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Relatório de pesquisa- John Locke

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
FARROUPILHA - CAMPUS SANTO AUGUSTO
CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS
RELATÓRIO DE PESQUISA SOBRE JOHN LOCKE
AMANDA GRENZEL, BHIANCA DONATO, CASSIANA SCHOWANTZ, DHARA
BUENO E LUIZA DIDONE
SANTO AUGUSTO,
2021
1. INTRODUÇÃO
No presente trabalho, abordaremos questões vinculadas a vida e a carreira do filósofo
inglês John Locke, que se destacou como um filósofo moderno, individualista e liberal.
Temos como objetivos principais e específicos, a) aprender um pouco sobre a história
de Locke e como ele contribuiu para a qualificação da sociedade através de suas obras; b)
pesquisar, discutir e escrever sobre seus importantes pensamentos sobre as questões em pauta
na sua época; c) e guardar o conhecimento abordado neste relatório para que o mesmo possa
contribuir com nossa carreira acadêmica.
CONTEXTO HISTÓRICO
John Locke viveu em uma época em que ocorreram movimentos muito importantes,
como iluminismo, liberalismo e revoluções inglesas. Como também viveu na Inglaterra,
sendo o primeiro país a viver transformações políticas. Inclusive, ele é considerado precursor
do iluminismo e se posiciona contra a monarquia absolutista, sendo por muitos considerado o
pai do liberalismo. Para contextualizar melhor e entender as ideias de Locke, se torna
pertinente entender os movimentos citados acima, além de serem muito importantes para a
filosofia em geral como também para a nossa história.
Revoluções Inglesas
No século XVII a Inglaterra ainda estava em um período de transição, pois ainda possuía
características feudais. Com duração de 50 anos, a Revolução Inglesa teve 4 momentos
específicos, podendo ser considerada como a primeira revolução burguesa dentro da Europa
que questionava o absolutismo e a nobreza no poder.
A Inglaterra passou muito tempo governada pela dinastia Tudor, principalmente pelo rei
Henrique VIII e a filha Elizabeth I. Nesse período ocorreu a Reforma Anglicana, que ficou
conhecido como cercamento dos campos, provocando um grande êxodo rural. Logo após o
fim dessa dinastia, entrou em vigor a dinastia Stuart, cujo o primeiro rei foi Jaime I, que tinha
como principal objetivo frear o avanço da classe burguesa. Para isso, foram tomadas medidas
como: aumento dos impostos, perseguição religiosa aos puritanos e chegou até a dissolver o
parlamento. Seu sucessor foi o filho Carlos I, que seguiu a mesma lógica de governo de seu
pai, porém a burguesia se revoltou e iniciou a Revolução Puritana, tendo como líder Oliver
Cromwell. Com o exército dos cabeças, a burguesia conseguiu vencer a coroa e a guerra
terminou com o rei Carlos I decapitado.
Logo após, foi proclamada a república e Cromwell ganha o título de lorde protetor da
república. Cromwell coloca em prática atos de navegação para favorecer o mercado interno,
mas algum tempo depois começa a mudar sua postura e acaba dissolvendo o próprio
parlamento. Seguindo essa lógica, ele impõe um governo autoritário, indo contra tudo que ele
havia lutado.
Após a morte de Cromwell na Inglaterra teve como sucessor Carlos II, que tinha como
objetivo restaurar a dinastia Stuart. Assim prometendo respeitar o parlamento, mas logo em
seguida queria instaurar o absolutismo novamente e acabou dissolvendo o parlamento,
governando sozinho até a sua morte. Seguidamente, quem assumiu o poder foi seu irmão
Jaime II que tinha as mesmas ideias de Carlos II. Evitando conflitos armados, ocorreu a
Revolução Gloriosa.
A Revolução Gloriosa começou com Maria II e seu marido Guilherme no poder. Nesse
sentido, o parlamento estabeleceu diversas novas diretrizes para os reis, limitando seus
poderes para impedir que o absolutismo voltasse, formando assim uma monarquia
parlamentarista. Assim, a burguesia finalmente conseguiu o poder político, ocasionando no
futuro a revolução industrial.
Iluminismo
Antes do surgimento do iluminismo, o regime que prevalecia na Europa era o
absolutismo, onde a nobreza e o clero tinham todos os privilégios. Já em relação à religião,
havia uma aliança entre o Estado e a igreja, enquanto que na economia o que prevalecia era o
mercantilismo.
