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Case Ciencia dos Materiais

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SINOPSE DO CASE: Reciclagem de materiais cerâmicos na Construção Civil: Estudo de caso em Edificações¹[1: 1 Case apresentado à disciplina Ciência e Tecnologia dos Materiais, da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco - UNDB.2 Aluno do 3º Período, do Curso de Engenharia Civil, da UNDB.3 Professora, Mestre, Orientadora.]
Gabriel Costa Leao²
Renata Müller³
1 DESCRIÇÃO DO CASO
A construção civil é um ramo que interfere diretamente no meio ambiente, e pensando nisso com o passar dos tempos, foram sendo implantadas técnicas de sustentabilidade nos projetos da construção civil. Além de amenizar a degradação que a obra provoca ao meio ambiente, a sustentabilidade em uma obra melhora e muito seu custo final, além dos custos posteriores com a manutenção da mesma.
Pensando nessa sustentabilidade, os processos construtivos começaram a reciclar alguns materiais. Essa reciclagem dos materiais traz muitos benefícios, como: A Redução dos recursos naturais, da poluição, do custo da obra, da degradação ao meio ambiente. Em diversos países essa sustentabilidade está bem avançada e já se tornou comum. Já no Brasil, esse reaproveitamento de materiais na construção civil é ainda pequena, poucas obras estão sendo elaboradas desta forma.
Assim como há benefícios na reciclagem, ela também traz malefícios. E um deles é o impacto que esse processo pode gerar no meio ambiente, justamente pelos elementos que são necessários para que esse processo de reciclagem ocorra.
No estudo de caso apresentado, trata-se de um profissional da engenharia, que tem como objetivo reutilizar materiais cerâmicos da fase de construção do canteiro, na construção da edificação. Para isso, o engenheiro deve ter conhecimento sobre os materiais que podem ou não ser reutilizados, sem afetar defeituosamente a obra da edificação, seguindo os critérios especificados na NBR-10004.
2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO
2.1 Descrição das Decisões Possíveis:
A) Os materiais cerâmicos que são resultantes da construção do canteiro, são: tijolos, blocos, telhas, placas de revestimentos, e etc.
B) Sim, pois segundo a Resolução 2072002 CONAMA os resíduos cerâmicos gerados estão na classe A, ou seja, podem ser recicláveis como agregados de construção, demolição e reformas.
C) Na substituição do agregado miúdo, efeito filler, alta absorção, substituição do agregado graúdo. Seguindo as regras adotadas na NBR 15116/04.
2.2 Argumentos Capazes de Fundamentar cada Decisão
2.2.1 Os materiais cerâmicos que são resultantes da construção do canteiro, são: tijolos, blocos, telhas, placas de revestimentos, e etc.
Na fase de construção do canteiro de obras, são feitos paredes, telhados, e etc. Tudo temporariamente, após a construção esse canteiro será demolido. Portanto os materiais cerâmicos que foram utilizados nesse canteiro tais como: tijolos, telhas, blocos. Podem ser reciclados para posteriormente serem utilizados na própria edificação. 
2.2.2 Sim, pois segundo a Resolução 2072002 CONAMA os resíduos cerâmicos gerados estão na classe A. 
Os materiais cerâmicos podem ser reaproveitados na produção de concretos, em argamassas, na pavimentação, em aterros.
Na produção de concretos: Foram efetuados testes por WADA (2010) com a adição de materiais cerâmicos na produção de concreto. E foi constatado que se for aplicado uma porcentagem maior que 40% de materiais cerâmicos o concreto se torna inviável. Na produção de Argamassas: Os testes foram efetuados por Alcantara e Nóbrega e foi constatado que o processo torna-se possível com o acréscimo ate 20%, tanto na argamassa para revestimentos, como cimento em argamassa para bloco de alvenaria. Na pavimentação: Após os testes, segundo Redivo ao utilizar 50% solo e 50%de cacos de telhas, foi possível se obter uma economia de 20% no valor total da obra. Em aterros: Geralmente encontrado como camadas de cobertura diária nos mesmos.
