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Prof. Alex Barbuda 1 Fundação Presidente Antônio Carlos Faculdade Presidente Antônio Carlos de Teófilo Otoni SÍNTESE DIREITO TRIBUTÁRIO II NONO PERÍODO DE DIREITO Professor: Alex Barbuda Prof. Alex Barbuda 2 FUNDAÇÃO PRESIDENTE ANTONIO CARLOS DE TEÓFILO OTONI- FUPAC DIREITO TRIBUTÁRIO II 9º PERÍODO PROFESSOR: ALEX BARBUDA SINTÉSE DAS AULAS 1. RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA É um recurso de memorização, visando sistematizar a relação jurídica tributária no tempo.Estudando esta relação, tornam-se claros os momentos essenciais da relação tributacional, traduzindo-se em uma ordem cronológica, facilmente compreensível. 1.1 HIPOTESE DE INCIDÊNCIA. Abstrato Representa o momento abstrato, previsto em lei hábil a deflagrar a relação jurídico tributária. É a escolha feita pelo legislador de fatos quaisquer, propensos a ensejar uma relação tributária. CONCEITO: É descrição que a lei faz de um fato tributário que, quando ocorrer, fará nascer a obrigação tributária. Ex: Imposto sobre importação. Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional. Prof. Alex Barbuda 3 1.2 FATO GERADOR: fato imponível. É a materialização da hipótese de incidência representando o momento concreto de sua realização, que se opõe ahipótese de incidência, que é apenas a previsão legal. Ver. Art. 114 CTN. 1.2.1 IMPORTÂNCIA DO FATO GERADOR. - Natureza jurídica do tributo -define a lei que será aplicada. Através do fato gerador, que se definirá a natureza jurídica do tributo (taxa, impostos, contribuições de melhoria.), sendo a nominação irrelevante. Ver Art.4ª CTN. O Fato gerador ganha significativa importância, pois, define a lei que será aplicada no momento da cobrança do tributo em abono ao princípio constitucional da irretroatividade tributária. (art. 150, III, “a”, da CF) é vedado aos entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes de vigência da lei que houver instituído ou aumentado.Ou seja,em uma atuação fiscal tem que se basear em lei que antecede os fatos geradores, sob pena de ferir o principio acima citado. Em resumo temos hipótese de incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação principal. A principal diferença é que a hipótese é a descrição fática, e o fato gerador a efetiva ocorrência do fato legalmente previsto. Prof. Alex Barbuda 4 O tributo deve incidir sobre situações licitas, e de igual modo aquelas consideradas ilícitas ou imorais.PECUNIA NON OLET – O tributo não tem cheiro. O direito tributário preocupa-se em saber tão somente sobre a relação econômica relativa ao determinado negocio jurídico. De acordo com Ricardo Lobo Torres “Se o cidadão pratica atividades ilícitas com consistência econômica deve pagar o tributo sobre o lucro obtido, para não ser agraciado com o tratamento desigual frente às pessoas que sofrem a incidência tributária sobre os ganhos e provenientes do trabalho honesto ou da propriedade legítima. Ver. Art. 118, 126 e 135 do CTN. 1.2.3-TIPOS DE FATOS GERADORES. A) FATOS GERADORES INSTANTÂNEOS OU SIMPLES Sua realização se dá num determinado momento no tempo, mediante a prática de um simples ato. EXEMPLO: ITBI, ITCMD, IPI...ICMS B) PERIODICOS OU COMPLEXOS: Sua realização se põe ao longo de um espaço de tempo, portanto, não ocorrem hoje ou amanhã, mais sim durante um longo período, ao término do qual se valoriza uma determinada quantia de fatos isolados que, somados, aperfeiçoam o fato gerador do tributo. Prof. Alex Barbuda 5 EX: Imposto de renda. C) CONTINUADOS: ver artigo 116 e 117 CTN. Geralmente são anuais, tendo uma linha de corte. Sua realização se dá de forma duradoura e estável no tempo; a matéria tributável tende a permanecer hoje e amanhã. Ocorre normalmente nos impostos incidentes sobre o patrimônio. IPTU, ITR, IPVA. 1.2.4- NEGOCIOS JURÍDICOS CONDICIONAIS. Ver art. 117 CTN. A) Condição suspensiva: Evento futuro e incerto: de cuja a realização se faz depender seus efeitos: . No momento de seu implemento, no momento em que se realiza a condição, ocorre o fato gerador: Ex. doação condicionada ao casamento. B) Condição resolutiva: (evento futuro e incerto em cuja a condição se faz decorrer o desfazimento do ato.) o fato gerador ocorre desde que o ato ou negocio jurídico foi celebrado, sendo, neste caso, inteiramente irrelevante a condição: ex: fim de casamento provoca o desfazimento da doação, ao qual foi feita como condição. Art. 117 inc II. 2- OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIO São elementos da obrigação tributária: o sujeito ativo (art. 119 e 120 CTN, sujeito passivo (art.121 a 123 CTN), o objeto (art. 113 CTN), e a causa (art. 114 e 115, CTN). A) SUJEITO ATIVO Refere-se ao lado credor da relação intersubjetiva tributária, representado pelos entes que devem proceder à invasão patrimonial para retirada compulsória de valores, a título de tributos. Art. 119 CTN Prof. Alex Barbuda 6 As pessoas jurídicas de Direito Público podem ser titulares, por delegação, das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos (parafiscalidade), ou executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. Art. 7º CTN Há dois tipos de Sujeitos Ativos: Direitos: São os entes Tributantes- União, Estados, Municípios e Distrito Federal (art. 41 C.C) – São detentores de competência tributária, ou seja, do poder legiferante de instituição de tributo. Indireto: são os entes parafiscais- CREA, CRM, CRC, detentores de capacidade tributária ativa, do poder de arrecadação e fiscalização de tributo. Assim não se pode confundir a atribuição constitucional de competência para instituir o tributo (competência tributária) com a possibilidade de figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária. A primeira é indelegável, e segunda é passível de delegação. Art. 7º CTN B) SUJEITO PASSIVO Refere-se, pois, ao lado devedor da relação intersubjetiva tributária, representado pelo entes destinatários da invasão patrimonial na retirada compulsória de valores, a título de tributos. Ver. Art. 121 do CTN Existem dois tipos de devedores na relação jurídico-tributária: o contribuinte e o responsável. Ainda de acordo com o art. 123 do CTN, as convenções particulares não podem ser opostas ao fisco para modificar o sujeito passivo. As convenções são válidas, entre as partes contratantes, na órbita do Direito Privado, mas não produzem nenhum efeito contra a fazenda pública. Prof. Alex Barbuda 7 EX: no contrato de locação pode estabelecer que a obrigação de pagar o IPTU é do locatário, entretanto, referida avença em nada altera o direito tributário, onde estabelece que em regra o responsável é o proprietário. O Sujeito passivo também se divide em: DIRETO É o contribuinte, aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador. Ex. -proprietário de um bem imóvel ou o possuidor com ânimo de domínio, quanto ao IPTU, - o adquirente do imóvel transmitido com onerosidade, quanto ao ITBI, entre outros. INDIRETO: é o responsável, ou seja, a terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador. EXEMPLOS:A) Contribuinte absolutamente incapaz (art. 134, I, do CTN) Imóvel: filho contribuinte, pais responsáveis. B) Bem imóvel alienado com dívida do IPTU (art. 130 CTN) O adquirente de imóvel, pela própria conveniência do Fisco, será o responsável pelo tributos referente ao bem imóvel, enquanto o alienante, por ter relação direta com ofato gerador, permanece como contribuinte. C) Bem móvel alienado com dívida do IPVA (art. 131, I CTN) O adquirente do veículo será o responsável pelos tributos em exame, enquanto o alienante, por ter relação direta com o fato gerador, pemanece como contribuinte. Prof. Alex Barbuda 8 D) FUSÃO, CISÃO TRANSFORMAÇÃO OU INCORPORAÇÃO DE EMPRESAS (ART. 132 CTN. E) RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO COMERCIAL. F) RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS G) SÓCIO ADMINISTRADOR DE EMPRESA COM RELAÇÃO À DÍVIDA TRIBUTÁRIA DA SOCIEDADE. C) OBJETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Equivale a prestação a que se submete o sujeito passivo diante do fato imponível deflagrador da obrigação tributária. Se refere à prestação a que se deve submeter o contribuinte ou o responsável. Tal prestação pode ser de cunho pecuniário ou de cunho não pecuniário. Dividi-se em: Principal ou patrimonial: consubstanciando uma obrigação de dar, estando definida no § 1º do art. 113 do CTN., É a prestação designativa do ato de pagar, afeta ao tributo e à multa. De acordo com o CTN a obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. Acessória ou de instrumentalidade:, revela o objeto como uma obrigação de fazer ou não fazer, estando prevista no § 2º do art. 113 do CTN. É uma prestação positiva ou negativa que denota atos de fazer ou não fazer, despidos do timbre de patrimonialidade. Trata-se de deveres instrumentais do contribuinte É criada no interesse da fiscalização ou arrecadação dos tributos, ou seja, são criadas com o objetivo de facilitar o cumprimento da obrigação tributária principal, bem como de possibilitar a comprovação deste cumprimento (fiscalização). Exemplo: emitir notas fiscais, escriturar livros fiscais, entregar declarações, não trafegar como mercadoria desacompanhada de nota fiscal, não obstar o livre acesso da fiscalização à empresa. O legislador deve sempre indicar quem será responsável pelo cumprimento das obrigações acessórias, conforme interesse de arrecadação ou fiscalização de tributos. Prof. Alex Barbuda 9 Há casos que mesmo o contribuinte ou responsável não estejam obrigados em relação à obrigação principal, a acessória subsiste: Ex: A obrigação acessória pode existir sem que exista a obrigação tributária principal, em virtude de isenção e imunidade, por exemplo, e deve vir sempre prevista em lei, com natureza jurídica de obrigação de fazer ou não fazer. Ainda, o descumprimento de uma obrigação acessória faz nascer uma obrigação principal, com relação à multa. Art. 113, § 3º CTN. