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criminalistica e medicina legal

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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
1 
Criminalística 
� Local de Crime 
� Metodologia da Investigação Criminal 
� Vestígios 
� Manchas 
� Sangue 
� Impressões 
� Indícios 
� Perícia 
� Laudo Pericial 
� Local de Crime 
� Levantamento 
� Isolamento 
� Classificação 
� Subdivisão 
� Elementos comuns a todos tipos de crime 
� Aspectos a serem observados 
� Espécie 
� Exames 
 
Criminalística: 
 
Conceito: conjunto de conhecimentos que estuda o 
crime e as circunstâncias por ele produzido, tendo 
por finalidade produzir a prova material. 
 
Prova Material: conjunto de elementos necessários 
a elucidação do delito, sem deixar dúvidas da 
maneira de como ocorreu. 
 
Prova Pericial: É a prova material após analisada. 
 
Inter-relação entre a Criminalística e outras 
ciências: 
 
A Criminalística é um sistema multidisciplinar, 
mantém inter-relação com diversas ciências tais 
como a física, química, biologia, medicina, 
odontologia, matemática, antropologia e outras, 
como subsídio na elucidação dos delitos. 
 
Metodologia da Investigação Criminal 
 
 O objetivo da investigação é a descoberta 
dos crimes e dos seus agentes; 
 
Quando a autoridade policial toma conhecimento de 
um fato delituoso, é dever dessa autoridade verificar 
se esse fato integra alguma infração penal, para de 
imediato instaurar o competente inquérito; 
 
Quando o fato denunciado não constituir infração 
penal, a investigação não pode e nem deve 
prosseguir. 
Constatado que o fato é delituoso, a investigação 
prossegue até o esgotamento legal; 
A investigação deve procurar e esgotar todas as 
circunstâncias inerentes ao fato delituoso, objeto do 
crime; 
É sabido que cada crime tem uma investigação 
adequada, ao proceder ao recolhimento dos 
vestígios e indícios da atividade criminosa, deve ser 
feito com o caráter particular de cada crime, os 
delitos impõe normas especifica de investigação. 
 
O crime é um ato humano de natureza voluntária 
O objeto do crime é a pessoa ou coisa sobre a qual 
incide a ação criminosa. 
Através do objeto do crime é que dá origem as 
perícias, que tem como objetivo determinar os efeitos 
que a atividade criminosa produziu. 
 
A ação criminosa do agente é produzida em certa 
data e em determinado lugar, que dependem de uma 
série de circunstâncias decisivas para averiguação 
total e poder levar a elucidação. 
 
O exame do local do crime revela vestígios deixados 
pela própria identidade do criminoso, além de 
fornecer outras informações úteis a sua elucidação; 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
2 
O efeito do crime, também chamado de resultado, é 
determinado pericialmente; 
 
Metodologia da Investigação Criminal 
Pelos exames dos instrumentos do crime e dos 
vestígios pode-se determinar a identidade do 
criminoso; 
 
O “modus operandi”, ou seja, a maneira e a 
espécie como foi praticado o delito, são pormenores 
que não devem ser esquecidos para determinar o 
perfil do criminoso. 
 
Elementos comuns a todos os tipos de crime 
 O agente ativo 
 A vontade do agente ativo 
 O agente passivo ou vitimas 
 O objeto da incidência do crime 
 O tempo do crime 
 O lugar do crime 
 O resultado do crime 
 O instrumento do crime 
 O motivo determinante do crime 
 O fim do crime 
 
Agentes ativos: autores e có-autores 
Conforme nossa legislação penal, só o homem, 
pessoa física, pode ser criminoso; 
A responsabilidade criminal recai única e 
exclusivamente sobre o agente do crime. 
 
Elementos comuns a todos os tipos de crime 
 Vontade 
 Concepção 
 Deliberação 
 Decisão 
 Execução 
 Consumação 
 
Vontade: ato voluntário do agente do crime praticar 
o delito; 
 
Concepção: quando o criminoso tem uma idéia que 
julga possível realizar; 
 
Deliberaração: consiste em submeter os motivos a 
uma valorização por pesagem de vantagens; 
 
Elementos comuns a todos os tipos de crime 
 
Decisão: acaba o conflito de tendências psíquicas, 
aí o individuo toma a decisão de delinqüir; 
 
Execução: quando a vontade salta do foro intimo 
para o exterior, inicia-se a execução do crime, que só 
termina com a consumação; 
 
Consumação: o motivo e o fim consubstanciam o 
resultado desejado pelo delinqüente. 
 
Objeto do Crime: 
É a pessoa ou coisa sobre a qual incide a ação 
criminosa; 
 
Através do objeto do crime é que surgem as 
PERÍCIAS, cuja função é determinar todos os efeitos 
que a ação criminosa produziu. 
 
Base Legal da Prova Material: 
A prova material, portanto, assume real importância, 
como se observa nos artigos que prescrevem a sua 
aplicação no direito subjetivo (Código de Processo 
Penal, art. 386): 
 
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na 
parte dispositiva, desde que reconheça: 
I. estar provada a inexistência do fato; 
II. não haver prova da existência do fato; 
III. não constituir o fato infração penal; 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
3 
IV. não existir prova de ter o réu concorrido para a 
infração penal [...] 
 
Prova 
É a busca da verdade, ou o meio utilizado para a 
percepção de uma verdade, ou seja, tudo que pode 
conduzir a uma certeza Prova Material: É todo 
vestígio que ofereça a oportunidade de constatação, 
sujeitos ou não a realização de exames periciais, 
dependendo de análises especificas. 
 
Prova Pericial: Pode ser entendida como os 
elementos materiais diretamente relacionados à ação 
delituosa e que, após processados pericialmente, 
obtenha a certeza científica, ou não, da sua relação 
com o crime ou com seu autor. 
 
Prova Documental: É consubstanciada em um 
papel escrito ou registro por meio eletrônico, 
demonstrado um fato, onde a sua produção pode 
estar ou não vinculada à ação criminosa, ou ter 
algum tipo de relação, servindo para demonstrar fato 
alegado na investigação. 
A prova para ser legítima e valorizada depende dos 
vestígios, e da maneira como são coletados no local 
do delito, levando-se em conta os cuidados 
necessários, do acondicionamento adequado e do 
transporte para o órgão responsável pelo exame (IC, 
Laboratório). 
 
A Prova Pericial é dependente da qualidade das 
amostras, e dos cuidados a ela inerente. 
 
Esta qualidade depende dos processos de: 
 Coleta; 
 Acondicionamento; 
 Identificação; 
 Armazenagem; 
 Encaminhamento (transporte); 
 Entrega - Exame/Laboratório 
 
Classificação Prova: 
 
Diretas - São aquelas que mostram de maneira 
precisa, o que se procura esclarecer, permite 
conclusões, com o objetivo de constatar a existência 
do crime. (objetivas, materiais, periciais). 
 
Indiretas ou subjetivas - São chamadas indiciarias 
ou circunstanciais, as que dão a entender algum 
coisa relacionada com um crime, também 
denominada informativa. 
 
Complementares ou mistas: Possuem parcela de 
subjetividade: reprodução simulada, retrato falado, 
investigação da vida pregressa do acusado. 
 
Base Legal CPP (Código de Processo Penal): 
Art.6 - Logo que tiver conhecimento da prática da 
infração penal, a autoridade deverá: 
dirigir-se ao local, providenciando para que não se 
alterem o estado e conservação das coisas, até a 
chegada dos peritos. 
apreender os objetos que tiverem relação com o fato, 
após liberados pelos peritos. 
 
Prova 
Art.158 - quando a infração deixar vestígios será 
indispensável o exame do corpo de delito, direto ou 
indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. 
Art.169 - para efeito do exame do local onde houver 
sido praticada a infração, a autoridade providenciará 
imediatamente para que não se altere o estado das 
coisas até a chegada dos peritos, que poderão 
instruir os seus laudos com fotografias, desenhos ou 
esquemas. 
Parágrafo único: os peritos registrarão,no laudo, as 
alterações do estado das coisas e discutirão, no 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
4 
relatório, as conseqüências dessas alterações na 
dinâmica dos fatos. 
Art.175 - serão sujeitos a exames os instrumentos 
empregados para a prática da infração, a fim de 
verificar a natureza e eficiência. 
Art.182 - o juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo 
aceitá-lo ou rejeita-lo, no todo ou em parte. 
 
Elementos encontrados em Locais de Crime - 
Princípio da Troca de Locard: Intercomunicabilidade. 
 
Função da Perícia 
 Exame do Local 
 Levantamento dos vestígios e indícios; 
 Deteminação do(s) instrumento(s) do crime; 
 Determinação da maneira como o crime foi 
perpetrado; 
 Elaboração do Laudo Pericial. 
 Em última análise a Produção da Prova 
 
Exame do Local - Peritos 
 Levantamento fotográfico; 
 Elaboração do Croquis; 
 Busca de imprssões; 
 Coleta de material para estabelecer a 
sequência dos vestígios, indícios, para a 
formação da “prova”. 
 
No local de crime Fica a biografia, perfil e a 
identidade do criminoso; 
Cabe a polícia procurar e identificar o agente do 
crime; 
Não existe crime perfeito, existe crime mal 
investigado. 
 
Local de Crime - é o lugar onde ocorreu um crime 
ou uma infração penal.(Gilberto da Silva Porto); É 
toda área onde tenha ocorrido um fato que assuma a 
configuração de delito e que, portanto exige as 
providências da Polícia(Carlos Kendy); 
Os ingleses e americanos chamam de “the scene of 
crime” os franceses “le scêne du crime”, os 
espanhóis, argentinos e demais países que falam 
espanhol “el sitio del sucesso”, os jornais costuma 
chamar “teatro do crime”. 
 
Portanto, entende-se como local de crime a área 
onde se deu uma infração penal, que tenha deixado 
vestígios que, tecnicamente, conduzem à elucidação 
do delito; 
 
O levantamento do local do crime é a base para as 
investigações. Le Moyne Snyder acha que se uma 
investigação sobre homicídio termina em fracasso, a 
causa é o exame inadequado do local; 
 
Outros especialistas opinam ser os primeiros minutos 
de atividade em um local, decisivo, para 
determinação, com segurança do êxito ou fracasso 
da investigação. 
 
