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1 Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 2 SUMÁRIO DIREITO PENAL ........................................................................................................................................ 54 PARTE ESPECIAL ................................................................................................................................. 78 DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ............................................................................................. 113 DIREITO PENAL MILITAR ...................................................................................................................... 165 DIREITO ADMINISTRATIVO ................................................................................................................... 183 DIREITO PROCESSUAL PENAL ............................................................................................................ 234 ESTATUTO DOS MILITARES MG - LEI 5.301/69 ................................................................................... 278 LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE ............................................................................................................ 315 ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE - LEI 8.069/90. ............................................................ 315 CRIMES HEDIONDOS LEI 8072/90. .................................................................................................... 322 JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS - LEI 9.099/95. ............................................................ 330 CRIMES DE TORTURA - LEI 9.455/97 ................................................................................................ 339 CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO - LEI 7.716/89 ............................................................. 340 PROGRAMAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO A VÍTIMAS E TESTEMUNHAS - LEI 9.807/99 .............. 342 ESTATUTO DO IDOSO - LEI 10.741/03 ............................................................................................... 345 ESTATUTO DO DESARMAMENTO - LEI 10.826/03 ........................................................................... 350 LEI MARIA DA PENHA - LEI 11.340/06 ............................................................................................... 359 LEI DE DROGAS - LEI 11.343/06 ........................................................................................................ 364 LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO - LEI 12.527/11 ............................................................................ 378 DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS 1948. ........................................................ 387 ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS ......................................................................................................... 390 LEI 12.850/13 ....................................................................................................................................... 390 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS MILITARES MG - LEI 14.310/02 ............................................ 396 CONSTITUIÇÃO ESTADUAL .................................................................................................................. 409 IMPORTANTE: NÃO COMPARTILHE a apostila, pois ela foi fruto de várias horas de trabalho. O não compartilhamento é fundamental para que possamos continuar desenvolvendo mais apostilas como essa, com preço justo e qualidade para lhe ajudar a conquistar a aprovação. Além disso, compartilhar material sem a devida autorização é CRIME e IMORAL! Dúvidas, comentários e sugestões podem ser enviados através do e-mail de contato simplificandoleis@gmail.com ou Instagram: @simplificandoleis. Utilize a #SLCFOPMMG2019 e nos marque no Instagram. Bons estudos! Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 3 DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Direito Constitucional: natureza; conceito e objeto; fontes formais. 2. Classificações das constituições: constituição material e constituição formal; constituição garantia e constituição dirigente; normas constitucionais. 3. Poder constituinte: fundamentos do poder constituinte; poder constituinte originário e derivado; reforma e revisão constitucionais; limitação do poder de revisão; emendas à Constituição. 4. Controle de constitucionalidade: conceito; sistemas de controle de constitucionalidade. 4.1 Inconstitucionalidade: inconstitucionalidade por ação e inconstitucionalidade por omissão. 4.2 Sistema brasileiro de controle de constitucionalidade. 5. Fundamentos constitucionais dos direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos; Ações constitucionais: Habeas Corpus. Habeas Data. Mandado de Segurança. Mandado de Injunção. Ação popular. Ação civil pública. 6. Poder Legislativo: fundamento, atribuições e garantias de independência. 7. Processo legislativo: fundamento e garantias de independência, conceito, objetos, atos e procedimentos. 8. Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de governo; atribuições e responsabilidades do presidente da República. 9. Poder Judiciário: disposições gerais; Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; Tribunais regionais federais e juízes federais; tribunais e juízes dos estados; funções essenciais à justiça. 10. Defesa do Estado e das instituições democráticas: segurança pública; organização da segurança pública. 1. DIREITO CONSTITUCIONAL: NATUREZA; CONCEITO E OBJETO; FONTES FORMAIS. NATUREZA Segundo o professor Konrad Hesse, o Direito Constitucional é um direito público atípico porque é diferenciado em relação aos demais ramos do direito público (penal, administrativo, processual) e possui uma hierarquia diferente em relação aos outros ramos do direito, à classe das normas constitucionais e à sua força normativa (impõe-se perante a realidade social). Na Constituição Federal, encontram-se princípios de direito eleitoral, administrativo, processual, ambiental, e cabe ao Direito Constitucional sistematizar tudo isso. CONCEITO É importante ressaltar que a doutrina não é pacífica quanto à definição do conceito de constituição, podendo este ser analisado a partir de diversas concepções. Isso porque o Direito não pode ser estudado isoladamente de outras ciências sociais, como Sociologia e Política, por exemplo. 