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. D) CAUSA É o vinculo jurídico motivador do liame obrigacional entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. Pode residir na lei tributária ou na expressão de legislação tributária. Art. 114 e 115 CTN Fato gerador da obrigação principal é a lei Fato gerador da obrigação acessória: legislação tributária. 3.DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO Domicílio: é o lugar de exercício de direitos e cumprimento das obrigações, no sentida da exigibilidade. Na seara tributária: é o local, determinado pela legislação tributária, onde o sujeito passivo é chamado para cumprir seus deveres jurídicos da ordem tributária. Pode dividir em 1- Regra Geral: aplica-se o domicilio de eleição: Local de preferência do contribuinte 2- Na ausência de eleição: aplica-se o art. 127 inc. I,II,II do CTN Prof. Alex Barbuda 10 3- Na impossibilidade de aplicação dos incisos citados ou na recusa fundada pela Administração quanto ao domicílio de eleição quando impossibilite ou dificulte a fiscalização: aplica-se o art. 127 §1ªdo CTN. Primeiro é o local de preferência do contribuinte, desde que não seja recusado pela autoridade administrativa, ou seja, decide-se espontaneamente, sobre o local de sua preferência: intimações a notificações.- consta nos cadastros das repartições tributários. As peculiaridades deste ou daquele tributa podem alterar a questão do domicilio fiscal de uma mesma. Em relação a empresas, nem sempre a escolha recairá sobre o lugar da sede da empresa, pois detendo a pessoa jurídica vários estabelecimentos, o domicílio fiscal será o o lugar do estabelecimento (em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação. “Princípio da autonomia dos estabelecimentos” Existem tributos que o fato gerador ocorre em cada estabelecimento, então geralmente a legislação tributária determina o domicilio tributário o local da sede de cada estabelecimento. ICMS. Existem situações que pessoas jurídicas de direito público também podem ser sujeitos passivo de tributos. A imunidade recíproca somente abrange os impostos, e não as taxas e contribuições de melhorias. Ex. contribuições previdências de pessoas jurídicas de direito público que possuem empregados vinculados a CLT. - § 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. Importante por exemplo, na arrecadação de ISS sobre os serviços que prestem donos de circo , e sendo eles essencialmente nômades, seu domicilio tributário será considerado cada local em que se exibem e no qual, portanto, prestam os serviços tributados. Prof. Alex Barbuda 11 § 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 4. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Em princípio o tributo deve ser cobrado da pessoa que pratica o fato gerador, e nessas condições surge o sujeito passivo direto. Em certos casos, no entanto, o Estado pode ter necessidade de cobrar tributo de uma terceira pessoa, que não o contribuinte, que será o sujeito passivo indireto (responsável tributário). A palavra responsabilidade no direito tributário, tem um sentido amplo e outro restrito. Sentido amplo: é a submissão de determinada pessoa contribuinte ou não, ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária. Sentido estrito: é a submissão, em virtude de disposição legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculado ao fato gerador da obrigação tributária, do direito do fisco de exigir a prestação respectiva. Essa responsabilidade poderá ser por substituição ou por transferência: a) Responsabilidade por substituição: Quando a lei determina que o responsável (substituto) ocupe o lugar do contribuinte (substituído), desde a ocorrência do fato gerador, de tal sorte que, desde o nascimento da obrigação tributária, o responsável, já é o sujeito passivo. EX: imposto de renda na fonte: a obrigação é da fonte pagadora, o prestador do serviço ou empregado é excluído da relação. Sobre ele recaem todos os ônus da cobrança. A substituição tributária possui a função do responsável de arrecadar o tributo por conta do Estado, não considerando o substituto como verdadeiro devedor do tributo. Assume tanto a obrigação principal, como acessória, e se o substituto não recolher o tributo nenhumaresponsabilidade terá o contribuinte substituído. b) Responsabilidade por transferência: Prof. Alex Barbuda 12 Quando por expressa previsão legal, a ocorrência de um fato, posterior ao surgimento da obrigação, transfere a um terceiro a condição de sujeito passivo da obrigação tributária, que até então era ocupada pelo contribuinte. Nesse caso, o contribuinte não é ignorado. Essa transferência pode excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribuí-la efeito supletivo, e comporta três situações possíveis: a responsabilidade por solidariedade, a responsabilidade dos sucessores e a responsabilidade de terceiros. 4.1 CONCEITO: CONTRIBUINTE VERSUS RESPONSÁVEL Contribuinte: é a pessoa física ou jurídica, que tenha relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art.121, parágrafo único, I do CTN. Responsável: é a pessoa que, sem se revestir da condição de contribuinte, tem sua obrigação decorrente de disposição expressa de lei. Assim não tendo relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador, o responsável é sujeito passivo indireto, sendo sua responsabilidade derivada por decorrer de lei, e não da referida relação. (art. 121, parágrafo único, II. Observa-se que não pode ser qualquer terceiro, deve existir uma vinculação mínima, de qualquer natureza. Art. 128 CTN; Observa-se que deve ser feita de forma expressa, e por lei, não por legislação tributária. RICARDO LOBO TORRES: I- As diferenças fundamentais entre o contribuinte e o responsável são as seguinte: I – o contribuinte tem o débito, que é o dever de prestação e a responsabilidade, isto é, a sujeição do seu patrimônio credor, enquanto o responsável tem a responsabilidade sem ter o débito, pois ele paga o tributo por conta do contribuinte; II a posição do contribuintesurge com a realização do pressuposto previsto na lei que regula a responsabilidade, fato gerador da responsabilidade. Prof. Alex Barbuda 13 4.2 RESPONSABILIDADE PESSOAL VERSUS RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. Art. 128 CTN. a) Responsabilidade pessoal: É quando o contribuinte é excluído totalmente, dando ensejo a responsabilidade pessoal –atribuída por lei e por meio do qual se desvia o foco da exigibilidade – sobre a terceira pessoa (responsável), vinculado ao fato gerador. Tal deslocamento faz com que o contribuinte não responda por mais nada. Ex: Art. 131 : pessoa desaparece 135 do CTN. O Contribuinte é vitima de atos abusivos e ilegais ou não autorizados, cometidos por pessoas que o representam: Não atinge o contribuinte quando houver: a) Excesso de poderes b) Infração a lei, contrato social ou estatutos b) Responsabilidade subsidiária: Art. 134 O contribuinte é excluído parcialmente, dando ensejo a responsabilidade subsidiária ou supletiva. Ou seja, o responsável responderá pela parte, ou pelo todo que o contribuinte deixar de cumprir. Nessa situação, há um nítido BENEFÍCIO DE ORDEM, isto é o terceiro somente responde com seu patrimônio, se o contribuinte não tiver bens suficiente para arcar com o débito. Não se trata de solidariedade. Em que pese o art. 134 falar em solidariedade, a doutrina afirma, que está não é plena, que se trata de subsidiariedade. 