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Cosmetologia 
Poliana Galindo de Almeida Milreu
Avaliação e 
ação docente
Sandra Regina dos Reis Rampazzo
Marlizete Cristina Bonafini Steinle
Edilaine Vagula
AvaliacaoAcaoDocente.indd 3 8/3/12 3:28 PMCosmetologia.indd 1 8/29/12 6:03 PM
© 2013 by Pearson Education do Brasil e Unopar 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação 
poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo 
ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, 
gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, 
sem prévia autorização, por escrito, da Unopar e da Pearson Education do Brasil.
Diretor editorial e de conteúdo: Roger Trimer
Gerente geral de projetos editoriais: Sabrina Cairo
Gerente de desenvolvimento editorial: Kelly Tavares
Gerente da central de conteúdos: Thaïs Falcão
Supervisora de produção editorial: Silvana Afonso
Coordenador de produção editorial: Sérgio Nascimento
Editor: Casa de Ideias
Editor assistente: Marcos Guimarães
Revisão: Ana Paula Perovano
Capa: Rafael Mazzo
Diagramação: Casa de Ideias
Dados Internacionais de Catalogação na Públicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Milreu, Poliana Galindo de Almeida
 Cosmetologia / Poliana Galindo de Almeida Milreu. – São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2012.
Bibliografia
ISBN 978-85-8143-125-3
1. Cosmetologia I. Título. 
12-11028 CDD-613.488
Índices para catálogo sistemático:
1. Cosmetologia 613.488
2012
Pearson Education do Brasil
Rua Nelson Francisco, 26 
CEP: 02712 ‑100 — São Paulo — SP 
Tel.: (11) 2178 ‑8686, Fax: (11) 2178 ‑8688 
e ‑mail: vendas@pearson.com
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Sumário
Unidade 1 — Conhecendo a cosmetologia e o mercado 
cosmético .................................................1
Seção 1 Cosmetologia e o mercado cosmético.................................2
1.1 Mercado cosmético ..................................................................................4
1.2 Perspectivas 2012 .....................................................................................8
1.3 Crescimento do setor x crescimento da economia ....................................9
Seção 2 Classificação dos produtos cosméticos .............................10
Unidade 2 — História e legislação para o mercado 
cosmético ...............................................19
Seção 1 História da cosmetologia ..................................................21
Seção 2 Legislação para o mercado da cosmética ..........................27
Unidade 3 — Tecnologia e aplicação dos cosméticos .. 33
Seção 1 Insumos e classificação cosmética ....................................34
1.1 Nomenclatura de ingredientes cosméticos (INCI) Internacional 
Nomenclature of Cosmetic Ingredient .....................................................34
1.2 Componentes básicos de uma formulação cosmética .............................36
Seção 2 Sequência de tratamento estético .....................................51
2.1 Formas de limpar a pele ........................................................................52
2.2 O ideal é usarmos sabonetes especiais ...................................................53
2.3 Peeling ...................................................................................................54
2.4 Loções de limpeza aquosas ou tonificação .............................................54
2.5 Emulsões e soluções de limpeza ............................................................54
2.6 Hidratantes .............................................................................................57
2.7 Hidratação ativa, mecanismo intracelular ou osmolaridade ....................61
2.8 Hidratação para o corpo .........................................................................61
2.9 Nutritivos ................................................................................................62
Cosmetologia.indd 3 8/29/12 6:03 PM
iv c o s m e t o l o g i a
Unidade 4 — Fotoprotetores ........................................65
Seção 1 Espectro solar ...................................................................67
1.1 Efeitos dos raios solares ..........................................................................69
1.2 Câncer de pele ......................................................................................71
Seção 2 Fator de proteção solar .....................................................75
2.1 Substâncias fotossensibilizantes ..............................................................85
2.2 Protetores inorgânicos e orgânicos .........................................................86
2.3 Filtros orgânicos permitidos no Brasil ....................................................88
2.4 Filtros solares naturais ............................................................................90
2.5 Formulações de protetores solares ..........................................................92
2.6 Combinação de filtros solares ................................................................93
2.7 Formulações resistentes ou muito resistentes à água e suor ....................93
2.8 Veículos utilizados nos fotoprotetores ....................................................94
2.9 Aconselhamento farmacêutico ao usuário de fotoprotetores ..................95
Unidade 5 — Cosmetologia atual ................................99
Seção 1 Ativos cosméticos ...........................................................100
1.1 Ácido alfa lipoico .................................................................................100
1.2 Ácido kójico ........................................................................................102
1.3 Ácido málico ........................................................................................102
1.4 Ácido fítico ...........................................................................................103
1.5 Ácido glicólico .....................................................................................103
1.6 Ácido mandélico ..................................................................................104
1.7 Ácido salicílico ....................................................................................105
1.8 Ácido tricloroacético (ATA) ..................................................................105
1.9 Adiporeguline .......................................................................................106
1.10 Sistema de liberação por fosfolipídeos ................................................106
1.11 Adipol ...............................................................................................107
1.12 Água de Hamamélis ...........................................................................107
1.13 Água mãe cosmética ..........................................................................108
1.14 Água thermal ......................................................................................109
1.15 Algowhite ...........................................................................................110
1.16 Aloe vera ............................................................................................110
1.17 Alpha beta peel .................................................................................112
1.18 Alpha‑arbutin .....................................................................................113
1.19 Aminoácidos da seda ..........................................................................113
Cosmetologia.indd 4 8/29/12 6:03 PM
s u m á r i o v
1.20 Argilas thermais cosméticas ...............................................................114
1.21 Argireline ............................................................................................116
1.22 Ascorbosilane C ..................................................................................116
1.23 Avena eyes ..........................................................................................1171.24 Bio arct ...............................................................................................118
1.25 Biosome DMAE .................................................................................119
1.26 Bromelina 3000 .................................................................................119
1.27 Cafeína ..............................................................................................120
1.29 Cavalinha ...........................................................................................121
1.30 Celulinol ............................................................................................121
1.31 Chá‑verde pó .....................................................................................122
1.32 Clorela pó ..........................................................................................122
1.33 Coenzima Q‑10 .................................................................................124
1.34 Colágeno hidrolisado .........................................................................125
1.35 D‑Pantenol ........................................................................................126
1.36 Densiskin............................................................................................126
1.37 Epiderfill ...........................................................................................127
1.38 Extrato fluido de própolis ...................................................................128
1.39 Extrato glicólico de castanha‑da‑índia ...............................................128
1.40 Extrato glicólico de centela asiática ...................................................128
1.41 Extrato oleoso de calêndula ...............................................................129
1.42 Camomila ..........................................................................................130
1.43 Fango thalasso thermal ......................................................................130
1.44 Fator antilipêmico ..............................................................................131
1.45 Fibra de laranja pó .............................................................................132
1.46 Fruit acid ‑ AHA .................................................................................132
1.47 Gelatina .............................................................................................133
1.48 Ginkgo biloba ....................................................................................134
1.49 Ginseng coreano ................................................................................135
1.50 Gluconolactona .................................................................................136
1.51 Guaraná .............................................................................................136
1.52 Gymnema silvestre .............................................................................137
1.53 Haloxyl...............................................................................................137
1.54 Hidroquinona .....................................................................................138
1.55 Idebenona .........................................................................................138
1.56 Hidrovital ...........................................................................................139
Cosmetologia.indd 5 8/29/12 6:03 PM
vi c o s m e t o l o g i a
1.57 L‑carnitina .........................................................................................139
1.58 Linefactor ...........................................................................................140
1.59 FGF‑2 como um novo alvo entre os fatores de crescimento ................141
1.60 Linha zymo.........................................................................................141
1.61 Lipossoma de vitamina A+E ...............................................................142
1.62 Manteiga de karitê ..............................................................................143
1.63 Microesferas de polietileno ................................................................143
1.64 Matrixil ...............................................................................................144
1.65 Óleo de abacate ................................................................................144
1.66 Óleo de amêndoas ............................................................................144
1.67 Óleo de citronela ...............................................................................145
1.68 Óleo de coco .....................................................................................146
1.69 Óleo de girassol .................................................................................147
1.70 Óleo de prímula .................................................................................148
1.71 Óleo de rosa‑mosqueta ......................................................................149
1.72 Óleos essenciais .................................................................................149
1.74 Oligomix ............................................................................................152
1.75 Pumpkin enzyme ...............................................................................154
1.76 Resorcina ...........................................................................................154
1.77 Romã .................................................................................................155
1.78 Rutina ................................................................................................155
1.79 Syn coll .............................................................................................155
1.80 Spirulina .............................................................................................156
1.81 Vegelip ...............................................................................................157
1.82 Vitamina A ..........................................................................................157
1.83 Vitamina C .........................................................................................158
1.84 Vitamina E .........................................................................................159
Seção 2 Nutracêuticos ................................................................160
Referências ................................................................178
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O crescimento e a convergência do potencial das tecnologias da informação e da 
comunicação fazem com que a educação a distância, sem dúvida, contribua para a 
expansão do ensino superior no Brasil, além de favorecer a transformação dos métodos 
tradicionais de ensino em uma inovadora proposta pedagógica.
Foram exatamente essas características que possibilitaram à Unopar ser o que é 
hoje: uma referência nacional em ensino superior. Além de oferecer cursos nas áreas de 
humanas, exatas e da saúde em três campi localizados no Paraná, é uma das maiores 
universidades de educação a distância do país, com mais de 350 polos e um sistema 
de ensino diferenciado que engloba aulas ao vivo via satélite, Internet, ambiente Web 
e, agora, livros‑texto como este.
Elaborados com base na ideia de que os alunos precisam de instrumentos didá‑
ticos que os apoiem — embora a educação a distância tenha entre seus pilares o 
autodesenvolvimento —, os livros‑texto da Unopar têm como objetivo permitir que os 
estudantes ampliem seu conhecimento teórico, ao mesmo tempo em que aprendem 
a partir de suas experiências, desenvolvendo a capacidade de analisar o mundo a 
seu redor.
Para tanto, além de possuírem um alto grau de dialogicidade — caracterizado por 
um texto claro e apoiado por elementos como “Saiba mais”, “Links” e “Para saber mais” —, 
esses livros contam com a seção “Aprofundandoo conhecimento”, que proporciona 
acesso a materiais de jornais e revistas, artigos e textos de outros autores.
E, como não deve haver limites para o aprendizado, os alunos que quiserem ampliar 
seus estudos poderão encontrar na íntegra, na Biblioteca Digital, acessando a Biblioteca 
Virtual Universitária disponibilizada pela instituição, a grande maioria dos livros indicada 
na seção “Aprofundando o conhecimento”.
Essa biblioteca, que funciona 24 horas por dia durante os sete dias da semana, conta 
com mais de mil títulos em português, das mais diversas áreas do conhecimento, e pode 
ser acessada de qualquer computador conectado à Internet.
Carta ao aluno
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viii c o s m e t o l o g i a
Somados à experiência dos professores e coordenadores pedagógicos da Unopar, esses 
recursos são uma parte do esforço da instituição para realmente fazer diferença na vida e 
na carreira de seus estudantes e também — por que não? — para contribuir com o futuro 
de nosso país.
Bom estudo!
Pró‑reitoria
Cosmetologia.indd 8 8/29/12 6:03 PM
A cosmetologia é um tema muito atual e abordado por profissionais das mais 
diversas áreas da saúde. Esta área vem ganhando maiores proporções com o avanço 
das técnicas e tecnologias, atraindo consumidores cada vez mais exigentes. Por 
este motivo precisamos ter um conhecimento profundo nos apoiando em bases 
científicas, obtidas a partir de pesquisas sistemáticas. 
Na primeira unidade você poderá compreender através da leitura quais as 
diferenças dos termos mais usados na cosmética, as diferenças entre cosméticos e 
cosmecêutico, por exemplo. Você aprenderá as evoluções do mercado cosmético 
em nosso país, todas as mudanças e transformações que vêm ocorrendo durante os 
anos. Esperamos que você consiga compreender o processo de evolução pelo qual 
a cosmetologia tem passado e a importância que ela tem no mercado mundial e 
nacional. Estudará também a classificação dos cosméticos com relação à finalidade 
cosmética, às regiões de aplicação, às categorias e aos graus de risco para a saúde.
Na segunda unidade você irá conhecer toda a história da indústria farmacêutica 
e da cosmética no Brasil. Você entenderá as mudanças que aconteceram no decor‑
rer dos anos e a importância disso tudo no mercado cosmético atual. Aprenderá 
também as leis aplicadas a este mercado entendendo o quanto elas são importantes 
para a saúde da população.
Saber como um cosmético pode ser classificado, de acordo com sua nomencla‑
tura e quais os componentes básicos de uma formulação é de suma importância. 
Também não menos importante para você aplicar de forma prática é a sequência de 
um tratamento estético utilizando cosmético. Tudo isso você aprenderá na Unidade 3.
Na quarta unidade o assunto abordado será o espectro solar, todos os raios 
ultravioleta e infravermelho, seus efeitos e perigos para a saúde. É um momento 
para refletirmos sobre os riscos que o sol traz para nossa saúde e como podemos 
nos proteger dele. Você aprenderá como fazer isso entendendo sobre fator de 
proteção solar e os tipos de protetores existentes. 
Para finalizarmos este livro, na quinta unidade você será apresentado aos 
mais diversos ativos cosméticos existentes no mercado, sua descrição, indicação 
e detalhes importantes de cada um deles. Conhecerá também os nutracêuticos e 
como podem ser usados para o benefício da saúde.
Apresentação
Cosmetologia.indd 9 8/29/12 6:03 PM
x c o s m e t o l o g i a
Espero que esta leitura seja imensamente prazerosa e que o ajude a compreender 
um pouco melhor o mercado cosmético, e que ao final deste livro você possa se sentir 
mais seguro para entrar para a área da estética.
