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Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3110 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 INTERCORRÊNCIAS E CUIDADOS A IDOSOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA COMPLICATIONS AND CARE FOR ELDERLY PEOPLE IN INTENSIVE CARE UNITS INTERCURRENCIAS Y CUIDADOS A ANCIANOS EN UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Ana Maria Ribeiro dos Santos1, Camila Aparecida Pinheiro Landim Almeida2, Saraí de Brito Cardoso3, Francica Cecília Viana Rocha4, Sayonara Fernanda Lopes de Meneses5, Leidiana Nunes da Silva Felix6, Guilherme Guarino de Moura Sá7 RESUMO Objetivo: analisar as intercorrências clínicas e os cuidados prestados a idosos em Unidades de Terapia Intensiva. Método: trata-se de estudo bibliográfico, descritivo, tipo revisão integrativa com busca de artigos publicados entre os anos de 2007 a 2017, na base de dados LILACS e Bibliotecas SciELO e BVS. Utilizou-se no processo de análise estatística descritiva por meio de frequências e percentuais. Resultados: selecionaram-se 19 publicações. Apresentaram-se os idosos mais suscetíveis às infecções, principalmente respiratória nas Unidades de Terapia Intensiva, aumento do estresse e ansiedade, acidente vascular encefálico e lesão renal aguda, sendo assim, tornam-se mais sujeitos a incidentes de segurança, em decorrência do tempo de internação mais prolongado. Observou-se lacuna na discussão dos cuidados de enfermagem aos idosos internados nessas unidades, haja vista que poucas publicações de enfermagem enfatizaram o tema. Conclusão: relacionaram-se às intercorrências do idoso em Unidade de Terapia Intensiva as complicações de condições crônicas, tais como infecções, estresse, ansiedade, acidente vascular encefálico e lesão renal aguda. Demonstrou-se, por esta revisão, que os cuidados intensivos prestados ao idoso ainda são pouco discutidos na literatura científica nacional. Descritores: Idoso; Unidades de Terapia Intensiva; Hospitalização; Cuidados Intensivos; Enfermagem; Revisão. ABSTRACT Objective: to analyze the clinical complications and the care provided to the elderly in Intensive Care Units. Method: this is a descriptive bibliographical study, of integrative review type, with search of articles published between the years 2007 to 2017 in the LILACS database and SciELO and VHL Libraries. Descriptive statistics was used in the analysis, by means of frequencies and percentages. Results: a total of 19 publications were selected. The elderly were more susceptible to infections, especially respiratory infections in the Intensive Care Units, increased stress and anxiety, stroke and acute renal injury, thus becoming more subject to safety incidents as a result of the time of hospitalization. There was a gap in the discussion of nursing care for the elderly hospitalized in these units, since few nursing publications emphasized this issue. Conclusion: the complications in the elderly in the Intensive Care Unit were related to complications of chronic conditions, such as infections, stress, anxiety, stroke and acute renal injury. This review showed that the intensive care provided to the elderly is still little discussed in the national scientific literature. Descriptors: Elderly; Intensive Care Units; Hospitalization; Intensive Care; Nursing; Review. RESUMEN Objetivo: analizar las intercurrencias clínicas y los cuidados prestados a ancianos en Unidades de Terapia Intensiva. Método: se trata de estudio bibliográfico, descriptivo, tipo revisión integradora con búsqueda de artículos publicados entre los años de 2007 a 2017, en la base de datos LILACS y Bibliotecas SciELO y BVS. Se utilizó en el proceso de análisis estadístico descriptivo por medio de frecuencias y percentajes. Resultados: se seleccionaron 19 publicaciones. Se presentaron los ancianos más susceptibles a las infecciones, principalmente respiratoria en las Unidades de Terapia Intensiva, aumento do estrés y ansiedad, accidente vascular encefálico y lesión renal aguda, siendo así, se tornan más sujetos a incidentes de seguridad, en decurrencia del tiempo de internación más prolongado. Se observó una laguna en la discusión de los cuidados de enfermería a los ancianos internados en esas unidades, ya que pocas publicaciones de enfermería enfatizaron el tema. Conclusión: se relacionaron a las intercurrencias del anciano en Unidad de Terapia Intensiva a las complicaciones de condiciones crónicas, tales como infecciones, estrés, ansiedad, accidente vascular encefálico y lesión renal aguda. Se demostró por esta revisió que los cuidados intensivos prestados al anciano aún son poco discutidos en la literatura científica nacional. Descriptores: Anciano; Unidades de Terapia Intensiva; Hospitalización; Cuidados Intensivos; Enfermería; Revisión. 1Doutora, Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Piauí/UFPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: ana.mrsantos@gmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000-0002-5825-5335; 2Doutora, Programa de Pós-graduação em Saúde da Família, Centro Universitário UNINOVAFAPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: camila@uninovafapi.edu.br ORCID ID: http://orcid.org/0000-0003-4843- 4572; 3Mestra, Centro Universitário UNINOVAFAPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: sarai.c@hotmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000- 0001-5803-2898; 4Mestra, Centro Universitário UNINOVAFAPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: fceciliavr@hotmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000-0002-0837-6032; 5Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem, Centro Universitário UNINOVAFAPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: sayonnaramaia@hotmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000-0003-4836-2417; 6Aluna do Curso de Graduação em Enfermagem, Centro Universitário UNINOVAFAPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: leidianansf@hotmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000- 0001-5912-9763; 7Mestre, aluno do Curso de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Enfermagem, Universidade Federal do Piauí/UFPI. Teresina (PI), Brasil. E-mail: guilherme_mourasa@hotmail.com ORCID ID: http://orcid.org/0000-0003-3283-2656 ARTIGO REVISÃO INTEGRATIVA Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3111 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 Trata-se o envelhecimento populacional de um fenômeno mundial que decorre de avanços técnicos e científicos, principalmente na área da saúde, como também de mudanças culturais e melhorias nas condições de vida, tais como a redução da taxa de fecundidade, queda da mortalidade infantil e geral, maior expectativa de vida, hábitos alimentares mais saudáveis e maior cuidado com a saúde. Observa-se no Brasil que esse processo de envelhecimento tem ocorrido de forma acelerada devido à significativa redução da taxa de fecundidade e ao aumento da longevidade. Estima-se que em 2050 o número de brasileiros com mais de 60 anos ampliará de 24 milhões para 66 milhões.¹ Ressalta-se que, embora o processo de envelhecimento não se relacione diretamente a doenças e incapacidades, as condições crônico-degenerativas têm acontecido de forma frequente entre os idosos e se destaca um número crescente de pessoas que, com a longevidade, têm apresentado mais problemas crônicos de saúde.2 Observa-se, portanto, que tais condições abrangem tanto as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) quanto as doenças que podem ser transmitidas e que se tornam crônicas, como também os distúrbiosmentais de longo prazo e as deficiências físicas. Torna- se, assim, uma população vulnerável a agravos com pontos comuns, como a persistência e necessidade de cuidados permanentes, que exigem mudanças no estilo de vida e gerenciamento da saúde.³ Percebe-se, assim, que as DCNTs se apresentam como a principal carga de doença no país e classificam-se em quatro grupos: doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e o diabetes. Constituem-se as DCNT como o problema de saúde de maior magnitude no Brasil e, segundo dados do Global Burden of Disease Study 2015, correspondem a cerca de 75% das causas de morte.4 Compreende-se, então, que o processo de envelhecimento pode provocar mudanças em alguns indicadores em saúde e verifica-se, além da diminuição das taxas de mortalidade, o aumento da morbidade com o aparecimento de DCNTs, as quais em situação de agravamento podem levar os idosos a internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Relaciona-se, dessa forma, tais situações, com a maior vulnerabilidade e fragilidade dos idosos, uma vez que geralmente essas pessoas têm a capacidade de adaptação fisiológica diminuída.⁵ Entende-se, nesse sentido, que o trabalho do enfermeiro em uma UTI caracteriza-se por atividades assistenciais e gerenciais complexas, as quais exigem competência técnica e científica, cuja tomada de decisões e adoção de condutas seguras encontram-se diretamente relacionadas à vida e à morte das pessoas.6 Aceita-se, dessa forma, que os profissionais que prestam cuidados nessas unidades conheçam as intercorrências clínicas do idoso assistido para que possam, assim, prestar um cuidado de enfermagem de alta complexidade adequado e seguro a essa população. • Analisar as intercorrências clínicas e os cuidados prestados a idosos em Unidades de Terapia Intensiva. Trata-se de estudo bibliográfico, descritivo, tipo revisão integrativa, que seguiu as seguintes etapas: 1) definição da hipótese ou questão de pesquisa; 2) delineamento dos critérios de inclusão e exclusão; 3) definição das informações a serem selecionadas da amostra; 4) avaliação dos estudos inclusos na amostra; 5) interpretação dos resultados; 6) apresentação dos resultados.⁷ Definiu-se a seguinte questão de pesquisa: quais as intercorrências clínicas e os cuidados relatados nas publicações nacionais acerca de idosos internados em Unidades de Terapia Intensiva? Definiram-se como critérios de inclusão artigos originais, na íntegra, no idioma português e publicados entre os anos de 2007 a 2017. Excluíram-se teses, dissertações, capítulos de livro e trabalhos que não respondiam à questão de pesquisa. Artigos duplicados nas bases de dados foram considerados apenas uma vez. Realizou-se busca por pares de forma independente nos meses de julho, agosto e setembro de 2017, na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e bibliotecas SciELO e BVS. Utilizaram-se os seguintes descritores disponíveis nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Unidades de Terapia Intensiva”, “Hospitalização”, “Cuidados Intensivos” e “Idosos”, cruzados entre si por meio do marcador booleano AND. Identificaram-se, durante a busca, 282 artigos na LILACS, 15 na SciELO e 8 na BVS, totalizando 305 artigos (Figura 1). Não se identificaram estudos duplicados. Efetuou-se INTRODUÇÃO OBJETIVO MÉTODO Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3112 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 a seleção, considerando-se, primeiramente, como potencialmente elegíveis, os trabalhos cujos títulos e resumos trouxeram como participantes as pessoas com 60 anos ou mais e estudos que foram desenvolvidos em UTI. Obteve-se após essa etapa um quantitativo de 45 estudos que tiveram seus textos lidos na íntegra. Excluíram-se, destes, 26 por não terem respondido à questão do estudo. Chegou-se, dessa forma, à amostra final de 19 artigos, conforme é apresentado na Figura 1. Figura 1. Fluxograma da seleção dos estudos segundo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA 2009). Teresina (PI), Brasil, 2018. Realizou-se a extração das informações após a seleção dos estudos. Utilizou-se um formulário para essa etapa, elaborado pelos autores do estudo, subdividido em duas partes: a) dados da publicação (base de dados, nome dos autores, local do estudo, periódico, ano de