4.3 RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO VERSUS RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA Prof. Alex Barbuda 14 A) RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA Como já estudamos ocorrido o fato gerador, nasce uma obrigação tributária, cujos contribuintes e responsáveis são definidos em lei. Ocorre que o CTN prevê a possibilidade de mudança da pessoa que figura no polo passivo da respectiva obrigação como decorrência da verificação de determinados fatos. Também intitulada responsabilidade derivada ou de 2º grau, dá-se quando a terceira pessoa vem e ocupada o lugar do contribuinte ou responsável, após a ocorrência do fato gerador, em razão de um evento a partir do qual se desloca (se transfere) o ônus tributário para um terceiro escolhido por lei. Após a ocorrência de um evento determinado (ex:morte do contribuinte, aquisição de bens, aquisição de fundo de comércio), transfere-se o ônus tributacional, que até então estava apesar sobre o devedor principal, para o responsável tributário. Resumindo, depois de surgida a obrigação tributária, contra uma pessoa certa e determinada, ela é transferida a outrem, em consequência de um fato que lhe é posterior. EXEMPLO: a cada ano verifica-se fatos geradores novos do IPTU. O sujeito passivo é o proprietário de imóvel determinado, a sujeição é transferida para o espolio. Mais para frente, com a partilha dos bens, a responsabilidade novamente é transferida para os sucessores e cônjuge meeiro. Art. 131, II e III, do CTN. ATENÇÃO: existe transferência de contribuinte para responsável: art. 131, I. E de responsável para responsável: inc III, art. 131 B) RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO: responsabilidade originária ou de 1ª grau. Dá-se quando a terceira pessoa (substituto) vem e ocupa o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador. Aqui a obrigação desde o inicio é do contribuinte desonerando de quaisquer deveres. Não há mudança subjetiva na obrigação. Em nenhum momento, o dever de pagar tributo recaiu sobre a figura do contribuinte.Com exclusividade somente o responsável é encarregado pela lei, de efetuar o pagamento do tributo ao Fisco. A doutrina justifica a substituição por três motivos: a) Pela dificuldade em fiscalizar contribuintes extremamente pulverizados; b) Pela necessidade de evitar, mediante a concentração da fiscalização, a evasão fiscal ilícita; e Prof. Alex Barbuda 15 c) Como medida indicada para agilizar a arrecadação e, consequentemente, acelerar a disponibilidade de recursos. Essa substituição ocorre geralmente no âmbito do ICMS e do IR (art. 45, parágrafo único, CTN) Ex: empregador em relação ao IRRF do empregado -A Caixa Econômica Federal com relação ao imposto de renda incidente sobre o premio da loteria. Quando se fala em ICMS: Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços. Deve-se dividir a substituição em dois pontos: SUBSTITUIÇÃO REGRESSIVA: Ocorre nos casos que as pessoas ocupantes das posições anteriores nas cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar tributo, por aquelas que ocupam as posições posteriores nessas cadeias. A B C Produtor Rural Industria laticinis supermercado Em relação as operações entre A e B, B sé responsável (substituto tributário). Em relação as operações de B e C. B será contribuinte. Somente as operações entre A e B ocorre substituição tributária para trás. “B” – adquire sua matéria-prima de vários fornecedores. A cadeia nesse caso é caracterizada pela concentração, pois a cadeia de diversos fornecedores é caracterizada pela concentração, pois a produção de diversos fornecedores é concentrada em um adquirente único. Prof. Alex Barbuda 16 Isso ocorre porque é mais fácil do fisco exigir de “B” do que de todos seus fornecedores. Facilitando a vida dos pequenos produtores sem condições de manter logisitca contábil-financeira para providenciar o recolhimento do tributo. Ex: leite cru ( o produtor rural x laticínio); cana de caule (produtor x usina); a sucata (sucateiro x indústria); carne de animais (produtor x frigorifico.) sabbag SUBSTITUIÇÃO PROGRESSIVA: é a antecipação do recolhimento do tributo cujo o fato gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior, comlastro em base de calculo presumida. Pessoas ocupantes das posições posteriores das cadeias de produção e circulação são substituídas, no dever de pagar o tributo, por aquelas que ocupam as posições anteriores nessas mesmas cadeias. A B C D Refinaria Distribuidores Postos Consumidores Todo Tributo é pago de uma só vez por A, sendo calculado sobre o valor pelo qual se presume que a mercadoria será vendida ao consumidor Veículos novos, ao deixarem a indústria em direção às concessionárias (o ICMS já é recolhido antes da ocorrência do fato gerador, presumivelmente, nascerá em momento ulterior, com a venda do bem na loja; ainda,ocorre geralmente com cigarros, bebidas, refrigerantes) Previsão constitucional (art. 150, § 7º, da CF.) 4.4 RESPONSABILIDADE DE DEVEDORES SOLIDÁRIOS - SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA Previsão legal art. 124 e 125 do CTN. A solidariedade se dá quando cada um dos devedores respondem pelo todo perante a obrigação tributária correspondente. Prof. Alex Barbuda 17 � SOLIDARIEDADE PODE SER NATURAL: ocorre entre pessoas que tem interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária principal. Ex: imóvel urbano pertencente a um casal, em que ambos os cônjuges são proprietários do bem. Estes se encontram naturalmente e solidariamente obrigados ao pagamento do IPTU � SOLIDARIEDADE LEGAL: ocorre sob determinação da lei, que designa expressamente as pessoas que deverão responder solidariamente pela obrigação tributária: Ex. encerramento de sociedade de pessoas, os sócios são solidariamente responsáveis, consoante o art. 134, VII, do CTN. A obrigação solidária não comporta benefício de ordem. Parágrafo único art. 124 CTN. � EFEITOS DA SOLIDARIEDADE Art. 125. CTN a) Pagamento de um estende-se aos demais codevedores b) A isenção ou remissão, se não outorgadas pessoalmente, estende-se aos coobrigados Ex. João, José, e Pedro são coproprietários de uma área urbana ribeirinham devendo-se, assim, pagarem IPTU no valor de R$300,00. Caso haja isenção pessoal, para João, os demais continuarão co-devedores solidários. c) A interrupção da prescrição também se estende a toso, em benefício ou prejuízo CONSIDERANDO QUE DOIS SÓCIOS SEJAM PROPRIETÁRIOS DE CERTO IMÓVEL COMERCIAL, NA PROPORÇÃO DE 50% PARA CADA UM, E QUE ESTEJAM EM DÉBITO QUANTO AO PAGAMENTO DO IPTU, NO Prof. Alex Barbuda 18 TOCANTE AO INSTITUTO DA SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA, DIZ-SE QUE A INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO CONTRA UM DOS SÓCIOS FAVORECE O OUTRO. 4.5 - RESPONSABILIDADE DE DEVEDORES SUCESSORES Está disciplinada nos art. 129 a 133 do CTN. Aqui a obrigação se transfere para outro devedor em virtude do “desaparecimento” do devedor original. Esse desaparecimento pode ser. Ex: por morte do primeiro devedor, recaindo ônus sobre os herdeiros, ou por venda do imóvel ou estabelecimento, incidindo o importe tributário sobre o comprador. Falando em Responsabilidade por sucessão podemos dividir em: I -Transferência causa mortis: a transmissão do ônus ocorre para os herdeiros, havendo sua responsabilidade pessoal (Art. 131, II e III) II Transferência inter vivos: a obrigação transfere para o adquirente em quatro hipóteses: a) Transmissão de imóveis b) Transmissão de bens moveis c) Transmissão de estabelecimento comercial d) Transmissão decorrente de fusão, incoporação, transformação ou cisão. � ATENÇÃO ART. 129 CTN: Por esse artigo entende-se que o sucessor assume todos os débitos tributários do sucedido, relativos a fatos geradores ocorridos antes da data do ato ou fato que demarcou a sucessão. Pode resumir o comando dizendo que todas as obrigações tributárias porventura existentes à época da sucessão se transferem ao sucessor, independente de ter havido lançamento ou não. Prof. Alex Barbuda 19 APLICA-SE AO ANTES, DURANTE E DEPOIS. � 1º TRANSMISSÃO DE IMÓVEIS: Art. 130 CTN. Referido dispositivo refere-se aos tributos incidentes sobre bem imóvel – impostos (IPTU e ITR), taxas de serviço (taxas de lixo, de água, de esgotos), contribuições de melhorias (ex:contribuições exigidas em caso de asfalto, passam a ser exigíveis do adquirente do bem). Observa-se que não foram incluídos os impostos sobre transmissão de imóveis, isto é, ITBI e o ITCMD: Eduado Sabbag entende que deve prevalecer uma interpretação extensiva. Pela transmissão também ocorrer em bem móveis. Assim referida regra também aplica-se a esses impostos. Independente das condições o sujeito passivo passa ser o novo proprietário, no lugar do alienante, independente de condições qualquer, se tornando responsável pessoal por sucessão. Não é caso de responsabilidade subsidiária, ou solidária. Por isso deve exigir todos os documentos necessários quando da lavratura de uma escritura pública, para comprovar o recolhimento dos tributos devidos. Referida regra, entretanto, comporta duas Exceções: a) Quando constar na escritura de transmissão de propriedade a menção à certidão negativa expedida pela Fazenda – Na própria escritura irá atestar a inexistência de débitos contra certa pessoa ou relação a certo bem imóvel. É desse modo a única forma de o adquirente eximir-se da responsabilidade. b) Quando o imóvel for adquirido em hasta pública: É o leilão de bens penhorados, realizado pelo poder público, por meio de leiloeiro público, para satisfação da dívida, principalmente em ações de execução. Os débitos existentes devem ser quitados com o produto da arrematação. Assim no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. Prof. Alex Barbuda 20 EXEMPLO: Imóvel arrematado por R$ 100.000,00, há uma dívida de R$ 20.000,00. O restante receberá quem de direito. Entretanto, se a dívida tributária é R$ 110.000,00, o fisco não poderá exigir do Adquirente os 10.000,00 que faltaram, pois houve sub-rogação sobre o respectivo preço. � 2ª hipótese: TRANSMISSÃO DE BENS MÓVEIS: 131, I Essa hipótese, trata-se dos devedores sucessores que adquirem