O local de crime, teoricamente, é o espaço físico 
onde ocorreu a ação delituosa, e onde são 
encontrados os vestígios e ou micro vestígios, que 
indicam o caminho a seguir na busca pela autoria do 
ilícito penal, ou a forma de agir do criminoso, que 
transformados em corpo de delito após a análise e 
identificação técnico-científica dos seus 
componentes vão perpetuar a prova material. Como 
conceitua (Rabelo) 
 
Isolamento de Local de Crime - Significa o ato de 
isolar, separar. Na Criminalística, isolamento de local 
é o ato pelo qual se processa a separação, entre a 
área da infração penal e as pessoas não 
credenciadas a procederem os exames; 
 
Os peritos e as autoridades encarregadas da 
investigação precisam do local como foi deixado 
após a prática do delito; 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
5 
Geralmente esse isolamento é feito primeiro pelo 
policial que tomou conhecimento do fato, evitando-se 
tocar em nada sob qualquer pretexto, para o local 
não ser alterado ou violado. 
 
Isolado o “Local”, os policiais providenciarão para 
que nada seja alterado. 
Protegendo para que os vestígios não sejam 
destruídos, removidos, alterados, tocados, senão 
pelos peritos. 
 
A polícia militar; polícia judiciária; polícia rodoviária; 
polícia ferroviária e prepostos de engenharia de 
trânsito, órgãos responsáveis pela custódia do local, 
em obediência ao diploma legal deverá proceder ao 
isolamento do mesmo, com cuidado, evitando sua 
violação, para que as evidências não se percam e o 
andamento dos exames não fique prejudicado. 
 
Classificação do Local de Crime 
 
Existem duas espécies de “Locais” 
 
I. Refere-se a natureza dos crimes cometidos; 
II. Refere-se aos lugares onde foram cometidos. 
 
No primeiro caso, temos os homicídios, latrocínios, 
roubos, furtos, acidentes de trânsito, etc. 
 
No segundo caso, sejam locais Internos ou Externos, 
se forem praticados dentro de recinto fechado ou em 
área livre (aberta). 
 
Subdivisão de local de crime 
I. Imediato 
II. Mediato 
 
Imediato: compreende a área do fato, ou seja, onde 
aconteceu o crime; 
Mediato: compreende a área adjacente. 
 
Exame de Local - É a fase que precede o 
levantamento; 
Pode ser encontrado protegido ou não, deve ser 
cuidadosamente e minuciosamente examinado, pois 
os vestígios e indícios aparentemente inúteis 
poderão constituir-se em fator de sucesso 
determinante para elucidação do crime. 
 
Exame de Local é área onde se deu a infração penal, 
que tenha deixado vestígios, tecnicamente, 
conduzem a descoberta do autor; 
 
Le Moyne Snyder acha que, “se uma investigação 
sobre homicídio terminar em 
fracasso, a causa é o exame inadequado do local”; 
Outros opinam serem os primeiros minutos de 
investigação em um local, decisivo para a 
determinação, com segurança, de êxito ou fracasso 
da investigação. 
 
 Aspectos a serem observados no local 
 Não violado e devidamente protegido; 
 Violado, alterado ou modificado, depois da 
ação criminosa; 
 
Outro que além da área propriamente dita, se 
completa com outros com os quais tenham conexão. 
 
No primeiro caso são chamados de idôneos; 
No segundo caso inidôneos; 
No terceiro caso relacionados. 
 
Levantamento de Local 
Em criminalística levantamento é a reprodução 
desse local, por meio de descrição, do croquis e de 
fotografias, filmagens, etc. 
 
Segundo “Gilberto Porto”, é estudar detidamente o 
lugar do evento criminoso; 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
6 
Portanto, levantamento de local de crime ou de 
infração penal é o ato pelo qual esse local é 
reproduzido, através da descrição, dos croquis, da 
fotografia, datiloscopia, modelagem, vestígios e 
indícios ou outros meios técnicos, no sentido de 
documentar com detalhes a situação fiel. 
 
Antes do levantamento propriamente dito, devem os 
peritos procurar, detalhes pare que a descrição seja 
exata e objetiva, levando ao êxito da investigação 
criminal e elucidação do delito. 
 
O procedimento investigatório policial começa na 
percepção do local de crime. 
A busca pela prova material, para efetivamente 
provocar a ação da justiça, parte do encontro com os 
vestígios encontrados no local, motivo da 
investigação criminal. 
 
Vestígios 
Quase tudo que se possa imaginar, pode constituir 
um vestígio, quer seja encontrado no local do crime, 
na vítima ou no criminoso. 
 
Impressão digital, marcas, rastros, manchas, objetos, 
ferramenta, arma, projétil, pólvora, resíduos, líquidos, 
graxas, tintas, sangue, etc, são considerados 
vestígios. 
 
Na ficção literária, os vestígios são denominados de 
“Pistas”. 
Quando ocorre um delito, o criminoso leva consigo, 
em alguma parte, nas vestes, sapatos ou no próprio 
corpo, algo do local onde esteve ou da sua vítima, ao 
tempo em que deixa neste mesmo lugar, qualquer 
coisa sua, sem que perceba tal ocorrência, ou 
entenda o seu significado e o valor que o mesmo 
possa vir a ter na investigação criminal; 
 
Qualquer coisa que possa ser deixada ou produzida 
por um criminoso, no local de crime ou levar consigo, 
é considerado vestígio. Portanto, em Criminalística, 
vestígios são elementos materiais encontrados no 
local de crime, no criminoso ou na vítima. 
 
Um vestígio pode ser de grande valor na elucidação 
de um crime, por isso o mais insignificante pormenor 
não deve ser dispensado, dele pode vir a 
comprovação de um ato delituoso. 
 
Todo vestígio deve ser observado e coletado 
tecnicamentepara exame laboratorial futuro, se 
necessário. 
 
A coleta de material encontrado em local de crime, 
no criminoso ou na vítima, deve ser feita com 
precauções, pode levar a elucidação do delito. 
 
A preservação dos vestígios no local de crime tem 
que ser orientada de forma a ser assegurada pelo 
seu valor probatório, para que não sofram alterações 
de qualquer forma, dificultando ou até mesmo 
inviabilizando o trabalho dos peritos 
Todo material encontrado no local deve ser 
considerado como suspeito e, portanto, coletado, 
poderá servir como indício e somente o exame 
pericial determinará sua utilidade. 
 
Para se conseguir um bom resultado na investigação 
criminal, depende da atuação do policial que primeiro 
chega ao local do crime e da maneira como são 
preservados os vestígios existentes. 
 
O atraso de um minuto na percepção do vestígio 
encontrado no local de crime é partindo dessa 
premissa todos os esforços no sentido de agilizar a 
coleta e análise dos vestígios que vão compor o 
corpo de delito é fundamental para a elucidação do 
ato criminoso e identificar seus autores. 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
7 
 
Microvestígios 
Os microvestígios, a exemplo de fios de cabelo, 
fragmentos de tecidos ou substâncias orgânicas, são 
materiais de grande importância para os exames 
periciais e, muitas vezes, passam despercebidos 
pelas pessoas responsáveis pela preservação do 
local, como bem explica Vilanova (2002), no seguinte 
texto: 
 
“Os microvestígios são vestígios materiais sólidos, 
de dimensões diminutas, por vezes implicando 
observação sob ampliação com lupa aplanática de 
dez aumentos; 
 
De certa forma, constituem o lixo ou sujeira, soltos, 
encontrados em locais ou 
transportados por indivíduos em suas vestes e 
mesmo no próprio corpo. 
ao afirmar que “Quando um individuo penetra em 
qualquer ambiente, o contamina com material que 
transporta em seu corpo e vestes: e por sua vez ele 
é contaminado pelo existente no mesmo ambiente”; 
 
O conceito exposto vem justificar a preocupação dos 
técnicos na coleta dos microvestígios e resume a 
relevância destes para o processo de investigação, 
porquanto, persistem de fato, naturalmente, por 
passarem despercebidos aos olhos menos avisados. 
 
A coleta destes vestígios, de certa forma simples, 
pode ser efetuada por um aspirador de pó, tipo 
comum, dotado com dispositivo que os recebem em 
folha de papel filtro, sendo posteriormente 
selecionado e catalogado; 
 
Não obstante, sua seleção tediosa é de grande 
importância para a Criminalística, de acordo com o 
estabelecido por Locard (1949) ao anunciar a teoria 
dos “contatos recíprocos”, corroborada por Vilanova 
(2002), 
 
Procedimentos no local 
 
 Descrever detalhadamente o local, com 
ilustração esquemática, objetivando 
caracterizar o endereço do fato; 
 A área imediata e mediata; 
 As formas de acesso ao local; 
 As condições atmosféricas; 
 Topografia, iluminação; 
 Orientação geográfica com pontos de 
referência; 
 Condições de visibilidade e sentido do vento; 
 Ponto de referência para a descrição dos 
vestígios encontrados, etc. 
 Amarramento do local. 
 
Dos Vestígios Materiais 
� Descrever detalhadamente todos os vestígios 
encontrados no local da ocorrência, 
localização, característica e posicionamento 
em relação ao ponto de referência do objeto 
ou da coisa periciada; 
� Fazer a coleta dos vestígios, projétis, 
substâncias, armas e outros materiais que 
necessitem de exame especifico. 
� Do exame do cadáver 
 
Fazer a identificação documental se houver; 
� Descrever todas as características físicas do 
cadáver e posicionamento em relação ao 
ponto de referência; 
� Fazer exame externo do cadáver 
descrevendo ferimentos(características e 
dimensões); sinais de violência, sinais de 
luta, etc; 
� Descrever as vestimentas e tudo mais que 
julgar necessário; 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
8 
� Fazer a coleta de vestígios e instrumentos do 
crime. 
 
Das vestes 
� Descrever minuciosamente as características 
físicas de cada peça encontrada; 
� A disposição geral quanto a sua forma de 
acomodação da vítima, observando se estão 
abertas, alinhadas ou fora de alinhamento 
normal quanto ao uso correto; 
� Objetos encontrados no interior dos bolsos e 
tudo mais que for encontrado; 
� Encaminhar todas as peças das vestes do 
cadáver para o Laboratório para exames. 
 