1) Constituição sociológica: idealizada por Ferdinand Lassalle, em 1862, Constituição sociológica é aquela que deve traduzir a soma dos fatores reais de poder que rege determinada nação, sob pena de se tornar mera folha de papel escrita, que não corresponde à Constituição real. 2) Constituição política: preconizada por Carl Schmitt em 1928, Constituição política é aquela que decorre de uma decisão política fundamental e se traduz na estrutura do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. As normas que não traduzirem a decisão política fundamental não serão Constitucionais. Ligado à concepção política de Carl Schmitt está o conceito de Constituição material, que se traduz no arcabouço de normas que tratam da organização do poder, da forma de governo, da distribuição da competência,dos direitos da pessoa humana (considerados os sociais e individuais) e do exercício da autoridade, ou seja, refere-se à composição e ao funcionamento da ordem política. 3) Constituição jurídica: fundada nas lições de Hans Kelsen, nos idos de 1934, Constituição jurídica é aquela que se constitui em norma hipotética fundamental pura, que traz fundamento transcendental para sua própria existência (sentido lógico-jurídico), e que, por se constituir no conjunto de normas com mais alto Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 4 grau de validade, deve servir de pressuposto para a criação das demais normas que compõem o ordenamento jurídico (sentido jurídico- positivo). Na concepção jurídico-positiva de Hans Kelsen, a Constituição ocupa o ápice da pirâmide normativa, servindo, como paradigma máximo de validade para todas as normas do ordenamento jurídico. Em outras palavras: as leis e os atos infralegais são hierarquicamente inferiores à Constituição e, por isso, somente serão válidos se não contrariarem as normas da Constituição. 4) Constituição culturalista: identificada por Michele Ainis, em 1986, Constituição culturalista é aquela que representa o fato cultural, ou seja, que disciplina as relações e direitos fundamentais pertinentes à cultura, tais como a educação, o desporto e a cultura em sentido estrito. 5) Constituição aberta: idealizada por Peter Häberle, em 1975, Constituição aberta é aquela interpretada por todo o povo e em qualquer e em qualquer espaço, e não apenas pelos juristas nos bojos dos processos. OBJETO Objeto de estudo do Direito Constitucional, a Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do povo. É ela que determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os órgãos que o integram e as competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício do poder. Cabe também a ela estabelecer as limitações ao poder do Estado e enumerar os direitos e garantias fundamentais.1 FONTES FORMAIS A doutrina, nesse quesito, não é muito uníssona. Há muita divergência entre os autores. • As fontes podem ser imediatas ou mediatas (Dirley Cunha): – Imediatas: são a própria Constituição e os costumes; – Mediatas: a jurisprudência constitucional (entendimento dado pelos tribunais e a doutrina). 1 MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil Interpretada e Legislação Constitucional, 9ª edição. São Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 17. • As fontes podem ser formais ou complementares (Borner). As formais são a Constituição Federal, as emendas constitucionais, os tratados internacionais dos Direitos Humanos (art. 5º, § 3º), e as complementares, a jurisprudência e os costumes; • As fontes podem ser originárias ou derivadas (Norberto Bobbio). A originária é a própria Constituição, e as derivadas são as que a Constituição delega, como as leis e a jurisprudência. As derivadas podem ser delegadas ou reconhecidas (recepção constitucional, quando uma nova Constituição recebe normas editadas antes dela por serem normas compatíveis) e costumes constitucionais. 2. CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES: CONSTITUIÇÃO MATERIAL E CONSTITUIÇÃO FORMAL; CONSTITUIÇÃO GARANTIA E CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE; NORMAS CONSTITUCIONAIS. Constituição material: independentemente da forma com que a norma foi introduzida no ordenamento jurídico, o que importará é o seu conteúdo constitucional. Assim, constitucional será aquela norma que estabeleça regras estruturais da sociedade e de suas disposições fundamentais (órgãos, formas de governo, etc.). É o que Carl Schmitt, no sentido político, chamou de Constituição. Constituição formal: não importa o conteúdo da norma, e sim a forma com que foi introduzida no ordenamento jurídico. Assim, as normas constitucionais seriam aquelas introduzidas pelo poder constituinte, soberano, por um processo legislativo mais rígido. OBS.: Com relação aos sentidos material e formal, a doutrina ensina que o Brasil adota um critério misto, uma vez que admite a incorporação de tratados internacionais de direitos humanos como emendas constitucionais (art. 5º, §3º da CF/88). Constituição Garantia: De texto reduzido (sintética), busca precipuamente garantir a Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 5 limitação dos poderes estatais frente aos indivíduos. Constituição Dirigente: Caracterizada pela existência, em seu texto, de normas programáticas (de cunho eminentemente social), dirigindo a atuação futura dos órgãos governamentais. Normas Constitucionais: são regras e princípios que podem ser encontradas no texto da CF/88. São normas que o Legislador Constituinte elegeu como constitucional, estruturando o Estado e limitando sua atuação por meio de direitos e garantias fundamentais. Ao analisar as normas constitucionais podemos perceber que elas apresentam diferentes graus de eficácia jurídica e aplicabilidade. Apesar de todas as normas de certa forma possuírem eficácia jurídica, elas se diferenciam quanto ao grau dessa eficácia e quanto à sua aplicabilidade. O entendimento é que todas as normas são autoaplicáveis, sendo diferente o grau de aplicabilidade a depender da norma. Conforme José Afonso da Silva as normas constitucionais são classificadas da seguinte forma: 1) Normas de eficácia plena; 2) Normas de eficácia contida; 3) Normas de eficácia limitada. Normas Constitucionais de Eficácia Plena: são aquelas que já produzem todos os seus efeitos jurídicos de forma integral, desde a entrada em vigor da Constituição, independentemente da ação do legislador infraconstitucional. As normas de eficácia plena são normas consideradas autoaplicáveis ou auto executáveis, uma vez que não