bens (móveis), Art. 131, I (inter vivos), O art. 131 trata de hipótese e responsabilidade pessoal – e exclusiva-, afastando a responsabilidade dos devedores originais. Esses não responderão supletiva ou solidariamente, já que o sucedido desapareceu ou não tem relevância. Observa-se que o comando menciona aquisição de bens, sem especificar a quais se refere. Eduardo Sabbag entende que esse dispositivo deve ser interpretado com cautela, tratando apenas dos bens móveis, já que os imóveis o art. 130 tratou. Assim, em regra, o adquirente assumirá a responsabilidade pelas dívidas anteriores à aquisição. O remitente responde pessoalmente pelos tributos relativos aos bens remidos. Importante: Remição: significa aqui resgate do bem penhorado. Remissão: perdão. ATENÇÃO:não há previsão de hipóteses de exceção à responsabilização (posse de certidão ou aquisição em hasta público). Entretanto, alguns doutrinadores estão realizando interpretação analógica, e não literal, aplicando as exceções previstas nos imóveis também em relação ao móveis Prof. Alex Barbuda 21 � 3ª TRANSMISSÃOCAUSA MORTIS ART 131 INC. II E III Trata-se quando a transmissão de bens em virtude de morte do proprietário contribuinte: A distribuição dos incisos não é didática, deve se interpretar da seguinte forma: A responsabilidade dos tributos devidos recai, em primeiro lugar, sobre o espólio; e somente após a partilha,recairá sobre os herdeiros. Deve-se inverter a leitura. A pessoa quando falece pode deixar dívidas tributárias para trás para àqueles que aqui permaneceram. Fato é que os adquirentes por sucessão recebem não apenas o ativo mas também o passivo do falecido. Com a prolação da sentença de partilha, definem-se os sucessores (herdeiros e legatários) e o cônjuge meeiro, diante da dissolução do espólio. Após isso, é possível que ainda restem dívidas surgidas até a data da partilha, surgidas na época em que o de cujos era vivo ou durante o curso do inventário, e que permaneçam até então desconhecidas. A exigência recairá sobre os sucessores, no limite dos quinhões. (após partilha). Assim, de acordo com o CTN são pessoalmente responsáveis: o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelo tributos devidos pelo de cujos até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, legado ou meação. Ver ART. 192 CTN. Importante observar que o espolio e herdeiros somente respondem pelo tributo e não em relação a multas impostas ao falecido. Posição STF STJ entende que essas a responsabilidade também pelas multas. � 4º-SUCESSÃO EMPRESARIAL TRANSMISSÃO DE FUSÃO, TRANSFORMAÇÃO, INCOPORAÇÃO E CISÃO. Art.132 O raciocínio é o desaparecimento de uma entidade implicará a responsabilidade daquelas que lhe sucedem.Responde inclusive por multa. Trata-se de sucessão empresarial.A empresa que surgir, vai arcar com os tributos daquela originária. EXEMPLO. Prof. Alex Barbuda 22 Fusão. incorporação Antarctica e Brahama – AMBEV Transformação. S.A para LTDA No caso de cisãonão é disciplinado a matéria no CTN, mas válida. (Lei 6.404/76-art. 233. Responsabilidade solidária de todos os adquiram parcela do patrimonio. PARAGRAFO ÚNICO do art. 132 - Casos de extinção da sociedade - somente existirá responsabilidade se o sócio remanescente ou seu espólio continuar MESMA ATIVIDADE. Mesmo que o sócio atue sem regular constituição, haverá tributação e responsabilidade- evitar fraudes. � 5º TRANSMISSÃO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL – art. 133 Dispõe acerca da responsabilidade por sucessão comercial, projetando-se o ônus para o adquirente, independente de quaisquer condições. Importante diferenciar: � FUNDO DE COMERCIO: conjunto de bens, materiais ou imateriais, agregados pelo empresário para a consecução de suas atividades. Ex: prateleiras, balcões, máquinas, o ponto, a clientela, a marca. � ESTABELECIMENTO: É a unidade física autônoma, na qual uma pessoa física ou jurídica realiza suas atividades comerciais: Aqui com a transferência seo adquirente continuar a respectiva exploração do empreendimento, beneficiando-se da estrutura organizacional anterior com a absorção da unidade econômica e da clientela do alienante, será possível a sua responsabilização Prof. Alex Barbuda 23 pelos tributos devidos pelo sucedido até a data do ato translativo, ainda que não tinha qualquer participação nos fatos geradores. � A RESPONSABILIDADE DEPENDERÁ DO RUMO A SER TOMADOPELO ADQUIRENTE. Se antes existia uma loja de eletrodomésticos, e posterior abre-se uma oficina, não se fala em responsabilidade - Inc.I e II � ESSA RESPONSABILIDADE PODE SER: INTEGRAL OU SUBSIDIÁRIA INTEGRAL: se o alienante cessar a exploração, não retomando qualquer atividade no período de seis meses a contar da alienação, a responsabilidade será do adquirente. Aqui, grande parte da doutrina entende que a responsabilidade é solidaria com o alienante e não exclusiva do adquirente. SUBSIDIÁRIA: Se o alienante não tiver cessado a exploração comercial ou, interrompendo-a, tiver retomado as atividades em 06 meses a contar da alienação. Nesse caso a responsabilidade será subsidiária do adquirente sucessor. Benefício de ordem. � PONTOS IMPORTANTES DESSE REGRA. Como saber se o alienante cessou a exploração do comércio industria ou atividade ou se apenas ocorreu a suspensão temporária? O legislador optou por estabelecer um prazo. SEIS MESES. Se o alienante iniciar atividade dentro de seis meses, estará na mesma condição daquele que continuou a exploração. Completados SEIS MESES, no dia subsequente, o alienante estará livre de qualquer responsabilidade quanto aos tributos relativos ao fundo de comércio ou estabelecimento até a data da alienação. a)A sujeição passiva do alienante independe da atividade que o mesmo continua explorar, mesmo que diversa da anterior. (diferente do parágrafo único do 132.) Prof. Alex Barbuda 24 b)a Responsabilidade do adquirente existe apenas no que concerne aos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, e não a todos os tributos devidos pelo alienante. (ex. IPTU, ICMS, IPI) c) só a resposabilidade se houver efetiva alienação do fundo de comércio. EXCEÇÃO: ALTERAÇÃO LC 118/2005, TRÊS PARÁGRAFOS. ANTES NÃO EXISTIA ESSA EXCEÇÃO GERANDO DIFICULDADES Adquirente de uma empresa em processo de falência ou recuperação judicial não será responsável por tributos devidos anteriormente à aquisição.DESTACA-SE INDEPENDENTE DA ATIVIDADE Não se aplica: parágrafo segundo. Exceção da Exceção. Evitar fraudes. Ex:uma sociedade Evasão Ltda., cujos os sócios sejam A e B, com conjunto de pendências tributárias, poderia entrar em processo de recuperação judicial e sair alienando filiais isoladas para os familiares A e B, que receberiam as unidades limpas de tributos, ficando coma Evasão Ltda. Apenas a parte negativa da equação patrimonial Resumo do § 2º . vinculo ou intuito fraudulento. Art. 83/84 lei de falências. 11.101/2005. 4.6RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS DEVEDORES Disciplinada nos art. 134 e135 do CTN. Essa responsabilidade não se prende à transmissão patrimonial, como se pode notar na responsabilidade dos sucessores, mas no dever de zelo, legal, ou contratual que certas pessoas devem ter com relação ao patrimônio de outrem, geralmente pessoas naturais incapazes (menor, tutelado, curatelado) ou entes despidos de personalidade jurídica (espolio e massa falida). Os terceiros devedores são em geraladministradores ou gestores da vida patrimonial de certos contribuintes, razão por que o CTN os responsabiliza em relação ao atos praticados sob sua gerência ou supervisão. Prof. Alex Barbuda 25 São pessoas que falharam no cumprimento de um dever legal de gestão ou vigilância do patrimônio do contribuinte. Art. 134 – Responsabilidade por transferência e subsidiária. Art. 135- Responsabilidade por substituição e pessoal A) Responsabilidade de terceiro com atuação regular – art. 134. Os terceiros possuem algum vinculo com a pessoa que deveria ocupar o polo passivo da relação jurídico-tributária na condição de contribuinte. Trata-se de responsabilidade subsidiária,uma vez que não de pode cobrar tanto de um como de outro devedor, havendo uma ordem de preferência a ser seguida. Importante destacar que os contribuintes enumerados no art. São incapazes ou despidos de personalidade jurídica, entretanto, possuem capacidade tributária nos termos do art. 126 do CTN. O terceiros somente responderão ocorrendo os dois requisitos abaixo: 1- Que seja impossível exigir o cumprimento da obrigação tributária principal do contribuinte; 2- Que o responsável indicado tenha colaborado para o não pagamento do tributo, mediante ato ou omissão a ele atribuíveis. A atuação do terceiro na administração do patrimônio do representado deverá ter relação direta com o nascimento da obrigação tributária não cumprida. Imovel locado tem renda, e não houve pagamento do IPTU, IPTU em relação ao espólio EM CONCURSOS TEM SE MANTIDO A NOMENCLATURADE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA, E NÃO SUBSIDIÁRIA. Atenção: Inc.V- Administrador judicial – nova terminologia da lei da falências (lei 11.101/2005) Inc. VI – Tabeliões tem que exigir documentação dos impostos, ou serão responsáveis. inc. VII, em desuso, pois,não se aplica a sociedade limitada ou anônima. Somente nas sociedade de responsabilidade subsidiária e ilimitada Prof. Alex Barbuda 26 O parágrafo único do art. 134, trata expressamente sobre aplicação de multas.Aplicando as multas moratórias, ou seja, apenas aquelas que decorrem do descumprimentoda obrigação principal. Multas por ato ilícito- são excluídas. B) Responsabilidade de terceiro por atuação irregular. Art. 135 CTN Responsabiliza-se pessoalmente e imediatamente. Quando o responsável atua de maneira irregular, violando a lei, contrato, ou estatuto. Acontece quando há: 1-Excesso de poderes Ex: diretor de uma sociedade que adquire um bem imóvel, sabendo-se, que, pelo Estatuto social, estava impedido de fazê-lo sem a anuência de todos os sócios.. A dívida do ITBI será dele exclusivamente/pessoalmente. 