publicação, delineamento metodológico, nível de evidência, resultados e conclusões); b) informações sobre o estudo (perfil do idoso participante da pesquisa, intercorrências clínicas, cuidados prestados ao idoso e conclusões do estudo). Avaliou-se o nível de evidência segundo a classificação: nível I – metanálise de múltiplos estudos controlados; nível II – estudo individual com delineamento experimental; nível III - estudo com delineamento quase- experimental, como estudo sem randomização com grupo único pré e pós-teste, séries temporais ou caso-controle; nível IV - estudo com delineamento não experimental, como pesquisa descritiva correlacional e qualitativa ou estudos de caso; nível V - relatório de casos ou dado obtido de forma sistemática, de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; nível VI - opinião de autoridades respeitáveis baseada na competência clínica ou opinião de comitês de especialistas, incluindo interpretações de informações não baseadas em pesquisas.8 Aplicou-se aos estudos incluídos o instrumento Critical Appraisal Skills Programme (CASP) (http://library.kent.ac.uk/library/info/subjec t/healthinfo/atapprais.shtml) para avaliação da sua qualidade. Esse instrumento é Registros identificados por meio de pesquisas nas bases de dados (n= 282) Registros após eliminar os estudos duplicados (n=305) Estudos excluídos (n= 260) Estudos selecionados para leitura na íntegra (n= 305) Estudos completos avaliados para elegibilidade (n= 45) Estudos completos excluídos (n= 26) ID E N T IF IC A Ç Ã O Estudos incluídos em síntese qualitativa (n= 19) E L E G IB IL ID A D E S E L E Ç Ã O IN C L U S Ã O Estudos incluídos em síntese quantitativa (n= 19) Registros identificados por meio de pesquisas em outras fontes de dados (n=23) Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3113 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 composto por 10 itens pontuáveis (máximo 10 pontos) e abrange: 1) objetivo do estudo; 2) adequação do desenho metodológico à questão de estudo; 3) justificativa dos procedimentos metodológicos; 4) critérios de seleção da amostra; 5) detalhamento da coleta de dados; 6) relação entre pesquisador e pesquisados; 7) considerações sobre aspectos éticos; 8) rigor na análise dos dados; 9) propriedade na apresentação e discussão dos resultados;10) valor da pesquisa: nota de contribuições, limitações e necessidades de novas pesquisas. Classificaram-se os estudos em duas categorias de acordo com a pontuação obtida: A) 6 a 10 pontos – estudos de boa qualidade metodológica e viés reduzido; B) no mínimo 5 pontos – estudos com qualidade metodológica satisfatória, mas com risco de viés aumentado. Realizou-se análise estatística descritiva por meio da apresentação de frequências e percentuais da síntese quantitativa. Analisou- se os dados extraídos e construiu-se a síntese final na forma descritiva. Apresenta-se, na Figura 2, a síntese dos estudos incluídos na revisão e se observa que os estudos incluídos na amostra foram publicados entre os anos de 2006 a 2017. Encontraram-se publicações em 13 periódicos diferentes e destaca-se o Jornal Brasileiro de Pneumologia, que publicou 3 artigos (15,8%). Nota-se que, em relação à localização geográfica de realização dos estudos, destacou-se a região Sudeste, com 8 pesquisas (42,1%), seguida pelo Sul, com 5 (26,3%). Observa-se que na região Norte não se identificou nenhum trabalho sobre a temática. Observou-se predominância dos estudos quantitativos, sendo estes 18 (94,7%), tendo apenas 1 investigação com abordagem qualitativa (5,3%). Em relação ao tipo de estudo, 7 (36,8%) foram descritivos, 7 (36,8%) coortes, 3 (15,8%) longitudinais e 1 (5,3%) ensaio clínico randomizado. Constatou-se que, ao avaliar a qualidade dos estudos, todos as pesquisas incluídas obtiveram conceito A e, assim, classificaram- se como pesquisas de boa qualidade metodológica e com viés reduzido. RESULTADOS Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3114 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 Base/Autor/Local/Periódico/Ano Delineamento/Amostra Resultados/Conclusões Nível de Evidência Qualidade do estudo SciELO/Feijó CAR etal./Fortaleza/ Revista Brasileira de Terapia Intensiva/20069 Descritivo Retrospectivo/ 130 pacientes As principais disfunções foram cardiovasculares e respiratórias. O declínio súbito de órgão/função ocorre quase sempre devido a doenças agudas, e não por causa da idade. VI A LILACS / Latado AL et al./ Salvador/ Arquivos Brasileiros de Cardiologia / 200610 Coorte prospectiva/ 299 pacientes Doença arterial coronariana foi a causa principal da falência cardíaca (49%). Pacientes com insuficiência cardíaca descompensada apresentam letalidade hospitalar elevada. IV A BVS ENF / Ciampone JT et al. / São Paulo / Acta Paulista de Enfermagem / 200611 Coorte prospectiva/ 50 idosos Verificou-se que 84,0% tinham doença crônica preexistente. Observaram-se necessidades semelhantes de cuidados e demanda de trabalho de enfermagem em pacientes idosos e não idosos internados na UTI. IV A LILACS / Myata DF et al. / Maringá / Ciência, Cuidado e Saúde / 200712 Retrospectivo/ 117 pacientes Foram a óbito 71,6% dos idosos com idade acima de 70 anos, principalmente por patologias do sistema cardiorrespiratório. O aumento da idade e o uso de medicamentos foram associados com um mau prognóstico. VI A SciELO / Stein FC et al. / São Paulo / Revista Brasileira de Terapia Intensiva / 200913 Prospectivo/ 199 pacientes A assistência a pacientes idosos na UTI requer novos modelos prognósticos para corrigir erros e melhorar o desempenho do atendimento. VI A LILACS / Caldeira VMH et al. / São Paulo / Revista da Associação Médica Brasileira /201014 Coorte prospectivo/359 idosos A recusa do paciente na UTI ocorre devido à presença de morbidade, idade e ao escore prognóstico de disfunção orgânica, apresentando taxa elevada de prioridade parece ser mais eficiente na triagem de pacientes que terão maiores benefícios do suporte de terapia