2.2.3 Na substituição do agregado miúdo, efeito filler, alta absorção, substituição do agregado graúdo. Seguindo as regras adotadas na NBR 15116/04.
Wada (2010), fez um estudo substituindo o agregado miúdo pelos materiais cerâmicos, e em suas pesquisas foi possível observar que nas estacas de concretos, utilizando 40% do agregado, após 28 dias o concreto já tinha a resistência necessária para estacas.
Segundo Possa e Antunes (2016), após os ensaios houve uma melhora nas propriedades mecânicas do concreto, e isso foi possível graças ao efeito filler, que atua na ocupação dos espaços vazios deixados pelos grãos maiores.
No concreto estrutural Bicca fez um estudo substituindo o agregado graúdo pelos materiais cerâmicos. Ele fez testes como: resistência a compressão, a absorção de água, etc. E com isso, primeiramente ele pôde observar que o agregado cerâmico possui uma alta absorção, e contudo conclui-o que o processo é permitido em uma substituição de no máximo 20% do agregado cerâmico. Essa substituição traz grande vantagem ambiental e também causa menos desgastes ao equipamentos envolvidos.
Brito et al. (2004), assim como Bicca, também salientam a alta absorção do agregado cerâmico. Os autores estudaram a substituição do agregado graúdo em concretos não estruturais por resíduo de cerâmica vermelha. Brito et al. (2004) também indicam um procedimento de pré-saturação do agregado cerâmico, que pode ser realizado no próprio canteiro de obras. O procedimento consiste na imersão do agregado durante 30 minutos em água. Após este tempo, os autores recomendam deixá-lo secar por mais 30 minutos sobre papel, para que a água absorvida em excesso seja retirada. (POSSA E ANTUNES, 2016)
2.3 Descrição dos critérios e valores contidos em cada decisão possível 
Contudo diante dos argumentos apresentados e fundamentados, podemos concluir que os materiais cerâmicos gerados da construção civil, podem ser reutilizados em diversas formas, mas não se restringe somente a própria construção de edifícios. Também é importante ressaltar que é possível minimizar os impactos das obras com medidas simples, que agem não apenas em prol do meio ambiente, mas também da economia das construtoras.
REFERÊNCIAS
ALCANTARA, P. S. X; NÓBREGA, A. C. V. DESENVOLVIMENTO DE ARGAMASSAS PARA REVESTIMENTO UTILIZANDO RESÍDUOS DE CERÂMICA VERMELHA DE CARUARU/PE COMO MATERIAL POZOLÂNICO E/OU AGREGADO ALTERNATIVO. 2011. 8 f. TCC (artigo de conclusão de curso) – UFP, Caruaru-PE.
BICCA, I. DA S. ESTUDO DA VIABILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO REJEITO CERÂMICO, COMO AGREGADO GRAÚDO, NA PRODUÇÃO DE CONCRETO COM CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS. 2000. 98 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre, 2000. 
POSSA, Suelen Alexandre; ANTUNES, Elaine Guglielmi Pavei. PROPOSTA DE REUTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DE CERÂMICA VERMELHA PROVENIENTE DA CONSTRUÇÃO CIVIL E DEMOLIÇÕES NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC. Revista Tecnologia e Ambiente, Criciuma, v. 22, n. 1, p.147-161,dec. 2016.
REDIVO, I. M. UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE CERÂMICA VERMELHA EM MISTURAS COM SOLO PARA CONSTRUÇÃO DE CAMADAS DE PAVIMENTOS COM BAIXO VOLUME DE TRÁFEGO. 2011. 160f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.
WADA, P. H. ESTUDO DA INCORPORAÇÃO DE RESÍDUO DE CERÂMICA VERMELHA NA COMPOSIÇÃO DE CONCRETO PARA USO EM ESTACAS MOLDADAS IN LOCO. 2010. 108 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2010.

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