Das coletas 
Descrever todas as coletas, substâncias, projétis, 
pegadas, manchas, impressões e outros vestígios 
que necessitem de exame especifico. 
 
Categoria dos Vestígios 
� Impressões 
� Manchas 
� Marcas 
� Instrumentos do crime contra a pessoa 
� Outros vestígios 
 
Breve histórico do sistema datiloscópico 
Os desenhos das linhas papilares contidas na 
extremidade dos dedos, na palma das mãos e na 
planta e dedos dos pés começaram a ser estudados 
em 1664, contudo no final do século XIX estes 
estudos foram elevados à categoria de ciência, 
denominada de papiloscopia. 
 
Categoria dos Vestígios 
A metodologia aplicada à identificação datiloscópica 
foi estabelecida por dois 
estudiosos, em 1981, Henry Varigny, na França e 
Juan Vucetich, na Argentina, que tem como base às 
características únicas dos desenhos papilares, por 
meio dos quais duas pessoas não se confundem. De 
acordo com as pesquisas dos especialistas, “para se 
encontrar uma outra impressão digital com 13 pontos 
característicos coincidentes seria necessário 
procurar em mais de 12 quintilhões de pessoas”. 
Anup (2003). 
 
A partir de estudos, tão apurados tornou-se o 
sistema datiloscópico a forma mais segura e eficiente 
de proceder à identificação humana, e 
conseqüentemente, adotado em instituições 
responsáveis pela identificação civil e criminal de 
vários países. A identificação datiloscópica chegou 
ao Brasil em 1903 por iniciativa do jornalista e diretor 
do Gabinete de identificação do Distrito Federal - Rio 
de Janeiro, Felix Pacheco. 
 
A datiloscopia é o processo, mais aplicado pelos 
peritos papiloscopistas na pesquisa de impressões 
digitais destinada a descobrir a identidade de 
criminosos ou até de cadáveres, denominado de 
exame necropapiloscópico; 
 
A segurança neste tipo de pesquisa está na certeza 
da imutabilidade dos desenhos contidos na palma 
das mãos e nas extremidades dos dedos. A 
formação das cristas papilares vem do quarto mês 
de vida intra-uterina e só desaparecem com a 
putrefação do corpo. 
 
Impressão 
Papilares: são deixadas pelas extremidades digitais, 
palma das mãos e planta dos pés; 
Impressão digitais: é reprodução de desenhos 
digitais, formado por conjunto de cristais e sulcos 
que se encontram na polpa digital; 
Impressões Palmares: são deixadas pelas palmas da 
mãos; 
 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
9 
Categoria dos Vestígios 
Impressões plantares: são deixadas pelas plantas 
dos pés (descalços), reproduzindo os desenhos 
papilares; 
Impressões das mãos: deixadas pelas mãos sem 
reproduzir as cristas papilares. Neste caso 
interessam o contorno da mão e dos dedos. 
Latentes: São submetidas a um processo de 
revelação por meio de processos químicos (pós 
reveladores). 
Pegadas: São impressões feitas por pés calçados 
ou descalços: 
� Dinâmica: quando produzidas pelo pés em 
movimento; 
� Estática: quando produzidas pelos pés em 
repouso, isto é quando a pessoa está parada 
em um lugar; 
Estampadas: produzidas sobre algum fundo 
moldável como terra, areia, argila, neve, etc. 
 
Categoria dos Vestígios 
Impressões de luvas – A superfície de uma luva 
mostra um desenho, o qual, com freqüência tem um 
aspecto característico.Em casos raros, é possível encontrar fragmentos de 
impressões digitais dentro da impressão da luva, isto 
pode ocorrer quando as luvas têm furos tão grandes 
que alguma parte de um dedo fica descoberto e 
deixa uma impressão ao mesmo tempo que a da 
luva, por isso é aconselhável o seu exame e 
conservação. 
Impressões Dentárias – São produzidas pelos 
dentes, comumente no corpo humano e em certos 
alimentos; 
 
� No corpo humano – verifica-se geralmente 
no corpo da vítima, particularmente nos casos 
de crime de natureza sexual, e em certas 
circunstâncias em caso de luta; 
 
� Nos alimentos – são aproveitadas por meio 
de moldagem 
 
Manchas 
São resíduos ou sinais que se apresentam sob a 
forma de crosta, aderida a determinada superfície; 
 
a) ORGÂNICAS: são produzidas pelos líquidos 
orgânicos, agregados ou produzidas pelo 
corpo humano; 
Ex: Sangue, esperma, líquido amniótico, colostro, 
suor, muco nasal, secreções uretrais, secreções 
vaginais, leite, vômitos etc. 
 
Manchas de esperma – são encontradas 
geralmente nos casos de crimes de natureza sexual, 
são recolhidas nas vestes, roupa de cama, vagina e 
no reto; 
 
Colostro – é uma substância das glândulas 
mamária, durante o período de gestação, é indicio de 
gravidez ou parto recente, pode ser coletado nas 
roupas intimas da mulher, apresentam-se sob forma 
de pequenas gotas amareladas. 
 
Fezes – são encontradas nos locais de crime, mais 
freqüente nos locais de furto qualificado; 
 
Leite – as manchas de leite humano apresentam-se 
brancas, amareladas, encorpadas, possuindo um 
odor característico, indica o estado de gestação ou 
de amamentação, são submetidas a exame 
microscópico, para verificar se trata de leite humano 
ou animal; 
 
Liquido amniótico – É segregado pela membrana 
em forma de saco que envolve o feto, mais freqüente 
nos locais de aborto; 
 
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10 
Mecônio – É uma substância pastosa, de cor 
amarelada-escura ou verde escuro que se encontra 
no intestino do recém nascido e é expelido nos 
primeiros dias, é indicativo de infanticídio ou aborto 
provocado; 
 
Muco Nasal – Manchas de cor cinza, algumas vezes 
amareladas, verdosas ou escuras produzidas pelo 
nariz . 
 
b) INORGÂNICAS: produzidas por qualquer 
substância não oriunda nem 
agregada do corpo humano. 
Exemplo: Ferrugem, cera, tinta, lama, pólvora, 
substâncias gordurosas, graxas, corantes... etc; 
 
Ferrugem - essas manchas determinam o tempo 
aproximado em que a peça metálica esteve em 
contato com agentes oxidantes; 
 
Lama - podem indicar os lugares onde o individuo 
transitou; 
 
Pólvora - Podem ser encontradas e recolhidas pelos 
seguintes processos: 
a) no corpo da vítima, do autor ou terceiros – 
pela lavagem com água destilada; 
b) Nas vestes – pelo mesmo processo; 
c) Nas armas – pela lavagem do interior do 
cano ou das câmaras do tambor; 
d) Nos estojos – pela lavagem das peças. 
 
Manchas de Sangue 
Geralmente encontradas nos locais de crime contra a 
pessoa, podem ser localizadas sobre o corpo da 
vítima, do autor, no solo, paredes, móveis, armas, 
etc. 
 
Diagnóstico das Manchas de Sangue nos Locais 
de Crime: 
 Se a mancha é realmente de sangue; 
 Se o sangue é humano; 
 Qual a região do corpo que poderá ter 
produzida; 
 Qual o grupo sangüíneo; 
 Qual o aspecto ou forma da mancha; 
 Quantidade de sangue extravasado; 
 Formação do soro; 
 Recentidade da mancha; 
 Cor da mancha; 
 Consistência da mancha; 
 
Formas das Manchas de Sangue 
É variável e atenderá ao extravasamento, às 
condições do terreno, à maneira porque o sangue 
caiu (ângulo da queda), as condições que foram 
produzidas, a direção traçada pelo ferido. 
 
 Manchas por projeção: salpicaduras; 
 Manchas por escorrimento: as que formam 
poças, charcos, regos, etc. 
 Manchas por impregnação: embebimento em 
toalhas, lenços, panos em geral; 
 Manchas por limpeza: as que apontam 
lavagem ou enxugamento de objeto; 
 Rastro sangüíneo: são manchas que indicam 
a passagem de alguém sangrando ou o 
vazamento de sangue durante uma 
caminhada; 
 Manchas de sangue amassado: são 
produzidas pela compressão de qualquer 
superfície sobre a mancha de sangue antes 
do seu ressecamento completo. 
 
Procedência do sangue: 
 Os exames laboratoriais podem determinar a 
origem do sangue: 
 De uma violação: contém partículas de 
esperma e pelos pubianos; 
 Do nariz: contém partículas dos pulmões; 
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11 
 Menstrual: contém células da mucosa 
vaginal e bactérias diversas; 
 De feridas ou úlceras: contém partículas da 
epiderme e pelos locais. 
 
Características do sangue 
As características do sangue são constantes, 
perenes e imutáveis, condições que se verificam até 
mesmo após transfusões. 
A cor do sangue pode variar devido às circunstâncias 
especiais: 
a) suporte 
b) tempo de exposição 
c) órgão que proceda 
 
A consistência do sangue é variável. 
O sangue muda de aspecto, quanto: 
A cor, a coagulação, em virtude da decomposição 
química dos seus componentes; 
O sangue vazado se infiltra nos mais estranhos 
lugares, por isso sua busca deve ser bem cuidadosa. 
 
Indício 
Na linguagem comum, o vestígio pode ser sinônimo 
de indício. 
A circunstância conhecida e provada que tem 
relação com o fato delituoso, ou seja, é o vestígio 
examinado, tratado e provado que tem relação com o 
crime ou com o criminoso, relacionado diretamente 
com a ação delituosa, constituindo-se a prova 
técnica. 
 
Base Legal da Prova Material 
A prova material, portanto, assume real importância, 
como se observa nos artigos que prescrevem a sua 
aplicação no direito subjetivo (Código de Processo 
Penal, art. 386): 
 
O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na 
parte dispositiva, desde que reconheça: 
I. estar provada a inexistência do fato; 
II. não haver prova da existência do fato; 
III. não constituir o fato infração penal; 
IV. não existir prova de ter o réu concorrido para 
a infração penal [...] 
 