intensiva. IV A LILACS / Schein LEC; Cezar JA / Rio Grande / Revista Brasileira de Epidemiologia / 201015 Descritivo transversal/213 idosos Dos 213 idosos hospitalizados 88% foram à consulta médica nos últimos seis meses e 56% hospitalizados nos últimos 12 meses; metade deles chegou à UTI inconsciente, por problemas clínicos oriundos da enfermaria do próprio hospital; 147 foram submetidos à ventilação mecânica; e 45%, do grupo total evoluiu para óbito. VI A LILACS / Teixeira C et al. / Porto Alegre / Jornal Brasileiro de Pneumologia /201116 Coorte prospectiva/213 idosos Os idosos acompanhados apresentaram mortalidade elevada nos primeiros dois anos. No entanto, preservaram a capacidade de realizar seu autocuidado mesmo com redução do estado funcional. IV A LILACS / Juncal VR et al. /São Paulo /Jornal Brasileiro de Pneumologia /201117 Longitudinal/144 pacientes Houve associações estatisticamente significantes entre o diagnóstico de sepse e as variáveis: escore do APACHE II, mortalidade na UTI e hospitalar, FC, pressão arterial média, contagem de leucócitos, hematócrito e uso de antibiótico. Os pacientes com sepse tiveram piores desfechos. O hematócrito foi a única variável capaz de predizer o risco de morte. VI A LILACS / Veiga EP; Gomes L; Melo GF / Brasília / Revista Kairós / 201318 Descritivo transversal/40 pacientes A intensidade dos fatores estressantes foi maior na percepção dos idosos. Diante disso, o profissional de saúde deve repensar suas ações para garantir a dignidade do ser humano, incluindo o ambiente no qual o cuidado é prestado. VI A LILACS / Guedes LPCM et al. / Brasília / Einstein / 201319 Descritivo transversal/355 idosos Dos pacientes internados no período, 23,2% foram a óbito, apresentaram PaO2 em média 62,9% acima do ideal, FiO2 em média 54,2% acima do que se deveria ser ofertado, além de uma troca gasosa 21,2% abaixo do que seria ideal. VI A Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3115 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 LILACS / Naue WS et al. / Porto Alegre / Jornal Brasileiro de Pneumologia / 201420 Ensaio clínico randomizado cruzado/34 idosos O grupo intervenção apresentou uma maior mediana da quantidade de secreção aspirada, maior aumento da variação da média do volume corrente expirado e maior aumento da variação da média da complacência dinâmica. II A LILACS /Palomba H et al. /São Paulo / Einstein / 201521 Coorte retrospectiva/848 pacientes Pacientes idosos apresentaram maior escore APACHE II 22 (18-28) versus 19 (15-24). Não se observaram diferenças na mortalidade hospitalar, embora o tempo de internação tenha sido maior nos idosos. A ressuscitação de idosos com sepse grave ou choque séptico não se associou ao aumento dessa mortalidade. IV A LILACS / Leite MT et al. / Rio Grande do Sul / Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento / 201522 Qualitativa/seis idosos e oito familiares Elaborou-se duas categorias: unidade de terapia intensiva como espaço desconhecido e necessário para manter a vida e orientações da equipe de saúde que contribuam para enfrentar a internação em UTI. Discutir os aspectos relativos à hospitalização de idosos contribui para qualificar a assistência de enfermagem nessas unidades. VI A LILACS / Pereira BJ et al. / São Paulo / Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica / 201623 Prospectivoobservacional/ 98 idosos Observaram-se lesão renal aguda em 35 (35,7%) pacientes e 24 (68,57%) necessitaram de diálise. A mortalidade nos com lesão renal aguda foi 46% vs 11% dos sem lesão renal aguda. A lesão renal aguda apresentou alta mortalidade em idosos submetidos à cirurgia eletiva com risco pré-operatório elevado. VI A BVS ENF / Toffoleto MC et al. / São Paulo / Revista Brasileira de Enfermagem / 201624 Coorte retrospectivo/315 idosos Predominou o evento tipo processo clínico e procedimento (37,1%), com associação entre evento adverso e permanência na UTI. A identificação dos eventos e fatores associados subsidiam a prevenção das ocorrências devido à vulnerabilidade dessa faixa etária. IV A SciELO / Pedrosa IL; Freire DMC; Schneider RH / João Pessoa / Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia / 201725 Coorte prospectivo/205 idosos Por existir uma demanda crescente de internação do idoso nas UTI, a proposta de construção do instrumento para avaliar o risco de prognóstico desse idoso, além de ser inovadora, está voltada para atender à necessidade da realidade nas UTIs brasileiras. IV A SciELO / Barcelos RA; Tavares DMS / Minas Gerais / Acta Paulista de Enfermagem /201726 Retrospectivo/109 idosos O tempo de permanência, sexo, faixa etária e reinternação associaram-se ao aumento de incidente sem danos e eventos adversos. VI A SciELO / Sousa AFL et al. / Nordeste / Revista Brasileira de Enfermagem /201727 Transversal/ 308 idosos O desfecho clínico de idosos que adquirem infecção na Unidade de Terapia Intensiva é influenciado por variáveis sociodemográficos e clínicas, com maior impacto naqueles com idade Igual ou superior a 80 que apresentam maior taxa de óbito. VI A Figura 2. Síntese dos estudos incluídos na revisão. Teresina (PI), Brasil, 2018. Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3116 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 Apresenta-se, na Figura 3, o perfil dos idosos internados nas Unidades de Terapia Intensiva, incluídos nas publicações estudadas, e o tempo de internação nessas unidades. Eram, em sua maioria, idosos mais jovens, do sexo masculino, com média de idade variando de 60 a 75,4 anos. Observou- se que, em relação ao tempo de internação na UTI, o tempo médio variou de 1 a 41 dias. Nota-se que, quanto às intercorrências clínicas e os cuidados prestados aos idosos internados nas UTIs, dos 19 estudos selecionados, 15 descrevem as intercorrências que acometem os idosos ao longo de sua estadia nesses serviços e 12 apresentaram os cuidados prestados a esses pacientes. Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3117 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 Perfil dos idosos em UTI/ Tempo de internação Intercorrência Cuidados Média de idade de 72,2 anos, variação entre 60 e 93 anos, do sexo feminino. Maior prevalência de pacientes na faixa entre 65 e 74 anos. Tempo de internação: 8,2 ± 7,6 dias.9 Infecções relacionadas à deficiência imunológica e comorbidades. Estudo não abordou cuidados. Idosos de sexo masculino (54%) com idade média de 69 anos. Não apresentou o tempo de internação.10 Embolia pulmonar em 15%, sepse em 5,7% e AVE em 4% dos casos. Insuficiência renal aguda em 42% dos pacientes. Estudo não abordou cuidados. Distribuição igual em relação ao sexo, ambos com 50,0%. A média de idade foi de 70 anos. Pacientes com idade igual ou maior que 60 anos constituíram a maioria (66,0%). Tempo de internação: média de 1 a 5 dias.11 Não relatou intercorrências. Observação à beira do leito, medicações, higiene de rotina, cuidado com as vias aéreas artificiais, mudança de decúbito e investigações laboratoriais. A faixa etária de 70 a 79 anos representou 40%. A média de idade foi 74,7 anos. Não houve diferença significativa entre os sexos. Tempo de internação: 60 a 69 anos - 14,4 dias; 70 a 79 anos - 18,9 dias; ≥80 anos - 13,1dias.12 Complicações cardiorrespiratórias. Estudo não abordou cuidados. A média de idade foi 75,4 anos, sendo 58,8% do sexo feminino. Tempo de internação: média de quatro dias.13 Não relatou intercorrências. Monitorização hiperglicemia e ventilação mecânica. A idade média foi de 66 anos, sendo 52,6% do sexo feminino. Tempo de internação: entre 4,2 e 28,8 dias.14 Sepse e disfunções orgânicas e sistêmicas. Estudo não abordou cuidados. Idosos do sexo masculino, brancos, média de 73 anos de idade; 50% casados; 17% não eram alfabetizados e os demais possuíam, em média, 4,6 anos de escolaridade. Tempo de internação: 8,5 dias em média.15 Não relatou intercorrências. Reposição volêmica, ventilação mecânica, drogas vasoativas. Dos idosos, 66,4% eram do sexo masculino, com média de idade de 74 anos. Tempo de internação: 5 a 18 dias em média.16 Infecção respiratória - 60%; Choque séptico - 31,8%; Suporte ventilatório - 82%; Suporte dialítico - 19,6%. Estudo não abordou cuidados. Dos idosos, 55,2% eram do sexo masculino, a média de idade foi de 73,1 anos. No grupo não séptico, 36,3% eram do sexo masculino, média de idade de 68,7 anos. Tempo de internação: média de 9,3 ± 10,1 dias.17 Infecções respiratória, urinária, sanguínea e abdominal. Antibioticoterapia/corticoideterapia, drogas vasoativas e ventilação mecânica. Dentre os 20 idosos participantes do estudo, a idade média foi de 67,8 anos, 50% do sexo masculino. Tempo de internação: entre 48 e ≤ 145 horas de internação.18 Aumento dos níveis de estresse. Analgesia, sedação e ansiolíticos para controlar a dor e a ansiedade. Dos pacientes internados, 61,5% tinham 60 anos ou mais. A média de idade foi de 62,83 anos, com máxima de 101 anos e mínima de 13, sendo 177 do sexo masculino. Tempo de internação: média de 11,15 dias.19 Pulmonares, circulatórias cirúrgicas, renais, neurológicas, metabólicas gastrointestinais e o câncer. Estudo não abordou cuidados. Idosos do sexo masculino, com idade de 64,2 anos. Aumento do VCE após a compressão torácica associada Aspiração das secreções. Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3118 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 . Não apresentou o tempo de internação.20 à hiperinflação. A média de idade dos idosos foi de 80 anos, maioria do sexo masculino (56,2%). Tempo de internação: média de 15 dias.21 Infecções do trato respiratório e intra-abdominal. Uso de vasopressores e ventilação mecânica. Idosos em unidade clínica após período de hospitalização na UTI. Não apresentou o tempo de internação.22 Ansiedade, preocupação, angústia, desespero, dor, tristeza, impotência e mágoa. Estudo não abordou cuidados. Idosos com média de idade de 70,7 anos, 57,1% do sexo masculino e 88,8% estavam em pós-operatório de cirurgia eletiva. Tempo de internação: mais de 24 horas.23 Lesão renal aguda, diálise, hipotensão, choque hipovolêmico, PCR, broncoespasmo, aspiração brônquica. Acompanhamento nefrológico, diálise. Dos idosos,60,6% eram homens com média de idade de 70,7 anos. Tempo de internação: média de 6,72 dias.24 Eventos adversos (processo clínico /procedimento, acidentes com o paciente, infecção associada à atenção à saúde, administração clínica medicação /fluidos, gestão da organização. Avaliação criteriosa do paciente idoso sobre o momento adequado para alta e controle de EA. A média de idade foi 74,6 anos, sendo o mais jovem com 60 anos e o mais idoso com 96 anos de idade. Tempo de internação: de 1 a 126 dias, com média de 11 dias.25 Não relatou intercorrências. Permanecer alerta em relação à monitorização cardíaca e controle da glicemia. Dos idosos investigados, 52,8% eram do sexo masculino, com predomínio da faixa etária de 60 a 69 anos (44,4%). Tempo de internação: mediana de quatro dias, variação de 1 a 103 dias.26 Processo e procedimento clínicos, infecção relacionada à assistência. Investigação de evento adverso. Estudo registrou prevalência de mulheres (181/58,8%), média de idade de 71 anos, com idade máxima de 97 anos. Tempo de internação: 41 dias ou mais.27 Infecções respiratórias, do trato urinário, de corrente sanguínea e sítio cirúrgico. Identificar fatores de risco clínico, que podem interferir na diminuição de procedimentos invasivos e epidemiologia da infecção nas UTIs. Figura 3. Perfil do idoso, tempo de internação, intercorrências e cuidados. Teresina (PI), Brasil, 2018 Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3119 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 Mostra-se, nesta revisão, que os estudos selecionados se tratavam, em sua maioria, de pesquisas observacionais. Acredita-se que o destaque dado a esse delineamento decorre dos aspectos relativos ao fenômeno em estudo, constatando-se que a abordagem quantitativa