Prévia do material em texto
PORTUGUÊS PARA CONCURSOS E VESTIBULARES ÍNDICE DIFICULDADES GERAIS DE ORTOGRAFIA ............................................................ 7 Emprego de vogais ...................................................................................................... 7 Emprego de consoantes S ou SS ................................................................................ 9 Escrevem-se com C (Ç) ............................................................................................. 11 Escrevem-se com Z ................................................................................................... 11 Escrevem-se com X ................................................................................................... 12 Escrevem-se com CH ................................................................................................ 14 Escrevem-se com J.................................................................................................... 14 Testes de Ortografia, Parônimos e Empregos dos ―Porques‖ .................................... 14 OUTROS PARÔNIMOS ............................................................................................ 18 ALGUMAS DICAS PARA A FORMAÇÃO DO PLURAL DOS SUBSTANTIVOS .... 22 Diminutivos ................................................................................................................. 22 Nomes personativos .................................................................................................. 22 Abreviaturas, siglas e símbolos .................................................................................. 22 Os símbolos .............................................................................................................. 22 Plural em "ães" ........................................................................................................... 22 Substantivos estrangeiros .......................................................................................... 22 Só se usam no plural ................................................................................................. 23 Plural dos compostos ................................................................................................. 23 EMPREGO DO HÍFEN .............................................................................................. 24 Com prefixos .............................................................................................................. 24 Com palavras ............................................................................................................. 24 EMPREGO DA PALAVRA "PORQUE" .................................................................... 27 FONÉTICA ................................................................................................................ 30 Fonemas .................................................................................................................... 30 Letras ......................................................................................................................... 30 Sílaba ......................................................................................................................... 30 Separação silábica ..................................................................................................... 30 Ditongo, tritongo, hiato .......................................................................................... 30,31 Dígrafo ....................................................................................................................... 31 Testes ........................................................................................................................ 32 REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA .................................................................. 34 Regra de acentuação gráfica ..................................................................................... 34 Testes ........................................................................................................................ 37 8. ESTRUTURA DAS PALAVRAS ............................................................................... 39 Radical ....................................................................................................................... 39 Prefixos e Sufixos ...................................................................................................... 40 Vogais e consoantes de ligação ................................................................................ 40 Desinências ............................................................................................................... 40 Vogal temática ........................................................................................................... 40 PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS ..................................................... 40 Derivação ................................................................................................................... 40 Composição ............................................................................................................... 41 Derivação imprópria ................................................................................................... 41 Onomatopeia ............................................................................................................. 41 Hibridismo .................................................................................................................. 42 Prefixos ...................................................................................................................... 42 Sufixos ....................................................................................................................... 43 Radicais gregos ......................................................................................................... 44 Radicais latinos .......................................................................................................... 46 Testes ........................................................................................................................ 46 CONJUGAÇÃO DE VERBOS ................................................................................. 51 Tempos mais usados ............................................................................................... 51 Formação do imperativo .......................................................................................... 52 Formas nominais do verbo (emprego) ..................................................................... 53 Considerações sobre o modo indicativo e subjuntivo .............................................. 53 Considerações sobre o modo subjuntivo ................................................................. 54 Considerações sobre os tempos verbais ................................................................. 55 Dificuldades da conjugação verbal .......................................................................... 57 Verbos derivados ..................................................................................................... 58 Verbos abundantes .................................................................................................. 59 Verbos defectivos .................................................................................................... 60 Cuidados ortográficos com verbos .......................................................................... 61 Testes ...................................................................................................................... 63 VOZES DO VERBO ................................................................................................ 67 Passagem da voz ativa para a voz passiva .............................................................67 Passagem da voz passiva para a voz ativa ............................................................. 71 Testes ...................................................................................................................... 73 CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................... 76 Casos especiais....................................................................................................... 77 Verbos impessoais .................................................................................................. 77 Voz passiva sintética ............................................................................................... 77 Sujeito posposto ao verbo ....................................................................................... 79 Sujeito representado por fração .............................................................................. 79 Sujeito representado por percentuais ...................................................................... 80 Sujeito composto ligado por "ou" ............................................................................. 80 Sujeito representado por substantivos próprios em forma de plural ........................ 80 Sujeito representado por pronomes de tratamento ................................................. 80 Sujeito representado por "que" antecedido de pronome pessoal ............................ 80 Sujeito representado por "quem" antecedido de pronome pessoal ......................... 81 Quando o verbo fica no singular .............................................................................. 81 Quando o verbo vai para o plural ............................................................................ 81 A concordância do verbo "ser"................................................................................. 82 Testes ...................................................................................................................... 84 CONCORDÂNCIA NOMINAL ................................................................................. 87 Regra básica ........................................................................................................... 87 Palavras que designam cores ................................................................................. 88 Palavras versáteis ................................................................................................... 88 Bom, proibido, necessário, etc. ............................................................................... 89 Tal qual .................................................................................................................... 89 Quite, anexo e os particípios ................................................................................... 90 Adjetivos na função de advérbios ............................................................................ 90 Testes ...................................................................................................................... 90 REGÊNCIA VERBAL .............................................................................................. 93 A preposição "a" ...................................................................................................... 93 A preposição antes dos pronomes relativos ............................................................ 94 O pronome cujo ....................................................................................................... 94 Emprego dos pronomes "o" e "lhe" .......................................................................... 95 Testes ...................................................................................................................... 99 CRASE .................................................................................................................. 104 Conceito ................................................................................................................ 104 Os sete pecados mortais da crase ........................................................................ 105 Artifício para detectar a presença da crase ........................................................... 105 Crase antes de palavras abstratas ........................................................................ 106 Crase antes de "horas" .......................................................................................... 106 Crase antes de pronomes relativos ....................................................................... 106 Crase com os pronomes demonstrativos .............................................................. 107 Crase com locuções adverbiais femininas............................................................. 107 Crase antes de palavras subentendidas ............................................................... 107 Crase antes de nome de lugar .............................................................................. 108 Casos de crase facultativa..................................................................................... 108 "A" ou "há" ............................................................................................................. 109 Testes .................................................................................................................... 110 OS NEXOS ............................................................................................................ 115 Conjunções coordenativas .................................................................................... 115 Conjunções subordinativas ................................................................................... 116 Conjunções versáteis ............................................................................................ 118 Pronomes relativos ................................................................................................ 120 Testes .................................................................................................................... 123 TERMOS DA ORAÇÃO ........................................................................................ 127 Sujeito (localização do sujeito) .............................................................................. 128 Predicado .............................................................................................................. 128 Termos integrantes da oração ............................................................................... 129 Termos acessórios da oração ............................................................................... 130 Testes .................................................................................................................... 134 ESTUDO DAS ORAÇÕES .................................................................................... 138 Orações coordenadas ........................................................................................... 138 Orações subordinadas substantivas ...................................................................... 138 Orações subordinadas adjetivas............................................................................ 141 Orações subordinadas adverbiais ......................................................................... 143 Orações reduzidas (substantivas, adjetivas e adverbiais) ..................................... 146 Testes .................................................................................................................... 150 EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ......................................................... 154 A vírgula no interior da oração ............................................................................... 154 A vírgula entre as orações .....................................................................................156 Os dois-pontos ...................................................................................................... 158 ponto e vírgula ................................................................................................... 160 Os parênteses ....................................................................................................... 162 O travessão ........................................................................................................... 163 As aspas ................................................................................................................ 163 O ponto de interrogação ........................................................................................ 164 Testes .................................................................................................................... 164 EMPREGO DOS PRONOMES .............................................................................. 170 Pronomes pessoais ............................................................................................... 170 Pronomes demonstrativos ..................................................................................... 172 Pronomes relativos ................................................................................................ 173 pronome "onde" e o advérbio "aonde" ............................................................... 173 O pronome "todo" .................................................................................................. 174 Colocação dos pronomes pessoais átonos ........................................................... 175 Testes .................................................................................................................... 177 ALGUMAS FUNÇÕES DA PALAVRA "QUE" ..................................................... 181 Pronome relativo.................................................................................................... 181 Conjunção integrante ............................................................................................. 181 Conjunção comparativa ......................................................................................... 182 Conjunção consecutiva .......................................................................................... 182 Parte da partícula expletiva "é que" ....................................................................... 182 FUNÇÕES DA PALAVRA "SE" ........................................................................... 184 Conjunção condicional ........................................................................................... 184 Conjunção integrante ............................................................................................. 184 Conjunção causal ................................................................................................... 184 Conjunção temporal ............................................................................................... 184 Pronome apassivador ............................................................................................ 184 Índice de indeterminação do sujeito ....................................................................... 185 Pronome reflexivo com função de objeto direto ..................................................... 185 Pronome reflexivo com função de objeto indireto .................................................. 185 Parte integrante do verbo ....................................................................................... 186 Partícula expletiva .................................................................................................. 186 ALGUMAS FIGURAS DE LINGUAGEM ............................................................... 188 Figuras de construção ........................................................................................... 188 Anáfora .................................................................................................................. 188 Anacoluto ............................................................................................................... 188 Elipse ..................................................................................................................... 189 Hipérbato ............................................................................................................... 189 Silepse ................................................................................................................... 189 Figuras de Harmonia ............................................................................................. 190 Aliteração ............................................................................................................... 190 Onomatopeia ......................................................................................................... 190 Figuras de pensamento ......................................................................................... 191 Antítese .................................................................................................................. 191 Eufemismo ............................................................................................................. 191 Hipérbole ................................................................................................................ 192 Ironia ...................................................................................................................... 192 Paradoxo ................................................................................................................ 192 Prosopopeia ........................................................................................................... 193 Tropos .................................................................................................................... 193 Metáfora ................................................................................................................. 193 Metonímia .............................................................................................................. 194 DIFICULDADES GERAIS DE ORTOGRAFIA EMPREGO DE VOGAIS Na pronúncia da linguagem coloquial, o "e" e o "i" átonos, às vezes, não se diferenciam. Por isso, ficamos limitados à memória visual e podemos nos enganar. Por isso, memorize: COM E Aleatório Montevideano Bandeja Peão (empregado) Bege Peroneal Beneficência Redemoinho Cardeal Sequer Coreano Tireoide Despender Várzea Despensa Vaselina Empecilho Viger COM I Aborígine Hernâni Açoriano Hilaridade Acriano (nova ortografia) Infestar Calidoscópio Longilíneo Disenteria Madeireira Discrição Manteigueira Dispensa Pênalti DispêndioPerônio Eletricista Pião (brinquedo) Escárnio Privilégio Filipe - de "filo" (amigo) + "hipo" (cavalo) Virgiliano PARÔNIMOS Ante: prefixo que indica anterioridade (anteontem, antessala) Anti: prefixo que indica oposição (anticristão, antissemita) Arrear: pôr arreios, carregar Arriar: descer Deferir: conceder, atender, despachar favoravelmente Diferir: divergir, ser diferente, adiar Delatar: denunciar Dilatar: aumentar, retardar Descriminar: absolver, excluir a criminalidade Discriminar: relacionar, estabelecer diferença Despensa: peça da casa onde se guardam mantimentos Dispensa: ato de dispensar, licença Destratar: insultar, ofender Distratar: efetuar o distrato Emergir: vir à tona,aparecer, aflorar Imergir: submergir, desaparecer Eminente: destacado, alto Iminente: que está prestes a acontecer, imediato Emitir: enviar, expedir, pôr em circulação Imitir: introduzir, pôr para dentro Praxe: rotina, uso, aquilo que se costuma fazer Práxis: ação, atividade, exercício Vadear: passar a vau, atravessar o rio caminhando Vadiar: andar à toa, levar vida ociosa COM O Boate Lombriga Bochincho Mocambo Botequim Molambo Boteco Óbolo Bússola Poleiro Cocuruto Romênia Compadre Romeno Comadre Zorrilho COM U Bueiro Juazeiro Burburinho Lumbago Camundongo Manuel Cinquenta Pirulito Curinga Rebuliço Curitiba Ruge Cutucar Regurgitar Elucubrar Sinusite Estripulia Suar Gumercindo Supetão Jabuticaba Usufruto PARÔNIMOS Comprimento: extensão Cumprimento: saudação, aceno, ato de cumprir Estofar: acolchoar, pôr estofo Estufar: aquecer em estufa Sortir: abastecer Surtir: produzir (efeito) Vultoso: que tem vulto, grande Vultuoso: congestionado (o rosto), inchado, edemaciado EMPREGO DE CONSOANTES COM S ou SS Derivados de palavras com S: Atrás-- atrasar, atrasado; brasa-- brasinha, braseiro, brasão, Brasil, brasino, abrasar; casa-- casinha, caseiro, caserna, casebre; curso-- cursivo, cursar, discurso, recurso, incurso, excursão; lápis-- lapisinho, lapiseira; liso-- lisura alisar; peso-- apesar, pêsames; riso-- risada, risível, irrisório; vaso-- extravasar, transvasar, etc. Diminutivos de palavras cujo radical termina por S: Lapisinho, tenisinho, mesinha, princesinha, Luisinho, Teresinha, chinesinha, piresinho, etc. A maioria dos antropônimos: Baltasar, Brás, César, Elisa, Eliseu, Elisabete, Heloísa, Inês, Isaura, Isabel, Isidoro, Moisés, Neusa, Osório, Tomás, Susana, Álvares, Assis, Meneses, Ortis, Queirós, Resende, Rodrigues, Sousa, Veloso, etc. Os gentílicos: Francês, inglês, chinês, polonês, japonesa, tailandês, libanês, etc. Correlações: d—s (ss) t (tir) --- s (ss) Aludir – alusão Ceder--cessão Decidir--decisão Despender--despesa Expandir--expansão Pretender--pretensão Admitir--admissão Demitir--demissão Discutir--discussão Demitir--demissão Dissentir--dissensão Divertir--diversão Surpreender--surpresa Remitir--remissão Suspender--suspensão Repercutir--repercussão Vocabulário Aterrissar Atrasar Coser (costurar) Amerissar Casimiro Consulesa Analisar Cassar Centésimo Análise Carrossel Convés Ananás Clarissa Cortês Arrevesado Classicismo Cortisona Assessor Catalisar Dossel Dossiê Improvisar Necessidade Endossar Invés Narciso Excesso Lasanha Nagasaque Extravasar Lasso Paralisar Framboesa Lapisinho Pedrês Frisante Lilás Pêsames Gêiser Losango Protásio Gelosia Maisena Sicrano Goitacás Massapê Sidra (doce de maçã) Grisalho Mesóclise Sossego Groselha Mississipi Vasa (lodo) Gaseificar Musselina Vaselina ESCREVEM-SE COM C (Ç) Palavras de origem TUPI: Açaí, araçá, Iguaçu, Jaci, Juçara, Jaçanã, muçurana, Paraguaçu, Suaçuna, etc. Derivados de palavras terminadas por Z: Capaz—capacidade; cruz—crucifixo; dez—décimo; eficaz—eficácia; feliz— felicidade; feroz—ferocidade; loquaz—loquacidade; luz--lúcido, elucidar; perspicaz— perspicácia; tenaz—tenacidade, etc. Correlação T (das terminações TO e TAR) – Ç: Adotar—adoção, atento—atenção, ato—ação, cantar—canção, delatar— delação, discreto—discrição, exceto—exceção, ereto—ereção, executar—execução, isento—isenção, rejeitar—rejeição, etc. Sufixo – ÇÃO Ampliar—ampliação, competir—competição, deter—detenção, expedir— expedição, inserir—inserção, remir—remição, salvar—salvação, etc. Derivados de palavras com C: Acebolado, acetinado, adocicado, alicerçado, cesariana, Celestino, decimal, decímetro, encerrar, encenar, excepcional, tecido, tecelagem, etc. Vocabulário À beça Cistite Remição Açaí Criciúma Resplandecer Açambarcar Intercessão Recenseamento Açodamento Menção Rocio Açucena Maçaroca Roliço Almaço Maciço Sarça Asserção Maçom Saçaricar Caçarola Obcecado Soçobrar Cansaço Paçoca Tenção Cenho Pança Terçol Cibele Percevejo Tição Cidra Quiçá Torção Cirrose Recender Viçoso Parônimos: Acento: sinal gráfico, inflexão de voz. Assento: cadeira, banco. Apreçar: avaliar, pôr preço em. Apressar: acelerar, aumentar a velocidade, pedir pressa a alguém. Caçar: perseguir, abater. Cassar: suspender, anular. Cela: pequeno quarto. Sela: arreio. Cidra: fruto da cidreira. Sidra: doce de maçã. Concertar: combinar. Consertar: arrumar, restaurar. Incipiente: iniciante, principiante. Insipiente: que não sabe, ignorante. Intercessão:ato de interceder, mediação. Interseção: ponto de encontro de duas linhas. Paço: palácio. Passo: deslocamento, ato de andar. Remição: (do verbo remir) pagamento, quitação. Remissão: (do verbo remitir) perdão, indulto. ESCREVEM-SE COM Z: Derivados de palavras com Z: Balizar-- baliza, balizamento, abalizado: cruz-- cruzar, cruzada, cruzeiro, encruzilhada; dez-- dezena, dezesseis, dezoito, dezembro, dizimar; juiz-- juízo, ajuizar, ajuizamento; luz-- luzir, luzidio, luzeiro, luzerna, reluzir, tremeluzir; prezar-- prezado, desprezar, menosprezar; vazio-- esvaziar, vazar, vazão, vazante, vazamento. Sufixo IZAR: Colonizar, escravizar, utilizar, realizar, atemorizar, canalizar, catequizar, batizar, canalizar, realizar, suavizar, socializar, etc. Mas pesquisar (pesquisa+ar), analisar (análise+ar), improvisar (improviso+ar), catalisar (catálise+ar), alisar (a+liso+ar), etc. Substantivos abstratos derivados de adjetivos: Acidez, aridez, avareza, baixeza, embriaguez, lucidez, rapidez, nitidez, estupidez, grandeza, pequenez, torpeza, etc. Consoante de ligação Z: Amorzinho, benzinho, bambuzal, cafezal, cafezeiro, cafezinho, lanzudo, pezão, aneizinhos, florezinhas, etc. Alguns antropônimos (poucos): Azevedo, Beatriz, Ezequiel, Juarez, Luzia, Mariz, Montezuma, Salazar, Vaz, Zé, Zélia, Zilá, Zita... Vocabulário: Alazão Cafuzo Foz Albatroz Capataz Fuzil Aprazar Capuz Fuzuê Arrizotônico Cerviz Gazua Assaz Cizânia Granizo Azaleia (azálea) Clerezia Orizicultura Azenha Coalizão Ozônio Azia Coriza Rodízio Aziago Cozer (cozinhar) Sazão Azucrinar Deslizar Topázio Bazar Falaz Trapézio Buzina Feroz Xadrez ESCREVEM-SE COM X Palavras de origem tupi-guarani: Abacaxi, Araxá, caxangá, capixaba, Erexim, erexinense, morubixaba, Xanxerê, Xapecó, xapecoense, xaxim, Xingu, xique-xique, Xuí, xuiense. Observação: em sua última edição, após o Acordo Ortográfico de janeiro de 2009, o VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa) passou a admitir e registrar, como alternativas, as formas chapecoense, erechinense e, obviamente, Chapecó e Erexim). Depois de ditongo: Baixo, caixa, caixeiro, embaixador, faixa. feixe, frouxo, peixe, rouxinol, trouxa, eu trouxe. Depois de EN: Enxada, enxadrista, enxaguar, enxame, enxaqueca, enxergar, enxerto, enxerido, enxofre, enxotar, enxoval, enxovalhar, enxurrada. Prefixo EX (movimento para fora) e EXTRA (fora de): Excluir, excomungar, excursão, êxodo, expandir, expectorar, expiar (redimir), expiatório, explicar, explicitar, explodir, explorar, expor, exportar, expressar, expropriar, expulsar, expurgar, extemporâneo, extensão, exterior, exteriorizar, exterminar, externar, extirpar, extorquir, extorsivo, extrair, extrato extraditar, extrajudicial, extraordinário, extrapolar, extrassensorial, extrassístole, extraterrestre, extravasar, extraviar, etc. Vocabulário Bexiga Gueixa Puxar Broxa (pincel) Hiroxima Quixote Caxambu Lagartixa Relaxar Caxumba Laxante Taxa Coaxar Lixo Taxativo Coxa Luxação Vexame Coxilha Luxar Xampu Coxo Luxurioso Xeque Elixir Luxo Xerife Encaixotar Malgaxe Xereta Enfaixar Maxixe Xícara Enfeixar Mexer Xifópago Engraxar Mexerico Xilindró Faxina Pexote Xodó Guanxuma Pixaim Xucro Parônimos Arrochar: apertar muito. Arroxar: dar coloração roxa. Brocha: pequeno prego. Broxa: pincel ou impotência. Chá: bebida Xá: antigo soberano da Pérsia (Irã). Cheque: ordem de pagamento. Xeque: líder árabe ou lance do jogo de xadrez. Cocho: vasilha rústica em que se serve comida para os animais. Coxo: diz-se da pessoa que manca. Espectador: testemunha, assistente. Expectador: aquele que espera. Esperto: perspicaz, astuto, inteligente. Experto: perito. Espiar: olhar furtivamente, espreitar. Expiar: redimir, resgatar, pagar os pecados. Estrato: camada, tipo de nuvem. Extrato: algo que se extrai (extrato bancário), perfume. Tacha: pequeno prego. Taxa: cobrança, preço por serviço. Tachar: acusar, pôr defeito em. Taxar: pôr preço em, criar imposto. ESCREVEM-SE COM CH 1. Derivados de palavras com ch: Bucho—embuchado, embuchamento, estrebuchar; cartucho—cartucheira; Charco—encharcar; charque—charquear, charqueada; chiqueiro—enchiqueirar; colcha—colchão, colchonete; cheio—encher, enchimento; Vocabulário Azeviche Charrua Ficha Bochincho Chimarrão Fichário Boliche Chiripá Hachurar Brocha (prego) Chiripa Iídiche Brochura (livro) Chiru Mocho Broche Chope Mochila Bucha Chuchu Pechinchar Bucho Chucrute Pechar Cachimbo Cochichar Quíchua Cachola Cochilar Tacha (mancha) Capuchinho Comichar Tachar (acusar) Cartucho Coqueluche Tacho Chácara Deboche Tocha Chamego Fecho ESCREVEM-SE COM J Palavras de origem tupi-guarani: Jiboia, jirau, jerivá, pajé, lajeado, Lajes... Derivados de palavras com J: Anjo—anjinho; gorja—gorjear, gorjeio; laranja—laranjeira, laranjinha; lisonja— lisonjeiro; loja—lojista; São Borja—são-borjense; viajar—eu viajei, é preciso que eles viajem; varejo--varejista; etc. Vocabulário Bajeense (ou bageense) Jê (índio) Pajeú Berinjela Jeni Rejeitar Cafajeste Jenipapo Rijo Canjica Jiu-jítsu Rijeza Encorajem Majestade Sarjeta Gorjeta Ojeriza Ultraje Granjeiro Pajem Varejeira TESTES DE ORTOGRAFIA, PARÔNIMOS E EMPREGO DOS "PORQUES" 1. (Fundação Carlos Chagas) estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase: A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boas causas prevaleçam. Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar discursos moralizantes. Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade como um valor inerente ao exercício da cidadania. Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura com que agem os foras-da-lei. Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores sentiram cerceada sua área de atuação. 2. (QUESTÃO DE PROVA) "Junção" se escreve com "ç". Também seescreve com "ç" pa...eio. pa...agem. a...ervo. abra...o. cra...e. 3. (QUESTÃO DE PROVA) assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas do texto. percepição - obseção - pioneirismo percepção - obcessão - pionerismo percepição - obceção - pionerismo percepção - obsessão - pioneirismo percepição - obssessão - pioneirismo 4. (QUESTÃO DE PROVA) No dia seguinte, ao modo ...................., fomos às casas do dito bonzo, por nome pomada, um ancião de cento e oito anos, mui lido e sabido nas letras divinas e humanas, e grandemente afeito a toda aquela gentilidade, e por isso mesmo...................... de outros bonzos, que se finavam de puro ciúme. (...) Os frutos de uma laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém os ............. , não valem nada. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas do texto. concertado - mal-visto - vir consertado - malvisto - ver concertado - malvisto - vir consertado - mal-visto - vir concertado - malvisto - ver 5. (QUESTÃO DE PROVA) A história, a arqueologia, a história da arte e a restauração, bem como outras áreas....................., nos mostram o caminho percorrido pelo homem para realizar e representar suas atividades, .............................. da finalidade inicial com que foram concebidas. Durante um imenso período histórico, o ser humano só ................ recorrer aos materiais naturais de seu entorno. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacuna do texto. a fins - independentemente - pode afins - independentemente - pôde afim de - independente - pôde afins - independente - pôde a fins - independentemente - pode 6. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa adequadamente a frase abaixo. É evidente que, entre os erros considerados globalmente de ortografia, há os que se explicam pela influência da linguagem falada, como ..................... e outros que se explicam pelo desconhecimento das ..................... etimológicas dos nomes, como .................... . advogado - raízes - estensão adevogado - raizes - extensão adivinhar - raises - extensão fralda - raíses - estenção frarda - raízes - extenção 7. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa adequadamente a frase abaixo. Temos, ainda, o caso do H inicial, que, por razões etimológicas, subsiste em palavras como ................... e ..................... , que contrastam, nesse ponto, com outras como ................... e ....................... . hetílico - humor - errôneo - ônus hérnia - ócio - erudição- honorários herbário - hipocrisia - erário - ibernar homologar - hierarquia - orda - íntegro hermético - honorífico - eutanásia - orizicultura 8. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da seguinte frase. Apesar da ................... daquela região, as ....................... brotaram .................. . aridês - florezinhas - vissosas aridês - florzinhas - viçosas aridez - florzinhas - viçosas aridez - florezinhas - viçosas aridês - florzinhas - viçosas 9. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa corretamente a frase seguinte. A equipe fiscal conseguiu um .................... raro: ...................... uma valiosa coleção de peles ....................... em um tanque, em pleno Menino Deus. fragrante - aprendeu - emersas fragrante - apreendeu - imersas flagrante - apreendeu - imersas flagrante - aprendeu - emersas flagrante - aprendeu - emersas 10. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas do texto. Mas quem são afinal os corruptos? Toda a população, enfim, .................. não exige nota fiscal ao fazer suas compras? (...) Em 1990, .................. saída da faculdade, ela abriu um pequeno escritório. (...) A arquiteta devia entender que com um "por fora" a avaliação da dívida seria ......................... . por que - mal - irrisória por que - mau - irrizória porque - mal - irrisória porque - mal - irrizória porque - mau - irrisória 11. (FAURGS) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto. É uma velha pergunta: .................... os primos do Norte são bem-sucedidos, enquanto a gente pena tanto? Infelizmente é uma retórica que imobiliza e ................. . (...) Portanto são cheios de si e prontos para.................... as falhas. porque - deprimi - consertar porque - deprime - consertar por que - deprime - consertar por que - deprimi - concertar por que - deprime - concertar 12. (UCS) O café consumido no mercado é de qualidade inferior. Veja ............. porquê. porque. por que. por quê. o por quê. Respostas: 1.B, 2.D, 3.D, 4.C, 5.B, 6.E, 7.E, 8.D, 9.C, 10.C, 11.C, 12.D. OUTROS PARÔNIMOS Acerca de: a respeito de, sobre. Falávamos acerca de nossos projetos. A cerca de: a aproximadamente. Estamos a cerca de cem metros do rio. Há cerca de: há aproximadamente. Ela se formou há cerca de um ano. Acidente: fato casual, às vezes trágico, ponto geográfico. Incidente: episódio, ocorrência geralmente inesperada e desagradável. A despeito de: apesar de. A respeito de: acerca de, sobre. Afim: semelhante. A fim (de): para, disposto a (estar a fim de). Aleatório: fortuito, casual, sem critério, do latim "alea" (sorte). Escolher alguém aleatoriamente. Alheatório: que aliena, que transfere, deriva de "alheio". Amoral: que não se relaciona com a moral por estar em outro campo de significação indiferente à moral, como a arte a ciência, o instinto, etc. Imoral: que é contrário à moral, como o roubo, a calúnia, etc. Ao encontro de: a favor de. De encontro a: contra. Ao invés de: ao contrário de. Ao invés de chorar, ria descaradamente. Em vez de: em lugar de. Em vez de sair com o namorado, saiu com o vizinho. Apóstrofe: interpelação, chamamento. " Deus ó Deus, onde estás, que não respondes?" (do poema O Navio Negreiro, de Castro Alves) Apóstrofo: sinal gráfico que indica supressão de letra (olho-d'água). A princípio: no início. A princípio, éramos apenas bons amigos; depois, começamos a namorar. Em princípio: em tese. Em princípio, o clube não pensava em novas contratações, mas a ideia não estava completamente excluída. À-toa: ordinário, comum, banal (locução adjetiva). À toa: sem rumo, sem objetivo (locução adverbial). Atuar: agir, exercer atividade. Autuar: processar, multar. Cavaleiro: homem a cavalo. Cavalheiro: homem educado, cortês. Conquanto: embora, ainda que Porquanto: porque, pois, visto que Portanto: por isso, então Flagrante: evidente, ato que se observa no momento em que ocorre. Fragrante: perfumado, cheiroso. Florescente: florido, próspero. Fluorescente: brilhante, luminoso. Fusível: dispositivo elétrico. Fuzil: arma de cano longo. Infligir: impor, aplicar (castigo). Infringir: violar, transgredir. Mandado: ordem de autoridade. Mandato: autorização, poderes políticos outorgados pelo povo. Prescrever: recomendar, extinguir-se (um direito), perder a validade (um remédio ou um alimento). Proscrever: desterrar, afastar. Prever: adivinhar, antever. Prover: abastecer. Ratificar: confirmar, corroborar. Retificar: corrigir. Sortir: abastecer, prover. Surtir: produzir (efeito). Sustar: interromper, suspender. Suster: manter, sustentar. Tráfego: fluxo, trânsito. Tráfico: comércio ilícito. Observação: muitos parônimos ficaram ausentes desta lista por estarem arrolados nas lições de ortografia (emprego de vogais ou consoantes). Complete as frases: Falávamos ..................... de política, e nossas opiniões vinham ...................... das aspirações dos ouvintes, que aplaudiam sem parar. (a cerca de ou acerca de / aoencontro de ou de encontro a) A ciência é ...................; o roubo é ...................... . (amoral ou imoral) ....................... de comprar um carro novo, vendeu o que tinha. (em vez de ou ao invés de) ......................... sem muito entusiasmo, com ...................... . (Cumprimentou ou Comprimentou / descrição ou discrição) Discutia-se a vantagem de ........................... o uso de drogas. O ................. comum parecia contrário à proposta. (descriminar ou discriminar / senso ou censo) Era um estadista ..................... . Parecia ...................... a sua vitória nas eleições. (eminente ou iminente ) Era uma cidade próspera ......................, e os sinais de boa administração eram ..................... . (florescente ou fluorescente / flagrantes ou fragrantes) As longas ................. das zebras confundem os leões. (listras ou listas) Para o ........................ da missão, ele precisava de um ....................... de apreensão e busca. (cumprimento ou comprimento / mandado ou mandato) As atitudes estavam corretas e eram oportunas. Era preciso, pois, ........................ (retificá-las ou ratificá-las) Os europeus, historicamente, ........................... para várias regiões e foram bem recebidos. Mas nem sempre tratam bem os ............................ . (emigraram ou imigraram / emigrantes ou imigrantes) Era preciso ................... a operação. Se teimássemos em mantê-la, o fracasso era .......................... . (sustar ou suster / eminente ou iminente) O controle do ..............., nas grandes cidades, é complexo, em virtude do número crescente de veículos. (tráfego ou tráfico) Entrou no .................. das garotas e ...................... em trajes íntimos. (vestiário ou vestuário / flagrou-as ou fragou-as) De toda tragédia ..................... uma esperança: a possibilidade de reconstruir tudo. (emerge ou imerge) A colisão com o "iceberg" fora ...................... . O navio ................. logo. (causal ou casual / emergiu ou imergiu) Possuem temperamentos ...................... e gostos semelhantes. Estão sempre .................. de viagens e aventuras. (afim ou a fim) Agia sempre com .................... . Passaria ........................ . (descrição ou discrição / despercebido ou desapercebido) Fazia qualquer papel, ...................... magnificamente; seu sucesso não era ..................... . (atuava ou autuava / aleatório ou alheatório) .................. as roupas do marido, .................. os alimentos para ele, tudo isso lhe dava alegria. (coser ou cozer) Era muito ................. . A traição do marido era .................... . Acabaria descobrindo. (esperta ou experta / flagrante ou fragrante) ..................... o negócio e ainda ....................... o corretor. Estava furioso. (destratou ou distratou) ........................ as leis de trânsito pode provocar ....................... graves. (infligir ou infringir / acidentes ou incidentes) O perigo era ....................... . Estávamos em ................. . (eminente ou iminente / cheque ou xeque) Pediu um ....................... da sua conta e uma ........................ dos depósitos. Precisava ............... os últimos ................... . (estrato ou extrato / descriminação ou discriminação / sustar ou suster / cheques ou xeques) Abandonaram uma soma ....................... . (vultuosa ou vultosa) Era preciso .................... a demanda e ................... o armazém. (prever ou prover / sortir ou surtir) Era um sujeitinho muito ............... . Nunca iria .................. na vida. ( à toa ou à-toa / acender ou ascender) Era um .............. de cristal. Poderíamos encontrá-lo na ..................... de arte da loja. (lustre ou lustro / seção, sessão ou cessão) Respostas: 1. acerca e ao encontro de; 2. amoral e imoral; 3. Ao invés de; 4. Cumprimentou e discrição; 5. descriminar e senso; 6. eminente e iminente; 7. florescente e flagrantes; 8. listras; 9. cumprimento e mandado; 10. ratificá-las; 11. emigraram e imigrantes; 12. sustar e iminente; 13. tráfego; 14. vestiário e flagrou-as; 15. emerge; 16. casual e imergiu; 17. afins e a fim; 18. discrição e despercebido; 19. atuava e aleatório; 20. Coser e cozer; 21. esperta e flagrante; 22. Distratou e destratou; 23. infringir e acidentes; 24. iminente e xeque; 25. extrato, discriminação, sustar e cheques; 26. vultosa; 27. prever e sortir; 28. à-toa e ascender; 29. lustre e seção. Anotações ALGUMAS DICAS PARA A FORMAÇÃO DO PLURAL DOS SUBSTANTIVOS Diminutivos Para formar o diminutivo plural de uma palavra, primeiro forma-se o plural; depois, o diminutivo: Jornal - jornais+zinho - jornaizinhos Flor - flores+zinha - florezinhas Anel - aneis+zinho - aneizinhos Cartão - cartões+zinho - cartõezinhos Nomes personativos Nomes de pessoas (e sobrenomes), mesmo estrangeiros, se pluralizam: Os Casimiros, os Joões, as Marias, os Napoleões, as Raquéis, ―Os Maias‖ (romance de Eça de Queirós), os Amarais, os Fagundes, os Kennedys, os Bismarks, os Borgias, etc. Exemplo: "Surgiu de incidente mínimo: pretensos roubos cometidos pelos Maciéis em propriedades de família numerosa, a dos Araújos.‖ (Euclides da Cunha) Abreviaturas, siglas e símbolos maioria das abreviaturas se pluraliza acrescentando um s: profs., fls., docs., légs., Dras., Srs., etc. Algumas siglas pluralizam-se com um s minúsculo: os CEPs, as ONGs, os PMs, as TVs. Os símbolos Os símbolos não se pluralizam: 12h, 5l, 100g, 12km. Plural em "ães" maior parte dos substantivos terminados por ão forma o plural em ões; outros, muito numerosos, formam o plural em ãos; poucos mudam para ães: Alguns são bem conhecidos, como alemão, cão, capitão, pão; outros menos: Capelão e sacristão (na igreja); Escrivão e tabelião (no cartório); Catalão (em Barcelona); Charlatão (em muitos lugares). Substantivos estrangeiros O plural de substantivos estrangeiros se forma acrescentando-se-lhes um s (menos para os que terminarem por s ou z): Shorts, pizzas, icebergs, pit-bulls, best-sellers, habitats, office-boys, etc. Só se usam no plural: Anais, arredores, belas-artes, cãs, condolências, férias, fezes, núpcias, óculos, olheiras, parabéns, pêsames, primícias, víveres, e os naipes do baralho: copas, espadas, ouros e paus. Plural dos compostos Pluralizam-se os dois termos quando forem substantivo+substantivo, substantivo+adjetivo, adjetivo+substantivo ou numeral+substantivo, isto é, quando ambas as palavras puderem ir para o plural: Tenentes-coronéis, homens-rãs, cirurgiões-dentistas, cachorros-quentes, amores-perfeitos, peles-vermelhas, guardas-noturnos, cartões-postais, lugarescomuns, dedos-duros, bóias-frias, micos-leões-dourados, livres-pensadores, curtoscircuitos, boas-vidas, puros-sangues, meias-entradas, segundas-feiras, quartas-feiras, quintas-colunas, etc. Pluraliza-se apenas o primeiro quando os dois (ou mais) termos vierem ligados por preposição: Pés de moleque, contos do vigário, dores de cotovelo, unhas de fome, sinais da cruz, oficiais de gabinete, bocas de fumo, brincos-de-princesa, mulas sem cabeça, colonos sem-terra, pés-de-meia, marias-sem-vergonha, etc. Pluraliza-se apenas o segundo termo quando tivermos verbo+substantivo, advérbio+substantivo, prefixo+substantivo (porque não se pode acrescentar um s a um verbo, a um prefixo ou a um advérbio), palavras repetidas ou compostos sem hífen: Tico-ticos, quero-queros, teco-tecos, guarda-roupas, guarda-sóis, beija-flores, puxa-sacos, porta-estandartes, vira-latas, super-homens, micro-ondas, sempre-vivas, alto-falantes, girassóis, alvinegros, pontapés, planaltos, aguardentes, mandachuvas, etc. Não se pluraliza nenhum dos dois termosquando tivermos verbo+substantivo plural: Porta-aviões, caça-níqueis, saca-rolhas, salva-vidas, porta-malas, porta-jóias, etc. EMPREGO DO HÍFEN Para compreender bem o emprego do hífen, é preciso dividir o estudo do tema em dois capítulos básicos: emprego do hífen com prefixos (derivação) e emprego do hífen entre palavras (composição). I - COM PREFIXOS (derivação) Regra geral: Depois de prefixos, haverá hífen se a palavra começar por h ou pela mesma letra pela qual o prefixo terminar: Essa regra vale para a grande maioria dos prefixos, dentre os quais estão: Aero, ante, anti, arqui, auto, bi, bio, contra, extra, hepta, hetero, hexa, hidro, homo, infra, intra, macro, maxi, mega, micro, mini, neo, para, proto, pseudo, psico, retro, semi, supra, tele, tetra, tri, ultra (que terminam por vogal) e hiper, inter e super (que terminam por consoante). Exemplos: anti-inflamatório, contra-atacar, micro-onda, semi-internato, antihigiênico, auto-hipnose, hiper-resistente, inter-relação, super-raça, etc. Se a palavra que vem após o prefixo terminar por qualquer outra letra, não haverá hífen: Aeroporto, aerossol, antessala, anteontem, antissocial, antirreligioso, arquidiocese, autorretrato, autossugestão, autoescola, bissexto, bicampeão, biorritmo, biodiversidade, contrassenso, contrarregra, extraordinário, extraoficial, heterossexual, hidromassagem, hidroavião, homogêneo, infravermelho, infraestrutura, infrassom, intravenoso, macroeconomia, micróbio, microrregião, minissaia, minimercado, minidicionário, neolatina, neorromantismo, neoliberalismo, parapsicologia, paramédico, protozoário, protomártir, protoplasma, pseudônimo, psicografia, psicossomático, retroagir, retroescavadeira, retrovisor, semicírculo, semivogal, semirreta, suprarrenal, suprassumo, telespectador, teleobjetiva, tricampeão, ultrassom, ultravioleta, etc. Exceções: por questões de pronúncia, o prefixo circum, além de h e m, também pede hífen antes de vogal e n; o prefixo pan, além de h e n, pede hífen antes de vogal e m; o prefixo sub, além de h e b, pede hífen antes de r. Exemplos: pan-negritude, pan-americano, pan-mágico, sub-bloco, subhorizontal, sub-hepático, sub-reitor, sub-região, sub-reino, etc. Os prefixos pré, pró, pós, além, aquém, recém, vice, sem e ex (quando indica cessação de um estado) são sempre seguidos de hífen: Exemplos: pré-contrato, pré-natal, pró-labore, pró-forma, pós-morte, pósoperatório, além-mar, além-fronteira, aquém-fronteira, recém-nascido. Observação: o Acordo Ortográfico aboliu o hífen após o prefixo co (coabitar, cosseno, corréu. corresponsável) e após a palavra não (não alinhado, não agressão, não fumante, não metal, etc.) Atenção: é preciso distinguir pré (tônico e acentuado: pré-história, prémoldado, pré-lançamento) de pre (átono: prever, preocupar-se, preconceito). II - COM PALAVRAS (composição) Na justaposição, isto é, quando as palavras não perdem elementos mórficos, não haverá hífen: Segunda-feira, meio-dia, meio-galope, meia-bicicleta, amor-perfeito, beija-flor, porta-estandarte, guarda-sol, guarda-chuva, cachorro-quente, sul-rio-grandense, portoalegrense, norte-americano, não-me-toquense, rubro-negro, sócio-gerente, para-brisa, para-raios, vira-lata, conta-corrente, alto-mar, porta-aviões, porta-malas, fac-símile, cavalo-marinho, caça-níqueis, tão-somente, bate-boca, diretor-geral, diretor-presidente, secretário-geral, ano-luz, bom-senso, bom-sucesso, bom-tom, ano-novo, mico-leãodourado, dois-pontos, pastor-alemão, etc. Exceções: mandachuva, pontapé, girassol, passatempo, rodapé, paraquedas e outras (poucas) em que se obliterou, isto é, ficou esquecida a noção da composição. Na aglutinação, isto é, quando as palavras que se unem perdem elementos mórficos, a tendência é se unirem sem hífen: Planalto, aguardente, alvinegro, tragicômico, socioeconômico, sociocultural, sociopolítico, lobisomem, fidalgo, pernalta, pernilongo, pontiagudo, boquiaberto, estadunidense, viandante, vaivém, plenilúnio, etc. Palavras ligadas por preposição O Acordo Ortográfico suprimiu o hífen de palavras compostas ligadas por preposição, mantendo-o apenas naquelas que designam elementos da flora ou da fauna (incluindo-se aí animais, plantas, flores e frutos) ou ainda em termos ligados por apóstrofo: joão-de-barro dor de cotovelo porco-da-índia unha de fome andorinha-do-mar balaio de gatos estrela-do-mar olho da rua jacaré-de-papo-amarelo beijo de moça brinco-de-princesa pé de moleque maria-sem-vergonha pé de cabra figueira-do-mato conto do vigário trevo-de-quatro-folhas mão de obra cana-de-açúcar lua de mel pinheirinho-do-campo ponto e vírgula caixa-d’água cara de pau pau-d’água pai de santo olho-d’água rabo de cavalo estrela-d’alva camisa de força laranja-do-céu pôr do sol Exceções: pé-de-meia, água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-queperfeito. Anotações EMPREGO DA PALAVRA "PORQUE" A palavra porque pode ser: Advérbio interrogativo: Por que estás aqui? Quero saber por que não me esperaste onde combinamos. Conjunção subordinativa causal: Ela está triste porque brigou com o namorado. Conjunção coordenativa explicativa: Ela deve estar furiosa, porque nem olhou para mim. Substantivo: Explicou o porquê de sua atitude. Observação: Em expressões como as causas por que luto, as coisas por que me interesso, nas quais por que equivale a pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, não se trata da palavra porque. Trata-se do pronome relativo que antecedido pela preposição por, como poderia vir antecedido por qualquer outra preposição: as férias com que sonho, as pessoas em que confio, a garota de que mais gostei, etc. Relativamente ao emprego da palavra porque, há duas dificuldades: Junto ou separado? Com acento ou sem acento? Como não é didático aprender duas coisas ao mesmo tempo, vamos por partes. Junto ou separado? Respostas: Separado quando equivale a por que razão (por que motivo): Não sei por que (razão) resistes ao meu amor. Perguntei-lhe por que (razão) estava triste. Por que (razão) não me dizes a verdade? Junto quando não for possível fazer essa troca: Estuda bastante, porque a prova é difícil. Estás triste porque ele partiu, ou porque não se despediu de ti? Nas frases anteriores, mesmo na segunda (em que temos uma pergunta), não é possível incluir as palavras razão ou motivo após o termo porque. Com acento quando estiver no final da frase ou for substantivo: Gosto muito dela, mas não sei por quê. Até hoje não entendi o porquê da tua atitude. As crianças querem saber os porquês de tudo. (Celso Luft) Observação: Para identificar a palavra porque como substantivo, observe que, nesse caso, ele é sinônimo de motivo, razão; além disso, quase sempre vem antecedido de um artigo e sempre pode ser pluralizado. COMPLETE AS FRASES COM A PALAVRA "PORQUE". ....................... sair agora, com toda essa chuva? ..................... tanta pressa? Será que ela foi embora só ................... estava cansada, ou foi .................. se sentiu desprestigiada com a decisão da assembleia? Nunca entendi .................... as divergências religiosas geram tantas brigas. 4.Tirava notas altas .................. era muito estudiosa. Devia ser muito estudiosa,.................. sempre tirava notas altas. Hoje em dia, ninguém mais tem sucesso garantido só .................. cursou uma faculdade. É preciso se ―puxar‖, ...................... a concorrência cresceu. Apesar de autoritário e fracassado em seus projetos políticos, Ernesto Guevara, o ―Che‖, é talvez o maior herói de sua geração. ............ ?.................... era corajoso? .................. acreditava em seus ideais? É difícil dizer ................. . Eu sei que tu não me perdoaste. Só não sei ................... . Dize-me ............... agiste assim, e eu te direi ................... estou zangado. A garota deve ter passado no concurso, ....................... os pais estão comemorando. Eles estão comemorando ................. a garota passou no concurso? Só ...................... estavas de bermuda não te deixaram entrar no cinema? Que absurdo! ................. razão insistes em namorar esse rapaz? As pessoas em que confiamos, os conflitos com que convivemos, as atribulações ................... passamos, tudo faz parte de nossa vida. As coisas ...................... me interesso e os ideais ................... lutas têm muita afinidade. .................... não trabalhamos juntos? 16. ―Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas Em armadilhas as verdades que disseste; E as coisas ................. deste a vida estraçalhadas, E refazê-las com o bem pouco que te reste...‖ (Rudyard kipling) Estás triste .................. ela te traiu? Ou .................... levou a tua grana? Eles não sabem .............. agem assim. Talvez ............ nunca pensaram no assunto. ..................... trocar de carro agora? Só ................... os impostos baixaram? Uns bebem ................... querem recordar; outros .................. querem esquecer. Eu bebo ............... gosto. Perguntaste ................ agi assim, e eu te respondi ................... . Ignoro o ................. do teu desespero. .................. não vês o lado bom do fato? Alguns pássaros migram e outros não. Sabes ................. ? ..................... não gostas do mar? ..................... o mar te inspira medo? ................... não gosta do mar? ...................ele te inspira medo? .................... os centroavantes são tão importantes? .................. decidem os jogos? Ele devia estar morrendo de medo, ................... não parava de tremer. Respostas: 1. Por que e Por que; 2. porque e porque; 3. por que; 4. porque; 5. porque; 6. porque e porque; 7. Por quê, Porque, Porque e por quê; 8. por quê 9. por que e por que; 10. porque; 11. porque; 12. porque; 13. Por que; 14. por que (pelas quais); 15. por que (pelas quais), por que (pelos quais) e Por que; 16. por que (pelas quais); 17. porque e porque; 18. Por que e porque; 19. Por que e porque; 20. porque, porque e porque; 21. por que e por quê; 22. porquê e Por que; 23. por quê; 24. Por que; 25. Por que; 26. Por que e Porque; 27. Por que e Porque; 28. porque. Anotações FONÉTICA Fonética é a parte da gramática que trata dos sons da fala, isto é, da sílaba tônica, dos ditongos, tritongos e hiatos, das vogais abertas ou fechadas, orais ou nasais. Antes de mais nada, para efeito de vestibulares e concursos, é oportuno recordar alguns conceitos fundamentais: Fonemas: são as unidades sonoras da fala, os sons com os quais nos comunicamos. Letras: são representações gráficas dos fonemas. Letra, portanto, é o que escrevemos; quando falamos, emitimos fonemas, isto é, sons. Diferença entre letra e fonema (dois fatos esclarecedores): Algumas letras podem representar mais de um fonema. A letra c, por exemplo, representa um fonema (som) na palavra céu e outro na palavra casa; a letra x representa fonemas diferentes em palavras como exame (z), próximo (ss), xarope (ch) e táxi (cs). O mesmo fonema pode ser representado por letras (ou conjunto de letras) diferentes. Nas palavras que vêm a seguir, a(s) letra(s) em negrito representa(m) o mesmo fonema, isto é, o mesmo som: sair, passar, céu, calçamento, descer, desça, máximo, excelente, xadrez. Só a memória nos ajuda a escolher as letras certas na hora de escrever. Sílaba: é um fonema ou um grupo de fonemas que se emitem com uma só expiração. Observe algumas palavras separadas em sílabas: Ca-va-lo, trans-por, a-ma-da, sa-ir, com-pre-en-der, U-ru-guai, trau-ma-ti-zar, advo-ga-do, tran-sa-tlân-ti-co, cru-el-da-de, pers-pi-cá-cia, a-ve-ri-guei. Três dicas sobre separação de sílabas: O critério de separação de sílabas é a soletração, não a preservação de elementos mórficos: su-ben-ten-der, bi-sa-vô, su-pe-res-ti-mar. Fazem exceção os dígrafos ss, rr, sc, sç e xc (as-sim, cor-rer, nas-cer, des-ça, ex-ce-len-te) e alguns grupos consonantais que seria antiestético separar: pneu, mne-mô-ni-co, psi-qui-a-tri-a. Em palavras como vaia, raio, geleia, feio, apoio, jiboia, embuia e outras (terminadas por três vogais, sendo a primeira tônica), as duas primeiras formam o casal. A terceira, chegou tarde, 'dançou', fica sozinha: vai-a, rai-o, ge-lei-a, fei-o, a-poio, ji-boi-a, em-bui-a. (Dica do Prof. Adalberto Kaspary) Segundo os dicionários mais conhecidos (Aurélio, Houais), a palavra sublinhar separa-se assim: sub-li-nhar. Ditongo: é o encontro de uma vogal+uma semivogal (ou vice-versa) na mesma sílaba: pai, flui, boi, averiguar. Os ditongos podem ser crescentes ou decrescentes, orais ou nasais: Crescentes (semivogal+vogal): aguar, tranquilo. cinquenta, supérfluo, etc. Decrescentes (vogal+semivogal): vai, mau, herói, leite, chapéu, argui, etc. Orais: mais, dois, petróleo, fluido, qual, etc. Nasais: irmão, põe, capitães, trem (ẽi), etc. Tritongo: é o encontro de uma semivogal+vogal+semivogal na mesma sílaba: Uruguai, redarguiu, quais, apaziguou, enxaguei, enxaguam (uão), etc. Hiato: é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes: coordenar, compreender, xiita, caatinga, sair, luar, poeta, canoa, Luís, gaúcho, cruel, passear, doar, etc. Encontro consonantal: é a sequência de duas ou mais consoantes. Na mesma sílaba: briga, clima, influência, pronto, druida, trigo, pleno, transatlântico, problema, flagrante, etc. Em sílabas diferentes: advogado, ritmo, subdivisão, captação, amnésia, digno, cargo, etc. Dígrafos: são duas letras que representam apenas um fonema: Chuva, pilha, sonho, queda, seguir, assim, burro, nascer, desço, exceto. Atenção: As letras m e n, em final de sílabas, não representam fonemas. Apenas nasalizam a vogal que as antecede, formando, com ela, um dígrafo nasal: campo (cãpo), sombra (sõbra), sempre (sẽpre), assim (assĩ), canto (cãto), lenda (lẽda), linda (lĩda), conto (cõto). No final de algumas palavras, como também e rolam (tambẽi, rolão), por exemplo, am e em não são dígrafos, porque representam um ditongo nasal, e ditongo são dois fonemas; dígrafo são duas letras que representam apenas um fonema. Ainda sobre a diferença entre letra e fonema, lembramos algumas questões de concursos que abordam o fato de que algumas palavras como guerra e quente, por exemplo, possuem mais letras do que fonemas. Em ambas as palavras, temos seis letras e apenas quatro fonemas. Em outras palavras como advogado e ritmo, por exemplo, na pronúncia da linguagem coloquial, temos um fonema a mais do que o número de letras, porque são correntes as pronúncias adevogado e ritimo. TESTES COMENTADOS 1. (UFRGS) Com relação ao diminutivo dos substantivos, são colocadas abaixo descrições de sua formação na Língua Portuguesa. Associe-as aos exemplos. veadinhos ( ) utilização de uma consoante de ligação entre o sufixo e a raiz da palavra. macaquinhos ( ) mudança de grafia sem alteração do fonema por ela repre sentado no encontro do radicalcom o sufixo. xaxins ( ) formação do diminutivo por junção do sufixo diretamente à raiz da palavra, sem qualquer alteração gráfica ou fônica. ararazinhas A relação numérica, de cima para baixo, que estabelece a sequência correta das associações, é 4,2,1 3,4,2 3,2,1 4,3,2 2,4,1 Comentário: A utilização de uma consoante de ligação ocorre em ararazinhas. O fonema z melhora a pronúncia, a exemplo do que ocorre em amorzinho, paizinho, benzinho, etc. Mudança de grafia sem alteração de significado ocorre em macaquinhos. Junção direta do sufixo temos em veadinhos. Portanto, A. 2. (FAURGS) As palavras advogado e designar, na linguagem coloquial, costumam ser pronunciadas como adevogado e desiguinar. Assinale a alternativa em que ocorre o mesmo processo. pneu querendo rasga surto touca Comentário: Esse processo, determinado pela tendência de quebra do grupo consonantal, ocorre em pneu, com o acréscimo de um i, entre o p e o n. Anotações ACENTUAÇÃO GRÁFICA REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas: Relâmpago, geólogo, árvore, pássaro, último, íntimo, Jerônimo, América, período, cantávamos, íamos, pudéssemos, etc. Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas por l, n, r, x, ps, ã, ão, ei, i, is, on, u, um, uns, us e ditongo crescente: Túnel, nível, hífen, pólen, flúor, açúcar, tórax, látex, fórceps, bíceps, ímã, órfã, órgão, Cristóvão, vôlei, jóquei, táxi, biquíni, arco-íris, oásis, elétron, próton, jiu-jítsu, fórum, vade-mécum, álbuns, vírus, Vênus, vitória, infância, aérea, gêmea, água, légua, nódoa, mágoa, sortilégio, índio, núcleo, petróleo, supérfluo, oblíquo, planície, série, tênue, bilíngue, água-de-colônia, vitória-régia, etc. Observação: Quanto às paroxítonas terminadas por ditongo crescente, algumas gramáticas e algumas bancas examinadoras consideram-nas proparoxítonas eventuais ou aparentes e incluem-nas na regra das proparoxítonas, ou em uma regra à parte. Como em vestibulares e concursos, as questões de acentuação costumam indagar a razão do acento, ou relacionar palavras acentuadas, considere as duas possibilidades. Imagine um teste assim: Assinale a alternativa em que as palavras se acentuam pela mesma regra: armazém, Jerusalém e parabéns guaraná, café e Gravataí líder, repórter e anúncio ônibus, linguística e jesuíta saúde, Guaíba e ravióli Como a alternativa ―A‖ é irrecusável, ela será a resposta certa, e pode-se presumir que a banca não incluiu "anúncio" na regra das paroxítonas. Se substituíssemos a última palavra da alternativa ―A‖ pela palavra ―baú‖, por exemplo, a alternativa ―A‖ estaria errada, e a resposta certa seria, então, a alternativa ―C‖. Nesse último caso, entenderíamos que a banca incluiu "anúncio" na regra das paroxítonas. Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas por a, e, o, seguidos ou não de s; as terminadas por em ou ens, quando tiverem mais de uma sílaba; e as terminadas pelos ditongos abertos oi, eu, ei, seguidos ou não de s: Sabiá, ananás, gás, convés, cortês, pé, bangalô, após, alguém, também, reféns, anéis, herói, constrói, véu, arranha-céu, convidá-la, conhecê-la, recompô-lo, etc. Observação: Embora a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) não distinga palavras oxítonas de monossílabos tônicos, algumas gramáticas e algumas bancas examinadoras o fazem. Portanto, também é preciso estar atento: Assinale a alternativa em que as palavras se acentuam pela mesma razão: Cecília, Antônio, eloquência André, Zé e Jacó África, América e Canadá graúna, úmido, húmus líquido, hífen, saímos Veja bem: as três últimas alternativas estão visivelmente erradas. Como a alternativa ―A‖ é irrecusável, ela será a resposta certa, e entenderemos que esta banca distingue ―oxítonas‖ de ―monossílabos tônicos‖. Se substituirmos a última palavra da alternativa ―A‖ pela palavra ―guaraná‖, por exemplo, a resposta certa será, então, a letra ―B‖. Acentuam-se o i e o u, quando forem tônicos, antecedidos de vogal e formarem sílaba sozinhos ou com ―s‖: Luís, Tramandaí, ruído, saíste, sanduíche, gaúcho, saúde, graúna, ciúme, baú, egoísta, uísque, panteísmo, juízes (mas juiz), raízes (mas raiz). Observações: Em palavras como rainha, moinho, Caim, não ocorre o acento porque o i é nasal. O acento também não ocorre, nas palavras paroxítonas, quando o i e o u vierem depois de ditongo (feiura, boiuna); em palavras oxítonas, o acento se mantém( Piauí, tuiuiú). O acento também não ocorre quando a vogal anterior for igual (xiita), o que é muito raro. Não se acentuam palavras como gratuito, fortuito, circuito e fluido (substantivo), porque nessas palavras a letra tônica não é o i mas o u, como em eu me cuido. Acento diferencial: de timbre: (ele) pôde, para diferenciar de (ele) pode; de intensidade: pôr (verbo), para diferenciar de por (preposição); (eles) têm e (eles) vêm, para diferenciar de (ele) tem e ele vem; (eles) mantêm, detêm, intervêm, e demais derivados de ―ter‖ e ―vir‖, para diferenciar de (ele) mantém,detém, intervém, etc. Observações gerais: Se acrescentarmos um s a uma palavra acentuada, o acento permanece: pássaros, armários, quilômetros, órfãs, órgãos, elétrons, baús, etc. Isso só não ocorre com as paroxítonas terminadas por en, como hífen, pólen, abdômen, que perdem o acento gráfico no plural: hifens, polens, abdomens, etc. Nomes de pessoas (antropônimos) ou de lugares (topônimos), quando forem portugueses ou aportuguesados, acentuam-se obrigatoriamente sempre que se enquadrarem em alguma regra de acentuação: Álvares, Cleópatra, Flórida, América, Antônio, Mílton, Ênio, Sérgio, etc. São muito frequentes, em concursos e vestibulares, questões com os verbos ter, vir e seus derivados. Observe bem as seguintes frases: Pouco importa que os deuses mitológicos houvessem existido ou não. Já faz séculos que a arte os mantém vivos. Não nos convém manter certas amizades. Observe que, na primeira frase, o sujeito de "mantém" é a arte e, na segunda, o sujeito de "convém" é a oração que vem a seguir (quando o sujeito de um verbo é uma oração, este verbo fica na terceira pessoa do singular). Na análise de todas as suas frases, habitue-se a procurar o sujeito e colocar a oração em ordem direta. Seu ouvido fará o resto. Preste atenção à sílaba tônica de algumas palavras São proparoxítonos: aeróstato êxodo náiade álibi elétrodo pênalti aríete ínterim prestímano bávaro ípsilon quadrúmano centímano ímprobo réprobo crisântemo lêvedo tíquete debênture monólito végeto São paroxítonos: factótum fêmur fóton parabélum píton protótipo acórdão almíscar avaro aziago filantropo pudica berbere hábeas quíchua cáften ibero recorde celtibero ímã rubrica ciclope látex sílex cóccix maquinaria sótão decano misantropo Vésper edito (lei) ônix vade-mécum estratégia São oxítonos: pegada cateter Nobel sutiã condor poncã ureter hangar refém Têm dupla pronúncia: acróbata ou acrobata (preferível) biótipo ou biotipo (preferível) hieróglifo ouhieroglifo necrópsia ou necropsia (preferível) projétil ou projetil réptil ou reptil xérox ou xerox (preferível) TESTES DE ACENTUAÇÃO 1. (QUESTÃO DE PROVA) A palavra "paralítica" é acentuada pela mesma regra que acentua igarapé amazônica constrói Tamba-tajá porém 2. (QUESTÃO DE PROVA) A única palavra que obedece à mesma regra de acentuação de "área" é história sintético está também científico 3. (QUESTÃO DE PROVA) Analise as afirmativas sobre acentuação gráfica das palavras. As palavras "história" e "glória" são acentuadas porque são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. "Manejável", "amável" e "incompreensível" obedecem à mesma regra de acentuação gráfica. As palavras "águas" e "metáforas" são proparoxítonas. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. I, II e III. 4. (CONSULPLAN) Assinale o par de palavras que não tem sua acentuação gráfica justificada com base na mesma regra: três - até alumínio - escritório detém - parabéns últimos - ridículos caíssem - ruído 5. (CESGRANRIO) Dentre as palavras abaixo, assinale a que segue regra de acentuação distinta das demais. (A) Mário (B) contraditório. indícios. raízes. ingênua. 6. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre a acentuação gráfica do texto. I. A mesma regra determina a acentuação gráfica das palavras Laís e ninguém. II.O emprego do acento gráfico em adolescência e próprio decorre da mesma regra. III. A palavra pôsteres recebe acento gráfico em virtude de ser o plural de uma palavra acentuada. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. I, II e III. 7. (UFRGS) Considere as afirmações sobre acentuação gráfica do texto. I. A palavra "magnífico" (l. 9) recebe acento pela mesma regra de "básica"(l.35) II. A retirada do acento de "crítico"(l. 21) e "experiência" (l.30) provocaria o aparecimento de outras palavras da língua portuguesa. III. A palavra "português" (l.29) é acentuada pela mesma regra de "saí" (l.50). Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. I, II e III. 8. (UFRGS) Considere as afirmações sobre a acentuação gráfica do texto. A palavra risível recebe acento gráfico pela mesma regra de ridículo. A palavra possuído recebe acento gráfico pela mesma regra de aí. Se fosse retirado o acento gráfico das palavras várias, pública e está, esta alteração provocaria o surgimento de outras palavras da língua portuguesa. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas I e III. Apenas II e III. I, II e III. 9. (FAURGS) Qual das palavras retiradas do texto não se transformaria em outra, existente na língua portuguesa, caso lhe seja retirado o acento gráfico? é catálogos páginas início baía 10. Quanto ao acento tônico, um dos conjuntos abaixo é formado por palavras com mesma classificação. Assinale-o. tênis, importância, tráfico, Fábio. até, marginal, convém, poderá. já, par, lhes, uma. modesto, pensasse, primeira, alimentar. símbolos, públicas, responsáveis, advertência. Respostas: 1. B, 2. A, 3. D. 4. A, 5. D, 6. B, 7. D, 8. D, 9. B, 10. B. Explicações: No teste número 3, a banca considerou, no item I, que as palavras "glória" e "história" são paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Então, deduz-se que "águas" também é. Por isso, a afirmação III deve ser considerada errada. No teste 4, como as alternativas B, C, D e E são irrecusáveis, presume-se que a banca considerou a diferença entre palavras oxítonas (até) e monossílabos tônicos (três). No teste 6, a palavra "pôsteres" não tem acento gráfico por ser o plural de uma palavra acentuada, mas por ser uma proparoxítona. Embora isso seja incomum, palavras podem ter acento no singular e não conservá-lo no plural: caráter e caracteres, pólen e polens, etc. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS As palavras se compõem de várias partes: Radical Radical é a parte invariável e irredutível de uma palavra, comum às palavras de mesma família. Assim, em ferro, ferreiro, ferrugem, ferragem, enferrujar, ferradura, o radical é FERR, elemento básico que estabelece uma origem única e um significado comum. Prefixos e sufixos Prefixos e sufixos são elementos que se acrescentam a uma palavra para formar outra palavra, que se dirá derivada da primeira. Em inutilizar, por exemplo, temos um prefixo (in) e um sufixo (izar), que se acrescentaram ao adjetivo útil (palavra primitiva), para formar o verbo inutilizar (palavra derivada). Vogais e consoantes de ligação Vogais e consoantes de ligação são fonemas que se agregam ao radical para melhorar a pronúncia das palavras. Se acrescentássemos o sufixo inho aos substantivos amor e bem, por exemplo, teríamos os termos amorinho e beminho, de pronúncia desagradável. Por isso, intercalamos um z (consoante de ligação) e teremos amorzinho e benzinho, bem mais eufônicos. O mesmo ocorre em chaleira, cafeteira, espontaneidade, sexual, luxuoso, alvinegro, etc. Desinências Desinências são elementos que se agregam às palavras para indicar as flexões gramaticais. Em pássaros, o s indica o plural ; em cantássemos, o sse indica o pretérito imperfeito do subjuntivo e o mos, a primeira pessoa do plural. Vogal temática Vogal temática é a vogal que, nas formas verbais, antecede o r do infinitivo e indica a conjugação. Elas aparecem não só no infinitivo ( cantar, escrever e partir), mas também quando conjugamos o verbo: cantávamos, escrevermos, partirei, e até mesmo em formas derivadas (adoração, adorável, etc.). PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS I - DERIVAÇÃO Palavra + prefixo: preocupar, super-homem, ex-atleta, subsolo, rever. Palavra + sufixo: destruição, horizontal, maldade, cultura, narrador. Palavra + sufixo e prefixo: infelizmente, deslealdade, sublocação. Palavra + prefixo e sufixo simultâneos: (derivação parassintética) embarcar, entristecer, adiar. Derivação regressiva: assaltar - assalto, jantar - janta. Observações: Veja a diferença entre os casos 3 e 4: em infelizmente, deslealdade, e sublocação, podemos retirar o prefixo ou o sufixo e restará uma palavra; em embarcar, entristecer e adiar, isso não é possível, porque ambos foram acrescentados ao mesmo tempo. Conclusão: teremos prefixo e sufixo simultâneos quando nenhum dos dois puder ser retirado isoladamente. Alguns autores e algumas bancas chamam essa derivação de parassintética. Embora essa palavra não esteja mencionada na NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), é bom ficar atento porque frequentemente ela aparece nas provas. No caso 5 (derivação regressiva), considera-se que o verbo é a palavra primitiva e o substantivo, a palavra derivada. Daí o termo derivação regressiva, porque o verbo perdeu uma letra (regrediu) para formar o substantivo. Isso ocorre quando o substantivo denota ação: combater - combate, revidar - revide, caçar -caça, dançar - dança, etc. Quando o substantivo denota um objeto, será considerado primitivo, e o verbo será considerado derivado: banco - bancar, aparelho - aparelhar, etc. II. COMPOSIÇÃO Composição é o processo de criar uma palavra nova pela união de duas outras ou mais. A composição ocorre por justaposição quando as palavras que se unem preservam todos os seus fonemas. Quando os componentes da nova palavra perdem fonemas e assumem um só acento tônico, se diz que o processo ocorreu por aglutinação. Exemplos de justaposição: pombo-correio, cachorro-quente, beija-flor, joão-debarro, azul-claro, mico-leão-dourado, rio-grandense, etc. Exemplos de aglutinação: planalto, lobisomem, tragicômico, estadunidense, aguardente, alvinegro, plenilúnio, etc. Observação: Na justaposição, a tendência é os elementos virem ligados por hífen. Formas alternativas de composição e derivaçãoA gramática moderna reconhece ainda outras formas de composição e derivação: Derivação imprópria: ocorre quando uma palavra troca de classe gramatical. Em frases como ―o cantar dos pássaros alegra a floresta‖ e elas costumam falar alto‖, o verbo e o adjetivo destacados atuam, respectivamente, como substantivo e advérbio. Onomatopeia: ocorre quando se formam palavras que reproduzem sons: o silvo do vento, o miado do gato, o tilintar da campainha, o brado retumbante, o ticotico, o bem-te-vi. Hibridismo: consiste em formar palavras com elementos de origem diferente, como em automóvel (auto, do latim, e móvel, do grego), televisão (tele, do grego, e visão, do latim). Prefixos Observe este teste, de um concurso recente: Para responder à questão, observe o valor dos prefixos e preencha adequadamente os parênteses da coluna B de acordo com a coluna A. Coluna A Coluna B Está correta a numeração em repetição ( ) descontentamento (A) 4,3,1,3,2 anterioridade ( ) contribuir (B) 2,1,3,4,1 reunião ( ) preocupação (C) 2,3,1,3,4 negação ( ) compartilhar (D) 4,3,2,3,1 ( ) revestir (E) 2,2,4,3,1 Resposta: D Conclusão: precisamos conhecer o significado de alguns prefixos. Prefixos Significado Exemplos A Ante Anti Com Contra De negação anterioridade oposição companhia oposição de cima para baixo anarquia, ateu, amoral antepor, antevéspera, antessala antissocial, antirreligioso compartilhar, concorrer contradizer, contra-atacar depreciar, descendente Des negação, ação contrária descontente, desviar Em, en para dentro embarcar, enveredar Ex cessação de um estado ex-aluno, ex-atleta Ex, e para fora exportar, extrair, emigrar Eu bom eugenia, eutanásia, eufemismo Hiper excesso, acima de hipertenso, hipermercado Hipo falta, posição inferior hipotermia, hipótese In negação, para dentro incapaz, infiltrar, incluir Intro movimento para dentro intrometer, introduzir Pre anterioridade preconceito, pré-natal Pro movimento para frente prosseguir, progredir Peri em torno de periscópio, pericárdio Re para trás, fazer de novo reconstruir, retornar, recordar Retro movimento para trás retrovisor, retroceder Super excesso, posição acima de superpovoado, super-homem Sub posição abaixo de, falta subnutrido, subsolo, Sobre excesso, posição acima de sobrecarregado, sobrenatural Trans posição além de transpor, transamazônica Ultra posição além do limite ultrapassar, ultrassom Vice aquele que substitui vice-reitor, visconde Observação: o prefixo in aparece muito frequentemente em concursos públicos e vestibulares, quer porque possui dupla significação, quer porque muda quando se agrega a palavras que começam por l, m, r, p e b. Observe: in+legal= ilegal; in+móvel= imóvel; in+real= irreal; in+possível= impossível; in+bater+vel= imbatível. Sufixos As questões de sufixos vêm frequentemente associadas a classes gramaticais. Veja este teste, de um concurso recente: Qual das seguintes palavras é resultado de um processo de sufixação que transforma adjetivos em substantivos? filosófico normativo voluptuoso construção espontaneidade Resposta: E (espontâneo + dade = espontaneidade). Nas alternativas A, B e C, temos substantivos (filosofia, norma e volúpia) que se transformam em adjetivos; na alternativa D, temos um verbo (construir) que virou substantivo. Sufixos mais comuns 1. Formam substantivos de verbos ante –– estudantestudante, navegantee, navegante ante ente –– combatente, emitentecombatente, emitente ente inte –– ouvinte, seguinteouvinte, seguinte Agente inte dor –– conversador, navegadorconversador, navegador dor or –– escritor, pintor, inventorescritor, pintor, inventor or douro – bebedouro, ancoradouro Lugar ente terio –– tório cemitério, necrotério– dormitório, lavatório ção – destruição, criação, doação Ação mento – casamento, encantamento ência – concorrência, insistência Formam substantivos de adjetivos dade--bondade, crueldade ura---doçura, cultura ez---aridez, beleza Formam adjetivos de verbos oso--prazeroso, horroroso udo--barrigudo, cabeludo al - horizontal, principal Formam verbos izar - canalizar, utilizar e(s)cer - florescer, endurecer Forma advérbios de adjetivos mente - amavelmente, docemente Observações: 1) Em algumas palavras, o acréscimo de um sufixo determina alterações: No radical - Seguir + encia = sequência Perceber + ção = percepção Livre + dade = liberdade Fiel + dade = fidelidade Em sufixo anterior— Possível + dade = possibilidade Viável + dade = viabilidade 2) Antes de alguns sufixos (raros), pode ocorrer hífen: Altar-mor, capitão-mor, guarda-mor ( antes do sufixo ―mor‖, sempre há hífen). Jacaré-açu, jataí-açu (planta), gato-açu, ( mas jiboiaçu). Jararaca-mirim, jataí-mirim (planta), capim-mirim. Radicais gregos mais conhecidos Radicais Significado Exemplos Aero ar aeroporto, aeronave, aerofagia Antropo homem antropologia, pitecantropo Arquia governo monarquia, autarquia Auto si mesmo automóvel, autocrítica Biblio livro biblioteca Bio vida biorritmo, biologia, biodiversidade Cali belo caligrafia, calidoscópio Cosmo mundo cosmonave, cosmopolita Cromo cor cromossomo, policromia Crono tempo anacrônico, cronômetro Cracia poder democracia Demo povo demagogia Derma pele dermatologista, epiderme Dromo lugar onde se corre hipódromo, autódromo Enter intestino disenteria Etno raça etnólogo, étnico Eto costume ética Filo amigo filósofo, Teófilo, filantropo Fono som fonética, telefone, microfone Foto luz fotossíntese, fotografia Fobia medo irracional, aversão acrofobia, claustrofobia Fagia ato de comer antropofagia, autofágico Gamo casamento monogamia, poligamia Geo Terra geólogo, pangeia, geografia Gino mulher ginecologista, gineceu Grafia ato de escrever ortografia, gráfico, autógrafo Hemo sangue hemorragia, hemoglobina Hetero outro, diferente heterogêneo, heterossexual Hidro água hidrogênio, hidromassagem Homo semelhante homogêneo, homossexual Lito pedra monólito, aerólito, paleolítica Logo aquele que estuda arqueólogo, etnólogo, diálogo Macro grande macrobiótica, macróbio Micro pequeno micróbio, micro-ondas Miso aquele que odeia misógino, misantropo Mono Neo Orto Poli Potamos Psico um só novo reto muito rio alma, mente monossílabo, monótono neolatinas, neorrealista ortodontia, ortodoxo policlínica, polivalente hipopótamo, Mesopotâmia psicanalista, psicólogo Piro fogo pirotecnia, pirogênese Proto primeiro protozoário, protótipo Pseudo falso pseudônimo Pantudo panteísmo, pan-americano Pato doença, sentimento psicopata, antipatia, empatia Quilo mil quilômetro, quilograma Rino nariz rinoceronte, rinite Rizo raiz rizotônico, rizoma Scopio aquele que vê telescópio, periscópio Sofia sabedoria teosofia, filosofia Tanatos morte eutanásia Taqui rápido taquígrafa, taquicardia Teca lugar onde se guarda biblioteca, pinacoteca, discoteca Tele longe telefone, televisão, telegrama Teo Deus teólogo, ateu, monoteísmo Terapia tratamento psicoterapia, cromoterapia Termo quente termômetro, termoelétrica Topo lugar topônimo, tópico, topografia Zoo animal zoonose, zoologia, protozoário Observação: Em palavras modernas, como telejornal, telenovela, teleator, o radical "tele" significa "televisão"; em outras, como televendas, telemensagem, telentrega, significa "telefone". Radicais latinos mais conhecidos: Radicais Significado Exemplos Agri campo Ambi dois Aurum (auri)ouro agricultor, agreste, peregrino ambidestro, ambíguo auriverde, aurilavrada, auréola belonave, parabélum, beligerante homicida, suicida, genocida capital, decapitar, capitão arborícola, silvícola, colônia cordial, recordar, acordo, misericórdia digital, prestidigitador, indigitar conduzir, introduzir, oleoduto, educar egoísmo, ególatra, ―alter ego‖,‖super ego‖ iniquidade, equivalente, equilátero fraterno, confraternizar benefício, edifício, facínora, façanha subir, comício (cum+ ire), transitar locutor, coloquial, eloquente, loquaz noção, incógnita, notável onisciente, onipotente, ônibus oral, oralidade real, república regência, carreto, reitor, retificar Bellum Cida Caput Cola Cor Digitus Ducere Ego Equi Frater Facere Ire Loquor Noscere Oni Oris Res Regere guerra aquele que mata cabeça aquele que mora coração dedo levar eu igual irmão fazer ir falar conhecer tudo boca coisa dirigir Specere ver espectador, espetáculo, perspectiva Urbs cidade urbano, urbanizar Stare estar circunstância, distância, estado Voro comer herbívoro, onívoro, voraz, devorar, voragem Vox voz vociferar, vocalista, vozeirão TESTES COMENTADOS 1. (FDRH) Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação incorreta sobre a estrutura da palavra do texto. Em simultaneamente, há um sufixo adverbial semelhante ao que ocorre em parcialmente. No vocábulo consumista, há o mesmo sufixo nominal que ocorre em "tenista" e "machista". O vocábulo entesourador é formado por parassíntese. Os vocábulos inconsciente e desligado são formados por prefixos com ideia de negação. Os vocábulos jornalista e curto-circuito são formados por composição. Comentário: nas alternativas A e B, as afirmações são obviamente corretas; na C, temos en+tesour(a)+dor: nem o prefixo, nem o sufixo, podem ser retirados isoladamente; portanto, temos parassíntese; na D, também é obvio que os prefixos dos termos apresentados transmitem às palavras às quais se agregam ideia de negação; a alternativa incorreta é a letra E, porque em jornalista, temos palavra + sufixo (derivação) e em curto-circuito, um caso de composição. 2. (CESGRANRIO) Assinale a alternativa em que não há correspondência de significado entre os prefixos. Antiaéreo e anteposto Semicerrado e hemisfério Impossível e desassossegado Indiferente e imóvel Subterrâneo e hipoglicemia Comentário: Na alternativa A, os prefixos são parecidos, mas de significação completamente diferente: anti é um prefixo grego que indica oposição (anticristão, anticolorado, antigremista); ante é um prefixo latino que indica anterioridade (antepor, anteontem). Nas demais alternativas, os prefixos são visivelmente equivalentes: semi e hemi indicam metade; im (in) e des indicam negação; sub (latino) e hipo (grego) indicam posição abaixo de. OUTROS TESTES DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 1. (CONSULPLAN) "A internet, que isola os misantropos avessos aos afetos, une os que gostariam de estar junto ou partilham os mesmos afetos." (Lya Luft) O termo "misantropos" tem seu antônimo corretamente indicado em: Amantes das novas tecnologias. Que praticam a antropofagia. Avessos a tecnologias de qualquer tipo. Avessos à convivência com outras pessoas. Que gostam da convivência social. 2. (QUESTÃO DE PROVA) Analise as afirmativas sobre formação de palavras no texto. A palavra dadivoso é formada por derivação sufixal. Idêntico processo de formação de palavras está presente em "enternecer" e "incompreensível". Em "amável", o sufixo significa "passível de". Qual(is) está(ão) correta(s)? apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e III. I,II e III. 3. (FAURGS) Todas as palavras abaixo são formadas por prefixação e sufixação, à exceção de subterrâneo (linha 04) assustadores (linha 13) inconcebível (linha 14) desordenado (linha 17) reservatórios (linha 19) 4. (FAURGS) Considere as seguintes afirmações relativas à estrutura de algumas palavras do texto. As palavras ressentimento, desarma e conciliação apresentam prefixo. As palavras exitosa, solidariedade e assimilacionistas apresentam sufixo. Apalavra alterno pertence à mesma família de alteridade, alternância e alternativo. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas I e II. Apenas II e III. I, II e III. 5. (FFFCMPA) Sobre os adjetivos irreversível e inabalável, considere as afirmações abaixo. Ambos apresentam o mesmo sufixo, mas prefixos diferentes. Ambos têm uma única forma para os dois gêneros gramaticais do Português. III. O processo que ambos sofreram em sua composição poderia ser aplicado aos verbos reconhecer e alcançar. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (b) Apenas II. Apenas I e III. Apenas II e III. I, II e III. 6. (UFRGS) Relacionam-se, pela origem, a verbos existentes na língua portuguesa todos os substantivos abaixo, à exceção de determinação. compensações. (c) mergulhadores. estofamento. metrópoles. 7. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre a estrutura das palavras do texto. As palavras precondição e antemão são formadas pela adição de prefixos relacionados a prévio. Os adjetivos cultural e artística são formados a partir de substantivos, por sufixação. Os verbos massificar e banalizar apresentam sufixos equivalentes em termos de significado. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas II e III. I, II e III. 8. (PUCRS) O prefixo tem o mesmo sentido na palavra analfabeto e na palavra dependência. análise. desumanidade. incorporação. abuso. 9. Em luxuoso temos um sufixo que transforma substantivos em adjetivos. Assinale a alternativa em que isso não ocorre. anomalia pacífico horizontal sugestivo filosófica 10. Considere as afirmações a seguir sobre formação de palavras no texto: Em afastamento e traição, o sufixo forma substantivos a partir de verbos. Em canalizar, ocorre o contrário. Em cordial e pericárdio, temos radicais de origem diferente, mas com o mesmo significado. O mesmo ocorre em pangeia e onívoro. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas I e II. Apenas I e III. Apenas II e III. I, II e III. Respostas: 1. D, 2. D, 3. E, 4. D, 5. D, 6. E, 7. E, 8. C, 9. A, 10. E. Anotações CONJUGAÇÃO DE VERBOS Tempos mais usados MODO INDICATIVO (fato certo, positivo)Presente Pretérito Imperfeito Pretérito Perfeito Cant o cant ava cant ei Cant as cant avas cant aste Cant a cant ava cant ou Cant amos cant ávamos cant amos Cant ais cant áveis cant astes Cant am cant avam cant aram Pretérito mais-queperfeito Futuro do Presente Futuro do pretérito cant ara cant arei cant aria cant aras cant arás cant arias cant ara cant ará cant aria cant áramos cant aremos cant aríamos cant áreis cant areis cant aríeis cant aram cant arão cant ariam MODO SUBJUNTIVO (fato possível, duvidoso) Presente Pretérito Imperfeito Futuro Cant e cant asse cant ar Cant es cant asses cant ares Cant e cant asse cant ar Cant emos cant ássemos cant armos Cant eis cant asseis cant ardes Cant em cant assem cant arem MODO IMPERATIVO (exprime ordem, conselho, pedido) O modo imperativo se forma do presente do subjuntivo, com exceção das pessoas tu e vós, do afirmativo, que se formam do presente do indicativo, menos o s final. Afirmativo Negativo Canta tu Não cantes tu Cante você Não cante você Cantemos nós Não cantemos nós Cantai vós Não canteis vós Cantem vocês Não cantem vocês Observação importante: Na linguagem culta, é preciso haver uniformidade de tratamento, isto é, não podemos começar uma frase com uma pessoa e mudar para outra, como frequentemente ocorre na linguagem coloquial. Veja esta questão: Não ________ nada, não te ____________, ________ o tempo passar. digas - comprometas - deixa diga - compromete - deixa digas - comprometas - deixe diz - comprometas - deixa - diga - comprometa - deixe A resposta correta é a alternativa A. Na frase proposta, aparece o pronome te. Portanto, todas as formas verbais precisam estar na pessoa tu. Veja este outro teste: Não ___________ ; _____________ tentando. desiste - continua desiste - continue desistas - continue desista - continua desista - continue A resposta correta é a alternativa E. Nessa frase, não há indicação de pessoa; por isso, poderíamos utilizar qualquer uma delas. O importante, aqui, é que as formas verbais estejam corretas e estejam ambas na mesma pessoa. Nas duas primeiras alternativas, a forma desiste está incorreta, porque se trata de imperativo negativo. Nas alternativas C e D, as formas verbais não estão na mesma pessoa FORMAS NOMINAIS DO VERBO O infinitivo, o particípio e o gerúndio são chamadas formas nominais do verbo, porque frequentemente exercem funções de nomes. O infinitivo, às vezes, se comporta como um substantivo: o cantar dos pássaros alegrava a floresta; fumar faz mal à saúde. Em ambas as frases o infinitivo exerce função de substantivo (sujeito). O particípio frequentemente atua como um adjetivo, até mesmo flexionando-se em gênero: o rapaz estava cansado, a garota estava cansada. O gerúndio também exerce, às vezes, função de adjetivo. Na frase vi crianças brincando, o gerúndio atua como um adjetivo, exprimindo um estado das crianças. Poderíamos substituí-lo por uma oração adjetiva: vi crianças que brincavam. Emprego das formas nominais do verbo Infinitivo infinitivo é o nome do verbo. Quando usado de modo impessoal, exerce geralmente funções de substantivo: ―Esta vida é um punhal com dois gumes fatais: Não amar é sofrer; amar é sofrer mais!‖ (Menotti del Picchia) O verbo sofrer, em ambas as orações, exerce a função de predicativo; O verbo amar, na segunda incidência, exerce a função de sujeito. Quando representa uma pessoa do discurso, o infinitivo pode ser flexionado ou não: ―Todos nós havemos de morrer; basta estarmos vivos." (Machado de Assis) O infinitivo pode aparecer em locuções verbais: Preciso chegar cedo. Ou, isolado, em orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais: O botânico afirmava não existirem tais plantas na região. Vi muitos pássaros a voar por sobre as árvores. Trabalha muito para sustentar a família. Gerúndio gerúndio aparece em locuções verbais: Os fatos vinham se repetindo com muita frequência. Ou, isolado, em orações subordinadas adjetivas ou adverbiais: Vi crianças correndo no quintal. (que corriam no quintal) Estudando bastante, serás aprovado. (Se estudares bastante) Alguns escritores obtêm efeitos surpreendentes com sequência de verbos no gerúndio: ―Se algum topasse com inimigos, por má-sorte, antes, ele que escorresse como pudesse, ou dependesse na faca: atirar com arma é que não podendo. Sendo que podendo, mas só depois do Hermógenes. (Guimarães Rosa) "A disciplina militar prestante Não se aprende, Senhor, na fantasia, Sonhando, imaginando ou estudando, Senão vendo, tratando e pelejando." (Camões) 3. Particípio O particípio aparece em formas verbais compostas: Quando chegamos, a garota já tinha conquistado a plateia. Ou, isolado, em orações subordinadas adjetivas ou adverbiais: O rapaz, perdido na mata, entrou em desespero. Terminado o jogo, começou uma briga nas arquibancadas. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MODOS INDICATIVO E SUBJUNTIVO Observe este teste: "Pensei que ela me amasse", disse o velhinho. "Não achei que estivesse interessada na minha fortuna". Todos os verbos abaixo podem substituir o verbo achei, sem provocar outra alteração na frase, à exceção de: supus. presumi. imaginei. suspeitei. vi. A resposta é a letra E. Observe que o verbo estivesse está conjugado no pretérito imperfeito do modo subjuntivo, porque o verbo achei exprime incerteza. Os quatro primeiros verbos propostos na questão também exprimem incerteza. O verbo vi, no entanto, indica um fato certo, positivo; por isso nos obrigaria a substituir o verbo estivesse por estava, isto é, a usar o modo indicativo. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TEMPOS VERBAIS 1. O presente do indicativo pode enunciar várias situações: Um fato que está ocorrendo: estou preocupado. Um fato habitual: vou a festas, namoro, curto meus amigos. Fatos permanentes: os rios sempre correm para o mar. O presente do indicativo de alguns verbos, principalmente na linguagem coloquial, pode indicar um fato passado ou futuro: Acabo de lhe dizer tudo o que sei. Se você insistir, eu acabo brigando. Se não aceitares o parcelamento do preço, ele não fecha o negócio. Na primeira incidência, o verbo acaba equivale a acabei; na segunda, a acabarei. Já o verbo fecha equivale a fechará. Observe a conjugação, no presente do indicativo, de alguns verbos irregulares: Vir Mobiliar Caber Valer Medir Aguar Eu venho Mobílio Caibo Valho Meço Águo Tu vens Mobílias Cabes Vales Medes Águas Ele vem Mobília Cabe Vale Mede Águo Nós vimos Mobiliamos Cabemos Valemos Medimos Aguamos Vós vindes Mobiliais Cabeis Valeis Medis Aguais Eles vêm Mobíliam Cabem Valem Medem Águam Observação: O verbo enxaguar conjuga-se como aguar, com o mesmo acento gráfico. O pretérito imperfeito do indicativo é o tempo da va-ia, porque, nesse tempo, os verbos da primeira conjugação terminam por va (andava, falava, sonhava) e os verbos da segunda e da terceira terminam por ia ( escrevia, suspendia, fazia). Esse tempo expõe ações ou estados continuados: Quando eu era criança, levantava cedo, andava de bicicleta por essas ruas, jogava bola naquela praça. O pretérito perfeito do indicativo exprime ações que ocorreram no passado: Quando ele contou a história, lembrei-meda garota e senti saudade. Observe a conjugação de alguns verbos no pretérito perfeito: Crer Ir/ser Saber Requerer Prover Eu cri Fui Soube Requeri Provi Tu creste Foste Soubeste Requereste Proveste Ele creu Foi Soube Requereu Proveu Nós cremos Fomos Soubemos Requeremos Provemos Vós crestes Fostes Soubestes Requerestes Provestes Eles creram Foram Souberam Requereram Proveram Observações: O verbo crer é regular, isto é, segue o modelo da segunda conjugação, como, por exemplo, os verbos ler, escrever, etc. Os verbos requerer e prover constituem-se em exceções, porquanto não seguem a conjugação dos verbos de que derivam (querer e ver). Os verbos ir e ser, no pretérito perfeito, são idênticos. Só o sentido da frase vai indicar de qual deles se trata. O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada anterior a outra ação também passada: Quando os aviões chegaram, era tarde: o submarino submergira. (ou tinha submergido) Ontem à tarde, quando cheguei à estação, o trem partira. (ou tinha partido) Observações: As formas tinha submergido e tinha partido, equivalentes a submergira e partira, respectivamente, correspondem ao pretérito mais-que-perfeito composto, mais usado na linguagem coloquial: As ações de submergir e partir são anteriores, à ação de chegar . Se, na segunda frase, substituíssemos partira por partiu, entenderíamos que as ações de chegar e partir são simultâneas. Observe este teste: Ao anoitecer, quando a missão de salvamento chegou, já era tarde: o náufrago ___________ devorado por tubarões, que eram muito numerosos nas proximidades da ilha, e frequentemente ____________ pescadores e surfistas. foi - atacavam foi - atacam fora - atacaram tinha sido - atacaram fora - atacavam A resposta correta é a alternativa E. O primeiro verbo deve ser conjugado no pretérito mais-que-perfeito, porque esse é o tempo que se usa para expressar uma ação passada anterior a outra ação também passada (a ação expressa pelo verbo chegou ocorre depois de o náufrago ter sido devorado pelos tubarões). Também estaria correta a forma equivalente apresentada na alternativa D (tinha sido), que é o pretérito mais-que-perfeito composto. O segundo verbo deve ser conjugado no pretérito imperfeito, porque esse tempo indica ações continuadas. O futuro do presente indica um fato futuro e é pouco empregado no cotidiano. Normalmente não dizemos eu levantarei cedo, irei à festa, sairei com os amigos, mas eu vou levantar, vou ir, vou sair, etc. O futuro do pretérito era, antigamente, chamado de modo condicional, porque geralmente indica condicionalidade: eu cantaria (se tivesse boa voz), eu compraria aquele carro (se tivesse dinheiro). O presente do subjuntivo deriva da pessoa eu do presente do indicativo. É fácil conjugá-lo se usarmos expressões subordinantes como é possível que, tomara que eu consiga, eu possa, eu valha, etc. O pretérito imperfeito do subjuntivo, na pessoa eu, sempre termina por sse: se eu pudesse, tivesse, fosse, encontrasse, etc. O futuro do subjuntivo geralmente exprime ideia de tempo ou condição: se (ou quando) eu for aprovado, fizer a prova, tiver uma boa ideia, encontrar a garota, etc. DIFICULDADES DA CONJUGAÇÃO VERBAL A pessoa tu, do pretérito perfeito. Não existe s final nessa pessoa: tu foste, tu fizeste, tu soubeste, etc. O futuro do subjuntivo dos verbos irregulares. Esse é um dos tempos mais difíceis. Para não se enganar, conjugue o verbo no pretérito perfeito do indicativo. Apanhe a pessoa eles e retire as duas últimas letras. O que sobrar será a pessoa eu do futuro do subjuntivo. Isso vale para todos os verbos da língua portuguesa. Exemplo: Eu tive Tu tiveste Ele teve Nós tivemos Vós tivestes Eles tiveram __________ Quando eu tiver (fut. do subj.) Os verbos terminados em "iar". Existem, em nossa língua, mais de uma centena de verbos terminados em iar. Quase todos são regulares (eu avalio, eu anestesio, eu silencio, eu anuncio, eu envio, eu concilio, eu indicio, eu premio, eu denuncio, eu negocio, etc.), porém cinco deles não seguem esse modelo: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar. Com as letras iniciais, formamos a turma do MÁRIO. Esses verbos, no presente do indicativo, se conjugam assim: eu medeio, eu anseio, eu remedeio, eu incendeio, eu odeio. Também segue esse paradigma o derivado intermediar (eu intermedeio). A conjugação dos verbos derivados. Uma dificuldade que se percebe na linguagem cotidiana, em quase todas as pessoas, até mesmo naquelas de bom nível cultural, é a conjugação de verbos derivados. Ele interviu ou ele interveio? Eles se desaviram ou eles se desavieram? As crianças se entreteram ou se entre- tiveram? Essa dificuldade pode ser facilmente resolvida. Com apenas duas exceções (requerer e prover), os verbos derivados seguem a conjugação dos primitivos. Então, na dúvida, basta conjugar o verbo primitivo e, depois, acrescentar o sufixo: Eu vim - eu intervim Tu vieste - tu intervieste Ele veio - ele interveio Outro exemplo: Eu tive - eu me entretive Tu tiveste - tu te entretiveste Eles tiveram - eles se entretiveram Complete as frases com os verbos entre parênteses: Ele _____________ na discussão. Eu não ___________ . (intervir - pretérito perfeito) Se eles __________________ a decisão, não haverá acordo. (manter) As crianças se ______________ com os brinquedos. (entreter-se - pretérito perfeito) Se a proposta me _______________ , faremos o acordo. (convir) Quando eles __________________ o acordo, serão aplaudidos. (propor) Se eu ________________ de tempo, irei visitá-lo. (dispor) Se eles _______________ as condições, serão contratados. (satisfazer) Ainda bem que tu ________________ a tempo. (intervir - pretérito perfeito) O noivos se __________________ ontem à tarde. (desavir-se) Quando eles _____________ os cálculos, verão que tudo está em ordem. (refazer) Se eles _______________ os cálculos, veriam que tudo está em ordem. (refazer) Se não te _________________, assinaremos o acordo. (opor) Se não te _________________, assinaríamos o acordo. (opor) Se ela ______________ essas condições, teremos de aceitá-las. (impor) Se ela _______________ essas condições, teríamos de aceitá-las. (impor) Se ________________ a coragem, vencerás a luta. (manter) Se __________________ a coragem, vencerias a luta. (manter) Quando ele ________________ o recurso, proporemos uma indenização. (interpor) Se ele ___________________ o recurso, proporíamos uma indenização. (interpor) Finalmente elas ___________________ suas razões. (expor) Respostas: 1. interveio, intervim; 2. mantiverem; 3. entretiveram; 4. convier; 5. propuserem; 6. dispuser; 7. satisfizerem; 8. intervieste; 9. desavieram; 10. refizerem. 11. refizessem; 12. opuseres; 13. opusesses; 14. impuser; 15. impusesse; 16. mantiveres; 17. mantivesses; 18. interpuser; 19. interpusesse; 20. expuseram. Observe bem: Nas frases 10 e 11, 12 e 13, 14 e 15, 16 e 17, 18 e 19, temos a combinação clássica do futuro do indicativo com o futuro do subjuntivo e do futuro do pretérito com o pretérito imperfeito do subjuntivo. Essas correlações (e outras) são frequentemente propostas em provas de concursos ou vestibulares. Procure memorizar bem: Se me convidarem, eu irei - se me convidassem, eu iria. Se eu puder, irei - se eu pudesse, iria. Se eu conseguir o empréstimo comprarei o carro - se eu conseguisse o empréstimo, compraria o carro. VERBOS ABUNDANTES Verbos abundantes são aqueles que possuem dois particípios: Completar - completado e completo Acender - acendido e acesoSubmergir - submergido e submerso Suspender - suspendido e suspenso A tendência é que o particípio regular (que termina por do) se empregue com os auxiliares ter e haver, e o segundo particípio (que é chamado de irregular ou sintético) se empregue com os auxiliares ser, estar, ficar: Ele havia completado o trabalho - o trabalho estava completo. O submarino tinha submergido - o submarino estava submerso. Eles haviam acendido o fogo - o fogo estava aceso (ou ficou aceso). Os juízes têm suspendido os jogos quando ocorrem tumultos - os jogos têm sido (ou ficado) suspensos quando ocorrem tumultos. Alguns verbos com duplo particípio Aceitar Aceitado Aceito Acender Acendido Aceso Anexar Anexado Anexo Benzer Benzido Bento Dispersar Dispersado Disperso Entregar Entregado Entregue Eleger Elegido Eleito Emergir Emergido Emerso Expelir Expelido Expulso Expressar Expressado Expresso Exprimir Exprimido Expresso Extinguir Extinguido Extinto Limpar Limpado Limpo Matar Matado Morto Morrer Morrido Morto Prender Prendido Preso Romper Rompido Roto Salvar Salvado Salvo Soltar Soltado Solto Surpreender Surpreendido Surpreso Suspender Suspendido Suspenso Observações: Alguns verbos só possuem o particípio irregular: Abrir - aberto Cobrir - coberto Dizer - dito Escrever - escrito Fazer - feito Pôr - posto Ver - visto Vir - vindo Os derivados desses verbos (reabrir, descobrir, predizer, transcrever, satisfazer, propor, rever, advir e muitos outros) também só possuem o particípio irregular. Com os verbos ganhar, gastar e pagar, é preferível usar os particípios irregulares: ganho, gasto e pago. VERBOS DEFECTIVOS Verbos defectivos são aqueles que não possuem conjugação completa. Podem ser classificados em dois grupos principais: Grupo 1 - Verbos que não possuem a pessoa eu do presente do indicativo. Os mais usados são abolir, colorir, delinquir, demolir, retorquir, usucapir, etc. Esses verbos também não se conjugam no presente do subjuntivo (que deriva da pessoa eu do presente do indicativo) e nas formas do imperativo que provêm do presente do subjuntivo: você, nós, vocês, do afirmativo e todas as pessoas do negativo. O imperativo do verbo colorir, por exemplo, se reduz a apenas duas pessoas: colore tu e colori vós. Grupo 2 - Verbos que só se conjugam nas formas arrizotônicas, isto é, aquelas em que a sílaba tônica não está na raiz. Os exemplos que mais aparecem nas gramáticas convencionais são adequar, falir e precaver-se. Veja o presente do indicativo desses verbos: Eu ______________ Eu _________ Eu ____________ Tu ______________ Tu __________ Tu ____________ Ele ______________ Ele _________ Ele____________ Nós nos precavemos Nós falimos Nós adequamos Vós vos precaveis Vós falis Vós adequais Eles _____________ Eles _________ Eles ___________ Esses verbos não possuem o presente do subjuntivo e, do imperativo, só possuem a pessoa vós, do afirmativo. Observações: Divergindo da maioria dos gramáticos, o professor Adalberto Kaspary entende que o verbo adequar pode ser conjugado em todas as pessoas, a exemplo do que ocorre com os verbos recuar, acuar, obliquar, etc. Seus argumentos são muito convincentes. O verbo reaver, derivado de haver, só se conjuga nas formas em que o verbo haver possui a letra v. No presente do indicativo, por exemplo, o verbo haver conjugase assim: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles hão. A letra v só aparece nas pessoas nós e vós. Portanto, o verbo reaver, no presente do indicativo só possui essas formas (nós reavemos, vós reaveis). Cuidados ortográficos com verbos: Os verbos terminados em uir (influir, diminuir, instruir, etc.) conservam o i na terceira pessoa do singular: ele influi, ele diminui, ele instrui. Se acrescentarmos o sufixo izar a alguns substantivos e adjetivos, formaremos um verbo que vai conservar a letra z (canalizar, colonizar, utilizar, catequizar, etc.). Em verbos como alisar, pesquisar, analisar improvisar paralisar e outros, o s se mantém porque faz parte do radical. Existem em nossa língua verbos terminados em iar (avaliar, silenciar, negociar, premiar, etc.) e verbos terminados em ear (nomear, passear pentear, etc.), mas não existem verbos terminados em eiar. Os verbos derivados de palavras como feio, receio, estreia, freio e outros têm, no infinitivo, as formas enfear, recear, estrear e frear e, no particípio, as formas enfeado, receado, estreado e freado. É preciso ter cuidado para não inserir, nessas formas e nas formas derivadas, um i indesejável. Portanto, diga receoso, refreável e não receioso ou refreiável. COMPLETE AS FRASES COM OS VERBOS SOLICITADOS. Se ela ____________ e eu a __________, darei o recado. (vir e ver) Se eles_________________ boas relações e se _____________ de promover desordens, nós lhes perdoaremos. (manter e abster-se) As crianças se _________________ toda a tarde na piscina. (entreter-se - pret. perf.) Ele _______________ na discussão. Eu me ______________ . (intervir e abster-se - pret.perf.) Se eu ___________, será porque eles se ___________ . (intervir e opor-se) Se elas se _____________ , tratarei de convencê-las. Quanto a ti, não __________ a carta por enquanto. (opor e enviar - imperativo) Quando eles se _____________ do susto, discutiremos a questão. (refazer) Se eles se _____________ do susto, discutiríamos a questão. (refazer) Eu não __________ a desonestidade, nem __________ com ladrões: __________ por vê-los na cadeia. (premiar, negociar e ansiar - pres. do ind.) É preciso que tu ____________ a solução, e depois me ___________ . (descobrir e instruir) Convém que tu ___________ o pedido, a fim de que ela não ___________ a responsabilidade. (aceitar e transferir) Não _______ eu que _________ o anel. Tu o ___________. (ser, roubar e fazer - pret. perf.) Ontem nós __________ reclamar. Hoje _________ pedir desculpas. (vir) Eu ___________ a roupa, __________ a casa, __________ a nossa vida. (enxaguar, mobiliar e curtir - pres. do indicativo) É possível que a caminhonete __________ na garagem, mas não te __________, não ________ da realidade. Ela é muito cara. (caber, iludir e fugir) Sei que não _________ grande coisa, mas não _________ esforços para te fazer feliz. (valer e medir - pres do indicativo) Eu me ___________ quando _________ e _________ muito. (descobrir, dormir e tossir - pres do indicativo) É preciso que _________ melhor e ____________ a decisão. (refletir e transferir) A proposta que ouvimos ontem já _______ discutida antes. (ser) Não te ___________. Convém que se _____________ os fatos. (precipitar e averiguar) Quando nós éramos crianças, ____________ cedo e _________ para a escola. _____________ na roça. (sair, ir e morar) _______________, ofenderam-se mutuamente. Eu não ____________ . Não sei por que tu ______________ . (desavir-se e intervir - pret. perf.) Não ___________ o impossível. __________ . Fique feliz se ___________ o que perdeu. (querer, conformar-se e reaver) Se ___________ contratempos, não ____________ . Continua lutando. (sobrevir - futuro do subjuntivo e desistir - imperativo) Canções novas ___________ o encanto do passado. Se as ____________, poderíamos voltar à vida boêmia. (reconstruir - pres. do indicativo e compor) 26.Não ___________ que a briga fosse tão séria. Se __________ . será para conciliar. (supor - pret. imp. do indicativo e intervir) 27_________ bruscamente e saiu antes que alguém o _____________. (frear - pret. perf. e reter - pret. imperf. do subjuntivo) 28. Se tu me ___________ , contarei tudo. Nunca me _________de artifícios escusos. (contradizer, fut. do subjuntivo e valer - pres. do indicativo) 29.___________ que recusaram minha proposta. Não me abalei. Ela já _______ recusada antes. (saber - pret. perf. e ser) Faço o que posso: ____________ problemas, ____________ negócios. (remediar e intermediar) Quando éramos jovens, _____________ todos os dias na piscina do clube. Meu pai já ___________ isso uma vez, antes de uma competição importante. (nadar e fazer) Quis beijá-la de novo. Não pude; ela _______________ . (adormecer) Quando os aviões chegaram, era tarde: o submarino já ___________. (submergir) Quando chegamos, eles já tinham ______________ o fogo, que, por sinal, ficou ___________ durante toda a noite. (acender) Respostas: 1. vier e vir; 2. mantiverem e abstiverem; 3. entretiveram; 4. Interveio e abstive; 5. intervier e opuseram; 6. opuseres e envies; 7. refizerem; 8. refizessem; 9. premio, negocio e anseio; 10. descubras e instruas; 11. aceites e transfira; 12. fui, roubei e fizeste; 13. viemos e vimos; 14. enxáguo, mobílio e curto; 15. caiba, iludas e fujas; 16. valho e meço; 17. descubro, durmo e tusso; 18. reflitas e transfiras; 19. fora; 20. precipites e averiguem; 21. saíamos, íamos e Morávamos; 22. Desavieram-se, intervim e intervieste; 23. queira, conforme-se e reouver; 24. sobrevierem e desistas ; 25. reconstroem e compuséssemos; 26. supúnhamos e interviermos; 27. Freou e retivesse; 28. contradisseres e valho; 29. Soube e fora ou tinha sido; 30. remedeio e intermedeio; 31. nadávamos e fizera ou tinha feito; 32. adormecera ou tinha adormecido; 33. submergira ou tinha submergido; 34. acendido e aceso. TESTES COMENTADOS 1. (Fundação Carlos Chagas) Estão corretos o emprego e a flexão das formas verbais na frase: Quem se desavir com a democracia haverá, mais cedo ou mais tarde, há de pagar o preço caro da tirania. O que mais nos apraz numa democracia é a confiança de que ela nos imbue para lutar por nossos direitos. É preciso que os consensos que advierem da prática democrática não arrefeçam o esforço de aprimoramento do processo político. A democracia nos provém de meios para lutarmos não apenas por nossos direitos, mas pelos dos indivíduos que o sistema não previlegia. Se os ganhos da luta democrática não contemplarem e satisfazerem a todos os cidadãos, estará sendo alcançada um vitória apenas parcial. Comentário: Na letra A, o verbo desavir, que é derivado de vir, está mal conjugado: o correto seria desavier; na B, deveríamos ter imbui, porque se trata do verbo imbuir; na C, os verbos advierem (derivado de vir) e arrefecer estão corretos. Essa é a resposta. Na D, os erros estão em provém (o correto é provê) e previlegia ( o correto é privilegia); na E, o verbo satisfazer (derivado de fazer) está mal conjugado; o correto seria satisfizerem. 2. (Fundação Cesgranrio) No texto lê-se: "... é impossível que alguém possa olhar para Rosinha sem se apaixonar". Reescrevendo-se a frase como seria impossível que alguém ____________ olhar para Rosinha sem se apaixonar, a forma verbal que completa corretamente esta versão é: poderia podia pudesse pôde pode Comentário: Na frase do texto, temos:... é (presente do indicativo) impossível que alguém possa (presente do subjuntivo) olhar....; na frase proposta a seguir, temos: seria impossível que alguém ... A forma verbal que combina com seria (futuro do subjuntivo) é pudesse (pretérito imperfeito do subjuntivo). Veja outros exemplos: Ele faria o que pudesse. Se eu tivesse dinheiro, compraria aquele carro. Se ela quisesse sair comigo, eu ficaria muito feliz. OUTROS TESTES DE CONJUGAÇÃO VERBAL 1. (CESGRANRIO) Considere as seguintes formas verbais retiradas do texto II: "anuncias" (v.3); "Preste" (v.5); "estás" (v.6); "serás" (v.8); "Ouça-me" (v.9) e "tu herdarás" (v.14). É correto afirmar que, no poema, estas formas destacadas: mantêm uniformidade no tratamento. referem-se à pessoa "tu" quando no imperativo. referem-se à terceira pessoa do singular quando no indicativo. desconsideram a norma culta na relação sujeito-verbo. (E) revelam alternância de tratamento. 2. (Fundação Carlos Chagas) Quanto à forma dos verbos, e à correlação entre os tempos e os modos empregados, está inteiramente correta a frase: Se não transpor o limite da queixa, a indignação será impotente e se reduziria a conversas privadas. A inação dos justos será tudo o que os contraventores e criminosos sempre requiseram para ter seu caminho bem aplainado. Caso não transpusesse o limite da queixa, a indignação seria impotente, reduzindose a conversas privadas. Quem doravante ver a barbárie como uma fatalidade saiba que, ainda que não o quisesse, estaria sendo seu cúmplice silencioso. Caso seja visto como uma fatalidade, a barbárie teria como cúmplices silenciosos os que assim a consideram. 3. (QUESTÃO DE PROVA) Assinale a alternativa que identifica correta e respectivamente as formas verbais "despertava", "perseguiam" e "receberia", em destaque no texto. Pretérito perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo e futuro do indicativo. Pretérito imperfeito do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e futuro do pretérito. (C) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo, futuro do pretérito e pretérito perfeito do indicativo. Pretérito imperfeito do indicativo, pretérito perfeito do indicativo e pretérito imperfeito do indicativo. Pretérito imperfeito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo e futuro do pretérito. 4. (FUNDATEC) Considere os seguintes trechos do texto e os segmentos nele sublinhados. I. Naquele ano a assembleia se celebrava numa sala esplêndida... ... os laços que a Inglaterra contraíra com a Polônia no Congresso de Viena... ... havia um pensamento que não cessava de apresentar-se... Levando em conta as relações temporais que esses trecho mantêm no texto, os segmentos sublinhados seriam melhor substituídos, respectivamente, por estava sendo celebrada - mantinha... desde o - se apresentava continuamente. estava sendo celebrada - mantinha... desde o - continuava a apresentar-se. costumava ser celebrada - mantivera... durante o - continuava a apresentar-se. estava sendo celebrada - mantivera... durante o - se apresentava continuamente. costumava ser celebrada - mantivera... durante o - se apresentava continuamente. 5. (UFRGS) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase. Se o governo........... a implantar uma nova política educacional, não .................... oportunidades para que os educadores ................ ouvidos. vier- faltarão- sejem vier- faltarão- sejam vir- faltarão- sejam vier- faltará- sejam vir- faltará- sejem 6. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase. Não ............. nada, ................ que te procurem. diga - espere digas - espera digas - espere diga - espera diz - espera 7. Assinale a frase cujo verbo está conjugado incorretamente. Finalmente ela requereu o divórcio. Já esperamos demais; agora viemos cobrar a dívida. Eu não sei se valho mais do que ela. Não caibo mais nessa calça; há dois meses ainda coube. Eu cri na promessa; ela não creu. 8. (PUCRS) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: Não ..................... ter ocorrido estas intransigências porque as críticas, ................. de onde ................ , sempre .................. ser assimiladas. poderiam - venham - vierem - devem poderiam - venha - vier - deve poderia - venham - vier - deve poderia - venha - vier - devem poderiam - venham - vier - devem 9. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: ............................... que a situação ficará mais equilibrada se ...................... os obstáculos apresentados a todo o instante e .........................fidelidade ao nosso ideal. Convenhamos - transpormos - mantermos Convimos - transpusermos - mantermos Convimos - transpormos - mantivermos Convenhamos - transpusermos - mantivermos Convenhamos - transpusermos - mantermos 10. (CESPE) Se não encontrarmos as soluções, as consequências serão desastrosas. A correção gramatical do texto seria preservada se fosse empregada a forma verbal encontrássemos em lugar de encontrarmos, com a vantagem de se reforçar a ideia de condição expressa pela oração iniciada por "Se não". (certo ou errado) Respostas: 1. E, 2. C, 3. E, 4. D, 5. B, 6. B, 7. B, 8. A, 9. D, 10. Errado. Anotações: VOZES DO VERBO Ativa - O sujeito pratica a ação expressa pelo verbo: As últimas chuvas inundaram toda a região. Passiva - O sujeito sofre (ou recebe) a ação expressa pelo verbo: As provas foram examinadas pela comissão. Reflexiva - O sujeito pratica e recebe a ação verbal: A garota se olhava no espelho e se achava linda. Passagem da voz ativa para a voz passiva. Veja: O professor corrigiu as redações. (sujeito) (verbo) (objeto direto) As redações foram corrigidas pelo professor. (sujeito) (verbo) (agente da passiva) Entendeu? O objeto direto passa para a função de sujeito. O verbo se desdobra numa forma composta, formada pelo verbo ser (ir, estar), NO MESMO TEMPO DO VERBO DA ATIVA, mais o seu particípio. O sujeito passa para a função de agente da passiva. Três pequenas dificuldades: Se houver outros termos? Ontem à tarde, Pedro enviou flores para a namorada. (adjunto adv.) (obj. ind.) Passando para a voz passiva: Ontem à tarde, flores foram enviadas por Pedro para a namorada. (adjunto adv.) (obj. ind.) Conclusão: Outros termos que eventualmente houver na oração ficam iguais. Se houver formas verbais compostas? O rapaz poderia estar enviando os torpedos. Passando para a voz passiva: Os torpedos poderiam estar sendo enviados pelo rapaz. Conclusão: Apenas o último componente da forma verbal é desdobrado. Os demais ficam no mesmo tempo e no mesmo modo, com eventuais ajustes de concordância. Se houver pronomes pessoais? Eu não te convidei. Passando para a voz passiva: Tu não foste convidado por mim. Conclusão: Pronomes pessoais podem passar do caso reto para o caso oblíquo e viceversa, subordinados à lei do emprego de pronomes pessoais: pronomes retos na função de sujeito (vocativo e predicativo) e pronomes oblíquos nas demais funções. Passe as frases para a voz passiva: O Brasil vem perdendo milhões de reais com o contrabando de peles. ______________________________________________________________________ A esta hora, a Universidade talvez já esteja publicando o resultado das provas. ______________________________________________________________________ Tu sempre a consideraste uma boa amiga. ______________________________________________________________________ Anteontem, numa festa, dei-lhe uma prova de amor definitiva. ______________________________________________________________________ As luzes da ribalta destacavam sua figura formosa. ______________________________________________________________________ Os carregadores iam levando o piano. ______________________________________________________________________ Crianças, o professor tinha elogiado vocês. ______________________________________________________________________ Eu lhe disse que o botânico teria localizado as plantas que ele procurava. ______________________________________________________________________ Nunca mais eu poderia vê-la. ______________________________________________________________________ Eles podem acabar não cumprindo as promessas. ______________________________________________________________________ Não podíamos discutir um assunto tão sério assim, levianamente. ______________________________________________________________________ Antigamente, só os iniciados praticavam a acupuntura. ______________________________________________________________________ O Naturalismo condiciona a vida humana a fatores externos. ______________________________________________________________________ Os aerossóis parecem estar diminuindo a camada de ozônio. ______________________________________________________________________ Tu me ensinaste que o amor pode manter vivas as lembranças do passado. ______________________________________________________________________ Os mestres consideraram-no incapaz. ______________________________________________________________________ Os chineses construíram a Grande Muralha e contiveram as invasões mongóis ______________________________________________________________________ Sempre a tratamos muito bem embora seus amigos não reconheçam isso. ______________________________________________________________________ Quem o chamou aqui, garoto? ______________________________________________________________________ Tu continuas a procurá-la; não deves continuar a fazê-lo. ______________________________________________________________________ Respostas: Milhões de reais vêm sendo perdidos pelo Brasil com o contrabando de peles. A esta hora, o resultado das provas talvez já esteja sendo publicado pela Universidade. Ela sempre foi considerada uma boa amiga por ti. Anteontem, numa festa, uma prova de amor definitiva foi-lhe dada por mim. Sua figura formosa era destacada pelas luzes da ribalta. O piano ia sendo levado pelos carregadores. Crianças, vocês tinham sido elogiadas pelo professor. Foi-lhe dito por mim que teriam sido localizadas pelo botânico as plantas (que eram) procuradas por ele. Ela nunca mais poderia ser vista por mim. As promessas podem acabar não sendo cumpridas por eles. Um assunto tão sério assim não podia ser discutido por nós levianamente. Antigamente, a acupuntura só era praticada pelos iniciados. A vida humana é condicionada a fatores externos pelo Naturalismo. A camada de ozônio parece estar sendo diminuída pelos aerossóis. Foi-me ensinado por ti que as lembranças do passado podem ser mantidas vivas pelo amor. Ele foi considerado incapaz pelos mestres. A Grande Muralha foi construída pelos chineses, e as invasões mongóis foram contidas. Ela sempre foi muito bem tratada por nós, embora isso não seja reconhecido por seus amigos. Por quem você foi chamado aqui, garoto? Ela continua a ser procurada por ti; isso não deve continuar a ser feito por ti. Observação: Na transposição da frase da voz ativa para a voz passiva (ou vice-versa), a ordem em que os elementos podem ficar é bastante flexível. Na frase 9, por exemplo, em vez de "Nunca mais eu poderia vê-la", a resposta poderia ser: "Eu nunca mais poderia vê-la". Esse comentário vale para muitas outras respostas. Outra pequena dificuldade: Em frases como "assaltaram a casa do vizinho", "criticam-me sem razão", "chamaram-no de traidor", o sujeito é indeterminado. Na passagem para a voz passiva, essas frases ficam sem o agente da voz passiva: "A casa do vizinho foi assaltada", "eu sou criticado sem razão", "ele foi chamado de traidor". Uma lembrança fundamental: Orações sem objeto direto não podem ser apassivadas. A primeira atitude para transportar uma oração para a voz passiva é colocar o objeto direito na função de sujeito. Então, se não houver objeto direto, não dá nem para começar. Orações com verbos de ligação ( a garota "era" linda), verbos intransitivos (a garota "desmaiou"), ou verbos transitivos indiretos (a garota "gostou" do presente) não podem ser apassivadas. Passagemda voz passiva para a voz ativa Você lembra a forma de passar uma frase da voz ativa para a voz passiva? Objeto direto passa a ser sujeito. O verbo se desdobra em dois (auxiliar+particípio). O sujeito vira agente da passiva. Pois agora é de trás para diante (ou de baixo para cima): O agente da passiva vira sujeito. O verbo auxiliar sai da jogada, e o particípio passa para o tempo e modo do verbo auxiliar. O sujeito vira objeto direto. Veja um exemplo: As redações foram corrigidas pelo professor. (sujeito) (verbo) (agente da passiva) O professor corrigiu as redações. (sujeito) (verbo) (obj. direto) Passe as frases para a voz ativa: Os testes práticos serão feitos por mim. ______________________________________________________________________ O testes práticos teriam sido feitos por mim. ______________________________________________________________________ Ela não pode continuar a ser protegida por mim. ______________________________________________________________________ Tu irias acabar sendo odiado pelos colegas. ______________________________________________________________________ Ela fora convidada por ti. ______________________________________________________________________ Eu estava sendo cercado pelos malfeitores. ______________________________________________________________________ Ele nunca poderá ser esquecido por ela. ______________________________________________________________________ Ele nunca será esquecido por ti. ______________________________________________________________________ Insetos essenciais à reprodução das flores são atraídos por suas cores, perfumes e formas. ______________________________________________________________________ O campo de jogo fora invadido por quero-queros, e seus ovos eram defendidos com voos rasantes e bicadas. ______________________________________________________________________ Foi trazida por mim a notícia de que eles teriam sido elogiados pelo diretor. ______________________________________________________________________ Eles têm sido elogiados e também criticados pelos colegas. ______________________________________________________________________ Teria ela sido influenciada por ti? ______________________________________________________________________ Talvez ela ainda estivesse sendo maltratada pelos concorrentes. ______________________________________________________________________ Duas lindas jovens foram contratadas. ______________________________________________________________________ Resposta: Eu farei os testes práticos. Eu teria feito os testes práticos. Eu não posso continuar a protegê-la. Os colegas iriam acabar te odiando. 5.Tu a convidara. Os malfeitores estavam me cercando. Ela nunca poderá esquecê-lo. Tu nunca o esquecerás. As cores, perfumes e formas das flores atraem insetos essenciais à sua reprodução. Quero-queros tinham invadido o campo de jogo e defendiam seus ovos com voos rasantes e bicadas. Eu trouxe a notícia de que o diretor os teria elogiado. Os colegas os têm elogiado e também criticado. Tu a terias influenciado? Talvez os concorrentes ainda a estivessem maltratando. Contrataram duas lindas jovens. Uma pequena dificuldade: Observe que, na última frase do exercício (15), não aparece o agente da passiva. Isso pode dificultar um pouco o trabalho de passá-la para a voz ativa, porque o agente da passiva acaba virando uma referência auditiva que ajuda bastante. Vejamos outro exemplo: A funcionária foi readmitida. Na passagem da voz passiva para a voz ativa, a primeira atitude é deslocar o agente da passiva para a função de sujeito. Pois bem: se não houver agente da passiva, a oração ficará com sujeito indeterminado, com verbo na terceira pessoa do plural: Readmitiram a funcionária. TESTES COMENTADOS 1. (PUCRS) Assinale a alternativa que apresenta a voz ativa correspondente a "A reportagem que está sendo gravada lembra livros que foram escritos por Jorge Amado". A reportagem que estão gravando lembra livros que Jorge Amado escreveu. A reportagem que gravaram lembra livros que Jorge amado escrevia. A reportagem que gravam lembra livros que Jorge Amado escrevia. A reportagem que gravavam lembra livros que Jorge Amado escrevia. (E) A reportagem que está sendo gravada lembra livros de Jorge Amado. Comentário: O teste é muito inteligente e relativamente difícil, porque, geralmente, indica-se uma oração na voz ativa para transpor para a voz passiva ou vice-versa. Aqui há três orações: A reportagem lembra livros (oração principal) que está sendo gravada (oração subordinada adjetiva) que foram escritos por Jorge Amado (oração subordinada adjetiva) A oração principal já está na voz ativa, por isso fica igual; a primeira subordinada não possui o agente da passiva, por isso fica com sujeito indeterminado (verbo na terceira pessoa do plural): que estão gravando; a segunda subordinada possui o agente (Jorge Amado), que passa à função de sujeito: que Jorge Amado escreveu. O último verbo fica no pretérito perfeito (escreveu) porque o verbo auxiliar da passiva (foram) está nesse tempo. Resposta: letra A. 2. (UFRGS) Observe as sentenças abaixo: Desta permanente preocupação decorre a sua presença em todas as nossas manifestações artísticas. A morte está presente na música, na escultura, nas múltiplas modalidades da arte literária. O homem imaginou lendas inacreditáveis. Quais delas podem passar para a voz passiva? Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. Apenas II e III. I, II, e III. Comentário: Se colocarmos a primeira oração em ordem direta, teremos: A sua presença em todas as nossas manifestações artísticas decorre desta permanente preocupação. Pode-se perceber que a oração não possui objeto direto; portanto não pode ser apassivada. Na segunda oração, temos verbo de ligação (está); então, nada feito. Na terceira oração, temos objeto direto (lendas inacreditáveis). Então, fica fácil: Lendas inacreditáveis são imaginadas pelo homem. Resposta: letra B. OUTROS TESTES DE VOZES VERBAIS 1. (Fundação Carlos Chagas) Transpondo-se para a voz passiva a frase os velhinhos viam muito pouca coisa, a forma verbal resultante será era vista tinha sido vista tinham visto fora visto eram vistos 2. (Fundação Carlos Chagas) Transpondo-se para a voz passiva a frase transmiti o respeito de meus pais pelas ficções, a forma verbal resultante será fora transmitido transmitiram-se foi transmitido terá sido transmitido transmitiram-me 3. (UFRGS) Considere as orações abaixo: É visível a cisão entre a música de alto repertório e a música de mercado. Os dois tipos de música falam a tipos de público desiguais. III. A música das massas marca o pulso rítmico e a repetição. IV. Novas dimensões de tempo instauradas com a música de concerto contestam a escuta linear. Quais delas podem ser passadas para a voz passiva? Apenas I e III. Apenas II e IV. Apenas III e IV. Apenas I, II e IV. Apenas II, II e IV. 4. (UFRGS) Assinale a alternativa que apresenta a forma passiva correta da frase "Os governos de todo o mundo poderão incentivar as pessoas à reprodução". As pessoas poderão ser incentivadas à reprodução pelos governos de todo o mundo. A reprodução será incentivada pelos governos de todo o mundo. A reprodução das pessoas poderá ser incentivada pelos governos de todo o mundo. As pessoas serão incentivadas à reprodução pelos governos de todo o mundo. O incentivo à reprodução será dado às pessoas pelos governos de todo o mundo. 5. (PUCRS) A passagem correta para a voz ativa da oração "fui cercada por um grupo de alunos" é um grupo de alunos me cercou. um grupo de alunos a cercou. um grupo de alunos a cercaram. umgrupo de alunos me cercavam. um grupo de alunos a tinham cercado. 6. (PUCRS) Ocorre correspondência de sentido entre as frases na alternativa: A roda não teria sido inventada se não houvesse pesquisas. Não teriam inventado a roda se não houvesse pesquisas. Opiniões polêmicas eram defendidas pelos cientistas. O cientista defendeu opiniões polêmicas. As normas devem ser transformadas em leis. As normas devem transformar as leis. A ciência pode investigar todos os campos. Todos os campos podem investigar a ciência. A ética deve disciplinar as ações. As ações deveriam disciplinar a ética. 7. (PUCRS) Só não é possível a voz passiva em Os brasileiros defendem a ideia de uma democracia social. Conflitos sociais não transpõem os abismos estratificados. Esse abismo não conduz a conflitos tendentes à transposição dos estratos sociais. Os privilegiados ignoram ou ocultam as mazelas sociais. Os brasileiros raramente percebem os profundos abismos cruciais a seu desenvolvimento. 8. Se passarmos para a voz passiva a frase "ainda na década de 70, os pesquisadores analisaram as famílias de 124 crianças", teríamos a forma verbal estavam sendo analisadas. estarão sendo analisadas. são analisadas. foram analisadas. eram analisadas. 9. Assinale a forma passiva correta da oração subordinada em "É importante que tu o faças". que ele seja feito por ti. que isso possa ser feito por ti. que isso seja feito por ti. que o seja feito por ti. que tu possas fazê-lo. 10. Assinale a forma passiva correta da frase "Acabaram contratando as garotas". As garotas acabaram contratadas. As garotas acabaram sendo contratadas. As garotas acabaram por ser contratadas. As garotas finalmente foram contratadas. As garotas acabam sendo contratadas. Respostas: 1. A, 2. C, 3. C, 4. A, 5. A, 6. A, 7. C, 8. D, 9. C, 10. B. CONCORDÂNCIA VERBAL Regra geral: O verbo concorda como o sujeito em número e pessoa. A partir dessa norma básica, conclui-se que é preciso identificar o sujeito, para evitar enganos de concordância. Observe as seguintes frases, colhidas em redações de alunos: Não nos convêm manter certas atitudes. Se te convieres essas sugestões, aceita-as. Naquela casa, costuma ocorrer coisas estranhas. Quem espera, sempre alcança. Para eu ler à noite está ficando difícil. Todas elas têm erros gerados pela não identificação do sujeito: Para localizar o sujeito, na primeira frase, faremos a pergunta convencional : Que é que não nos convém? A resposta será "manter certas atitudes". O sujeito é uma oração, o verbo deve ficar no singular. Portanto, teremos acento agudo em convém. Vamos localizar o sujeito da segunda frase: Que é que te convém? A resposta será: "essas sugestões". Então teremos: Se te convierem essas sugestões, aceita-as. Vamos fazer a mesma pergunta na terceira frase: Que é que costuma ocorrer naquela casa? A resposta será "coisas estranhas". Então diremos: Naquela casa, costumam ocorrer coisas estranhas. Na quarta frase, a primeira oração é o sujeito da segunda. Por isso, não pode haver vírgula. Na última frase, a oração "ler à noite" é o sujeito de "está ficando difícil". Então, colocando a frase em ordem direta (isso sempre facilita a compreensão sintática), teremos: Ler à noite está ficando difícil para mim. O pronome não exerce a função de sujeito; por isso, deve ser oblíquo. O exame dessas frases revela o quanto é decisivo, quando se escreve ou resolve uma prova, ter sempre presente a ideia do sujeito. Casos especiais de concordância verbal I. A impessoalidade dos verbos haver e fazer: Os verbos haver (quando equivale a existir, ocorrer) e fazer (quando indica tempo) são impessoais; por isso, ficam sempre na terceira pessoa do singular: Havia muitas pessoas no comício. Houve dois acidentes de trânsito no feriadão. Haverá dificuldades para conciliar ideias tão antagônicas. Faz dois anos que não a vemos. Nas locuções verbais, esses verbos impessoalizam o verbo auxiliar: Vai fazer apenas três meses que se formou e já conseguiu emprego. Está havendo muitos erros de ortografia nas últimas redações. Deve haver boas notícias, porque ela está muito alegre. Empregados em outros sentidos, conjugam-se normalmente: Se não houvessem estudado tanto, não teriam sido aprovadas. Finalmente fizeram as pazes. Haviam-se esgotado os prazos para a compra das passagens. II. A voz passiva sintética Em expressões do tipo de alugam-se salas, o verbo deve concordar com a expressão que o acompanha, porque ela é o seu sujeito, a menos que esteja precedida de preposição: Venderam-se todas as entradas. O estádio lotou. Consertam-se aparelhos elétricos. É preciso que se criem novas alternativas de produção. Decidiu-se que se reduziriam as despesas. Evitem-se faltas perto da área. Não se aceitarão mais esses atrasos. Tratem de chegar na hora. Nos bailes de outrora, dançavam-se valsas românticas. O entendimento gramatical é o de que a frase "venderam-se todas as entradas" equivale a "todas as entradas foram vendidas". A expressão "voz passiva sintética" explica-se porque a palavra que acompanha o verbo e exerce a função de sujeito não pratica a ação verbal. Ora, a voz passiva convencional se faz com dois verbos (auxiliar+particípio); como aqui só temos um verbo, aparece o adjetivo "sintética". Se o termo que acompanha o verbo vier antecedido de preposição ou não houver na frase uma palavra que possa exercer a função de sujeito, teremos apenas um caso de sujeito indeterminado, e o verbo ficará no singular: Precisa-se de pedreiros. É importante que se reflita bem sobre as declarações do presidente. Vive-se melhor em cidades interioranas do que nas grandes capitais. Devagar se vai ao longe. Complete as frases: ........... coisas que não se compreendiam. (haver - pret. imp. do indicativo) Convém que se ....................... nestes problemas e que não se ................ decisões precipitadas. (pensar e tomar - pres. do subj.) Ontem .............. 25 C à sombra. (fazer - pret. perf. do indicativo) No projeto ........................ -se técnicas novas. (empregar - pret. perf.) ................. havendo grandes progressos nas aulas de Química. (estar - pres. do indicativo) ................ -se dos problemas, mas não se ..................... as soluções. (falar e apontar - pres. do indicativo) .......................... -se, nos bailes de outrora, românticas valsas. (dançar - pret. imp. do indicativo) .................. haver complicações com as novas regras de trânsito. (poder -pres. do indicativo) ................. surgir complicações com as novas regras de trânsito. (poder - pres. do indicativo) ................. existir soluções; é preciso que se .................... os métodos adequados. (dever - pres. do indicativo e empregar - pres. do subj.) ..................... assuntos que não se ....................... bem. (evitar - pres. do subj. e conhecer - pres. do indicativo) Não se ..................... tantas reclamações; não é possível que ............ tantos prejuízos. (admitir - pres. do indicativo e haver - pres. do subj.) Sem bons jogadores, não se ................. bons times. (fazer - pres. do indicativo) No Sul, ................ invernos rigorosos. (fazer - pres. do indicativo) É preciso que se .................... aos filmes e que se .............. os livros. (assistir e ler - pres. do subj.) São fáceis os testes que se .............. realizar. (ir - pres. do indicativo) Convém que se .................... às ordens e que se .................... os compromissos. (obedecer e cumprir--pres. do subj.) Aí ............... os rapazes; ................. -se dos meus primos.(vir e tratar - pres. do indicativo) Este ano ................ haver as festas que .............. que eu não ireia nenhuma. (poder - pres, do ind. e haver - fut. do subj.) Se elas ....................... chegado a tempo, não ....................... todas estas complicações. (haver - imp. do subj. e fut. do pret.) É preciso que se .................. as mercadorias; não se .................. devoluções. (verificar e aceitar) Pouco importa que ................. ou não existido os seres mitológicos. Já .......... séculos que a arte os ............... vivos. (haver - pret. imp. do subjuntivo, fazer e manter - pres. do indicativo. Respostas: 1. Havia; 2. pense e tomem; 3. fez; 4. empregaram-se; 5. Está; 6. Fala-se e apontam; 7. Dançavam-se; 8. Pode; 9. Podem; 10. Devem e empreguem; 11. Evitemse e conhecem; 12. admitem e haja; 13. fazem; 14. faz; 15. assista e leiam; 16. vão; 17. obedeça e cumpram; 18. vêm e trata-se; 19. pode e houver; 20. houvessem e haveria. 21. verifiquem e aceitarão; 22. houvessem, faz e mantém (porque o sujeito é "a arte"). Casos especiais: I. Sujeito posposto: Quando o sujeito vem após o verbo, alguns alunos confundem-no com objeto direto. Para evitar esse equívoco, habitue-se, antes de tudo, a procurar o sujeito, colocá-lo no início da frase, pôr o verbo ao lado, isto é, organizar a oração em ordem direta: Não me ...................... tuas palavras; ........................ teus sentimentos. (importar - presente do indicativo) Que é que não me importa? Resposta: tuas palavras. Então organize a frase: Tuas palavras não me importam; importam-me teus sentimentos (teus sentimentos me importam). Faça o mesmo processo com as frases seguintes: Quando .................. as férias, talvez ................. alguns minutos para nos divertirmos. (vir e sobrar - futuro do subjuntivo e presente do subjuntivo) Todos sabem por que ....................... os acidentes. (ocorrer - presente do indicativo) 3. De toda a herança paterna só lhe .................. algumas moedas antigas. (restar - pretérito perfeito) Era preciso apressar-se: ................ poucos minutos. (faltar - pret. imp. do ind.) ................... aquelas evidências. (bastar - pret. imp. do ind.) Respostas: 1. vierem e sobrem; 2. ocorrem; 3. restaram; 4. faltavam; 5. Bastavam. Sujeito representado por fração: verbo concorda com o numerador: Um terço das garotas resolveu esperar; dois terços saíram. Sujeito representado por percentuais: verbo concorda com o número expresso na porcentagem: Apenas 1% dos candidatos ao vestibular da UFRGS escolheu Letras. Segundo seu depoimento, 90% dos atletas recebem salários modestos. Sujeito composto ligado por "ou": verbo irá para o singular ou plural, conforme houver ideia de exclusividade ou de ação conjunta: O Internacional ou o Grêmio será o campeão gaúcho do próximo ano. O Internacional ou o Grêmio participarão do próximo campeonato brasileiro. Sujeito representado por substantivos próprios de forma plural: antecedidos de artigo, levam o verbo para o plural: Os Estados Unidos mantêm o bloqueio comercial a Cuba. Os Andes detêm os ventos oceânicos e impedem-nos de chegar ao deserto. As Memórias Póstumas de Brás Cubas trazem um tipo de narrativa estranho à época. "Os Sertões são obra de um escritor comprometido com a natureza, com o homem e com a sociedade." (Alfredo Bosi) sem artigo, levam o verbo para o singular: Minas Gerais é um estado muito próspero. Pelotas é o berço de Simões Lopes Neto. Sujeito representado por pronomes de tratamento: verbo fica sempre na terceira pessoa: Vossa Excelência será reeleito. Vossas Senhorias precisam descansar. Sujeito representado pelo pronome "que" antecedido de pronome pessoal: A tendência é o verbo concordar com o pronome pessoal antecedente: Não sou eu que afirmo isso: são vocês. Não fui eu que roubei o anel. Tu o fizeste. Sujeito representado pelo pronome "quem" antecedido de pronome pessoal: A tendência é o verbo ficar na terceira pessoa: Não serei eu quem irá pagar essa conta. És sempre tu quem reclama do barulho. Eu não dou a mínima. Atenção: o verbo fica no singular: quando o sujeito for uma oração: Antigamente, bastava os pais levantarem os olhos para serem obedecidos. (o sujeito é a oração "os pais levantarem os olhos".) Não nos agradava as garotas andarem assim, tão tristes. (o sujeito é a oração "as garotas andarem assim, tão tristes".) quando o núcleo do sujeito estiver no singular (porque o verbo concorda com o núcleo do sujeito): Um grupo de alunos cercou a professora. A direção das empresas decidiu aumentar o salário dos motoristas. Uma equipe de pesquisadores descobriu fósseis humanos na Etiópia. Atenção: o verbo vai para o plural: quando o sujeito composto for ligado por e ou nem: Rir e chorar fazem parte da vida. (Cegalla) A mãe e a filha passaram a hostilizá-lo. Nem o pai nem a namorada conseguiam demovê-lo. Nem o indivíduo nem a sociedade podem dispensar um ao outro. "Pai nem mãe foram ter conosco, quando Capitu e eu, na sala de visitas, falávamos do seminário." (Machado de Assis) quando se tratar do verbo chover em sentido figurado, com sujeito plural: Choviam-lhe propostas de casamento. Choveram reclamações na mesa do gerente. quando o núcleo do sujeito for expressão quantitativa (perto de, cerca de, mais de) seguida de plural: Perto de vinte garotas garantiam que o rapaz tentara seduzi-las. Cerca de duzentas o procuravam. Atenção: o verbo pode ficar no singular ou plural: quando o sujeito for expressão partitiva (a maioria, a maior parte): A maioria das alunas adorava (ou adoravam) o professor de Biologia. Grande parte dos textos era (ou eram) narrativos. quando o sujeito for um dos que: Ele era um dos que nunca faltavam (ou faltava) aos recitais. Adorava a música. A concordância do verbo ser Diferentemente dos demais verbos, que sempre concordam com o sujeito, o verbo ser concorda com o sujeito ou com o predicativo, obedecendo, pela ordem, a alguns critérios de prioridade: pronome pessoal Os culpados éramos nós. O herói do dia és tu. Eu fui o escolhido. Observe que, nas duas primeiras frases, o verbo ser está concordando com o predicativo; na terceira, com o sujeito. nome personativo (palavra que designa um ser humano): Os homens são apenas pó. O resto são ilusões. O homem é cinzas. Estava velho. Para ele, as mulheres eram uma lembrança distante. Sua preocupação sempre foram as crianças. Observe que o verbo ser, nas três primeiras frases, está concordando com o sujeito (respectivamente, os homens, o homem e as mulheres); na terceira, com o predicativo (as crianças). plural: Seu grande amor foi a esposa. O resto foram aventuras. Na vida nem tudo são flores. O mais grave, em sua atitude, eram as mentiras. Observe que, nas três frases, o verbo ser concorda com o predicativo, porque ele está no plural, enquanto o sujeito está no singular. Casos especiais: Quando usado impessoalmente, para indicar horas ou distâncias, o verbo ser concordará com essas expressões: É muito tarde, já são duas horas. Quando ela chegou era uma hora. Agora já são quatro. Da nossa casa até a escola eram oito quilômetros. Íamos sempre a pé. Indicando quantidade, medida, preço, em expressões do tipo de é muito, é pouco, etc., o verbo ser fica sempre no singular, concordando com o predicativo: Vinte mil reais por um carro quase novo é pouco. Aumente a oferta. Dois quilômetros era um exagero. Ele estava despreparado. Não iria aguentar. Quarenta minutos de atraso é demais; ninguém espera tanto. Complete as frases: Fazia anos que tudo ........................ . Não era possível que ainda ................... tantos rancores. (acontecer e haver) Ainda ............ de haver muitas frustraçõespara essa torcida. (haver) ................ haver muitas vagas, pois..................chegando candidatos que ................... de toda a região. (dever, estar e provir - pres. do ind.) .................. -se esgotado os recursos. Não ........................ mais adiamentos. (haver - pret. imp. do ind. e fut. do pret.) Não se .................. mais grandes jogadores; ....................... -se atletas bem preparados. (ver - pres. do ind.) ...................... -se manifestações ruidosas, mas o que se viu .............. protestos isolados que não ...................... a repercutir. (esperar - pret. imp. do ind., ser e chegar - pret. perf. do ind.) ...................... se aos enfermos todos os cuidados. (prestar - pret. perf. do ind.) É preciso que se ..................... a todas as cartas. (responder - pres. do ind.) Quando se ............... de qualidades de estilo, nem a simplicidade nem a clareza ................ ser dispensadas. (tratar e poder - pres. do ind.) A essa hora, mal se ............ os carros que .............. em sentido contrário. (ver e vir - pres do ind.) De um bom relacionamento, sempre ............. vantagens. (advir - pres. do ind.) Para que não ...................... a ocorrer conflitos, ...................... afixadas no mural as regras de procedimento. (continuar - pret. imp. do subj. e ser - pret. perf. do ind.) ..................... valendo as determinações antigas, naquilo em que não ....................... com as que se ..................... amanhã. (continuar - pres. do ind., colidir - infinitivo e divulgar - fut. do pres.) Não ................. ter ocorrido tantos protestos, pois as críticas, ....................... de onde ....................... , sempre ................ ser assimiladas. (poder - fut. do pret., vir - presente e futuro do subj. e dever - pres. do ind.) Se ................. levadas em conta as prioridades do clube, a contratação de jogadores ............ preferência. (ser - fut. do subj. e ter - fut. do pres.) .................. ser duas horas, talvez três, mas nem um nem outro ..................... dispostos a ceder. (dever e parecer - pret. mp. do subjuntivo ) Eram muitos os fatores de que ........................ sua decisão. (depender - pret. imp. do indicativo ) Nem tudo ........... alegrias em sua vida. .............. problemas também. (ser e haver - pret. imp. do ind.) Dez quilos de carne .......... pouco. ............ muitas pessoas. (ser e vir - pres. do ind.) 20. Não ................. tu que ................. isso. Não te ........................ .ser e fazer - pret. perf. do ind. e preocupar - imperativo. Não .................. tu quem .............. de responder ao inquérito. (ser e ter - fut. do pres.) Não percebeu ................. já dez horas. (ser - infinitivo) Disse-me que .................. soado dez horas e que já ........ bater onze. (haver e ir - pret. imp. do ind.) ........................ -lhe conhecimentos da função, mas ...................... -lhe razões para querer exercê-la. (faltar e sobrar - pret. imp. do ind.) ............................... -nos os rapazes terem agido assim. (entristecer - pret. imp. do ind. ) O estádio lotou. Cerca de duas mil pessoas ..................... de fora. (ficar - pret. perf. do ind.) ................. muitas teorias contraditórias, algumas ................ apresentadas do que as outras. (existir - pres. do indicativo e melhor) Os responsáveis .................... nós, ainda que se ......................... apresentado outros candidatos. (ser - pret. imp. do ind. e haver - imp. do subj.) ......................... sós, ela e eu; tudo o mais, passado, rua, gente, ........................ . (estar - pret. imp. do ind. e desaparecer - pret. mais-que-perfeito) Não creio que eles me reconheçam. ............... muitos anos que não me .............. . (fazer e ver - pres. do ind.) Seria bom que ................... ambos ..................... juntos. (poder - imp. do subj. e viajar - infinitivo) Não ................. palavras que ................... sua personalidade, mas talvez ainda .................. alguns retratos seus. (haver - imp. do ind., definir e haver -imp. do subj.) 33. ............. vários anos não ............ dias tão quentes como os deste verão. (haver e fazer - pres. do indicativo) De vez em quando .................... -se ruídos que vinham perturbar o silêncio em que eu e ela nos ........................ . (ouvir e perder - pret. imp. do indicativo) Aprendi que é impossível conviver quando .................... qualidades de caráter. (faltar - pres. do indicativo) Quando adoeceu, .............. questão de alguns anos, não se ........................ outros métodos de tratamento. (a ou há e conhecer) Embora não .................... palavras que ................... minha alegria, tentarei dizer o que sinto. (existir e traduzir) Respostas: 1. acontecera e houvesse; 2. há; 3. Deve, estão e provêm; 4. Haviam e haveria; 5. veem e veem; 6. esperavam, foram e chegaram; 7. prestaram; 8. responda; 9. trata e podem; 10. veem e vêm; 11. advêm; 12. continuassem e foram; 13. continuam, colidirem e divulgarão; 14. poderiam, venham, vierem e devem; 15. forem e terá; 16. Deviam e parecia; 17. dependia; 18. eram e Havia; 19. é e Vêm; 20. foste, fizeste e preocupes; 21. serás e terá; 22. serem; 23. haviam e iam; 24. Faltavam e sobravam; 25. Entristecia; 26. ficaram; 27. Existem e melhor; 28. éramos e houvessem; 29. Estávamos e desaparecera; 30. Faz e veem; 31. pudessem e viajar; 32. havia definissem e houvesse; 33. Há e faz; 34. ouviam e perdíamos; 35. faltam; 36. há e conheciam; 37. existam e traduzam. OUTROS TESTES DE CONCORDÂNCIA VERBAL 1. (Fundação Carlos Chagas) Quanto às normas de concordância verbal, a frase inteiramente correta é: Mais gente, assim como o fez a juíza brasileira, deveriam ponderar as sábias palavras que escolheu Disraeli para convocar a ação dos justos. A muitas pessoas incomodam reconhecer que sua omissão diante da barbárie as torna cúmplices silenciosas dos contraventores e criminosos. É comum calarmos diante dos descalabros a que costumam dar destaque o noticiário da imprensa, e acabamos, assim, por consenti-los. Quando não se opõem à ação do homem acanalhado, quando ocorre essa grave omissão, os homens justos deixam de fazer valer seu peso político. Se tivessem havido firmes reações aos descalabros dos canalhas, estes não desfrutariam, com sua falta de escrúpulo, de um caminho já aplainado. 2. (Fundação Carlos Chagas) Está plenamente adequada a concordância verbal da frase: Caso se coloque as leis acima do homem, este reagirá passando a seguir os ditames da natureza. Não cabem aos princípios éticos determinar-se por si mesmos, pois quem os legitima é a necessidade humana. Pretendem-se reconhecer nas escolhas éticas a universalização alcançada pelo respeito a princípios comuns. A obediência às leis do instinto e da natureza costumam constituir a alternativa para quem descrê das leis humanas. Não se impute aos homens que desobedecem às leis impostas o qualificativo de rebeldes, ou o de irresponsáveis. 3. (QUESTÃO DE PROVA) Os exploradores perseguiam a glória do pioneirismo e a admiração dos seus pares. Se o substantivo destacado fosse para o singular, quantas outras modificações haveria no período para ajustes de concordância? Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. 4. (QUESTÃO DE PROVA) Em relação à concordância verbal, assinale a alternativa incorreta: Se as folhas grandes tiverem no verso a folhinha menor, é sinal de que existe muito amor no lar. Grande parte da população amazônica acreditam que o Tamba-tajá são um amuleto de amor. Nunca houve um casal que se amasse tanto. Comunicou aos amigos sua decisão de casar logo. O guerreiro foi à floresta e cavou um buraco bem fundo. 5. (UFRGS) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase abaixo. ......................... oscasos: "As estrelas parecem brilhar" e "As estrelas parece brilharem". ........................ de duas frases ................ escritas, variando apenas o foco da concordância. Observe-se - trata-se - bem Observem-se - Tratam-se - mal Observe-se - Trata-se - mal Observem-se - Trata-se - bem Observem-se - Tratam-se - bem 6. (UFRGS) Tudo isso parece exagerado e, no Brasil, é apresentado como ridículo. Se substituíssemos a expressão Tudo isso por Esses fatos, quantas outras palavras da frase teriam de sofrer ajustes de concordância? Uma Duas Três Quatro Cinco 7. (PUCRS) A pluralização da expressão em destaque acarretaria outras alterações na frase da alternativa: Pode haver ainda no Brasil cidadão favorável à censura. Durante o debate sobre a ética nos meios de comunicação, não se chegou à proposta ideal. Houvesse ou não reclamação do público, o programa seria exibido. Já faz um mês que a concorrência entre as emissoras piorou. Permite-se às emissoras qualquer estratégia para a conquista da audiência. 8. (PUCRS) Que ..................... ou não existido os deuses mitológicos pouco importa. Já .................. séculos que a arte os ....................... vivos. houvesse - faz - mantêm houvesse - fazem - mantêm houvessem - faz - mantém houvessem - fazem - mantém houvessem - faz - mantêm 9. "No romance Naturalista, os seres aparecem como produtos, como consequências de forças preexistentes que limitam sua responsabilidade e os tornam, nos casos extremos, verdadeiros joguetes das condições." (Antônio Candido) Se substituíssemos seres por ser, mais ..................... palavras precisariam sofrer ajustes de concordância. cinco seis sete oito nove 10. Se .................. levadas em conta as prioridades da escola, a reforma das instalações ................... preferência. for levado - terão forem levadas - terá forem levadas - terão for levado - terá for levada - terão 11. (CESPE) Não existem soluções mágicas, é claro, mas uma coisa é certa: uma crise global requer soluções globais. Amplia-se a possibilidade de a primeira asserção do texto ser verdadeira, preservandose a correção gramatical e a a coerência entre os argumentos, substituindo-se "Não existem" por Não devem haver. (certo ou errado) Respostas: 1. D, 2. E, 3. B, 4. B, 5. D, 6. E, 7. E, 8. C, 9. C, 10. B, 11. Errado. Explicação: Considere, na questão 9, que o sujeito do verbo tornam são as forças preexistentes, razão por que esse verbo não se altera. CONCORDÂNCIA NOMINAL Regra básica Os artigos, os adjetivos, alguns pronomes e alguns numerais concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem: Um belo rapaz. Uma bela garota. Ele próprio, ela própria, eles próprios, elas próprias. O primeiro rapaz, a primeira garota, os primeiros rapazes, as primeiras garotas. Regras complementares Um adjetivo que vem após dois ou mais de dois substantivos pode concordar com o substantivo mais próximo ou ir para o plural: Ganhou sapatos e um chapéu novo. (ou novos) Comprei laranjas e uma melancia madura. (ou maduras) Tivemos um dia e uma noite agitada. (ou agitados) Se o adjetivo vier antes, concordará obrigatoriamente com o mais próximo: Altiva expressão e porte o caracterizavam. Observações: O adjetivo posposto aos substantivos, concordará com o mais próximo quando se referir apenas a ele: Comprei laranjas e uma melancia madura. (Entende-se que apenas a melancia estava madura.) Comprei laranjas e uma melancia maduras. (Entende-se que as laranjas e as melancias estavam maduras) Quando se refere a substantivos de gênero diferente, o adjetivo fica no masculino plural: Tivemos um dia e uma noite agitados. As palavras que indicam cores se flexionam quando forem adjetivos; quando forem substantivos, ficam invariáveis. Ganhou duas saias vermelhas, duas blusas amarelas, sapatos marrons e meias laranja (ou rosa, ou creme, ou cinza). Você percebeu? Os adjetivos vermelho, amarelo e marrom se flexionaram para concordar com os substantivos saias blusas e sapatos; os substantivos laranja, rosa, creme e cinza ficaram invariáveis. Em nomes de cor compostos, o primeiro termo não se flexiona; o segundo, sim, se for adjetivo: olhos azul-claros, olhos verde-azulados; se o segundo termo for substantivo, fica invariável: olhos verde-mar, blusas verde-musgo, camisas azulturquesa. Exceções: azul-marinho e azul-celeste são invariáveis. Palavras versáteis: Algumas palavras atuam ora como adjetivos, ora como advérbios. As mais conhecidas são muito, pouco, bastante, meio, melhor, pior, só, etc. Quando adjetivos, concordam com o substantivo a que se referem (como fazem todos os adjetivos); quando advérbios, ficam invariáveis (como todos os advérbios). Advérbio: elas são muito (ou bastante) inteligentes. Adjetivo: havia muitas (ou bastantes) pessoas na festa. Adjetivo: João e Pedro são bons; seus amigos são melhores. (mais bons) Advérbio: João e Pedro jogam bem; seus amigos jogam melhor. (mais bem) Advérbio: elas eram meio (um tanto) doidas. Adjetivo: elas compraram duas meias-entradas. Adjetivo: elas estavam sós (sozinhas). Advérbio: elas só (somente) querem namorar. Atenção: A palavra menos, mesmo na função de pronome adjetivo, é invariável: Hoje havia menos pessoas na festa. Duas dicas: O adjetivo acompanha um substantivo; portanto, em frases como "havia bastantes pessoas na festa", bastante é adjetivo, porque acompanha o substantivo pessoas. O advérbio acompanha (e modifica) um verbo, um adjetivo ou outro advérbio; portanto, na frase "elas eram bastante bonitas", bastante é advérbio, porque acompanha (e modifica) o adjetivo bonita. "Subdica": reveja, em qualquer boa gramática, a lista dos advérbios. As flexões da palavra bastante são iguais às da palavra muito. Na dúvida, substitua uma pela outra. Se muito for para o plural, bastante também irá: Havia muitas pessoas na festa; então, havia bastantes pessoas na festa. 4. Bom, proibido, preciso, necessário Esses adjetivos, na função de predicativos, ficam invariáveis quando o sujeito não estiver determinado: Nos grandes negócios, é necessário cautela. Cerveja é bom para matar a sede. Não é preciso experiência para exercer essa função. Isso ocorre porque, em frases assim, subentende-se a presença de um verbo: Nos grandes negócios, é necessário (ter) cautela. (Beber) cerveja é bom para a saúde. Não é preciso (ter) experiência para exercer essa função. Se o sujeito estiver determinado, isto é, antecedido por um pronome ou um artigo, o adjetivo terá de concordar: Essa cerveja é muito boa. Nos grandes negócios, é necessária a cautela. Tal qual Essa expressão não é invariável; o pronome tal concorda com quem vem antes, e o pronome qual concorda com quem vem depois: Essa garota é tal qual a mãe. Essa garota é tal quais os pais. Essas garotas são tais qual a mãe. Essas garotas são tais quais os pais. Nessas frases, os pronomes atuam como predicativo: A garota é tal e a mãe (é) qual. Quite, anexo e os particípios (na voz passiva) Quite e anexo são adjetivos. Por isso concordam com os substantivos a que se referem; o mesmo ocorre com os particípios na voz passiva: Estou quite com ela: dei-lhe e recebi muito amor. Enviou-lhe anexas duas notas promissórias. Feitas as contas, sobrou um pequeno saldo. Avisou-o de que suas faltas não mais seriam toleradas. Adjetivos na função de advérbios Alguns adjetivos como alto, baixo, feio, sério, caro, barato, amarelo e outros são frequentemente empregados como advérbios. Quando isso ocorre, ficam invariáveis: Ela sorriu amarelo. Elas perderam feio. Eles costumam falar baixo, não conseguimos escutá-los. Fala sério,garota. Mandou consertar dois alto-falantes. Ela era vingativa. Os rapazes iam pagar caro. "Na pabulagem, andava sozinho: quando falava, era alto e grosso e sem olhar para ninguém. Era um governo, o negro!" (Simões Lopes Neto) "Por onde é que a gente sai pra ir pra tal de Europa? Sai-se aqui direito pelo Passo Fundo." (Érico Veríssimo) Complete as frases Envio-lhe ......................... as informações .................... . (anexo e solicitado) No estádio as camisas .......................... aquecem o coração da torcida do Flamengo. (rubro-negro) Comprou duas saias ........................ que não combinavam com as blusas .................... . (verde-escuro e cinza) Na frente, descendo a calçada, vinham uma moça linda e um cachorrinho ............................ . (vira-lata) Eram um casal estranho aquele velhinho e a jovem .................... que o acompanhava. (sensual) ......... queriam namorar e acabaram ficando ............ .(só e só) Blusa ............................ , minissaia ........................ , sapatos .............. . Estava muito ............. vestida. (azul-marinho, verde-garrafa, marrom, bem ou mal) Eram vários documentos e uma carta altamente .................. . (sigiloso) Rogo-lhe que torne .......................... minhas discordâncias. (público) Acho que pagaste muito ............... por esses brinquedos. (caro) ........................ as teses, chegara a hora da votação. (discutido) 12."Pô, meu", ............. hora e lugar escolheste. (bom) 13. Cultura é ............ , mas ...................... mesmo é sabedoria. (bom e necessário) 14. A cultura é ............. , mas ......................... mesmo é a sabedoria. (bom e necessário) Considerávamos ........................ aquelas precauções. (importantíssimo) Portou-se com ....................... lealdade e coragem. (extremo) Seus sonhos renasciam ......................... eram no passado. (tal qual) Não existe mulher .......... grávida: ou está grávida ou não está. (meio) A garota tinha ................. qualidades, mas nunca ficava entre as três ...................... colocadas. (bastante e melhor) Comprei um cachorrinho e um papagaio ...................... . (falador) Deu-lhe um beijo e um abraço ...................... . (apertado) Decidiu-se que ficaria .................... à baronesa a posse dos terrenos. (assegurado) Seus argumentos não pareciam ...................... para convencê-lo. (suficiente) A discussão tornou ..................... os erros do processo. (visível) Elas ............... devem lutar . Tudo depende delas. (mesmo) Precisamos de mais disposição e ................ preguiça. (menos) Olhos ..................... , alta, longilínea: era uma graça a garota. (verde-claro) No princípio, estávamos ............. temerosas, mas depois recebemos ......................... encomendas e nos tranquilizamos. (meio e bastante) Não gosto das ............... -verdades. (meio) Queríamos deixar bem ................... a nossa opinião. (claro) Respostas: 1. anexas e solicitadas; 2. rubro-negras; 3. verde-escuras e cinza; 4. viralata; 5. sensual; 6. só e sós; 7. azul-marinho, verde-garrafa, marrons, bem ou mal (depende do seu gosto); 8. sigilosa ou sigilosos; 9. públicas; 10. caro; 11. Discutidas; 12. boa; 13. bom e necessário; 14. boa e necessária; 15. importantíssimas; 16. extrema; 17. tais quais; 18. meio; 19. bastantes e melhor; 20. falador; 21. apertado; 22. assegurada; 23. suficientes; 24. visíveis; 25. mesmas; 26. menos; 27. verde-claros; 28. meio e bastantes; 29. meias; 30. clara. Anotações REGÊNCIA VERBAL Veja bem: gostar de alguém, sonhar com alguém, referir-se a alguém, confiar em alguém, apaixonar-se por alguém, protestar contra alguma coisa, ouvir um ruído. Conclusão: alguns verbos ligam-se aos complementos por meio de determinadas preposições; outros, diretamente. O conjunto desse estudo chama-se regência verbal. Normalmente, conhecemos a regência verbal de ouvido, mas algumas informações podem ajudar bastante. A preposição "a". Geralmente não temos muita convicção a respeito de quando devemos usar essa preposição. Na verdade, até mesmo os clássicos vacilavam às vezes. Veja este soneto de Camões: Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, serrana bela, Mas não servia ao pai, servia a ela, Que a ela só por prêmio pretendia. Por acaso você percebeu que, na primeira incidência, o verbo servir aparece sem a preposição a e, nas duas últimas, com ela? Pois bem: vamos lembrar a você que alguns verbos pedem essa preposição, e, na linguagem coloquial, frequentemente deixamos de usá-la. Dentre esses verbos, vale a pena destacar a turma do Q. PPPAAAVOR. Trata-se dos verbos querer (com o sentido de querer bem) pagar e perdoar (quando o objeto for uma pessoa) proceder (no sentido de realizar) assistir (no sentido de ver) aspirar (no sentido de desejar) agradar ( no sentido de satisfazer) visar (no sentido de pretender) obedecer e desobedecer responder Veja bem: Ela quer muito aos tios, que a criaram. O empreiteiro pagou aos operários. "Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos devedores." Procedemos à contagem dos votos. Assistimos ao jogo. Aspiramos ao sucesso. Sua atitude não agradou aos colegas nem à professora. Visamos à paz e ao progresso social. Ela sempre obedece à mãe e aos avós. Respondeu ao questionário. Com outro sentido, alguns desses verbos são transitivos diretos: Todos querem ser amados. A garota pagou o aluguel. Perdoei seu esquecimento, mas não pude perdoar a grosseria. Ele procedeu bem. (intransitivo) O médico assistiu o enfermo. Aspirávamos um perfume suave. O funcionário da alfândega visou o passaporte. A preposição antes dos pronomes relativos Na linguagem coloquial, por comodismo, quase sempre omitimos a preposição antes dos pronomes relativos: A música que mais gostei. A marca que você confia. O filme que assistimos ontem. Na linguagem culta, não podemos fazê-lo: A música de que mais gostei. A marca em que você confia O filme a que assistimos ontem. O pronome cujo O pronome cujo liga dois substantivos, estabelecendo ideia de posse: Esta é a garota cuja voz ouviste ontem. Veja bem: o pronome cuja está ligando dois substantivos (voz e garota), estabelecendo uma ideia de posse: a voz (coisa possuída) pertence à garota (possuidor). Na linguagem culta, nenhum outro pronome pode substituí-lo. Complete as frases: Pagou ....... médico, pagou ....... aluguel e sobrou dinheiro. Devemos obedecer ........ apelos do coração. Respondeu ...... bilhete, mas não respondeu ..... carta. Visamos ...... paz e ..... entendimento. O funcionário visou ..... passaporte. Assista ..... casamento e obedeça ...... instruções. Joãozinho quer muito ....... pais, que também ...... querem muito. 8."Perdoai ..... nossas dívidas assim como nós perdoamos ..... devedores." 9. Era difícil a situação .............. se encontrava. O espetáculo ................. assistimos era fantástico. Os ideais ................... lutamos são elevados. São estas as injustiças ........................ lutamos. Nem sempre podemos contar ......... as pessoas ............... confiamos. A garota .................. se apaixonou não lhe correspondia. Os ideais ............... dedicara sua vida estavam esquecidos. Os princípios ........... defendes são os mesmos ............. me refiro. As regras ............ obedeço são as mesmas ................. acreditas. A garota ................. me casei não é mais a mesma. Esse é o rapaz ..................... casa ficamos hospedados. Aí está o livro.................... páginas inspiraram tantos heróis.Aí está o livro ........................ páginas se inspiraram tantos heróis. Aí está o livro ........................ páginas tiraram os textos. Estas são as pessoas ..................... apoio podemos contar. Este é o chefe ................... ordens devemos obedecer. Este é o líder ....................... ideias lutaremos. Estas são as pessoas ....................... lealdade mais confiamos. Esta é a mulher ...................... beleza nos encantava no passado. Este é o governo ....................... eleição contribuíste. Não te envergonhas? Os alunos .................. redações corrigi foram todos aprovados. Era ele o amigo .................... apoio precisávamos. Respostas: 1. ao e o; 2. aos; 3. ao e à; 4. à e ao; 5. o; 6. ao e às; 7. aos e lhe; 8. as e aos; 9. em que; 10. a que; 11. por que; 12. contra as quais; 13. com e em que; 14. por quem; 15. a que; 16. que e a que; 17. a que e em que; 18. com quem;19. em cuja; 20. cujas; 21. em cujas; 22. de cujas; 23. com cujo; 24. a cujas; 25. por cujas; 26. em cuja; 27. cuja; 28. para (com) cuja; 29. cujas; 30. de cujo. Observação: Nas respostas em que entra o pronome "que", poderíamos usar "qual" e até mesmo "quem"(quando o pronome representa uma pessoa). Na frase 11, por exemplo, poderíamos usar "pelos quais", em vez de "por que"; a frase 18 também poderia ser completada por "com quem" ou "com a qual", e assim por diante. Emprego dos pronomes O e LHE 1. O pronome o (enclítico) se transforma em lo (quando o verbo termina por r, s, z) e em no quando o verbo termina por m ou por ditongo nasal: Quero muito conhecê-lo. (conhecer+o) Fi-lo porque qui-lo. (frase atribuída a Jânio Quadros: Fiz + o, porque quis + o.) Ficaram encantados com a garota e convidaram-na para a festa. Pega o livro e põe-no em cima da mesa. Esse pronome exerce a função de objeto direto, por isso devemos usá-lo quando o verbo for transitivo direto: Há muito tempo não o via, por isso resolvi convidá-lo para a festa. 2. O pronome lhe exerce a função de objeto indireto, por isso usaremos este pronome quando o verbo for transitivo indireto: Nunca lhe perdoarei. Complete as frases: Procurei minha namorada, mas não consegui encontrá-......... . Gosto muito da minha namorada, mas não .......... perdoarei. Sei que estou ......... devendo e .......... pagarei. Tenha paciência. Procurei-......... durante horas, mas não ........ encontrei. Eu ........... amo e estou disposto a desposá- .......... . Esse livro não ........... pertence, é preciso devolvê- .......... . Ela me escreveu várias cartas, mas ainda não ........... respondi. Falam muito dela, por isso estou disposto a conhecê- ............ . Diga-me com quem anda e ............. direi quem você é. Indiquei- ....... para receber o prêmio porque ........ estimo muito. Respostas: 1. la; 2. lhe; 3. lhe e lhe; 4. o e o (ou a e a); 5. a e la ( ou o e o); 6. lhe e lo; 7. lhe; 8. la; 9. lhe; 10. a e a (ou o e o). Com verbos transitivos diretos e indiretos Quando os verbos pedem dois objetos, um deles será direto e o outro indireto. Por isso é preciso ver como o verbo foi empregado: Eu o avisei do perigo. Mas : eu lhe avisei que a viagem era perigosa. Entendeu? Na primeira frase, a expressão do perigo é objeto indireto; por isso usamos o pronome o (avisar alguém de alguma coisa); na segunda, a oração que a viagem era perigosa é objeto direto; por isso usamos o pronome lhe (avisar alguma coisa a alguém). Complete as frases: Eu ........ ensinei a dirigir. Ensinei-........ também as regras de trânsito. Indiquei-....... o caminho. Sugeri-..... que estudasse bastante. Queria poupar-........ esse desgosto. Queria poupá-..........desse desgosto. Ajudei-........... a pagar o táxi. Não ........ permitiam estudar. Salvei-......... do perigo. Contaram-......... uma história mentirosa. 10 .Indenizaram-........... pelos prejuízos. Enviaram-......... uma carta muito reveladora. Comuniquei-......... o fato. Informei-...... de tudo o que se passava. Proibiram-....... os pratos apimentados e as bebidas alcoólicas. Proibiram-......... de ver o namorado. Mostrei-....... os fatos e aconselhei- ........... a ter cautela. Eu ........ preparei para a prova. Apresentei-........ os meus amigos. Apresentei-......... aos meus amigos. Impediram- .......... de falar. 21.Permitiram- .......... que ficasse. Felicitei- ...... pela aprovação. Ordenaram-......... que fosse pontual. Não ........ aconselharam cautela. Aconselharam- ........ a ser ousado. Convenceram-........... a revelar o segredo. Convenceram-........... de que estava errado. Culparam-......... pela derrota. Disse- ......... que viesse. Prometi- ...... que ........ ajudaria. Assegurei-......... que não havia perigo. Respostas: 1. o e lhe; 2. lhe; 3. lhe; 4. lhe; 5. lo; 6. o; 7. lhe; 8. o; 9. lhe; 10. no; 11. lhe; 12. lhe; 13. o; 14. lhe; 15. na; 16. lhe e o; 17. o; 18. lhe; 19. o; 20. no; 21. lhe; 22. o; 23. lhe; 24. lhe e no; 25. no; 26. no; 27. no; 28. lhe, lhe e o; 29. lhe. Observação: em muitas frases, o pronome "o" poderia ser substituído por "a". Regência de alguns verbos 1. Implicar - No sentido de acarretar, é transitivo direto: A construção de estradas implica despesas vultosas. Ir - Na linguagem coloquial, é comum empregar-se esse verbo com a preposição em (foi no cinema, foi no supermercado). Na linguagem culta, devemos empregá-lo com as preposições a, para, por: Foi ao Rio de Janeiro visitar os pais. (movimento com retorno breve) Foi para o Norte morar com os avós. (ir por muito tempo ou para sempre) Ia pelo (por+o) meio da rua, cambaleando. Chegar - Na linguagem culta, emprega-se com as preposições a ou de: "Chegando a casa deitei aquelas emoções ao papel." (Machado de Assis) Chegamos à cidade ao amanhecer. Finalmente chegamos ao último capítulo da novela. Estão cansados. Chegaram há pouco, do sítio. Preferir - Na linguagem coloquial, usa-se esse verbo com a combinação do que (prefiro sair do que ficar em casa). Na linguagem culta, devemos usá-lo com a preposição a: Preferia ficar com a namorada a sair com os amigos. Observação: Preferir significa "querer mais". Por isso não diga prefiro antes ou prefiro mais. Morar, residir, estar situado (sito residente). Estes verbos e adjetivos indicam lugar; por isso, devem ser usados com a preposição em: "Moro num país tropical." Jorge Ben "Moro em Jaçanã." Adoniran Barbosa Residia em Ipanema, na Rua São Francisco. Considerações finais sobre regência verbal A regência dos verbos depende de numerosos fatores. Veja, por exemplo, os verbos lembrar, esquecer, encontrar e outros. Podemos usá-los sem pronome (transitivos diretos) ou com pronome (transitivos indiretos): Sempre lembrava as palavras bondosas do pai. Sempre se lembrava das palavras bondosas do pai. Esqueceu a chave. Esqueceu-se da chave. Encontrei, ontem à noite, uma antiga namorada. Encontrei-me, ontem à noite, com uma antiga namorada. Outro aspecto que pode influir na regência de um verbo é o sentido com que ele é empregado, ou a natureza do seu complemento: Ela estava muito linda. (verbo de ligação) Ela estava no banheiro. (verbo intransitivo) Aspiramos aquela poeira durante todo o dia. (aspirar significa absorver) Aspiramos a uma vida melhor. (aspirar significa desejar) Pagou o aluguel. (o objeto é uma coisa) Pagou ao empregado. ( o objeto é uma pessoa) Em frases diferentes, os verbos podem ser empregados com regência diferente: Avisei-lhe que viesse. (objeto direto de coisa e indireto de pessoa) Avisei-o do perigo. (objeto direto de pessoa e indireto de coisa) Quem avisa amigo é. (intransitivo) A conclusão é óbvia: em questões de regência verbal, observe como o verbo foi empregado na frase. Complete as frases: Residia .........Rua da Ladeira. Foi ........ Minas,assistir a um jogo do Ínter. Vai .............. Roma como embaixador. O contrabando implica ........ perigos imensos. A vida de professor implica ....... sacrifícios. Dinheirinho, muito pouco. É preferível ser rico, bonito e ter saúde ........ ser pobre, doente e mal-acabado. Nunca mais esqueceu ........ primeira namorada. Nunca mais se esqueceu ......... primeira namorada. À noite, às vezes, lembrava ........ passado e morria de saudade da roça. Lembrava-se às vezes, .......... beijos e ......... carícias. O resto esquecera. Respostas: 1. na; 2. a; 3. para; 4. - ; 5. - ; 6. a; 7. a; 8. da; 9. o; 10. dos e das. TESTES COMENTADOS Dois testes inteligentes e didáticos da UFRGS. 1. Há cem anos nasceu o poeta mais popular de língua espanhola, com uma obra cuja força lírica supera todos os seus defeitos. Entre as alterações abaixo, assinale a que mantém o sentido original e a correção do trecho em destaque. com uma obra cujos defeitos são todos superados pela sua força lírica. cuja força lírica supera todos os seus defeitos. cujos defeitos são todos superados pela sua força lírica. com cuja força lírica superou todos os defeitos de sua obra. cuja obra supera todos os defeitos através de sua força lírica. Comentário: A resposta certa é a letra A. Se compararmos o trecho em negrito com a frase da letra A, veremos que são equivalentes. A única diferença é que a frase passou para a voz passiva: com uma obra cuja força lírica supera todos os seus defeitos. A) com uma obra cujos defeitos são todos superados pela sua força lírica. Nas letras B e C, o sentido muda, porque se entende que a força lírica (A) e os defeitos (B) pertencem ao poeta, e não à obra. Na letra D, além de ter também mudado o sentido, há um erro grave de regência, porque o verbo (superou) é transitivo direto, por isso não pode ser construído com a preposição "com". Na letra E, temos diferença de sentido e o emprego incorreto do advérbio "através". 2. Assinale a alternativa que apresenta uma frase inteiramente de acordo com as normas gramaticais da linguagem culta. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, que foi publicado um relatório em 2007, indica que o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, no contexto do qual se publicou um relatório em 2007, indica que o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. O Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo indica o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, cujo relatório do Programa foi publicado em 2007. Um relatório foi publicado em 2007, cujo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, indica que o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. O Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento, onde o relatório foi publicado em 2007, indica que o Brasil tem a segunda maior população de negros do mundo. A resposta correta é a B. Na letra A, está faltando um nexo: em vez de "foi publicado um relatório", deveríamos ter a respeito do qual, ou sobre o qual foi publicado um relatório; na alternativa C, aparece a repetição absurda do possuidor (Programa); na alternativa D, o possuidor e a coisa possuída estão trocados: é o Programa cujo relatório e não o relatório cujo Programa; na última alternativa, entre outros erros, aparece o emprego inaceitável da palavra onde sem ideia de lugar. OUTROS TESTES DE REGÊNCIA VERBAL 1. (Fundação Carlos Chagas) A expressão de que preenche corretamente a lacuna da seguinte frase: As emoções ............... os torcedores se deixam arrastar, numa Copa do Mundo, são exacerbadas e incontroláveis. Nenhuma paixão ........... se pode imaginar é, para ele, comparável à que lhe desperta uma Copa do Mundo. A expectativa ......... nós alimentávamos em relação a esta Copa resultou em franca decepção. As paixões .......... trata o texto talvez pareçam incompreensíveis para outros povos. (E) A expressão "família brasileira padrão", ................ se refere o autor, nem mesmo para ele parece fazer muito sentido. 2. (CESGRANRIO) assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase: O drama ............... estavam assistindo era incompatível .............. manifestações de alegria que se ouviam ao longe. de que - com as à que - as que - as a que - com as que - as 3. (FUNDATEC) Sustentou que este compromisso não dizia respeito apenas ao governo britânico, mas aos ingleses de todas as classes sociais. Duas preposições seriam substituídas por questões de regência, caso o segmento dizia respeito fosse substituído por se impunha dependia (C) competia se referia cabia 4. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase: A mãe não............ queria bem, nem ....... tratava bem; talvez ........ explique o seu .......... humor. o - o - isto - mau o - lhe - isto - mal lhe - o - isso - mal lhe - o - isto - mau lhe - o - isso - mau 5. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase: Preferia ............ triste .......... saber que era feliz com seu rival. ver-lhe - a vê-la - a vê-la - do que lhe ver - à a ver - que 6. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase: Compartilhavam .......... mesma opinião, anuíram ........ mesmo projeto, mas divergiam ................... métodos ........... deviam pôr em prática. com a - com o - quanto aos - que a - ao - quanto aos - que da - ao - sobre os - que a - do - sobre os - que da - sobre o - em relação aos - os quais 7. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase: É um erro .................................. . a que não há mais soluções de que não há mais soluções que não há mais como resolver ele para o qual não há mais soluções que não há mais soluções 8. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: ............................. ter se afastado do grupo. Acusam-lhe por Acusam ele por O acusam de Acusam-lhe de Acusam-no de 9. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: Finalmente tínhamos um sistema democrático ............................................... para cuja implantação contribuímos. a cuja implantação lutamos. em cuja implantação éramos responsáveis. a cuja implantação tanto sonhamos. cuja implantação tanto precisamos. 10. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase: Apegado ......... rotina, ............................ as mudanças. à - desagradavam-no da - desagradavam a ele com a - desagradavam a ele a - desagradavam-lhe à - desagradavam-lhe (CESPE) É uma crise institucional e filosófica do regime que construímos. Devido às relações de coesão do último período do texto, estariam mantidas a correção gramatical e a coerência do texto se fosse inserida a preposição de antes do pronome "que", escrevendo-se de que. (certo ou errado) (CESPE) A democratização do século XX não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. Pela acepção usada no texto, o emprego da forma verbal "se limitou" exige a presença da preposição a no complemento verbal; a substituição pela forma não pronominal - não limitou a expressão - , sem uso da preposição, preservaria a correção gramatical, mas mudaria o efeito da ideia de "democratização". (certo ou errado) Respostas: 1. D, 2. D, 3. B, 4. E, 5. B, 6. B, 7. D, 8. E, 9. A, 10. E, 11. Errado, 12. Certo. Anotações A CRASE Conceito Crase é a contração de dois "as", o primeiro dos quais é sempre a preposição "a"; o segundo pode ser o artigo "a", opronome demonstrativo "a" ou o "a" inicial dos pronomes demonstrativos "aquele", "aquela","aquilo". Os dois últimos casos são menos frequentes. Vamos estudar primeiro a crase mais comum, isto é, preposição mais artigo. Antes de mais nada, é preciso lembrar a você que crase é um fenômeno da linguagem falada, que ocorre para evitar uma pronúncia incômoda e desarmoniosa. Assim, em vez de dizer: Dei um presente a a colega. Situação em que a preposição e o artigo produziriam um hiato, os falantes fazem a contração desses dois "as": Dei um presente à colega. Não esqueça: o acento grave que se sobrepõe ao "a" é um mero sinal. Emprego Agora que você já sabe o que é crase. Vejamos, antes de mais nada, quando é que a crase mais comum (preposição + artigo) não pode ocorrer, isto é, quando é que Não existe crase: Antes de substantivo masculino: Andar a cavalo. Vender a prazo. Falar a respeito de um assunto. É claro que, em frases assim, o "a" é apenas uma preposição, porque o artigo "a" nunca estará antes de um substantivo masculino. Antes de verbo: Começou a chover. Ficou a contemplar a paisagem. Novamente, o "a" é apenas preposição. Não se usa artigo antes de verbo. Antes do artigo "uma": Levou o carro a uma oficina especializada. Antes de pronomes pessoais, dos demonstrativos "esta" e "essa" e de pronomes indefinidos: Dei a ela o prêmio merecido. A ninguém é lícito alegar a própria torpeza. Refiro-me a esta garota. Os "as" das frases acima são meras preposições. Os pronomes pessoais, demonstrativos e indefinidos (com exceção do pronome outra) não admitem anteposição do artigo "a". Antes de formas de tratamento iniciadas por "sua" ou "vossa": Entreguei a carta a Vossa Senhoria. Quando o "a" estiver no singular e a palavra seguinte no plural: Refiro-me a lendas antigas. Depois de preposições: O fato ocorreu entre as cinco horas e o meio-dia. Compareceu perante a diretora. Observação: Excetua-se o caso da preposição até, que admite a presença de outra preposição a seguir: Vou ate a praia, ou vou até à praia. Lembrança: Os sete pecados mortais da crase são uma criação didática do Prof. Édison de Oliveira. Pode haver crase Acabamos de ver quando não ocorre crase. Em qualquer outra situação, ela pode ocorrer. Para reconhecê-la, substitua a palavra feminina que vem após o "a" por outro termo, porém masculino. Aí, três coisas podem acontecer: O "a" transforma-se em "o": Leu atentamente a revista. Leu atentamente o livro. Nesse caso, temos apenas artigo. O "a" permanece: Ela se candidatou a vereadora. Ele se candidatou a vereador. Nesse caso, temos apenas preposição. O "a" transforma-se em "ao": Assistiu a palestra. Assistiu ao filme. Nesse caso temos crase, portanto escreveremos: Assistiu à palestra. Casos especiais: comentários e dicas. Crase antes de palavras abstratas. artifício de substituir o termo que vem após o "a" por uma palavra masculina pode ficar um pouco mais difícil quando o termo for abstrato: Induziu as crianças a ou à preservação do meio ambiente? Referia-se a ou à salvação dos náufragos? O amor nem sempre resiste a ou à passagem dos anos? Em frases assim, se não lhe ocorrer um termo masculino para substituir preservação, salvação ou passagem, "invente um": troque o sufixo "ção", "agem" ou qualquer outro pelo sufixo "mento". Aí vai ficar mais fácil: Induziu as crianças "ao preservamento"; referia-se "ao salvamento"; o amor nem sempre resiste "ao passamento dos anos. Numa fração de segundo, você percebe se é um caso de crase ou não e poupa minutos preciosos. Crase antes de "horas". Antes de horas determinadas, quase sempre existe crase. Para ter certeza, troque as horas por meio-dia ( que é masculino). Se der "ao", acentue o "a"; caso contrário, não o faça: Chegou à uma hora e saiu às duas. (chegou ao meio-dia, saiu ao meio-dia) Das duas às quatro estaremos em reunião. (das duas ao meio-dia estaremos em reunião) fato ocorreu entre as onze e as duas horas. (o fato ocorreu entre o meio-dia e as onze; ou entre as onze e o meio-dia) Crase antes de pronomes relativos. único pronome relativo que pode vir antecedido de crase é qual, porque é o único que pode vir antecedido de artigo. Para avaliar o fato, troque a palavra que vier antes do pronome por um masculino. Se der "ao" pode acentuar: Eram elas as herdeiras às quais se fazia referência no testamento. (os herdeiros "aos" quais se fazia...) A profissão à qual se dedicava era muito rendosa. (o ofício "ao" qual se dedicava...) Observação: Se, nessas frases, tivéssemos "que" em vez de "qual", não haveria crase. Crase com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo. As preposições "de", "em", e "a" se combinam com esses demonstrativos. No caso da preposição "a", teremos crase: Não me refiro àquela garota, mas àquele rapaz. Para constatar a presença da preposição, troque "aquela", "aquele" e "aquilo" por "essa", "esse", "isso". Se houver preposição, ela ficará visível: Não me refiro àquela garota. (não me refiro "a" essa garota) Visitarei aquela garota. (visitarei essa garota) Crase com locuções adverbiais femininas. Nas locuções adverbiais femininas, ocorre crase: Estar à altura, parado à beira da estrada, agir às cegas, ficar à deriva ou à disposição, entrar à esquerda, entrar à força, ficar à frente de ou à espera de, estar à janela, estar à mão, chegar à noite, amor à primeira vista, seguir as instruções à risca, à semelhança de, sair às pressas, rir às gargalhadas, beber à saúde de, às vezes, estar às voltas com, andar à toa, vir à tona, agir à traição, etc. Observações: Se o "a" estiver no singular, e a locução, no plural, ou a palavra seguinte for masculina, é óbvio que não haverá crase: a portas fechadas, a expensas de, dormir a sono solto, andar a galope, agir a soldo, etc. Nas locuções adverbiais de meio ou instrumento, não há consenso sobre a ocorrência de crase, razão por que consideramos que o acento fica a critério de quem escreve: fechar à (ou a) chave, barco à (ou a) vela, escrever à (ou) a tinta, receber à (ou a) bala. Crase antes de palavras subentendidas. Pode ocorrer crase antes de palavras subentendidas: Esta rua é transversal à (rua) Coroados; não me refiro a essa editora, mas à (editora) Melhoramentos; sua coragem é superior à (coragem) de seus companheiros; os irlandeses ostentam uma tacha de colesterol inferior à (tacha) dos americanos; não respondi à tua última carta, mas à (carta) que enviaste antes; bife à (moda) milanesa, sua assinatura é idêntica à (assinatura) de seu pai, etc. Crase antes de nome de lugar (cidade, estado ou país). antes de nome de cidade isolado não pode haver crase, porque não existe artigo: Vou a Roma. Chegamos a Buenos Aires. Mas: Vou à Roma dos césares. Chegamos à glamourosa Buenos Aires. Antes de nomes de estado ou país que pedem artigo (a maioria), pode haver crase: Chegamos à Nigéria. Iremos à Bahia, tu irás à Colômbia. Antes de nomes de estado ou país que não pedem artigo (a minoria) não ocorre crase: Nas próximas férias irei a Santa Catarina. Depois de uma longa viagem, chegamos a Cuba. Preste atenção à transitividade do verbo. É muito comum em frases do tipo de "visitei a Europa", "conheço bem a Itália", os alunos pensarem que se trata de crase (por causa do "vou a e volto da") e acentuarem o "a", sem se dar conta de que o verbo é transitivo direto, razão pela qual, nessas frases, o "a" é um simples artigo. 8. Crase facultativa Antes de nome de mulher, o artigo é geralmente facultativo: Visitei Helena (ou visitei a Helena); portanto, refiro-me à (ou a) Helena. Antes de pronome possessivo, o artigo também é facultativo: Examinei tua (ou atua) redação; portanto, refiro-me a (ou à) tua redação. Observação: Frequentemente, em vestibulares ou concursos, o pronome possessivo aparece no plural. Nesse caso, das duas uma: ou o "a" vem no singular, e, nesse caso, não pode haver crase, ou o "a" vem no plural, e, nesse caso, havendo preposição, haverá crase: Refiro-me a suas colegas, ou refiro-me às suas colegas. 9. "A" ou "há". Às vezes, os alunos confundem a preposição a com o verbo haver. Quando indicarmos tempo passado, usaremos o verbo: Saiu há (ou faz) duas horas. Ela se formou há (ou faz) cerca de dois anos. EXERCÍCIO FINAL A República substituiu ___ Monarquia e impôs ____ pessoas um procedimento adequado ____ atmosfera democrática. Subiu ___ Rua São Pedro e proibiu ___ filhas de acompanhá-lo, mas permitiu isso ___ esposa. Disse ___ todos que anuíra ___ proposta, que ___ muito tempo o fizera. A garota ___ qual dedicava uma afeição sem limites não correspondia ___ sua paixão e ria ___ suas custas. Não me refiro ___ esta colega, mas ___ que encontramos ___ pouco no salão. ___ coragem dos pioneiros deve ___ América ___ mais importantes conquistas. Não se deve chegar ___ seis horas quando a reunião foi marcada para __ quatro. Esses atrasos vêm ocorrendo ___ muito tempo. É preferível tentar novas soluções ___ ficar apegado ___ rotina. Na França, a expectativa de vida aumentou devido ___ melhorias na área da saúde; no Brasil, devido ___ queda da mortalidade infantil. Quando saíram ___ passear, começou ___ chover. Meu pedido não se dirige ___ esta moça, mas ___ você. Amanhã chegaremos ___ Portugal. Depois visitaremos ___ Itália e iremos ___ Polônia. Vou ___ Buenos Aires e ___ Córdoba. Compareceu perante ___ diretora: ___ primeira vista, parecia um bom rapaz. Graças ___ ciência, estamos chegando ___ muitas conclusões decisivas. ___ qualquer hora, poderíamos vê-la ___ janela, controlando ___ rua. Associou-se ___ colega e convenceu-a ___ renunciar ___ luta. ___ noite, ficamos mais expostos ___ emoções. ____________ remota hora da manhã, poucos carros passariam por ali. Levou o carro ___ uma oficina e ficou de vir buscá-lo ___ uma hora. O encontro estava marcado para ___ sete. Levantei ___ seis, mas não consegui chegar ___ tempo. Recorreu ___ minha amizade e pediu ___ minha ajuda. Não me refiro ___ tuas colegas, mas ___ minhas. A turma ___ que pertenço é a mais divertida da escola. A turma ___ qual pertenço é a mais divertida da escola. Esta rua é paralela ___ Bento Gonçalves. Esta rua é paralela ___ que leva ___ praia Sua devoção ___ filhas era semelhante ___ de seus pais. A invenção do relógio pode ser comparada ___ da roda. Não a vejo ___ anos. ___ medida que amadurecia, reconsiderava ___ atitudes de criança. Apresentaram ___ paciente ___ psicóloga. ___ intuição ___ vezes se opõe __ lógica. Imergiram ___ pressas: se viessem ___ tona, ficariam ___ mercê dos aviões inimigos. Sentaram-se ___ mesa, beberam ___ saúde do aniversariante e prometeram que voltariam ___ noite. O cara é um zero ___ esquerda, vive ___ base de expedientes e recusa-se ___ trabalhar. Não vale ___ pena convidá-lo. Sentiu-se ___ vontade, pôs mãos ___ obra e passou ___ frente de todos. Respostas: 1. a, às, à; 2. a ou à, as, à; 3. a, à, há; 4. à, a ou à, a ou às; 5. a, à, há; 6. À, a, as; 7.às, as, há; 8. a, à; 9. a ou às, à; 10. a, a; 11. a, a; 12. a, a, à; 13. a, a; 14. a, à; 15. à, a; 16. a, à, a; 17. à, a, à; 18. À, a ou às. 19. Àquela; 20. a, à; 21. as, às, a; 22. a ou à, a; 23.a ou às, às; 24. a; 25. à; 26. à; 27. à, à; 28. às, à; 29. à; 30. há; 31.À, as; 32. a, à ou à, a; 33. A, às, à ou À, às, a; 34. às, à, à; 35. à, à, à; 36. à, à, a, a; 37. à, à, à. Observação: O segundo "a" da frase de número 5 e o primeiro "a" da frase de número 27 são casos menos frequentes de contração da preposição "a" com o pronome demonstrativo "a", que, nestas frases, equivale a "aquela". TESTES COMENTADOS 1. (UFRGS) Um grupo de vinte adolescentes caminhava em passos quase marciais na direção das areias do Arpoador, vindo da vizinha praia de Ipanema. Pareciam uniformizados - quase todos sem camisa e só de bermuda. Falavam alto e gesticulavam muito. Estavam agitados. Uma zoeira. Os termômetros, naquele momento, marcavam 35 graus em toda a orla marítima do Rio de Janeiro. Em frente a um hotel, o grupo que chegava se defrontou com outro que ocupava uma faixa de areia. Considere as seguintes alternativas: Se substituíssemos a preposição em (linha 1) pela preposição a, ocorreriam no contexto da frase, as condições para uma crase. Se substituíssemos a expressão na direção de (linha 2) por em direção a, ocorreriam, no contexto da frase, as condições para uma crase. Se substituíssemos um hotel (linha 6) por uma casa, ocorreriam, no contexto da frase, as condições para uma crase. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas II e III. I, II e III. Comentário A primeira afirmação está incorreta: o "a" estaria antes de uma palavra masculina (passos). A segunda afirmação está correta, porque teríamos "em direção a"+ "as areias". A terceira afirmação está incorreta, porque o "a" estaria diante do artigo "uma". 2. (Fundação Carlos Chagas) Justificam-se ambos os sinais da crase em: (A) Muitos ficam à vontade diante da televisão, à despeito de serem manipulados. (B) Deve-se poupar à criança do risco que representa assistir à televisão durante horas seguidas. Os princípios tecnológicos, à princípio, não têm valor em si mesmos; alcançam-no à medida que são utilizados. Não é caso de mandar a tecnologia às favas: ao contrário, trata-se de bem aproveitá-la à cada vez que se faz necessária. O fato de estarmos sempre às voltas com as leis de mercado não significa que devamos nos submeter às suas determinações. Comentário Na alternativa A, o segundo "a" vem antes de palavra masculina; na B, o primeiro "a" é apenas um artigo; na C, o primeiro "a" vem antes de uma palavra masculina; na D, o segundo "a" está diante de um pronome indefinido; a resposta correta é a E: o primeiro "a" antecede uma locução adverbial feminina, e o segundo, no plural, antes de um pronome possessivo, encerra artigo mais a preposição "a" exigida pelo verbo submeter. 3. (CESGRANRIO) Assinale a frase em que está incorreto o acento grave. Ele vive às custas do pai. O professor age sempre às claras. Não têm conta às vezes que viajou. Examinou o doente às pressas. Sairei às três horas. Comentário Nas alternativas A,B,D e E, temos locuções adverbiais femininas; portanto, crase. Na alternativa C, a expressão "às vezes", quase sempre locução adverbial, é um substantivo antecedido de artigo, exercendo a função de sujeito. Em ordem direta, teríamos: as vezes que viajou não têm conta. OUTROS TESTES DE CRASE 1. (QUESTÃO DE PROVA) Escolha a alternativa que completa os espaços pontilhados nas frases seguintes. Ética dirige-se ......... vontade, ao âmago do ser humano. Por essa razão vou me ater .......... questão da necessidade de um código de ética. Sobre o tema vale ........... pena citar as palavras de Gabriel Chalita. A consciência leva os homens ........... compreensão das dificuldades e da dor. à, à, à, à. à, à, a, à. à, à, à, a. a, à, à, à. a, a, à, à. 2. (QUESTÃO DE PROVA) Escolha a alternativa que completa os espaços pontilhados no texto. Conta ... lenda que ... centenas de anos, havia um índio guerreiro. (...) Apesar do cuidado e do carinho do esposo, ela não resistiu ... doença. a - a - a a - há - a à - à - à a - há - à (e) há - a - há 3. (FAURGS) O crescimento desordenado ajuda ...... piorar, porque, sem planejamento, não ........ proteção de nascentes nem de reservatórios naturais. O desperdício chega a 40% - equivalente ........ média brasileira - enquanto o aceitável é a metade disso. Assinale a alternativa que preenchecorretamente as lacunas do texto, na ordem em que aparecem. a - há -à à - a - à a - há - a à - a - a à - há - à 4. (FAURGS) Era como se ele se tivesse submetido à crença de que era preciso bater no peito e gritar "sou negro" ou protestar contra as discriminações. É revelador de profunda verdade sobre essa questão o fato de Gil ser um exemplo. Considere as seguintes afirmativas relativas ao emprego da crase. Caso em vez de crença tivéssemos princípio, as condições para o emprego da crase seriam alteradas. Caso em vez de protestar tivéssemos opor-se, seriam criadas no contexto da oração as condições para o emprego da crase. Caso em vez de sobre tivéssemos quanto, seriam criadas no contexto da oração as condições para o emprego da crase. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. I, II e III. 5. (UFRGS) Ao longo de 180 páginas, relata o seu cotidiano, que se limita, aqui, ao próprio quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da mãe. A seguir são apresentadas cinco possibilidades de substituição da expressão se limita. Qual delas manteria as crases seguintes? consta se constitui compreende não ultrapassa se restringe 6. (PUCRS) O uso do acento indicativo de crase depende do sentido que se quer dar à frase em: Não entendíamos a situação a qual se referia o jovem. A medida que crescia, o bebê exigia menos a presença da mãe. Apresentamos a paciente a psicóloga. A força que induz o ser humano a satisfação é imponderável. O medo a liberdade é um empecilho para a busca de novas alternativas. 7. (UCS) Observe a indicação de crase. I. A praça encontra-se a duas quadras daqui. II. A fazenda fica à duas horas daqui. III. Esta farmácia está a sua disposição. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. Apenas I e III. 8. Fiz ....... essa menina e ........ Rosângela algumas promessas .......... quais pretendo manter-me fiel. a - à - as à - à - as a - à - às a - a - as à - a - às 9. A garota ................ feições bem me lembro, encontrava-se na sala ....... me refiro. cujas - à qual de cujas - a que de cujas - a qual cujas - a que de cujas - a que 10. Finalmente chegamos ....... Itália. Depois de algum tempo pude voltar ......América do Sul e visitar ........ Colômbia. a - à - à à - a - à à - à - a a - a - a à - à - à Respostas: 1. B, 2. D, 3. A, 4. D, 5. E, 6. C, 7. E, 8. C, 9. B, 10. C. Explicações: No teste 6, podemos apresentar a paciente para a psicóloga, ou apresentar para a paciente a psicóloga. Daí, a flexibilidade do acento de crase. No teste 7, trata-se da indicação da crase, isto é, do acento. Por isso a frase I está correta (não há crase nem indicação de crase). A frase III também está correta, porque aqui a crase é facultativa (e o acento também, obviamente). A frase II está errada, porque não há crase, portanto não poderia haver indicação de crase. No teste 10, o último "a" é apenas artigo, porque o verbo "visitar" é transitivo direto. Se substituíssemos "Colômbia" por um país masculino (Canadá, por exemplo), teríamos: visitar "o" Canadá. Anotações OS NEXOS Em sentido amplo, nexos são palavras ou expressões que ligam termos orações ou ideias em geral. Em sentido estrito (que é o que nos interessa neste estudo), nexos são as conjunções coordenativas, as conjunções subordinativas os pronomes relativos e as preposições. Conjunções coordenativas Aditivas — adicionam, somam ideias: e, nem, mas também. É muito esforçado: estuda e trabalha. Não dou nem peço vantagem. Bons jogadores não apenas encantam o público, mas também decidem os jogos. Adversativas — do latim ―ad versum‖, que significa ―estar em frente‖, ―opor-se‖. Exprimem oposição, restrição: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não obstante, senão. É muito bonita, mas não arranja namorado. Não estava chovendo, porém ela chegou com o cabelo molhado. Pode ser que ela seja fiel; entretanto, eu não apostaria nisso. Alternativas -- exprimem alternância: ou, ou...ou, ora...ora. ―Mudaria o Natal ou mudei eu?‖ ( Machado de Assis) Ora rompe a relação, ora recomeça: não sabe o que quer. Conclusivas — introduzem uma conclusão: logo, portanto, por isso, então, pois (quando deslocado). ―Penso, logo existo.‖ (René Descartes) Estuda muito; portanto será aprovada. Era linda; não lhe faltariam, pois, namorados e admiradores. Explicativas — iniciam uma explicação: porque, porquanto, pois. Deve ser muito apaixonado, porque perdoa tudo o que ela faz. Certamente são muito pobres, porquanto vivem modestamente. Observações: Às vezes, a conjunção e é empregada com valor adversativo: É um rapaz valente. Está sozinho, sem emprego, e (mas) não se entrega. (é visível que entre as duas últimas orações a relação é de oposição) A conjunção pois ora atua como explicativa (nesse caso será sinônimo de porque), ora como conclusiva ( nesse caso será sinônimo de portanto). COMPLETE AS FRASES O cara é muito amarrado, não ata ..................... desata. Sempre foi muito estudiosa, ............................. passou no concurso. Sempre foi muito estudiosa, .......................... não passou no concurso. Todos achavam impossível, ..................... ela conseguiu passar. Deve ser muito burro, ................... não se flagra. Ela já deu várias dicas, .................... o cara não percebe. O carinha aprontou demais, .................. queimou o filme. Estava chovendo, .................. ela confirmou a excursão. O pai era muito tolerante, .................. resolveu dar-lhe uma alternativa: "Vai estudar ......... leva uma camaçada de laço. Mulher precisa ser bonita, ................. homem não precisa. Mulher precisa ser bonita, .................. homem também. Não era bonita ........... simpática, .............. mas fazia sucesso. Professores ganham pouco, ...................... vivem modestamente. Certamente a garota foi aprovada, ................... estão todos comemorando. Não era rico ............ bonito, ............... fazia sucesso com as mulheres. Pode ser que ela seja uma santa, ................................ pode ser que não seja. (Cancioneiro popular) Não tinha espaço físico suficiente, ........... dispunha de ajudantes; ................. fazia um bom trabalho. O time estava completo; não havia, ..........., qualquer desculpa para a derrota. Não estudava muito, ............ sempre tirava notas altas. Era muito rica, ................. podia vestir-se tão bem. Era muito rica, ............... se vestia com simplicidade. Respostas: 1. nem, 2. por isso; 3. mas; 4. mas; 5. porque; 6. mas; 7. por isso; 8. mas; 9. por isso, ou; 10. mas; 11. e; 12. nem, mas; 13. por isso; 14. porque; 15. nem, mas;16. mas também; 17. nem, mas;18. pois; 19. mas; 20. por isso; 21. mas. Observação: É claro que os nexos apontados como respostas poderiam ser substituídos por sinônimos. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS Dentre as conjunções subordinativas, é preciso destacar as integrantes, que introduzem as orações substantivas, das demais , que indicam circunstâncias, e introduzem as orações adverbiais. Vejamos inicialmente estas últimas, numa ordem mais didática que a alfabética: Causais — Iniciam orações que indicam causa: porque, visto que, já que, uma vez que, como, se, na medida em que. Ela não tem talento, mas faz sucesso porque é bonita. Como a estrada estava alagada, resolveram adiar a viagem. Se, no mundo feminino, os valores afetivos são muito importantes, a receita certa para tratar com as mulheres é a sensibilidade e a doçura. (Se, na última frase, invertêssemos a ordem das orações, o se poderiaser substituído por porque) Condicionais — Iniciam orações que indicam condição ou hipótese: se, caso, desde que, contanto que, a não ser que, sem que. ―Se eu perder esse trem, que sai agora às onze horas, só amanhã de manhã‖. (Adoniran Barbosa) Se o Sudeste e o Sul mudaram, também é verdade que outras regiões conservam hábitos primitivos. Faremos o negócio, desde que o pagamento seja parcelado. Temporais — Introduzem orações que exprimem tempo: quando, enquanto, logo que, assim que, desde que, apenas, se, mal. Quando os tiranos caem, os povos se levantam. (Provérbio popular) ―Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar.‖ (Adoniran Barbosa) Mal saiu da faculdade, montou um escritório e contratou um contador. Desde que entrou na faculdade, só anda de táxi. Finais — Iniciam orações que exprimem finalidade: para que, a fim de que. Aproximou-se para que eu pudesse abraçá-la. Dirigia devagar a fim de que os passageiros pudessem ver a paisagem. Comparativas — Introduzem orações que se constituem num dos elementos de uma comparação: como, quanto, qual, tal qual, feito, que (antecedido de mais ou menos), que nem (coloquial). ―Caía a tarde feito um viaduto, e um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos, E a Lua, tal qual a dona do bordel, pedia a cada estrela guia um brilho de aluguel.‖ ( João Bosco) Era linda como uma deusa. ―Eu sou louco por fandango Que nem pinto por quirera‖. (Jaime Caetano Braun) ―Era mais volúvel que um profundo político.‖ (Fagundes Varela) Conformativas — Indicam conformidade: conforme, segundo, consoante, como. As pessoas não são como nós queremos, são como são. Segundo afirmam os cientistas, o mundo está ficando mais quente. Fez a redação bem caprichadinha, conforme o professor mandou. Concessivas — Introduz orações que exprimem concessão, isto é, um fato contrário ao da oração principal: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, por mais que. Embora não estude muito, sempre tira notas altas. ―Ainda não conseguiram secar, por mais que o tentem, as fontes vivas da infância...‖ (Gustavo Corção) Consecutivas — Iniciam orações que exprimem consequência: que (antecedido de tão, tanto, tal ou tamanho), de modo que, de sorte que. Correu tanto que cansou. Gosta (tanto) de sorvete que se lambe. Estava cansado a ponto de não poder parar de pé. ―Era tão feio, coitado, tão judiado e esquecido, Que se tornou conhecido de nome Pedro Bonito‖... (Luís Meneses) Proporcionais — Iniciam orações que exprimem proporcionalidade: à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos. À medida que o jogo se aproximava do final, aumentava a ansiedade da torcida. Quanto mais difícil (for) o jogo, melhor (é) para ele. Integrantes — Introduzem as orações substantivas: que, se. Quero muito que ela volte para mim. (substantiva objetiva direta) Perguntei-lhe se tinha medo de assombração. (idem à anterior) É muito provável que ela se recupere. (substantiva subjetiva) Lembrou-se de que fora aprovado no teste.(substantiva objetiva indireta) A chuva era uma garantia de que haveria uma safra grande. (substantiva completiva nominal) Observação: a oração iniciada pela conjunção integrante completa a anterior. Daí decorre o termo integrante, do latim ―integrare‖, isto é, tornar inteiro, completar. Considerações gerais sobre as conjunções subordinativas Algumas conjunções subordinativas são extremamente versáteis. Isso pode dificultar, em concursos e vestibulares, a correta identificação da circunstância que ela introduz na frase proposta. A propósito disso, aqui vão alguns comentários que podem ajudar. Porque — essa conjunção pode ser causal ou explicativa. a garota está triste porque brigou com o namorado. O rapaz se acidentou porque dormiu na direção. Ela deve ter saído, porque ninguém atende o telefone. Deve ter chovido muito, porque as ruas estão alagadas. Nas duas primeiras frases, a oração sublinhada exprime causa: ter brigado com o namorado é a causa da tristeza da garota; ter dormido na direção é a causa do acidente. Nas duas últimas frases, é diferente: o fato de ninguém atender o telefone pode ser um indício de que a pessoa tenha saído, mas certamente não é a causa determinante do fato; a circunstância de as ruas estarem alagadas não pode ser a causa da chuva, porque a causa é anterior ao fato, e as ruas ficaram alagadas depois que choveu. O alagamento das ruas é, antes, um indício de que choveu, uma consequência da chuva: nunca a causa. Outro fator de diferenciação, como muito bem explica o Prof. Celso Pedro Luft, em seu Novo Manual de Português, está na pontuação. Antes da oração explicativa, sempre há pausa e mudança de tom; antes da oração causal, em geral, não há pausa nem mudança de tom. Outra dica: se o verbo da oração anterior estiver no imperativo, a oração iniciada por porque será explicativa. Como — essa conjunção pode indicar comparação, conformidade ou causa. Era honrado como seus pais. O acidente não ocorreu como descreveram. Como era muito bonita, fazia sucesso com os colegas. Na primeira frase, há claramente uma comparação; na segunda, conformidade (podemos substituir como por conforme); na terceira frase, a ideia é de causa (invertendo a ordem das orações, percebemos que como equivale a porque). Atenção: É muito comum, em vestibulares e concursos públicos, a conjunção como iniciando oração causal. Nesse caso, estará sempre antes da principal e será substituível por nexos causais, como já que, visto que e outros: Como era muito arrogante, os parentes o evitavam. (causa) (consequência) Se — Aí está outra conjunção muito versátil: Perguntei-lhe se estava casada. Se não intervieres, eles acabarão fazendo uma tolice. Se os homens não são perfeitos, a sociedade não pode ser perfeita (Cegalla) ―Não segue ele do Arábio a lei maldita, Se tu pela de Cristo só peleias?" (Camões, in Aurélio) Na frase da letra a, o se atua como conjunção integrante, introduzindo oração substantiva objetiva direta; na frase b, temos uma conjunção condicional; na frase c, o se introduz ideia de causa (invertendo a ordem das orações, poderíamos substituí-lo por porque); na última frase, o se tem uma nítida conotação temporal, equivalendo claramente a enquanto. As duas últimas possibilidades, inteligentemente percebidas pelos Profs. Domingos Pascal Cegalla e Aurélio Buarque, dificilmente apareceriam num concurso em virtude de serem raras e de difícil percepção. Fique atento às duas primeiras. Que — Como conjunção, é preciso ficar atento a três funções muito frequentes da palavra que: Só impus uma condição: que me dessem liberdade. Ela era mais inteligente (do) que suas colegas. Tenho (tanto) medo disso que me pelo. Na primeira frase, o que atua como conjunção integrante, introduzindo oração substantiva apositiva; na segunda frase, temos conjunção comparativa (nesse caso o que virá antecedido por mais ou menos); na terceira frase, o que é uma conjunção consecutiva ( sempre antecedido por tão, tanto, tal ou tamanho, os quais podem estar subentendidos). Observação: Outra função muito frequente da palavra que é a de pronome relativo. Nesse caso, estará retomando um termo anterior e será substituível por o qual, a qual os quais, as quais: Amigos verdadeiros são aqueles que não nos abandonam nas horas difíceis. Fique atento a essa última possibilidade. São muito comuns em provas de toda ordem questões que avaliam a capacidade de o candidato distinguir valores do que. PRONOMES RELATIVOS Pronomes relativos são palavras que representam substantivos ou pronomes citados anteriormente. São eles: que, quem, qual, cujo, onde e quanto. Os pronomes relativos introduzem orações adjetivas: Era uma cena que (a qual) comovia. ―Minha terra tem palmeiras Onde (nas quais)canta o sabiá.‖ (Gonçalves Dias) Érico Veríssimo é o escritor com quem (o qual) aprendemos a história do Rio Grande. Casimiro de Abreu foi o poeta cujos versos embalaram a infância dos meninos da minha geração. Não são muitos os amigos aos quais poderia confiar meus segredos. Sempre teve tudo quanto (o qual) quis, mas não valorizava. Na frase 1, o pronome que representa a palavra cena; na frase 2, onde representa o termo palmeiras; na frase 3, o quem retoma o substantivo escritor; na frase 4, o pronome cujos liga os substantivos poeta e versos, estabelecendo, como sempre, uma ideia de posse ( os versos pertencem ao poeta) ; na frase 5, quais retoma amigos; na frase 6, quanto retoma o pronome tudo. Observações: Com exceção de cujo, que sempre é pronome relativo, os demais são palavras versáteis, que podem se enquadrar em outras classes gramaticais; serão pronome relativos quando puderem ser substituídos por uma expressão em que entre a palavra qual. O pronome relativo que é o mais importante (porque é o mais frequente) e o que mais aparece em questões de vestibulares e concursos públicos. São muito comuns questões em que se selecionam várias incidências dessa palavra num texto e se pede aos candidatos que as identifiquem. No capítulo FUNÇÕES DO "QUE", iremos ajudá-los a resolver esses testes. Outro cuidado que precisamos ter em relação a esse pronome é que ele tem função sintática. Vamos examinar a frase seguinte: O homem que trabalha vence na vida. Na primeira oração (o homem vence na vida), o sujeito é o homem, e vence na vida é o predicado. Se procurássemos identificar o sujeito da segunda oração (que trabalha), com a tradicional pergunta ―quem é que trabalha‖, a resposta seria o homem. Ocorre que o homem está na primeira oração; em consequência, não será o sujeito da segunda. O sujeito da segunda oração será a palavra que representa esse termo, isto é, o pronome que. Vejamos agora esta outra frase: É muito divertido o livro que me deste. Na segunda oração (que me deste), o sujeito é evidentemente o pronome tu. Se procurássemos o objeto direto do verbo da segunda oração, com a pergunta ―tu me deste o quê?