Reprodução simulada 
A finalidade da reprodução simulada, é a 
reconstituição da dinâmica de um crime, quando 
existem controvérsias de depoimentos e de como 
ocorreu, a fim de dirimir dúvidas existentes, com o 
objetivo de esclarecer detalhes do cometimento do 
crime e chegar à verdade dos fatos, 
 
Perícia 
É a aplicação de conhecimento técnico cientifico na 
elaboração de pareceres e laudos periciais, após 
exames detalhados elaborados pelo perito, com o fito 
de auxiliar a polícia e a justiça, na investigação 
criminal para a elucidação dos delitos. 
 
Laudo Pericial 
É o documento apresentado pelo perito, onde ele 
expõe de forma circunstanciada, as suas conclusões 
a cerca do fato examinado, ou seja, o perito 
descreve o que vê. 
 
Fases do Laudo Pericial 
1- Preâmbulo; 
2- Exposição; 
3- Descrição; 
4- Discussão; 
5- Conclusão. 
 
MEDICINA LEGAL 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA LEGAL 
 
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12 
Conceito de Medicina Legal (F. Fávero): “É a 
aplicação de conhecimentos médicos e biológicos 
para a elaboração e a execução das leis que deles 
carecem”. 
Campo: perícias médicas de qualquer natureza. 
Áreas: criminal, civil, trabalhista, previdenciária, 
securitária, administrativa em geral, outras. 
 
PROCESSUALÍSTICA CÍVIL E CRIMINAL NO 
BRASIL 
 
Justiça 
Está ligada a princípios. 
Obedecer regras. 
Não infringir regras em prejuízo alheio, com benefício 
próprio ou não. 
 
Busca-se através dos princípios dar a cada um o que 
lhe pertence, o que merece: não apenas uma 
propriedade, mas também advindas desuas 
qualidades ou pelos seus defeitos (responsabilidade 
pelos seus atos). 
 
A aplicação da justiça é feita através da escolha e 
aplicação de princípios que devem reger nossa 
conduta nas relações humanas e estabelecer os 
fundamentos da organização social, isto é, dar um 
conteúdo material, concreto, a esta idéia. 
 
Justiça e direito 
Direito implica em poder. 
Uma coação socialmente aceita. 
 
Direito subjetivo: faculdade de agir juridicamente, 
de recorrer a normas escritas. 
Direito objetivo: conjunto de normas jurídicas 
estabelecidas por escrito e aceitas pelo consenso 
social. 
 
Direito e norma 
O direito é formado por um conjunto de normas. 
As normas definem uma conduta. 
Por exemplo: boas maneiras. 
Infração de normas: sanções éticas e/ou jurídicas. 
As normas jurídicas implicam em determinada 
sanção quando não obedecidas: privação de 
liberdade, indenização por danos causados e 
anulação de contratos, testamentos, etc. 
 
Direito: leis e códigos. 
Leis: as normas jurídicas-leis são criadas pelo 
estado. 
 
Códigos 
Leis extensas e sistemáticas que abrangem um 
amplo conjunto de normas referentes a uma matéria. 
 
Código Penal: normas relativas ao crime. 
Código Civil: relações privadas dos cidadãos entre 
si. 
 
 Leis civis Leis penais 
Objetivo Proteção do 
patrimônio, 
direito 
Proteção dos 
valores sociais 
Infração Dano ao 
patrimônio 
Agravo aos 
valores sociais Finalidade da 
sanção 
Ressarcimento, 
indenização 
Reeducação e 
defesa do 
organismo Interessado O indivíduo, 
direito 
privado 
A sociedade, 
direito público 
Representação Somente a 
vítima 
Qualquer 
pessoa, exceto 
em situações 
 
Os códigos do processo: conjunto de normas, leis 
subsidiárias que regulamentam a lei principal, 
processualística. 
 
Processualística 
Civil. 
 Constituir um advogado que realiza a petição 
inicial dirigida ao juiz. 
 Intimação do acusado. 
 Oitiva das testemunhas. 
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13 
 Audiência de conciliação e julgamento. 
 Perícia, questionamentos. 
 Juiz dá a sentença. 
 
Penal. 
 Compete à justiça penal averiguar, constatar, 
julgar e punir as infrações ao Código Penal. 
 
O delegado recebe o notitia criminis e faz o boletim 
de ocorrência, cuja finalidade é averiguar se houve 
ou não o crime. Decide abrir inquérito. Então, realiza 
as investigações, colhe depoimentos e provas, 
determina a realização de exames técnicos 
necessários. Após constatar que houve crime e obter 
provas, definir quem é a vítima e o provável 
criminoso e em quais circunstâncias ocorreram o 
crime, faz o sumário e encaminha ao fórum. 
 
No Fórum, o inquérito policial é registrado e 
distribuído por uma das varas. Um promotor recebe o 
caso para análise. Avalia as provas oferecidas e 
então pode pedir arquivamento ou devolver o caso a 
autoridade policial pedindo novas diligências, 
apontando falhas e indicando procedimentos que se 
façam necessários para dirimi-las. 
 
Oferecer denúncia ao juiz. O juiz pode aceitá-la ou 
recusá-la. Mesmo no caso de pedido de 
arquivamento por parte da promotoria, o juiz pode 
determinar a promotoria que apresente denúncia. 
 
Quando o juiz aceita a denúncia, constitui-se o 
processo crime ou processo penal propriamente dito. 
Nos casos de crimes contra a vida, o julgamento 
compete ao Tribunal do Júri. 
 
A prova 
Do momento que a justiça é acionada temos então a 
coleta e análise das provas para o estabelecimento 
da verdade jurídica. 
 
Os fatos podem ou não deixar vestígios materiais. 
Na criminal, o conjunto de vestígios ou de elementos 
objetivos, materiais, denomina-se corpo de delito e é 
examinado na prova pericial. 
 
O PAPEL DO MÉDICO NOS PROCESSOS 
JURÍDICOS E ADMINISTRATIVOS (ÉTICOS) 
 
Perícias e peritos 
Perito: indivíduo experiente, prático, douto, aquele 
que é especialista em determinado assunto. É o 
técnico nomeado e compromissado judicialmente 
para proceder a um exame, vistoria ou avaliação, 
com a finalidade de esclarecer fatos que interessam 
em um processo. 
 
A justiça espera do perito que ele faça, 
primordialmente, o visum et repertum: ver bem e 
referir exatamente o que viu. 
 
A perícia médica pode ser judicial (cíveis, criminais, 
trabalhistas, etc.) ou administrativa (securitária, 
estatutária, etc.). 
 
Esclarecer fatos que possibilitem a resolução ou 
enquadramento do caso dentro das normas 
legalmente estabelecidas: perícia médico-legal. 
 
Regulamentação da perícia médico-legal 
Código penal: quando a infração deixar vestígios, 
será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do 
acusado. 
 
Os exames de corpo de delito e as outras perícias 
serão feitos por dois peritos oficiais. Não havendo 
peritos oficiais, o exame será realizado por duas 
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso 
superior, escolhidas de preferência entre as que 
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14 
tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do 
exame. Os peritos não oficiais prestarão o 
compromisso de bem e fielmente desempenhar o 
cargo. 
 
O perito nomeado pela autoridade será obrigado a 
aceitar o encargo, sob pena de multa, salvo recusa 
atendível. 
 
Código civil: o perito tem o dever de cumprir o 
ofício, no prazo que lhe assina a lei, empregando 
toda a sua diligência. Pode, todavia, escusar-se do 
encargo alegando motivo legítimo. O juiz nomeará o 
perito fixando de imediato o prazo para entrega do 
laudo. Incumbem as partes, dentro de cinco dias, 
contados da intimação do despacho de nomeação do 
perito, indicar o assistente técnico e apresentar 
quesitos. 
 
Direito processual do trabalho: os exames serão 
realizados por perito único designado pelo juiz, que 
fixará o prazo para entrega do laudo. Permirtir-se-á a 
cada parte a indicação de um assistente, cujo laudo 
terá que ser apresentado no mesmo prazo 
assinado para o perito, sob pena de ser 
desentranhado dos autos. 
 
Escolha dos peritos 
Na criminal, a maioria das perícias deve ser 
realizada pelos peritos oficiais. 
O diretor da instituição (IML, manicômio judiciário, 
etc.) designará os peritos após solicitação da 
autoridade, o delegado na fase de inquérito e, 
posteriormente, o juiz. 
 
TRAUMATOLOGIA FORENSE 
 
Definição: estudo sistematizado das lesões 
produzidas por agentes exógenos com a finalidade 
de fornecer subsídios para o esclarecimento da 
justiça, como presença ou ausência de lesão, tipo de 
lesão, agente ou instrumento, nexo causal, gravidade 
da lesão e vitalidade da lesão (vital ou pós-vital). 
 
Classificação dos agentes vulnerantes 
exógenos: físicos, químicos, físico-químicos 
(asfíxicos), biológicos, psíquicos, sevícias (torturas e 
maus-tratos), outros. 
 
Agentes físicos mecânicos: modificam o estado de 
repouso ou de movimento de um corpo. São 
classificados de acordo com o modo de ação em 
perfurantes, cortantes, contundentes, pérfuro-
cortantes, pérfuro-contundentes, corto-contundentes, 
lacerantes. 
 
Agentes físicos não-mecânicos: temperatura, 
eletricidade, pressão, luz, som, radiação. 
 
Paradigma médico legal: “a lesão denomina o 
agente”. 
 
Lesão punctória 
Agente perfurante: alongado, fino, pontiagudo 
rígido. 
Modo de ação do agente: pressão da ponta através 
de um ponto, provocando divulsão das fibras dos 
tecidos. 
 
Características da lesão: solução de continuidade 
nos tecidos, forma puntiforme, extensão para planos 
profundos, profundidade maior do que extensão, 
hemorragia insignificante. 
 
Lesão incisa 
Agente cortante: lâmina com gume (fio). 
 
Modo de ação do agente: pressão edeslizamento 
através de uma linha provocando secção uniforme 
dos tecidos. 
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15 
Exemplos de agente: navalha, gilete, bisturi. 
 
Características da lesão: solução de continuidade 
nos tecidos, forma navicular ou fusiforme, bordas 
lisas e regulares, duas caudas (ângulos), extensão 
maior do que profundidade, hemorragia abundante. 
A cauda de entrada é mais profunda e com ângulo 
mais aberto, enquanto a cauda de saída é mais 
superficial. 
 
Lesão pérfuro-incisa - Produzida por um agente 
pérfuro-cortante. 
 