Cosmetologia.indd 10 8/29/12 6:03 PM
Conhecendo a 
cosmetologia e o 
mercado cosmético
 Seção 1: Cosmetologia e o mercado cosmético
Nesta seção, estudaremos o que é a cosmetologia, desde 
a criação dos seus conceitos até a aplicação dos produtos 
elaborados e a diferença dos termos técnicos aplicados. 
Além disso, apreciaremos a evolução do mercado cos-
mético e o crescimento do setor mundial e brasileiro. 
 Seção 2: Classificação dos produtos cosméticos
Abordaremos para a sua compreensão a classificação 
dos produtos cosméticos quanto à sua finalidade 
cosmética, as regiões de aplicação, as categorias e 
os graus de risco para a saúde.
Objetivos de aprendizagem: o objetivo desta unidade é apresentar 
a vocês a cosmetologia aplicada à estética por meio de conceitos 
básicos e atuais, bem como definirmos o mercado cosmético no 
Brasil. Nesta unidade, buscaremos despertar o seu interesse para 
as evoluções que a cosmetologia tem apresentado em nosso país, 
pelas mudanças que vem sofrendo durante os tempos até os dias 
atuais. Esperamos que você consiga compreender o processo de 
evolução pelo qual a cosmetologia tem passado e a importância 
que ela tem no mercado mundial e nacional. Abordaremos tam-
bém a classificação dos produtos cosméticos para que você possa 
entender de uma forma simples em quais as regiões eles devem 
ser aplicados, qual a finalidade e os riscos para a saúde.
Unidade 1
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2 c o s m e t o l o g i a
Introdução ao estudo
Ao longo da história de nossa sociedade, experimentamos valores e significações 
diferentes frente aos diversos padrões de beleza que existiram nas décadas de 1960 
a 1990. A beleza humana tem limitações, proibições e exigências impostas pelos 
padrões da sociedade atual, ou seja, o belo está preso no interior de poderes esta‑
belecidos pelos outros.
Com o avanço da idade, a pele começa a sofrer algumas alterações, modificando 
seu aspecto, e isto gera uma busca pelos tratamentos e pelos cosméticos de tratamento.
Certamente, nos dias de hoje, diferente do que se pensava no passado, o que é 
belo está direta e profundamente ligado ao que somos. Nossa cultura atual é com‑
pletamente narcisista, buscamos sempre o culto a nós mesmos. 
A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os seg‑
mentos, levando a população atual a dar maior valor à sua aparência cultuando 
um padrão de beleza e, a partir daí, buscar nos cosméticos as ferramentas para 
essa realização.
Talvez você ache difícil compreender como isto é possível, mas a cosmética 
e os ativos atuam no corpo humano (pele, cabelos e unhas) de forma idêntica aos 
processos vitais, auxiliando o metabolismo com o objetivo de estimular as funções 
biológicas da pele a manter o equilíbrio tegumentar e a prolongar a juventude e 
retardar o envelhecimento.
Abordaremos nas próximas unidades alguns temas relacionados à aparência pes‑
soal e à cosmética e vários ativos cosméticos que podem ser usados para o tratamento 
da pele danificada.
 Seção 1 Cosmetologia e o mercado 
cosmético
A cosmetologia é a ciência que estuda os cosméticos, desde a criação dos concei‑
tos até a aplicação dos produtos elaborados. Entre estes itens encontram‑se a pesquisa 
de novos ativos e matérias‑primas, novas tecnologias e desenvolvimento de fórmulas, 
produção e comercialização, controle de qualidade e legalização junto aos órgãos 
competentes. Ou seja, a cosmetologia é a ciência que serve de suporte à fabricação 
dos produtos de beleza destinados ao embelezamento, à limpeza, à manutenção e 
às melhorias das características do cabelo, pele e seus anexos (RIBEIRO, 2010).
A cosmetologia não tem finalidade curativa ou de tratamento, pois não é um 
medicamento, mas trabalha com a correção e a preservação, ou seja, trabalha com 
a beleza. Pretende melhorar as alterações inestéticas na pele e cabelos ou manter a 
qualidade destes.
Cosmetologia.indd 2 8/29/12 6:03 PM
c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 3
Nesta área não temos um profissional que deva atuar oficialmente. Por isso, neste 
setor, atuam os profissionais das áreas afins, como Biologia, Engenharia Química, 
Fisioterapeuta Dermato Funcional, Química, Estética e Farmácia. Esses profissionais 
se especializamna área e dessa forma são capacitados para trabalhar nas várias áreas 
que envolvem os cosméticos.
Para você entender um pouco mais sobre esse assunto, é necessário definirmos 
de forma lógica os termos a seguir.
Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações 
e fabrica produtos de beleza, aplicando os métodos científicos 
determinados pela cosmetologia. Esteticista: profissional que sabe 
escolher os cosméticos, segundo as suas propriedades, qualidades 
e indicações e os aplica de acordo com as técnicas e métodos 
ligados à profissão (PIRES, 2011, p. 1). 
O que você entende por cosméticos? Qual seria a melhor definição para cosme‑
tologia aplicada à estética?
O nome cosmético era dado a princípio às substâncias naturais que tinham o ob‑
jetivo de suavizar o cabelo, dando‑lhe um brilho natural. Após um período de tempo, 
esses produtos evoluíram de tal forma a dominar o mercado da beleza, e dessa forma 
o nome cosmético passou a ter um sentido mais amplo (PIRES, 2011).
Esses cosméticos possuem uma formulação que pode ter sua origem em animais 
ou em vegetais, mas todos possuem sua base em experimentos científicos compro‑
vados. O objetivo dos cosméticos, de maneira geral, é a manutenção da pele ou 
cabelo, o melhoramento da pele e seus anexos, suavizando as imperfeições, sem 
alterar as funções vitais do organismo, sem causar qualquer tipo de alergia ou irri‑
tação da pele, ou seja, sem causar efeitos secundários maléficos e indesejáveis 
(PIRES, 2011).
Os cosméticos devem limpar, corrigir, proteger, embelezar, manter as funções, 
decorar a pele, as unhas e os cabelos (BARATA, 2002).
Nos cosméticos atuais procura‑se aliar pro‑
priedades terapêuticas através do uso de ativos 
eficazes, o que chamamos de cosmecêutica, a 
cosmética terapêutica (BAUMANN, 2004).
As indústrias farmacêuticas têm se preocupado 
em fabricar produtos de beleza específicos para 
cada tipo de pele, mas nem sempre as pessoas que 
os compram sabem a forma correta de usá‑los. 
Se esses produtos forem utilizados corretamente, 
apresentarão resultados satisfatórios, tratando ou 
mantendo as funções da pele. Existem também 
produtos que são criados pelas indústrias que 
servem apenas para hidratar a pele ou melhorar 
o aspecto dela, não possuindo efeito terapêutico. 
Caso você não tenha conheci-
mento, acesse o link <http://www.
anvisa.gov.br/cosmeticos/legis/espe-
cifica_registro.htm> sobre a defini-
ção de produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes que a Anvisa 
publicou em 2005. Desta forma, 
você poderá refletir um pouco mais 
sobre os produtos cosméticos.
Saiba mais
Cosmetologia.indd 3 8/29/12 6:03 PM
4 c o s m e t o l o g i a
Quando a intenção é tratar uma disfunção local na pele, precisamos de produtos que 
possuam estes efeitos e, por este motivo, com o passar do tempo as empresas criaram 
um novo conceito de cosmética e a uniram com a ciência, criando a cosmecêutica. 
Este é um novo segmento da saúde e da beleza, que procura investigar e tratar as 
variáveis disfunções estéticas humanas. A cosmecêutica vem conquistando cada vez 
mais adeptos entre médicos, fisioterapeutas dermatofuncionais, farmacêuticos, esteti‑
cistas e clientes, porque trata mais profunda e eficazmente os desiquilíbrios estéticos.
A cosmecêutica se aproxima mais de um medicamento por não possuir ativos 
apenas que melhoram o aspecto da pele, são produtos que tratam as disfunções es‑
téticas e que possuem comprovação clínica de resultados.
Enquanto a cosmética afeta de forma superficial o cabelo, um produto cosme‑
cêutico tem ação direta no bulbo capilar, contribuindo para eliminar o problema de 
forma mais eficaz e estimular as células saudáveis. As fórmulas têm sido criadas para 
terem ação profunda e direta sobre os tecidos, atenuando, minimizando e muitas vezes 
resolvendo as alterações de pele que se tornam inestéticas durante o processo de vida.
Dermocosméticos, por sua vez, são produtos que levam princípios 
ativos às camadas mais profundas da pele, proporcionando me‑
lhora do aspecto da mesma. Eles são criados a partir de estudos 
científicos e clínicos, sendo produtos para indicações específicas. 
Geralmente, são produtos hipoalergênicos e não comedogênicos. 
Podem ser indicados por médicos ou mesmo comprados livremente 
pelo consumidor (BAUMANN, 2004, p. 198).
Você já parou para pensar como seriam os dias atuais sem as modificações cosmé‑
ticas que aconteceram nos últimos anos? Como seria viver hoje sem a tecnologia 
para sabonetes, xampus, condicionadores ou até mesmo maquiagens?
Questões para reflexão
1.1 Mercado cosmético
Segundo pesquisas da ABDI (2008):
[...] o mercado mundial de cosméticos atingiu US$ 290,9 bilhões 
em 2007, com um crescimento de 5,9% em relação a 2006 (Ta‑
bela 1). Observa‑se a continuidade da tendência de aumento da 
importância relativa dos países emergentes no ranking, destacado 
no primeiro relatório setorial.” (HIRATUKA et al., 2008). [...]
O Brasil, que passou de sexto principal mercado, em 2000, para 
terceiro, em 2006, manteve a posição no ranking em 2007, com 
crescimento de 22,6% em relação ao ano anterior, atingindo um 
valor de US$ 22,2 bilhões. Vale ressaltar, porém, que esse resultado 
foi afetado pela valorização cambial no período, o que com certeza 
superestima o crescimento do mercado brasileiro (HIRATUKA et 
al., 2008 p. 1).
Cosmetologia.indd 4 8/29/12 6:03 PM
c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 5
Em primeiro lugar, a liderança dos produtos de beleza e maquia‑
gem, em especial os produtos associados a cuidados com a pele. 
De acordo com o Euromonitor, o segmento de cuidados com a pele 
experimentou crescimento de 40% entre 2002 e 2007, quando 
atingiu um valor de US$ 65,7 bilhões. Dentre os fatores que têm 
estimulado essa tendência está o aumento da expectativa de vida e 
o aumento da idade média da população, especialmente nos países 
desenvolvidos. Na Europa Ocidental, por exemplo, quase 50% da 
população tinha mais de 40 anos em 2007. No Japão, responsável 
por 20% do consumo de produtos para a pele, cerca de 22% da 
população tinha mais de 65 anos. A estrutura sócio‑demográfica, 
combinada com a elevada renda per capita e o interesse crescente 
da população com a questão da saúde e da beleza, tem direcionado 
os investimentos das empresas de cosméticos para esses segmentos. 
Ao mesmo tempo, o crescimento da renda per capita dos países 
emergentes também tem contribuído para acelerar a demanda por 
esses produtos nesses países, embora em segmentos de menor valor 
unitário (HIRATUKA et al., 2008 p. 4).
A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos 
apresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10,5% 
nos últimos 14 anos, tendo passado de um faturamento “ExFactory”, 
líquido de imposto sobre vendas, de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 
24,9 bilhões em 2009. A queda das vendas em dólares no período 
entre 1999 e 2002 deveu‑se a desvalorização do real, que sofreu 
valorização de 1994 a 1996, devido sua utilização como âncora no 
controle inflacionário após a implantação do Plano Real em meados 
de 1994. A partir de 2003 o real passou a ser novamente valorizado 
vigorosamente até 2007. O forte crescimento em dólar nos recentes 
anos foi motivado por esta valorização do real, em conjunto com 
o crescimento deflacionado no mercado interno superior aos dois 
dígitos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE 
PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS, 2010, p. 2). 
Essa tendência tem se traduzido, em termos de estratégias empresa‑
riais, em aumento crescente da incorporação de novos ingredientes 
ativos, por exemplo, com ações anti‑idade, antissinais, de hidra‑
tação, para aumento da elasticidade e firmeza da pele etc. Além 
do desenvolvimento de novas proteínas, aminoácidos e cadeias 
de aminoácidos com funções mais específicas, também a forma 
veicular de aplicação tem recebido investimentos crescentes. Mais 
recentemente, o desenvolvimento de aplicações da nanotecnologiaaos cosméticos vem ganhando força como um dos campos prio‑
ritários nos laboratórios de P&D das grandes empresas do setor e 
nos seus contratos com instituições de pesquisa e universidades. A 
utilização da nanotecnologia permite um controle muito maior da 
velocidade com que o ativo é liberado, assim como a profundidade 
em que é liberado na pele. Além dos dermocosméticos, a nano‑
tecnologia também está sendo utilizada em preparações capilares, 
uma vez que permite atingir os fios sem destruir a fibra externa 
que os recobre, e em produtos de maquiagem, com nanopigmentos 
pela maior gama de cores e textura permitida pela sua utilização 
(HIRATUKA et al., 2008, p. 4 ‑5).
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6 c o s m e t o l o g i a
Desta forma, você deve ter percebido as estratégias de marketing das empresas, 
comercializando principalmente os dermocosméticos, de forma muito agressiva.
Empresas de cosméticos têm desenvolvido linhas específicas de produtos que 
estão sendo comercializadas por lojas de cosméticos e farmácias, com expressivo 
investimento em divulgação junto a médicos e dermatologistas. Outras empresas com 
mercado de massa têm procurado investir em produtos com ativos, tentando manter 
o preço mais em conta com relação aos produtos mais especializados.