‖, a resposta seria o livro; mas esse termo está na primeira oração, por isso o objeto direto da segunda será o termo que representa ―livro‖ nessa oração, isto é, o que. Veja outras frases nas quais o pronome que exerce várias funções sintáticas: O filme a que assistimos ontem tinha uma bela fotografia. (objeto indireto) É um amigo a que(m) sou muito grato. (complemento nominal) A cidade a que chegamos não tinha um só hotel. (adjunto adverbial) Existem erros que não podemos aceitar. (objeto direto) Existem erros que marcam quem os comete. (sujeito) Essa é a marca em que você confia. (objeto indireto) Essa é a marca em que você tem confiança.(complemento nominal) ‖Nem tudo o que reluz é ouro, nem tudo o que balança cai.‖( ambos os ―ques‖ exercem a função de sujeito) Exercício Complete os períodos com as preposições, conjunções e pronomes relativos adequados. A empresa tinha regras duras __________ todos deviam submeter-se, ____________ precisavam do emprego. A garota era muito bonita, _______ não foi feliz no concurso ____________os juízes não gostaram do seu jeito atrevido. ____________ seja muito estudioso, não será bem sucedido na prova, _______________consiga superar o nervosismo. A punição era justa, ___________ o rapaz não queria aceitá-la, _________ fora criado sem nenhuma disciplina. __________ não seja muito agradável, são essas as pessoas ________ teremos de conviver. ____ saíres agora, chegarás a tempo; _______________ nada conseguirás. Lembro-me bem: era esta a praça ____________ bancos namorávamos. Não gostava de padres, ______________ não convidou o arcebispo, ____________ precisasse do seu apoio. Não podia atender bem os clientes _______________ não tinha espaço físico suficiente, __________ dispunha ______ funcionários, __________ esforçava-se _____________ fazer o melhor possível. Era uma mulher lindíssima; Não lhe faltariam, ________, namorados e fãs. Os remédios ________ precisávamos estavam em prateleiras __________ não tínhamos acesso. Eram amigos ____________ se podia contar nas horas difíceis. As férias ____________ sonhava, a garota ____________ se apaixonara, tudo estava a seu alcance. Prometeu asfaltar a estrada _____________ escoava a produção de maçãs. Aí está o livro ___________ páginas sempre me inspirei. Essas aí são as distorções ____________________ sempre lutei. Os indícios ___________ reconstruímos nosso passado são pequenos fragmentos de ossos _______ passariam despercebidos ______ leigos. As lembranças ___________ me orgulho hoje são as mesmas _________ me envergonhavam no passado. As regiões ___________ provêm as baleias são os mares gelados do Ártico. Não podia dar crédito _____ fatos ______ assistira ____ eles pareciam reais. Não podia dar crédito _____ fatos ______ assistira _______ ele parecessem reais. Ensinei- _____ jogar cartas, ________ , quando perdia, ficava furioso. Não aspiro ____ tais investiduras, mas perdoo _____ que me acusaram disso. Localizaram na praia uma âncora __________ pendia uma longa corda. Aderiu ___ nova situação ___________ queria dispor ______ vantagens que _____ adviriam, ________ não teve sucesso. 26.____________ o conhecesse _____ pouco tempo, estimava- __ muito. Absteve-se ____ publicar a notícia: as pessoas __________ devia obrigações saberiam compreendê-lo. Os ciganos contavam novidades dos lugares ____________ vinham. __________ ganharam fama de mágicos ou feiticeiros. Ora, __________ todos acreditavam nisso, ___________ não aproveitar a crença _________ ganhar um dinheirinho? As pessoas idosas têm mais dificuldade de movimento ______________ a capacidade respiratória diminui com o tempo ___ o coração bombeia menos sangue; _______ disso, as lesões são mais difíceis de curar. ____________ , não devem abandonar os exercícios. Anuir ___ contrato implicava sérios riscos. _________ disso ele insistia em fazê-lo. ________ ganha pouco, procura tarefas alternativas _______________ a família possa ter mais conforto. Respostas: 1. a que, porque; 2. mas, porque; 3. Embora, a menos que; 4. mas, porque; 5. Embora, com que; 6.se, senão ou caso contrário; 7. em cujos; 8. por isso, embora; 9. porque, nem, de, mas, para; 10. pois; 11.de que, a que; 12. com que; 13.com que, por quem; 14. por onde; 15. em cujas; 16. contra as quais; 17. com que, que, aos; 18. de que , que; 19. donde; 20. aos, a que, mas; 21. aos, a que, embora; 22. o a, mas; 23. a, aos; 24. de que; 25. à, porque, das, daí (ou dela), mas; 26. Embora, há, o; 27. de, a quem; 28. donde, Por isso, se, por que, para; 29. porque, e, além, Por isso; 30. ao, Apesar; 30. Como, para que. Atenção: Em muitas frases, as possibilidades de respostas são múltiplas. Na primeira frase, por exemplo, em vez de a que, poderíamos usar às quais e em vez de porque, poderíamos usar sinônimos como já que, uma vez que, etc. Na segunda frase, em vez de mas, poderíamos pôr porém, contudo, etc. E assim por diante. OUTROS TESTES SOBRE NEXOS 1. (QUESTÃO DE PROVA) O Amazonas cresce, fica poderoso e, quando entra no Brasil, já ficou demais. O nexo em destaque introduz uma ideia de oposição. causa. conformidade. (D) tempo. (E) condição 2. (QUESTÃO DE PROVA) Na frase de Machado de Assis"...ficamos pendurados na boca do bonzo, o qual, como lhe dissesse Diogo Meireles que a língua da terra me não era familiar, ia falando com grande pausa..." , o nexo como estabelece relação de causa. concessão. comparação. consequência conformidade 3. (CONSULPLAN) Preserva-se a coerência entre as ideias do texto, ao se substituir o termo em destaque que inicia o segmento"embora não assine" por: ainda que e todavia como pois 4. (Fundação Carlos Chagas) A frase "cresci numa famíliaem que ler romances e assistir a filmes não era considerado uma perda de tempo" permanecerá correta caso se substitua a expressão sublinhada por aonde. para a qual. em cuja. dentre à qual. da qual. 5. (Fundação Carlos Chagas) Está correta a expressão sublinhada em: Praticamente não mais se constroem casas cujas as janelas se abram sobre a calçada. São raras as casas em cujas janelas as pessoas ficam observando a vida das ruas. (C) Vovó é do tempo de onde as pessoas ficavam demoradamente nas janelas das casas. (D) Os meninos de hoje talvez não entendam o por que de as pessoas daquele tempo ficarem nas janelas. (E) Eram simpáticas aquelas casinhas aonde as janelas davam diretamente para a calçada. 6. (QUESTÃO DE PROVA) Na frase "Porém" certo dia a índia contraiu uma grave doença e ficou paralítica.", a palavra em destaque pode ser substituída, sem alteração de sentido, por Conquanto. Por que. Por consequência. Todavia Quando 7. (FAURGS) Por outro lado, embora fôssemos ambos de classe média, Gil conheceu alguns privilégios com os quais eu nem poderia sonhar. Todas as conjunções abaixo poderiam substituir embora, sem que se alterasse o significado da frase, à exceção de (A) conquanto. (B) ainda que mesmo que se bem que visto que 8. (FAURGS) Como Portugal não queria concorrência, o sucessor de Afonso V, D. João II, construiu o castelo para garantir o monopólio. O trecho Como Portugal não queria concorrência, no contexto em que ocorre, expressa ideia de comparação condição consequência concessão causa 9. (UFRGS) "Bebendo muito e se alimentando mal, Noel se tornou presa fácil da tuberculose". O trecho "Bebendo muito e se alimentando pouco" tem valor...................... , podendo ser substituído por orações desenvolvidas iniciadas por ................. e ....................., caso em que haveria mudança nos verbos beber e alimentar-se. causal - embora - porque explicativo - embora - porém causal - já que - porque causal - quando - onde explicativo - como - quando 10. (UFRGS) Se a linguagem não se limita a traduzir os fatos, mas tende a expressar pontos de vista, é preciso expô-los e eventualmente combatê-los. A construção que pode substituir o trecho Se a linguagem não se limita a traduzir os fatos é Caso a linguagem não se limite a traduzir os fatos. Dado que a linguagem não se limita a traduzir os fatos. Ainda que a linguagem não se limite a traduzir os fatos. Conforme a linguagem não se limite a traduzir os fatos. Se bem que a linguagem não se limite a traduzir os fatos. 11. (PUCRS) A alternativa em que a preposição para é utilizada com sentido diferente das demais é Hoje, fabricam-se tênis até para crianças que não sabem andar. Adeptos da vida natural, os adolescentes fazem as indústrias de roupa perseguirem estilos para conquistá-los. Os criadores de produtos andam sempre em busca de tendências no ar para acertar o filão mais rico do mercado. Os tênis perfomáticos têm camadas de ar entre a palmilha e a sola para absorver o impacto do pé com o chão. Pois bem: são pouquíssimas as pessoas que os compram para suar a camiseta. 12. (PUCRS) Ocorre relação de causa-consequência em Como é necessário conhecer as marés para chegar ao Mangue Seco, os visitantes valem-se da experiência dos nativos. O Nordeste, como acontece em outras regiões do país, é rico em belezas naturais (C) As dunas do Mangue Seco ondulam ao vento como se tivessem vida. Como as agências de viagem apregoam, algumas das praias próximas à Linha Verde são ainda agrestes. Os turistas que têm a felicidade de visitar o Mangue Seco desfrutam da vida como pediram a Deus. 13. (CESPE) Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. Mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de "no qual". (certo ou errado) Respostas: 1. D, 2. A, 3. A, 4. B, 5. B, 6. D, 7. E, 8. E, 9. C, 10. B, 11. A, 12. A, 13. Certo. Explicações: No teste número 2, se organizarmos as frases em ordem direta, teríamos "o bonzo ia falando com grande pausa porque Diogo Meireles lhe disse... No teste número 9, os fatos de Noel Rosa beber demais e alimentar-se mal são a causa de ter contraído tuberculose. No teste número 10, temos um caso raro do se introduzindo ideia de causa, como se pode perceber colocando a oração principal no início: "Os fatos precisam ser expostos e combatidos, porque a linguagem não se limita a traduzi-los. No teste 11, a palavra para introduz ideia de finalidade nas últimas quatro alternativas. Pode-se perceber isso substituindo-a por a fim de; na alternativa (A). isso não é possível porque , aqui, o para indica especificidade No teste 12, o como da alternativa (A) é sinônimo de uma vez que, já que, etc. Anotações TERMOS DA ORAÇÃO sujeito Termos essenciais predicado objeto direto complemento verbal objeto indireto Termos integrantes complemento nominal agente da voz passiva adjunto adverbial adjunto adnominal Termos acessórios aposto vocativo TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 1. Sujeito É o ser de quem se diz alguma coisa. O sujeito pode ser simples (quando só tiver um núcleo): Pedro namora uma garota bonita. O sujeito pode ser composto (quando tiver mais de um núcleo): Pedro e a namorada adoravam viagens. O sujeito pode ser indeterminado (quando não se pode precisá-lo) Assaltaram a casa do vizinho. Falavam muito mal daquela garota na escola. Vive-se mais tranquilo no interior. Precisa-se de vendedores. Era muito fácil resolver aqueles testes. Explicá-los era outra história. Observação: No último período, o sujeito dos verbos conjugados no infinitivo (resolver e explicar) é indeterminado. Na linguagem coloquial, em frases assim, às vezes, juntamos ao verbo a expressão a gente: Era muito fácil a gente resolver aqueles testes. Localização do sujeito Para localizar o sujeito, siga este roteiro: I. Verifique se o verbo está conjugado nas pessoas eu, tu, nós ou vós. Nesse caso, o sujeito será eu, tu, nós ou vós, quer o pronome esteja expresso, quer esteja omisso: ―Varrei os mares, tufão!‖ (Castro Alves) Sujeito: vós ―Entra, meu amor, fica à vontade, E diz com sinceridade o que desejas de mim.‖ (Lupicínio Rodrigues) Sujeito: tu, nas quatro orações. II. Se o verbo estiver conjugado na terceira pessoa do singular ou do plural, faça a pergunta Que(m) é que + o verbo (dica inteligente do Prof. Édison de Oliveira): 1. De toda a herança do pai, só lhe sobraram algumas cartas. Que é que lhe sobrou? Algumas cartas (sujeito) 2. Não me agrada ficar em casa aos sábados. Que é que não me agrada? Ficar em casa aos sábados (sujeito) 3. Choviam reclamações na mesa do síndico. Que é que chovia? Reclamações (sujeito) 4. Quem espera sempre alcança. (Provérbio popular) Quem é que alcança? Quem espera (sujeito) Observação: Nas frases 2 e 4, temos sujeito oracional. 2. Predicado É o que se afirma do sujeito: O predicado pode ser verbal (quando o núcleo for um verbo): O rapaz levantava cedo todos os dias. O predicado pode ser nominal (quando o núcleo for um nome): Os alunos eram muito jovens. A garota estava confusa com a atitude das colegas. O predicado pode ser verbo- nominal (quando possui dois núcleos, um verbo e um nome): Emocionada, a atriz desfilava diante do público. Levantei indisposto. Observação: No predicado verbo-nominal, sempre há um verbo de ligação subentendido: A atriz desfilava (e estava) emocionada. Levantei (e estava ou me sentia) indisposto. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Objeto direto:completa o sentido de um verbo transitivo direto: Do alto do morro, avistávamos as mulheres e as crianças. Eu a vejo todos os dias. Objeto indireto: completa o sentido de um verbo transitivo indireto: Ao pé da colina, assistíamos à passagem das sombras e das nuvens. Não acredito em bruxas. Não gostávamos do emprego, mas precisávamos dele. Queria muito aos pais, que também lhe queriam muito. Complemento nominal: completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio): A colocação dos cartazes começou de madrugada. A investigação do crime seria minuciosa e demorada. Estava contente com o acordo. júri parecia favorável ao réu. O júri decidiu favoravelmente ao réu. Estávamos perto de casa. Agente da passiva: é o termo que representa o autor da ação expressa por um verbo conjugado na voz passiva: As folhas foram derrubadas por um vento forte. As provas serão corrigidas por dois professores. vale estava sendo sacudido por um forte terremoto. A praia estava banhada de sol. Observações: Os pronomes oblíquos o, a, os, as, salvo casos raros em que atuam como sujeito de um infinitivo, sempre exercem a função de objeto direto. O pronome lhe quase sempre exerce a função de objeto indireto. Isso não ocorre quando o lhe é pronome possessivo. Nesse caso, deve ser considerado adjunto adnominal. Ouvia-lhe as palavras com toda a atenção. (ouvia as suas palavras) Corrigiu-lhe os gestos. (corrigiu os seus gestos) Beijou-lhe as mãos. (beijou as suas mãos) Em algumas circunstâncias (bastante raras) o pronome lhe pode exercer a função de complemento nominal: Pedro foi criado pelos avós. Por isso era-lhes muito grato. Observe que o termo lhes não se refere ao verbo era, mas ao adjetivo grato. São muito frequentes, em vestibulares e concursos públicos, questões que avaliam a capacidade de o candidato distinguir objeto indireto de complemento nominal. A diferença é óbvia: o objeto indireto completa um verbo; o complemento nominal completa um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio): Ela confia nos colegas. (objeto indireto) Ela tem confiança nos colegas. (complemento nominal) Ela está confiante na vitória. (complemento nominal) Dica - para analisar um termo, identifique a palavra a que ele se refere. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO Adjunto adverbial: acompanha um verbo, exprimindo circunstância: Nos braços do namorado, a garota desmaiou de emoção. Ontem à tarde vimos, na praia, um casal de golfinhos que passava no horizonte, lentamente. Ela sempre viaja de avião. Adjunto adnominal: acompanha um substantivo, determinando-o ou atribuindo-lhe uma característica (qualidade ou estado): No dia da formatura, ganhou dos pais um anel de ouro muito lindo. Era um homem perverso, sem escrúpulos. Aposto: acompanha um substantivo ou pronome, esclarecendo-lhe o significado: Nós, os brasileiros, somos muito sentimentais. Só te falta uma coisa: humildade. Dizem que Castro Alves, o poeta dos escravos, foi um grande namorador. Vocativo: (do latim "vocare" = chamar) é o termo que se emprega para chamar a atenção de alguém, para dirigir-se a uma pessoa: Vem cá, meu bem, senta aqui pertinho. Espera aí, Helena, já estou indo. Como é que é, cara. Você vem ou vai desistir? "Amigo! O campo é o ninho do poeta..." (Castro Alves) Observações: O objeto indireto e o adjunto adverbial (quando este último é uma expressão preposicionada) podem se confundir, porque ambos se referem a um verbo. Para não confundi-los, lembre-se de que o objeto indireto é um complemento do verbo, isto é, necessário à frase; o adjunto adverbial é um termo acessório, isto é, dispensável: A garota desmaiou. (frase completa) A garota desmaiou de emoção. (termo descartável--adjunto adverbial) A garota gostou. (frase incompleta) A garota gostou do presente. (termo necessário—objeto indireto) O complemento nominal e o adjunto adnominal (quando este último é uma expressão preposicionada), às vezes, são parecidos, porque ambos se referem a um nome. Para não confundi-los, lembre-se de que o adjunto adnominal é um termo acessório, isto é, descartável; o complemento nominal é um termo integrante, isto é, necessário à frase: Na sala, havia uma mesa velha e duas cadeiras. (frase completa) Na sala havia uma mesa velha e duas cadeiras de palha. (adjunto) Finalmente, começou ontem a colocação. (frase incompleta) Finalmente começou ontem a colocação dos cartazes. (complemento) Outra diferenças: O complemento nominal pode completar um substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto adnominal sempre se refere a um substantivo. Como observa inteligentemente o Prof. Celso Luft, o complemento nominal geralmente completa nomes abstratos derivados de verbos: Inventar modas—invenção de modas, inventor de modas. Colocar cartazes—colocação de cartazes, colocador de cartazes. Transportar pessoas—transporte de pessoas, transportador de pessoas. Vender imóveis—venda de imóveis, vendedor de imóveis. O adjunto adnominal, as mais das vezes, se refere a substantivos concretos: anel de ouro, bola de futebol, bloco de anotações, mesa de mármore, óculos de sol, lâmina de barbear, camisa de náilon, cavalo de corridas, etc. EXERCÍCIO Identifique os termos sublinhados. Às classes menos favorecidas restaram apenas as universidades privadas. Confiava na garota, mas não tinha confiança nas amigas dela. Oriundos de escolas públicas, os estudantes brasileiros, em sua maioria, não têm acesso às universidades federais. Em estados como o Rio de Janeiro, obtiveram-se bons resultados com a instituição de cotas. A clonagem de seres humanos não é eticamente defensável. Aliou-se aos colegas porque tinha admiração por eles. Afinal, lutavam pelas mesmas causas. Apaixonei-me por ela. Não resisti à sua beleza. Faltavam-lhe condições para exercer o cargo, mas sobravam-lhe razões para pretendê-lo. Salvei-lhe a vida. Desde então, não esconde sua afeição por mim. Fui salvo por ela; por isso sou-lhe grato. Todos se opunham ao projeto. A construção da represa fora planejada por pessoas que não se preocupavam com os danos ambientais. Tinha gosto pela música e era estimado pelos fãs. Lutava contra os erros. Não se conformava com eles. "Poetas, seresteiros, namorados, correi." Estava contente com a atitude da garota. Amava-a e, além disso, tinha respeito por ela. Fora procurado pelos patrocinadores. Todos acreditavam no seu projeto. A decisão foi favorável aos atletas. Todos ficaram felizes com ela. Este é o livro cujas páginas inspiraram tantos heróis. Este é o livro em cujas páginas se inspiraram tantos heróis. Sabe-se porque ocorrem os acidentes. Fora criado pelos tios. É natural que sentisse gratidão por eles. Comoveu-se com o gesto do pai. Beijou-lhe as mãos e prometeu-lhe que, dali por diante, se absteria das drogas. Demonstrou interesse pelo rapaz. Procurou-o e propôs-lhe irem à festa. Nós, os brasileiros, precisamos valorizar mais nossa cultura. Era muito bonita. Choviam-lhe propostas de casamento. A casa ficava longe da cidade; mas ele decidiu ir; era doido por festas. Só lhe faltava uma coisa: humildade; mas ela não o admitia. Deus dá nozes para quem não tem dentes. Nozes são inúteis para quem não tem dentes. Antigamente, bastava os pais levantarem os olhos para serem obedecidos pelos filhos. Quem cozinha para quem ama usa arroz "Tio João". (Peça publicitária) Para ti, a luta contra o tráfico é essencial para diminuir a violência urbana. Ler à noite está ficando difícil para mim. Não sei se ela ainda me ama e, na verdade, isso não me interessa mais. As garotas que mais namoram são aquelas que mais aproveitam. Os livros que me emprestaste são maravilhosos. Aquelas eram as fériascom que sempre sonhara. Colocaram um cartaz dourado em que se liam estas palavras: "Não perturbe, estamos em lua de mel. Respostas: 1. objeto indireto e sujeito; 2. objeto indireto e complemento nominal; 3. complemento nominal e complemento nominal; 4. sujeito (voz passiva sintética) e complemento nominal; 5. complemento nominal e predicativo; 6. objeto indireto, complemento nominal e objeto indireto; 7. objeto indireto e objeto indireto; 8. objeto indireto, sujeito, sujeito e objeto direto; 9. adjunto adnominal e complemento nominal; 10. agente da passiva, complemento nominal (o pronome ―lhe‖refere-se ao adjetivo ―grato‖); 11. objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva e objeto indireto; 12. complemento nominal e agente da passiva;13. objeto indireto e objeto indireto; 14. vocativos;15. complemento nominal, objeto direto, adjunto adverbial e complemento nominal; 16. agente da passiva e objeto indireto; 17. complemento nominal e complemento nominal; 18. sujeito e objeto direto; 19. sujeito; 20. sujeito; 21. agente da passiva e objeto direto; 22. objeto indireto, adjunto adnominal, objeto indireto e objeto indireto; 23. complemento nominal, objeto direto e objeto direto; 24. aposto; 25. predicativo e sujeito; 26. complemento nominal e complemento nominal; 27. aposto e objeto direto; 28. oração subordinada substantiva objetiva indireta; 29. oração subordinada substantiva completiva nominal; 30. oração subordinada substantiva subjetiva e agente da passiva; 31. oração subordinada substantiva objetiva indireta; 32. adjunto adverbial e complemento nominal; 33. oração subordinada substantiva subjetiva e complemento nominal; 34. oração subordinada substantiva objetiva direta, adjunto adverbial e objeto indireto; 35. sujeito; 36. objeto direto; 37. objeto indireto; 38. adjunto adverbial, sujeito (voz passiva sintética) e adjunto adverbial. TESTES SOBRE TERMOS DA ORAÇÃO E CLASSES GRAMATICAIS 1. (QUESTÃO DE PROVA) Qual das palavras destacadas nas frases não é o núcleo do sujeito? De onde surgiu a expressão "fazer uma vaquinha"? Segundo nos conta o professor Ari Riboldi, a expressão surgiu... Segundo nos conta o professor Ari Riboldi, a expressão surgiu de uma prática de premiação... Em 1923, a torcida do Vasco da Gama resolveu estimular os atletas de seu time. (E) O valor tinha inspiração nos números do jogo do bicho: 5, número do cachorro, equivalia a 5 mil réis... 2. (QUESTÃO DE PROVA) Considere a palavra "que" nas frases seguintes: Lembro que, anos atrás, fiquei emocionado... Exploradores da "National Geographic Society" descobriram que o Amazonas começa... O filete de água que escorre por uma parede rochosa é o ponto mais distante... Em quais frases o "que" exerce a mesma função? Apenas 1 e 2. Apenas 2 e 3. Apenas 1 e 3. Em todas as frases. Em nenhuma das frases. 3. (QUESTÃO DE PROVA) Assinale a alternativa em que a função da expressão destacada está corretamente identificada entre parênteses. Abraçou o corpo da índia... (sujeito) Após um tempo, chegada a Lua cheia, uma planta delicada brotou da sepultura dos amantes. (objeto direto) Para nunca se separar de sua esposa, o índio macuxi teceu uma tipoia e carregava a amada em suas costas... (objeto indireto) A lenda do Tamba-tajá é considerada uma das mais lindas histórias do Norte do Brasil. (predicado verbo-nominal) A junção dessas folhas representa o índio e sua amada. (objeto direto) 4. (CONSULPLAN) Quanto à classe gramatical das palavras destacadas, tem-se a correspondência correta em: (A)...mas diz que é dura. (pronome) Sim, existe um sindicato. (preposição) O cego da guitarra já o conheço. (pronome) (D)...acompanhado de uma velha... (adjetivo) (E) Quando encontra uma porta fechada, fica esperando. (advérbio de tempo) 5. (CESGRANRIO) No verso do compositor Cartola: "Preste atenção querida", de acordo com a linguagem culta, caberia o uso de uma vírgula para enumerar itens. enfatizar uma explicação. isolar o aposto. destacar o vocativo. separar circunstâncias. Observação: Nas questões a seguir, da Fundação Carlos Chagas, pede-se a flexão do verbo. No entanto, como para responder a elas, é necessário identificar o sujeito, pode-se enquadrá-las neste conjunto de testes. 6. (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionarse em alguma forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: Quando se ................... encantar pela tecnologia em si mesma, os homens tornamse alienados. (deixar) Aos homens libertários jamais .................... incomodar o pluralismo dos valores sociais. (dever) Não se .......................... as razões pelas quais os homens se encantam com o futuro da mercadoria. (compreender) .................... do mau emprego da tecnologia as situações em que o homem perde sua dignidade. (decorre) Caso se ........................ à tecnologia os imperativos éticos, ela trabalhará a favor do homem. (vincular) 7. (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS) O verbo entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da frase: A mudança das janelas de uma casa para as da internet ................... profundas transformações nos hábitos das pessoas. (implicar) Não .............. às crianças ficar um tempo demasiadamente longo diante de um monitor. (convir) Nunca ............ de nos afetar o que virmos pelas janelas abertas para o mundo. (deixar) (D) Sempre me ................. as imagens do mundo que estiver observando, não importa de qual janela. (afetar) (E) Não ..................... atemorizar as crianças aquilo que elas veem nas janelas da internet. (costumar) 8. (FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da frase: É preciso que se ...................... às eleições muito mais que uma informação confidencial. (conferir) O justo enfrentamento de todas as situações de conflitos sociais ................. uma das características da democracia. (constituir) As divergências que .................... haver numa sociedade dividida alcançam expressão política numa democracia. (costumar) Não se ...................... às manifestações eleitorais o sentido maior de um sistema democrático. (atribuir) Não ................. satisfazer a um cidadão, numa democracia, apenas os direitos que lhe cabem como eleitor. (dever) 9. (FUNDATEC) Em qual das alternativas se identifica corretamente o sujeito da forma verbal destacada? Mr. Bulwer, membro distinto da câmara dos comuns, sugeriu que o acompanhasse a um "meeting" em favor dos poloneses. (Mr. Bulwer) Todos estes oradores apresentaram uma série de lugares comuns, com os quais se comovem, geralmente, os franceses. (estes oradores) Indignou-se com os ingleses, vendo-os conformar-se com demonstrações de caridade a quem tinham o dever de defender. (demonstrações de caridade) Creio que minha honra está comprometida com a causa da Polônia, ainda que não seja mais do que um operário. ("eu", isto é, a pessoa que profere o enunciado) (E) Ouvindo falar este homem do povo, minha alma inteira sentiu-se arrasada como que por uma torrente irresistível. E havia um pensamento que não cessava de apresentar-se a meu espírito, enquanto falava. ("eu", isto é, o narrador) 10. (UFRGS) A seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a supostamente invencível Marselhesa. (...) Os apelos às armas da Marselhesa foram desfavoravelmente comparados às belezas naturais do florão da América e aos hinos dos países que nós derrotamos nas três fases da Copa. (...) É como se tivesse vindo pronto de uma casa de ópera.(...) Passei um bom tempo de minha infância sem atinar para o sentido de alguns versos. As cinco expressões abaixo apresentam idêntica estrutura: preposição seguida de nome. Elas têm todas a mesma função sintática, à exceção de: da competiçãodo florão da Copa de ópera de alguns versos 11. (UFRGS) Em qual das frases abaixo, retiradas do texto, a preposição destacada não é regida por um nome? ... problemas de saúde mental. ... desperdiçamos bilhões de dólares em medos irracionais. ... costume de desentocar medos bem mais ampliados. ... contrai o mau-hábito de olhar para dentro de si. (E) ... efeito colateral do modo de vida atual. 12. (CESPE) história é o lugar onde acontece o processo da superação do particular e da afirmação do geral. A repetição da preposição de antes de "superação", "particular" e "afirmação" indica que esses três termos estão empregados como complemento do nome "processo", caracterizando-o como acontecimento da história. (certo ou errado) Respostas: 1. E, 2. A ,3. E, 4.C, 5. D, 6. B, 7. D, 8. E, 9. A, 10. A, 11. B, 12. Errado. Anotações ESTUDO DAS ORAÇÕES Orações coordenadas Orações coordenadas são as que se ligam a outra de forma independente. Podem relacionar-se apenas pelo sentido ou por uma conjunção coordenativa. No primeiro caso, se dizem assindéticas (não ligadas); no segundo, sindéticas (ligadas). Exemplos de uma e outra estão nos provérbios: Vão-se os anéis, fiquem os dedos. Ajuda-te, e Deus te ajudará. As coordenadas que começam por conjunções recebem o nome da conjunção que as introduz: Aditiva - O cara é muito amarrado: não ata nem desata. Ele compõe e interpreta. Com apenas quatro anos, não só lê, mas também escreve. Adversativas - Ela é muito rica, porém se veste com simplicidade. ―Confesso que sou de origem pobre, mas meu coração é nobre.‖ (Zeca Pagodinho) Alternativas - Ou a primavera está mudando, ou o verão chegou antes. Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada, Zé, ou tem marimbondo no pé. (Provérbio popular) Conclusivas - Sempre foi muito correto, portanto podem confiar nele. Explicativas - Devem ser muito ricos, pois vivem luxuosamente. Se me vires abraçado com mulher feia, aparta, que é briga. O carro devia estar sem bateria, porque não pegava. Orações subordinadas Orações subordinadas são aquelas que dependem de outra, que recebe o nome de oração principal. As orações subordinadas classificam-se, de acordo com seu valor, em substantivas, adjetivas e adverbiais. Substantivas: É importante que estejas presente. (a tua presença) Adjetivas: Gente que mente não merece confiança. (mentirosa) Adverbiais: Saiu sem fazer barulho. (silenciosamente) Orações subordinadas substantivas As orações subordinadas substantivas têm o valor de um substantivo, quase sempre podem ser substituídas por um substantivo e, quando desenvolvidas, começam, quase sempre, por uma conjunção integrante (que, se). Assim como o substantivo, a oração substantiva também exerce uma função sintática e recebe o nome da função que desempenha. Essas funções são seis: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e aposto. Teremos, então, seis orações substantivas: subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas. Observe as frases: Todos querem a tua felicidade. (objeto direto) Todos querem que sejas feliz. (oração substantiva objetiva direta) É muito importante a tua presença. (sujeito) É muito importante que estejas presente. (oração substantiva subjetiva) Tudo depende do teu esforço. (objeto indireto) Tudo depende de que te esforces. (oração substantiva objetiva indireta) Corria a notícia do seu casamento. (complemento nominal) Corria a notícia de que ela se casaria. (oração substantiva completiva nominal) Meu maior desejo é a tua vitória. (predicativo) Meu maior desejo é que venças. (oração substantiva predicativa) Só impus uma condição: liberdade.(aposto) Só impus uma condição: que me dessem liberdade. (oração substantiva apositiva) Percebeu como é fácil? A oração objetiva direta é apenas um objeto direto sob forma de oração; a oração subjetiva é, na verdade, um sujeito que vem sob forma de oração; e assim por diante. Outra dica: A oração substantiva quase sempre pode ser substituída por um pronome demonstrativo: Todos querem que sejas feliz.—Todos querem isso. Meu maior desejo é que venças.—Meu maior desejo é esse. Tudo depende de que te esforces.—Tudo depende disso. Exercício Análise as orações substantivas e, quando possível, substitua-as pelo substantivo equivalente: A garota esperava que os irmãos voltassem. É quase impossível que localizem a criança. O botânico garantia que não existiam tais plantas. Prometeu à garota que iria visitá-la. Todos admitiam que estavam derrotados. É importante que sejas pontual. Perguntei-lhe se ainda me amava. Seria muito desagradável que vocês brigassem. Recomendaram-lhe que fosse cauteloso. Não me agrada que os colegas estejam tristes. Desejo que sejas bem-sucedido. Antigamente, para as garotas, bastava que fossem bonitas. Estavam certos de que venceriam. Tínhamos esperança de que ele seria aprovado. Avisaram o rapaz de que a viagem era perigosa. Tudo depende de que eles concordem conosco. Lembrem-se de que as provas estão próximas. Tive medo de que me agredissem. Os pais não se opunham a que ela se casasse. Só te falta uma coisa: que sejas mais humilde. Devemos ser gratos a quem nos apoia. É importante que viajes. Quem avisa amigo é. Quem tudo quer tudo perde. ―Quem não gosta de samba bom sujeito não é.‖ (Dorival Caymmi) Daremos o prêmio para quem vencer a prova. Deus dá nozes para quem não tem dentes. Nozes são inúteis para quem não tem dentes. As portas se abrirão para quem estudar bastante. Não sei se ela ainda me ama. Só lhe peço isto: que me devolva o quadro. Respostas: 1. objetiva direta—a volta dos irmãos; 2. subjetiva—a localização da criança; 3. objetiva direta—a inexistência de tais plantas; 4. objetiva direta—uma visita; 5. objetiva direta—a derrota; 6. subjetiva—a tua pontualidade;7. objetiva direta; 8. subjetiva—a briga de vocês; 9. objetiva direta—cautela;10. subjetiva—a tristeza dos colegas; 11. objetiva direta—o teu sucesso; 12. subjetiva—beleza; 13. completiva nominal—da vitória; 14. completiva nominal—de sua aprovação; 15. objetiva indireta— do perigo da viagem;16. objetiva indireta—da sua concordância;17. objetiva indireta— da proximidade das provas; 18. completiva nominal—da agressão;19. objetiva indireta—ao seu casamento;20. apositiva—humildade; 21. completiva nominal—aos nossos apoiadores; 22. subjetiva—a tua viagem; 23. subjetiva—o "avisador"; 24. subjetiva—o ambicioso; 25. Subjetiva. 26. objetiva indireta—ao vencedor da prova; 28. objetiva indireta—para os desdentados; 28. completiva nominal—para os desdentados; 29. objetiva indireta—para os estudiosos; 30. objetiva direta; 31. apositiva—a devolução do quadro. Observação: 1. As orações substantivas objetivas diretas podem às vezes ser introduzidas por pronomes indefinidos, advérbios e até mesmo, em casos relativamente raros, por preposições: Sei muito bem quem me denunciou à diretora. Não quis me dizer qual das garotas mandou o bilhete. Não quis me dizer quando ia se casar. Aposto como se salvaram. Perguntei-lhe onde estava até aquela hora. O fantasma sabe para quem aparece. Dize-me com quem andas e te direi quem és. Quem vai ao ar perde o lugar. "Vá perguntar ao seu freguês do lado qual foi o resultado do futebol". (Noel Rosa) Vou te mostrar com quantos paus se faz uma canoa. "No meu grande otimismo de inocente, Eu nunca soube por que foi... um dia, Ela me olhou indiferentemente, Perguntei-lhe por que era... Não sabia. (Raul de Leôni) Nas frases 1, 2, 8 e 9, as orações substantivas estão sendo introduzidaspor pronomes indefinidos; nas frases 3, 4, 5 e 11, por advérbios; nas frases 6, 7 e 10, por preposições. As vezes os alunos estranham ( e é compreensível) que uma oração objetiva direta possa ser introduzida por uma preposição. Eles fazem um raciocínio lógico: se a oração vem iniciada por preposição, então deve ser objetiva INdireta. No entanto, o que predomina aqui é a regência do verbo. Na frase 6, o verbo (saber ) é transitivo direto; na frase 10, o verbo (mostrar) possui dois objetos: te (objeto indireto- mostrar para ti) e a oração destacada (objeto direto); na frase 7, o verbo dizer, em sua primeira incidência, tem dois objetos: o pronome me, que exerce a função de objeto indireto (dize para mim) e a oração seguinte, que será o objeto direto. Orações subordinadas adjetivas As orações adjetivas equivalem a adjetivos e, quando desenvolvidas, são introduzidas por pronomes relativos: Era uma cena que comovia. (comovente) O homem que trabalha vence na vida. (trabalhador) O aluno que estuda merece louvor. (estudioso) A chuva que caiu nos últimos dias foi providencial. (recente) As orações adjetivas podem ser restritivas ou explicativas. Restritivas: quando se referem a alguns elementos de um conjunto: Os leões que vivem em circos acostumam-se com pessoas. Explicativas: quando se referem: a todos os elementos de um conjunto: Os golfinhos, que são mamíferos, precisam emergir para respirar. a uma coisa única: O marido, que estava viajando, ignorava suas travessuras. a termos já mencionados: Veio com a namorada e uma prima. As garotas, que eram muito comunicativas, logo fizeram amizade com o grupo todo. Observe outras diferenças entre as restritivas e as explicativas: As restritivas restringem o antecedente: na frase ―Os leões que vivem em circos acostumam-se com pessoas‖, quando dizemos ―Os leões‖, imaginamos todos os leões; a oração que vivem em circos restringe essa ideia. Agora não são mais todos os leões, mas apenas aqueles que vivem em circos. As explicativas não restringem o antecedente: apenas o esclarecem (como um aposto), ou acrescentam uma informação. As restritivas são indispensáveis à compreensão da frase. Se as retirarmos, a frase toda perde o significado. As explicativas podem ser descartadas sem prejuízo para a compreensão da frase. As restritivas não vêm separadas por vírgula; as explicativas vêm obrigatoriamente separadas por vírgula. Exercício Identifique as orações adjetivas e coloque as vírgulas quando forem explicativas: Cão que late não morde. O cão que é o melhor amigo do homem merece a nossa estima. Os cães que descendem dos lobos ainda conservam vestígios da vida selvagem. Os cães que usam coleiras podem ser rastreados e identificados. As pessoas que gostam de viajar estão aproveitando o dólar em baixa. Os lobos que viviam nos Estados Unidos foram exterminados pelos fazendeiros. Pedra que rola não cria limo. 8 A pedra que é dura resiste ao tempo. As pastas dentais que contêm flúor são preferidas pelos consumidores. A mãe que era muito bondosa sempre perdoava seus deslizes. As árvores que perdem as folhas no inverno são ideais para os jardins. Acharam um relógio e um anel. Devolveram o anel que era baratinho. O relógio que era de ouro sumiu. Os programas de televisão em que aparecem cenas de sexo e violência têm público garantido. O leão que é o rei dos animais tem porte majestoso. As baleias cinzentas que são poderosas nadadoras podem colocar metade de seu corpanzil de 13 metros fora da água. As baleias que vivem em águas quentes são mais ativas. 17. As calculadoras que possuem ―chips‖ de titânio são mais rápidas. Nos campos de nudismo onde se permite a entrada de curiosos ocorrem às vezes grandes confusões. Os campos de nudismo onde se dispensa completamente o uso de roupas possibilitam um contato mais perfeito com a natureza. Castro Alves que foi o poeta dos escravos é um dos orgulhos da literatura baiana. O homem que trabalha vence na vida. O homem que é mortal às vezes julga-se eterno. O meu amigo Pedro em cuja casa tantas vezes estivemos hospedados andava sumido. Tive muitos colegas cujo nome nem lembro mais. Respostas: São restritivas as orações das frases 1, 4, 5, 6, 7, 9, 11, 13, 16, 17, 18, 21, 24; nas demais frases, as orações adjetivas são explicativas; por isso, devem ser separadas por vírgulas. Observação: Algumas orações adjetivas podem ser restritivas ou explicativas, dependendo do contexto. Observe a mesma oração em dois contextos diferentes: Algumas crianças estavam descalças, outras calçavam botas de couro. As crianças que estavam descalças ficaram resfriadas. As crianças estavam descalças; os adultos calçavam botas de couro. As crianças, que estavam descalças, ficaram resfriadas. Percebeu a diferença? Na primeira frase, a oração adjetiva restringe o antecedente; na segunda, não, porque todas as crianças estavam descalças. Em vestibulares e concursos públicos, ocorrem com muita frequência frases assim: O rapaz era muito grato aos tios que o criaram. Aí vem a pergunta: Se colocarmos uma vírgula depois de tios, o sentido da frase muda? A resposta é sim. Sem vírgula, entendemos que o rapaz tinha vários tios, e apenas alguns deles o criaram e eram alvo de sua gratidão. A oração que o criaram estaria, então, restringindo o antecedente (tios). Com vírgula, a oração estaria se referindo a todos os tios. Orações subordinadas adverbiais As orações adverbiais, à maneira de adjuntos adverbiais, exprimem circunstâncias de tempo, causa, condição ou hipótese, finalidade, comparação, conformidade, concessão, proporção ou consequência. Quando desenvolvidas, começam pelas conjunções subordinativas (menos as integrantes, que iniciam as orações substantivas) e tomam o nome da conjunção que as introduz. Causais Entrou na função pública porque passou no concurso. Como estava muito cansado, decidiu ficar em casa. Se o jogo era muito difícil, como todos sabiam, precisavam ter cuidados defensivos. Temporais Pobre, quando come frango, um dos dois está doente. (Provérbio popular) Enquanto estiveram casados, ela foi fiel. Mal começou a chuva, o juiz suspendeu o jogo. "Quando eu tinha seis anos, ganhei um porquinho-da-índia." (Manuel Bandeira) Condicionais Caso tenhas de sair mais cedo, deixa a chave embaixo do tapete. Se dois ângulos são iguais a um terceiro, são iguais entre si. ―Tudo vale a pena se a alma não é pequena‖ (Fernando Pessoa) Finais Conta-me toda a verdade, para que eu possa avaliar tua atitude. Previu todas as hipóteses, a fim de que não pudessem surpreendê-lo. "Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto, pra você parar em casa." (Chico Buarque) Comparativas Quanto a essa garota, eu penso como tu (pensas). Nem sempre os filhos são tais quais os pais (são). "Quando olhei a terra ardendo Qual fogueira de São João"... (Luís Gonzaga) "Caia a tarde feito um viaduto"... (João Bosco) Conformativas Como dizem os antigos, as pessoas valem pelo que sabem. Segundo me disseram, o caso é complicado. Fez tudo conforme mandaram. Se deu errado, a culpa não era sua. Concessivas Em jogos decisivos, por pior que seja o adversário, é preciso ter cuidado. Conquanto o negócio pareça bom, procura ser cauteloso. Embora não estudasse muito, tirava notas altas. Proporcionais Quanto maior (é) o coqueiro, maior é o tombo. (Provérbio popular) À medida que crescia, compreendia melhor os conselhos dos pais. Consecutivas Chorava (tanto) que dava pena. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. (Provérbio popular) Era tão bonita que chamava a atenção. Observação: Embora a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) não mencione, existem orações adverbiais que exprimem ideia de modo (1) ou de lugar (2 e 3): Saiu sem que o vissem.(despercebidamente) Estarei onde combinamos. "Moro onde não mora ninguém" (Agepê) Exercício Identifique as circunstâncias expressas pelas orações adverbiais sublinhadas: ―Quando eu morrer, não quero choro nem vela.‖ (Noel Rosa) Tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia lá fica. ―Como há muitos Severinos Com mães chamadas Maria, Fiquei sendo o da Maria Do finado Zacarias.‖ (João Cabral de Melo Neto) Como afirmam os caipiras da minha terra, a floresta é virgem porque o vento é fresco. Pão de pobre, quando cai, cai com a manteiga virada para baixo. (Provérbio popular) A casa era tal qual eles a descreveram. ―Ter a um sonho de amor o coração sujeito É o mesmo que cravar uma faca no peito." (Menotti del Picchia) 8. Desde que a namorada chegou, anda mais animado. Faremos o negócio desde que o preço seja parcelado. Ria (tanto) que dava gosto. Ela faz sucesso porque tem talento. Ela faria as pazes se o rapaz pedisse desculpas. Conforme afirmam os cientistas, o planeta está aquecendo. A humanidade, assim como a conhecemos, surgiu na África. ―Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método.