A partir disso, começaram a acontecer algumas mudanças, sendo a principal delas a
ascensão da burguesia. A classe burguesa não tinha privilégios, logo, começaram a criticar
esse antigo regime. Seguindo essa linha de raciocínio, outra mudança que ocorre entre os
séculos XVI e XVII é a revolução científica. Onde começa a ser questionado o poder da
Igreja, já que a razão humana agora é capaz de explicar acontecimentos que antes só era
possível entender com o raciocínio religioso, ou seja a razão se torna o fator primordial para
o alcance da verdade e do conhecimento.
Outrossim, vale ressaltar algumas características gerais do iluminismo, como
racionalismo empírico, tolerância religiosa, oposição ao antigo regime, oposição à igreja,
igualdade, a publicidade e o liberalismo. Dessa forma, o iluminismo promoveu mudanças
políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade.
Liberalismo
O liberalismo teve seu ápice na economia e na política durante o século XIX, e
começou a decair após a Primeira Guerra Mundial. Ele surge da luta da burguesia contra a
nobreza, a qual trata-se de um processo que durou séculos, onde a burguesia reivindicava a
liberdade do indivíduo e também defendia a limitação dos poderes do estado.
Em contrapartida, o absolutismo que começou no século XV com a Guerra das Rosas
acabou provocando a aniquilação e o esgotamento da nobreza inglesa. O absolutismo teve
grande influência nos países Europeus, nele, o soberano centralizava todos os poderes do
Estado em suas mãos, sem prestar contas à sociedade. Sendo esse o movimento que John
Locke mais lutava contra, assim se tornando o primeiro intelectual a teorizar o liberalismo, a
dar suporte teórico aos ideais burgueses.
2. BIOGRAFIA
John Locke foi um filósofo inglês nascido na cidade de Wrington em 29 de
agosto de 1632, nunca casado e sem nenhum filho. Filho de John Locke e Agnes Keene e
irmão de Thomas Locke, era popularmente conhecido como o “pai do liberalismo”, sendo
considerado como o mais ativo representante do empirismo britânico e também mais ativo
teórico do contrato social.
Locke, comumente chamado, iniciou sua vida acadêmica na universidade de
Oxford com os estudos nos cursos de medicina, ciências naturais e filosofia, com foco nas
obras dos filósofos Bacon e Descartes.
Pelas décadas de 1683, Locke viveu como refugido nos Países Baixos por ser
acusado de traição junto à seu mentor político, na época atual líder da oposição ao rei Carlos
II no parlamento, retornando para a Inglaterra somente quando Guilherme de Orange subiu ao
trono em 1688.
Nos anos de 1689 e 1690, foram publicadas suas primeiras obras, denominadas: “Carta Sobre
a Tolerância”, “Ensaio Sobre o Entendimento Humano” e "Os Dois Tratados Sobre o
Governo Civil”. No dia 28 de outubro de 1704, com 72 anos, Locke vem a óbito.
3.1 FILOSOFIA POLÍTICA DE JOHN LOCKE
3.1.1 O Estado de Natureza
O Estado de Natureza era uma tentativa dos filósofos imaginarem como era o período
pré-sociedade dos seres humanos e a partir disso, confirmarem que a presença de um
Estado é essencial para a organização de uma sociedade.
3.1.2 Estado de Natureza de Thomas Hobbes
Segundo Hobbes, o Estado de Natureza é a condição natural dos homens - anterior à
formação de um estado propriamente civilizado, sem leis - onde todos têm o pleno
direito à liberdade e à igualdade. Nesse mesmo estado, há a ausência de um poder
soberano, comum, que é capaz de impor a ordem e a justiça, o que é bom e mal. Assim,
os homens vivem numa desordem social, onde há guerra de todos contra todos, portanto,
no Estado de Natureza de Hobbes, as pessoas possuíam uma má qualidade de vida.
Sendo assim, com esse caos instalado, as pessoas passaram a buscar soluções para os
conflitos e assim,se estruturaram a partir de um Estado Absolutista para a garantia de
segurança e proteção porque, para Hobbes, era a igualdade entre todos que desencadeou
os conflitos. Assim, com o poder concentrado na mão de uma pessoa, as outras iriam
passar a respeitar e obedecer a mesma, para possuir a garantia de uma segurança.
3.1.3 Jusnaturalismo
John Locke se opunha às idéias de Hobbes. Para Locke, era possível viver pacificamente
num Estado de Natureza, esse, sem leis políticas, mas não absolutamente sem regras.