dependem de legislação posterior para sua aplicabilidade integral, não podendo sofrer restrições em suas regras e preceitos normativos. Exemplo: CF/88, Art. 2˚ - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Normas de eficácia plena possuem aplicabilidade direta, imediata e integral. Normas Constitucionais de Eficácia Contida: são aquelas que possuem todos os elementos necessários à imediata produção de seus efeitos, mas admitem que esses efeitos possam ser restringidos pela legislação infraconstitucional. Enquanto não editada a legislação infraconstitucional a norma permanece no mundo jurídico com sua eficácia de forma plena. Exemplo: CF/88, Art. 5˚, XIII - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendida às qualificações profissionais que a lei estabelecer. Normas de eficácia contida possuem aplicabilidade direta, imediata e restringível. Normas Constitucionais de Eficácia Limitada: não são aptas a produzirem, por si sós, a plenitude de todos os seus efeitos jurídicos, sendo, portanto, indispensável a edição de uma legislação infraconstitucional requerida no próprio texto da norma. Enquanto não editada a lei infraconstitucional, a norma de eficácia limitada é dotada apenas de eficácia negativa uma vez que produz o efeito jurídico da observância da compatibilidade de toda a legislação infraconstitucional à ela. Exemplo: CF/88, Art.5˚, XXXII - O estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. Nesse caso, se o Código de Defesado Consumidor, não tivesse sido elaborado pelo legislador, a norma citada não poderia ser aplicada. Normas de eficácia limitada possuem aplicabilidade indireta, mediata e complementável. Diante da omissão do Poder Legislativo em editar leis que sejam necessárias para que o indivíduo goze efetivamente de seus direitos, é possível ajuizar um mandado de injunção ou uma ação de inconstitucionalidade por omissão a fim de assegurar a elaboração da referida lei. As normas constitucionais de eficácia limitada podem ser subdivididas em: normas de princípio institutivo e normas de princípio programático. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 6 Normas de Princípio Institutivo: são normas que trazem apenas um direcionamento geral que orientam o legislador a organizar ou instituir órgãos, instituições ou entidades. A natureza dessas normas é basicamente organizativa e regulativa. Exemplo na CF/88: CF/88, Art. 88 - A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública. Normas de Princípio Programático: são normas que direcionam a atuação do Estado, instituindo programas de ação governamental. São normas limitadas a dispor sobre metas, princípios e diretrizes a serem cumpridas, buscando a realização dos anseios da sociedade. Tais normas não são necessariamente voltadas para o indivíduo, uma vez que tem como destinatários os próprios órgãos estatais. Exemplo na CF/88: CF/88, Art.3˚- Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 3. PODER CONSTITUINTE: FUNDAMENTOS DO PODER CONSTITUINTE; PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO; REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAIS; LIMITAÇÃO DO PODER DE REVISÃO; EMENDAS À CONSTITUIÇÃO. O PODER CONSTITUINTE é aquele capaz de editar uma Constituição, estabelecendo uma organização jurídica fundamental, dando forma ao Estado, constituindo poderes e criando normas de exercício de governo, tal qual o estabelecimento de seus órgãos fundamentais, os limites da sua ação e as bases do ordenamento econômico e social. O titular desse poder é o Povo, representados por um órgão colegiado (Assembleia Constituinte). A legitimação destes é a representação da democracia de um Estado soberano. O Poder Constituinte causa um rompimento com a ordem jurídica anterior, fazendo com que o Estado precedente à que o povo estava sendo submetido seja substituído por uma nova legitimação maior, através de sua Carta Magna. Quanto à Natureza Jurídica do Poder Constituinte, os positivistas acreditam que é um poder político, que tem a sua força extraída não de normas jurídicas, mas de forças sociais consolidadas, sendo um poder de Fato. Já para os jusnaturalistas, o poder Constituinte está acima do direito positivo, sendo um direito inato do homem, partindo do seu direito natural que é eterno, universal e imutável. Existem, para tanto, duas formas de manifestação do Poder Constituinte: o Poder Originário e o Poder Derivado. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: é aquele responsável pela criação integral de uma nova Constituição, inaugurando uma nova ordem jurídica. Este tem várias características, sendo ele: a) Inicial, porque inicia uma nova ordem jurídica, posto que também é chamado de Poder Constituinte Genuíno ou de Primeiro Grau; b) Ilimitado, porque não sofre qualquer limite anterior, ao passo que pode desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento vigente anterior; c) Autônomo, da forma que só cabe a ele estruturar os termos da nova Constituição; d) Incondicionado e Permanente, por conta de não se submeter a nenhum processo predeterminado para sua elaboração, bem como que não se esgota com a realização da nova Constituição, podendo o legislador deliberar a qualquer momento pela criação de uma nova. Sob uma perspectiva subjetiva, o Poder Constituinte Originário é exercido quando o povo é titular do seu poder, conforme preleciona o Art. 1˚ da CF/88 (visão de Rosseau). Para Emmanuel Joseph Sieyès, cuja obra mais importante foi o panfleto Qu'est-ce que le tiers état, o titular do poder é a Nação. Doravante, quando o Poder Constituinte não é exercido pelos seus titulares de Direito, sendo exercido por entes estranhos, como a Igreja, Militares, Grupos econômicos e etc. o poder passa a ser ilegítimo. Sob uma perspectiva objetiva, a Assembleia Constituinte não tem liberdade de criar normas de maneira esparsa, injustificada, mas somente àquelas que correspondam a realidade jurídica e cultural da sociedade à que estão inseridas, sendo um reflexo do seu Povo e da sua ordem natural. Esse é o pensamento de José Joaquim Gomes Canotilho. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 7 PODER CONSTITUINTE DERIVADO: é o poder já estabelecido na própria Constituição pelo poder Originário, que está inserido com o objetivo de legitimar a sua alteração quando necessária. Conforme ensina Manoel Gonçalves Ferreira Filho: Embora grupo constituinte algum cuide de preparar a substituição da ideia de direito que incita a agir, a experiência faz prever a necessidade futura de alterações ou complementações no texto que edita. Por isso é que dispõe sobre a revisão da Constituição, atribuindo a um poder constituído o direito de emendá-la. Esse poder instituído goza de um Poder Constituinte Derivado do originário. Sua Modalidade principal é o poder de modificar formalmente a Constituição. O Poder Constituinte Derivado tem várias formas, podendo ser reformador, revisor ou decorrente. Poder constituinte derivado reformador: é poder responsável pela alteração e ampliação do texto constitucional, que se manifesta através das emendas constitucionais, bem como os tratados de Direitos Humanos com força de emenda constitucional. A titularidade desse poder emana do povo, que, por sua vez, será representado pelo Congresso Nacional (Art. 60, CF/88). Tem por principais características ser: a) Subordinado, porque retira a sua força do poder originário, previamente estabelecido; b) Limitado, porque tem os seus limites definidos pelo poder originário, que estabeleceu o texto base constitucional; c) Condicionado, sendo que o seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas na Constituição. Esta forma de reforma está subordinada a diversas limitações materiais quando ao seu procedimento, devendo seguir diversos requisitos para a sua legitimidade, sendo estes a: a) Iniciativa: são titulares para apresentarem o projeto de emenda constitucional (Art. 60, I a III, CF/88): o Presidente da República; 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou 1/3 dos membros do Senado Federal; mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades dos Estados, cada uma delas, manifestando-se pela maioria relativa dos seus membros. b) Deliberação: a proposta deve ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em 2 (dois) turnos, sendo aprovada se obtiver, em ambas, 3/5 dos votos dos respectivos membros, ou seja, a maioria qualificada(Art. 60, §2, CF/88). c) Promulgação: as emendas são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. O Poder constituinte derivado reformador está sujeito a limites, estes que tratam tanto da matéria do conteúdo da emenda, até os procedimentos formais da promulgação, são estes os limites: a) Material, ao passo que é proibido ser matéria de emenda constitucional a abolição das chamadas "cláusulas pétreas" (forma federativa do Estado; voto direto, secreto, universal e periódico; separação dos Poderes e direitos e garantias individuais - Art. 60, §4, CF/88); b) Circunstancial, é defeso que a Constituição Federal seja alterada durante diversas situações em que o Estado esteja vivendo, como a vigência do estado de sítio, estado de defesa ou intervenção federal (Art. 60, §1, CF/88); c) Temporal, ao passo que uma proposta de emenda constitucional é rejeitada ou prejudicada, a mesma matéria não pode ser tratada através de nova proposta até nova sessão legislativa (Art. 60, §5, CF/88). Poder constituinte derivado revisor ou revisional: encontra normatividade no Art. 3˚ da ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias), que dispõe sobre a necessidade do Congresso Nacional realizar uma "revisão constitucional" após 5 (cinco) anos da promulgação da Constituição Federal. É um poder de revisar a Constituição por um processo legislativo menos dificultoso à forma das emendas constitucionais. Tem eficácia exaurível, ao passo que fora realizada em 1993, originando 6 (seis) emendas de revisão. Logo, este poder não mais poderá ser exercido, sendo que qualquer mudança na Constituição Federal atualmente só poderá ser feito através de emendas, pelo poder Reformador. Poder constituinte derivado decorrente: trata-se do poder de cada Estado- Membro (unidade federativa) em criar a sua própria Constituição estadual, sendo, todavia, respeitada a supremacia da Constituição Federal. Cada Assembleia Legislativa, com os poderes constituintes definidos, deveriam elaborar a sua Constituição do Estado dentro do prazo de 1 (um) ano, à partir da promulgação da Constituição Federal. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 8 Difere o Distrito Federal, que, de acordo com o art. 32 da CF/88, se auto-organizar através de leis orgânicas, votadas em 2 (dois) turnos com intervalo mínimo de 10 (dez) dias, aprovada por 2/3 da Câmara Legislativa. 4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: CONCEITO; SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. 4.1 INCONSTITUCIONALIDADE: INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO E INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. 4.2 SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade consiste num instrumento capaz de fazer prevalecer a supremacia das normas constitucionais, retirando do ordenamento as normas inferiores que as contrariem, suprindo a ausência da lei ou declarando a sua constitucionalidade, interpretando conforme a Constituição ou ainda garantindo o cumprimento de preceitos fundamentais. 1) Premissas: a) Existência de uma Constituição Formal e Rígida; b) Constituição como norma jurídica fundamental; c) Órgão apto a realizar o controle; d) Sanção para a norma que viola a Constituição. QUANTO A NORMA VIOLADA: Material ou nomoestática: diz respeito ao conteúdo veiculado pela lei, que está incompatível com as normas constitucionais (incompatibilidade vertical). Ex.: uma lei pena é publicada, determinando a majoração da pena de um crime com eficácia retroativa (incide sobre fatos anteriores a sua vigência). Tal hipótese denota clara violação ao art. 5º, XL, CF. Outro exemplo ocorre quando determinada lei viola o princípio da proporcionalidade (ou da proibição do excesso). Formal ou nomodinâmico: consiste no desrespeito ao devido processo legislativo, isto é, a criação da norma não seguiu o regramento previsto constitucionalmente. QUANTO AO MOMENTO: Preventivo ou prévio: ocorre quando o projeto de lei está em tramitação no Congresso, durante o processo de formação, desde que anterior à publicação. Os três poderes efetuam um controle preventivo: Poder Legislativo: por meio da Comissão de Constituição e Justiça. Comissão Permanente que analisa a constitucionalidade de projetos de lei. Poder Executivo: o Presidente da República pode vetar projeto de lei, devendo justificar/motivo do veto. O Presidente da República pode realizar o veto jurídico. O Presidente da República veta o projeto de lei tendo em vista a inconstitucionalidade deste. Poder Judiciário: O Poder Judiciário poderá realizar controle de constitucionalidade no curso do processo legislativo por meio de um Mandado de Segurança, a ser interposto originariamente