‖ (Machado de Assis) 16. Aonde fores ter, faze como vires fazer. (Ditado português) "Até a pé nós iremos, Para o que der e vier, Mas o certo é que nós estaremos Com o Grêmio onde o Grêmio estiver.‖ (Lupicínio Rodrigues) ―Onde me espetam fico." (Machado de Assis) 19. Era muito discreto: agia sem que as pessoas notassem. 20. Era grosso que nem palanque de banhado. (Comparação gaúcha) Respostas: 1. Tempo; 2. consequência 3. causa; 4. conformidade e causa; 5. tempo; 6. comparação; 7. comparação; 8. tempo; 9. condicão; 10. consequência; 11. causa; 12. condicão; 13. conformidade; 14. conformidade; 15. concessão; 16. lugar e conformidade; 17. concessão e lugar; 18. lugar; 19. modo; 20. comparação. Orações subordinadas reduzidas Observe o que ocorre quando colocamos o verbo de uma oração numa forma nominal (infinitivo, particípio ou gerúndio): (A) Se estudares bastante, terás alguma chance. Estudando bastante, terás alguma chance. (A) Quando terminou o jogo, começou uma briga na arquibancada. (B) Terminado o jogo, começou uma briga na arquibancada. (A) Eles pensavam que estavam perto da cidade. Eles pensavam estar perto da cidade; Percebeu? No primeiro conjunto (letra A), temos uma oração adverbial condicional. Quando o seu verbo é colocado no gerúndio (letra B), a conjunção cai. A oração, tinha três palavras; ficou com duas. Temos agora uma oração adverbial condicional reduzida de gerúndio. No segundo conjunto (letra A), temos uma oração adverbial temporal. Quando o seu verbo é colocado no particípio (letra B), cai a conjunção. A oração tinha quatro palavras; ficou com três. Temos agora uma oração adverbial temporal reduzida de particípio. No terceiro conjunto ( letra A), temos uma oração substantiva objetiva direta. Quando o seu verbo é colocado no infinitivo (letra B), a conjunção cai. A oração tinha cinco palavras; ficou com quatro. Temos agora uma oração substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo. Conclusão: oração reduzida não é um tipo novo de oração. São as orações subordinadas substantivas, adjetivas e adverbiais, que perdem a conjunção quando seu verbo é colocado numa forma nominal. Exemplos de orações substantivas reduzidas: É muito difícil localizar a criança. (que localizem a criança) A garota decidiu esperar o namorado. (que esperaria o namorado) Tudo depende de tomares a decisão correta. (de que tomes a decisão correta. Estou contente de teres ficado conosco. (de que tenhas ficado conosco). Meu maior sonho era voltares. (que voltasses ) Uma coisa me espantava: terem eles contado a verdade. (que eles tivessem contado a verdade) No primeiro exemplo, temos uma oração subjetiva. Se invertermos a ordem, fica clara a função de sujeito: Localizar a criança (ou a localização da criança) é muito difícil. No segundo exemplo, temos uma oração objetiva direta, isto é, uma oração que atua como objeto direto do verbo decidiu. No terceiro exemplo, temos uma oração objetiva indireta, isto é, uma oração que serve de objeto indireto para o verbo depende. No quarto exemplo, temos uma oração completiva nominal, isto é, uma oração que completa o adjetivo contente. No quinto exemplo, temos uma predicativa. Observe que o verbo da oração principal é ser. Se trocássemos a oração pelo substantivo que lhe corresponde, teríamos: Meu maior sonho era a tua volta. (predicativo) 6. No último exemplo, temos uma oração apositiva. Observações: Você percebeu que a única oração substantiva que vem separada da principal por um sinal de pontuação (dois-pontos ou vírgula) é a oração apositiva? As outras orações substantivas, em virtude da função que exercem, não podem vir separadas por sinais de pontuação. Você observou que as orações objetivas indiretas e as completivas nominais vêm introduzidas por uma preposição? Sempre que a oração substantiva vier sob a forma de reduzida, o verbo estará no infinitivo (nunca no gerúndio ou no particípio), porque o infinitivo é a única forma nominal que exerce funções de substantivo. Exemplos de orações adjetivas reduzidas: 1.Vi crianças brincando. (que brincavam) Fui o primeiro a saber da notícia. (que soube da notícia) As cartas enviadas pela ex-namorada eram doces e saudosas. (que a exnamorada enviava) 4."Quando olhei a terra ardendo (que ardia), qual fogueira de São João"... (Luís Gonzaga) Observação: As orações adjetivas podem ser reduzidas de infinitivo, particípio ou gerúndio. Exemplos de orações adverbiais reduzidas: Causais Não tendo presenciado o fato, preferi calar-me. Foi multado por dirigir sem habilitação. Sobrecarregado de trabalho, não tinha tempo para curtir a família. Temporais ―Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume.‖ (Machado de Assis) Feitas as contas, sobrou um pequeno saldo. Ao vê-la triste, percebeu que agira mal. Condicionais Indo rápido, ainda chegarás a tempo. A persistirem os sintomas, consulte um médico. A falta era distante, mas, bem cobrada , podia ser perigosa. Concessivas É incrível que, sendo tão bonita, não arranje namorado. Apesar de não se esforçar muito, sempre sai bem nas provas. Mesmo traído pela namorada, continuava a seu lado. Consecutivas Era bonita a ponto de causar inveja. Finais ―Estava à toa na vida, o meu amor me chamou Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor.‖ (Chico Buarque) Observações: 1. A compreensão e o domínio das orações reduzidas pode ser muito útil para quem escreve. Usando ora orações desenvolvidas, ora orações reduzidas, podemos melhorar a qualidade de nossas frases. Observe esta frase, de um antigo vestibular da PUCRS: É indispensável que se resolva o problema que enfrentam as populações marginalizadas a fim de que a sociedade se torne mais justa. A questão propunha que se reescrevesse a frase evitando o excesso de ―ques‖. Podemos fazê-lo facilmente reduzindo as orações: É indispensável resolver o problema enfrentado pelas populações marginalizadas a fim de a sociedade se tornar mais justa. E essa outra, que pegamos emprestada da excelente Gramática do Prof. Cegalla: Revelou-me que uma freira, que chegou há pouco, lhe disse que há por lá sérios receios de que se deflagre uma nova guerra. Revelou-me que uma freira recém-chegada lhe disse haver por lá sérios receios de se deflagrar uma nova guerra. É necessário conhecer as orações reduzidas para evitar equívocos gerados pela falta de paralelismo, como este: É importante que saias agora e voltares mais tarde. Temos aqui, ligadas por e, duas oraçõessubordinadas substantivas subjetivas, uma desenvolvida e outra reduzida. O efeito é desarmonioso. Quem conhece o assunto não escreverá frases assim. Ou usa duas orações desenvolvidas, ou duas reduzidas: É importante que saias agora e (que) voltes mais tarde. É importante saíres agora e voltares mais tarde. Em concursos públicos e vestibulares, são muito frequentes questões que pedem a identificação de orações reduzidas, mormente as adverbiais. Para responder a elas, precisamos conhecer as conjunções subordinativas. Depois, é só refletir para ver qual delas ―encaixa‖ na frase proposta. Exemplo: Sendo muito pobre, não podia vestir-se bem, como as amigas. Ou: Sendo muito pobre, andava de roupa de marca e carro do ano. Quanto à primeira frase, lendo-a a partir da oração principal, percebemos que a ideia é de causa: Não podia vestir-se bem como as amigas porque era muito pobre. Quanto à segunda, a conjunção que mantém o sentido é evidentemente embora (ou um sinônimo), o que demonstra claramente que a ideia aqui é de concessão. Vamos praticar o reconhecimento de orações adverbiais reduzidas. Analise as orações sublinhadas: Não tendo interesse no caso, resolvi não intervir. Quase morreu de tanto rir. Só sairia depois de jantar. A continuar brigando, é preferível romper a relação. Abandonado pelos companheiros, não conseguiu manter-se no cargo. Mesmo abandonado pelos companheiros, insistia em manter-se no cargo. Morando na roça, conhecia os costumes dos peões. Morando na roça, ignorava os costumes dos peões. Saindo agora, evitarás muitos dissabores. Ao perceber o logro, ficou furioso. Chegando lá, dê-lhe lembranças minhas. É estranho que a garota, sendo tão bonita, não tivesse namorado. Sendo tão bonita, é natural que os rapazes a assediassem. Ia-se casar com o rapaz sem amá-lo. Não saia sem eu autorizar. Não conseguindo uma redução no preço, desistirei do negócio. Maltratada pelo marido, decidiu abandoná-lo. Maltratada pelo marido, não se decidia a abandoná-lo. Andando depressa, ainda o alcançarás. 20.Trabalha muito para manter os filhos em boas escolas. Respostas: 1. Causal; 2. Causal; 3. Temporal. 4. Condicional; 5. Causal; 6. Concessiva; 7. Causal; 8. Concessiva; 9. Condicional; 10.Temporal; 11.Temporal; 12. Concessiva; 13. Causal; 14. Concessiva; 15. Condicional; 16. Condicional; 17. Causal; 18. Concessiva; 19. Condicional; 20. Final. TESTES COMENTADOS 1.(FAURGS) Como Portugal não queria concorrência, o sucessor de Afonso V, Dom João II, construiu o castelo para garantir militarmente o monopólio. O trecho Como Portugal não queria concorrência expressa, no contexto em que ocorre, ideia de comparação. condição. C)concessão. consequência. causa. Comentário: A conjunção como é bastante versátil. Na frase proposta exprime causa. Observe que ela poderia ser substituída por outros nexos causais como já que, uma vez que. Se invertêssemos a ordem das duas primeiras orações, começando a frase pela oração principal (O sucessor de Afonso V, Dom João II, construiu o castelo), poderíamos substituir como por porque. 2. "O cocheiro aventurou duas ou três perguntas sobre a minha situação moral; não me arrancando nada continuou o seu ofício. Chegando a casa deitei aquelas emoções ao papel; tal seria o discurso." (Machado de Assis) As orações não me arrancando nada e chegando a casa exprimem nas frases, respectivamente, circunstâncias de consequência e modo. comparação e tempo. concessão e condição. causa e tempo. conformidade e finalidade. Comentário: Como os nexos não aparecem a tarefa de reconhecimento das orações fica mais difícil. A primeira ideia é de causa. Poderíamos desenvolver a primeira oração: uma vez que não me arrancou nada, continuou o seu ofício; ou, invertendo a ordem: continuou o seu ofício porque não me arrancou nada. A segunda oração exprime circunstância de tempo: (quando) cheguei a casa. OUTROS TESTES SOBRE ORAÇÕES 1. (Fundação Carlos Chagas) Amir, afastado de nós pela particularidade de seu grupo, revela-se igual a nós pela singularidade de sua experiência. Caso o autor quisesse explicar o sentido contextual da expressão sublinhada na frase acima, poderia ter escrito: (A) desde que afastado de nós. (B) porque afastado de nós. conquanto afastado de nós. uma vez afastado de nós. dado que afastado de nós. 2. (Fundação Carlos Chagas) A coerência da frase está prejudicada pelo emprego da expressão sublinhada em: É comum ocorrerem desavenças familiares durante uma Copa, visto que muito poucas pessoas mantêm o espírito sereno durante os jogos. A rotina familiar é alterada durante a Copa, tanto assim que há casos de ressentimentos gerados pelo excesso de paixões. A despeito de serem os torcedores mais inflamados, os homens costumam deixarse arrebatar pelo entusiasmo durante uma Copa do Mundo. Muito embora as mulheres não sejam, via de regra, torcedoras fanáticas, há sempre aquelas que sofrem com os maus resultados de nossa seleção. À medida que transcorrem os jogos, vai subindo o grau de emoção e de nervosismo dos torcedores mais preocupados. 3. (QUESTÃO DE PROVA) Todos nós, vez por outra, somos chamados para fazer uma vaquinha, juntar dinheiro para ajudar alguém, pagar o vidro quebrado no jogo de futebol ou jantar entre amigos. Se as orações reduzidas de infinitivo destacadas na frase forem desenvolvidas, a correta flexão dos verbos, obedecendo à adequada correlação e concordância com o restante do período será faça - junte - pague - jante. façam - juntem - paguem - jantem. façamos - juntemos - paguemos - jantemos. fazemos - juntamos - pagamos - jantamos. fazem - juntem - paguem - jantem. 4. (CONSULPLAN) A alternativa em que a oração destacada expressa oposição é: ... "não vai malsatisfeito porque sempre faz algum dinheiro em nossa esquina." "Sim, existe um sindicato, mas ele não acredita que valha de nada." "Uma delas traz uma bola branca e as três ficam a jogá-la com as mãos na esquina." (D)"Eram mais pungentes e ridículas quando tentavam cantar modinhas de carnaval." (E) "Se eu os deixasse seguir, seriam levados para alguma outra casa..." 5. (UFRGS) Assim que a seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a supostamente invencível Marselhesa, "The Guardian" anunciou: "O Brasil possui agora o melhor hino nacional da Copa do Mundo". Assinale a alternativa que exprime a circunstância expressa na oração tirando da competição a supostamente invencível Marselhesa. Causa Comparação Consequência (D) Concessão. (E) Oposição. 6. (UFRGS) Para responder à questão 6, considere o seguinte trecho: "a pessoa que a disse sabe que está mentindo e o faz deliberadamente". Assinale a alternativa em que os parênteses marcam adequadamente a separação entre as orações subordinadas e a principal. (A) A pessoa que a disse sabe (que está mentindo) e o faz deliberadamente. (B) A pessoa que a disse sabe (que está mentindo e o faz deliberadamente). A pessoa (que a disse) sabe (que está mentindo) e o faz deliberadamente. A pessoa que a disse) sabe (que está mentindo e o faz) deliberadamente. A pessoa (que a disse) sabe (que está mentindo) e (o faz deliberadamente). 7. (PUCRS) A palavra destacada na frase "Que isso existe todo mundo sabe", e na frase ......... pertencem à mesma classe gramatical. Que maravilha! Será a universidade da diversidade! É preciso mostrar que as minorias também são capazes. O racismo é tão disfarçado que às vezes fica difícil evidenciar sua existência. Os resultados das pesquisas sobre racismo foram aqueles que se previam. Que se poderia esperar de uma sociedade assim tão marcada pela desigualdade? 8. (PUCRS) "É um poder formidável que, exercido com sabedoria, além de divertir e entreter, serviria para melhorar o país." A oração que pode substituir exercido com sabedoria,sem prejuízo para a relação com as demais formas verbais presentes na frase, é quando for exercido com sabedoria. caso for exercido com sabedoria. por ser exercido com sabedoria. se fosse exercido com sabedoria. porque é exercido com sabedoria. 9. (UNISINOS) "A pessoa de convicções assenta serenamente sobre suas ideias, ao contrário do fanático, que impõe suas certezas, desrespeitando a liberdade do outro." Considere as afirmações sobre a oração que impõe suas certezas: I. A oração é separada por vírgula da oração principal porque é uma oração subordinada adjetiva explicativa, implicitando que todo fanático impõe suas certezas. II. Se a oração não fosse precedida de vírgula, apontaria para a ideia pressuposta de que nem todos os fanáticos impõem suas certezas. III. A vírgula antes da oração é apenas enfática, pois sua ausência não acarretaria nenhuma mudança no sentido global do enunciado. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas III. Apenas I e II. Apenas II e III. 10. (UNISINOS) Em "ficou provado que os documentos eram falsos", a oração subordinada é uma substantiva subjetiva. objetiva direta. objetiva indireta. completiva nominal. predicativa. 11. (CESPE) Se não encontrarmos as soluções, as consequência serão desastrosa, a começar pela morte de dois milhões de crianças nos próximos cinco anos. A vírgula empregada depois de "desastrosas" separa a oração "as consequências serão desastrosas" de uma outra, que lhe atribui uma circunstância, sendo também coerente e gramaticalmente correto iniciá-la por começando, em lugar de "a começar". (certo ou errado) Respostas: 1. C, 2. C, 3. C, 4. B, 5. C, 6. C, 7. B, 8. D, 9. D, 10. A, 11. Certo. Breve explicação: Na resposta da questão 8, considere não apenas o nexo mas também o verbo fosse, que combina com o verbo serviria da oração principal. Anotações: EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO A vírgula (no interior da oração) No interior da oração, a vírgula separa: O vocativo: "Dona Sancha, peço-lhe que não leia este livro." (Machado de Assis) "Mulher sardenta e cavalo passarinheiro...alerta, companheiro!" (Simões Lopes Neto) "Eu faço versos como os saltimbancos Desconjuntam os ossos doloridos. A entrada é livre para os conhecidos... Sentai, amadas, nos primeiros bancos." (Mário Quintana) O aposto: "No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente." (Mario de Andrade) "O esforço é grande e o homem é pequeno. Eu, Diogo Cão, navegador,deixei Este padrão ao pé do areal moreno E para diante naveguei." (Fernando Pessoa) Os ursos pandas, animais prediletos da garotada, não se reproduzem em cativeiro. Termos de mesma função sintática (ou itens de uma série): "O corpo de Negrinha era tatuado de sinais, cicatrizes, vergões." (Monteiro Lobato) Foi ao supermercado e fez um belo rancho: cerveja, vinho, conhaque, uísque, uma cachaça para a caipirinha. (cesta básica!) A conjunção deslocada: "O vaqueiro, porém, criou-se em condições opostas." (Euclides da Cunha) Ela sempre foi muito bonita; não lhe faltarão, pois, namorados e admiradores. Observação: Algumas conjunções adversativas e conclusivas, como portanto, por isso, então, consequentemente, todavia, contudo, dada sua origem adverbial, podem ser separadas mesmo no início da oração: "Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa." (Machado de Assis) "No entanto, teve de ceder ao silêncio da esposa." (Milton Hatoum) Certas expressões retificativas, explicativas, aditivas, tais como: por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, outrossim, além disso, etc. A elipse do verbo: "Excelente senhora, a patroa." ( Monteiro lobato) "O talento se forja na solidão; o caráter, na sociedade" (Goethe, in Almeida Torres) "A esquerda sonha com o futuro; a direita, com o mercado futuro." (Arnaldo Jabor) "Poeta sou; pai, pouco; irmão, mais. Lúcido, sim; eleito, não. (Manuel Bandeira) "Uma flor, o Quincas Borba." (Machado de Assis, in Rocha Lima) Observação: Na primeira frase, está subentendido, depois da vírgula, o verbo "era"; na segunda, "se forja"; na terceira, "sonha"; na quarta frase há vários exemplos de elipse do verbo "sou" ou "fui"; na última, subentende-se a forma verbal "era". 7. O adjunto adverbial deslocado: no meio da oração: " O sertanejo é, antes de tudo, um forte." (Euclides da Cunha) "Há muito tempo, sim, que não te escrevo." (Drummond) "A dor, segundo o Humanitismo, é pura ilusão." (Machado de Assis) "Aqui, ali, por toda a parte, encontravam-se trabalhadores." (Aluísio de Azevedo) no início da oração: "Naquela madrugada de abril de 1745, o Pe. Alonzo acordou angustiado." (Érico Veríssimo) "Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes." (Graciliano Ramos) "Em casa da Rita Baiana, a animação era ainda maior." (Aluísio de Azevedo) "No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente." (Mario de Andrade) Observação: Como se pode ver pelos exemplos, a separação do adjunto adverbial deslocado, no início da oração, é facultativa. Mesmo no interior da oração, os adjuntos adverbiais, mormente os de pequena extensão, não são separados obrigatoriamente. A vírgula (entre as orações) A vírgula separa as orações coordenadas assindéticas, isto é, aquelas que não se ligam por conjunções: "Gabriela encolheu-se, virou-se na cama, deu-lhe as costas, puxou os lençóis." (Jorge Amado) "Correu o tempo de um mês, choveu nos currais, perdi um boi em dente de surucucu." (José Cândido de carvalho) As orações coordenadas iniciadas por conjunção também se separam por vírgula, salvo as que começam por e: "Esse negro metia medo de se ver, mas era bonito." (Afonso Arinos) "Penso, logo existo." (René Descartes) Ora entra, ora sai, não se decide. garota deve ter sido aprovada, porque os familiares estão comemorando. Observação: As orações coordenadas ligadas por e se separam quando tiverem sujeito diferente: "Eu era advogado de algumas casa ricas, e os processos vinham chegando." (Machado de Assis) "Com ela estavam as chaves da despensa, e era ela quem mandava as negras no serviço doméstico." (José Lins do Rego) Joãozinho comeu a merenda, e a professora leu os exercícios. As orações subordinadas substantivas, com exceção das apositivas, não podem ser separadas da principal por vírgula ou qualquer outro sinal de pontuação, porque se constituem em termos integrantes, ou essenciais da oração principal: Todos querem que sejas feliz. (objetiva direta) Corria a notícia de que ela se casaria. (completiva nominal) Meu sonho era viajar pelo mundo. ( predicativa) Quem dá aos pobres empresta a Deus. (subjetiva) Lembrou-se de que era aniversário da filha. (objetiva indireta) As orações adjetivas explicativas se separam por vírgula; as restritivas, não. "O sol declinava no horizonte e deitava-se sobre as grandes florestas, que iluminava com seus últimos raios. (José de Alencar) "A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer." (Mário Quintana) O marido, que estava viajando, ignorava suas travessuras. Marido que é macho mesmo chega em casa de madrugada e, vendo a mulher atrás da porta, de vassoura na mão, pergunta: Vai varrer, ou vai voar? Pedra que rola não cria limo. pedra, que é dura, resiste ao tempo. Atenção: Algumas orações adjetivas podem ser restritivas ou explicativas, dependendo do contexto: As mulheres que são muito vaidosas passam horas na frente do espelho. As outras, não. As mulheres, que são muito vaidosas, passam horas na frente do espelho. Os homens, não. Percebeu a diferença? No primeiro período, a oração adjetiva restringe o antecedente (as mulheres);no segundo, não. As orações adverbiais antepostas à principal ou intercaladas separam-se por vírgulas; as que vierem depois da principal podem ser separadas ou não. "Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar." (Alphonsus de Guimaraens) " Se a seca chegasse, não ficaria planta sobre planta." (Graciliano Ramos) "A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa." (Machado de Assis) " A luz frouxa e suave do ocaso, deslizando pela verde alcatifa, enroscava-se como ondas de ouro e de púrpura sobre a folhagem das árvores." (José de Alencar) "Quem teria deixado, enquanto nos amávamos, o tarro de luz à nossa porta?" (Mario Quintana) Pão de pobre, quando cai, cai com a manteiga virada para baixo. Não se emprega vírgula: Entre o sujeito e o verbo, ou entre o verbo e seus complementos. A vírgula separa orações ou termos acessórios, descartáveis. Não deve ser usada entre termos integrantes ou essenciais, porque, nestes casos, não se faz pausa na leitura. Depois das conjunções e, mas, porém e que. O que pode haver, depois dessas conjunções, é uma expressão ou oração entre vírgulas: "Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda para o português." (Aluísio de Azevedo) "E, quando comecei a tocar violão, não queria aprender música."(Lima Barreto) "Cedo, de madrugada, sem rumor, para não despertar o meu Jacinto, que, com as mãos cruzadas sobre o peito, dormia beatificamente na sua enxerga de granito, parti para Guiães." (Eça de Queirós) Antes do primeiro ou depois do último item de uma série: Os erros, as frustrações, os insucessos não significam que devemos desistir. Trazia uma chave de fenda, um martelo, um serrote, alguns parafusos. Observação: Se puséssemos vírgula depois de insucessos, estaríamos separando o sujeito do verbo; se puséssemos vírgula depois de trazia, estaríamos separando o verbo do objeto direto. Os dois-pontos Empregam-se os dois-pontos: Nas citações: Lembrando-se da visita do Halley, em 1910, Drummond escreveu: "Achei que morrer não seria tão ruim: não haveria mais aulas de Aritmética, nem missa de domingo, nem obediência aos mais velhos". Uma antiga anedota conta que um dos generais da Ditadura Militar, deslumbrado diante de um computador (que, por sinal, era novidade na época), disselhe: "Fala!" E o computador teria respondido: "Eu não falo, computo". No leito de morte, quando lhe perguntaram se não gostaria de retificar alguns exageros do Livro das Maravilhas, Marco Polo retrucou: "Fiquem sabendo que não contei nem a metade do que vi". Nas enumerações: Três coisas asseguravam a Júlio Verne uma aparência simpática: cabeleira espessa, barba e bigode brancos, olhos calmos e bondosos. Em Bolonha, na Itália, no século XI, surgiu a primeira universidade. Ela se dedicava ao estudo das três atividades mais destacadas na época: Medicina, Astronomia e Lógica. "José Fandango costumava resumir seus gostos e desgostos numa frase conhecida: "Hai três coisas nesta vida que me fazem muito mal: mulher velha, noite escura e cachorrada no quintal." (Érico Veríssimo) Antes de alguns apostos, quando se pretende destacá-los: "Alphonsus de Guimaraens foi poeta de um só tema: a morte da amada." (Alfredo Bosi) "Só tinha uma preocupação: aumentar os bens." (Aluísio de Azevedo) Bem no fundo do oceano, onde não chega a luz do sol, brilham chamas estranhas, invisíveis aos olhos humanos, cuja causa só pode ser uma: reações químicas entre minerais dissolvidos. O homem moderno privilegiou uma só alternativa de lazer: a televisão. Em seu último livro, o astrônomo americano Carl Sagan, conhecido no Brasil pela série Cosmos, imagina que uma nave alienígena teria de se aproximar muito para identificar a espécie dominante do planeta: os automóveis. (Revista Superinteressante) Nas explicações: "Que moça culta a Maria Eduarda: usa ponto e vírgula." (Mário Quintana) "Fabiano seguiu-a com a vista e espantou-se: uma sombra passava por cima do morro." (Graciliano Ramos) "Custou-lhe muito aceitar a casa; farejara a intenção e doía-lhe o ofício, mas afinal cedeu. Creio que chorava a princípio: tinha nojo de si mesma.‖ (Machado de Assis) "Nesse louco vagar, nessa marcha perdida, Tu foste, como o sol, uma fonte de vida: Cada passada tua era um caminho aberto! Cada pouso mudado, uma nova conquista!" (Olavo Bilac) Ao contrário do que pensavam os antigos, as flores não são meros caprichos da natureza: suas cores, perfumes e formas são estratégias para atrair insetos essenciais à sua reprodução, como as abelhas. (Revista Superinteressante) Embora tenha sido muito lembrado neste ano, o gaúcho tradicional já quase não existe: sua bombacha virou "jeans", seu cavalo transformou-se numa melancólica recordação. (De um vestibular da UFRGS) Minissaia é como cerca de arame farpado: protege a propriedade, mas não impede a visão. ( Para-choque de caminhão) Observação: a explicação pode ser percebida pela possibilidade de substituir os doispontos por uma vírgula e uma conjunção explicativa, por exemplo, "pois". Nas complementações "Deus não fez as flores para o homem: fê-las para a mulher." (Monteiro Lobato) Amor verdadeiro não é posse: é doação. "A Pátria não é ninguém: são todos." (Rui Barbosa) "A gente não é o que é: é o que foi e o que há de ser." (Padre Vieira) "Não sou alegre nem sou triste: sou poeta." (Cecília Meireles) Malandro não estrila: chia. (Dito popular) Observação: a complementação consiste em dizer o que algo não é, e, após os dois pontos, completar o conceito dizendo o que aquilo é. Para anunciar um resumo do que se disse: Era uma criança loira, de olhos azuis, narizinho delicado, sorridente: um encanto. "A segunda pessoa era um parente de Virgília, o Viegas, um cangalho de setenta invernos, chupado e amarelado, que padecia de um reumatismo teimoso, uma asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hospital concentrado." (Machado de Assis) "Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro." (Drummond) Para indicar um detalhamento do que se disse: Estavam muito bem vestidos: ternos elegantes, sapatos de cromo, óculos de marca. Pareciam embriagados: falavam alto, cambaleavam, diziam coisas sem nexo. Observação: os dois-pontos só são realmente obrigatórios nas citações, isto é, quando se reproduzem as palavras de alguém. Nas enumerações, são às vezes substituídos por travessão; nos apostos, por vírgula; nas explicações e nas complementações, por vírgula, ponto e vírgula ou ponto. Veja esta frase de um discurso do Presidente Lula: "Independência não é um retrato na parede, nem um grito congelado na História: é uma construção do dia a dia, a reinvenção permanente de uma nação." Em vez dos dois-pontos, poderíamos marcar a pausa com ponto e recomeçar com inicial maiúscula. O ponto e vírgula O ponto e vírgula marca uma pausa maior do que a da vírgula. Na linguagem moderna, este sinal não se emprega dentro da oração, nem para separar uma oração principal da sua subordinada. A oração subordinada é sempre um termo da oração principal; por isso, a pausa entre elas é pequena ou, às vezes, nenhuma. O ponto e vírgula só se emprega em processos de coordenação: Para separar orações coordenadas adversativas e conclusivas quando a conjunção estiver deslocada: "Suponho que nunca teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem." (Machado de Assis) "Ganhava numa semana para gastar num dia; às vezes, porém, os dados ou a roleta multiplicavam-lhe o dinheiro." (Aluísio de Azevedo) Para separar orações coordenadas assindéticas de uma certa extensão, principalmente quando exprimirem pensamentos opostos ou diferentes, circunstância em que a pausa aumenta: "O mundo era estreito para Alexandre; um desvão de telhadoé o infinito para as andorinhas." (Machado de Assis) "O Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter." (Eça de Queirós) "Para algumas pessoas, uma vida não vale nada; para outras, nada vale uma vida." (André Malraux) "O talento se forja na solidão; o caráter, na sociedade."(Goethe, in Almeida Torres) "A esquerda sonha com o futuro; a direita, com o mercado futuro." (Arnaldo Jabor) Uns vão pela vida colhendo resultados; outros, sofrendo consequências. 3.Para separar grupos de orações: "Quando você quiser que algo seja dito, peça a um homem; quando quiser que algo seja feito, peça a uma mulher." (Margareth Tatcher) "É claro que uma alegria de criança pode nascer à toa; é claro que um pedaço desconjuntado de celuloide pode fazer feliz uma criança; é claríssimo que ainda não conseguiram secar, por mais que o tentem, as fontes vivas da infância, as riquezas de um coração menino que com pouco se contenta." (Gustavo Corção) "Uns trabalhavam, esforçavam-se, exauriam-se; outros folgavam, descuidavamse, não pensavam no futuro." (Júlio Nogueira, in Rocha Lima) "Chorarão as mulheres, vendo que não se guarda decoro à sua modéstia; Chorarão os velhos, vendo que não se guarda respeito às suas cãs; chorarão os nobres, vendo que não se guarda cortesia à sua qualidade; chorarão os religiosos e veneráveis sacerdotes, vendo que até as coroas sagradas os não defendem." (Padre Vieira) Observação: As orações coordenadas em geral podem ser separadas por ponto e vírgula. Isso ocorre frequentemente com as adversativas e as conclusivas: "O nosso planeta tem também a sua história; mas é uma história diferente das outras." (Aroldo de Azevedo) "Para dizer tudo, devo confessar que o coração me batia um pouco; mas era uma espécie de dobre de finados." (Machado de Assis) Atenção: Observe este inteligente teste de um vestibular da UFRGS: Nos tempos antigos, as montanhas e as quedas-d'água eram naturais; agora uma montanha incômoda pode ser abolida e uma queda-d'água necessária pode ser criada. Caso iniciemos a frase pela palavra "se": Deverá aparecer, na segunda oração, o termo "então". A pontuação deverá permanecer a mesma. O ponto e vírgula deverá ser trocado por vírgula. O tempo do verbo da primeira oração deverá mudar. O termo "agora" deverá ser deslocado para o final da frase. A resposta do teste é a letra C. A explicação é simples: na frase proposta, temos um processo de coordenação com orações que exprimem pensamentos opostos. A inserção da conjunção "se" (subordinativa condicional), transformaria um processo de coordenação num processo de subordinação e, em consequência, a pausa diminuiria. Os parênteses Empregam-se os parênteses para separar elementos intercalados: comentários, reflexões, notas emocionais, explicações: "Quando a depus na margem fronteira, foi que a reação lhe veio: fez-se rosada e confusa (como é lindo o rosado às morenas!), retomando a marcha. (Afrânio Peixoto) "Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as visitas e o vigário dando audiências, discutindo o tempo." (Monteiro Lobato) "A esquerda tem princípios e fins; a direita só tem meios (a direita é um fim em si mesma)." (Arnaldo Jabor) "Houve ainda duas sensações no baile. Uma foi quando Mundinho Falcão, farto da fácil Iracema (não era homem para ir namorar nos portões ou nas matinês dos cinemas, para beijinhos e esfregações), reparou na moça loira de pele fina de madrepérola, de olhos de azul-celeste." (Jorge Amado) "Dona Titina foi chamada, quis espichar o prazo ("Por que não em princípios do ano que vem?"), mas Rodrigo desta vez se mostrou inflexível." (Érico Veríssimo) O travessão Emprega-se o travessão: Para indicar, nos diálogos, mudança de interlocutor: --Vocês estavam jogando o siso? perguntou. --Estávamos, sim senhor, mas Bentinho ri logo, não aguenta. --Quando eu cheguei à porta, não ria. --Já tinha rido de outras vezes; não pode. Papai quer ver? (Machado de Assis) Para separar elementos intercalados: comentários reflexões, explicações. Nesse caso, em que desempenha função análoga à dos parênteses, usa-se travessão duplo: "Um homem -- era aquela noite amiga, Noite cristã, berço do Nazareno,-- Ao relembrar os dias de pequeno, E a viva dança, e a lépida cantiga"... (Machado de Assis) Na linguagem moderna, alguns autores vêm usando com muita frequência o travessão para substituir dois-pontos: "Certo, os brasileiros estão necessitando de reformas e realizações de toda natureza--estradas de ferro e de rodagem, energia elétrica, aproveitamento de quedasd'água, imigração do tipo construtivo e não predador." (Vianna Moog) As aspas Empregam-se as aspas: Para marcar as citações: Sentou-se. "Vamos ver o grande cabeleireiro", disse-me rindo. (Machado de Assis) E Juca ouviu a voz das coisas. Era um brado: "Queres tu nos deixar, filho desnaturado?" E um cedro o escarneceu: "Tu não sabes, perverso, Que foi de um galho meu que fizeram teu berço?" E a torrente que ia rolar para o abismo: ‖Juca, fui eu quem deu a água do teu batismo". (Menotti del Picchia) Para pôr em evidência termos que se quer destacar: Estes últimos rebentos da serrania tinham a denominação apropriada de "Pelados", pelo desnudo das faldas. Acompanhando o espigão na ladeira, que para eles descamba em boléus, via-se, a meio caminho, a "Fazenda Velha". Sobranceava-a um socalco forte, o "alto do Mário". (Euclides da Cunha) Para assinalar palavras estrangeiras ou termos de gíria num texto em linguagem culta: Ideais ecológicos, outrora considerados exibicionismo dos "maluquinhos" do "Green Peace" tornaram-se apostas de políticos poderosos. A luta preservacionista adquiriu "status" e credibilidade. Para indicar ironia: Freud e Piaget afirmavam que nada pode ser melhor do que uma educação liberal. Experiências modernas indicam que essa "verdade" consagrada precisa ser melhor examinada. Ponto de interrogação Emprega-se o ponto de interrogação nas perguntas diretas, que se caracterizam pela entonação ascendente: --"Você está caçoando com a gente, mano velho?" --Estou não. Estou pedindo como amigo, mas a conversa é no sério, meu amigo, meu parente, seu Joãozinho Bem-Bem." (Guimarães Rosa) Observação: Não se emprega ponto de interrogação nas perguntas indiretas: "No meu grande otimismo de inocente, Eu nunca soube por que foi...um dia, Ela me olhou indiferentemente, Perguntei-lhe por que era...Não sabia..." (Raul de Leoni) Observação: Ponto de exclamação e reticências são sinais essencialmente estilísticos, que não aparecem normalmente em provas e concursos, razão por que interessam menos ao nosso estudo. TESTES COMENTADOS 1. (UFRGS) - Em 1998, mal saída da faculdade, ela abriu um pequeno escritório e contratou um contador. Meses depois, apareceu um fiscal da prefeitura que descobriu um imposto atrasado.(...) "Mas quem, afinal, são os corruptos?" provoca o psicanalista Manuel Tosta Berlink, de São Paulo. (...) Os profissionais liberais que não declaram integralmente seu imposto de renda? Considere as afirmações sobre o emprego da vírgula no texto. As vírgulas são utilizadas pela mesma razão depois de Em 1990 e depois de Meses depois. A inserção de uma vírgula depois de profissionais liberais seria possível e não acarretaria mudança de significado. Caso afinal aparecesse entre são e os corruptos, poderia vir separado por vírgula. Quais são corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas I e II. Apenas II e III. I, II e III. Comentário: A primeira afirmação está correta, porque as vírgulas separam adjuntos adverbiais deslocados. A segunda, não, porque a inserção de vírgula alteraria o significado, transformando a oração restritiva em explicativa (entenderíamos que todosos profissionais liberais não pagam integralmente seu imposto de renda). A terceira está correta porque o adjunto adverbial continuaria deslocado. Note-se que as vírgulas não são obrigatórias porque se trata de um adjunto adverbial de pequena extensão. Daí a razão do verbo poderia. 2. (Fundação Carlos Chagas) Está inteiramente correta a pontuação da seguinte frase: Lá em casa não era preciso me trancar no banheiro, ou me valer, de qualquer outro expediente, para ler um romance. É verdade sim, que meus pais me pediam para organizar meu horário, mas nem por isso faziam qualquer restrição, a minhas leituras de romances. Para muita gente ler romances significa, quando muito uma distração, mas em minha família imperava o respeito pelas altas virtudes da boa ficção. O exemplo de "O Caçador de Pipas", tomado pelo autor do texto, serviu-lhe, sem dúvida, como argumento em favor da universalidade da condição humana. Não são muitos os filhos, que podem se entregar às ficções, não apenas com a aprovação dos pais mas, ainda, recebendo deles todo o incentivo. Comentário: Na alternativa (A), a vírgula depois de valer separa o verbo do seu objeto indireto; na (B), a vírgula depois de sim separa uma oração subjetiva do seu verbo, e a vírgula depois de restrição separa um complemento nominal do termo completado; na (C), a única vírgula depois de significa separa esse verbo do seu objeto direto (uma distração); na (D), a pontuação está correta: os termos intercalados vêm separados corretamente por duas vírgulas; na (E), a primeira vírgula separa incorretamente uma oração adjetiva restritiva e ainda está faltando vírgula antes do mas; 3. Consulplan - Observe o trecho a seguir: No discurso da vitória, no Grant Park de chicago, Barack Obama foi adiante e falou ao mundo. O uso da vírgula tem a mesma função exercida no trecho em destaque em: (A) Dois dias depois, estavam juntos novamente. (B) Não responda, que será pior. Chocolates, doces, biscoitos, eram proibidos. Amigos, não tenho amigos. Brasília, capital da República, foi fundada em 1960. Comentário: Na alternativa (A), a vírgula separa um adjunto adverbial deslocado, exatamente o que ocorre na frase apresentada, por isso é a resposta correta; na (B), a vírgula separa oração coordenada explicativa; na (C), itens de uma série (acresce que a última vírgula está colocada incorretamente, porque separa o sujeito do verbo.); na (D), a vírgula separa um vocativo; na (E), um aposto. OUTROS TESTES DE PONTUAÇÃO 1. (QUESTÃO DE PROVA) Assinale o período cuja pontuação esteja correta. Haveis de entender, começou ele, que a virtude e o saber, têm duas existências paralelas... ...ou, por outras palavras mais enérgicas, não há espetáculo sem espectador. considerei o caso, e entendi... ... e por outro lado, o princípio da vida futura não está em uma certa gota de sangue de vaca. Não sabíamos em que maneira déssemos ao bonzo, as mostras de nosso vivo contentamento e admiração. 2. (QUESTÃO DE PROVA) As cavernas de livre acesso aos hominídeos ("caixaspretas" da pré-história) equivalem atualmente aos laboratórios científicos... Justifica-se a utilização de aspas em caixas-pretas porque assinalam estrangeirismo. linguagem figurada, ou seja, uma metáfora. citação de palavras de outro autor. linguagem figurada, ou seja, ironia. termo técnico. 3. (QUESTÃO DE PROVA) A frase "Ela também se apaixonou por ele e passadas algumas luas os dois se casaram", propositadamente não pontuada no texto, está corretamente pontuada na alternativa Ela também se apaixonou por ele e, passadas algumas luas, os dois se casaram. Ela também se apaixonou, por ele, e passadas algumas luas os dois se casaram. Ela, também, se apaixonou, por ele, e, passadas algumas luas, os dois se casaram. Ela também se apaixonou por ele e passadas, algumas luas, os dois se casaram. (E) Ela, também, se apaixonou por ele e passadas algumas luas os dois se casaram. 4. (CONSULPLAN) Pequenos delitos são transgressões leves que passam impunes e, no Brasil, estão tão institucionalizadas que os transgressores não têm ideia de que estão fazendo algo errado. Ou então acham esses "miniabusos" irresistíveis, apesar de causarem "minidanos" e/ou levarem a delitos maiores. De acordo com o desenvolvimento do texto, percebe-se que o uso de aspas em miniabusos e minidanos indica que os pequenos delitos de que trata o texto são irrelevantes. a subestimação do autor em relação aos pequenos delitos. o uso de termos impróprios ao contexto formal. o uso de neologismos com caráter irônico, já que para o autor; todo delito, ainda que pequeno, não deixa de ser uma transgressão. a importância dada pelos transgressores citados no texto aos pequenos delitos. 5. (Fundação Euclides da Cunha) Leia a seguinte passagem do texto: "Esta é uma receita para o futuro da boa alimentação, quer seja peixe ou gado. Precisamos de uma concepção radicalmente nova de agricultura, em que a comida de fato tenha um bom sabor", ressalta Barber. E diante da usual pergunta sobre se este tipo de sistema poderia, de fato, alimentar o mundo, o "chef" é radical em sua resposta: "Hoje produzimos mais comida para alimentar mais pessoas, o problema é a desigualdade e a distribuição, não a quantidade de comida que produzimos". A proposta de mudança que contraria as normas em vigor é empregar um travessão para substituir a vírgula entre "sabor" e "ressalta". colocar uma vírgula entre a conjunção "E" e a locução "diante de". apagar as vírgulas colocadas antes e depois da expressão "de fato". substituir as vírgulas após "mais pessoas" por ponto (seguido de maiúscula). (E) usar vírgula para separar "o problema" de "é a desigualdade". 6. (Fundação Carlos Chagas) É preciso corrigir a pontuação da seguinte frase: Assim como Kant, também Rousseau cria não ser possível, num estado de direito, colocar as leis acima dos cidadãos. As normas éticas, para serem universalizadas, dependem de que cada homem as identifique como princípios que vale a pena preservar. Erasmo, ao considerar a questão da cidadania, vinculou-a a uma condição: os homens, para se tornarem cidadãos, devem ser educados. Caso não se convençam os homens, da vantagem do comportamento ético, é possível que busquem sua orientação nas leis naturais. É uma máxima do convívio social: ao desfrute de um direito deve corresponder, invariavelmente, o cumprimento de um dever. 7. (Fundação Carlos Chagas) As normas de pontuação estão plenamente atendidas na frase: O autor do texto nota, com razão, as variações do humor público que, durante a Copa, traduzem as distintas emoções que os jogos nos despertam. Os jogos de uma Copa do Mundo, quase sempre costumam provocar altas emoções não apenas, nos fãs do futebol, mas também nos que não costumam se animar com esse esporte. Ainda que com menor ânimo, do que seus maridos, as mulheres também costumam torcer pela seleção no caso de esta revelar alguma qualidade de jogo. (D) Não há dúvida, de que a mídia tornou-se responsável, por um crescente interesse internacional no acompanhamento dos jogos da Copa do Mundo. (E) Nos grandes centros urbanos, o trânsito em dias de jogos do Brasil, costuma sofrer oscilações, entre o máximo de movimento, e o total esvaziamento das ruas. 8. (UFRGS) Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do individualismo: o prato, o copo, a faca e o garfo individuais na verdade erguem paredes invisíveis entre os comensais. Considere as possibilidades de substituição dos dois-pontos: Ponto seguido de maiúscula. Ponto e vírgula seguido de minúscula. Vírgula seguida de minúscula. Quais estão corretas? Apenas I. Apenas II. Apenas I e II. Apenas I e III. I, II e III. 9. (PUCRS) O período em que deve ser utilizado o ponto e vírgula entre as orações é (A) Chega de trotes violentos pois são atos indignos de universitários.Trotes violentos revelam covardia continuam, no entanto, sendo praticados por muitos veteranos. Ou acabam os trotes violentos ou ainda haverá muitas ações a lastimar. Alguns cometem atos impensados e os resultados são graves. É preciso lutar contra os trotes violentos visto que em nada contribuem para a fraternização entre estudantes. 