Nesse Estado defendido por Locke, todos os seres humanos, ao nascerem, possuem
direitos naturais, sendo eles o direito à vida e à liberdade. Sendo livre, é preciso
transformar a natureza em itens para a sua sobrevivência, através do trabalho. Como o
trabalho é limitado ao indivíduo, a propriedade também será quantitativamente limitada,
ou seja, a propriedade só pertence ao indivíduo, se o mesmo consegue utilizá-la para
trabalhar.
Portanto, se todos os homens são iguais, um não tem direito a tomar a vida do outro; se
todos os homens são iguais, um não tem direito a se impor sobre a liberdade do outro; se
todos os homens são iguais, ninguém tem direito a tomar para si aquilo que o outro
adquiriu com seu trabalho.
3.1.4 O Contrato Social
Contudo, para Locke, apesar de ser possível viver num Estado de Natureza, ele não
estava isento de inconvenientes, como a violação da propriedade (vida, liberdade e bens)
que, na falta de lei estabelecida para impor a execução das sentenças, coloca os
indivíduos em estado de guerra uns contra os outros. Dessa forma, na necessidade de
superar esses inconvenientes que, segundo Locke, levou os homens a se unirem e
estabelecerem livremente entre si o contrato social.
Por conseguinte, com a instalação de uma Democracia Liberal e Representativa - onde o
povo escolhe os governantes - para que esses, por meio do Estado, garantissem o
jusnaturalismo.
Porém, como já é de conhecimento, Locke é um burguês da sociedade inglesa do século
XVII, assim, o “povo” que participa da Democracia Representativa são os mesmos que
se enquadram no voto censitário.
O Estado do Contrato Social não deve ter poder absoluto e sim limitado. O único dever
do mesmo é garantir a perfeita execução das leis naturais e dos direitos básicos.
Inclusive, para Locke, caso o governo não cumpra com seu papel e viole a lei moral e os
direitos naturais, o povo tem o direito e o dever de se rebelar, afinal um contrato
quebrado não tem mais qualquer valor.
Para que isso aconteça, Locke propõe uma estrutura para que esse Contrato Social
aconteça. A estrutura é bem conhecida como a divisão do Estado em 2 poderes:
legislativa e executivo. O legislativo seria incumbido de criar as leis e, por isso, seria
superior ao executivo. O executivo seria encarregado de administrar pela lei, inclusive
atuando na sua interpretação frente à sociedade civil, o que demonstra, nesse poder, o
acúmulo dos poderes hoje conhecidos como executivo e judiciário. Para Locke, haveria
ainda um terceiro poder, o poder federativo, que trata das questões da pátria frente a
outras nações, como o poder de guerra e paz. Na prática, esse poder era exercido pelo
monarca, que também controlava o executivo.
3.1.5 Relações sociedade civil x Estado
Para Locke, quando o executivo ou o legislativo não cumpre com a lei estabelecida pelo
Contrato Social, o Estado se torna ilegal e os indivíduos possuem o direito de opressão
ao Estado - estado de guerra.
O estado de guerra imposto ao povo pelo governo, configura a dissolução do estado civil
e o retorno ao estado de natureza.
4.1 FILOSOFIA RELIGIOSA DE JOHN LOCKE
Como apresentado no título do presente trabalho, John Locke preza pelo indivíduo
como um ser liberal, motivação pela qual resultou na escrita e publicação de sua primeira
obra, a “Carta sobre a Tolerância”. Nesta, são abordadas diversas discussões sobre a
tolerância religiosa e o motivo pelo qual a religião deve permanecer na esfera individual.
4.2 Religião em Sociedade
Na obra citada, Locke impõe o seguinte pensamento:
“Nenhum indivíduo deve atacar ou prejudicar de qualquer maneira a
outrem nos seus bens civis porque professa outra religião ou forma de
culto. Todos os direitos que lhe pertencem como indivíduo, ou como
cidadão, são invioláveis e devem ser-lhe preservados. Estas são as
funções da religião. Deve-se evitar toda violência e injúria, seja ele
cristão ou pagão. Além disso, não devemos nos contentar com os
simples critérios da justiça, é preciso juntar-lhes a benevolência e a
caridade. Isso prescreve o evangelho, ordena a razão, e exige de nós a
natural amizade e o senso geral de humanidade”.
Com isso, o filósofo quis nos passar a reflexão sobre a violência, discriminação, e
desrespeito que os povos pertencentes as religiões diversas que não obedeciam aos critérios
católicos (fanáticos e muito venerados na época) sofriam por apenas defender a profecia de
sua religião sendo que, tais conflitos muitas vezes, eram motivos para a iniciação de guerras,
mortes e condenações. Ao final do discurso, Locke defende ainda que os omissos a estas
questões se juntem para partir em uma união para que possa ser estabelecida uma harmonia
na sociedade entre todas as religiões, para louvar um bem em comum: a palavra sagrada.