2-Infração a lei, contrato ou estatutos:Mero inadimplemento não gera a responsabilização pessoal. Súmula 430 do STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. Súmula 435 do STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicilio fiscal, sem comunicação ao órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Exemplos a) Empregador que desconta IRPF ou contribuição previdenciária e não os recolhe ao Erário. b) Dissolução irregular da sociedade, deixando débitos tributários pendentes e nenhum patrimônio para garantir seu pagamento. Trata-se de comando afeto a responsabilidade pessoal e exclusiva (não solidaria), das pessoas discriminadas nos inc. I, II e III – mandatários, prepostos, empregados, diretores ou gerentes - , além daquelas constantes dos artigo antecedente, quando agirem na relação jurídico-tributária, com excesso de poderes ou infração a lei. Em geral, o contribuinte é vítima de atos abusivos, ilegais ou não autorizados, cometidos por aqueles que o representam, razão pela qual se procura responsabilizar pessoalmente tais representantes, ficando o contribuinte, em principio afastado da relação obrigacional. Prof. Alex Barbuda 27 1. Pais 2. Os tutores e curadores 3. Os administradores de bens de terceiros 4. O inventariante 5. O sindico e o comissário (administrador judicial) 6. Os tabeliões,escrivãese demais serventuários de ofício 7. Os sócios (liquidaçãode sociedade de pessoas) 8. Os mandatários, prepostos e empregados, 9. Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. (Atenção- não basta ser sócio – tem que ser diretor ou administrador.) Nesse caso, a responsabilidade é pessoal e imediata, plena e exclusiva do terceiro. Essas pessoas tem o oneroso ônus de uma abrangente responsabilização: tributos, juros e todas a multas porventura devidas pelo passivo original. (não apenas de caráter moratório). Em se tratando de sociedade, vai recai sobre aqueles que exerciam o poder de administração no momento da ocorrência do fato gerador. QUADRO MNEMÔNICO Art. 134 do CTN Art. 135 do CTN Responsabilidade subsidiária Responsabilidade pessoal Depende da insolvência do contribuinte Não depende da insolvência do contribuinte Responsabilidade por Transferência Responsabilidade por substituição O responsável incorre em omissão, ausente o excesso de poder e a infração da lei O responsável age com excesso de poder ou infração de lei, contrato ou estatutos. Importante observar que existe ainda uma responsabilidade pessoal, além das elencadas no art. 135 do CTN: A responsabilização do funcionário público emissor de certidão negativa fraudulenta. Art. 208 CTN. Responde criminalmente, na seara funcional e criminal Prof. Alex Barbuda 28 4.7-RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES. Trata-se de ilícitos tributários. É a responsabilidade por multas aplicáveis em um liame-jurídico tributário. Refere-se a sujeição de alguém à consequências dos seus atos praticados ou responsabilidade pelo pagamento de multas, quando se descumpre uma obrigação principal. Dividi-se em dois subtópicos: Responsabilidade Objetiva e Pessoal. a) Responsabilidade objetiva: Conceito. Art. 136 CTN. A responsabilidade por infrações no Direito Tributário, relativamente ao descumprimento de obrigações tributárias principais e acessórias, traduz- se,normalmente, em penas pecuniárias, sendo consideradas puramente objetivas, não sendo necessário verificar a presença de dolo ou culpa. Interessa somente a prática e autoria da infração (independe da intenção do agente) Exemplos: 1) Em virtude de dificuldades financeiras momentâneas, se o contribuinte vê-se em fase de inadimplência tributária,o descumprimento obrigacional será punível, ainda que exista motivo para sua prática 2) Em razão de entrega extemporânea da Declaração do IRPF, será e exigida a multa, ainda que a entrega a destempo seja justificada pelo inadimplemento. Nada impede que uma Lei ordinária pode levar em conta aspectos subjetivos, exigindo a demonstração de culpa ou dolo, no intuito de infringir a pena adequada. Sendo a lei omissa, aplica-se a regra geral – a da responsabilidade objetiva. b) Responsabilidade pessoal do agente. Art. 137. No Direito tributário, como regra, as punições não são aplicadas pessoalmente sobre o agente da infração, mas sobre o sujeito passivo da obrigação tributária, principal ou acessória, que não foi adimplida. Assim em caso da pessoa jurídica cometer ilícito, a Prof. Alex Barbuda 29 multa será aplicada nesta, e não contra o agente, que tenha concretizado, efetivamente, a conduta ilícita. Referido artigo traz algumas exceções que determinam a punição pessoal, do agente infrator e não da pessoa jurídica. A pessoa jurídica continua responsável pela obrigação principal no âmbito da obrigação tributária correspondente. 1- Infrações tributárias como crimes ou contravenções Se a infração é tão grave a ponto de ser tipificada como crime ou contravenção, afasta-se a responsabilização da pessoa jurídica, atingindo-se as pessoas físicas dos dirigentes, até mesmo com aplicação de pena privativa de liberdade. Na maioria das vezes os crimes tributários também são infrações fiscais. Essa regra somente não se aplica: a) A prova, pelo agente, de que teria agido no regular exercício da administração. – mero portador da vontade da empresa. b) A prova, pelo agente, de que teria cumprido ordem expressa por quem de direito - 2- Infrações tributárias com dolo específico.(elementar) Referido inciso vale apenas para infrações administrativas. Em regra, a legislação tributária não traz o elemento subjetivo (dolo ou cupa), ou até mesmo dolo específico (o fim especial almejado pelo agente na prática da infração. EX: extravio de documento fiscal, com o fim de ocultar do fisco uma situação tributável. Assim, sempre que a formação da infração depender de um intuito especial do agente na prática do ilícito, ter-se-à como elementar o dolo específico, e a punição será pessoal. 3- Infrações que decorram de dolo específico. Infração cometida pelos gestores de interesses dos representados na deliberada intenção de prejudica-los, com isso, colherem vantagem indevida. O Comando tem a finalidade de punir aquele que atua no sentido de prejudicar pessoas cujos interesses deveria defender: Ex:um diretor de empresa que pratica ato Prof. Alex Barbuda 30 ilícito contrário ao fisco e à pessoa jurídica para a qual trabalha poderá ser responsabilizado pelos tributos devidos pela sociedade (art. 135, III), sendo responsabilizado pessoalmente pelas multas correspondentes. 4.8.DENÚNCIA ESPONTÂNEA Referido instituto permite que o devedor compareça à repartição fiscal, a fim de noticiar a ocorrência da infração e pagar os tributos em atraso, se existirem, em um voluntario saneamento da falta. Objetiva retirardo contribuinte da indesejada via da impontualidade, afastando a aplicação de MULTA. Não se veda a cobrança dos “juros” e da “correção monetária”. A DENÚNCIA ESPONTÂNEA EXCLUI QUAL MULTA: MORATÓRIA OU PUNITIVA? A doutrina preconiza a exclusão de toda e qualquer penalidade sobre irregularidades autodenunciada. ART. 155-A inserido LC n . 104/2001- o pedido de parcelamento não caracteriza denúncia espontânea. Importante ainda observar que a exclusão da responsabilidade dar-se-á quando o contribuinte levar a conhecimento do fisco, antes de qualquer procedimento fiscal iniciado, a ocorrência da infração, e se for o caso, o pagamento de eventual tributo devido. De acordo com o STJ, não se aplica o art. 138 do CTN à obrigações acessórias. Ex: i)O atraso na entrega da DCTF- Declaração Centralizada de Tributos Federais ii)A falta de regularização dos livros comerciais, entre outros descumprimentos de deveres instrumentais do contribuinte. Também de acordo com STJ e doutrina Não se aplica denuncia espontânea nos tributos lançados por homologação. Prof. Alex Barbuda 31 É pressuposto essencial da denúncia espontânea o total desconhecimento do fisco quanto à existência do tributo denunciado. Assim, ao apresentar a declaração ao fisco, formaliza-se, para o STJ, a existência do crédito tributário. Súmula 360 do STJ. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Por fim, realizando a denúncia espontânea, afasta-se qualquer punição, excluindo a punibilidade das infrações na seara criminal. 