma "compensação", equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária. Não
significa que ele não vai pagar a contribuição; o que vai acontecer é que, na mesma proporção em
que ele contribui, também lhe será devido um abono equivalente (se ele paga R$ 2.000,00 de
contribuição, o valor do abono será também de R$ 2.000,00).
2.2.6 Disposições gerais
Sempre que exercer suas funções, o servidor deverá receber a devida remuneração. No entanto, o
art. 115 dispõe que o servidor perderá a remuneração ou subsídio do dia em que faltar ao serviço,
sem motivo justificado; ou perderá a parcela de remuneração ou subsídio diário, proporcional aos
atrasos, ausências justificadas e saídas antecipadas, salvo quando compensar o horário.
Os artigos 116 a 119 do Estatuto dos Servidores do Distrito Federal estabelecem regras sobre a
proteção da remuneração e sobre as formas de quitação da folha e incidência de descontos.
Nessa linha, o art. 116 estabelece que nenhum desconto poderá incidir sobre a remuneração ou
subsídio do servidor, salvo por imposição legal ou mandado judicial.
Nessa linha, o subsídio, a remuneração ou qualquer de suas parcelas tem natureza alimentar e
não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos
9 O abono pecuniário depende de autorização do Governador, do Presidente da Câmara Legislativa ou do Presidente do Tribunal
de Contas.
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resultante de decisão judicial (art. 117). Em termos bem simples, esses três instrumentos
destinam-se a execução de dívidas ou a garantia da preservação do bem para fins de cobrança.
Assim, se determinada pessoa tentar obter a execução de uma dívida com um servidor público,
não será possível, por exemplo, penhorar a sua remuneração.
Permite-se, porém, a existência de consignação em folha de pagamento a favor de terceiros (o
famoso "empréstimo consignado"), mediante autorização do servidor e a critério da
administração, com reposição de custos. Nesse caso, a soma das consignações não pode exceder a
30% da remuneração ou subsídio do servidor. De mais a mais, a consignação em folha de
pagamento não traz nenhuma responsabilidade para a administração pública, salvo a de repassar
ao terceiro o valor descontado do servidor.
Prosseguindo, o art. 118 menciona a quitação da folha de pagamento, que deverá ser feita até o
quinto dia útil do mês subsequente. no entanto, no caso de erro desfavorável ao servidor no
processamento da folha de pagamento, a quitação do débito deve ser feita no prazo de até 72
horas. Da mesma forma, se ocorrer erro no processamento da folha de pagamento, o valor
indevidamente recebido deve ser devolvido pelo servidor em parcela única no prazo de 72 horas,
contados da data em que o servidor foi comunicado.
Vale dizer: se o servidor receber a mais ou a menos, em virtude de erro no processamento da folha
de pagamento, a compensação (devolução do servidor; ou correção do pagamento pela
Administração) deve ocorrer no prazo de 72 horas.
Isso aplica-se apenas aos casos de erro da folha de pagamento. Por exemplo, o servidor ocupa um
cargo de técnico, mas o pessoal do processamento do pagamento digitou no sistema o código
relativo à remuneração de analista. Esse é o típico caso de erro. Não se trata aqui de interpretação,
mas de erro mesmo (o servidor simplesmente digitou o código errado). Nessa situação, portanto, a
devolução deve ocorrer no prazo de 72 horas, de forma integral.
No entanto, eventuais reposições ou indenizações ao erário decorrentes de outros motivos
seguem um regramento diferente. Por exemplo: o servidor bateu a viatura da unidade
administrativa que trabalha, causando um prejuízo ao Poder Público para o conserto do veículo (ou
até mesmo causando danos a terceiros, situação em que poderá ser alcançado por ação de
regresso, no caso de dolo ou culpa).
Nesse contexto, de acordo com o art. 119 da LC 840/2011, as reposições e indenizações ao erário
serão previamente comunicadas ao servidor para pagamento, no prazo máximo de dez dias,
podendo, a seu pedido, ser descontadas da remuneração ou subsídio.