Características do agente: lâmina com gume e 
ponta 
 
Modo de ação do agente: pressão (ponta) 
perfurando e deslizando (gume) cortando os tecidos 
 
Exemplos de agente: punhal 
 
Características da lesão: solução de continuidade 
nos tecidos, forma navicular ou triangular, bordas 
lisas e regulares, número de caudas variável de 
acordo com o agente e com o modo de ação (duas 
caudas de entrada e mais uma ou duas caudas de 
saída), profundidade maior do que extensão, 
hemorragia abundante, hemorragia interna maior do 
que hemorragia externa. 
 
Tipos especiais de lesões por agentes cortantes 
e pérfuro-cortantes: lesões de defesa, lesões 
suicidas (marcas de várias tentativas prévias), 
esquartejamento (dividir o corpo com base em limites 
anatômicos) e espostejamento (dividir o corpo sem 
respeitar limites anatômicos), decapitação (separar a 
cabeça do resto do corpo), esgorjamento (secção 
parcial anterior), degolamento (secção parcial 
posterior), hara-kiri, evisceração, auto-mutilação. 
 
Lesões por agente contundente 
Vários tipos de lesão. Dependem do modo de ação, 
da intensidade da força, da região corpórea atingida 
e da constituição do instrumento. 
 
Lesões básicas: lesão contusa (contusão), lesão 
abrasiva (escoriação), lesão lácero-contusa (ferida 
contusa lacerada). 
 
Lesão contusa (contusão) 
Características do agente: superfície romba ou 
plana. 
 
Modo de ação: pressão ou impacto. 
Impressão cutânea: reprodução da superfície do 
agente na pele. 
Característica da lesão: presença de edema, 
eritema, equimose e/ou hematoma. 
Solução de continuidade está ausente. 
 
Importância médico-legal da equimose: lesão 
vital, caracterização do agente e do tempo de lesão. 
 
Espectro equimótico: arroxeada no 1º dia, violácea 
do 2º ao 3º dias, azulada do 4º ao 6º dias, 
esverdeada do 7º ao 10º dias, amarelada até 
desaparecer, desaparecimento na 2ª ou 3ª semanas. 
 
Lesão abrasiva (escoriação) - Produzida por 
agente contundente. 
Características do agente: superfície áspera. Modo 
de ação: pressão e deslizamento. Exemplo de 
agente: chão. 
Características da lesão: solução de continuidade 
da pele, erosão da epiderme com exposição da 
derme, crosta hemática (lesões vitais), reparação ad 
integrum em 1 a 2 semanas. 
 
Lesões de arrasto: escoriação grande com linhas 
paralelas que sulcam a derme. 
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16 
Escoriação vital: serosidade hemato-melicérica, 
dessecamento, tonalidade avermelhada. 
 
Lesão lácero-contusa 
Trata-se da lesão erroneamente denominada 
ferimento corto-contuso no dia-a-dia dos serviços de 
pronto atendimento. 
Características do agente: geralmente arredondado 
ou delgado, superfície romba. 
Modo de ação: pressão através de superfície romba 
Características da lesão: solução de continuidade 
nos tecidos, forma estrelada e sinuosa, bordas 
irregulares (anfractuosas ou serrilhadas, escoriadas 
e equimosadas), traves de tecido conjuntivo (vasos 
e nervos ligando as bordas da lesão, hemorragia), 
destacamento da pele e do tecido subcutâneo. 
 
Lesão lacerada (laceração) - Características do 
agente: morfologia não definida. 
Modo de ação: tração provocando rasgadura dos 
tecidos. 
Exemplo de agente: polias. 
Características da lesão: forma estrelada, sinuosa 
ou semi-retilínea, solução de continuidade nos 
tecidos, bordas irregulares e anfractuosas. 
 
Lesão corto-contusa 
Características do agente: lâmina pesada com 
gume. 
Modo de ação: pressão do gume seccionando e da 
lâmina através dos tecidos. 
Exemplos de agente: machado, foice, facão. 
Características da lesão: solução de continuidade 
nos tecidos, grande extensão e profundidade, forma 
navicular ou fusiforme, duas caudas, bordas lisas e 
regulares, contusão nas bordas (às vezes), lesões 
ósseas (secção linear). 
 
ESTUDO DO ARTIGO 129 DO CÓDIGO PENAL 
BRASILEIRO E DE SEUS PARÁGRAFOS 
 
Lesões pessoais 
Danos à integridade corporal ou à saúde. 
Denominação no Código Penal Brasileiro: lesão 
corporal. 
É necessário exame de corpo de delito, que tem a 
função de averiguar e fundamentar a existência das 
lesões. Deve haver um resultado objetivo e sintomas 
como dor ou desconforto não são valorizados. 
 
Classificação 
Baseada na gravidade do dano em leve, grave e 
gravíssima. 
 
Lesão corporal 
Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem. 
Pena para lesão corporal leve: detenção de três 
meses a um ano. 
 
Lesão corporal de natureza grave 
Resulta em: 
 Incapacidade para as ocupações habituais 
por mais de trinta dias; 
 Perigo de vida (risco iminente de morte); 
 Debilidade permanente de membro, de 
função e/ou de sentido; 
 Aceleração do parto; 
Pena: reclusão de um a cinco anos. 
 
Lesão corporal de natureza gravíssima 
Resulta em: 
 Incapacidade permanente para o trabalho 
(qualquer tipo); 
 Enfermidade incurável; 
 Perda ou inutilização de membro, sentido ou 
função; 
 Deformidade permanente; 
 Aborto; 
Pena: reclusão de dois a oito anos. 
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17 
 
Lesão corporal seguida de morte 
Resulta em: morte e as circunstâncias evidenciam 
que o agente não quis o resultado. 
É imprescindível que o agressor não tenha agido 
com a vontade de matar a vítima. Papel do perito 
médico: avaliar, além da causa da morte, a emoção 
do agressor, a identificação de meios especiais e a 
impossibilidade e/ou incapacidade de defesa da 
vítima. 
Pena: reclusão de 4 a 12 anos. 
 
Diminuição de pena 
 Crime impelido por valor social, valor moral 
e/ou violenta emoção. 
 Redução da pena em um sexto a um terço. 
 Não sendo graves as lesões, é possível 
substituir a pena de detenção pela multa. 
 Aplicável no caso de atenuantes e/ou de 
agressões recíprocas. 
 Lesão corporal culposa: detenção de dois 
meses a um ano. 
 
Aumento da pena 
Aumenta-se a pena em um terço se: 
Homicídio culposo – inobservância de regra 
técnica, deixar de prestar imediato socorro à vítima, 
não procurar diminuir as conseqüências do ato, fugir 
para evitar prisão em flagrante; 
Homicídio doloso – pessoa menor de 14 anos, 
pessoa maior de 60 anos; 
 
AGENTES PÉRFURO-CONTUNDENTES 
 
Lesões causadas por projéteis disparados por arma 
de fogo. 
 
Lesão pérfuro-contusa 
Produzida por agente pérfuro-contundente. 
Características da lesão: solução de continuidade 
nos tecidos, pequena na superfície, atinge planos 
profundos com sinais de contusão nas bordas, lesão 
complexa. Constituída por orifício de entrada, trajeto 
e orifício de saída. 
Características do agente: ponta romba, grande 
força de impacto. 
Exemplos de agente: ponta de guarda-chuva, 
picareta, projéteis disparados por arma de fogo. 
Modo de ação: grande força de impacto através de 
ponta romba, perfurando e contundindo. 
 
Balística 
Parte da Física Aplicada que estuda as armas de 
fogo e os projéteis com seus movimentos dentro da 
arma, sua trajetória, os meios que atravessam, etc. 
 
Balística interna: estuda a estrutura, os 
mecanismos, o funcionamento, os materiais 
utilizados das armas de fogo, a técnicado tiro e os 
efeitos da detonação da espoleta. 
 
Balística externa: estuda a trajetória do projétil 
desde que abandona a boca do cano da arma até a 
sua parada final. Analisa condições do movimento, 
velocidade do projétil, sua forma, massa, superfície, 
resistência no ar, etc. 
 
Balística terminal: estuda os efeitos produzidos 
pelo projétil ao atingir o alvo. 
 
Armas de fogo 
As armas de fogo são instrumentos que utilizam a 
grande quantidade de gases produzidos pela queima 
instantânea de uma carga (pólvora) como forma de 
propulsão dos projéteis. 
São compostas de três partes: 
 Coronha e armação; 
 Gatilho e percutor; 
 Cano; Classificação: 
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18 
 Quanto à alma do cano em lisa ou raiada; 
 Quanto ao funcionamento, em único ou de 
repetição; 
 Quanto ao porte, em fixas, semi-portáteis ou 
portáteis; 
 Quanto ao calibre; 
 Quanto ao modo de carregar; 
 
Munição: projétil, estojo, carga de pólvora 
(propelente), espoleta, bucha (espingarda). 
 
� Elementos do disparo da arma de fogo: 
resíduos de metal, resíduos de pólvora, 
fuligem, fogo. 
 
Orifício de entrada 
Forma circular ou ovalar, variando de acordo com a 
direção do tiro. 
Diâmetro geralmente menor que o do projétil. Bordas 
geralmente invertidas, lisas e regulares. Orlas e 
zonas de contorno. 
Orla de contusão: antes de atravessar a pele, o 
projétil deprime em forma de dedo de luva, 
perfurando quando a pele atinge o máximo da 
elasticidade, com arrancamento da epiderme pelo 
movimento rotatório do projétil antes de penetrar no 
corpo, aréola equimótica. 
Orla de enxugo: resíduos existentes no cano. 
Zona de tatuagem: parte da pólvora incombusta sai 
pelo cano e se dispersa como um cone. 
Zona de esfumaçamento: deposição de fuligem na 
superfície cutânea. 
Zona de chamuscamento (zona de queimadura): os 
gases super-aquecidos e os grânulos da pólvora 
queimando fora do cano (chama do desparo) 
chamuscam os pêlos e a pele da região. 
 