responde mais adequadamente às questões que inquietam os pesquisadores que investigam essa área. No entanto, necessita-se de investimentos nos estudos de abordagem qualitativa, uma vez que a análise da subjetividade pode auxiliar na compreensão de questões que permeiam o cuidado crítico e complexo e a convivência constante com intercorrências. Concentraram-se as pesquisas desta revisão, sobretudo, nas regiões Sudeste e Sul. Nota-se que o maior quantitativo de pesquisas realizadas nessas regiões decorre, principalmente, do pioneirismo na oferta de cursos strictu sensu, que sustentam a iniciativa à pesquisa, além dessas regiões concentrarem os maiores e mais especializados serviços de terapia intensiva do país. Diante da relevância da prática baseada em evidências científicas para respaldar a assistência qualificada e da necessidade dos estudos abordarem as particularidades de cada região, aponta-se a necessidade de estudos nas demais regiões, especialmente na região Norte, que não teve nenhum estudo incluído. Percebeu-se, a respeito dos idosos participantes dos estudos, por meio da análise da média das idades, que eram, na sua maioria, idosos mais jovens (60 a 79 anos). Observa-se um número crescente de pacientes idosos graves que necessitam de cuidados intensivos e, dado o alto custo desses cuidados, faz-se necessário avaliar os fatores relacionados à sua evolução. Justifica-se, assim, a preocupação com o amparo logístico ao idoso em situação crítica, como também o gerenciamento econômico e a efetividade desse suporte à população idosa.9 No entanto, embora o envelhecimento por si seja um fator de risco para mortalidade em longo prazo, esse risco aumenta com o número de comorbidades, a baixa função cognitiva e a dificuldade para realizar atividades rotineiras.13 Identificou-se, entretanto, em estudo que objetivou conhecer o perfil de pacientes idosos internados nas UTIs de um município do Rio Grande do Sul, que, em geral, quanto maior a idade, menor o tempo de permanência e maior a ocorrência de óbito. Isso em decorrência, geralmente, da gravidade da doença, da existência de comorbidades, assim como do mau estado geral e redução da capacidade de recuperação do idoso.15 Evidenciou-se, em estudo realizado em João Pessoa/PB, que os idosos com idade igual ou superior a 80 anos possuem 1,42 mais chances de evoluir para óbito do que um idoso que se encontra em uma faixa etária menor. Adverte-se que a idade, isoladamente, não se relaciona ao pior prognóstico, mas outros fatores associados, como gravidade da doença aguda, comorbidades e estado funcional, podem ser responsáveis pelos piores prognósticos. 25 Observou-se, a respeito do sexo, a predominância dos homens nas internações em UTI. 10,15-18-21,23-24,26 Verificou-se em estudo longitudinal sobre as características clínicas, laboratoriais e o desfecho clínico de pacientes sépticos e não sépticos admitidos em UTI que o sexo masculino foi mais associado à admissão por sepse nesse serviço. Destacou-se nessa pesquisa que as diferenças hormonais entre os sexos, assim como níveis mais elevados de mediadores anti-inflamatórios nas mulheres, podem ser causas das incidências maiores de sepse e piores desfechos no sexo masculino. Constatou-se, ainda, que o valor do hematócrito foi o único marcador laboratorial que se relacionou ao pior prognóstico em pacientes sépticos.17 Infere-se, portanto, que essa predominância de internação entre os homens seja decorrente da resistência masculina em procurar atendimento médico tanto por questões culturais como por falta de condições devido ao tipo das atividades profissionais por eles desenvolvidas. Verifica- se, nesse sentido, que a baixa procura por serviços de saúde entre homens pode favorecer a sua internação em UTIs em razão do aparecimento de complicações de doenças crônicas, por vezes não diagnosticadas. Contrapondo-se a isso, as mulheres mantêm- se mais estáveis, em relação às suas condições clínicas, por procurarem mais os serviços de saúde.26 Percebe-se, assim, que os homens têm uma maior frequência de internação nessas unidades, uma vez que utilizam com menor frequência os serviços de atenção primária e secundária de saúde.25 Considera-se, nesse contexto, de suma importância a implementação das linhas de ação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem por reconhecer que os agravos do sexo masculino constituem verdadeiros problemas de saúde pública e possibilitam, assim, que estratégias e ações planejadas para esse público possam reduzir DISCUSSÃO Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3120 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 os índices de morbimortalidade por causas preveníeis nessa população a fim de que seja possível, dessa forma, a melhoria da expectativa de vida com qualidade. Revela-se que, em relação às intercorrências clínicas nos idosos internados em UTI, os estudos destacaram as exacerbações das condições crônicas, como complicações cardiopulmonares e neurológicas, manifestadas por meio de infecções, acidente vascular encefálico, lesão renal aguda, hipotensão, choque, ansiedade, aumento do estresse e suscetibilidade a incidente sem danos e evento adverso.Constatou-se, em investigação retrospectiva realizada no Paraná, que entre os idosos há aumento do número de infecções adquiridas durante a internação na UTI, além do aumento de complicações relacionadas à estadia nesse ambiente, sugerindo que esses fatores podem desencadear o óbito desses pacientes.12 Acerca da elevada mortalidade observada entre idosos na UTI, um estudo aponta para a associação de diferentes fatores, além da idade avançada, a existência de estados mórbidos preexistentes, a doença atual e a gravidade clínica, considerando-se ainda as admissões de pacientes fora de possibilidades terapêuticas nessas unidades.11 Identificou-se, em estudo de coorte prospectivo desenvolvido no Rio Grande do Sul, que cerca de 60% dos pacientes internados desenvolveram infecção