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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL SEMESTRE 2019/2 DISCIPLINA: CIÊNCIAS POLÍTICAS PROFESSOR: JOÃO IGNACIO PIRES LUCAS RESUMO I TDE Nome: Marcelle Zanchett Linné DATA: 18/08/2019 Pensador resumido: John Locke Comentarista da coletânea: Leonel Itaussu Almeida Mello DADOS BIOGRÁFICOS DO PENSADOR John Locke nasceu em 1632 na Inglaterra e faleceu em 1704 no mesmo país. Ele era filho de um comerciante puritano e provinha de uma família burguesa. Ingressou na Universidade de Oxford aos 20 anos na qual obteve obteve sua formação em medicina. Trabalhou como professor na mesma universidade, entretanto, em 1666 Lorde Shaftesbury (grande político liberal e opositor do Rei Carlos II) o convocou como conselheiro e médico próprio. Dessarte Shaftesbury se tornou mentor político de Locke, e assim contribuiu para a formação do pensamento liberal do mesmo. Por conta de Shaftesbury ter sido acusado de conspirar contra o Rei e ter fugido para Holanda (onde faleceu dois anos depois) Locke, em 1683, buscou exílio no mesmo país de seu mentor, retornando somente em 1688, após a queda de Jaime II. John Locke ficou conhecido por ter sido favorável a liberdade e a tolerância religiosa, sendo considerado o fundador do empirismo -doutrina que defende que todo conhecimento do ser humano é obtido pelas experiências de vida do mesmo- também é prestigiado pela teoria da tabula rasa, concebida no Ensaio sobre o entendimento humano. OUTROS PENSADORES QUE EXERCERAM INFLUÊNCIA EM LOCKE Pelas observações de Leonel, Hobbes e a doutrina aristotélica do naturalismo influenciaram Locke, contudo, de forma contraria do que era defendido por esses. Em sua concepção individualista, Locke defendia o estado de natureza no qual o homem vivia em circunstâncias pré-sociais e pré-políticas, descritas como a mais pura forma de liberdade e igualdade. Smith e Ricardo, na teoria do valor-trabalho, também influenciaram Locke em sua teoria da propriedade, desta forma a mesma se tornou, de certo modo, precursora da teoria dos economistas do liberalismo clássico. Escritores políticos calvinistas ao incentivarem o povo a lutar contra os atos ilegais dos príncipes católicos, inspiraram Locke na criação do direito de resistência no Segundo Tratado. John Locke inspirou filósofos iluministas franceses, principalmente Voltaire e Montesquieu e destarte influenciando a grande Revolução Francesa de 1789 e a Declaração de Direito do Homem e do Cidadão. PRINCIPAIS ELEMENTOS DA TEORIA POLÍTICA DE LOCKE TEORIA DA PROPRIEDADE: para Locke, o trabalho era o fundamento originário da propriedade, dessa forma, esse era utilizado como meio de pagamento para obtê-la, entretanto, com o passar do tempo, o ouro e a prata tomaram seu lugar, e assim alterando o método de obtenção de propriedades. Por consequência, a concentração de riquezas levou a má distribuição de bens e terras entre os homens. Em vista disto, a propriedade ilimitada tornou-se assim limitada, e dessa forma, o dinheiro determinava a quem pertencia a mesma. CONTRATO SOCIAL: o estado de natureza não é necessariamente pacífico, um exemplo disso seria a invasão de propriedade, violando bens e a liberdade, e como não existia juízes, leis e forças dominantes nesse estado, os habitantes poderiam iniciar em guerra entre si e/ou com a população que vivia ao seu redor. De acordo com Locke, o ser humano precisa de um “contrato social” e este deve auxiliar na transformação do estado de natureza em uma sociedade civil ou política (Locke não distingue entre elas), esta seria dotada de leis, de um árbitro e de forças coercitivas, assim podendo proteger seus cidadãos de ataques externos e porventura de atacarem a si próprios. Diferentemente do contrato hobbesiano, invés da população ser submissa a um homem ou assembleia que possua controle da força coercitiva, os indivíduos deveriam acordar entre si a formação de uma sociedade civil, visando preservar e fortalecer seus direitos existentes no estado original, e dessa forma, os direitos à existência, à autonomia e aos “patrimônios” estariam mais protegidos com o amparo de uma junta política unitária. A SOCIEDADE CIVIL OU POLÍTICA: após, unanimemente, os indivíduos concordarem em “entrar” no estado civil, os mesmos devem escolher uma forma de governo, seja ele monárquico, oligárquico ou democrático. Posterior a escolha, o contrato original é substituído pelo “princípio da maioria”, deste modo o que prevalece é a decisão da maior parte da população e, concomitantemente, é respeitado o direito das minorias. Para Locke, o que deve valer é a conservação da propriedade, independentemente da escolha de governo. Seguinte a escolha da forma governamental, vem a seleção do poder legislativo, este possui poder superior aos demais, sendo chamado por Locke de poder supremo. Abaixo deste está o poder executivo (destinado ao príncipe) e o federativo (cuja função é tratar das relações internacionais), sendo que estes dois podem ser governados por uma pessoa só. Dessarte, após todas as escolhas serem concluídas, os principais fundamentos do estado civil ou político serão atingidos. O DIREITO DA RESISTÊNCIA: segundo Locke, quando o governo -executivo ou legislativo- deixa de cumprir seu papel, o mesmo torna-se ilegal e se corrompe em tirania. Desta forma, como o governo não assume mais a proteção à propriedade, sendo ela vida, liberdade ou bens, o povo tem direito legítimo de resistência à tirania, entrando assim em um estado de guerra, voltando dessa forma ao estado de natureza, à vista disso, segundo Locke, sobra somente à Deus o ofício de juiz. Este mesmo direito pode ser utilizado pelo povo para se libertar da dominação de uma nação estrangeira. PRINCIPAIS OBRAS Dois Tratados sobre o Governo, 1681. Cartas para a tolerância e Ensaio acerca do Entendimento Humano, ambos em 1689.
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