Com efeito, uma vez solicitado o desconto, ele poderá ser feito:
a. em parcela única, se de valor igual ou inferior à décima parte da remuneração ou subsídio;
b. em parcelas mensais iguais à décima parte do subsídio ou remuneração, devendo o resíduo
constituir-se como última parcela.
Ademais, o pagamento efetuado pela administração pública em desacordo com a legislação não
deve ser aproveitado ao servidor beneficiado, ainda que ele não tenha dado causa ao erro.
Portanto, se houver um pagamento em desacordo com a legislação, a regra é que o servidor seja
obrigado a devolvê-lo. Entretanto, é vedado exigir reposição de valor em virtude de aplicação
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retroativa de nova interpretação da norma de regência (art. 120). Esse dispositivo trata da
aplicação do princípio da segurança jurídica, que tem justamente o fim de impedir a aplicação
retroativa de nova interpretação.
Segundo o art. 121, em caso de demissão, exoneração, aposentadoria ou qualquer licença ou
afastamento sem remuneração, o servidor tem direito de receber os créditos a que faz jus até a
data do evento10.
Nessas hipóteses, o servidor em débito com o erário deve quitá-lo deduzindo integralmente dos
créditos que tenha ou venha a ter em virtude do cargo ocupado; na insuficiência desse crédito,
terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito (art. 121, §§ 2º e 3º).
Por exemplo: o servidor foi exonerado ao longo do ano, sendo que a Administração deve ao
servidor R$ 10.000,00 relativo ao pagamento de adicional férias e de décimo terceiro salário
proporcionais aos meses trabalhados; por outro lado, o servidor deve ao erário o valor de R$
7.000,00 decorrentes de prejuízos causados ao Poder Público. Nesse caso, será possível, segundo o
Estatuto, realizar o desconto integral do valor devido, de tal forma que o servidor receberá apenas
R$ 3.000,00.
Caso ainda reste débito, ele deve ser descontado de qualquer valor que o devedor tenha ou venha
a ter como crédito juntoao Distrito Federal, inclusive remuneração ou subsídio de qualquer cargo
público, função de confiança, proventos de aposentadoria ou pensão. A não quitação do débito no
prazo mencionado implicará sua inscrição em dívida ativa.
Por outro lado, os créditos a que o ex-servidor faz jus devem ser quitados no prazo de até 60 dias,
salvo nos casos de insuficiência de dotação orçamentária, observado o regulamento.
Na ocorrência de falecimento do servidor, após a apuração dos valores e dos procedimentos, o
saldo remanescente deve ser (art. 122):
a. pago aos beneficiários da pensão e, na falta destes, aos sucessores judicialmente habilitados;
b. cobrado na forma da lei civil, se negativo.11
Finalizando, mas ainda nesse foco, o débito do servidor com o erário ou o crédito que venha a ser
reconhecido administrativa ou judicialmente deve ser atualizado pelo mesmo índice que atualizar
os valores expressos em moeda corrente na legislação do Distrito Federal, além de sofrer
compensação de mora, na forma da legislação vigente (art. 123).
2.2.7 Férias
Acho que este é um assunto de interesse de todos!-
10 Aplicável, inclusive, aos casos de dispensa da função de confiança ou exoneração de cargo em comissão, quando:
I à?seguidas de nova dispensa ou nomeação;
II à?se tratar de servidor efetivo, hipótese em que faz jus à percepção dos créditos daí decorrentes, inclusive o décimo terceiro
salário e as férias, na proporção prevista nesta Lei Complementar.
11 Segundo a Constituição Federal, a obrigação (civil) de reparar dano pode ser estendida aos sucessores, porém apenas até o
limite do valor do patrimônio transferido (CF, art. 5º, XLV).
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O direito às férias encontra-se previsto no art. 7º, XVII, da CF, representando o período anual de
descanso do servidor. Na LC 840/2011, esse direito encontra-se previsto nos arts. 125 a 129. Nesse
período, o servidor ficará afastado do exercício de suas atribuições, mas receberá sua
remuneração, somada do adicional de férias, contando o seu prazo como de efetivo exercício do
cargo para todos os efeitos.
As férias têm duração de trinta dias anuais, que podem ser acumuladas, no caso de necessidade
do serviço, por até o máximo de dois períodos, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
específica.