5.CREDITO TRIBUTÁRIO: HI + FG= OT + lançamento=Crédito tributário Representa o momento de exigibilidade da relação jurídica-tributária. 5.1.CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: Seu nascimento ocorre com o lançamento tributário (art. 142 do CTN). Trata-se de um procedimento administrativo(um auto-infração por exemplo). Assim o lançamento é o instrumento que confere exigibilidade a obrigação tributária, quantificando-a e qualificando-a. Até então a obrigação era ilíquida e inexigível, mas por meio do lançamento, torna-se exigível, e surge o crédito tributário. Assim crédito tributário é a obrigação tributária tornada liquida e certa por intermédio do lançamento. Para haver lançamento, e crédito tributário, - tem que antes existir fato gerador, e portanto, obrigação tributária. Nesse sentido, o crédito tributário não surge com o fato gerador, ele somente é constituído pelo lançamento. Art. 139 CTN. O Fato gerador apenas constitui a obrigação tributária da qual decorrerá o crédito tributário. Prof. Alex Barbuda 32 Com o crédito tributário o sujeito ativo fica habilitado a exercitar o ato de cobrança, quer administrativa, que judicial. Art. 141- ato vinculado e obrigatório. Não havendo discricionariedade, ou seja, a exigibilidade de um crédito tributário, uma vez constituído só pode ser suspensa ou excluída nos casos previstos em lei. Trata-se da aplicação dos princípios constitucionais do direito Administrativo. Moralidade, Legalidade, e indisponibilidade dos bens e receitas do Estado por parte de seus agentes. 5.1 LANÇAMENTO A) CONCEITO. Art. 142 do CTN. e Art. 3º C.T.N. 1- Verifica a ocorrência do fato gerador: 2- Determinar a matéria tributável: ater-se ao elemento nuclear do tributo exigível. 3- Calcula o montante do tributo devido: permite a aferição do quanto devido 4- Identifica o sujeito passivo: o lançamento tem o condão de demarcar, concretamente, a sujeição passiva. 5- Propõe, se for o caso da penalidade cabível: é o veiculo hábil das sanções cobradas. Ato declaratório e ato constitutivo? Há divergência doutrinária sobre o assunto, sendo que a maioria da doutrina sustenta que se trata de um ato tanto declaratório, quanto constitutivo, pois, declara a ocorrência do fato gerador e constitui o crédito tributário B) MODALIDADES DE LANÇAMENTO. O lançamento é ato ou procedimento privativo do fisco. O que pode ocorrer, em seu processamento, é um auxilio maior ou menor do contribuinte no ato de constituição do crédito tributário. Prof. Alex Barbuda 33 a) Lançamento direito, de ofício ou ex ofício b) Lançamento misto ou por declaração c) Por homologação ou autolançamento a) LANÇAMENTO DIRETO, DE OFÍCIO OU EX OFÍCIO É aquele que o fisco por meio da autoridade administrativa, dispondo de dados suficientes em seus registros para efetuar a cobrança do tributo, realiza-o, dispensando o auxilio do contribuinte: Art. 149, I CTN. São exemplos: IPTU: é o exemplo clássico de lançamento direito. Questão reiterada em concurso. Taxas: Contribuição de melhoria: Contribuições corporativas (conselhos profissionais) Contribuição para o serviço de iluminação pública. b) LANÇAMENTO MISTO OU POR DECLARAÇÃO: É aquele realizado com base na declaração do sujeito passivo, que presta a autoridade lançadora as informações necessárias à sua confecção. Art. 147 CTN. É a ação conjugada entre o Fisco e o contribuinte, cabendo a este a prestação de informações faltantes, e àquele, a feitura do lançamento propriamente dito. O lançamento por declaração, a constituição do crédito tributário ocorre a partir das informações prestadas pelo devedor quanto ao fato gerador. Geralmente informação sobre a matéria de fato. Prof. Alex Barbuda 34 EX: imposto de importação, imposto de exportação, e o ITBI. b.1 RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO Prestada a declaração o contribuinte pode retificar a esta, visando reduzir ou excluir tributo, e só será possível obedecendo dois requisitos: a) Mediante comprovação do erro em que se funde b) Antes de notificação por lançamento (Art. 147 § 1º) Caso pretenda retificar a declaração para aumentar o tributo, poderá faze-lo após a notificação. Dará ensejo a um lançamento suplementar. (Art. 149, VIII CTN). c)LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: É aquele em que o contribuinte auxilia ostensivamente o Fisco na atividade do lançamento, recolhendo o tributo, antes de qualquer providência da Administração, com base no montante que ele próprio mensura. Art. 150 CTN. A partir dessa providência antecipatória de pagamento, cabe a entidade impositora, proceder à conferência da exatidão do volume recolhido, homologando, expressa ou tacitamente, o procedimento adotado. Diferencia-se, do lançamento por declaração, que a iniciativa é apenas a prestação de informação, já nesta, tem cunho pecuniário. A não homologação do lançamento resolve os efeitos do ato (extinção do crédito tributário). Se o pagamento antecipado for menor que o devido, será efetuado um lançamento de ofício da diferença, levando em conta o valor já recolhido, e será aplicado o percentual da multa, incidente sobre o saldo, consoante o § 3º do art. 150 do CTN. c.1 Homologação/conferência Prof. Alex Barbuda 35 A homologação/conferência da Administração pode ocorrer de duas formas: de modo expresso, conforme previsto na parte finaldo caput do art. 150, ou de modo tácito, consoante o dispositivo no § 4º do mesmo artigo, ou seja, tacitamente, é quanto a administração não manifestar no transcurso de 05 anos a contar da ocorrência do fato gerador, extingue o crédito tributário. ARt. 15, VII Esse está presente na maior parte dos Tributos são EXEMPLOS: ICMS, ISS, IPI, ITCMD, – se haver fiscalização, o lançamento será de ofício. I.R : o contribuinte informa os rendimentos e as fontes pagadoras, e as enquadra como isentas, tributáveis, ou sujeitas a tributação exclusiva. Contribuinte discrimina a matéria de fato, e afere as dedutivas ou não dedutivas matéria de direito. (Prova da OAB de 2006 da CESPE considerou como homologação. ) PIS E CONFINS: prova OAB 2007 Empréstimo compulsório: STF. C) ANALISE DA TÉCNICA DO ARBITRAMENTO. O art. 148 do CTN trata da hipótese do arbitramento, ou fiscalização indireta ou aferição indireta, significando a adoção, por parte da autoridade lançadora, de sistemática determinante do tributo (BASE DE CÁLCULO) que dependa da aferição do valor ou preço de bens, de serviços, de direitos ou de certos atos jurídicos. (Técnica de definição de base de cálculo.) Arbitramento não é uma quarta espécie de lançamento, mas um CRITÉRIO SUBSTITUTIVO ou uma técnica de tributação indiciária. O arbitramento é EFETUADO ANTES DO LANÇAMENTO, permitindo que a autoridade administrativa desconsidere os valores declarados pelo sujeito passivo e, razão da: 1- Inidoneidade- documentos destoantes da realidade fática Prof. Alex Barbuda 36 2- Omissão documentais- total ausência ou insuficiência de elementos comprobatórios de operações deflagradoras do tributo. O calculo do tributo toma por base valores que são declarados pelo sujeito passivo e este se omite na sua obrigação ou cumpre informando valores fora da realidade O FISCO adota para o bem (serviço, direto ou ato) um valor de BASE CÁLCULO COMPATÍVEL COM A PRÁTICA DO MERCADO ou com os indicadores hauridos de pesquisas e estatísticas, em total prestigio a verdade real. O arbitramento é uma presunção relativa, e resguardado estão o contraditório e ampla defesa , nas esferas administrativa e judicial. O arbitramento tem sido comum (EXEMPLOS): - No ITBI: quando se declara um valor para o imóvel alienado bem inferior ao de mercado. - Pautas fiscais - No âmbito do IR: quando a escrituração contábil não se presta a verificação do lucro real. Regulamento interno 399 a 404. Ver ainda: Súmula 8 STF e 431 STJ D) REVISÃO DE LANÇAMENTO. Até a notificação, pode alterar livremente o lançamento, entretanto, após a notificação somente é possível nos casos expressos do CTN. • REGRA IRREVISIBILIDADE DO LANÇAMENTO. Após a realização do lançamento, a autoridade administrativa precisa comunica- lo oficialmente ao sujeito passivo, para que esse possa pagar o montante do crédito constituído ou, em caso de discordância, proceder a respectiva impugnação.(Art. 145 CTN). Prof. Alex Barbuda 37 Com a comunicação o lançamento presume-se definitivo. A regra passa ser que o mesmo não será alterado. Entretanto, o CTN, no seu artigo 145, traz as hipóteses excepcionais em que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser alterado: São elas: impugnação do sujeito passivo, o recurso de ofício e a iniciativa de ofício da autoridade administrativa. A) Impugnação do sujeito passivo: Caso o sujeito passivo não concorde com o lançamento efetuado pela autoridade fiscal, deve manifestar sua insatisfação por meio da impugnação.