Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caso Concreto 3 Na formulação de Locke, a propriedade é um direito natural e inalienável, servindo de fundamento para a criação do governo civil e para a atribuição de direitos políticos aos indivíduos. Para Locke, o maior e principal objetivo dos homens se reunirem em comunidades, aceitando um governo comum, é a preservação da propriedade. No mesmo sentido de Locke, Rousseau aduz que o surgimento da propriedade se dá no estado de natureza, utilizando a sua célebre frase: “O primeiro que tendo cercado um terreno se lembrou de dizer ‘isto é meu’ e encontrou pessoas bastante simples para acreditá-lo, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil”. Assim, nota-se como a instituição da propriedade representa efetivamente a passagem da ordem natural para a formação da sociedade civil fundamentada na moral do “isto é meu”. Verifica-se, portanto, que Locke e Rousseau apontam o mesmo caminho para a propriedade, qual seja a transição do trabalho para a posse e desta para a propriedade. Entretanto, enquanto Locke apresenta a propriedade como direito inalienável e objeto de proteção por parte do Estado, Rousseau a qualifica como a degeneração do homem e aproxima-se de Hobbes ao asseverar que ela somente surge com o advento do Estado.
Compartilhar