O primeiro período aquisitivo de férias ocorre depois de doze meses de exercício (art. 125, § 1º).
Isso não é válido, no entanto, para casos de férias coletivas, hipótese em que as primeiras férias
são proporcionais ao efetivo exercício.
O § 3º do art. 125 veda que se leve à conta de férias qualquer falta ao serviço. Dessa forma, se o
servidor faltar ao serviço injustificadamente, por exemplo, deverá ser descontada a sua
remuneração correspondente aos dias de ausência, não se podendo descontar esses dias do
período de férias.
Ademais, o Estatuto permite que as férias sejam parceladas em até três etapas, nenhuma delas
inferior a 10 dias. Nesse caso, o requerimento deverá partir do servidor, mas a concessão do
parcelamento ocorre no interesse da administração pública, ou seja, a administração decidirá de
forma discricionária.
Até dois dias antes de as férias serem iniciadas, devem ser pagos ao servidor:
a. o adicional de férias;
b. o abono pecuniário, se deferido;
c. o adiantamento de parcela correspondente a 40% do valor líquido do subsídio ou
remuneração, desde que requerido.
Note que o Estatuto, além do pagamento do adicional de férias, prevê a possibilidade de
adiantamento de 40% do valor líquido do subsídio ou remuneração, quando requerido pelo
servidor. Trata-se de um meio para o servidor poder aproveitar melhor as suas férias. Caso ocorra
o adiantamento, ele será descontado do subsídio ou remuneração do servidor em quatro parcelas
mensais e sucessivas de idêntico valor.
O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará
vinte dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer
hipótese a acumulação. Para esses servidores também não será permitida a concessão do abono
pecuniário (art. 127). Tais servidores não podem ter exposição contínua a esse tipo de substância,
motivo pelo qual se veda a acumulação e o pagamento de abono de férias.
Segundo o art. 128, as férias somente poderão ser suspensas por motivo de calamidade pública,
comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do
serviço. Com efeito, a suspensão depende de portaria do Secretário de Estado ou autoridade
equivalente, no Poder Executivo, ou por ato do Presidente da Câmara Legislativa ou do Tribunal de
Contas, nos respectivos órgãos.
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Por fim, caso o servidor seja demitido, destituído de cargo em comissão, exonerado ou
aposentado, as férias não gozadas são indenizadas pelo valor da remuneração ou subsídio devido
no mês da ocorrência do evento, acrescido do adicional de férias. O período de férias incompleto
será indenizado na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício. Aqui, cabe frisar que
a fração superior a quatorze dias será considerada como mês integral (art. 129, §§ 1º e 2º).
(Cespe ? TJ/TRT 17 ES/2013 - adaptada) A convocação para júri constitui hipótese de
suspensão das férias de servidor público.
Comentário: questão bem simples. A situação normal é que as férias não sejam suspensas.
Contudo, o art. 128 apresenta situações específicas que permitem a suspensão do período
das férias, vejamos:
* calamidade pública;
* comoção interna;
* convocação para júri;
* serviço militar ou eleitoral; ou
* por necessidade do serviço.
Portanto, a convocação para o júri é uma das situações que justifica a suspensão das férias do
servidor público.
Gabarito: correto.
2.2.8 Licenças
Os capítulos III e IV do Capítulo III do Estatuto dos Servidores do Distrito Federal apresentam,
respectivamente, as licenças e os afastamentos. Tecnicamente, não existe diferença clara entre
licença e afastamento, pois as duas representam hipóteses em que o servidor ficará afastado de
suas atribuições. Até poderíamos dizer que os afastamentos relacionam-se mais com o exercício de
atribuições em outros órgãos ou entidades, porém essa divisão não seria "exata", existindo
algumas exceções, como por exemplo o afastamento para participar de programa de pós-
graduação ou de evento desportivo. Portanto, podemos dizer que, simplesmente, o legislador
optou por denominar esses períodos ora de licenças, ora de afastamentos, sem que exista um
conceito que venha a diferenciar um instituto do outro. Dito isso, vamos iniciar pelo Capítulo III,
que trata das licenças.