Pois bem, em sua reflexão, acredito que você tenha ficado perplexo e talvez mais 
curioso ainda para saber quanto o mercado dos cosméticos vem crescendo, quanto 
as grandes empresas têm investido neste setor e como a quantidade de ativos tem 
crescido ou, ainda melhor, como muitos estudos novos estão sendo feitos no sentido 
de comprovar os efeitos reais desses ativos em nossa pele.
Vem crescendo também uma tendência no mercado que é investir em linha de 
produtos que utilizam ingredientes naturais e orgânicos, estimulados pela preocu‑
pação ambiental e ecológica dos consumidores. Por ser a tendência mais recente 
do mercado, ainda é precoce dizer quando um produto é realmente orgânico, o que 
gera preocupação dos órgãos de regulação. 
Desta forma, as empresas têm se preocupado em utilizar flores, sementes e fru‑
tas, usando o menos possível ingredientes sintéticos, para evitar que estes agridam 
a pele, o que acontece muito com o uso de corantes e conservantes. Ainda existe a 
preocupação com a responsabilidade ambiental, o compromisso em não fazer testes 
em animais, não usar frutas e flores que estão em extinção, além da utilização de em‑
balagens recicláveis ou biodegradáveis, não esquecendo a sustentabilidade ambiental 
da produção dos insumos naturais. Não podemos deixar de citar a terceira tendência 
que vem ganhando mercado que é o lançamento dos “[...] nutricosméticos, como são 
denominados os produtos de ingestão oral (alimentos, bebidas ou comprimidos) com 
ingredientes que prometem promover a saúde e a beleza do corpo, pele e cabelos” 
(HIRATUKA et al., 2008, p. 6, grifo dos autores). 
Você sabia que nutricosméticos são apresentados como a última tendência da 
indústria da beleza? Eles são o resultado da convergência entre as indústrias de 
cosméticos e de alimentos, e são caracterizados pela ingestão de alimentos ou 
suplementos com o propósito de melhorar aspectos estéticos da pele e apên‑
dices (antirrugas, antiacne, anticelulite, entre outros). São conhecidos como 
pílulas da beleza.
Questões para reflexão
Percebe‑se que existe atualmente uma grande procura de produtos inovadores, 
que tragam uma diferente proposta de tratamento. Isto acontece por que a população 
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c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 7
encontra‑se cada vez mais exigente, e o mercado desta forma tem procurado atender 
ao apelo do mercado.
As tendências destacadas acima apontam, por um lado, para a 
crescente importância da aplicação e da interpenetração de desen‑
volvimentos tecnológicos de diversas áreas, não apenas da química 
tradicional, como também da área farmacêutica, da biotecnologia 
e da nanotecnologia no setor de cosméticos. Em paralelo, os pró‑
prios canais de comercialização também vêm se transformando em 
razão do mimetismo de formas típicas de outros setores. Por outro 
lado, a questão regulatória passa a ter importância crescente, tanto 
pela utilização de ingredientes ativos, que exigem maior controle 
e fiscalização por conta dos riscos potenciais à saúde, quanto pela 
necessidade do estabelecimento de padrões e normas claras para 
a classificação de produtos e a definição dos significados mais 
precisos de termos como “orgânicos” e “naturais” (HIRATUKA et 
al., 2008, p. 6).
Em relação ao mercado mundial de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 
conforme dados do Euromonitor de 2009, o Brasil ocupa a terceira posição. É o pri‑
meiro mercado em desodorante; segundo mercado em produtos infantis, produtos 
masculinos, higiene oral, proteção solar, perfumaria e banho; terceiro em produtos 
para cabelos e cosmético de cores; sexto em pele e oitavo em depilatórios. (AS‑
SOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E 
COSMÉTICOS, 2010).
 Figura 1.1. Composição do faturamento
B P
 Fonte: Pires (2011, p. 1).
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8 c o s m e t o l o g i a
Acompanhando o crescimento de nossa eco‑
nomia, o setor superou os três pontos percentuais 
acima do PIB, batendo R$ 14,4 bilhões. O setor de 
limpeza obteve em 2011 um crescimento de mais 
de três pontos percentuais acima do PIB, atingindo 
a marca de 6,7%. O resultado corresponde a um 
faturamento de R$ 14,4 bilhões num segmento que 
emprega mais de 21 mil pessoas no País. No ano de 
2010, o faturamento foi de R$ 13,5 bilhões (ASSO‑
CIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE PRO‑
DUTOS DE LIMPEZA E AFINS, 2011‑2012, p. 1).
1.2 Perspectivas 2012
A expectativa do setor para 2012 continua positiva, acompanhando o histórico 
dos últimos anos de crescimento acima do PIB.
R$ CRESCIMENTO
2003 R$ 9 bilhões
2004 R$ 9,3 bilhões 3,2%
2005 R$ 9,6 bilhões 3,5%
2006 R$ 10 bilhões 4,5%
2007 R$ 10,7 bilhões 7%
2008 R$ 11,4 bilhões 6,5%
2009 R$ 12,2 bilhões 7%
2010 R$ 13,5 bilhões 11%
2011 R$ 14,4 bilhões 6,7%*
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE PRO‑
DUTOS DE LIMPEZA E AFINS, 2011‑2012). 
 Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (2012). 
Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do setor, dentre 
os quais destacamos: 
 Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho. 
 A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da produtividade, 
favorecendo os preços praticados pelo setor, que tem aumentos menores do 
que os índices de preços da economia em geral.
 Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez mais às ne‑
cessidades do mercado.
 Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade de conservar uma 
impressão de juventude (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE HI‑
GIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS, 2010). 
O mercado de cosméticos masculi-
nos também tem avançado propor-
cionalmente nos últinos anos. Con-
fira acessando o link: <http://www.
cosmeticaemfoco.com.br/2010/10/
brasil-e-segundo-maior-mercado- 
de.html>.
Links
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c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 9
1.3 Crescimento do setor x crescimento da economia
Nos últimos anos, em geral, o País apresentou índices baixos de crescimento. 
No entanto, o setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos 
“[...] apresentou ao longo dos últimos anos um crescimento bem mais vigoroso que o 
restante da indústria (10,4% a.a. de crescimento médio no setor contra 3,1% a.a. do 
PIB Total e 2,7% a.a. da Indústria Geral” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA 
DE HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMÉTICOS, 2011, p. 3). 
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10 c o s m e t o l o g i a
 Seção 2 Classificação dos produtoscosméticos
Relembrando então a definição de cosméticos: produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sin‑
téticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, 
unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, 
com o objetivo exclusivo ou principal de limpá‑los, perfumá‑los, alterar sua aparência 
e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê‑los ou mantê‑los em bom estado. (RDC 
211/2005 — Anexo 1). (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITARIA, 2005).
Não podemos nos esquecer de que quando falamos em seres humanos precisamos 
tomar todos os cuidados, e cosméticos são produtos que vão afetar de alguma forma a 
pele, os lábios ou as unhas de uma pessoa. Por este motivo, vamos comentar algumas 
características dos cosméticos que considero de suma importância. 
A primeira delas é com relação à finalidade dos cosméticos. Eles têm a função de:
 limpar;
 perfumar;
 alterar aparência;
 corrigir odores corporais;
 proteger/manter bom estado.
E podem ser aplicados ou usados nas regiões relatadas abaixo:
 pele;
 sistema capilar;
 lábios;
 mucosa da cavidade oral;
 dentes;
 unhas;
 órgãos genitais externos.
Pensando que os produtos cosméticos poderiam causar algum malefício para 
a saúde dos seres humanos, a Anvisa determinou que eles fossem enquadrados em 
quatro categorias e classificados quanto ao grau de risco que oferecem de acordo 
com a sua finalidade de uso.
Vamos citar agora estas quatro categorias: Dec 79094/77 — Arts. 49 e 50
 produtos de higiene;
 cosméticos;
 perfume;
 produtos de uso infantil.
[Através da] Resolução RDC No. 343/2005 publicada em 13 de 
Dezembro de 2005, os cosméticos e os produtos de higiene pessoal 
foram classificados de acordo com o seu grau de risco de uso e as 
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c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 11
definições de perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal 
foram alteradas para: preparações constituídas por substâncias 
naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo 
humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais 
externos, dentes e membranas mucosas cavidade oral, com o 
objetivo exclusivo ou principal de limpá‑los, perfumá‑los, alterar 
sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê‑los ou 
mantê‑los em bom estado. 
[...]
Produtos classificados como grau de risco 1 (ou Categoria 1) são 
produtos cujas formulações cumprem com a definição adotada 
na RDC 343/05 para Cosméticos e cujas propriedades e carac‑
terísticas não demandam informações detalhadas quanto ao seu 
modo de usar e suas restrições de uso, devido às características e 
composição simples do produto. Exemplos: Xampus e Condicio‑
nadores simples, espuma de barbear e loções pós‑barba, produtos 
para maquiagem, cremes e loções corporais com finalidade de 
hidratação e refrescância sem vitaminas e filtros solares, produtos 
sem apregoar ação “anti” na rotulagem (anticaspa, antirrugas, 
antienvelhecimento etc.). 
Produtos classificados como Categoria 1 não são registrados na An‑
visa. Eles são “Notificados” através de um dossiê simples contendo 
informações básicas sobre o produto (composição, dados físico‑
‑químicos, dados microbiológicos, Certificado de Venda Livre etc.), 
sem o pagamento de qualquer taxa para a Anvisa. Geralmente, tais 
produtos podem ser comercializados após um mês do protocola‑
mento do dossiê de Notificação (via internet). Isto quer dizer que 
tais produtos podem ser importados assim que o distribuidor local, 
responsável pela sua Notificação, protocole a mesma no site da 
Anvisa. Todavia, se por alguma razão a Anvisa analisar o processo 
de Notificação, e encontrar alguma informação contraditória ou 
passível de classificar o produto como Categoria 2, o distribuidor 
/ importador é solicitado a esclarecer as informações em questão 
podendo a Notificação não ser aceita. 
Ressaltamos que a Anvisa também tem realizado monitoramentos 
nos processos via eletrônica, ou seja, se encontrado algum erro ou 
classificação errada do produto, a notificação pode ser cancelada 
pela Anvisa. Não existe a análise prévia, mas sim monitoramentos, 
tanto pelas vigilâncias locais como pela própria GGCOS (eletro‑
nicamente).
Importante ressaltar que os produtos de Grau 1 não podem ter 
filtros solares com finalidade de fotoproteção da pele, porém os 
filtros solares podem ser utilizados para proteger a formulação 
(fotoprotetor do produto).
A empresa importadora deve estar atenta aos pareceres emitidos 
pela CATEC (Câmara Técnica de Cosméticos) disponíveis no site 
da Anvisa, pois alguns desses pareceres determinam que apenas a 
presença de determinada substância já é o suficiente para classificar 
o produto como grau de risco 2 (exemplos: presença de Vitamina 
A, Vitamina C, Cânfora, Salicilato de Metila etc.) (NASCIMENTO, 
2012, p. 1‑2).
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12 c o s m e t o l o g i a
Os procedimentos cosméticos grau 1 precisam ter:
 propriedades básicas ou elementares;
 comprovação não inicialmente necessária;
 não requerem informações detalhadas (modo e restrições de uso).
Exemplos de produtos cosméticos grau 1: RDC 211/05, Anexo II-1:
 colônia/perfume; 
 sabonete; 
 desodorante; 
 talco;
 xampu;
 condicionador;
 creme hidratante para o rosto/corpo (sem ação fotoprotetora);
 produtos para barbear (sem ação antisséptica);
 dentifrício sem flúor; 
 enxaguatório bucal;
 aromatizante;
 esmalte;
 maquiagens (sem ação fotoprotetora); 
 fixadores de cabelos etc. (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2005). 
Produtos classificados como grau de risco 2 (ou categoria 2) são produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação cumpre com a definição adotada na 
RDC 343/05 e possuem indicações específicas (exemplo: xampu anticaspa, creme an‑
tirrugas, cremes com protetor solar, cremes para a área dos olhos, cosméticos infantis 
etc.) cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como 
informações e cuidados, modo e restrições de uso. Produtos classificados como categoria 
2 devem ser obrigatoriamente registrados na Anvisa. Junto com os dados do produto 
existe o pagamento pelo importador de taxa de registro que varia de acordo com o porte 
da empresa, isto é, quanto maior a empresa, maior a taxa (SALLUM, 2006).
O tempo de análise e para a concessão do registro é de 60 a 90 dias, caso o 
processo não receba nenhum pedido de informação complementar. Contrariamente 
às notificações, os produtos submetidos a registro precisam aguardar a publicação 
deste registro no Diário Oficial da União para poder iniciar o processo de importação 
e posterior comercialização.
Os procedimentos cosméticos grau 2 precisam ter:
 indicações específicas;
 comprovação de segurança e eficácia;
 necessidade de informação e cuidados (modo e restrição de uso).
Exemplos de produtos cosméticos grau 2: RDC 211/05, Anexo II-2
 protetor solar;
 tintura capilar; 
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c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 13
 alisante capilar; 
 repelente de inseto;
 antitranspirante;
 maquiagens com ação fotoprotetora;
 sabonete antisséptico;
 clareador de pele;
 produtos infantis;
 produtos para pele acneica;
 esfoliante químico; 
 produtos para área dos olhos;
 xampu e condicionador anticaspa e/ou antiqueda;
 depilatório químico;
 produtos indicados para pele sensível;
 dentifrícos (anticárie, antitártaro);
 enxaguatório bucal (antisséptico, antiplaca);
 produtos íntimos etc.;
 ativador/acelerador de bronzeado;
 lenços umedecidos para higiene infantil;
 produto para parar de roer unha;
 removedor de cutícula;
 removedor de mancha de nicotina químico;
 sabonete de uso íntimo;
 tintura capilar temporária/progressiva/permanente. 