10. (CESPE) Poderíamos dizer que a dominação tem características europeias, o que pode inclusive ser confirmado historicamente. A globalização surgiu na Europa com o movimento protestante e hoje domina o mundo. A relação entre as ideias do texto admite que o ponto após "historicamente", com os devidos ajustes na letra inicial maiúscula, seja substituído por dois-pontos, de forma a deixar explícito um argumento de confirmação histórica. (certo ou errado) Respostas: 1. B, 2. B, 3. A, 4. C, 5. E, 6. D, 7. A, 8. C 9. B, 10. Certo. Observação: No teste de número 8, a última substituição proposta (III) não pode ser considerada correta. Com uma vírgula, em lugar dos dois-pontos, o termo "progresso do individualismo" deixaria de ser um resumo do que se diz depois, para se transformar num simples elemento da enumeração. Teríamos, então: "Isso evidencia um progresso do individualismo, (evidencia) o prato, (evidencia) o copo, (evidencia o garfo), etc. Anotações EMPREGO DOS PRONOMES PRONOMES PESSOAIS Retos: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Oblíquos: me, mim, comigo te, ti, contigo se, si, consigo, o, a, lhe nos, conosco vos, convosco se, si, consigo, os, as, lhes Observe: A garota trouxe o livro para mim. A garota trouxe o livro para eu examinar. Na primeira frase, temos apenas uma oração, e o pronome mim exerce a função de objeto indireto; na segunda, temos duas orações: A garota trouxe o livro (oração principal) e para eu examinar (oração subordinada adverbial final). Na segunda oração, o pronome eu exerce a função de sujeito. Provavelmente isso você já sabia. Observe de novo: Para mim, viajar agora seria muito oportuno. Para eu viajar agora, vocês precisariam me substituir. Na primeira frase, a expressão ―para mim‖ equivale a ―na minha opinião‖, um simples adjunto adverbial; na segunda, o pronome ―eu‖ exerce a função de sujeito, o que se pode comprovar facilmente substituindo-o por ―eles‖, caso em que o verbo mudaria obrigatoriamente (para eles viajarem). Conclusão: Os pronomes "eu" e "tu" empregam-se na função de sujeito e (raramente) como vocativos ou predicativos. Em outras funções, usaremos "mim" e "ti" Complete as frases: Não saia sem ............... . (eu ou mim) Não saia sem ............ autorizar. (eu ou mim) Fizeram tudo com carinho, especialmente para ............ .(tu ou ti) Fizeram tudo dissimuladamente, para ........ não desconfiares. (tu ou ti) Eles não desistirão, chegarão até .............. . (tu ou ti) Vai levar muito tempo até .......... reunires as fotos. (tu ou ti) Para ........... ler isso, preciso pôr os óculos. (eu ou mim) Para............ ler à noite é um sacrifício. (eu ou mim) Para .......... brigar, só se me provocarem muito. (eu ou mim) Para ............ brigar não é a melhor solução. (eu ou mim) Para ............... ficar calmo, ela me fez um carinho. (eu ou mim) Para ............... ficar calmo facilita as coisas. (eu ou mim) Houve uma discussão entre ........... e ela. (eu ou mim) Esta lembrança estará sempre entre .......................... (eu e tu ou mim e ti) Entre ela e .......... havia apenas amizade. ( eu ou mim) Para ........... tomar essa decisão, vocês precisam me apoiar. (eu ou mim) Para .............tomar essa decisão é urgente. (eu ou mim) Entre ........... saíres ou ......... sair, prefiro que saias .......... . Respostas: 1. mim; 2. eu; 3. ti; 4. tu; 5. ti; 6. tu; 7. eu; 8. mim; 9. eu; 10. mim; 11. eu; 12. mim; 13. mim; 14. mim e ti; 15. mim; 16. eu; 17. mim; 18. tu, eu e tu. Os pronomes "si" e "consigo" Os pronomes si e consigo só podem ser usados reflexivamente, isto é, em relação ao sujeito da oração: Os egoístas só pensam em si. A garota trouxe o bilhete consigo. Com "nós ou "conosco"? Deve-se dizer com nós (e não conosco), quando após o pronome vierem expressões determinativas, como todos, outros, próprios, mesmos, etc. Complete as frases: Venha ...................... . (com nós ou conosco) Ela chegará ............................. todos. (com nós ou conosco) 3. Ela levou a proposta ......................... . (com ela ou consigo) Doutor, espere, preciso falar ....................... . Ó Pedro, quando quiser sair, avise-me; irei .......................... . Ó Pedro, quando quiseres sair, avisa-me; irei ....................... . Pedro estava irritado .................... mesmo. A culpa era sua. O carro capotou .................... quatro. (com nós ou conosco) Venha logo, garota. Quero passar a noite ........................ . Professor, os alunos estão entusiasmados ..................... . Respostas: 1. conosco; 2. com nós; 3. consigo; 4. com você (porque o verbo "espere" está conjugado na pessoa você; 5. com você (porque os verbos anteriores estão conjugados na pessoa você); 6. contigo, porque os verbos anteriores estão conjugados na pessoa tu; 7. consigo. 8. com nós; 9. com você (porque o verbo "venha" está na pessoa você); 10. contigo ou com você, porque aqui não há indicação de pessoa. Poderíamos até usar o pronome "consigo", caso em que o sentido da frase mudaria: entenderíamos, então, que os alunos estão entusiasmados com eles mesmos, porque esse pronome só pode ser usado em relação ao sujeito. PRONOMES DEMONSTRATIVOS Este, esta, isto indicam o que está próximo ou diz respeito à pessoa que fala: Estes meus olhos já viram muito mundo. Não te preocupes, esta carta que envio agora esclarece tudo. Este cara aqui, do meu lado, é um grande amigo. Esse, essa, isso indicam o que está próximo ou diz respeito à pessoa com quem se fala: Essa desculpa não "colou", amigo. Arranja outra. Esse teu jeito de olhar está me deixando doido. Essa tua blusa aí não está combinando com o vestido. Aquele, aquela aquilo indicam o que está distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala: Estás vendo aquela garota lá, a minha vizinha? Não é uma graça? Aquelas montanhas no horizonte são a Serra do Mar? Observações: Alguns demonstrativos de natureza adverbial (aqui, aí e lá) combinam, respectivamente, com os demonstrativos este, esse e aquele, formando parcerias bem conhecidas: Eu, este, aqui; Tu, esse, aí; Ele, aquele, lá (ou ali): Esta garota aqui é a minha namorada; essa aí é a tua; aquela lá é a do Zé; cada um fica com a sua: nada de trocas. Observação: Há uma tendência entre os escritores de usar este, esta, isto para indicar o que se vai dizer a seguir e esse, essa, isso para retomar o que se disse: "Porque é do português, pai de amplos mares, Querer, poder só isto: O inteiro mar ou a orla vã desfeita-- O todo ou o seu nada." (Fernando Pessoa) "Pois, sim, mas eu pergunto. Suponha você que está no seminário e recebe a notícia de que eu vou morrer... --Não diga isso!" (Machado de Assis) "Foste conde aos vinte anos... eu nem isso ..." (Manuel Bandeira) Às vezes, por várias razões, essa tendência não é observada: "Mas que vos dar de novo e de imprevisto?" Digo... e retorço as pobres mãos cansadas: "Eu sei chorar... Eu sei sofrer... só isto!" (Mário Quintana) Provavelmente você percebeu que o poeta precisava do pronome isto para rimar com imprevisto. Embora essa tendência muitas vezes não se confirme, é bom ficar atento à possibilidade de que seja cobrada em concursos e vestibulares. Este ou aquele Observe a frase de Alfredo Bosi: "Luís da Silva e Paulo Honóriosão tipos opostos: este é a vida instintiva que se afirma; aquele, a vida instintiva que se dissolve." Percebeu? Este retoma o nome mais próximo; (Paulo Honório) aquele, o mais distante (Luís da Silva). O PRONOME RELATIVO ONDE E O ADVÉRBIO AONDE. Aonde indica lugar a que e se usa com verbos de movimento que pedem a preposição a: Aonde fores ter, faze como vires fazer. (Provérbio português) A cidade aonde chegares, aí deves esperar por mim. Aonde vais? "E os vagamundos aventureiros que passam por ali, riem daquelas gentes pacatas, que respeitam a lei e odeiam a guerra, que falam cantando e às vezes lhes perguntam: Aonde vades?" (Érico Veríssimo) Onde também indica lugar e se usa com os demais verbos e as demais preposiçoes: A cidade onde nasci. O colégio onde me alfabetizei. Onde estavas até esta hora? "Para onde fores, pai, para onde fores, Irei também trilhando as mesmas ruas..." (Augusto dos Anjos) Observação importante: Onde e aonde só podem ser empregados com ideia de lugar. São considerados erros primários seu emprego em frases como estas: Não gosto de filmes onde (ou aonde) o herói morre. Lembras aquele jogo onde (ou aonde) expulsaram nosso goleiro? Era uma festa onde (ou aonde) os convidados não se conheciam. Nunca mais esquecerei daquele dia onde ou (aonde) nos conhecemos. Na primeira frase e na segunda, poderíamos usar em que; na terceira, cujos e na quarta quando. O PRONOME TODO. No singular, todo significa qualquer e todo o significa inteiro: Toda (qualquer) criança precisa de afeto. Toda (qualquer) mulher tem algum encanto. Pra aquele cara, todo (qualquer) dia é feriado. O tornado destruiu toda a cidade. (a cidade inteira) Dormiu toda a noite. ( a noite inteira) Tinha queimaduras por todo o corpo. (pelo corpo inteiro) No plural, o artigo é sempre obrigatório: Todas as crianças precisam de afeto. Complete as frases: Desistir agora? Nem pense ................ . De .................. saiu ..................ideia? Siga ................dica: vá por .............. lhe sugeri. Descobrimos o local ...................... onde eram levados as peças roubadas e ................... eram abandonados os carros. ........................ chegarás agindo assim? Chegamos cedo, mas não sabíamos ............. onde entrar. Aqui .............. estou, é ................... o lugar exato. Aí .............. estás, é ............... o lugar ............. foram encontradas as provas. Porto Alegre, ................ é a cidade para ............ foram levadas as crianças. Tinham muita afinidade, ............... os manteve unidos. São dados sigilosos, ................. divulgação não é oportuna. Essas áreas .................. ainda não chegou a civilização são fascinantes. Eram amigos .................... apoio podíamos contar. A garota que ele amava, .............. andava longe. Para ............... teu amigo aí,................... dia é feriado. A rua ............. moram, o colégio ................ estudam, conheço .......... rotina. .............. tua amiga aí é aquela cartomante ................. previsões sempre dão certo? ............... teu anel é de ouro; ................... meu é baratinho, pura imitação. .................. promessas que me fazes, será que posso confiar ............ tudo? Trabalhas ............... dia, da manhã à noite. ............... vale a pena? ............... aqui é a jovem .......................... segurança somos responsáveis? Respostas: 1. nisso, onde e essa; 2. esta e onde; 3. para e onde; 4. Aonde; 5. por; 6. onde, este; 7. onde, esse e onde; 8. essa e onde; 9. isso; 10. cuja; 11. aonde; 12. com cujo; 13. essa; 14. esse e todo; 15. onde, onde e essa; 16. Essa e cujas; 17. Esse e este; 18. Essas e nisso; 19. todo o e Isso; 20. Esta e por cuja. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSSOAIS ÁTONOS I - PRÓCLISE Os pronomes pessoais átonos ficarão antes do verbo quando houver, antes do verbo, uma destas palavras: Advérbios (sobretudo os de negação): Nunca me ajudaste, não te devo nada, nem te peço nada. Sempre me trataram muito bem. Conjunções subordinativas: Se me vires abraçado com mulher feia, aparta, que é briga. Pronomes relativos: ―O anel que tu me deste era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou." ( Do cancioneiro popular) Pronomes interrogativos: Quem te disse isso? Pronomes indefinidos: ―Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor.‖ (Herivélton Martins) Nada me magoa, tudo me diverte. Observações: A conjunção nem (no primeiro exemplo) também provoca próclise porque indica negação. Alguns gramáticos entendem que pronomes demonstrativos também exigem próclise: Essa proposta me serve. - MESÓCLISE Os pronomes átonos poderão ficar no meio dos verbos conjugados no futuro do presente ou no futuro do pretérito, se não for obrigatória a próclise. Convidá-la-emos para a festa. - ÊNCLISE Os pronomes átonos ficarão depois do verbo quando 1.O verbo estiver no início do período: Dize-me com quem andas e te direi quem és. (Provérbio popular) Vão-se os anéis, fiquem os dedos. (Provérbio popular) O verbo estiver no início da oração: Se a vires, dize-lhe que estou morrendo de saudade. Amava-a muito, fazia-lhe todas as vontades, acostumou-a mal. Como lhe queria muito bem, perdoava-lhe os deslizes. Houver pausa nítida entre uma palavra que atrai o pronome (um advérbio, por exemplo,) e o verbo: Se a prejudiquei? Não, ao contrário, ajudei-a muito. Colocação dos pronomes átonos nos tempos compostos ou locuções verbais Nos tempos compostos ( verbo auxiliar + particípio) Nos tempos compostos, o pronome átono pode vir antes do verbo auxiliar ou depois dele; jamais após o particípio: As doenças e desilusões o haviam abatido ou as doenças e desilusões haviamno abatido muito. Nas locuções verbais (verbo + infinitivo ou verbo + gerúndio) Nas locuções verbais, a colocação do pronome átono é livre: pode vir antes do verbo auxiliar, depois dele ou depois do verbo principal: Um grupo de alunos me estava cercando, ou estava-me cercando, ou estava me cercando (sem hífen), ou estava cercando-me. Tudo indica que o fato se deve repetir, ou deve-se repetir, ou deve se repetir (sem hífen), ou deve repetir-se. Observação: Na colocação do pronome átono, em locuções verbais, é preciso, além das normas meramente gramaticais, levar em conta a eufonia. Veja a frase seguinte: Apesar de tudo, ele continuava a amá-la. O pronome, aqui, vem após o verbo principal. Se o colocássemos após o primeiro verbo (o que em princípio poderia ocorrer), teríamos ―ele continuava a a amar‖, uma sequência de quatro as, inaceitável do ponto de vista estilístico, porque linguagem deve ser, acima de tudo, bom gosto. Observação final: São considerados erros grosseiros de colocação a ênclise com futuro do presente, futuro do pretérito ou particípio. Em nenhuma circunstância isso poderá ocorrer. TESTES COMENTADOS Se esse sapato te incomoda, ....................logo, ................. fora. tira-o--põe-no tira-o--põe-o tira-no--põe-lo o tira--põe-no o tira--o põe Comentário: Os verbos tira e põe estão no início da oração, por isso a ênclise é obrigatória; isso exclui as alternativas D e E; o verbo põe termina por ditongo nasal, por isso o pronome muda para no, o que exclui as alternativas B e C. Resposta perfeita é a letra A. Sempre................................ cautela. Agora não ................................ . aconselharam-lhe--condenem-na aconselharam-lhe--a condenem lhe aconselharam--a condenem aconselharam-na---lhe condenem a aconselharam-- lhe condenem Comentário: O advérbio sempre torna obrigatória a próclise na primeira oração. Isso afastaas alternativas A e B ; as alternativas D e E não podem ser aceitas em virtude dos pronomes a e na, que só atuam como objeto direto. Ora, o objeto direto da primeira oração é a palavra cautela, por isso o pronome tem de ser lhe. Resposta:C. OUTROS TESTES SOBRE EMPREGO DE PRONOMES 1. (CESGRANRIO) Assinale a frase em que o pronome está empregado segundo o padrão culto. Fui eu quem a levou ao baile. Ele forneceu as informações para mim divulgar. Eu lhe vejo em todas as festas. A autora do artigo quer falar consigo. Fiquei aborrecido, fora de si. 2. (Fundação Carlos Chagas) Está correto o emprego de ambas as formas sublinhadas na frase: Os homens ligam a televisão, mantêm-lhe o olhar nela sem piscar, nada lhes afasta de seu posto durante uma Copa. Assisti ao jogo, mas não o dei toda a atenção que queria , pois a correria das crianças não me permitiu concentrar-lhe. Queria saber porque algumas pessoas torcem contra seu país, contra a seleção que, afinal de contas, lhes representa numa Copa do Mundo. Sem explicar o porquê de tanta indiferença, muita gente, enquanto transcorrem os jogos da Copa do Mundo, ignora-os por completo. Os laços familiares são importantes, não há porque relegar-lhes a um segundo plano, por mais intensas que sejam as emoções de uma Copa. 3. (CONSULPLAN) "Os brasileiros que contribuem para a rede de consumo de drogas não são apenas os que as compram mas até os que as consomem de vez em quando em festas." A respeito dos elementos de coesão destacados, é correto afirmar que se referem: Todos ao mesmo antecedente expresso na oração anterior. Consumo de drogas e festas, respectivamente. Brasileiros e consumo de drogas, respectivamente. Brasileiros e drogas, respectivamente. Todos ao mesmo elemento expresso no parágrafo seguinte. 4. (CONSULPLAN) Um de meus vizinhos disse que alguns desses pequenos delitos, como vários tipos de caixa dois, são fruto da necessidade. Ele escreve monografias para que universitários muito preguiçosos ou ocupados terminem seus cursos. Apesar de defender sua atividade antiética dizendo "que a fome também é antiética", ele bem que poderia perder uns 20 quilos. O pronome sua (em destaque) estabelece relação de coesão entre a atividade antiética e: um dos vizinhos do autor. um pequeno delito. o caixa dois. universitários preguiçosos. universitários ocupados. 5. Assinale a alternativa que preenche os espaços em branco. Quando ....................... todos os insucessos na vida das crianças e dos jovens, ....................... indivíduos fracos. É bom que .......................... apenas os insucessos mais traumatizantes. se afastam - formam-se - se evitem se afasta - forma-se - se evite afastem-se - se formam - se evite se afasta - forma-se - se evite se afastam - se forma - se evite 6. Idem à anterior. As lontras ensinam aos filhotes a atividade da pesca e, passados oito meses, dão-lhes a emancipação: ..................... . afugentam-lhes afugentam-los os afugentam afugentam-os afugentam-nos 7. Idem à anterior. Era para ......... falar ................ ontem, mas não ....... encontrei. mim - contigo - lhe mim - consigo - o eu - com ele - lhe mim - consigo - lhe eu - com ele - o 8. Assinale a alternativa em que ocorre erro no emprego do pronome todo. Toda criança deve ser protegida. Para esse teu amigo todo dia é feriado. Ela lê todo o livro que encontra. A enchente arrasou toda região. Todas as árvores são sagradas. 9. Assinale a alternativa em que ocorre erro no emprego de pronomes demonstrativos. Sair agora? Nem pense nisso. Telefonar para ela? Já fiz isso e não deu resultado. Ouve essa dica: segue o teu coração. A garota que ele amava, essa andava longe. Esse teu olhar é o de quem está escondendo alguma coisa. 10. Assinale a alternativa correta quanto ao emprego da palavra onde. Lembras aquele dia onde nos conhecemos? Fizeram uma reunião onde decidiram alugar as salas. Onde estavas até esta hora? As últimas férias, onde te conheci, foram as mais felizes da minha vida. Lembras o filme a que assistimos ontem, aquele onde o herói morre no final? 11. Não existem soluções mágicas, é claro, mas uma coisa é certa: uma crise global exige soluções globais. Se não as encontrarmos, as consequências serão desastrosas a começar pela morte de dois milhões de crianças nos próximos cinco anos. Por conta da globalização, ninguém será poupado, especialmente aqueles que são vítimas inocentes: as vulneráveis populações da África, por exemplo, e as mulheres. Ela atinge todos os aspectos da sociedade: educação, segurança alimentar, as perspectivas de desenvolvimento da chamada economia verde, etc. Ela também fortalece o "egotismo nacionalista" e incremente a xenofobia. Esta crise, porém, não é apenas econômica; ela também é uma crise moral. Dada sua forma feminina, o pronome "Ela" (em Ela atinge todos os aspectos...) tanto poderia remeter a "globalização" quanto a "crise global", mas o trecho "Esta crise, porém" evidencia que, pela coerência da argumentação, o pronome se refere a "crise global". (certo ou errado) Respostas: 1. A, 2. D, 3. D, 4. A, 5. A, 6. E, 7. E, 8. D, 9. C, 10. C. 11. (Certo) Anotações ALGUMAS FUNÇÕES DA PALAVRA "QUE" Pronome relativo É substituível por uma expressão em que entra a palavra qual. Introduz orações adjetivas. Retoma um termo da oração anterior. As garotas que mais namoram são as que mais aproveitam. Olhava as pessoas de um jeito que seduzia. Existem erros que se justificam e outros que não se podem aceitar. As chuvas que caíram nos últimos dias foram providenciais para as lavouras. Às vezes, ele tinha atitudes que não se podiam aprovar. Às pessoas em que mais confiamos às vezes nos decepcionam. Comentários: Muitas vezes, a oração adjetiva introduzida pelo que pode ser substituída por um adjetivo: Que mais namoram (namoradeiras); que seduzia (sedutor); que se justificam (justificáveis); que não se podem aceitar (inaceitáveis); que caíram nos últimos dias (recentes); que não se podiam aprovar (reprováveis). Na primeira frase, os "ques" retomam as palavras garotas e as (aquelas); na segunda, a palavra jeito; na terceira, as palavras erros e outros; na quarta, a palavra chuvas; na quinta, a palavra atitudes; na última, a palavra pessoas. Conjunção integrante Introduz orações substantivas. Não é substituível por expressões com a palavra qual. Não representa palavras da oração anterior. O rapaz prometeu que a visitaria. Esqueceu-se de que me devia algum dinheiro. Tinha certeza de que venceria todos os desafios. É conveniente que o jogo seja transferido. Sua maior esperança era que a namorada voltasse. Só receava uma coisa: que a garota revelasse o segredo. Comentários: a) As conjunções integrantes recebem esse nome porque as orações que elas introduzem "integram", isto é completam o sentido da oração anterior. Trata-se de orações substantivas, o que se pode comprovar facilmente substituindo-as por um substantivo: prometeu uma visita, esqueceu-se de sua dívida, tinha certeza da vitória, é conveniente a transferência do jogo, esperança na volta, receava a revelação. A primeira é uma objetiva direta; a segunda, objetiva indireta, a terceira, completiva nominal; a quarta, subjetiva; a quinta, predicativa e a última, apositiva. Conjunção comparativa Introduz orações adverbiais comparativas. Vem antecedido por mais, menos, melhor ou pior. Ela é mais bonita (do) que as primas, mais charmosa. "Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira."(José de Alencar) Conjunção consecutiva Introduz oraçõesadverbiais consecutivas. Vem quase sempre antecedido por tão, tanto, tal ou tamanho. Tão intensa era sua emoção que não conseguia controlar-se. Correu tanto que cansou. Chorava (tanto) que dava pena. Sua coragem era tal que todos o respeitavam. Gosta (tanto) de sorvete que se lambe. Parte da partícula expletiva "é que" Pode ser reconhecido porque a expressão é descartável. "Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu." (Fernando Pessoa) Eu é que devia me casar com ela e não aquele bobo alegre. Observação final: Quando o que for pronome relativo, irá exercer uma função sintática. Veja as frases seguintes: O homem que trabalha vence na vida. O roteiro de estudos que me sugeriste funciona mesmo. O filme a que assistimos ontem tinha uma bela fotografia. Essa é a marca em que temos mais confiança. A cidade a que chegamos nem sequer tinha um bom hotel. Comentários: Na oração que trabalha, o que é sujeito; na oração que me sugeriste, objeto direto; na oração a que assistimos, objeto indireto; na oração em que temos mais confiança, complemento nominal; na última oração, adjunto adverbial de lugar. TESTES Seu passado estava marcado por atos que não se podiam aceitar. As garotas é que devem pedir desculpas à diretora. Eu é que não vou. Os leões que vivem em reservas de pequena extensão precisam ser removidos com frequência para evitar que cruzem com parentes próximos. O botânico assegurou que o terreno era adequado para cana-de-açúcar. As chuvas foram tão intensas que prejudicaram as videiras. Ria que dava gosto. É necessário que sejas discreto. Tudo o que disseres pode ser distorcido. Determinei que o rapaz fosse readmitido. Nem sempre as pessoas em que confiamos são aquelas que nos ajudam. Sua emoção era tão intensa que nem conseguia falar. Há fatos que não têm importância e outros que me preocupam. As drogas que provocam dependência são piores do que as outras. Sabia que seu time venceria: era muito melhor do que os concorrentes. A velhinha garantiu que não irá. É preciso que a convenças. Lembrei-me de que lhe devia um favor, um serviço que me prestara há tempo. A garota que ele amava, essa andava longe. Tanto fez que o demitiram. Gosta de sorvete que se lambe. Lenços brancos que diziam adeus, pessoas que se despediam chorando, o cenário era mais triste do que enterro de pobre. "Se você sentir saudade, por favor não dê na vista, Bate palmas com vontade, faz de conta que é turista." (Chico Buarque) Respostas: 1. pronome relativo; 2. partículas expletivas; 3. pronome relativo e conjunção integrante; 4. conjunção integrante; 5. conjunção consecutiva; 6. conjunção consecutiva (ria tanto); 7. conjunção integrante e pronome relativo; 8. conjunção integrante; 9. pronomes relativos; 10. conjunção consecutiva; 11. pronomes relativos; 12. pronome relativo e conjunção comparativa; 13. conjunção integrante e conjunção comparativa; 14. conjunções integrantes; 15. conjunção integrante e pronome relativo; 16. pronome relativo; 17. conjunção consecutiva; 18. conjunção consecutiva (gosta tanto); 19. pronome relativo, pronome relativo e conjunção comparativa; 20. conjunção integrante. Anotações FUNÇÕES DO "SE" I. Conjunção Conjunção condicional (introduz oração que exprime condição ou hipótese): Se andares depressa, ainda poderás alcançá-la. Se passar no concurso, darei uma festa. Se ela é tão bonita, como dizes, vai fazer sucesso. "Se a seca chegasse, não ficaria planta verde" (Graciliano Ramos) Conjunção integrante (introduz orações substantivas): Perguntei-lhe se era virgem. (substantiva objetiva direta) Não sei se ela ainda me ama. (substantiva objetiva direta) Não se discute se eles estão de namoro. Todos já notaram. (substantiva subjetiva) Conjunção causal (introduz oração que exprime causa): Se é necessário conhecer as marés para chegar ao mangue seco, é natural que os visitantes se valham da experiência dos nativos. Se a tendência dos adolescentes é libertar-se da influência dos pais, como afirmavam Freud e Piaget, nada melhor do que uma educação liberal. Se nossas praças são muito importantes, precisamos cercá-las e protegê-las. Observe-se que o "se" equivale a "já que", "uma vez que". Conjunção temporal (introduz oração que exprime tempo): "Não segue ele do Arábio a lei maldita, Se tu pela de Cristo só peleias?" (Camões, in Aurélio) Observe-se que o "se" equivale a "enquanto". II. Pronome 1. Pronome apassivador (ou partícula apassivadora): Vendem-se objetos de arte. (Objetos de arte são vendidos) Alugaram-se as salas. ( As salas foram alugadas) É preciso que se criem novas técnicas. (É preciso que sejam criadas novas técnicas) "Formou-se uma roda de pôquer no reservado, alguns dirigiram-se para os cabarés." (Jorge Amado) "O terreiro lá de casa Não se varre com vassoura: Varre com ponta de sabre, Bala de metralhadora." (Guimarães Rosa) "Tais destacamentos organizavam-se à base de homens de provada valentia." (Mário Palmério) A expressão que acompanha o verbo é o sujeito. Por isso a concordância é obrigatória. 2. Índice de indeterminação do sujeito: Vive-se bem em cidades menores. Não há tanta violência. Precisa-se de pedreiros. Nos bailes do passado, dançava-se mais e melhor. Antigamente, as garotas eram reprimidas. Hoje pode-se namorar mais. "A enchente de 1941. Entrava-se de barco pelo corredor da velha casa de cômodos onde eu morava." (Mário Quintana) "--Por onde é que a gente sai pra ir pra tal de Europa? --Sai-se aqui direito pelo passo Fundo." (Érico Veríssimo) Observação: Os estudantes confundem o pronome apassivador e o índice de indeterminação do sujeito. No entanto, a diferença pode ser percebida facilmente. No primeiro caso, há uma expressão (geralmente ao lado do verbo) que atua como sujeito passivo. No caso do índice de indeterminação do sujeito, isso não ocorre. Ou não há um substantivo (Hoje pode-se namorar mais), ou ele aparece antecedido de preposição (Precisa-se de pedreiros); por isso, não pode ser sujeito. Pronome reflexivo com função de objeto direto: Ela se olhava no espelho e se achava linda. A garota se feriu com um canivete. Cuide-se bem, você é muito importante para o nosso projeto. Os namorados se abraçaram. Ele se considera um herói. "Gabriela encolheu-se, virou-se na cama." (Jorge Amado) "Se entregue, mano velho, que eu não quero lhe matar." (Guimarães Rosa) Pronome reflexivo com função de objeto indireto: Os namorados deram-se as mãos. Ela se impôs uma tarefa árdua. Odiavam um ao outro. Pagavam-se na mesma moeda. Nas duas primeiras frases, existe objeto direto (as mãos e uma tarefa árdua). Os pronomes atuam como objeto indireto. Na terceira frase o verbo é transitivo indireto: pagavam um ao outro. Atenção: é importante notar a diferença entre o pronome reflexivo e o pronome apassivador. No primeiro caso, os verbos estão na voz reflexiva, o sujeito é paciente e também agente da ação verbal: Pedro vestiu-se, olhou-se no espelho e achou-se bonito. No caso do pronome apassivador, o sujeito apenas sofre a ação verbal: Consertam-se aparelhos elétricos. Parte integrante do verbo: Alguns verbos como queixar-se, arrepender-se, vangloriar-se, dignar-se, suicidar-se, condoer-se, ufanar-se, abster-se, apaixonar-se e outros não podem ser conjugados sem o pronome. Diz-se então que o pronome é parte integrante do verbo. Partícula expletiva: Foi-se embora muito contrariado. Passavam-se os anos e nada mudava naquela cidade. Casaram-se na igreja São José. As garotas riam-se dele. Observe-se que, aqui, o se é dispensável, não possui função sintática e apenas reforça a ação verbal. Identifique o "se" das seguintes frases: "Há coisas que só seaprendem mais tarde." (Machado de Assis) "Não se podiam exigir melhores preliminares à missão. Senhor, se é católico, deve considerar que a Igreja condena as revoltas." (Euclides da Cunha) "A voz do esposo se cala e seus olhos se abaixam quando chega Iracema. Queres tu que ela se afaste?" (José de Alencar) 4." Deve acostumar-se. Se quiser florear como os outros rapazes, e não souber, há de queixar-se de você, mana Glória." (Machado de Assis) "Isso não se lhes pode negar." (Aluísio de Azevedo) "Se se pudesse o espírito que chora Ver através da máscara da face"...(Raimundo Correia) "Acumularam-se valores. Falava-se de fortunas imponderáveis." (Raul Pompeia) 8. "Perguntaram-lhe se conhecia o comandante. Disparou para a barranca do passo e foi-se a la cria." (Simões Lopes neto) "Inclinou-se, sorrindo, sobre a mesa, na direção de Bibiana." (Érico Veríssimo) --"Sabe da nova? Nacib se casa... João Fulgêncio, tão calmo sempre, surpreendeu-se. --É verdade, Nacib? Quem é a felizarda, pode-se saber?" (Jorge Amado) 11. "E sentou-se outra vez, agora descansado, murmurando: É isso...Capivara, a primeira vez que bate um trilho, passa com jeito. Depois, vai-se acostumando com o caminho e pega a relaxar." (Guimarães Rosa) 12. "Na Sexta-Feira Santa só se comia uma vez no engenho." (José Lins do Rego) 13. "Aos poucos se repuseram e se foram orientando. Cordulina acomodou-se como pôde, ao lado do cajueiro onde tinham parado. (Rachel de Queiroz) Respostas: 1. pronome apassivador; 2. pronome apassivador e conjunção condicional; 3. p ronomes reflexivos (todos) 4. pronome reflexivo, conjunção condicional e parte integrante do verbo; 5. pronome apassivador; 6. conjunção condicional e pronome apassivador; 7. pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito; 8. conjunção integrante e partícula expletiva; 9. pronome reflexivo; 10. partícula expletiva, pronome reflexivo e pronome apassivador (o sujeito é a oração anterior: pode-se saber quem é a felizarda?) 11. partícula expletiva e partícula expletiva; 12. índice de indeterminação do sujeito; 13. pronomes reflexivos (todos). Anotações ALGUMAS FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de construção Anáfora - consiste em repetir palavras no início de frase ou verso: "Maldita sejas pelo ideal perdido! Pelo mal que fizeste sem querer! Pelo amor que morreu sem ter nascido! Pelas horas vividas sem prazer! Pela tristeza do que eu tenho sido! Pelo esplendor do que eu deixei de ser!..." (Olavo Bilac) Anacoluto - é a interrupção do plano sintático da frase, que envereda por um caminho sintaticamente ilógico, mas estilisticamente expressivo: Quem cochicha, o rabo espicha. Veja bem: em frases desse tipo, a primeira oração é habitualmente o sujeito da oração seguinte, formando-se um conjunto sintático prefeito: Quem tudo quer tudo perde. (sujeito) (predicado) Quem avisa amigo é. (sujeito) (predicado) Na primeira frase, isso não ocorre, porque, após a vírgula, vem uma nova oração, com sujeito (o rabo) e predicado (espicha), ficando a primeira oração fragmentada, reduzida a um sujeito sem o seu predicado. O anacoluto é a quebra da sequência lógica, que adquire, às vezes, grande beleza estilística. Outros exemplos: Quem o feio ama bonito lhe parece. (Provérbio popular) "No berço pendente dos ramos floridos Em que eu pequenino feliz dormitava: Quem é que esse berço com todo o cuidado Cantando cantigas alegre embalava? - Minha mãe! -" (Casimiro de Abreu) "Tu que da liberdade após a guerra Foste hasteada dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!" (Castro Alves) "Passarinho que se debruça - o voo já está pronto." (Guimarães Rosa) "Olha: eu até de longe, com os olhos fechados, o senhor não me engana." (Guimarães Rosa) Na estrofe de Casimiro de Abreu, os dois primeiros versos (que são um grande adjunto adnominal) não se encaixam, sintaticamente, no restante da frase; na de Castro Alves, a oração que inicia com o pronome tu não recomeça após a oração adjetiva que vem a seguir, ficando o referido pronome isolado sintaticamente, sem nenhuma função no período. Na frase de Guimarães Rosa, a oração que começa com o termo "Passarinho" não continua após a oração adjetiva (que se debruça). A frase toma outro rumo, isto é, começa outra oração (o voo já está pronto), e o termo "Passarinho" fica sem qualquer função sintática dentro do período, mas, realçado semanticamente, adquire grande força expressiva. No último exemplo de Guimarães Rosa, a segunda oração começa com o pronome "eu", seguem-se dois adjuntos adverbiais ("até de longe" e "com os olhos fechados") e, quando se espera o predicado do pronome "eu", aparece outra oração. Elipse - consiste em omitir palavras que se subentendem: "Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... O Brasil politicando, Nossa! A poesia morrendo... (Manuel Bandeira) "Uma flor, o Quincas Borba." (Machado de Assis) Quantas palavras subentendidas! Os cavalinhos (estavam) correndo, E nós, cavalões, (estávamos) comendo... O Brasil (estava) politicando, Nossa (Senhora)! A poesia (está) morrendo... (Era) Uma flor, o Quincas Borba. Hipérbato - é uma inversão na ordem direta da oração, muito frequente na poesia, para preservar a rima: "Estavas, linda Inês, posta em sossego, Dos teus anos colhendo doce fruto," (Camões) Em ordem direta, teríamos: colhendo doce fruto dos teus anos. Silepse - Consiste em fazer a concordância com a ideia em vez de fazê-la com a forma: "O senhor não duvide - tem gente, neste aborrecido mundo, que matam só para ver alguém fazer careta." (Guimarães Rosa) "Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: Vivem porque veem os outros viverem." (Simões Lopes Neto) "Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jardins públicos." (Machado de Assis, in Ênio Tavares) Nas frases de Guimarães Rosa e Simões Lopes Neto, os verbos matam e Vivem não estão concordando com o sujeito (gente), mas com uma ideia de plural (muitas pessoas); na frase de Machado, o verbo não concorda com o sujeito (os cariocas), mas com o pronome nós, subentendido. Figuras de Harmonia Aliteração - Consiste em repetir a mesma consoante: "Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpia dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. (Cruz e Souza) "Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...Dança dôido, dá de duro, dá de dentro, dá direito...Vai,vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando..." (Guimarães Rosa) Onomatopeia - Consiste em reproduzir, por meio de palavras, os mais variados sons; "Tíbios flautins finíssimos gritavam, E as curvas harpas de ouro acompanhando, Crótalos claros de metal cantavam." (Olavo Bilac) "Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura!" (Olavo Bilac) "Uivam chacais, ressoa a fera tuba Dos cafres, pelas grotas retumbando, E a estralada das árvores, que um bando De paquidermes colossais derruba." (Raimundo Correia) Nos primeiro terceto de Olavo Bilac, a sequência de "is" reproduz, o som dos flautins e os "as" abertos e nasais reproduzem os instrumentos de metal da orquestra; no quarteto seguinte, do "Língua Portuguesa", trom imita o ruído do trovão, silvo, o som do vento e arrolo, a voz das pombas; nos versos de Raimundo Correia, o verbo uivam imita a voz dos chacais; tuba reproduz o som do instrumento; o verbo retumbando imita o eco, e o termo estralada, o ruído de árvores que se quebram. Figuras de Pensamento Antítese - Consisteem aproximar ideias contrárias: "Quando uma virgem morre, uma estrela aparece Nova, no velho engaste azul do firmamento." (Olavo Bilac) ''Ama de igual amor o poluto e o impoluto, Começa e recomeça uma perpétua lida, E sorrindo obedece ao divino estatuto. Tu dirás que é a Morte; eu direi que é a Vida." (Machado de Assis) Comparação - É o confronto de ações, fatos ou objetos em que percebemos alguma semelhança: "Eu faço versos como os saltimbancos Desconjuntam os ossos doloridos..." ( Mário Quintana) "Nosso filho será um caboclo do mato, Forte como a peroba e livre como o vento!" (Menotti del Picchia) "E eu me encolhia todo como um sapo Que tem um peso incômodo por cima." (Augusto dos Anjos) "Quando penetro na floresta triste, Qual, pela ogiva gótica, o antiste Que procura o senhor, Como bebem as aves peregrinas Nas ânforas de orvalho das boninas, Eu bebo crença e amor." (Castro Alves) Eufemismo - Consiste em suavizar a expressão: "Querida, ao pé do leito derradeiro, Em que descansas dessa longa vida, Aqui venho e virei, pobre querida, Trazer-te o coração do companheiro." (Machado de Assis) "Leito derradeiro" está em lugar de túmulo, e "descansar" em lugar de morrer. Hipérbole - É o exagero verbal: "E tu, compadre, vai falar com Teodoro. Explica o caso a ele. Se ele quiser vir que venha, faço um acordo com ele. Se não quiser que se prepare, porque vai chover tiro nessas vinte léguas de terra..." (Jorge Amado) O termo "chover" exagera a ideia de que vai haver muitos tiros. A hipérbole ocorre permanentemente em nossos diálogos do cotidiano, em virtude de sua expressividade. Em expressões do tipo de "quase morreu de tanto rir", "linda como uma deusa", "triste como enterro de pobre", "espanador da lua" ou "lenhador de bonsai", estas duas últimas para designar, respectivamente, pessoas altas ou baixas, e muitas outras, o imaginário popular exprime seu humor e sua criatividade. Ironia - Consiste em dizer algo sugerindo o contrário: "A excelente D. Inácia era mestra na arte de judiar de crianças." (Monteiro lobato) O termo excelente é evidentemente irônico. Em nossos diálogos do cotidiano, frequentemente usamos ironia. Isso ocorre quando apelidamos um careca de "franjinha", ou dizemos a um amigo que cometeu um erro banal que ele é um "gênio", ou, diante de uma atitude condenável, sorrimos e dizemos: "Que bonito!" Paradoxo - é uma contradição aparente, que se desfaz quando atentamos para o sentido oculto ou figurado das palavras: "É e não é. O senhor ache e não ache. Tudo é e não é." (Guimarães Rosa) "Porque o único sentido oculto das coisas É elas não terem sentido nenhum." (Fernando Pessoa) "E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure." (Vinícius de Morais) "Maldita sejas pelo ideal perdido! Pelo mal que fizeste sem querer! Pela amor que morreu sem ter nascido! Pelas horas vividas sem prazer! Pela tristeza do que eu tenho sido! Pelo esplendor do que eu deixei de ser!..." (Olavo Bilac) Veja bem: Na frase de Guimarães Rosa, o autor pretende mostrar que os fatos da vida podem "ser ou não ser", dependendo de como as pessoas os veem; já Fernando Pessoa ironiza os que procuram um sentido oculto em coisas simples; no soneto de Vinícius, a contradição entre "infinito" e "enquanto dure" é apenas aparente, porque "infinito", aqui, não significa "que não tem fim" mas "imenso", "total"; nos versos de Bilac, aparecem elipse e paradoxo, duas figuras que se confundem, às vezes, mas que são bem diferentes porque, na elipse, a oposição é real ("tristeza" e "esplendor"), enquanto, no paradoxo, ela é apenas aparente: em "amor que morreu sem ter nascido" parece haver uma contradição, porque o que não nasceu não poderia morrer, mas, na verdade, isso não ocorre: o amor que o poeta sentia não nasceu, ou seja, não se consumou (porque não teve reciprocidade), por isso acabou morrendo. Prosopopeia - Consiste em atribuir a seres inanimados ações, qualidades ou estados de espírito de seres vivos: "O Ganges, amoroso, beija a praia Coberta de corais." (Castro Alves) "De longe, ao duro vento opondo as largas velas, Bailando ao furacão, vinham as caravelas, Entre os uivos do mar e o silêncio dos astros." (Olavo Bilac) Observe-se que Castro Alves atribui ao rio Ganges um estado de espírito (amoroso) e uma ação (beija) próprios de seres humanos enquanto Bilac atribui às caravelas a ação de bailar. Tropos - São figuras de linguagem em que as palavras adquirem um sentido conotativo (figurado). Metáfora - Consiste em empregar uma palavra com um sentido diferente do que lhe é próprio (figurado), em virtude de uma relação de semelhança: Na cratera de um vulcão extinto, no coração da África, fica a planície de Serengueti. Observe que a palavra "coração" foi empregada com sentido diferente do que lhe é próprio. Aí está uma metáfora. O mesmo ocorre quando usamos a palavra "folha" (que, na origem, designava a folha da árvore) para nomear um artefato de papel ou de zinco (folha de papel, folha de zinco), em virtude de uma semelhança (a pequena espessura). "Vês! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a ingratidão - essa pantera - Foi tua companheira inseparável." (Augusto dos Anjos) "Parte! E se olhando atrás da estrema curva da estrada, vires, esbatida e turva, tremer a alvura dos cabelos meus, irás pensando pelo teu caminho, que esta pobre cabeça de velhinho é um lenço branco que te diz adeus. (Guilherme de Almeida) "Esta vida é um punhal com dois gumes fatais: Não amar é sofrer; amar é sofrer mais." (Menotti del Picchia) Metonímia - Consiste em transferir para uma coisa o nome de outra, em virtude de qualquer relação entre elas, menos semelhança (porque aí teríamos metáfora). Alguns exemplos mais comuns: O autor pela obra: ler Machado de Assis. A marca pelo produto: tomar uma coca. A parte pelo todo: "A segunda pessoa era um parente de Virgília, o Viegas, um cangalho de setenta invernos, chupado e amarelado"... A substância pelo artefato: "Os ferros se encontraram no ar com violência e tiniram. (Érico Veríssimo) O continente pelo conteúdo: "Ninhos cantando! Em flor a terra toda!" (Olavo Bilac) A causa pelo efeito: o sol está forte. Observe, no exemplo de número 3, o emprego de invernos por anos ( o inverno é uma parte do ano). É muito comum autores românticos, ao descreverem personagens femininas jovens, usarem a expressão primaveras em lugar de anos. Como agora se trata de um velho, por sinal, antipático ao narrador (Brás Cubas), Machado utiliza o termo invernos. No exemplo de número 4, Érico Veríssimo emprega o termo ferros em lugar de adagas. No exemplo de número 5, Bilac usa ninhos em vez de pássaros. Anotações 2 2