Classificação médico-legal das distâncias de 
disparo de arma de fogo 
Modalidade do 
disparo 
Distância Característica 
Tiro de contato Zero Projétil, gases, 
partículas 
fuligem, chama Queima-roupa Até 10cm Projétil, partículas, 
fuligem 
chama Curta distância 10-50cm Projétil, partículas 
fuligem Média distância 50-70cm Projétil, partículas 
Longa distância 70cm 
diante 
Projétil 
 
Disparo de longa distância: solução de 
continuidade, bordas invertidas e regulares, orla de 
escoriação, equimose, orla de enxugo. 
Disparo a meia distância: orifício de entrada, orla 
de contusão e enxugo, zona de tatuagem. 
 
Disparo a curta distância: orifício de entrada, zona 
de contusão e enxugo, zona de tatuagem, zona de 
esfumaçamento. O duplo contorno da zona de 
esfumaçamento e indica que o projétil atravessou 
vestimenta. 
 
Disparo a queima-roupa: orifício de entrada, orla de 
contusão e enxugo, zona de tatuagem, zona de 
esfumaçamento e zona de chamuscamento. 
 
Disparo encostado: Todos os elementos do disparo 
que penetra na pele, expansão dos gases que 
invadem o subcutâneo; 
 
Nas regiões com plano ósseo, há orifício irregular, 
estrelado, com grande diâmetro, maior que o do 
projétil; 
 
Nas regiões sem plano ósseo, há orifício circular com 
impressão cutânea da boca da arma, conhecido 
como sinal de Puppe-Werkgartner; 
Formação de “pequenas cavidades” enegrecidas 
pela pólvora no tecido subcutâneo, conhecidas como 
sinal da Câmara de Mina de Hoffmann 
 
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19 
Disparos sobre superfície óssea cursam com 
impregnação de partículas incombustas na tábua 
óssea externa, conhecida como sinal de Benassi; 
 
Trajeto 
� Caminho percorrido pelo projétil no interior do 
corpo. 
� Considerado retilíneo e único para cada 
projétil. 
Pode ser um canal fechado ou um canal aberto, 
dependendo se transfixou ou não o corpo. 
Projétil pode desviar-se ao transfixar um órgão 
móvel, como o coração ou um osso. 
 
Ossos chatos, como os do crânio, apresentam lesão 
afunilada, de diâmetro menor no ponto de entrada e 
maior no ponto de saída, o que é conhecido como 
sinal de Bonnet. Aspecto lembra um cone ou funil, 
cuja base encontra-se voltada para o sentido da 
saída do projétil. 
 
 
Orifício de saída 
 Forma irregular, estrelada ou em fenda. 
 Diâmetro é geralmente maior do que o do 
orifício de entrada. 
 Bordas são evertidas. 
 Mais sangrante. 
 Pode haver fragmentos de tecidos 
exteriorizando-se pela lesão. 
 Não apresenta zonas de contorno. 
 Pode haver mais de um orifício de saída. 
 
Projéteis múltiplos 
 Espingarda, arma de caça. 
 Lesão característica: rosa de tiros. 
 
ATESTADO MÉDICO 
É a afirmação simples e por escrito de um fato 
médico e suas conseqüências. 
Sempre firmado por solicitação do interessado. 
 
Qualquer médico pode fornecê-lo, desde que 
qualificado para tal. 
É um documento particular e não tem compromisso 
legal, porém tem implicações jurídicas. 
 
Dar atestado falso pode cursar com detenção de um 
mês a um ano e, se for com finalidade de lucro, pode 
ser aplicada multa. 
 
O médico pode ser punido eticamente por fornecer 
atestado pelo qual não realizou atendimento, por 
fornecer atestado sem requisição do paciente ou 
responsável, por fornecer atestado de óbito sem 
presenciar o fato. 
É parte integrante da consulta, não pode ser negado 
e não pode ser cobrado. 
 
Finalidade dos atestados 
Sanidade, utilizado para a prática de atividade 
escolar, laboral ou física. 
Enfermidade, para afastamento de atividades ou 
exigência legal. Inclui realização de exame, 
intervenção ou tratamento. 
Óbito, que é exigência legal para realizar 
sepultamento e para constatações epidemiológicas. 
 
Regras para redigir 
 Deve conter cabeçalho com informações do 
médico: nome, CRM, endereço, telefone. 
 Deve-se evitar colocar o diagnóstico e, 
quando necessário, deve-se colocar CID, 
sempre com autorização do paciente ou 
responsável. 
 Deve conter carimbo e assinatura. 
 O atestado de óbito deve ser realizado no 
documento fornecido pelo Ministério da 
Saúde em três vias. Deve conter dados 
pessoais do falecido, como nome, endereço, 
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20 
grau de instrução, naturalidade, etc. No caso 
de feto, as informações são dos pais e devem 
conter também as condições da gestação, do 
parto e do feto ao nascer. 
 
Atestado de óbito 
 Devem ser atestados o diagnóstico da morte, 
com base nos fenômenos cadavéricos, e as 
causas da morte, com todas as doenças, 
estados ou lesões que contribuíram para a 
morte. 
 
 A causa básica da morte é o evento, doença 
ou lesão que iniciou a seqüência dos fatos 
que levaram ao óbito. 
 
 O médico assistente deve fornecer o atestado 
de óbito, exceto se morte natural sem 
atendimento (SVO) ou se morte violenta ou 
suspeita ou pessoa sem identificação (IML). 
Nestes casos, o médico que constatar a 
morte deve comunicar a delegacia mais 
próxima que providenciará o transporte do 
corpo. Não atestar em caso de morte meta- 
traumática, em que a causa básica é externa, 
ou de indivíduo sob custódia do estádio. 
 
 Nunca atestar um óbito sem que o tenha 
verificado pessoalmente ou sem que tenha 
prestado assistência ao paciente, salvo, se o 
fizer como plantonista, médico substituto ou 
em caso de necropsia e verificação médico-
legal. 
 
 A responsabilidade legal de todos os dados 
contidos na Declaração de Óbito é do 
médico. Portanto, nunca assinar uma 
documentação de óbito em branco. Verificar 
se todos os campos de identificação foram 
devida e corretamente preenchidos. 
 
 Nenhumsepultamento será realizado sem a 
Certidão de Óbito, que deverá ser expedida 
pelo Cartório a partir da Declaração de Óbito 
emitida pelo médico. Portanto, é importante 
que o registro dos dados na Declaração de 
Óbito seja feito com letra legível, sem 
abreviaturas. 
 
 Se for registrada insuficiência de órgão ou 
sistema, sempre declarar a sua etiologia na 
linha imediatamente abaixo. 
 
 Quando a morte for conseqüência de 
complicações cirúrgicas ou de 
procedimentos, declarar a causa que levou à 
indicação de cirurgia ou procedimento, pois 
esta é a causa básica de morte. 
 
 No caso de neoplasias, indicar sempre a 
localização primária e a natureza, se benigna 
ou maligna. Em caso de desconhecimento da 
localização primária, registrar como neoplasia 
maligna de sítio primário desconhecido. 
 
 No caso de óbitos de recém-nascidos e 
natimortos causados por patologia materna, 
não esquecer de registrá-la, pois ela é a 
causa básica da morte. 
 
 As fraturas, exceto as patológicas, são 
consideradas lesões devidas a causas 
externas. Portanto, deverão ser atestadas por 
médico legista. 
 
LAUDO MÉDICO E PARECER MÉDICO-LEGAL 
Laudo médico-legal 
Conceito 
Documento que contém a narração de uma perícia 
médica. 
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21 
O relatório recebe o nome de auto quando é ditado 
pelo perito ao escrivão, durante o exame ou logo 
após. É denominado laudo quando redigido pelo 
próprio perito, posteriormente ao exame. 
 
Forma 
 
O relatório médico-legal deve ser redigido de forma 
padronizada. Geralmente, é composto das seguintes 
partes: preâmbulo, quesitos, histórico, descrição, 
discussão, conclusão e respostas aos quesitos. 
 
Preâmbulo 
É a introdução do relatório e serve-lhe, normalmente, 
como cabeçalho. 
É necessário que contenha a data e o local do 
exame, a qualificação do perito ou autoridade 
requisitante, a qualificação do examinado e o tipo de 
exame solicitado. 
 
Quesitos 
Expressão das dúvidas que a justiça deseja que 
sejam esclarecidas através de determinada perícia. 
 
Tipos de perícias: lesões corporais, exame 
necroscópico, exame complementar de sanidade 
física, exame para verificação de idade, conjunção 
carnal, ato libidinoso, aborto, infanticídio. 
 
A autoridade requisitante e o advogado da parte não 
estão obrigados a restringir- se aos quesitos oficiais 
e podem formular, livremente, quesitos 
complementares para serem respondidos pelo perito. 
 
Histórico 
No histórico ou comemorativos, devem ser relatados 
os fatos que deram origem à perícia e ao 
procedimento judiciário do qual ela é parte 
integrante. O histórico é, geralmente, 
complementado com os antecedentes do 
examinando. 
 
Deve ser registrado em uma parte bem distinta do 
laudo, para resguardar o perito de qualquer 
responsabilidade quanto à sua veracidade. 
 
Descrição 
Nesta parte do relatório o perito deverá descrever, de 
modo preciso e minucioso, exatamente o que viu. A 
exposição tem de ser metódica, pormenorizada, 
clara e o mais objetiva possível. 
 
Deve ser referida a técnica utilizada, as observações 
feitas, os exames realizados ou solicitados e os seus 
respectivos resultados, tudo numerado em itens 
distintos e ilustrados, sempre que possível, com 
esquemas e fotografias. 
 
No caso de perícia no ser humano vivo, a descrição 
começa, geralmente, pelo registro de elementos que 
permitam determinar a identidade do examinando. 
Os itens seguintes são, normalmente, o exame geral, 
o exame especial e os exames complementares. Na 
descrição da perícia necroscópica devem constar 
elementos de identificação, exame das vestes, sinais 
de morte e exames externo, interno e complementar, 
como, por exemplo, o radiológico e o histopatológico. 
 
Nas perícias em restos humanos ou em materiais, o 
perito descreve, via de regra, o material recebido, as 
técnicas empregadas na sua preparação para 
exame, os tipos de avaliação realizados e os seus 
resultados. 
 
Discussão 
Consiste em analisar, cuidadosamente, os dados 
fornecidos pelo exame e registrados na descrição, 
cotejá-los com os informes disponíveis relatados no 
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22 
histórico e encaminhar o raciocínio do leitor para o 
entendimento da conclusão. 
Formular hipóteses plausíveis, capazes de elucidar 
as dúvidas expostas pela justiça nos quesitos. 
 