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2005). 
Cada vez mais os consumidores estãopreocupados com a segurança dos produtos 
que usam, bem como interessados em saber o que estão comprando e se o produto 
realmente cumpre o que promete no rótulo.
É importante falarmos sobre os ingredientes 
restritivos, pois de acordo com a legislação sa‑
nitária brasileira, para perfumes e cosméticos 
existem listas de ingredientes denominadas de 
restritivas (ingredientes que não devem constar 
da formulação exceto nas condições e restrições 
estabelecidas conforme previsto na legislação 
vigente), listas de filtros ultravioletas (substâncias 
que podem ser adicionadas à formulação para 
filtrar certos raios ultravioletas para proteger a 
pele de efeitos danosos causados por estes raios) 
e listas negativas (substâncias de uso proibido em 
perfumes, cosméticos e produtos de higiene pes‑
soal constante da legislação vigente). Estas listas 
estão disponíveis no site da Anvisa. 
Para que você possa refletir um 
pouco mais sobre este assunto, 
dedique alguns minutos do seu 
tempo visitando o site: 
<http://www.ecoescolhas.com.
pt/pt/content/10-ingredientes-a- 
evitar-nos-produtos-de-higiene-e- 
cosmetica>, caso você ainda não 
o conheça. 
Saiba mais
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14 c o s m e t o l o g i a
De acordo com a Legislação Sanitária Brasileira ‑ Lei N. 6.360 
promulgada em 23 de Setembro de 1976, perfumes, cosméticos, 
produtos de higiene pessoal e outros similares necessitam ser re‑
gistrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária — Anvisa, 
agência reguladora do Ministério da Saúde e que normatiza a 
produção, a importação e o comércio de perfumes, cosméticos, 
produtos de higiene pessoal, alimentos, medicamentos, dispositivos 
médicos (correlatos), etc. Esta lei em particular e suas atualizações 
posteriores estabelecem o critério para a composição dos produtos 
(ingredientes permitidos e restritos), instruções para a rotulagem, 
dossiês de produtos e demais providências relacionadas’. (ASSO‑
CIAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES E IMPORTADORES DE PERFU‑
MES, COSMÉTICOS E SIMILARES, 2012, p. 1). 
Essa lei foi regulamentada pelas resoluções da própria Anvisa, a partir do ano 
2000. Desta forma, foram estabelecidas regras específicas para o setor da cosmética 
de acordo com as necessidades aparentes, mas sempre semelhantes às diretivas da 
Comunidade Econômica Europeia. Essas regras vêm sendo discutidas antes mesmo 
de serem aprovadas no âmbito do Mercosul, e a partir daí adotadas no Brasil (ASSO‑
CIAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES E IMPORTADORES DE PERFUMES, COSMÉTICOS 
E SIMILARES, 2012).
É importante lembrar que para usarmos os produtos comercializados pelas empre‑
sas, sejam elas nacionais ou não, precisamos ter certeza de estar seguros, por isto os 
produtos devem passar pela comprovação de segurança. O que é isso? Os produtos 
cosméticos devem ser seguros nas condições normais de uso.
Os testes de segurança de cosméticos têm por objetivo verificar a ausência de:
 irritação;
 sensibilização;
 fototoxicidade;
 fotoalergia.
Existem testes de comprovação de segurança chamados de testes pré‑clínicos e 
clínicos, que são:
testes “in vitro”;
 testes em animais;
 testes em humanos (clínicos).
Ainda quanto aos riscos, os critérios para avaliação são as condições de uso e a 
área de contato, composição, conhecimento e histórico do produto.
 condições de uso — tipo de aplicação (regular, prolongada ou ocasional);
 área de contato — áreas da pele em que o produto será aplicado;
 composição do produto — o formulador deve analisar fórmula quantitativa, 
concentração dos ingredientes, informações toxicológicas, nível de exposição 
etc.;
 conhecimento e histórico do produto — abrangem as informações sobre o 
próprio produto, ou similares, dados experimentais e literatura especializada.
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c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 15
Com base no parecer desse relatório, o fabricante poderá ou não comercializar 
o seu produto.
Conforme aplicabilidade do produto, alguns outros critérios deverão ser obser‑
vados como irritação, sensibilização e efeito sistêmico (GOMES; DAMAZIO, 2009).
No Brasil, o uso de animais para testes de cosméticos ainda não é permitido, no 
entanto, a Anvisa considera que animais de laboratórios só deverão ser utilizados 
quando não existir métodos alternativos validados que os substituam ou, em casos 
específicos, após “screening” com métodos in vitro e/ou matemáticos válidos, pro‑
cedendo desta forma os estudos clínicos (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA, 2003).
Os métodos de avaliação da segurança e eficácia de produtos tópicos utilizando 
modelos experimentais em animais, como cobaias, coelhos, camundongos e ratos 
estão sendo substituídos por métodos experimentais in vitro, ensaios bioquímicos, 
métodos humanos e análises físicas.
De que forma o cliente final saberá se os produtos que adquiriram passaram pelos 
testes citados acima? Por meio das menções na rotulagem do produto. 
De acordo com as premissas da legislação brasileira sobre bioética, 
todo e qualquer produto, equipamento ou procedimento aplicado 
em humanos, que esteja sob desenvolvimento deverá seguir os 
preceitos éticos, de [igual maneira].
A avaliação do produto cosmético em humanos não ocorre [para] 
investigar o potencial de risco, mas sim para confirmar a segurança 
do produto acabado.
No Brasil, o Conselho Nacional de Saúde regulamentou as pes‑
quisas [que envolvem] seres humanos, por meio da Resolução 
196/1996 e constituiu a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa 
(CONEP) [como] responsável, [entre outras atribuições], pelo 
registro dos Comitês de Ética em Pesquisa Institucional. Todos os 
projetos de pesquisa que [envolvem] seres humanos devem obe‑
decer às recomendações dessa resolução (AGENCIA NACIONAL 
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2003, p. 31).
Veja o que deve ser colocado no rótulo de um produto antes de ele sair para o 
mercado de venda: 
 indicação de FPS;
 dermatologicamente testado;
 hipoalergênico;
 não comedogênico;
 para pele sensível;
 menções quanto a rugas, celulite, estrias;
 firmeza da pele, ação antisséptica.
De acordo com Gomes e Damazio (2009), é dever de todo profissional de estética 
saber escolher os produtos cosméticos de acordo com sua formulação, assim como 
entender a rotulagem de cada um deles. Entre os atributos utilizados para avaliação 
de segurança, devemos conhecer alguns termos específicos para esse fim.
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16 c o s m e t o l o g i a
1. Dano — prejuízo à saúde, em função da propriedade inerente de uma subs‑
tância.
2. Risco — probabilidade de ocorrência do dano.
3. Clinicamente testado — designação dada a determinado produto avaliado 
em humanos, em condições de uso, sob controle de médico, dermatologista 
e eventualmente de outro especialista, para verificar o potencial de reações.
4. Dermatologicamente testado — designação dada a determinado produto 
avaliado em humanos sob controle de médico dermatologista, para verificar 
potencial de reações cutâneas.
5. Oftalmologicamente testado — designação dada a determinado produto 
avaliado em humanos sob controle de médico oftalmologista para verificar 
potencial de reações oftálmicas.
6. Não comedogênico — designação dada a determinado produto avaliado em 
humanos para observar o potencial de formação de comedões (cravos).
7. Não acnegênico — designação dada a determinado produto avaliado em 
humanos para observar o potencial de formação ou piora de espinhas/acne.
8. Produto infantil — produto apropriado para uso na pele, cabelos e mucosas 
infantis, conforme legislação brasileira.
9. Hipoalergênico — designação dada a determinado produto com baixa pos‑
sibilidade de causar reações alérgicas. Esse termo não é recomendado pelo 
FDA (Food and Drug Administration) porque, em tese, todo produto cosmético 
não deve ter potencial sensibilizante.
10. Produto para pele sensível — produto testato em indivíduos que apresentam 
sintomas característicos de um quadrode pele sensível.
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c o n h e c e n d o a c o s m e t o l o g i a e o m e r c a d o c o s m é t i c o 17
Para concluir o estudo da unidade
Reflita sobre o que estudamos nesta unidade. Considere a evolução histórica 
da cosmetologia, compreenda os conceitos básicos e atuais e aprenda a classifi‑
car um cosmético. Saiba que dentro deste processo muitos fatores influenciaram 
esta evolução tão marcante no mercado mundial e brasileiro e você, a partir de 
agora, poderá contribuir para a continuidade deste crescimento.
Para você aprofundar mais seus conhecimentos procure pesquisar dentro da 
sua região como é este mercado da cosmetologia aplicada à estética, conheça a 
realidade da sua região e verifique se os conceitos aprendidos estão sendo aplica‑
dos. Ative a sua curiosidade e explore os cosméticos que você usa ou que alguém 
da sua família possua, leia a rotulagem, procure classificá‑lo de acordo com o que 
aprendeu. Coloque em prática os seus conhecimentos, pois desta forma, estará 
aprendendo um pouco mais. E, agora, pessoalmente imagine suas possibilidades 
de mudança e de que forma poderia contribuir na melhoria desse sistema.
Resumo
Acreditamos que esta unidade tenha sido muito rica para você e que te‑
nha acrescentado muito conhecimento e contribuído para a formação 
do seu raciocínio. Espero que ela tenha sanado suas dúvidas quanto às de‑
finições sobre cosmetologia, cosmetologista, cosmecêutico e nutracêutico. 
Colocamos de forma abrangente a evolução do mercado cosmético no mundo e 
no Brasil e assim, vocês puderam perceber o quanto está crescente e evolutivo o 
mercado dos cosméticos de higiene, limpeza, hidratação e nutrição da pele. Por 
esse motivo, a pesquisa sobre o assunto deve ser constante, pois a cada dia temos 
novas informações e dados estatísticos demonstrando as mudanças e evoluções 
mercadológicas. 
Foram abordadas as classificações dos produtos cosméticos, citando as quatro 
categorias a que eles pertencem quanto a sua finalidade de uso: produtos de 
higiene, cosméticos, perfume e produtos de uso infantil. Classificamos também 
em relação à função de uso: limpar, perfumar, alterar a aparência, corrigir odores 
corporais e proteger/manter bom estado. Não podemos esquecer de relembrar que 
temos a classificação quanto aos graus de risco para a saúde: grau 1, que possui 
propriedades básicas ou elementares, comprovação não inicialmente necessária 
e não requerem informações detalhadas (modo e restrições de uso), e grau 2, que 
possui indicações específicas, necessita de comprovação de segurança e eficácia 
e requer informação e cuidados (modo e restrição de uso).
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18 c o s m e t o l o g i a
Atividades de aprendizagem
 1. Qual a diferença entre cosmético, dermocosmético e cosmecêutico? Explique.
 2. De acordo com o texto, quais os fatores que contribuíram para o crescimento 
acelerado do mercado cosmético?
 3. Classifique os cosméticos de acordo com a sua finalidade.
 4. Classifique o cosmético de acordo com o grau de risco (GR 1 ou GR 2):
( ) Colônia/perfume
( ) Sabonete antissséptico
( ) Sabonete
( ) Creme hidratante para o rosto/corpo (sem ação fotoprotetora) 
( ) Clareador de pele
( ) Maquiagens (sem ação fotoprotetora) 
( ) Protetor solar 
( ) Produtos para pele acneica 
( ) Esfoliante químico
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 Seção 1: A estratégiaNessa seção serão apresentados os conceitos bási-cos da estratégia e de sua relação constante com as mudanças do ambiente de negócios, com a visão de futuro da organização e os resultados alcançados. Seção 2: Percurso histórico
Na segunda seção o que se apresenta é o percurso histórico do pensamento estratégico, iniciando no planejamento financeiro passando pelo planejamento a longo prazo, planejamento estratégico, administra-ção estratégica, até a gestão estratégica.
História e legislação 
para o mercado 
cosmético
 Seção 1: História da cosmetologia
Entenda como ocorreu o processo histórico da indús-
tria farmacêutica no Brasil e como foi o desenvolvi-
mento da cosmetologia antiga e atual. Você perce-
berá a quantidade de mudanças sofridas durante 
este processo, como a cosmética se desenvolveu 
lentamente durante anos e atualmente vem cres-
cendo de forma rápida com formulações específicas 
estéticas que vêm satisfazendo as necessidades do 
mercado estético.
Objetivos de aprendizagem: o objetivo desta unidade é mostrar a 
vocês toda a história da cosmetologia, acompanhando o processo 
pelo qual passou a indústria farmacêutica no Brasil, como foi se 
desenvolvendo a cosmetologia até chegar ao mercado estético. 
Buscaremos nesta unidade apresentar as leis da Anvisa e as legis-
lações vigentes sobre o mercado cosmético.
Unidade 2
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 Seção 2: Legislação para o mercado da cosmética 
Nesta seção, observaremos como foi formulada 
a legislação para o mercado da cosmética, qual a 
influência que ela tem no Brasil e como ela deve 
ser aplicada e respeitada. Vamos aproveitar para 
conhecer as principais leis que regem e controlam 
este mercado de tamanha importância para a saúde 
das pessoas. Desta forma, vocês poderão analisar as 
consequências encontradas atualmente. 
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Introdução ao estudo
Você saberia definir o que é beleza?
Se fossemos consultar um filósofo ou um poeta, é bem provável que eles saberiam 
definir melhor do que ninguém o termo beleza.