respiratória durante a internação na UTI, 31,8% evoluíram com choque séptico, aproximadamente 82% necessitaram de suporte ventilatório e 19,6% de suporte dialítico.16 Observou-se, em pesquisa transversal realizada no Distrito Federal, que o estresse percebido na UTI teve média geral mais elevada entre os idosos, principalmente entre os 20% que utilizavam psicotrópicos. Identificou-se, ainda, os principais fatores causadores de estresse dos idosos, nesses ambientes: a existência de máquinas estranhas em seu entorno, perceber pressa na enfermeira, assim como a equipe de enfermagem demonstrar estar mais atenta aos equipamentos que ao paciente, ser examinado constantemente por médicos e enfermeiros, uso de termos incompreensíveis pela equipe, ser acordado pela enfermagem e não receber explicações sobre o tratamento.18 Constata- se, desse modo, a importância de profissionais qualificados na UTI com vistas a um cuidado mais humanizado. Verificou-se, ao analisar os parâmetros de troca gasosa previstos e encontrados em idosos ventilados mecanicamente, que dentre as intercorrências mais prevalentes a insuficiência respiratória aguda, pneumonia e acidente vascular encefálico foram as mais encontradas. Destaca-se que a alta prevalência de insuficiência respiratória requer a necessidade de maiores estudos a respeito da adequação das frações inspiradas de oxigênio, visto que a insuficiência respiratória aguda evolui quase sempre para a ventilação mecânica, consequentemente, para a administração de oxigênio suplementar que, se mal administrado, pode gerar efeitos tóxicos.19 Constatou-se, em estudo que objetivou compreender as vivências do processo de hospitalização em uma UTI, na voz de idosos e seus familiares, que a maior angústia se refere à falta de informação sobre o estado de saúde dos idosos hospitalizados e recomenda-se o investimento na formação profissional para as áreas de geriatria e gerontologia, o que poderá contribuir para aumentar a qualidade da assistência prestada a essa população.22 Verificou-se, em pesquisa clínica realizada em São Paulo, que, dos pacientes que estavam em pós-operatório de cirurgia eletiva, 35,7% desenvolveram lesão renal aguda. Concluiu- se, assim, que essa intercorrência se associou à alta mortalidade nos idosos submetidos à cirurgia eletiva com risco pré-operatório elevado e doença renal crônica prévia, sendo importante a identificação precoce desses fatores de risco e da lesão renal aguda nesses pacientes.23 Identificaram-se, em estudo de coorte retrospectivo, realizado em nove UTIs de especialidades em São Paulo, os fatores relacionados à ocorrência de eventos adversos em pacientes idosos internados em UTI e se constatou que tais intercorrências foram moderadas e graves, relacionadas a processo clínico/procedimentos que corresponderam a 37,1%, seguidos de acidentes com o paciente (31,1%) e infecção associada à atenção de saúde (25,5%), com recomendação da identificação desses eventos e fatores associados no idoso para subsidiar a prevenção dessas ocorrências diante das vulnerabilidades dessa faixa etária.24 Investigou-se em uma UTI de um hospital público do interior de Minas Gerais os fatores demográficos e clínicos associados aos incidentes de segurança (IS) entre idosos em terapia intensiva, e os resultados indicaram maior prevalência de incidente sem danos (ISD) de documentação que correspondeu a 88,1% e evento adverso (EA) de Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3121 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 processo/procedimento que representou 77,4%. Sugeriu-se, para a prática clínica, a busca por estratégias para redução de ISD de documentação e EA de processo/procedimento, uma vez que, dentre os tipos de IS, estes foram prioritários e podem acarretar graves consequências aos pacientes.26 Observou-se, em estudo transversal, realizado em UTI de um hospital público de referência na região Nordeste do Brasil, que o desfecho clínico de idosos que adquiriram infecção nessas unidades é influenciado pelas variáveis sociodemográficas e clínicas, principalmente entre os idosos mais velhos, entre os quais se percebe maior taxa de óbito.27 Atenta-se, entre os estudos incluídos nesta revisão, para as relações com o tempo de permanência dos idosos na UTI evidenciado em um estudo. Identificou-se uma variação de 1 a 41 dias. Destaca-se que, para os pacientes idosos, quanto maior a permanência nessas unidades, maior o número de complicações adquiridas, o que pode desencadear o óbito desses pacientes, relacionado à presença de infecção na admissão e à contração de infecção na UTI. Portanto, a maior mortalidade em idosos nessas unidades pode vir a ser decorrente da presença de doenças graves, e não da idade.12 Apresenta-se, assim, que, nos idosos internados em UTI, as alterações das variáveis morfológicas e fisiológicas devem ser consideradas, visto que repercutem nas diversas funções orgânicas, com destaque para a imunidade, o que os torna mais vulneráveis a infecções, podendo causar um prolongamento da internação, o uso de procedimentos invasivos e aumento de gastos com o tratamento, aumentando também as chances de óbito. 