Conclusão 
Sumário de todos os elementos objetivos observados 
e discutidos pelo perito. 
Constitui a dedução sintética natural da discussão 
elaborada. 
 
Respostas aos quesitos 
As respostas aos quesitos formulados devem ser 
precisas, concisas e conclusivas. 
Sempre que possível, responder com um simples 
“sim” ou “não”. 
 
Parecer médico-legal 
Trata-se da resposta escrita de autoridade médica, 
de comissão de profissionais ou de sociedade 
científica, à consulta formulada com o intuito de 
esclarecer questões de interesse jurídico. 
 
A consulta médico-legal é geralmente feita pelo 
advogado de uma das partes e visa, na maioria das 
vezes, esclarecer dúvidas levantadas acerca de um 
relatório médico- legal. Normalmente é dirigida a 
profissional que tenha competência especial no 
assunto, para saber-lhe a opinião, que, após 
adequadamente escrita e documentada, pode ser 
aproveitada na forma de parecer e ser anexada ao 
processo judiciário. 
 
O valor do parecer depende do renome científico e 
moral do médico que o emite. 
É um documento particular que não exige 
compromisso legal. 
O parecer médico-legal não tem forma fixa, 
seguindo, em linhas gerais, o padrão do relatório. Na 
maioria dos casos ele não tem a parte 
correspondente ao exame, embora esta possa 
existir. 
 
O preâmbulo deve conter o nome e os principais 
títulos do opinante e do consultante e o modo como 
foi feita a consulta, se oral ou por escrito. A 
exposição de motivos corresponde ao histórico e 
nela deverá ser relatado o motivo da consulta e 
transcritos os quesitos. A discussão é a parte 
fundamental do parecer e na conclusão o profissional 
colocará, de modo sintético, a sua maneira de ver o 
fato e responderá aos quesitos. 
 
ASFIXIAS MÉDICO-LEGAIS 
 
Asfixia, Anóxia Anóxia, Anóxia circulatória, Anóxia de 
transporte. 
Anóxia histotóxica. 
 
Asfixia 
 Impedimento da ventilação pulmonar (hematose) por 
alteração da dinâmica respiratória ou do meio 
ambiente, gerando anóxia e, na maior parte dos 
casos, hipercapnia. 
 
Anóxica anóxica - Fisiopatologia das asfixias 
Obliteração externa de vias aéreas e vasos do 
pescoço: 2kgs obliteram as veias jugulares, 5kgs 
obliteram as artérias carótidas e 10kgs obliteram a 
laringe. 
Obstrução dos orifícios das vias aéreas. 
 
 Impedimento dos movimentos respiratórios. 
 Inibição dos centros respiratórios. 
 Alterações do meio ambiente, com diminuição 
do oxigênio ou mudança no meio para líquido 
ou sólido. 
 
Classificação das asfixias 
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23 
 Constrição do pescoço: enforcamento, 
estrangulamento, esganadura. 
 Obstrução das vias/orifícios aéreos: 
sufocação direta. 
 Impedimento da expansão torácica: 
sufocação indireta. 
 Alteração da composição do meio aéreo: 
confinamento, gases inertes. 
 Mudança do meio: soterramento, 
afogamento. 
 
 
Sinais gerais de asfixia 
Sinais externos: cianose, protrusão lingual, 
exoftalmia, petéquias em pele e mucosas, 
hemorragias conjuntivais, espuma na boca e nas 
narinas. Hipóstases são precoces, escuras e 
abundantes. 
Sinais internos: manchas de Tardieu (petéquias nas 
serosas), sangue escuro e fluido, congestão 
polivisceral. 
 
Enforcamento 
 Asfixiapor constrição do pescoço através de 
um laço acionado pelo próprio peso da vítima. 
 Típico quando nó atrás do pescoço, atípico 
quando nó na frente ou lateral. 
 
Sinais de enforcamento: 
 Sulco oblíquo ao eixo do pescoço, 
comumente interrompido, mais profundo na 
parte oposta ao nó; 
 Hipóstases nas partes distais dos MMSS e 
MMII; 
 Fratura de osso hióide e cartilagens do 
pescoço; 
 Lesões carotídeas; 
 Lesões internas mais altas que as externas; 
 
Causa jurídica da morte: geralmente suicídio, 
eventualmente homicídio, raramente acidental. 
 
Estrangulamento 
Asfixia por constrição do pescoço por um laço 
acionado por outro meio que não o peso da vítima. 
 
Sinais de estrangulamento: 
 Sulco perpendicular ao eixo do pescoço, 
contínuo e uniforme; 
 Sulco pode ser múltiplo; 
 Hiperemia e tumefação do rosto; 
 Petéquias em pele e mucosa; 
 Sinais de luta; 
 Espuma em traquéia, laringe e brônquios; 
 Fratura do osso hióide e cartilagens do 
pescoço; 
 Sinais externos e internos no mesmo plano; 
 Sinais gerais de asfixia; 
Causa jurídica da morte: na maior parte dos casos 
é homicídio, eventualmente é acidental. 
 
Esganadura 
 Asfixia por constrição do pescoço exercida 
pelas mãos do agressor. 
Sinais de esganadura: 
� Estigmas ungueais no pescoço; 
� Cianose e petéquias no rosto; 
� Sinais de luta; 
� Infiltração hemorrágica, com equimoses no 
subcutâneo, nos músculos do pescoço e nas 
glândulas salivares; 
� Fraturas no osso hióide, nas cartilagens 
do pescoço e no processo estilóide; 
� Congestão e enfisema pulmonar; 
� Espuma em traquéia, laringe e brônquios; 
� Sinais gerais de asfixia; 
Causa jurídica da morte: sempre homicídio. 
 
Sufocação direta 
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24 
 Asfixia por oclusão dos orifícios ou vias 
aéreas. 
 Agentes: mãos, objetos (travesseiro, 
dentadura, alimentos). 
Sinais: 
� Presença de agente causador; 
� Estigmas ungueais em torno dos orifícios; 
� Sinais gerais de asfixia; 
 
Sufocação indireta 
 Asfixia por impedimento da expansão 
torácica. 
Agentes: 
� Aglomerações, terra, areia, etc; 
� Vítimas presas em ferragens em acidentes; 
 Sinais: 
� Máscara equimótica; 
� Exoftalmia intensa; 
� Fraturas de costelas; 
Sinais gerais de asfixia; 
 Soterramento 
 Asfixia produzida pela substituição do meio 
aéreo por meio sólido ou semi-sólido. 
Sinais de soterramento: 
� Presença de substância impregnando 
externamente o corpo; 
� Presença de substância nas vias aéreas e 
estômago; 
� Traumatismos; 
 
Confinamento 
 Asfixia produzida em local em que não há 
renovação do ar ambiente e conseqüente 
diminuição da concentração do oxigênio. 
Sinais gerais de asfixia. 
� Gases inertes 
� Asfixia produzida pela substituição do ar por 
um gás inerte, não tóxico, como argônio, 
xenônio, butano, propano, etc. 
 
Afogamento 
 Asfixia provocada pela substituição do meio 
aéreo por meio líquido. 
Sinais externos: 
� Sinais de que o corpo esteve na água, como 
embebição cadavérica (cadáver volumoso), 
maceração da pele (enrugamento da pele), 
pele anserina, lesões provocadas por 
peixes e outros animais aquáticos, 
presença de sujeira na pele (lodo, areia, 
algas); 
� Cogumelo de espuma; 
� Sinais de luta ou de arraste; 
 
Sinais gerais de asfixia; Sinais internos: 
� Manchas de Paltauf, equimoses sub-pleurais 
maiores, mais pálidas e de contornos menos 
precisos do que as manchas de Tardieu; 
� Espuma nas vias aéreas; 
� Corpos estranhos nas vias aéreas, como 
areia, lodo, plâncton, algas, etc; 
� Pulmões bojudos, inchados, armados, 
repletos de espuma e com sinal de Godet; 
� Estômago repleto de água; Afogados 
brancos: 
� Indivíduos que morrem ou foram 
encontrados na água sem afogar-se; 
� A autópsia não mostra sinais de 
afogamento; 
� Constituem cerca de 10% dos casos de 
afogamento; 
� Morte por inibição vagal, ocultação de 
crime ou morte por outro motivo qualquer; 
 
TANATOLOGIA FORENSE 
Capítulo da Medicina Legal que estuda a morte e 
suas repercussões na esfera social. 
 
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25 
Conceito tradicional de morte: cessação 
irreversível da respiração e da circulação, cessação 
total e permanente das funções vitais. 
Em 1967, Cristian Barnard realizou o primeiro 
transplante de coração e deslocou o conceito para 
morte cerebral. A mudança foi impulsionada por 
avanços nas técnicas de ressuscitação cárdio-
respiratórias e no desenvolvimento de equipamentos 
de sustentação da vida para pacientes com lesões 
cerebrais severas. 
 
Legislação brasileira 
Segundo a natureza jurídica, morte natural é aquela 
cuja causa básica seja uma doença ou estado 
mórbido. Morte violenta ou por causa externa é 
aquela que decorre de lesão provocada por violência 
qualquer, como homicídio, suicídio ou acidente. 
Morte suspeita é aquela em que as circunstâncias 
podem sugerir que sua causa tenha sido violenta. 
Morte súbita é aquela que ocorre inesperadamente, 
de modo súbito, geralmente imprevista. Morte 
agônica é aquela que é previsível e esperada. 
 
O conhecimento da natureza ou causa jurídica da 
morte direciona o correto preenchimento da 
Declaração de Óbito, que é um imperativo ético. 
 
Tanatognose 
 Diagnóstico da realidade de morte. 
 Fenômenos cadavéricos ou sinais 
tanatológicos. 
 
Classificação de Borri dos fenômenos 
cadavéricos 
 Abióticos ou avitais 
� Imediatos: inconsciência, insensibilidade, 
imobilidade e atonia muscular (fácies 
hipocrática), cessação da respiração (sinal do 
espelho ou da vela), cessação da circulação 
(prova da fluoresceína de Icard). São sinais 
de presunção de morte. 
� Consecutivos: sinais de certeza de morte. 
Evaporação tegumentar (desidratação), 
caracterizada por decréscimo de peso, 
pergaminhamento da pele, dessecamento das 
mucosas dos lábios e fenômenos oculares, como 
perda da tensão do globo ocular, opacificação da 
córnea e mancha esclerótica (sinal de Sommer e 
Larcher). 
 
