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Trocadores de Calor – Resolução da Questão 5 Professor: Pedro Cabral Nin Ferreira 5) Trocador de calor bitubular com vapor d’água saturado no tubo interno e óleo na região anular. Pressão do lado do vapor dada, portanto a temperatura pode ser determinada. a) Pela tabela de propriedades da água: Tsat = 420 K, psat = 4,370 bar Tsat = 430 K, psat = 5,699 bar Devido à mudança de fase, e a não variação da pressão, a temperatura da água será constante. Portanto, suas propriedades também serão constantes. Interpolando: A densidade de vapor pode ser determinada pela equação de estado de gás ideal (também poderia ser interpolada a partir dos valores tabelados para a água – daria ligeiramente diferente): Pela tabela fornecida, podemos determinar as propriedades físicas do óleo se soubermos a temperatura média do óleo. Cálculo da velocidade de escoamento na entrada do tubo interno: Número de Reynolds na entrada do tubo interno: Podemos realizar um balanço de energia para determinar a vazão de óleo. Para tanto, precisamos da vazão mássica de água, que pode ser determinada pela massa específica do vapor: Note que, diferentemente da vazão volumétrica, a vazão mássica é constante (para satisfazer o balanço de massa na água). Passemos, agora, para o balanço de energia: A vazão de óleo é: Agora vamos determinar o coeficiente de troca de calor por convecção no tubo externo. Para tanto, precisamos determinar o número de Reynolds, que dependerá do diâmetro hidráulico, definido por: A correlação de Chato para escoamento com mudança de fase em tubos cilíndricos é válida para escoamentos com números de Reynolds na entrada menores que 35000 e pode, portanto, ser utilizada: Nesta correlação, as propriedades físicas do líquido devem ser avaliadas na temperatura de filme (média entre Ts e Tsat), enquanto as de vapor devem ser avaliadas na temperatura de saturação (já feito acima). Devemos estimar um valor para Ts. Note que o Reynolds da água é muito maior que o Reynolds do óleo, portanto a temperatura do tubo deve estar muito mais próxima da temperatura da água do que da temperatura do óleo. Vamos supor que: Observe que a temperatura do tubo varia ao longo do trocador, pois a temperatura do óleo também varia (por isso o valor médio acima). A temperatura de filme será, então: Supus o valor de 142,11 °C acima (um valor estranho para se estimar) para que a temperatura de filme desse um valor redondo (420 K), e não precisasse fazer interpolações. Avaliando as propriedades do líquido na temperatura de filme: Voltando à correlação de Chato: Valores para o número de Nusselt para escoamento laminar na região anular estão disponíveis na tabela 8.2 do Incropera, em função da razão entre diâmetro interno e externo. Pela tabela: Pela definição do número de Nusselt, podemos calcular o coeficiente convectivo: Note que, pelos valores de coeficientes convectivos, nossa hipótese de temperatura da superfície deve estar aceitável (vamos verificar no final). A partir deste ponto, faremos uso do método MLDT. Ao final da resolução por este método, há também a resolução via -NUT. Escrevendo o coeficiente global de transferência de calor baseado na parte interna do tubo interno (por onde passa a água): Resolvendo para o comprimento: Neste momento, podemos verificar se a hipótese que fizemos para a temperatura da superfície interna (Ts = 142,11 °C) está adequada, avaliando a troca convectiva apenas na parte interna (da água para o tubo): A diferença de aproximadamente 7 °C para o valor que estimamos inicialmente é razoavelmente pequena (se quiséssemos ser rigorosos, deveríamos usar esta temperatura para reavaliar as propriedades da água líquida e recalcular o comprimento do trocador – teríamos um processo iterativo, portanto). Resolvendo pelo método -NUT, precisamos determinar os fluidos mínimo e máximo: Portanto, o óleo é o fluido mínimo e a água o máximo. Podemos calcular a efetividade do trocador por: Calculando o parâmetro Cr: Para trocadores com Cr = 0, vale, independente da geometria e da configuração de escoamento: Pela definição de NUT: Compare com o valor calculado pelo método MLDT anteriormente (UA = 1406,26 W/K) e verifique que o comprimento dará bastante próximo ao já calculado acima(13,93 m). b) Geralmente, espera-se que o trocador operando em paralelo apresente maior eficiência, portanto necessite de um comprimento menor. Entretanto, neste caso, temos um fluido passando por mudança de fase. Note que o valor de Tln é idêntico para ambos as configurações de escoamento: Como a configuração de escoamento afeta somente o cálculo de Tln, o comprimento do trocador seria o mesmo (a mesma conclusão poderia ser encontrada através do método -NUT, pois, quando há mudança de fase, a mesma equação é válida para qualquer trocador com qualquer configuração de escoamento). c) A grande vantagem do trocador casco e tubos é que possui maior área de troca térmica por comprimento do trocador, portanto seria necessário um comprimento menor e um espaço menor para instalação. Como desvantagens, poderíamos citar o maior custo para construção de um trocador casco e tubos e a maior dificuldade de limpeza quando precisarmos parar a operação para manutenção. d) Para o cálculo da perda de carga, precisaremos determinar a massa específica média do óleo. A perda de carga é dada por: Com a velocidade do óleo determinada por: E o fator de atrito de Darcy (ou Moody) para escoamento laminar (ReDH = 181 < 2300): E a perda de carga fica: Portanto, a pressão de saída será: Para calcularmos a força a que o tubo está submetido, precisamos saber a pressão média. Como a queda de pressão varia linearmente com o comprimento, a pressão média no lado do óleo pode ser dada pela média aritmética entre as pressões de entrada e saída. A força a que o tubo está submetido se deve a diferença de pressão entre os dois fluidos: A direção da força será a direção radial, com sentido da maior para a menor pressão. A força de atrito pode ser determinada através da tensão de cisalhamento, que depende do fator de atrito de Fanning. E a força de atrito é dada por: A direção da força será a paralela ao escoamento, com sentido contrário ao mesmo. e) Para facilitar, vamos considerar que esta menor temperatura de saída do óleo não afete suas propriedades físicas (de fato, a diferença de 8 °C afetaria muito pouco). A saber: De fato muito próxima dos 58,39 °C anteriores. Pelo método -NUT: E o NUT: Que leva a: Podemos calcular então o valor da resistência de depósito: O tempo de parada do trocador para limpeza é dado por: Perceba que não podemos aproximar para 33 meses, pois isto faria com que a temperatura fosse menor que 92 °C. Num caso real, a manutenção seria realizada com alguma folga para prevenir as aproximações realizadas (em contas e pelos métodos de projeto). f) Vamos continuar considerando que as propriedades do óleo não são afetadas, apenas para não precisarmos recalculá-las. Após 5 anos de operação sem parada para limpeza: Portanto, o coeficiente global de transferência de calor será: Calculando o NUT: E a efetividade do trocador será: Pela definição de efetividade: Note que a temperatura média do óleo seria: Que ainda não está muito distante da temperatura anterior (58,39 °C). Se quiséssemos um resultado mais rigoroso, entretanto, deveríamos reavaliar as propriedades do óleo.
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