Embora seja de difícil definição, poderíamos conceituar beleza como a qualidade 
daquilo que possui harmonia, proporção, simetria, imponência, que desperta um 
sentimento de êxtase, de admiração ou até mesmo prazer pelas sensações visuais. 
Porém, o conceito de beleza é extremamente subjetivo, variando conforme a locali‑
zação, a cultura, o meio social e a época.
Percebemos que ao longo da história da humanidade, os padrões de beleza têm 
sofrido inúmeras transformações. Em princípio, beleza significava farta alimentação 
e reprodução, razão pela qual as formas femininas eram avantajadas. No entanto, 
nos dias de hoje os padrões estão modificados, trazendo muitas vezes problemas 
de saúde para se ter um corpo extremamente magro e um apelo exagerado para as 
cirurgias plásticas de transformação.
Mas se observarmos desde os tempos mais remotos, o ser humano já buscava 
produtos de beleza utilizando os recursos da natureza.
Somente mais tarde esses produtos receberam o nome de cosméticos (kos-
metikós), que refere‑se ao enfeite, ao adorno, e que envolve uma variedade de 
camuflagens aplicadas à pele, aos cabelos e às unhas, sempre com o objetivo 
de embelezar.
Desde então, os produtos cosméticos são os recursos técnicos adequados para a 
manutenção e o aperfeiçoamento da estética do corpo humano. São produtos con‑
siderados de efeito físico e não fisiológico; formulações de uso tópico que, quando 
adequadamente utilizadas sobre a pele ou cabelos sadios, proporcionam resultados 
satisfatórios, sem interferir nos processos normais do metabolismo celular. Pelo con‑
trário, devem colaborar para que esses processos ocorram de modo que melhorem a 
qualidade da pele e seus anexos.
Abordaremos nesta unidade a história da cosmetologia mundial e nacional e 
discutiremos o quanto é importante que o profissional da área cosmética tenha 
conhecimento de algumas normais legais que regem o desenvolvimento de uma 
formulação, como rotulagem, segurança, eficácia, registro/notificação e controle de 
qualidade dos produtos. 
 Seção 1 História da cosmetologia
A história da cosmetologia é muito antiga e sabemos que os produtos cosméticos 
são usados há pelo menos 30 mil anos, em uma época em que os homens faziam 
gravações em rochas e cavernas e também pintavam seus próprios corpos.
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No entanto,essa história foi se desenvolvendo aos poucos, por meio da evolução 
tecnológica que foi se aprimorando de acordo com a evolução do homem e da for‑
mação profissional. Até então, não possuíamos um profissional farmacêutico.
A história da indústria farmacêutica no Brasil teoricamente teve seu 
início com a chegada do primeiro farmacêutico, chamado Diogo 
da Costa, o qual desembarcou na Bahia em 1549, fazendo parte da 
comitiva de Thomé de Souza, primeiro governador‑geral da colônia 
portuguesa (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO 
DE SÃO PAULO, 2010, p. 7).
Vamos contar um pouco como foi o desenvolvimento histórico desde as boticas 
até chegarmos às farmácias e laboratórios.
De 1550 a 1793, os jesuítas preparavam remédios e tratavam os doentes. Nesta 
época, foi obtida a permissão para o funcionamento de boticas no território da colônia, 
melhorando, assim, o comércio local de remédios. Surgiu então a primeira fórmula 
brasileira constituída de um composto de várias drogas nacionais produzidas pela 
Botica do Colégio dos Jesuítas da Bahia; esta fórmula era usada contra picadas de 
animais peçonhentos (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO 
PAULO, 2010). 
Essas boticas foram regulamentas em 1794 e o primeiro produto nacional indus‑
trializado foi lançado em 1860 pelo farmacêutico gaúcho João Daudt Filho: a pomada 
Boro‑borácica. Algum tempo depois, em 1893 foram criados os primeiros cursos de 
farmácia no país, nas escolas de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia.
As boticas tinham um papel fundamental na época. Seus donos, chamados de 
boticários, tinham a responsabilidade de diagnosticar e curar doenças. No entanto, 
para exercer aquela profissão era necessário cumprir alguns requisitos, como ter um 
local com equipamentos apropriados para a preparação dos medicamentos e guardá‑
‑los de forma adequada.
[Em] 1889 ocorre a Primeira fase industrial ‑ com a Proclamação 
da República, a produção farmacêutica brasileira teve seu apogeu 
na primeira fase industrial, que se prolongou até 1914, quando da 
fundação dos primeiros laboratórios industriais. Eles produziam 
medicamentos de origem vegetal, mas também de origem mineral 
e origem animal (opoterapia, soros e vacinas). Havia, nesta época, 
35 laboratórios no país. 
A Profissão farmacêutica foi reconhecida em 1901‑ a “Lei Epitácio 
Pessoa” determina que somente farmacêuticos formados podem 
exercer a profissão. Paulatinamente, os “boticários aprovados” e 
“práticos” começavam a desaparecer. (CONSELHO REGIONAL 
DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010, p. 8‑9). 
O Instituto Pasteur foi instalado em São Paulo em 1906, sob a forma de fundação, 
e tinha a finalidade de preparar vacinas contra a raiva.
Nesta época, tinha início a produção de vacinas, mas ainda não havia o reconhe‑
cimento da profissão farmacêutica, mas foi uma época importante para a área, pois 
os laboratórios começavam a produzir em grande quantidade e a população então 
percebeu a importância desta profissão.
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Para se ter uma ideia, em 1907 existiam apenas 60 laboratórios funcionando em 
todo o Brasil. 
Esta foi uma época importante para o campo farmacêutico; os laboratórios co‑
meçavam a aumentar em quantidade e a profissão começava a ser reconhecida pela 
população também.
A partir desta data, teve início então a segunda fase da indústria farmacêutica. 
Esta fase aconteceu em 1915 impulsionada pela deflagração da Primeira Grande 
Guerra, que privou o Brasil de grande soma de medicamentos e deu início a uma 
fase de desenvolvimento geral dos laboratórios nacionais, com o aperfeiçoamento 
dos métodos científicos de produção. Além disso, foi o período do despertar dos 
laboratórios estrangeiros para o potencial representado pelo mercado brasileiro 
(CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). 
O Censo de laboratórios, em 1920, revela 186 indústrias farmacêuticas instaladas 
no país, o triplo do que existia na década passada. 
Começa agora um período de grande dificuldade, com a importação de 
matérias‑primas, máquinas e utensílios, originando a terceira fase da indústria 
farmacêutica, que começa em 1940. Essas dificuldades estimularam uma nova 
fase do mercado. Os laboratórios nacionais foram obrigadas a suprir a demanda 
interna e tiveram um grande crescimento, chegando a suprir as demandas dos 
países europeus também. 
Em 11 de dezembro de 1970, o governo estabelece a Lei n. 5.468, que cria o 
INPI (Instituto Naciona de Propriedade Industrial), que tem a função de executar as 
normas que regulam a propriedade industrial (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA 
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010).
Em 1976, foi estabelecida pela Anvisa uma lei que criou uma nova exigência para 
o mercado — a Lei n. 6.360 criada, de 23 de setembro —, que exigia a apresentação 
de receita médica na venda de medicamentos, com o objetivo de controlar o consumo 
de fármacos que provocam dependência química. Isso dificultou um pouco as vendas, 
mas controlou o mercado de manipulações prejudiciais à saúde.
Um ano depois, o Decreto n. 79.094 estabeleceu a obrigatoriedade da impressão 
de tarjas nas embalagens dos medicamentos para duas categorias: tarja vermelha 
para medicamentos éticos e tarja preta para medicamentos psicotrópicos que causam 
dependência química. 
Em 15 de maio de 1997, é sancionada a Lei n. 9.279, que instituiu o novo “Có‑
digo de Propriedade Industrial” para o país, estabelecendo novas regras para registros 
de patentes sobre medicamentos, alimentos, produtos químicos e bacteriológicos. 
O período de vigência das patentes para invenções é de 20 anos e para registro de 
marcas é de 10 anos. (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO 
PAULO, 2010).
Vocês podem notar que tudo começou com a história da indústria farmacêutica, e a 
cosmetologia vai ter início de forma tímida até criar proporções gigantescas no mercado 
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mundial e nacional. Vamos contar agora um pouco da história da indústria cosmética 
(CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010):
Aparentemente os Egípcios foram os primeiros a fazer uso de cos‑
méticos e produtos de toucador em larga escala. Alguns minérios 
foram usados como sombras de olhos e rouge, assim como usavam 
extratos vegetais, como a henna. A famosa Cleópatra se banhava 
com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, e incorporou 
o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eram 
sepultados em sarcófagos que continham tudo o que era necessá‑
rio para se manter belo. No sarcófago de Tutankamon (1400 a.C.) 
foram encontrados cremes, incenso e potes de azeite usados na 
decoração e no tratamento (PIRES, 2011, p. 1). 
Naquela época, havia muitos rituais realizados pelas tribos indígenas, que pin‑
tavam seus corpos e faziam tatuagens para decorar e obter efeitos especiais. Os 
índios utilizavam incensos, resinas e unguentos em suas cerimônias religiosas, onde 
queimavam o incenso para obter uma fumaça perfumada.
Sabe‑se que na pré‑história, os homens faziam gravações em rochas e cavernas, 
pintavam o corpo e se tatuavam. Rituais tribais praticados pelos aborígenes dependiam 
muito da decoração do corpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de 
guerra. A religião era uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosas 
frequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A queima de 
incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “através da fumaça”. 
A história da cosmetologia foi evoluindo, e durante a dominação 
Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram‑se mais do que 
uma ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aos 
cientistas, que davam conselhos sobre dieta, exercícios físicos e 
higiene, assim como, sobre cosméticos (DOURADA, 2007).
Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, 
já se encontravamorientações sobre higiene, banhos de água e 
sol, a importância do ar puro e da atividade física. Nesta época, 
século II a.C., venerava‑se uma deusa da beleza feminina, chamada 
Vênus de Milo.
Na era Romana, por volta do ano 180 d.C., um médico grego 
chamado Claudius Galen realizou sua própria pesquisa científica 
na manipulação de produtos cosméticos, iniciando assim a era 
galênica dos produtos químico‑farmacêuticos. Galen desenvolveu 
um produto chamado Unguentum Refrigerans, o famoso Cold 
cream, baseado em cera.
Surgiu nesta época uma ciência oculta chamada de alquimia, que 
se utilizavam de formulações cosméticas para atos de magia e 
ocultismo. Também nesta época ensinavam‑se receitas caseiras de 
como se cuidar com produtos caseiros (PIRES, 2011, p. 1).
No entanto, a Idade Média foi uma época difícil e de clausura para a cosmética, 
pois o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e à exaltação da be‑
leza, determinando que as vestimentas fossem recatadas. Naquela época, as pessoas 
não podiam se cuidar como fazemos nos dias de hoje, até os banhos para manter a 
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higiene do corpo foram reprimidos. Esta época foi chamada de “Idade das Trevas”, 
pois foi muito repressiva e a igreja não permitia nada que fosse relacionado à beleza. 
O uso de cosméticos desapareceu completamente, por isso esta época também é 
chamada de “500 anos sem um banho” (PIRES, 2011).
Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV, perce‑
bemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos de vida da 
época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, de Leonardo 
da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tez suave e 
delicada.
Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notamos a crescente evolução 
dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. (PIRES, 2011).
No final deste século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell, 
trouxeram um outro período, no qual o uso de cosméticos e per‑
fumes ficou fora de moda. Este, talvez, tenha sido o período mais 
negro da história dos cosméticos, principalmente quando o Parla‑
mento Inglês em 1770 estabeleceu que: “Qualquer mulher... que 
se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer um dos súditos 
de Sua Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, 
produtos de limpeza, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho 
de ferro, sapatos de saltos altos, enchimento nos quadris, irá in‑
correr nas penalidades previstas pela Lei contra a bruxaria... e o 
casamento será considerado nulo e sem validade” (PIRES, 2011, 
p. 1, grifos do autor).
Percebemos que a cada época houve mudanças nos costumes da população, que 
ora era permitido cuidar da beleza, ora não era mais. Isso fez com que a cosmetologia 
demorasse para se tornar popular e ser comum entre as pessoas.
Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na 
Inglaterra, Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na 
França pós‑Napoleão, os cosméticos retomaram a popularidade.
Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada 
família tinha suas próprias e favoritas receitas. As mulheres pas‑
saram a expor um pouco o corpo e tomavam banho utilizando 
trajes fechados.
Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias‑
‑primas para a fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos 
Estados Unidos, França, Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos 
presenciando o início do mercado de cosméticos e produtos de 
higiene no mundo (DOURADA, 2007, p. 1).
No início do século XX, surgem as primeiras indústrias de produtos de beleza que, 
no futuro, se tornariam as maiores empresas fabricantes de cosméticos do mundo. 
No Brasil, este segmento teve início a partir da segunda metade do século XX 
até colocar o país entre os três maiores mercados do mundo no início do século XXI 
(CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE GOIÁS, 2010). 
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Porque é tão importante e interessante para nós consumidores que a indústria 
cosmética tenha chegado ao Brasil? Nós conseguiríamos viver hoje sem os pro‑
dutos cosméticos que utilizamos? Pense um pouco sobre isso.
Questões para reflexão
Já no final do século XX, a indústria de cosméticos destacou‑se de forma agressiva 
no mercado, com produtos para tratamento da face, do corpo, dos cabelos e das unhas, 
além de maquiagens e diversos outros produtos de embelezamento. 
Essa indústria vem crescendo de forma rápida, e um dos motivos é o fato de pro‑
duzir produtos que agem como cosmecêuticos (produto cosmético com efeito tera‑
pêutico), proporcionando melhora da imagem pessoal da população que, em geral, 
tem buscado cada vez mais esses produtos (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA 
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). 