De acordo com o art. 130 da LC 840/2011, além do abono de ponto, conceder-se-á ao servidor
licença:
a. por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
b. por motivo de doença em pessoa da família;
c. para o serviço militar;
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d. para atividade política;
e. prêmio por assiduidade;
f. para tratar de interesses particulares;
g. para desempenho de mandato classista;
h. paternidade;
i. maternidade12;
j. médica ou odontológica.
Caso uma licença seja concedida dentro de sessenta dias do término de outra da mesma espécie
será considerada como prorrogação (art. 131). Por exemplo, imagine que um servidor está em
gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família, prevista para encerrar no dia 30 de
julho de 2015. Se ele solicitar a renovação dessa licença, e ela for concedida no dia 15 de julho(dentro do período de sessenta dias do término), será considerada mera prorrogação e não uma
nova licença.
Ademais, com exceção da licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro, todas as
demais licenças apresentadas acima garantem, ao seu término, o direito ao servidor de retornar à
mesma lotação, com a mesma jornada de trabalho de antes do início da licença, desde que uma ou
outra não tenha sofrido alteração normativa (art. 132).
Por exclusão, portanto, podemos afirmar que esse direito não é assegurado no caso de licença por
motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro. Dessa forma, ao retornar dessa licença, o
servidor poderá ter a lotação ou jornada de trabalho diferente da anterior.
Agora, vamos analisar cada uma das licenças.
2.2.8.1 ? Licença por motivo de afastamento do cônjuge
Segundo o art. 133 da LC 840/2011, poderá ser concedida licença ao servidor estável para
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para:
a. trabalhar em localidade situada fora da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do
Distrito Federal e Entorno à?RIDE, bem
b. exercer mandato eletivo em Estado ou Município não compreendido na RIDE.
Essa licença será concedida por até cinco anos e sem remuneração ou subsídio (art. 133, § 1º).
De mais a mais, por se tratar de licença para acompanhar cônjuge ou companheiro, a manutenção
do vínculo conjugal deve ser comprovada anualmente, sob pena de cancelamento da licença.
2.2.8.2 ? Licença por motivo de doença em pessoa da família
A licença por motivo de doença em pessoa da família, disciplinada no art. 134 da LC 840/2011,
poderá ser concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, padrasto ou
12 A concessão da licença-maternidade sujeita-se às normas do regime de previdência social a que a servidora se encontra filiada.
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(Cespe ? Analista de Gestão Educacional/SEDF/2017) Situação hipotética: O bisneto de
Carlos (servidor público efetivo) está internado em um hospital e não há nenhum parente
disponível para cuidar dele, que necessita de acompanhamento diário e em turno integral.
Assertiva: Nesse caso, Carlos tem direito ao gozo de licença por motivo de doença em pessoa
da família.
Comentário: de acordo com o Estatuto, assegura-se a licença por motivo de doença em
pessoa da família quando ficar comprovada a doença em familiar, sendo demonstrada a
necessidade da assistência direta, indispensável, do servidor e desde que não possa ser
prestada simultaneamente com o exercício do cargo. Com efeito, a doença deve ser do
cônjuge ou companheiro, padrasto ou madrasta, ascendente, descendente, enteado e
colateral consanguíneo ou afim até o segundo grau civil.
Todavia, bisneto é parente de 3º grau. O 2º grau, em linha de ascendência e descendência
termina nos avôs (pai ou mãe é 1º grau; avô ou avó é 2º grau) e nos netos (filho ou filho é 1º
grau; neto ou neta é 2º grau). Logo, Carlos não tem direito ao gozo da licença.
Gabarito: errado.
2.2.8.3 ? Licença para o serviço militar
Será concedida licença ao servidor convocado para o serviço militar, na forma e condições
previstas na legislação específica (art. 136). Concluído o serviço militar, o servidor terá até trinta
dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo. Vale acrescentar que, por força do art.
à? ///à? à币?à?à? Ž ƉĞƌşŽĚŽ ĚĞƐƐĂ ůŝĐĞŶĕĂ Ġ ĐŽŶƐŝĚĞƌĂĚŽ ĐŽŵŽ ĚĞ ĞĨĞƚŝǀŽ ĞdžĞƌĐşĐŝŽ ĚŽ ĐĂƌŐŽà?