Ainda, é estabelecida uma reflexão sobre como seria se os povos das religiões que não
permitem o corte de cabelo, relações sexuais antes do casamento, que exigem que o indivíduo
dê dinheiro a igreja e outras se juntassem e esquecessem as diferenças em prol de um mundo
no qual as regras não sejam prioridade para impedir ou traçar as relações de amizade entre a
sociedade.
4.3 Individualidade Religiosa
Já estabelecido seu pensamento de como deve ser tratada a religião em sociedade,
John Locke defende o seguinte diálogo quanto à individualidade do ser humano dentro da
religião:
“Considero a igreja como uma sociedade livre e voluntária. Ninguém
nasceu membro de uma igreja qualquer; caso contrário, a religião de
um homem, juntamente com sua propriedade, lhes seriam
transmitidas pela lei de herança de seu pai e de seus antepassados.
Ninguém está subordinado por natureza a nenhuma igreja ou
designado a qualquer seita, mas une-se voluntariamente à sociedade
na qual acredita ter encontrado a verdadeira religião e forma de culto
aceitável por Deus”.
Essa afirmação remete a teoria de Locke de que “o indivíduo é um ser liberal”,
constando que a aderir a uma forma de culto deve ser opcional para o ser humano, tanto que o
conhecimento difere-se da razão, que difere-se da fé. Há presente também, uma crítica a
veneração e idolatração de um ser superior rei, argumentando que os regimes governamentais
da época baseavam-se em uma criação da humanidade, não comprometida com o
conhecimento tampouco com a razão e com a fé, de onde há de vir a estabelecer ordens e leis
para o rei.
Assim, para Locke o objeto da fé encontra-se no âmbito da probabilidade, que é
definida por ele como a chance de alguma coisa ser verdadeira. Então, estando a fé
relacionada a uma convicção interna, ou seja, individual de cada indivíduo que tem por base
proposições e provas que podem ser falíveis e não relacionadas com toda a certeza, torna-se
incapaz de obter a certeza de estar diante da verdadeira religião. Com isso, cada um deve ser,
por si mesmo, o juiz da verdade diante sua fé. Logo, todos estamos em condições de
igualdade em matéria de religião, não podendo alcançar a certeza no âmbito da religião.
Alguns pensamentos importantes resultam desta compreensão:
1. é inevitável a existência de várias opiniões sem provas indubitáveis de sua verdade;
2. a verdade quanto a crença não é demonstrável, logo a aceitação ou não depende da
convicção interior do indivíduo à qual ele jamais está disposto a abandonar;
3. não se tendo certeza da crença é um erro querer impor a outro um dogma cuja certeza
não se tem.
4.3 Fanatismo Religioso:
Sob outra persecução, o filósofo inglêsjulga o fanatismo religioso e a obsessão de bens
materiais a partir deste. Ele diz:
“Ninguém, portanto, nem os indivíduos, nem as igrejas e nem mesmo
as comunidades têm qualquer título justificável para invadir os
direitos civis e roubar a cada um seus bens terrenos em nome da
religião”.
Por final, chegamos ao ponto pelo qual levou Locke a iniciar sua escrita de “Carta Sobre
a Tolerância”. Segundo o trecho acima, nenhum ser, seja ele cristão ou pagão, deve colocar
em dúvida ou inferir nos bens materiais ou civis de outro ser, seja por conta de uma forma
cristã de pagar pecados determinada por uma religião onde o pecador deve cumprir para se
livrar de suas injúrias, ou por uma forma de justiça criada pelo pagão para realizar um ato
maléfico para outro ser. Contudo, John Locke deixa-nos a entender que os pertences,
pensamentos, razões e a fé individuais de cada indivíduo são invioláveis e tem pertencimento
somente a si, sendo aquele que almeja o bem e não age com caridade e benevolência como
ordena a razão, intolerante.
A FILOSOFIA DE JOHN LOCKE NA CONTEMPORANEIDADE
Após ser apresentado os principais pensamentos de Locke, é notório que o mesmo foi uma
das bases fundamentais na formação do Estado liberal democrático contemporâneo.
Locke definiu os contornos essenciais do liberalismo dos dias atuais através das suas obras,
como os direitos naturais (humanos), liberdades individuais e civis, governo representativo,
mínimo e constitucional, separação de poderes, executivo subordinado ao legislativo,
santidade da propriedade, laicismo e tolerância religiosa.