27 Destaca-se que o tempo de permanência do idoso acima de seis dias na UTI se apresentou como um risco para desfecho desfavorável, considerando-se essa variável como um fator de risco de pior prognóstico entre idosos em UTI.25 Verificou-se em um estudo prospectivo desenvolvido durante cinco meses na UTI geral de um hospital terciário que os principais fatores de risco associados à morte no idoso estão relacionados à própria idade avançada, à avaliação das atividades diárias, à glicemia elevada e à necessidade de ventilação mecânica invasiva na admissão nessa unidade.13 Observou-se, com relação ao tempo de permanência na UTI, que quanto mais dias, maiores as chances de ocorrência de eventos adversos, visto que cada dia de permanência aumenta a chance de um paciente sofrer EA em 10,0%. Recomenda-se, dessa forma, que os idosos sejam avaliados acerca do melhor momento para a alta da UTI, com permanência nessa unidade apenas o tempo mínimo necessário, como prevenção para a ocorrência de evento adverso, a diminuição dos custos e impacto sobre os familiares.24 Revela-se que, acerca dos cuidados de enfermagem aos idosos internados em UTI, apenas seis artigosdiscutiram a temática.13,15,22,24,26-27 Verificou-se que, ao comparar as necessidades de cuidados de enfermagem de pacientes idosos e não idosos em UTI segundo o Nursing Activities Score (NAS), 100,0% dos pacientes receberam cuidados à beira do leito e observação contínua ou ativa por quatro horas ou mais em algum plantão, tais como medicação e procedimentos de higiene de rotina, realização de tarefas administrativas e gerenciais de rotina que exigiram menos de duas horas (99,7%), suporte respiratório, suporte e cuidados aos familiares e pacientes por cerca de uma hora (99,4%, cada um), seguidos da medida quantitativa do débito urinário (88,8%) e cuidados com drenos (87,3%).11 Observou-se, em um estudo sobre os fatores de risco de idosos em UTI, que a hiperglicemia e uso de ventilação mecânica representaram agravantes nesses pacientes, o que orienta para a monitorização contínua para a reversibilidade o mais rápido possível.13 Sugere-se, em estudo transversal desenvolvido no Rio Grande do Sul com 213 idosos, que as UTIs tenham esses pacientes como uma população com necessidades diferenciadas e que assim sejam tratados, sendo elaborados critérios de admissão a partir da gravidade dos casos visando reduzir a superlotação dessa unidade, garantindo esse cuidado àqueles que de fato dele necessitam. Orienta-se, ainda, a motivação das equipes da Estratégia Saúde da Família a fim de que possam identificar os idosos em risco de hospitalização e realizar monitoramento periódico dos seus estados de saúde, assim como promover a integração entre os diferentes níveis de atenção em saúde, com o objetivo de acompanhar aqueles idosos que receberam alta das UTI. Estimula-se, além disso, o cuidado em âmbito domiciliar, inclusive a internação domiciliar, com identificação das famílias que demonstram capacidade e interesse nesse cuidado e, por fim, a realização de pesquisas que Santos AMR dos, Almeida CAPL, Cardoso SB et al. Intercorrências e cuidados a idosos em... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(11):3110-24, nov., 2018 3122 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a234531p3110-3124-2018 possibilitem conhecer melhor o idoso a fim de melhorar sua sobrevida.15 Obteve-se, dentre as publicações selecionadas, dois artigos que trouxeram as questões relativas à ocorrência de eventos adversos em pacientes idosos internados em UTI, na busca de solucionar problemas relativos à assistência em saúde. Assim, percebe-se a contribuição para uma prática mais assertiva, com destaque para os fatores associados à infecção hospitalar em idosos na UTI que precisam ser identificados e tratados precocemente por influenciarem na sua estadia nesse ambiente e em seu desfecho clÍnico.24,26 Enfatiza-se, dessa forma, que uma atenção pré-operatória sistematizada com identificação dos fatores de risco pode interferir diretamente na diminuição de procedimentos invasivos e na epidemiologia da infecção nas UTIs. Evidencia-se, em estudo brasileiro, que, no Brasil, existe uma lacuna de pesquisas em relação à infecção hospitalar envolvendo os idosos mais velhos.27 Verifica-se, assim, que a vulnerabilidade do idoso é incontestável, decorrente da redução da capacidade fisiológica comum nessa faixa etária, como também do aumento das doenças crônicas não transmissíveis, as quais podem conduzir ao agravamento do quadro clínico. Destaca-se, nesse sentido, a importância da participação efetiva da enfermagem no cuidado aos idosos, tanto na atenção básica, por meio de ações de promoção e de prevenção a saúde, quanto no atendimento pré-hospitalar e intrahospitalar aos idosos, com atenção especial à situação da doença preexistente e observação dos fatores que possam acometer o surgimento de intercorrências. Verificou-se que poucos estudos discutem os cuidados de enfermagem prestados a esses pacientes nessas unidades, o que leva à existência de uma lacuna nas publicações sobre a temática, ao constatar que alguns artigos descrevem as intercorrências, porém não discutem cuidados indicados ou implementados, comprometendo o processo de cuidar, objeto principal do trabalho de enfermagem. Ressalta-se como limitações deste estudo a inclusão somente da produção da literatura brasileira, na língua portuguesa, que pode não retratar a realidade de outros países. Percebe-se que as alterações próprias do envelhecimento, acrescidas do agravamento de condições clínicas decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis, têm levado, cada vez mais, idosos a serem internados em UTIs, sendo em sua maioria idosos mais jovens, do sexo masculino. Tornam-se os idosos nessas unidades mais suscetíveis às infecções, principalmente a infecção respiratória, aumento do estresse e ansiedade, acidente vascular encefálico e lesão renal aguda, com maior vulnerabilidade a incidentes de segurança, em decorrência do tempo de internação mais prolongado nessas unidades. Apontam-se lacunas na produção de pesquisas que tragam a investigação das intercorrências e dos cuidados de enfermagem ao idoso internado em UTI, sobretudo em estados da região Norte do Brasil. Alerta-se, ainda, para a produção de estudos com outros delineamentos metodológicos que contribuam para a robustez da pesquisa e para a prática profissional. Torna-se necessário, ademais, que os enfermeiros, como integrantes da equipe multidisciplinar e por prestarem cuidados diretos ao paciente idoso crítico, invistam na discussão dos cuidados a esse público para que, assim, norteiem outros profissionais e promovam avanço na dimensão científica da enfermagem. 1. 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