O novo milênio parece ser promissor, com muitas possiblidades por meio da 
cosmética. Com o resgate de substâncias milenares e o uso de tecnologia avançada, 
produtos cada vez mais seguros surgem dessa nova mistura entre o antigo e o novo. 
Esses produtos mostram‑se eficazes e comprovados por meio da tecnologia moderna. 
Não podemos esquecer que tempos atrás usava‑se receitas caseiras, mas os tem‑
pos mudaram e com o crescimento da indústria de cosméticos e das farmácias de 
manipulação, as formulações químicas foram dominando o mercado. 
Ao mesmo tempo, não se podia mais confiar na pureza dos produtos 
de fabricação caseira, devido ao excesso de agrotóxicos ou de co‑
liformes fecais contidos nessas plantas e ervas. Com a contribuição 
da medicina ortomolecular para o retardamento do envelhecimento, 
a dermatologia também avançou. A cosmética passou a atingir mais 
profundamente nossas necessidades, repondo as perdas biológicas 
causadas pela idade, estresse ou fatores psicossomáticos. Os extra‑
tos de placenta tornaram‑se insuficientes. Nos produtos de beleza 
passamos a encontrar colágeno, elastina, lipossomas, ceramidas, 
antioxidantes, sobretudo, as vitaminas C e E. (PIRES, 2011, p. 6).
No produtos cosméticos atuais encontramos diversos tipos de substâncias chamadas de ativos 
cosméticos, que determinam a finalidade e o tipo de tratamento ao qual o produto é destinado. 
Existe uma infinidade de tecnologias que envolvem a elaboração desses ativos e buscam uma 
efetividade cada vez maior nos resultados.
Para saber mais
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 Seção 2 Legislação para o mercado da 
cosmética
Qual a responsabilidade do profissional da estética quando falamos em cosmética?
Quando utilizamos produtos cosméticos em geral, sejam produtos de higiene 
pessoal, ou cosméticos e perfumes, precisamos entender que eles fazem parte do 
campo de atuação do profissional e que por este motivo precisam ser utilizados com 
responsabilidade e cautela.
No entanto, como ser responsável sem conhecer cada cosmético em potencial? 
Na verdade, muito antes de atuar como profissional e utilizar os cosméticos profis‑
sionais, deve‑se conhecer cada produto, cada princípio ativo utilizado nele e todos 
os outros ingredientes usados na formulação.
Desta forma, estaremos preservando a saúde e prevenindo danos à saúde do cliente.
A evolução científica e tecnológica dos produtos fabricados, com as 
mais diversas finalidades, impõe ao profissional a responsabilidade 
técnica com o domínio de todos os conhecimentos necessários para 
assumi‑la. Essa responsabilidade não poderá mais se restringir à 
forma oficial de uma imposição legal, mas deverá ser exercida efe‑
tivamente com competência, para que o consumidor possa usufruir, 
com segurança, dos benefícios proporcionados por estes avanços, 
com o menor grau de risco possível (HEEMANN et al. , 2010, p. 6). 
Os produtos cosméticos se desenvolveram neste período do século XX de uma 
forma diferente,ou seja, com uma nova conotação científica. Houve uma evolução 
neste campo da estética ao mesmo tempo que surgiram novas matérias‑primas, o que 
possibilitou esse desenvolvimento. A partir daí surgiram novas possiblidades para a 
forma de atuação desses produtos. 
Assim, de um simples processo de adesão à pele atuando de 
forma física, surgiu a possibilidade de que os produtos cosméti‑
cos passassem a atuar sobre a própria biologia da pele, e o seu 
efeito em muitos casos, passou a ser o resultado da interferência 
direta dos produtos cosméticos sobre células de tecidos vivos, 
modificando‑lhes o próprio metabolismo. Como exemplo desta 
questão, destacam‑se citações bibliográficas atuais, cujos autores 
relacionam algumas alterações da pele às ações enzimáticas ou 
mesmo imunológicas, mostrando o papel que a cosmética do futuro 
passará a ocupar na intervenção sobre estes processos (HEEMANN 
et al., 2010, p. 11). 
A partir daqui percebeu‑se a necessidade de se implantar mecanismos de con‑
troles no processo de fabricação dos cosméticos, para evitar doenças causadas por 
microrganismos que possam estar presentes e contaminar de alguma forma o produto. 
Quanto mais se estuda, mais se percebe os riscos de uma patogenia. Por este motivo, 
precisavam ser criados mecanismos de controle eficazes, protegendo as pessoas e 
também o processo de fabricação dos cosméticos, como forma de prevenir a sua 
própria degradação por ação microbiana.
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Então surgiu uma nova geração de cosméticos, que continha uma composição 
elaborada e uma atuação mais direcionada e eficaz. Mas isso gerou a necessidade da 
implantação de testes de segurança seguros e produtivos, para prevenir a ocorrência 
de danos à pele e ao próprio organismo, evitando assim alergias, irritações ou sensi‑
bilizações.
À luz dos conhecimentos atuais e pela conotação científica alcan‑
çada pelos produtos cosméticos a nível mundial, e, em cumprimento 
à legislação específica para o setor, a fabricação de produtos cosmé‑
ticos atualmente está alicerçada no binômio “eficácia e segurança”, 
pois além de cumprir a sua finalidade, esses produtos devem ser 
seguros para o uso sem causar quaisquer efeitos indesejáveis. 
Dessa forma, evidenciou‑se que é cada vez maior a necessidade 
do domínio profundo de conhecimentos também da área biológica 
para o profissional dedicado à área de cosméticos. 
Seguindo a evolução no setor de industrialização dos cosméticos, 
pela modificação do comportamento humano e dos seus hábitos de 
usar cosméticos e por imposição das relações sociais, o consumo de 
cosméticos em âmbito mundial apresenta crescimento constante. 
Tal crescimento continua a ser identificado em pesquisas realizadas 
no decorrer dos últimos anos e apresenta uma relação direta com 
nível cultural dos povos. 
Paralelamente à evolução científica e tecnológica dos cosméticos, 
a legislação específica para o setor também foi adequada e está 
em constante processo de atualização, para que se preserve a se‑
gurança do usuário, e também, para que possam ser incorporados 
aos produtos os conhecimentos científicos e tecnológicos mais 
atuais (HEEMANN et al, 2010, p. 12).
Em se tratando de regulamentação do setor de cosméticos, historicamente deve‑
mos tratar da Lei n. 6.360, de 23 de setembro de 1976, regulamentada pelo Decreto 
n. 79.094, de 5 de janeiro de 1977, a qual dispõe sobre a vigilância sanitária a que 
ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, 
cosméticos, saneantes e outros produtos. 
A partir de então, a regulamentação do setor vem sendo adequada 
pela emissão de Portarias, Resoluções, Pareceres Técnicos e Guias 
que tratam de assuntos específicos, cujo conhecimento é fundamental 
para que o responsável técnico por empresas produtoras de cosmé‑
ticos possa atuar com segurança (HEEMANN et al., 2010, p. 12).
Essa legislação estabelece critérios para os 
rótulos dos produtos cosméticos de forma geral, 
para casos específicos e também regulamenta a 
fabricação de produtos para uso infantil. Ela é 
bastante abrangente, pois regulamente vários itens 
importantes, como as boas práticas de fabricação 
e o processo para a obtenção do certificado de 
boas práticas, relaciona substâncias de uso restrito, 
proibido e as substâncias que possuem corantes 
Para que você possa estudar um 
pouco mais e aumentar o seu co-
nhecimento, visite o site da Anvisa 
<www.anvisa.gov.br> e confira 
todas as leis vigentes sobre o mer-
cado da cosmética.
Saiba mais
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H i s t ó r i a e l e g i s l a ç ã o p a r a o m e r c a d o c o s m é t i c o 29
e conservantes permitidas, e também estabelece os parâmetros para se ter um bom 
controle biológico (HEEMANN et al., 2010). 
A cosmética hoje é regulamentada e existem várias normas legais que regem o 
desenvolvimento, rotulagem, segurança, eficácia, registro/notificação e controle de 
qualidade físico‑químico e mibrobiológico de uma formulação cosmética. 
Antes de entrarmos nessa área da cosmética considero importante conhecer 
essas normas, para que sempre o profissional possa trabalhar dentro da margem de 
segurança e conhecimento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada pela Lei n. 9.782, de 
26 de janeiro de 1999, subordinada ao Ministério da Saúde. A finalidade da agência 
é promover a proteção da saúde da população e da comercialização de produtos e 
serviços submetidos à Vigilância Sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, 
dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. 
A seguir, colocamos algumas Resoluções importantes, a saber: 
Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006
Regulamento Técnico “lista de substâncias que não podem ser utilizadas em 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”, que consta como Anexo e faz 
parte da presente Resolução.
Trata‑se de uma lista de substâncias que são proibidas em produtos cosméticos, 
independente da concentração. Como exemplo: lidocaína, peróxido de benzoíla, 
ácido retinoico, entre outras.
Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006
Regulamento Técnico “lista de filtros ultravioletas permitidos para produtos de 
higiene pessoal, cosméticos e perfumes”, que consta como Anexo e faz parte da 
presente Resolução.
Trata‑se de uma relação de filtros solares permitidos em formulações cosméticas 
e a concentração máxima de uso permitida para cada uma delas.
Resolução RDC nº 332, de 1 de dezembro de 2005 
As empresas fabricantes e/ou importadoras de produtos de higiene pessoal cos‑
méticos e perfumes instaladas no território nacional deverão implementar um Sistema 
de Cosmetovigilância, a partir de 31 de dezembro de 2005.
Trata‑se de um sistema que facilita a comunicação, por parte do usuário, sobre 
problemas decorrentes do uso, defeitos de qualidade ou efeitos indesejáveis e sobre 
o acesso do consumidor, informações estas que deverão ser registradas e avaliadas e 
caso identifiquem situações que impliquem em risco a saúde do usuário, as empresas 
deverão notificar a autoridade sanitária.
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30 c o s m e t o l o g i a
Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005
Ficam estabelecidas a definição e a classificação de produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução.
Nesta resolução é possível encontrar as seguintes informações já mencionadas 
anteriormente:
 definição de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes;
 classificação desses produtos quanto ao grau 1 ou 2;
 lista dos tipos de produtos que se enquadram no grau 1 e 2;
 requisitos adicionais para produtos importados do Mercosul e extrazona;
 rotulagem obrigatória (nome, marca, número de lote, data de validade, con‑
teúdo, descrição dos componentes de formulação...) e específica (são infor‑
mações que deverão ser acrescentadas além da rotulagem obrigatória); 
 requisitos técnicos que a empresa fabricante deve apresentara Anvisa.
Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005
Aprovar o Regulamento Técnico listas de substâncias que os produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes não devem conter, exceto nas condições e com as 
restrições estabelecidas, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução.
Trata‑se de uma lista das substâncias que os produtos de higiene pessoal, cos‑
méticos e perfumes podem conter, desde que obedeçam a concentração limite e 
condições impostas. Por exemplo: ácido salicílico (máximo de concentração dentro 
dos cosméticos é de 2% para acne e 3% para caspa
Resolução RDC nº 36, de 17 de junho de 2009 (PDF)
Dispõe sobre a proibição, a exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol 
ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém, 
empório e loja de conveniência.
Para que você possa analisar o conteúdo das leis na íntegra, acesse: <http://www.anvisa.gov.
br/cosmeticos/legis/index.htm>.
Links
Você teve acesso também a algumas informações de suma importância sobre a 
nossa legislação, sobre as RDCs e como buscar novas informações pelo site da Anvisa. 
A partir de agora, esperamos que você possa mergulhar em estudos sobre o assunto, 
aumentando o conhecimento e buscando novos conceitos no mercado.
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H i s t ó r i a e l e g i s l a ç ã o p a r a o m e r c a d o c o s m é t i c o 31
Para concluir o estudo da unidade
Reflita sobre todo o assunto abordado nesta unidade. Considere as condições 
históricas da cosmetologia, como evoluiu o processo da indústria farmacêutica 
até chegar à cosmética que temos nos dias de hoje e toda a contribuição que 
este rico mercado cosmético tem proporcionado para os tratamentos estéticos 
faciais, corporais, capilares etc., reduzindo ou amenizando de forma significativa 
as imperfeições que aparecem durante toda uma vida em nossa pele.
Espero que você tenha observado dentro deste contexto que nada disso seria 
possível hoje se não tivéssemos leis específicas para o mercado cosmético, se as 
indústrias e empresas farmacêuticas não precisassem cumprir regras específicas 
de fabricação, rotulagem, quantidade de ativos, qualidade dos insumos e tudo 
mais que foi descrito nesta unidade. 
Resumo
Esta unidade contribuiu muito para a base do conhecimento da cosmética. 
Acredito que não tenha ficado nenhuma dúvida a respeito da evolução histórica da 
indústria farmacêutica e cosmética. E você teve acesso a informações de extrema 
importância sobre a legislação que vigora atualmente no Brasil sobre cosméticos.
A partir de agora você terá condições de avaliar dentro do mercado esté‑
tico/cosmético a qualidade das rotulações, dos produtos ativos e o controle de 
qualidade deles.
Sabemos que, a partir do que estudamos, os desafios são grandes, pois nem 
sempre temos na íntegra a qualidade do que buscamos diante da lei, mas não 
podemos desanimar. Nosso papel é compreender o processo correto e estarmos 
sempre atentos para contribuirmos de forma significativa para a qualidade de 
vida de nossa população.
Para finalizar, gostaria de frisar que a informação gera o conhecimento, que 
pode alterar o comportamento pessoal de seu grupo e até mesmo de uma sociedade.