Locke deixa claro que não existe poder inato e divino, seu objetivo é fundamentar o
liberalismo político. Para que se possa compreender a origem do poder político e do Estado
liberal, sua função e objetivos, é preciso partir da condição natural em que se encontrava a
humanidade originariamente, isto é, considerar o estado de natureza lockeano. Outrossim,
Locke está de acordo quando constatam que todos os homens nascem absolutamente livres,
naturalmente iguais e dotados de razão, não existindo nenhum ser autoritário naturalmente
superior a eles, senão o próprio Deus e a lei de natureza.
A limitação ao poder soberano, proposta por Locke, através da Democracia Representativa
e da divisão de poderes, com certeza foi de notável importância para o surgimento do Estado
contemporâneo, uma vez que diversos elementos estatais que marcam as sociedades políticas
ainda hoje foram elaborados por Locke como por exemplo a ideia de propriedade e de
separação de poderes.
Assim sendo, a partir dos ensinamentos de Locke, os grandes nomes do liberalismo extraíram
das obras do mesmo, diferentes aspectos para fundamentar suas posturas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Locke elaborou uma importante teoria política que foi base para a mudança do cenário
político entre os séculos XVII e XVIII, obviamente sempre levando em consideração os
interesses da nova classe social que havia surgido: a burguesia moderna. Seu pensamento
influenciou muito o seu tempo, servindo também de base para outras revoluções.
O grande feito de Locke foi demonstrar os direitos inerentes do homem (direito à vida, direito
à liberdade e direito à propriedade). Ademais, sociedade civil (superação do estado de
natureza), foi instituída para que os homens tenham seus direitos assegurados pelo Estado.
Em suma, notoriamente, é fato que o Estado teorizado por Locke é aquele que atende
unicamente aos interesses da classe burguesa, interesses esses que encontravam no
absolutismo monárquico (antigo regime), um grande obstáculo para produzir lucros.
Dessa forma, percebe-se que o capitalismo atual é o principal indicador da materialização de
sua ideologia, no qual os burgueses podem empreender suas iniciativas de forma livre e
independente do Estado, assim, objetivando aumentar cada vez mais sua propriedade.
REFERÊNCIAS
Teoria Contratualista- John Locke. Descomplica, 2021. Disponível em:
https://descomplica.com.br/cursos/descomplica-top-turma-de-fevereiro-2021/aulas/ao-vivo-te
oria-contratualista-john-locke-28-06-2021-18h-15/videos/teoria-contratualista-john-locke-28
062021-18h15/?q=john%20locke&s=false
John Locke: do contrato social ao empirismo. Youtube, 2019. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=L4muar9_Fvo&t=538s
Contrato social- Hobbes, Locke e Rousseau. Youtube, 2021. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=3GZHpnth0fM&t=208s
O contrato social de Hobbes, Locke e Rousseau. Youtube, 2018. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=vVwckAou7LY&t=1068s
Contratualismo: John Locke, Thomas Hobbes e Jacques Rousseau. Youtube, 2018.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sAmUnHVE5dI
VILELA, Francy José Ferreira. O liberalismo político de John Locke. Campinas, 2014.
ANDRADE, Beatriz Cardoso. John Locke e Religião. Brasil, 2014. Disponível em:
https://www.webartigos.com/artigos/john-locke-e-religiao/122223/
Biografia de John Locke. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke
Contexto histórico - revoluções Inglesas
https://www.youtube.com/watch?v=roGZSpEe91c
Contexto histórico - iluminismo - plataforma ferreto
https://app.professorferretto.com.br/
Contexto histórico - liberalismo - file:///C:/Users/Darlan/Downloads/francy.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=h-K4UQv_fN0
https://descomplica.com.br/cursos/descomplica-top-turma-de-fevereiro-2021/aulas/ao-vivo-teoria-contratualista-john-locke-28-06-2021-18h-15/videos/teoria-contratualista-john-locke-28062021-18h15/?q=john%20locke&s=false
https://descomplica.com.br/cursos/descomplica-top-turma-de-fevereiro-2021/aulas/ao-vivo-teoria-contratualista-john-locke-28-06-2021-18h-15/videos/teoria-contratualista-john-locke-28062021-18h15/?q=john%20locke&s=false
https://descomplica.com.br/cursos/descomplica-top-turma-de-fevereiro-2021/aulas/ao-vivo-teoria-contratualista-john-locke-28-06-2021-18h-15/videos/teoria-contratualista-john-locke-28062021-18h15/?q=john%20locke&s=false
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