(delegacia da Receita federal. Acontece que essa reforma pode ser até para pior. Previsão ART. 14 A 17 e Art. 18 § 3º do Decreto 70.235/1972 B) Recurso de ofício e recurso voluntário: corresponde ao recurso necessário. Se o contribuinte fez a impugnação e a autoridade julgadora do processo administrativo concorda total ou parcialmente, o processo necessariamente será remetido a 2ª instância tributário (ao Conselho tributário). Art. 34, I e II do DL n. 70235/72 C) Iniciativa de ofício da autoridade administrativa: um dos princípios a ser observado na atividade administrativa é o da autotutela, corolário do princípio da legalidade. Assim a administração deve tomar providencias para corrigir os atos que contrarie a lei, anulando-os ou corrigindo-lhes os vícios. Art. 149. Vícios de fato e art. 147 § 2º • ERRO DE DIREITO E ERRO DE FATO: POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO. • ERRO DE DIREITO: ERRO DE INTEPRETAÇÃO, ALGUMAS NORMAS DEIXAM DÚVIDAS SOBRE CRÍTERIO DE INTERPRETAÇÃO.Após a realização do lançamento, se porventura, a Administração mudar o critério de interpretação da norma jurídica, é vedado, a alteração do lançamento. O contribuinte confiou que está agindo certo. Agora, se não houve ainda o lançamento, então, pode aplicar essa mudança de interpretação. Prof. Alex Barbuda 38 5.2 SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Após a constituição do crédito tributário pelo lançamento, torna-se liquida e exigível a obrigação tributária, determinando que o sujeito passivo cumpra a obrigação, sob pena da Administração tributária utilizar os meios executivos para recebimento judicial do importe tributário correspondente. Entretanto, há situações que suspendem as medidas de cobrança intentáveis pelo fisco. Esses casos são previstos no art. 151 do CTN, compondo um rol exaustivo A doutrina dominante entende que a ocorrência de uma causa de suspensão não impede o lançamento, a constituição do crédito tributário. Por exemplo, uma concessão de liminar em mandado de segurança, não impede a realização de do lançamento. ROL EXAUSTIVO: Art. 141 do CTN, e art. 111, I do CTN. A suspensão do crédito tributário não implica a suspensão das obrigações acessórias. § 1ª art. 151 CTN Reserva Legal- Art. 97 CTN. DICA: Para fixar as causas de suspensão previstas no art. 151, usa-se a expressão: MODERECOPA. A) MORATÓRIA: A moratória é regulada de modo expresso nos art. 152 a 155 do CTN. CONCEITO: a moratória é uma dilatação legal de pagamento de tributos, submetendo-se, portanto, ao princípio da estrita legalidade. (art. 97, VI do CTN). É um acordo entre credor e devedor. Segundo Ricardo Lobo “a moratória é o alargamento dos prazos para o cumprimento da obrigação tributária” Prof. Alex Barbuda 39 Moratória em caráter individual (art. 156, II): é aquela concedida por lei emanada pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo, beneficia pessoas que preencherem determinados requisitos, cujo o direito será reconhecido por despacho da autoridade administrativa. Moratória em caráter geral (art. 152, I) : é aquela concedida por lei emanada pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir tributo, e protege a generalidade dos sujeitos passivos, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa. Irá beneficiar determinados grupos de contribuinte e independe de reconhecimento pela autoridade administrativa. Se divide ainda em: a) Moratória automática ou autônoma (Art. 152, I, a): aquele concedida pelo ente detentor da competência tributária respectiva: Moratória de IPTU concedida pelo município, moratória de IPVA concedida pelo Estado b) Moratória heterônoma: (art. 152, I, “b”): aquela concedida pela União quanto a tributos de competência dos Estados, Distrito Federal e Municípios. Trata-se de medida EXCEPCIONAL, caráter extraordinário. É condicionada tendo em vista que a União deve conceder, simultânea moratória dos seus próprios tributos federais, e de suas obrigações de direito privado. Não há notícias que a uniãotenha usado essa alternativa. A moratória pode ser Total ou parcial (§ único do art. 152). � Total: quando for concedida para toda base territorial da entidade impositora. � Parcial: apenas parte do território. Ex: justifica-se nocaso de calamidade pública, enchentes, e catástrofes que dificultem aos contribuintes o pagamento dos tributos. REQUISITOS: OBRIGATÓRIOS E FACULTATIVOS. Art. 153 do CTN. • Obrigatórios: art. 153, inc. I e II. Prazo e condições da moratória. Prof. Alex Barbuda 40 • FACULTATIVOS: INC. III ART. 153: indicação dos tributos a que se refere a moratória, ao número de prestações e vencimentos e garantias a serem oferecidas. CREDITÓS SUJEITOS A LANÇAMENTO: Art. 154 CTN : EM REGRA - somente a créditos já constituídos, a data da lei ou despacho administrativo, ou que pelo menos tenha iniciado o lançamento, estão sujeitos a aplicação da moratória. (LANÇADOS E EM FASE DE LANÇAMENTO. ANULAÇÃO DA MORATÓRIA INDIVIDUAL: Art. 155 CTN Será anulada, se vier a se comprovar a inexistência dos requisitos de legitimação ao seu favor (as condições estabelecidas em lei) ou o descumprimento dos requisitos para a sua fruição, como acontece com a falta de pagamento das parcelas. Revogada a moratória, cobra-se o crédito tributário acrescidos de juros de mora e com a imposição de penalidade, nos casos de dolo ou simulação do beneficiário ou de terceiro em benefício daquele.Não gera direito adquirido. Irá pagar, juros e multa B) DEPOSITO DO MONTANTE INTEGRAL: É um ato voluntário do sujeito passivo da relação tributária que pretenda suspender a exigibilidade do crédito tributário e, por isso mesmo, não depende de autorização do juiz, nem de qualquer outra autoridade. • FINALIDADES (SACHA CALMON) a) Forrar o devedor da mora (cautela do contribuinte) em ações declaratórias e mandamentais b) Bloquear a propositura da execução fiscal c) Evitar os efeitos da mora e também bloquear a execução, concomitantemente d) Garantir a tranquilidade do juízo para dele obter provimento judicial liminar. Feito o depósito não se pode cobrar multas e juros, se inexistente no ato do lançamento. Prof. Alex Barbuda 41 É bastante comum na via judicial, não sendo rotineira na via administrativa. Referido deposito compreende: tributo, e eventuais, juros e multa. � INTEGRALIDADE DO DEPÓSITO: Não é aquele tido como correto pelo contribuinte depositante, mas que contempla o importe desejado pelo fisco. Apenas esse é considerado integral. � EM DINHEIRO: Súmula 112 do STJ: o deposito somente suspende a exigibilidade do crédito se for integral e em dinheiro. � PROCEDENCIA OU IMPROCEDENCIA DO LITÍGIO.Ao término do litígio se o contribuinte sair vitorioso, ele vai levantar o valor, sendo vedado ao fisco apropriar- se de tal depósito a pretexto de que existem outras dívidas do contribuinte oriunda de outros impostos. STJ.De outro lado, se o fisco for o vencedor, haverá a conversão do depósito em renda, destinado definitivamente aos cofres públicos, com a extinção do crédito tributário. � O DEPÓSITO NÃO É PRESSUPOSTO PARA DISCUSSÃO JUDICIAL DO DÉBITO. (ART. 38 DA LEF) Súmula 247 do TFR: Não constitui pressuposto da ação anulatória do débito fiscal o deposito que cuida o art. 38 da lei 6.830/80. Súmula vinculante 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário C) RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVOS: A Reclamação e o recurso administrativo corporificam a possibilidade de suspensão do crédito tributário pela via não judicial da litigiosidade. Será via administrativa, onde no processo administrativo será assegurado a ampla defesa e o contraditório. Reclamação: também chamada de impugnação ou defesa, é a petição endereçada para as sessões de julgamento, ocupadas por servidores que representam, com exclusividade o fisco. Recurso: refere-se a petição por meio do qual se possibilita a obtenção de um “rejulgamento” da decisão proferida em 1ª instância administrativa, direcionando a Prof. Alex Barbuda 42 decisão recorrida para um órgão colegiado. (CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). É o meio muito utilizado, por contadores e Advogados, por ser atraente e não exigir custas judiciais e, em muitos casos, por se revelar como primeiro passo, antes da via judicial, na discussão dos lançamentos tributários efetivados. Assim, enquanto pendente a discussão, quer em grau de recurso, ou impugnação, fica o crédito suspenso, permitindo ao contribuinte a obtenção de certidão positiva de efeitos negativa, consoante art. 206 do CTN, impedindo também a cobrança judicial. Não se pode nem inscrever na dívida ativa. � OBS: DEPOSITO RECURSAL NA ÓRBITA ADMINISTRATIVA “SOLVE ET REPETE” (Pague depois reclame) – VEDADO ATUALMENTE. Em março de 2009 foi editada a súmula 373 do STJ. “é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.” Súmula vinculante 21. “é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo” . 