Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Psicofisiologia Capítulo 6. Visão Codificação Visual Como os estímulos visuais são transformados em impulso nervoso para ser processado no cérebro? Prof. Dr. Alessandro Fazolo Cezario A luz focalizada na retina A luz é focalizada na retina através de duas lentes: a córnea e o cristalino; A quantidade de luz que atravessa a íris pode ser controlada pela contração ou dilatação da pupila. O formato do cristalino pode ser alterado pelos músculos ciliares. Imagem distante Imagem próxima (A) Quando os músculos ciliares estão relaxados, o cristalino fica mais fino (mais divergente) e um objeto distante pode ser focado na retina. (B) Quando os músculos ciliares estão contraídos, o cristalino fica mais grosso (mais convergente) e um objeto próximo pode ser focado na retina. Músculos ciliares e o ajuste do foco Acomodação é o meio pelo qual um objeto pode ter sua imagem focalizada sobre a retina independentemente de sua distância do olho. A B Luz longe Luz perto Erros de refração e de focalização Miopia – erro de refração Hipermetropia – erro de focalização Fatores que influenciam a correta focalização da imagem (e podem causar erros de refração) Algumas condições que causam erros de refração são a presbiopia, miopia, hipermetropia e o astigmatismo. Hipermetropia Miopia (Astigmatismo) Hipermetropia O uso de lentes corretivas ajuda nos problemas de focalização Detalhes do circuito retiniano 1. O escuro despolariza o fotorreceptor e aumenta a voltagem no interior da célula (mais positivo), produzindo variações do potencial de membrana (o escuro funciona como um estímulo). 2. A luz hiperpolariza o fotorreceptor e a voltagem no interior da célula cai (fica mais negativo); No escuro: a concentração de GMP cíclico aumenta e mantém os canais de Na+ abertos. A entrada de sódio deixa a célula despolarizada (mais +). A despolarização provoca a liberação de glutamato. Na luz: a concentração de GMP cíclico diminui e os canais de Na+ fecham-se impedindo a entrada de Na+. A baixa concentração de Na+ deixa a célula hiperpolarizada (mais -) e o glutamato não é liberado. Como a luz altera a voltagem dentro dos cones e bastonetes? Lamela Lamela Segmento lamelar Glu Glu Animação 1 - Fotoisomerização da rodopsina 1. A luz hiperpolariza a fotorreceptor; 2. Despolariza a célula bipolar 3. E produz potenciais de ação na célula glanglionar. 4. A ausência da ação inibitória do GLU, causada pela ativação de receptores pós- sinápticos mGluR (1), produz despolarização das células bipolares Circuitos neurais da retina (1) Dhingra, A., & Vardi, N. (2012). “mGlu Receptors in the Retina” - WIREs Membrane Transport and Signaling. Wiley Interdisciplinary Reviews. Membrane Transport and Signaling, 1(5), 641–653. http://doi.org/10.1002/wmts.43 Na presença de luz a fóvea vê claramente e em cores. Podemos perceber contornos, brilho, contrastes, movimento, etc. No escuro somente a periferia da retina vê em preto e branco e com pouca definição. A fóvea fica cega. É mais fácil identificar as letras próximas ao centro (fóvea) que as letras da periferia T T T T T T T T T T T T T T T É mais fácil identificar as cores das letras próximas ao centro (fóvea) que as cores das letras da periferia O que é “campo receptivo”? Campo receptivo é a área da retina sobre a qual o estímulo luminoso é capaz de alterar a atividade de uma célula ganglionar em particular. Cada célula ganglionar tem seu campo receptivo representado pelo conjunto de fotorreceptores (cones e bastonetes) que se conectam a ela. Uma forma de se verificar o campo receptivo é analisar a atividade das células ganglionares ON center e OFF center da retina Se a luz atinge o campo receptivo de uma célula ganglionar (ON ou OFF) o seu padrão de disparo é aumentado. Se a luz atinge um ponto da retina fora de seu campo receptivo, o padrão de disparo da célula ganglionar diminui. Isso é conhecido por “efeito antagônico” das células ganglionares vizinhas. Circuito retiniano e efeito antagônico sobre as células ON center e OFF center R – Fotorreceptores B – Células bipolares A – Células amácrinas G – Células ganglionares R R R R G B R R B B B A A On ON center OFF center + + - - Se a luz atinge o campo receptivo de uma célula ganglionar (ON ou OFF) o seu padrão de disparo é aumentado. Se a luz atinge um ponto da retina fora de seu campo receptivo, o padrão de disparo da célula ganglionar diminui. Isso é conhecido por “efeito antagônico” das células ganglionares vizinhas. Animação 2 - Efeito da luz nas células ganglionares ON e OFF center da retina O “efeito antagônico” das células ganglionares atua no reconhecimento de contornos O olho humano é incapaz de perceber gradações de tons absolutas. Note na figura acima que as bordas perceptíveis entre a tonalidade mais escura e a mais clara na verdade não existem. Elas são criadas pelo sistema visual. “A moça com brinco de pérola” – Vermeer O “efeito antagônico” das células ganglionares vizinhas atua no reconhecimento de contornos Quando o olho vê uma borda entre uma superfície escura e outra clara, a atividade de células ganglionares ON center afastadas da borda não é alterada. Isto não produz nenhum efeito antagônico nas células OFF center e nenhum contorno é visto. Somente as células ganglionares ON center próximas da borda apresentam aumento (células na superfície clara) ou diminuição (células na superfície escura) da atividade de disparos. Isto produz um efeito antagônico nas respectivas células OFF center e o contorno é visto. As vantagens da visão de cores As cores dão emoção aos objetos... E ajudam na distinção entre figura e fundo (contraste). O espectro da energia eletromagnética Esta é a estreita faixa de comprimento de ondas visível ao olho humano. Luz visível: varia de 400 a 700nm (10-9 m) Suponha uma ativação uniforme do cone verde a uma figura amarela (b) sobre um fundo azul (a). Tanto a figura quanto o fundo seriam visto em uma só cor (verde). A retina possui diferentes cones que respondem melhor ou pior a diferentes pigmentos de cores. Como ocorre a visão de cores? Suponha a ativação diferenciada do cone vermelho em (a) e em (b). A figura (b) aparece destacada sobre o fundo (a). Todas as cores que vemos são combinações de 3 cores básicas Quando cones verdes e vermelhos são estimulados vemos a cor amarela. Quando cones vermelhos e azuis são estimulados vemos a cor magenta; Quando os cones verdes e azuis são estimulados vemos a cor ciano; Quando todos os 3 tipos de cones são estimulados vemos a cor branca. Como os cones estão distribuídos na retina? Na fóvea: a. De modo geral cones vermelhos são os mais numerosos e cones azuis os menor numerosos (a); b. Na parte mais central da fóvea não há cones azuis (b); c. A quantidade relativa de cones varia de pessoa para pessoa; Na periferia da retina: a. Diminui a quantidade de cones e aumenta a quantidade de bastonetes;b. O tamanhos dos fotorreceptores aumenta e decresce a densidade; c. Cones ficam maiores que os bastonetes. Cegueira de cores Você consegue ver o número 10 na figura da esquerda? Se não, pode ser cegueira para cores. Cada tipo de cone possui foto pigmentos sensíveis às diferentes ondas de luz. A cegueira de cores ocorre quando há um defeito no gene que produz esses foto pigmentos.
Compartilhar