Resfriamento cadavérico, caracterizado por equilíbrio 
térmico com o ambiente. Depende de temperatura 
do ambiente, idade do cadáver, constituição, causa 
mortis, vestes, umidade e arejamento O resfriamento 
é lento até três horas depois da morte, rápido nas 
seis horas seguintes e lento a partir de então. A 
fórmula de Rentoul e Smith prevê o esfriamento 
médio de 1.5º C por hora. 
 
Manchas de hipóstases (livor cadavérico) são 
manchas violáceas que se formam pela deposição 
de sangue nas regiões em declive no cadáver 
devido à ação da gravidade. Importância para 
diagnóstico da realidade de morte, estimativa do 
tempo de morte e avaliação da posição em que o 
cadáver permaneceu depois da morte. Início 
precoce, cerca de dez minutos após a morte, com 
manchas bem visíveis cerca de duas a três horas 
após a morte e fixação entre oito e doze horas. 
Diagnóstico diferencial com equimoses. 
 
Rigidez cadavérica, relacionada a supressão da 
oxigenação tecidual, com impedimento da formação 
de ATP, glicólise anaeróbica, acúmulo de ácido lático 
e formação de actomiosina. Fenômeno físico-
químico com contratura muscular por ação dos 
produtos catabólicos. A evolução é crânio-caudal e 
o desaparecimento segue o mesmo trajeto. Início 
entre uma e duas horas após a morte, no máximo 
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26 
após oito horas, com desaparecimento junto ao 
início da putrefação em função da acidificação. 
 
Transformativos 
Destrutivos: 
Autólise consiste de fenômenos fermentativos 
anaeróbicos da célula gerados pelas enzimas 
celulares,sem interferência bacteriana, com 
acidificação intra- e extra-celular incompatível com a 
vida. Diagnóstico com métodos de detecção de 
acidez nos tecidos como o sinal de Lecha- Marzo, 
em que é colocado papel de azul de tornassol nos 
globos oculares. 
 
Putrefação consiste em decomposição fermentativa 
da matéria pela ação de germes. O intestino 
geralmente é o ponto de início da putrefação. Varia 
de acordo com fatores intrínsecos, como idade, 
causa mortis e constituição, e com fatores 
extrínsecos, como temperatura, aeração e 
umidade. Pode ser dividida em quatro períodos, que 
incluem período de coloração, período gasoso, 
período coliquativo e período de esqueletização. 
 
 O período de coloração inicia-se por mancha 
verde abdominal, geralmente localizada na 
fossa ilíaca direita. Difunde por todo o 
abdômen e pelo tórax, cabeça e membros. 
Tonalidade esverdeada vai escurecendo até 
chegar ao verde-enegrecido. Aparece entre 
18 e 24 horas após a morte e recobre 
totalmente o cadáver em 7 a 12 dias. 
 
 O período gasoso é caracterizado por 
enfisema putrefativo, flictenas putrefativas 
(formação de bolhas na epiderme), cadáver 
de aspecto gigantesco, posição de lutador, 
circulação póstuma de Brouardel e odor 
intenso. Inicia-se a partir do 2º dia após a 
morte, com máximo antes de uma semana e 
duração de uma a três semanas. 
 O período coliquativo é caracterizado por 
dissolução pútrida do cadáver. O corpo perde 
sua forma e a epiderme se desprega da 
derme. Partes moles se reduzem de volume 
pela desintegração progressiva dos tecidos. 
Esqueleto fica coberto por uma massa de 
putrilagem. Fauna cadavérica instalada. Início 
em semanas e duração de meses. 
 O período de esqueletização tem duração 
variável. 
 
Conservadores: 
Maceração - consiste em processo especial de 
transformação do cadáver que ocorre por excesso de 
umidade ou pelo meio líquido. Fenômeno geralmente 
asséptico, como feto no útero materno. 
Destacamento de amplos retalhos de tegumento 
cutâneo. O corpo perde a consistência e os ossos se 
livram dos tecidos, como se estivessem soltos. 
 
Mumificação - pode ser produzida por meio natural 
ou artificial em condições de desidratação rápida, 
que impede a ação microbiana. Cadáver exposto ao 
ar com ventilação excessiva ou regiões de clima 
quente e seco. 
 
Saponificação - é transformação do cadáver em 
substância de consistência untuosa, mole e 
quebradiça, de tonalidade amarelo-escura. 
Aparência de cera ou sabão. Surge depois de um 
estágio de putrefação. Locais úmidos, tipo particular 
de solo. 
 
PERÍCIAS CÍVEIS 
Ações penais 
Iniciativa pública, legitimação para agir é do estado, 
Ministério Público. Perícias realizadas pelo Instituto 
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27 
Médico-Legal por médicos legistas. Fase de inquérito 
e fase processual. 
 
Ações cíveis - Iniciativa privada. 
 Legitimação para agir é do ofendido ou de 
seu representante legal. Perícias realizadas 
por profissionais legalmente habilitados em 
cada área. 
 Peritos - Nomeados diretamente pelo juiz 
(perito louvado); 
 Pertencentes a uma instituição pública; 
 Instituto de Medicina Social e Criminologia de 
São Paulo (autarquia da Secretaria da Justiça 
e Cidadania); 
 Corpos de peritos cadastrados; 
 INSS; 
 
Perícias: casos que envolvem comprometimento do 
patrimônio físico, mental ou psíquico do ser humano. 
Toda ação judicial tem necessariamente fundamento 
em um dispositivo legal. 
 
Ações de indenização 
Prejuízo a terceiros: acidentes de automóveis, erro 
médico, agressões, acidente de trabalho, doenças 
profissionais. 
Conduta do agente: culposa, dolosa. 
 
Ação infortunística 
Acidente de trabalho e doenças profissionais. 
O réu é o INSS. 
Contexto normativo para aposentadoria por invalidez, 
auxílio-doença e auxílio-acidente. 
 
Ação de estado das pessoas 
 Avalia se as pessoas estão aptas para o 
exercício dos atos da vida civil e de auto-
determinação. 
 Incapacidade absoluta, incapacidade relativa, 
ato jurídico anulável e hipóteses de curatela. 
 Interdição judicial da pessoa com instituição 
da curatela. 
 Anulação de ato jurídico: compra e venda, 
testamento, casamento, pedido de demissão 
de serviço público. 
 
Ação de reconhecimento de paternidade 
 O reconhecimento do estado de filiação é 
direito personalíssimo, indisponível e 
imprescritível, podendo ser exercitado contra 
os pais ou seus herdeiros, sem qualquer 
restrição, observado o segredo de justiça. 
 A sentença que julgar procedente a ação de 
investigação produzirá os mesmos efeitos do 
reconhecimento. 
 
Ações de guarda e adoção 
 
Perícias cíveis 
Documentos médico-legais: relatório (auto ou laudo), 
parecer, atestado. Toda declaração firmada por 
médico, no exercício da profissão, para servir como 
prova, e que pode ser utilizada com finalidades 
jurídicas. 
 
Partes do relatório médico-legal: preâmbulo, 
quesitos, histórico, descrição, discussão, conclusão, 
resposta aos quesitos. 
 
Preâmbulo: cabeçalho, data e local do exame, 
qualificações, tipo de perícia. 
 
Quesitos: perguntas formuladas por juiz, Ministério 
Público, autor e/ou réu. Nas ações penais existem 
quesitos padronizados e obrigatórios. Nas perícias 
cíveis, os quesitos não são obrigatórios. Ajudam a 
estabelecer a diretriz a ser seguida pelo perito e 
chamam atenção do perito para aspectos específicos 
do caso particular. A resposta é obrigatória. 
 
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Noções de Criminalística e Medicinal Legal 
 
28 
Histórico: ressalvar a responsabilidade do perito 
quanto à veracidade das informações fornecidas pelo 
periciando. Não vigora a presunção de confiança da 
relação médico-paciente comum. As fontes incluem 
petição inicial, contestação, laudos periciais 
anteriores, documentos médicos anteriores e outros. 
Descrição corresponde ao exame físico ou 
psiquiátrico. A responsabilidade do perito é máxima 
(visum et repertum). Permite termos dubitativos. 
Incluir os exames solicitados. 
 
Discussão: análise cuidadosa dos dados registrados 
em “descrição” e cotejamento com os dados de 
“histórico”. O entendimento da “conclusão” deve ficar 
razoavelmente fácil ao final da leitura da discussão. 
Formulação de hipóteses plausíveis, exteriorização 
de impressões pessoais fundamentadas, citação de 
bibliografia, respostas aos quesitos. A discussão 
pode ser dispensada se, do “histórico” e da 
“descrição” decorrer naturalmente a “conclusão”. 
Respostas aos quesitos: todos os quesitos já devem 
ter sido tratados em “discussão” e a resposta deve 
ser curta e concisa, no máximo com remissão à parte 
do laudo em que está a resposta detalhada. 
Resposta dubitativa é aceitável. O quesito pode não 
ser pertinente ou referente a quesito anterior cuja 
resposta deixou-o sem sentido. 
Conclusão é dedução sintética e natural da 
discussão elaborada. O perito deve, 
necessariamente, responder aos elementos do 
pedido do autor acrescido da resposta a elementos 
próprios da natureza do fato em avaliação. 
Responder se houve dano, se há nexo entre os fatos 
narrados e o dano e se deixou de ser observada 
alguma regra técnica. Intensidade do dano, tempo e 
seqüelas. 
 
Auxílio doença 
O auxílio-doença será devido ao segurado que, 
havendo cumprido, quando for o caso, o período de 
carência exigido nesta lei, ficar incapacitado para seu 
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 
15 dias. 
 
Há enfermidade alegada? Está incapacitado para o 
trabalho? Está incapacitado para as atividades 
habituais? Qual a data do início da incapacidade? 
Qual a data de início da enfermidade? 
 
PSIQUIATRIA FORENSE 
 
A psiquiatria forense ocupa-se com os agentes

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