29.10.2009. D) A CONCESSÃO DE MEDIDAS LIMINARES EM M.S E TUTELA ANTECIPADA EM OUTRAS AÇÕES No M.S temos a previsão legal da liminar no art. 7, inc. III, da lei 12.016/2008. Art. 294 e seguintes do CPC. (tutela antecipada) Quando um Juiz concede uma liminar, é porque a fumaça do bom direito aconselha a sua cautela e também porque a demora na resposta jurisdicionalmente ao ser dada ao cabo do processo, pode torna-la inócua. Enquanto perdurar a liminar, ficam as autoridades impedidas de exigir o crédito já constituído ou de exigir pagamentos ancorados na lei ou no ato normativo guerreado. Prof. Alex Barbuda 43 Se denegado a ação, cassa-se a limitar, com todos os consectários legais. Inclusive, juros, correção monetária e penalidades. � VEDAÇÃO DE ORDEM PARA LANÇAMENTO: Ainda com a concessão da liminar ou tutela, é vedado a expedição de ordem objetivando impedir a autoridade fiscal de promover o lançamento tributário. � Não é necessário que exista crédito para que ação seja ajuizada. � Não cabe M.S contra lei em tese. 266 STF. E) PARCELAMENTO. Parcelamento consiste numa medida de política fiscal com a qual o Estado procura recuperar créditos e criar condições práticas para que os contribuintes que se colocaram numa situação de inadimplência tenham a possibilidade de voltar para regularidade, usufruindo dos benefícios daí decorrentes. Caracteriza-se por um comportamento comissivo do contribuinte, que se predispõe a carrear recursos para o fisco, mas não de uma vez, o que conduz tão somente a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e não a sua extinção. Em regra, o deferimento do pedido do parcelamento é ato discricionário da autoridade tributária, só surgindo o direito liquido e certo, se após deferido, houver resistência da instância inferior. Com o parcelamento é possível a obtenção de CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITOS NEGATIVOS. Art. 206 CTN. Muitos doutrinadores falam que o parcelamento é uma modalidade de moratória, sendo inútil a sua inserção no CTN. A maioria da doutrina, sustenta, que com a inclusão do art. 155-A pela lei 104/2001, no CTN, os institutos se aproximam, mas tem sua própria autonomia. O Parcelamento, salvo disposição em contrário, não exclui a incidência de juros e multa � Aplica-se subsidiariamente as disposições relativa à moratória no instituto do parcelamento. � Lei geral- parcelamento dos créditos tributários federais: 10.522/2002� PARCELAMENTO COM CLÁUSULA DE RENÚNCIA: Prof. Alex Barbuda 44 A doutrina, sustenta ser inconstitucional a cláusula constante no termo de parcelamento que determine a renúncia, expressamente, à discussão judicial dos débitos tributários, uma vez que é inafastável o princípio da universalidade da jurisdição, previsto no art. 5º, inc. XXXIV, da C.F � CRIMES CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA- A concessão de parcelamento impede o encaminhamento ao Ministério Público de representação fiscal para fins penais relativas aos crimes contra a ordem tributária definidos no art. 1º e 2º da lei 8.137/90. � PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE MORATÓRIA PARCELADA E PARCELAMENTO. (RICARDO ALEXANDRE) 1- A lei não contém palavras inúteis ou desnecessárias, e portanto, a inclusão expressa do parcelamento como causa de suspensão pela LC 104/2001, já traça diferença. 2- A principal diferença são os pressupostos de fato que ensejam o manejo dos institutos. A moratória é medida excepcional, que somente deve ter lugar em casos de situações naturais, econômicas ou sociais que dificultem o normal adimplemento das obrigações tributárias. Já o parcelamento é corriqueira medida de política fiscal, que visa a recuperar créditos e a permitir que os contribuintes inadimplentes voltem à situação de regularidade. 3- Em regra as lei concessivas de moratória, reconhecendo os fatores externos que originam as dificuldades dos sujeitos passivos para adimplir, tem permitido que o futuro pagamento seja livre de qualquer penalidade pecuniária e até mesmo de juros. Ao contrario do parcelamento, que o próprio CTN, não exclui a incidência de juros e multas. Claro que a lei concessiva pode estabelecer de maneira diversa. 5.3 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS Art. 156 do CTN. Prof. Alex Barbuda 45 Primeiramente, importante ressaltar que existe certa divergência na doutrina, se o rol apresentado no CTN é taxativo ou não. A maioria da doutrina entende ser um rol taxativo, com fundamento no art. 141 do CTN, que define que o crédito tributário só se extingue nos termos expressos do CTN. A extinção só pode ocorrer no que tange à obrigação principal, pois das obrigações acessórias o CTN não tratou, já que sua extinção se opera pela implementação das prestações a que elas se referem, sejam positivas ou negativas. Assim passaremos ao estudo das hipótese de extinção. A) PAGAMENTO: É a causa mais natural de extinção das obrigações. O CTN estabelece um conjunto de regras específicas que diferenciam, em alguns aspectos, o seu regime jurídico. Art. 157 a 163 e 165 a 169 do CTN. � FORMA DO PAGAMENTO: Em regra o pagamento deve ser feito em pecúnia. Entretanto o art. 162, prevê o pagamento por cheque, dinheiro, vale-postal, estampilha, papel selado ou processo mecânico. � CUMULATIVIDADE DAS MULTAS A imposição de penalidade, decorrente do não cumprimento de obrigação acessória, ou por ausência de recolhimento do tributo, não dispensa por obvio , o pagamento integral do tributo devido. ARt. 157 do CTN. � PAGAMENTO TOTAL E PARCIAL .Art. 158 CTN. Pagamento parcial (inc I) de um crédito tributário, diferente do que acontece no Direito Civil, não importa presunção de pagamento das demais parcela em que ele se decomponha. Assim o pagamento da última cota do IPVA não gera a presunção de pagamento das parcelas anteriores. Também o pagamento total( incII) do crédito tributário não resulta na presunção de pagamento de outros créditos, referente ao mesmo ou outro tributo. Consequência prática é o dever do contribuinte de manutenção dos comprovantes de pagamento de todas as prestações e quotas, relativos a todos tributos, até que se verifique a prescrição. (art. 195 CTN). Prof. Alex Barbuda 46 Assim o fisco não pode recursar pagamento de um tributo em razão de uma suposta dívida, ainda não paga. Qualquer quantia oferecida pelo contribuinte pode e deve ser recebida. � LOCAL DE PAGAMENTO: O Local de pagamento do tributo, salvo disposição contrária da legislação pertinente, a repartição competente do domicilio do sujeito passivo da obrigação tributária. Atualmente hoje os tributos são pagos via de regra na rede bancária devidamente credenciada ao fisco (Art. 7º, § 3º) � PRAZO DE PAGAMENTO: É definido na legislação própria de cada tributo, mas, salvo regra em contrário, nos termos do art. 160 do CTN, o prazo é de 30 dias, contados da notificação do lançamento ao contribuinte. O CTN, ainda possibilita desconto na antecipação do pagamento. Em caso de ATRASO PAGAMENTO aplica-se juros. (mora ex re). Art. 161 O CTN prevê em caso de atraso de pagamento juros de 1%. Atualmente tem se aplicado a taxa SELIC. Sistema Especial de liquidação e custodia. A.1 CONSULTA TRIBUTÁRIA. Trata-se de um procedimento administrativo visando a satisfação de dúvida atinentes a legislação tributária, formuladas pelo contribuinte ao Fisco. A consulta tributária tem previsão no CTN, no art. 161, § 2º. O questionamento deve ser razoável, enfocando um possível deslize do legislador, que tenha omitido algo, ou, ainda, dito a lei, mas com obscuridade ou ambiguidade. Tais vícios de compreensão, como é cediço, repelem a segurança e certeza que devem reger o diálogo entre a norma ou destinatário. Esfera federal tem previsão legal pelos art. 46 a 58 do Decreto n. 70.235/72 e lei 9.430/96. Realizando está consulta antes do vencimento somente responderá pelo tributo + correção monetária. B) COMPENSAÇÃO: Art. 170 do CTN. Prof. Alex Barbuda 47 Sua definição deve ser extraída do direito privado, conforme art. 368 a 380 do Código Civil, segundo o qual a compensação é modalidade extintiva de obrigação, quando se é devedor e credor, concomitantemente. Ocorre a extinção de obrigações recíprocas entre as mesmas pessoas que se reputam pagas (totalmente ou parcialmente). � A compensação não pode ser feita a bel-prazer do contribuinte- NECESSITA DE LEI AUTORIZATIVA Ex: A lei 8.383/91 (art. 66 c/c art. 39 da lei n. 9250/95) permite a compensação dos tributos federais com a mesma destinação constitucional ou quando arrecadados pelo mesmo sujeito ativo. Instrução normativa 900/2008 Somente se pode fazer a compensação com autorização do Executivo ou Poder Judiciário. Nesse sentido o art. 170 A do CTN exige o transito em julgado da sentença autorizativa de compensação, na ação que pleiteia o encontro de débitos e créditos., impedindo a compensação por meio de liminar em mandado de segurança ou tutela antecipada em ação ordinária. Súmula 212: A compensação de crédito tributários não pode ser deferida por liminar. Súmula 213: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária. Referido artigo só aplica aos casos em que o contribuinte já pagou determinado tributo, que entende indevido pela lei que o instituiu. Estando a lei em vigor, é necessário ajuizamento de ação, além do transito em julgado de decisão que lhe seja favorável para que se opere a compensação. Trata-se de uma modalidade indireta de extinção do crédito tributário Súmula 460- é incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. Súmula 461 STJ: O contribuinte pode optar em receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitado em julgado. M.S Serve para declarar o direito a compensação tributária, mas não para convalidar a compensação realizada. C) TRANSAÇÃO Prof. Alex Barbuda 48 Transação é o acordo para concessões recíprocas que põem fim ao litígio,
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