no STF, por qualquer parlamentar. Repressivo ou posterior: tem por base uma lei ou emenda constitucional, e não mais o seu projeto. Após a publicação, admite-se, a qualquer tempo de vigência da lei, o controle repressivo de constitucionalidade. Os três poderes efetuam o controle posterior ou repressivo: Poder Legislativo: No que diz respeito às Medidas Provisórias. Quando o Presidente da República edita uma medida provisória. O Congresso Nacional poderá entender que tal medida é inconstitucional e não convertê-la em lei. Poder Executivo: O Presidente da República quando deixa de cumprir uma lei por entender que a lei é inconstitucional. Poder Judiciário: regra no Brasil. Sistema Jurisdicional Misto. O Controle de Constitucionalidade poderá ser realizado sob forme de controle difuso e controle concentrado. SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: O controle difuso confere a todos os magistrados a competência para efetuar o controle de constitucionalidade, ao passo que, no controle concentrado, somente o STF é legítimo para controlar a constitucionalidade dos atos em face da Constituição Federal. Por isso, no Brasil, o sistema de controle de constitucionalidade é misto, pois permite a realização tanto do controle difuso, como concentrado. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 9 Controle difuso: o controle de constitucionalidade possibilita, no exercício da Jurisdição, que todos os juízes e tribunais verifiquem no caso concreto a constitucionalidade de determinada lei ou ato normativo. Em outras palavras, eles possuem a competência para afastar a aplicação da lei, na hipótese desta se mostrar inconstitucional in concreto. Efeitos da decisão como regra são inter partes e ex tunc (retroativo). O efeito ex tunc admite modulação de efeitos. O efeito inter partes pode ser convertido em efeito erga omnes? Sim. Por meio da atuação do Senado. (Art. 52, X, CF/88). Em 2017, o STF no Informativo 886, aduziu que tal norma sofreu mutação constitucional. Pode-se dizer que o STF passou a adotar a teoria da abstrativização do controle difuso? SIM. Apesar de essa nomenclatura não ter sido utilizada expressamente pelo STF no julgamento, o certo é que a Corte mudou seu antigo entendimento e passou a adotar a abstrativização do controle difuso. Em uma explicação bem simples, a teoria da abstrativização do controle difuso preconiza que, se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitosdo controle concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. Para essa corrente, o art. 52, X, da CF/88 sofreu uma mutação constitucional e, portanto, deve ser reinterpretado. Dessa forma, o papel do Senado, atualmente, é apenas o de dar publicidade à decisão do STF. Em outras palavras, a decisão do STF, mesmo em controle difuso, já é dotada de efeitos erga omnes e o Senado apenas confere publicidade a isso. Controle Difuso nos Tribunais: Como regra: qualquer juiz ou tribunal pode realizar o controle difuso de constitucionalidade. Exceção: Art. 97 da CF/88: Cláusula de Reserva de Plenário: impede que órgãos fracionários de Tribunais (Turmas ou Câmaras) declarem a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos. Nos Tribunais, a declaração de inconstitucionalidade somente poderá ser declarada pelo Pleno ou pelo Órgão Especial por maioria absoluta. Exceções: em que a Turma ou Câmara pode declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Art. 949, parágrafo único do CPC. Esse incidente pode ser suscitado pelo autor, pelo réu, pelo MP e pelo Juiz de ofício. Controle concentrado: no sistema concentrado, o controle de constitucionalidade é exercido por um único órgão ou por um número limitado de órgãos criados especificamente para esse fim ou tendo nessa atividade sua função principal. No Brasil, é legitimo o STF para efetuar o controle concentrado em face da Constituição Federal, por exemplo, por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Já em face da Constituição Estado, os Tribunais de Justiça do respectivo Estado serão os competentes. Ações do controle de controle concentrado de constitucionalidade: Compostas em rol taxativo, eis as ações do controle concentrado a serem estudadas: ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade. (Art. 102, inciso I, alínea “a”, da CF) ADC - Ação Declaratória de Constitucionalidade. (Art. 102, inciso I, alínea “a”, da CF) ADPF - Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. (Art. 103, §2º, da CF) ADO - Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. (Art. 102, §1º, da CF) ADI Interventiva - Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva. (Art. 36, inciso III, da CF) Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC): ADI e ADC aspectos comuns: Caráter súplice ou ambivalente. Quando a ADI é julgada procedente, significa que a lei é inconstitucional. Quando a ADC é julgada procedente, significa que a lei é constitucional. Base constitutional: Art. 102, I, a, da CF/88. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 10 Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Base legal: Lei 9.868/99. Competência: STF. Parâmetro: CR/88 e Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos. Legitimidade: quem pode propor. Não é autor, não existem partes, não existe lide e não existe caso concreto. O processo é objetivo. Art. 103, CF/88 – rol taxativo e concorrente. Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. A perda superveniente de representação do partido político no congresso não leva à extinção da ação, uma vez que a aferição da legitimidade é feita somente no momento da propositura da ADI e ADC. Confederação sindical, no direito do trabalho brasileiro, é uma organização sindical que reúne federações sindicais de uma mesma categoria econômica ou profissional, em um número mínimo de três. A necessidade de comprovação da pertinência temática é colocada como requisito para a propositura da ADI e ADC de três legitimados: 1) a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 2) o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 3) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. São chamados legitimados ativos especiais. Os demais são chamados legitimados ativos universais. Consoante, o art. 5º da Lei 9.868/99, proposta a ADI e ADC, não pode o legitimado dela desistir. Do mesmo modo, não pode o autor da ação desistir do pedido de medida cautelar. § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. Participação do PGR (ouvido na condição de fiscal da ordem jurídica). Nas ações propostas por ele mesmo, inclusive. Intervenção de terceiros: em regra, não. Exceto: amicus curiae. § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. § 4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Cabe tutela de urgência: - Na ADI, suspensão da lei. - Na ADC, a lei questionada é objeto de polêmica (causando insegurança jurídica), o objetivo da tutela de urgência é suspender os processos que tenham como objeto a lei questionada na ADC. Conforme se depreende do art. 7º da Lei 9.868/99, não será possível, no curso da ADI, assistência, a oposição, a denunciação da lide, a nomeação à autoria e o chamamento ao processo. Não confundir tal vedação com a possibilidade do amicus curie. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 11 Indeferimento da inicial: decisão monocrática do Relator - agravo interno (regimental) Decisão final da ADI: não há instancia superior para recorrer de decisão do Plenário do STF. Cabível somente Embargos de Declaração. Igualmente, não cabe ação rescisória. Quórum de instalação: 8 Ministros. Quórum de julgamento: 6 Ministros (votação por maioria absoluta) Efeitos da decisão final: - efeitos erga omnes: a eficácia erga omnes abrange todas as pessoas que vivem a norma e órgãos que a ela estão submetidos. - efeitos ex tunc: retroage ao nascedouro da lei. Quando se aplica o efeito ex tunc, de modo a retirar a norma do ordenamento jurídico, como se ela nunca tivesse existido, afirma-se que a decisão produziu efeito ablativo. Excepcionalmente, pode haver a modulação de efeitos.Com base no art. 27 da Lei nº 9.868/99, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de 2/3 de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Essa é a chamada “modulação dos efeitos da decisão” ou “concessão de efeitos diferidos no tempo” ou “decisão de inconstitucionalidade com ablação diferida”, em que a Suprema Corte tem liberdade para alterar os efeitos que serão produzidos pela declaração da inconstitucionalidade, determinando, por exemplo, que a eficácia da decisão tenha efeitos ex nunc (não retroage). Aspectos específicos da ADI: Objeto: ADI ADC Lei ou ato normativo federal ou estadual. Lei ou ato normativo federal - Espécies normativas primárias. (Art. 59 da CF). Editados após 05 de outubro de 1988, e em vigor. Leis distritais, na competência estadual, podem ser objeto. - Tratados internacionais (independentemente da forma de incorporação). - Resoluções do CNJ e CNMP. - Resoluções do TSE. - Decretos autônomos. Exceções: STF admitiu ADI em face de lei revogada: - fraude processual – info 515 - conteúdo da nova lei é idêntico à lei objeto da ADI - info 824 - Lei estadual revogada e o STF não sabe - info 845 Participação AGU – curador da constitucionalidade da lei – defesa. (Na ADC não há participação do AGU, pois não há o que se defender). Não é obrigatório defender a lei. Pedido: congruência ou adstrição ao pedido Causa de pedir: aberta – STF pode declarar a inconstitucionalidade com base em outros dispositivos da CR/88. Exceção: declaração de inconstitucionalidade de oficio!! Inconstitucionalidade por arrastamento. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – ADC: Aspectos específicos da ADC: A ADC, que cobra posição do STF sobre o ajuste de norma federal à Constituição. A intenção é resolver incerteza gerada por leituras diferentes entre Tribunais. Se a lei é julgada procedente, juízes não podem mais se negar a aplicá-la sob pretexto de que seria inconstitucional. Competência: O órgão competente para apreciar a Ação Declaratória de Constitucionalidade é o STF de acordo com o artigo 102, I, a, da Constituição Federal de 1988. Legitimados: serão os mesmos da ADI. Objeto: Lei ou ato normativo federal Procedimento: O procedimento na Ação Declaratória de Constitucionalidade é o mesmo a ser seguido que na Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica, Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 12 só que aqui o Advogado-Geral da União não será citado, visto que não há ato ou texto impugnado. É vedada a intervenção de terceiros e a desistência da ação após a sua propositura. A decisão é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo ser objeto de ação rescisória. Na ADC, é requisito obrigatório a demonstração de controvérsia relevante sobre a norma objeto da demanda (art. 14, III da Lei 9.868/99). A decisão da ADC, por maioria absoluta dos membros do STF, também produz efeitos “erga omnes” (contra todos), “ex tunc” (retroage) e vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e Poder Executivo. Não produz efeito vinculante apenas em relação ao Poder legislativo. Tendo em vista que quando o Supremo Tribunal Federal decide a ADC decide também a prejudicial em todos os processos concretos, haverá diversidades processuais nos processos concretos: a) Se o juiz não tinha decidido: não decidirá mais, irá se reportar ao que o STF já decidiu, julgando a ação improcedente. b) Se o juiz tinha decidido pela inconstitucionalidade e transitou: o efeito vinculante não tem força capaz de rescindir automaticamente a sentença transitada em julgado, mas pode servir de fundamento para ação rescisória e cabe liminar. c) Se o juiz já tinha decidido pela constitucionalidade, mas não transitou. Houve recurso e a decisão do STF sobre a prejudicial foi pela constitucionalidade: O Tribunal confirma a decisão do Juiz, aplicando a decisão do STF no recurso da parte. d) Se o juiz tinha decidido pela inconstitucionalidade, mas não transitou. Houve recurso e a decisão do STF sobre a prejudicial foi pela constitucionalidade: O Tribunal irá desfazer a decisão do juiz. Medida Cautelar Competência – a competência para decidir sobre a medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade cabe ao Supremo Tribunal Federal. Legitimidade - Os mesmos legitimados. A medida cautelar sempre será incidental, nunca preparatória. Concessão da medida - O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objetivo da ação até seu julgamento definitivo. (art. 21 da Lei 9868/99). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – ADO: A ADO volta-se para o controle das omissões inconstitucionais, se a autoridade responsável pela edição do ato normativo prevista na Constituição deixa de elaborá-lo. O que enseja a ADO é a lesão à efetividade de norma constitucional. Base constitucional: Art. 103, § 2º, da CF. § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. A omissão poderá ser total ou parcial: Omissão total: não há, efetivamente, norma que regulamente o direito previsto na constituição. Omissão parcial: existe a lei regulamentadora, mas ela não é suficiente. Finalidade da ADO: combater a “síndrome da efetividade das normas constitucionais”. Objeto da ADO: normas constitucionais de eficácia limitada não regulamentadas. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 13 Proposição: Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Procedimentos: A petição inicial da Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão indicará: a) a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; b) o pedido, com suas especificações. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Proposta a ação diretade inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência. Os titulares legitimados poderão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar memoriais. O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações. Efeitos da decisão: Declarada a inconstitucionalidade por omissão imputada a órgão administrativo: providencias devem ser adotadas em 30 dias. Declarada a inconstitucionalidade omissão imputada ao Legislativo: não existe prazo. É dada ciência ao Poder Legislativo. Alteração de entendimento do STF – ADO 25, de 30/11/2016 – adoção da tese concretista intermediária, pois estabelece um prazo para que a omissão seja sanada. Se a lei não for elaborada dentro do prazo, será viabilizado o exercício do direito. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - ADFP: A ação pode questionar o ato normativo apenas em face de preceitos tidos como essenciais à CF, o que reduz o alcance ante a ADI, apta a contestar qualquer ponto. Também só pode ser proposta caso a questão não se adeque a nenhum dos três outros dispositivos, conforme o princípio da subsidiariedade. A ADPF é, ainda, o meio pelo qual o STF aprecia lei anterior à Constituição vigente e lei municipal de especial relevância e que afete valor fundamental. Base legal: Lei 9.882/99 Base constitucional: art. 102, §1º, da CF. § 1º A aplicação dos recursos remanescentes, por opção a ser exercida por Estados, Distrito Federal e Municípios, por ato do respectivo Poder Executivo, observada a ordem de preferência dos credores, poderá ser destinada ao pagamento mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 14 com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado. (Numerado do parágrafo único pela Emenda constitucional nº 99, de 2017) Conceito de preceito fundamental: pode-se conceituar preceito fundamental como toda norma constitucional – norma princípio ou norma regra – que serve de fundamento básico para a conformação e preservação da ordem política e jurídica do Estado. Pode determinar como preceito fundamental: - os princípios fundamentais (art. 1º a 4 da CF); - os direitos e garantias fundamentais (art. 5º a 17 da CF); - as cláusulas explícitas e implícitas; - os princípios constitucionais sensíveis (art. 34, inciso VII, da CF); - os princípios gerais da atividade econômica (art. 170 da CF). Espécies de ADPF: ADPF autônoma: prevista no art.1º, caput, da Lei nº 9.882/99, pode ser manejada sempre que a finalidade for evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. ADPF incidental: prevista no art. 1º, parágrafo único, da Lei 9.882/99, será manejada sempre que for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo. O relevante fundamento da controvérsia constitucional se comprova, pela existência de um número expressivo de processos análogos, pela gravidade ou relevância da tese em discussão, ou ainda por seu alcance social, econômico, cultural e político. ADPF autônoma ADPF incidental Natureza Processo objetivo Processo subjetivo- objetivo Necessidade de uma ação ordinária Não tem qualquer vinculação com uma ação ordinária. Deve haver ação ordinária em curso (caso concreto) por ser a ADPF incidental. Petição inicial Sem qualquer requisito extra. Deve provar a existência de controvérsia judicial relevante. Partes Legitimadas: As partes legitimadas para propor a arguição de descumprimento de preceito fundamental serão os legitimados para a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) sendo: a) o Presidente da República; b) a Mesa do Senado Federal; c) a Mesa da Câmara dos Deputados; d) a Mesa de Assembleia Legislativa; e) o Governador de Estado; f) a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; g) o Governador de Estado ou do Distrito Federal; h) o Procurador-Geral da República; i) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; j) partido político com representação no Congresso Nacional; l) confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Faculta-se ao interessado, mediante representação, solicitar a propositura de arguição de descumprimento de preceito fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os fundamentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo. Procedimento: Proposta a ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo Tribunal Federal, por um dos legitimados, deverá o relator sorteado analisar a regularidade formal da petição inicial que deverá conter: a) a indicação do preceito fundamental que se considera violado; b) a indicação do ato questionado; c) a prova da violação do preceito fundamental; d) o pedido, com suas especificações; e) se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. Indeferimento: Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 15 Liminarmente, o relator, não sendo o caso de arguição, faltante um dos requisitos apontados, ou inepta a inicial, indeferirá a petição inicial, sendo cabível o recurso de Agravo, no prazo de cinco dias, para atacar tal decisão. Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade, aqui aplica-se o princípio da subsidiariedade em que o condiciona o ajuizamento da ação que para ser proposta não deverá existir qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade, o que já está pacificado pelo Supremo Tribunal Federal este tema. Concessão de Liminar pelo STF: O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental. Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias. A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. Apreciado o pedido de liminar,o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias. Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo. Julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: Decorrido o prazo das informações, ou seja, dez dias, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os ministros, e pedirá dia para julgamento. O Ministério Público, nas arguições que não houver formulado, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para informações. A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito fundamental somente será Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União. A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 16 O artigo 18 da Constituição Federal de 1988 estabelece que a organização político- administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Munícipios, todos autônomos. Regra geral, nenhum ente federativo deverá intervir em qualquer outro. No entanto, a Constituição Federal traz exceções à regra, o que estabelece situações em que haverá a intervenção. A União intervirá nos Estados, Distrito Federal, nas hipóteses previstas no artigo 34 da Constituição Federal, e nos Municípios localizados em Território Federal (hipótese do artigo 35 da Constituição Federal) e ainda os Estados poderão intervir nos Municípios (hipótese do artigo 35 da CF/88. A Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva apresenta-se como um dos pressupostos para a decretação da intervenção federal, ou estadual, pelos Chefes do Executivo, Presidente da República (art. 34 da CF/88) e Governador de Estado (artigo 35 da CF/88). O Poder Judiciário não dá nulidade ao ato, mas apenas verifica se estão presentes os pressupostos para a futura decretação da intervenção pelo Chefe do Executivo. 1. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva Federal Objeto: Cumpre Ressaltar que a decretação da intervenção dependerá de provimento do Supremo Tribunal Federal, de acordo com que estabelece o artigo 36 inciso III primeira parte da CF/88, e de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do artigo 34, inciso VI da CF/88. O objeto é a lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato governamental estaduais que desrespeitem os princípios sensíveis da Constituição Federal. Princípios Constitucionais: Aplicam-se a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva os princípios elencados no artigo 34 inciso VII da CF, quando a lei de natureza estadual (ou distrital de natureza estadual) contrariar: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Competência: A competência para processar e julgar a Ação Direta Interventiva é do Supremo Tribunal Federal. Legitimidade: Cabe ao Procurador-Geral da República. Procedimento: A ação direta interventiva é proposta pelo Procurador-Geral da República, no Supremo Tribunal Federal, quando lei ou ato normativo de natureza estadual (ou distrital de natureza estadual), ou omissão, ou ato governamental contrariem os princípios constitucionais previstos no artigo 34 inciso VII da Constituição Federal, julgada procedente a ação por maioria absoluta, o STF requisitará ao Presidente da República, nos termos do artigo 36 § 3º, por meio de decreto, limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado. Caso essa medida não seja suficiente para o restabelecimento da normalidade, aí, sim, o Presidente da República decretará a intervenção federal, executando-a com a nomeação de interventor e afastando as autoridades responsáveis de seus cargos. 2. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva Estadual No artigo 35 inciso IV da Constituição Federal estabelece a intervenção estadual, que será decretada pelo Governador de Estado, e dependerá do Tribunal de Justiça local de representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou decisão judicial. Objeto: Tem como objeto lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato governamental municipais que desrespeitem os princípios previstos na Constituição Estadual. Competência: Compete ao Tribunal de Justiça de cada Estado através de seu órgão especial. Legitimidade Ativa: Cabe ao Procurador Geral de Justiça, conforme previsto no artigo 129, IV da Constituição Federal de 1988. Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 17 Procedimento: O Procurador-Geral de Justiça propõe a ação perante o Tribunal de Justiça quando a lei ou ato normativo, ou omissão, ou ato governamental de natureza municipal contrariem os princípios na Constituição Estadual, julgada procedente a ação, o Presidente do Tribunal de Justiça comunicará a decisão ao Governador do Estado para que concretize a intervenção estadual. 5. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE; DIREITOS SOCIAIS; NACIONALIDADE; CIDADANIA E DIREITOS POLÍTICOS; PARTIDOS POLÍTICOS; GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS; GARANTIAS DOS DIREITOS COLETIVOS, SOCIAIS E POLÍTICOS; AÇÕES CONSTITUCIONAIS: HABEAS CORPUS. HABEAS DATA. MANDADO DE SEGURANÇA. MANDADO DE INJUNÇÃO. AÇÃO POPULAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil,formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS: (SO CI DI VA PLU) I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Federativa do Brasil: (CO-GA-ERRA-PRO) I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege- se nas suas RELAÇÕES INTERNACIONAIS pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- americana de nações. Dos Direitos e Garantias Fundamentais DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Para o STF deve ser feita uma interpretação extensiva do caput para incluir os estrangeiros não residentes no Brasil. Ex.: turistas. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (PRINCÍPIO DA LEGALIDADE) III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 18 VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (ESCUSA DE CONSCIÊNCIA) IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as ASSOCIAÇÕES só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as ENTIDADES ASSOCIATIVAS, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus FILIADOS JUDICIAL OU EXTRAJUDICIALMENTE; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de IMINENTE PERIGO PÚBLICO, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesseparticular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 19 XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do RACISMO constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da TORTURA , O TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E DROGAS AFINS, O TERRORISMO e os definidos como CRIMES HEDIONDOS, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui CRIME INAFIANÇÁVEL E IMPRESCRITÍVEL a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por CRIME POLÍTICO ou DE OPINIÃO; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Licenciado para Reginaldo Ferreira Da Silva - 05165408663 - Protegido por Eduzz.com 20 LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
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