2.2.8.4 ? Licença para atividade política
A licença para atividade política, prevista no art. 137 da LC 840/2011, é um direito do servidor
público, ou seja, uma vez preenchidos os seus requisitos, a administração pública está vinculada a
concedê-la.
Ela será concedida nas seguintes condições, conforme o período em que se aplica:
a) sem remuneração ou subsídio, durante o período que mediar entre a sua escolha em
convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua
candidatura perante a Justiça Eleitoral (art. 137, I); e
b) com remuneração ou subsídio, a partir do registro da candidatura e até o décimo dia
seguinte ao da eleição (art. 137, II).
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Negado o registro ou havendo desistência da candidatura, o servidor tem de reassumir o cargo
imediatamente.
Conforme comentamos acima, a licença para atividade política é um direito do servidor,
dependendo, portanto, de requerimento do interessado. Contudo, se o servidor desejar, em regra,
ele poderá permanecer exercendo as atribuições de seu cargo. Entretanto, existem exceções, ou
seja, existem situações nas quais o servidor não pode optar por permanecer em exercício, devendo
obrigatoriamente ser afastado de suas atribuições.
Nessa linha, o art. 137, § 3º, da LC 840/2011 estabelece que o servidor candidato a cargo eletivo
que exerça cargo em comissão ou função de confiança, dele será exonerado ou dispensado,
observados os prazos da legislação eleitoral.
O servidor efetivo que pretender se candidatar deverá ser afastado de suas atribuições habituais,
quando assim exigir a legislação eleitoral (art. 138). Sendo o caso de afastamento das atribuições
habituais, o servidor efetivo afastado deverá exercer outras atribuições, compatíveis com seu
cargo e com a legislação eleitoral. Vale dizer: o servidor não será integralmente afastado, ele
apenas será submetido a outras atribuições, compatíveis com o seu cargo atual e com o
impedimento previsto na legislação eleitoral. Contudo, esse afastamento "alternativo" aplica-se
apenas até a data da convenção partidária. A partir da convenção, aplicar-se-á a licença para
atividade político, conforme vimos acima.
2.2.8.5 ? Licença prêmio por assiduidade
Essa licença é concedida a título de prêmio, como incentivo à assiduidade, com direito à
percepção da remuneração ou subsídio do cargo efetivo.
Em vista disso, após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor fará jus a três meses de
licença-prêmio.
Vale anotar que a licença prêmio por assiduidade é um direito do servidor, de tal forma que,
preenchidos os requisitos legais, ela deverá ser deferida (ato vinculado). No entanto, ressalta-se
que o Estatuto prevê uma série de requisitos e restrições para poder gozar a licença.
Conforme vimos, é necessário que o servidor tenha 5 anos de efetivo exercício. Nessa linha, para
fins de licença-prêmio, a contagem do prazo para aquisição é interrompida quando o servidor,
durante o período aquisitivo
I. sofrer sanção disciplinar de suspensão;
II. licenciar-se ou afastar-se do cargo sem remuneração.
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Além disso, as faltas injustificadas ao serviço retardam a concessão da licença, na proporção de um
mês para cada falta.
Dando continuidade ao assunto, o art. 141 menciona que o número de servidores em gozo
simultâneo de licença-prêmio não pode ser superior a um terço da lotação da respectiva unidade
administrativa do órgão, autarquia ou fundação.
Por se tratar de um direito, os períodos de licença-prêmio adquiridos e não gozados são
convertidos em pecúnia (ou seja, serão pagos em dinheiro), quando o servidor for aposentado (art.
142). Em caso de falecimento do servidor, a conversão em pecúnia é paga aos beneficiários da
pensão ou, não os havendo, aos sucessores judicialmente habilitados.
Por fim, é garantido às servidoras públicas o direito de iniciar a fruição de licença-prêmio por
assiduidade logo após o término da licença-maternidade, desde que o período para aquisição seja
completado até 10 dias antes do término da licença-maternidade

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