Atividades de aprendizagem
 1. Conte a história da indústria farmacêutica de forma resumida.
 2. Quais foram os fatos importantes da história da cosmetologia após o século XX?
 3. A cosmética hoje é regulamentada? Quem a regulamenta?
 4. Cite as principais leis que regulamentam a cosmética no Brasil.
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 Seção 1: A estratégiaNessa seção serão apresentados os conceitos bási-cos da estratégia e de sua relação constante com as mudanças do ambiente de negócios, com a visão de futuro da organização e os resultados alcançados. Seção 2: Percurso histórico
Na segunda seção o que se apresenta é o percurso histórico do pensamento estratégico, iniciando no planejamento financeiro passando pelo planejamento a longo prazo, planejamento estratégico, administra-ção estratégica, até a gestão estratégica.
Tecnologia e aplicação 
dos cosméticos
 Seção 1: Insumos e classificação cosmética
Entenda como um cosmético pode ser classificado, de 
acordo com sua nomenclatura (INCI — Nomenclatura 
de Ingredientes Cosméticos), quais os componentes 
básicos de uma formulação cosmética e as substân-
cias permitidas pela Anvisa para produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes.
 Seção 2 Sequência de tratamento estético
Nesta seção, você aprenderá a sequência ideal de um 
tratamento estético, compreendendo as necessidades 
de cada tipo de pele para selecionar o cosmético 
adequado, satisfazendo desta forma os objetivos do 
seu cliente.
Objetivos de aprendizagem: a proposta desta unidade consiste em 
apresentar a nomenclatura dos insumos cosméticos, abordar os 
componentes de uma formulação cosmética e ensinar o passo a 
passo da sequência de um tratamento estético, desde a higiene 
até a nutrição da pele. 
Unidade 3
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34 c o s m e t o l o g i a
Introdução ao estudo
O organismo humano precisa sempre estar em homeostase, e para se manter 
desta forma alguns fatores podem contribuir ou impedir as funções naturais da pele. 
A pele é o primeiro órgão de defesa de nosso corpo contra as agressões do meio 
externo e, por isso, sofre as consequências quando não é devidamente cuidada. Ela 
possui mecanismos de defesa naturais, mas nós podemos auxiliar essas funções com 
medidas simples e regulares. Desta forma, precisamos cuidar com excelência para 
que nossa pele esteja em pleno funcionamento.
É necessário que tenhamos alguns cuidados básicos com a nossa pele, para que 
desta forma ela esteja sempre funcionando normalmente e realizando suas funções; 
estes processos de cuidados são limpar a pele diariamente e sempre hidratá‑la. A 
limpeza remove as sujeiras externas e o excesso de camada córnea, e também remove 
gordura natural da pele e os micro‑organismos que ela possa conter. A hidratação 
é de fundamental importância, pois tem o papel de manter o conteúdo aquoso na 
epiderme, conservando, assim, a barreira epidérmica em seu perfeito estado.
Considero importante salientar que para a pele se manter devidamente equili‑
brada é necessário que a barreira epidérmica esteja intacta, permitindo que haja um 
equilíbrio cutâneo de água para a manutenção e o bom funcionamento deste órgão.
Nossa barreira cutânea é chamada de manto hidrolipídico e este precisa estar 
diariamente hidratado. Este manto é composto por células chamadas queratinócitos 
entrelaçadas entre si pelo teor de gordura da pele e de água.
Abordaremos nesta unidade a tecnologia cosmética e toda a classificação dos 
insumos cosméticos. Falaremos também sobre os tipos de peles e as formas de a 
tratarmos de forma adequada para o seu bom funcionamento.
 Seção 1 Insumos e classificação cosmética
1.1 Nomenclatura de Ingredientes Cosméticos (INCI) 
International Nomenclature of Cosmetic Ingredient 
Vamos agora aprender um poucomais sobre a classificação cosmética utilizada 
no mercado dos cosméticos. Utiliza‑se um sistema para classificar os ingredientes 
cosméticos, chamado INCI, que é usado no mundo todo e padroniza os rótulos de 
todos os produtos cosméticos.
É um sistema internacional de codificação da nomenclatura de 
ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, 
criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotu‑
lagem dos produtos cosméticos. O INCI foi desenvolvido graças 
à participação de vários países e culturas. É uma nomenclatura 
baseada em listas internacionais de ingredientes conhecidos e 
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 35
utilizados por pesquisadores e cientistas de todo o mundo. Países 
da Comunidade Europeia (Portugal, Espanha, França, Itália, dentre 
outros), da América Latina e países como os Estados Unidos,Aus‑
trália, Singapura, África do Sul, Japão e outros, em suas legislações 
sanitárias, já adotaram a nomenclatura INCI ou estão em fase de 
implementação, como é o caso dos países do Mercosul. Visto que 
existem mais de 12 mil ingredientes utilizados em produtos cos‑
méticos e muitos possuem, além da denominação química, mais 
de um nome comercial, o INCI permite designar de forma única e 
simplificada a composição dos ingredientes no rótulo dos produtos 
cosméticos. Dessa forma, o objetivo do uso da nomenclatura INCI 
é facilitar a identificação de qualquer ingrediente, proveniente de 
qualquer país, por ser uma codificação universal, com um sistema 
para todos os países sem distinção de idioma, caracteres, nem de 
alfabeto (SOUZA, 2011).
Esta nomenclatura utilizada por todos os países no mundo traz 
uma grande vantagem para a população, que é o esclarecimento 
e a identificação de forma clara e universal dos rótulos utilizados 
pelas empresas cosméticas.
As vantagens do INCI para:
Consumidor
Permite que o consumidor identifique, de forma mais clara, os 
ingredientes de uma formulação em qualquer lugar do mundo. 
Além disso, devido à grande diversidade de sinônimos relaciona‑
dos a um único ingrediente, os erros de interpretação na leitura 
de componentes podem ser minimizados.
Vigilância Sanitária
A adoção dessa nomenclatura possibilitará uma maior agilidade na 
identificação dos ingredientes dos produtos cosméticos de forma 
clara, correta e precisa. Para saber o nome químico (INCI), CAS 
(Chemical Abstracts Service — codificação mundial) e função das 
substâncias utilizadas em cosméticos, leia CTFA ou INDEX ABC, 
acessando <http://ec.europa.eu/enterprise/cosmetics/cosing/> e 
clique em LEGAL AND REGULATORY e depois em INVENTORY 
OF INGREDIENTS). 
Comunidade Científica
A utilização de uma nomenclatura padronizada torna mais fácil o 
trabalho de profissionais como médicos e farmacêuticos no acon‑
selhamento dos consumidores, além de garantir a atualização mais 
dinâmica do conhecimento científico (AGÊNCIA NACIONAL DE 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2012, p. 1). 
Todos os ativos possuem um INCI. Veja alguns exemplos no mercado cosmético: 
AVENA EYES® - INCI NAME: Avena sativa, Prunus ameniaca, Rosa canina, Pollen, Propylene 
glycol, water, imidazolidinilurea e methylparaben.
COENZIMA Q-10 - INCI NAME: Ubiquinone.
Para saber mais
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36 c o s m e t o l o g i a
1.2 Componentes básicos de uma formulação 
cosmética
Não é nada fácil classificar e estudar os diversos itens que uma formulação cos‑
mética possui, pois ela pode se apresentar de diferentes formas. Desta forma, vamos 
agrupar as matérias‑primas utilizadas e explicar cada grupo e as possibilidades de 
composição que estão sujeitas.
As matérias‑primas são utilizadas nas fórmulas de acordo com suas propriedades 
funcionais e físico‑químicas. Essas propriedades são derivadas de suas respectivas 
estruturas químicas (LEONARDI, 2008). 
Vamos agora então classificar as matérias‑primas: 
Quanto à origem:
 inorgânicas;
 orgânicas.
Quanto à constituição química:
 ester;
 éter;
 aldeído;
 cetona;
 ácido carboxílico;
 amina;
 amida.
Existe, também, uma classificação das matérias‑primas de acordo com a função 
ou efeito cosmético. Elas podem ser:
Veículos, umectantes, hidratantes, emolientes, espessantes/viscosantes, tenso‑
ativos, alcalinizantes, acidificantes e neutralizantes, conservantes, antioxidantes, 
fragrâncias, corantes (SOUZA, 2011). 
Exemplo:
Fito Ativo com ação anti‑inflamatória:
Hamamélis — Hamamelis virginiana
a) Folhas (7 — 10% de taninos): galotaninos, catequinas e proan-
tocianidinas condensadas. 
b) Propriedades: poder adstringente (coagulam proteínas de mem-
branas celulares).
c) Ações relatadas: antiviral, antiedematogênica e antioxidante.
d) Potencial anti-inflamatório: preparações contendo extratos de 
hamamélis suprimiram o eritema provocado por radiação UV, em 
24 horas, comparados a cremes contendo 1% de hidrocortisona. 
e)Uso tópico: extrato das folhas contendo 5 a 10% da droga 
(SOUZA, 2011, p. 1). 
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 37
1.2.1 Veículo
É o componente que geralmente aparece em maior quantidade na 
fórmula e que tem a função de receber os outros componentes, isto 
é, nele são incorporadas estas outras substâncias. Devem ter grande 
capacidade de solubilização ou de dispersão, conforme o caso. A 
escolha do tipo de veículo deve se basear na compatibilidade com 
os outros componentes e também no tipo de pele a que se destina 
o produto. Podem ser: água, álcool, mistura hidroalcoólica, óleo, 
glicerina, loções base, cremes base (SOUZA, 2011, p. 11).
Todo produto cosmético precisa conter um umectante, caso isso não ocorra o 
produto com certeza não terá a mesma qualidade, pois o umectante fornece uma 
hidratação especial à pele, formando uma película sobre ela.
1.2.2 Umectante
São substâncias higroscópicas que tem o objetivo de reduzir a 
dessecação superficial pelo contato com o ar (das fórmulas), e 
sobre a pele forma uma película que permanece sobre esta após a 
aplicação do produto, favorecendo a hidratação. Estes reduzem a 
velocidade da perda da água, porém este efeito pode ser reforçado 
com adequado nível de vedação dado pelas tampas das embala‑
gens. Podem ser:
 Polióis (glicois): álcoois contendo mais de um grupo OH, solú‑
veis em água, possuem toque untuoso (pegajoso). Ex.: propile‑
noglicol, glicerina, sorbitol.
 Poliglicois: são solúveis em água, seu estado físico depende do 
grau de etoxilação (PM). Ex.: polietilenoglicol.
 Carboidratos: aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo 
polióis. Ex.: açucares (glicose, frutose), amido, celulose.
 Derivados do ácido carboxílico: Ac. Carb. reagem com bases 
e formam sais orgânicos com capacidade de hidratação. Ex.: 
lactato de sódio (ac. lático + NaOH), glicolato de sódio. 
1.2.3 Hidratante
São matérias‑primas higroscópicas intracelulares, ou seja, subs‑
tâncias que intervêm no processo de reposição do teor de água da 
pele de maneira ativa. Por isso, diferenciam‑se dos umectantes, 
que são um processo passivo (SOUZA, 2011, p. 11). 
1.2.4 Emoliente
São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e ca‑
belo, que juntamente com os umectantes serão responsáveis pela 
hidratação da pele e cabelo. São responsáveis nas formulações pela 
consistência e aparência. (SOUZA, 2011, p. 11).
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38 c o s m e t o l o g i a
 Tabela 3.1 Tipos de emolientes
 Fonte: Souza (2011).
1.2.5 Espessantes/viscosantes
Substâncias responsáveis por aumentar a viscosidade das formu‑
lações. Os espessantes podem ser orgânicos e inorgânicos. Os 
espessantes orgânicos dividem‑se, por sua vez, em duas classes:
a) Agentes orgânicos 
1 - De fase oleosa
São espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solú‑
veis em óleo. São empregados em cremes, loções e condicionado‑
res. Exemplos: álcoois graxos; monoestearato de gliceríla; ésteres de 
álcoois e ácidos graxos; ceras naturais e minerais, óleos e gorduras.
2 - De fase aquosa
Conferem viscosidade à fase aquosa. São normalmente insolúveis 
na fase oleosa. Exemplos: CMC — carboximetilcelulose; HEC ‑ 
hidroxietilcelulose — natrosol; Vinílicos: carbômero, PVP, álcool 
polivinílico; Polissacarídeos: amido, agar‑agar, gomas e alginatos;
b) Agentes Inorgânicos (eletrólitos)
Cloreto de sódio, citrato de sódio e fosfato de sódio ou amônio 
(SOUZA, 2011, p. 10‑13). 
1.2.6 Tensoativos 
São substâncias que possuem em sua estrutura molecular grupos hidrofílicos, com 
afinidade pela água, e grupos lipofílicos, com afinidade por lipídeos. Por isso, são 
capazes de diminuir a tensão superficial de um sistema. As substâncias tensoativas 
têm as seguintes propriedades:
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 39
 Umectância: é a capacidadeque uma substância líquida possui 
de umedecer ou molhar uma superfície sólida.
 Detergência: é a capacidade que uma parte da molécula (o grupo 
polar) possui de arrastar detritos e impurezas de um superfície.
 Espumógena: capacidade de produzir espuma. Estabilização 
da espuma: alguns tensoativos têm a propriedade de manter a 
espuma por algum tempo, evitando que logo desapareça. (GO‑
MES; DAMAZIO, 2009, p. 136‑140).
As moléculas dos tensoativos são compostas principalmente por:
 Parte hidrófoba ou hidrofóbica: cadeias de hidrocarbonetos alifáticos linerares 
ou ramificados. São insolúveis em água.
 Parte hidrófila ou hidrofílica: grupos ácidos ou básicos. São solúveis em água.
É justamente esta dupla afinidade da molécula que determina a 
tendência destes compostos de se concentrarem nas interfaces. Os 
tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superfi‑
cial da água e de outros líquidos.
Podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e 
anfóteros.
Aniônicos:
Quando em solução aquosa sofrem dissociação, sendo a parte 
lipofílica do tipo aniônica. São superiores quanto à espuma, ca‑
pacidade detergente, capacidade emulsiva. Geralmente, são mais 
usados em xampus e sabonetes.
Catiônicos:
Atuam por neutralização de carga no cabelo; muito usado em 
condicionadores. Irritam bastante a mucosa ocular. Exemplos: Sais 
quaternários de amônio, cloreto de cetil trimetril amônio, cloreto 
de dimetil benzil amônio, cloreto de benzalcônico, polímeros 
quaternizados, polyquartenium.
Não iônico:
Em solução aquosa não sofrem ionização, não possuem carga. 
Geralmente, são utilizados como emulsionantes em cremes e lo‑
ções. Ex: alcanol amidas de ácido graxo de coco, ésteres glicóis, 
ésteres de glicerol, ésteres de polietilenoglicol, ésteres de sorbitano, 
álcoois graxos etoxilados.
Anfóteros:
Quando em solução aquosa são dependentes do pH, onde liberam 
cargas + ou ‑. São recomendados para pele frágil. Usados também 
em produtos infantis. Exemplos betaínicos: betaína de coco; coco‑
‑amido‑propil betaína; coco‑carboxi‑anfo‑glicinato de sódio. 
1.2.7 Alcalinizantes, acidificantes e neutralizantes
São usados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, 
para neutralizar ácidos graxos e obter sabões, umectantes, géis de 
carbomeros e corrigir pH. 
Podem ser de origem inorgânica e orgânica. Exemplos: TEA (trieta‑
nolamina) e NaOH. Os ácidos mais usados em cosméticos são os 
orgânicos. Exemplos: ácido cítrico e ácido fosfórico.
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1.2.8 Conservantes
Os conservantes são substâncias que, adicionadas aos produtos, 
têm como finalidade preservá‑los de danos causados por micro‑
‑organismos durante a estocagem, ou mesmo de contaminações 
acidentais produzidas pelos consumidores durante o uso. 
Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação 
existe uma concentração máxima permitida que deve ser seguida ri‑
gorosamente (SOUZA, 2011, p. 13‑14). 
Quais seriam estes contaminantes?
Podem ser as bactérias e os fungos. Vamos descrever algumas características 
desses contaminantes:
Contaminante Bactéria:
 encontram‑se bastante difundidas (ar, água e terra);
 ph ótimo para crescimento de 6 a 8;
 temperatura ideal: 35‑40°C;
 utilizam como substrato: proteínas, vitaminas, sais, entre outros;
 principais: Pseudomonas, Enterobacter, Klebsiella, Staphylococ‑
cus (SOUZA, 2011, p. 14).
Contaminante Fungo (bolores e leveduras):
 utilizam como substrato: sais minerais, celulose, ácidos orgâni‑
cos, amido, açúcares etc.;
 pH varia com a espécie (SOUZA, 2011, p. 14).
O que favorece ou facilita a contaminação e proliferação dos micro‑organismos? 
A presença de água e de vários componentes orgânicos. Quando 
a contaminação acontece, alguns fatores que envolvem produto, 
produtor e consumidor devem ser considerados: 
 alteração do produto: fermentações, cor e odor diferentes, tur‑
vação, separação e fases, decomposição de pa; 
 credibilidade do fabricante; 
 saúde do consumidor: infecção ocular, inflamação dérmica, 
acne, caspa, mal odor do suor (SOUZA, 2011, p. 15). 
 Para que um produto seja considerado de boa qualidades ele precisa ter um bom 
conservante, para que o cosmético não seja contaminado pelas bactérias e fungos. 
Vamos citar agora algumas características que os conservantes precisam ter:
 boa solubilidade em água;
 boa estabilidade;
 ser inodoro e incolor;
 ser economicamente viável;
 ser atóxico;
 ser efetivo a baixas concentrações;
 ser amplo espectro de ação;
 ser estável e efetivo em extensa faixa de pH;
 não afetar as características físicas do produto (cor, odor, sabor);
 ter adequado coeficiente de partição;
 inativar rapidamente os contaminantes;
 ser compatível (SOUZA, 2011, p.15).
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Tabela 3.2 Lista de substâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes
Nº 
ORD
SUBSTÂNCIA
MÁXIMA CONCENTRA‑
ÇÃO AUTORIZADA
LIMITAÇÕES
CONDIÇÕES DE 
USO E ADVER‑
TÊNCIAS
1
Ácido benzoico (número 
CAS 65‑85‑0) e respectivo 
sal de sódio (número CAS 
532‑32‑1) (BENZOIC 
ACID, salts & esters).
a) 2,5% (ácido): Produtos 
destinados a serem enxa‑
guados, exceto os produ‑
tos para higiene bucal; b) 
1,7 % (ácido): Produtos 
de higiene bucal; c) 0,5 % 
(ácido): Produtos que não 
são enxaguados.
Proibido em siste‑
mas pulverizáveis 
(como aerosóis e 
sprays) quando a 
concentração for 
maior que 0,5%.
1a
Sais de ácido benzoico 
não enumerados no nú‑
mero de ordem 1 e ésteres 
de ácido benzoico.
0,5% (expresso como 
ácido).
2
Ácido propiônico e seus sais 
(PROPIONIC ACID & salts).
2,0% (expresso como 
ácido).
3
Ácido salicílico e seus sais 
(SALICYLIC ACID & salts).
0,5% (expresso como 
ácido).
Proibido em pro‑
dutos para crianças 
com menos de 
3 anos de idade, 
com exceção dos 
xampus.
Não usar em 
crianças com 
menos de 3 anos 
de idade (exceto 
para xampus).
4
Ácido sórbico e seus sais 
(SORBIC ACID & salts).
0,6% (expresso como 
ácido).
4a Sorbato de Trietanolamina.
0,6% (expresso como 
ácido).
5
Bifenil‑2‑ol (o‑fenilfenol) e 
seus sais (O‑PHENYLPHE‑
NOL & salts).
0,2% (expresso como 
fenol).
6
Piritionato de zinco 
(número CAS 13463‑41‑7) 
(ZINC PYRITHIONE).
a) 1,0% produtos capilares; 
b) 0,5% outros produtos .
Somente em 
produtos enxaguá‑
veis. Proibido em 
produtos de higiene 
bucal.
7
Sulfitos e bisulfitos inor‑
gânicos (AMMONIUM 
SULFITE & BISULFITE, etc.).
0,2% (expresso como SO2 
livre).
8
1, 1, 1‑Tricloro‑2‑metil‑
propanol‑2‑(clorobutanol) 
(CHLOROBUTANOL).
0,5%.
Proibido em siste‑
mas pulverizáveis 
(como aerosóis e 
sprays).
Contém 
clorobutanol .
9
Ácido 4‑hidroxibenzoico, 
seus sais e ésteres (4‑HI‑
DROXYBENZOIC ACID, 
salts & esters: METHYLPA‑
REBEN, PROPILPARABEN 
etc.).
a) 0,4% (expresso como 
ácido) individual; b) 0,8% 
(expresso como ácido) 
para misturas de sais ou 
ésteres.
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42 c o s m e t o l o g i a
Nº 
ORD
SUBSTÂNCIA
MÁXIMA CONCENTRA‑
ÇÃO AUTORIZADA
LIMITAÇÕES
CONDIÇÕES DE 
USO E ADVER‑
TÊNCIAS
10
Ácido dehidroacético e 
seus sais (DEHYDROACE‑
TIC ACID & salts).
0,6% (expresso como 
ácido).
Proibido em siste‑
mas pulverizáveis 
(como aerosóis e 
sprays).
11
Ácido fórmico e seu sal 
sódico (FORMIC ACID & 
sodium salt).
0,5% (expresso como 
ácido).
12
3,3’‑Dibromo‑
‑4,4’hexametileno‑dio‑
xidibenzamidina e seus 
sais (incluindo isotionato) 
(dibromohexamidina) 
(DIBROMIHEXAMIDINE 
& salts).
0,1%.
13
Tiosalicilato de etilmercu‑
rio sódico (THIMEROSAL).
0,007% (de Hg). Se mistu‑
rado com outros compos‑
tos mercuriais, o total de 
Hg não pode ser maior que 
0,007% no produto final.
Somente para 
maquiagem e 
demaquilante para 
os olhos.
Contém 
timerosal .
14
Fenilmercúrio e seus 
sais (incluindo borato) 
(PHENYLMERCURIC & 
salts).
0,007% (de Hg). Se mistu‑
rado com outros compostos 
mercuriais, o totalde Hg 
não pode ser maior que 
0,007% no produto final.
Somente para 
maquiagem e 
demaquilante para 
os olhos.
Contém 
compostos 
fenilmercuriais .
15
Ácido undecanoico‑10‑
‑eno, (undecilênico), seus 
sais, ésteres, aminas e 
sulfosuccinato (UNDECI‑
LENIC ACID & SALTS).
0,2% (expresso como 
ácido).
16
Amino‑5‑bis (etil‑2‑he‑
xil)‑1,3 metil‑5‑perhidropi‑
rimidina (HEXETIDINE).
0,1%.
17
5‑Bromo‑5‑nitro‑1,3 
dioxano (5‑BROMO‑5‑
‑NITRO‑1,3‑DIOXANE).
0,1%.
Somente para 
produtos com 
enxágue. Evitar 
formação de 
nitrosaminas .
18
2‑Bromo ‑2‑nitropropano‑1,3‑ 
diol (Bronopol) (2‑BROMO‑2‑
‑NITROPROPANE‑1,3‑DIOL).
0,1%.
Evitar formação de 
nitrosaminas.
19
3,4,4’‑ Triclorocarbanilida 
(TRICHLOCARBAN).
0,2%.
Critério de pureza: 
3,3’,4,4’‑Tetracloro 
azobenzeno < 
1ppm 3,3’,4,4’‑Te‑
tracloro azoxiben‑
zeno < 1ppm.
20
p‑cloro‑metacresol (p‑
‑CHLORO‑m‑CRESOL).
0,2%.
Proibido em pro‑
dutos que entram 
em contato com 
mucosas.
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 43
Nº 
ORD
SUBSTÂNCIA
MÁXIMA CONCENTRA‑
ÇÃO AUTORIZADA
LIMITAÇÕES
CONDIÇÕES DE 
USO E ADVER‑
TÊNCIAS
21
p‑cloro‑metaxileno 
(CHLOROXYLENOL).
0,5%.
22
Imidazolidinil ureia (IMI‑
DAZOLIDINYL UREA).
0,6%.
23
Cloridrato de polihexame‑
tileno biguanida (POLYA‑
MINOPROPYL BIGUA‑
NIDE).
0,3%.
24
2‑Fenoxietanol (PHENO‑
XYETHANOL).
1,0%.
24a 6‑Clorotimol. 0,1%.
Proibido em produ‑
tos infantis.
25
Cloreto de 
1‑(3‑cloroalil)‑3,5,7‑
‑triazo‑1‑azoniadaman‑
tano (QUATERNIUM 15).
0,2%.
26
1‑(4‑clorofenoxi)‑1‑(1‑
‑imidazolil)‑3,3‑dimetil‑2‑
‑butanona (CLIMBAZOLE).
0,5%.
27
1,3‑Dimetilol‑5,5‑dime‑
tilhidantoína (DMDM 
HYDANTOIN).
0,6%.
27a 2‑Feniletanol. 0,5%.
28
Álcool benzílico (BENZYL 
ALCOHOL).
1,0%.
29
1‑Hidroxi‑4‑metil‑6(2,4,4‑
‑trimetilpentil) 2‑piridona e 
seus sais de monoetanola‑
mina (Octopirox) (PIROC‑
TONE OLAMINE).
a) 1,0% para produtos que 
se enxágue; b) 0,5% para 
outros produtos.
30
4‑Isopropil‑m‑cresol (O‑
‑CYMEN‑5‑OL).
0,1%.
31
Mistura de 5‑cloro‑2‑
‑metil‑4‑isotiazolina‑3‑ona 
e 2‑metil4‑isotiazolina‑3‑
‑ona com cloreto de 
magnésio e nitrato de 
magnésio (3:1) (METHYLI‑
SOTHIAZOLINONE + 
METHYL CHLORO ISO‑
TIAZOLINONE).
0,0015% de uma mis‑
tura na proporção 3:1 
de 5‑cloro‑2methyl‑
‑isothiazol‑3(2H)‑one e 
2‑methylisothiazol‑3(2H)
one.
32
2‑Benzil‑4‑Clorofenol 
(CHLOROPHENE).
0,2%.
33
2‑Cloroacetamida (CHLO‑
RACETAMIDE.
0,3%.
Contém 
cloroacetamida .
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44 c o s m e t o l o g i a
Nº 
ORD
SUBSTÂNCIA
MÁXIMA CONCENTRA‑
ÇÃO AUTORIZADA
LIMITAÇÕES
CONDIÇÕES DE 
USO E ADVER‑
TÊNCIAS
34
Bis‑(p‑
‑clorofenildiguanida)‑1,6‑
‑hexano: acetato, 
gluconato e cloridrato 
(CHLORHEXIDINE DI‑
GLUCONATE, DIHYDRO‑
CHLORIDE, DIACETATE).
0,3% (expresso como 
clorohexidina).
35
1‑Fenoxi‑2‑propanol 
(PHENOXYPROPANOL).
1,0%.
Somente para 
produtos com 
enxágue.
36
4,4‑Dimetil‑1,3‑oxazoli‑
dina (DIMETHYL OXAZO‑
LIDINE).
0,1%.
pH do produto final 
não deve ser menor 
do que 6.
37
N‑(hidroximetil)‑N‑
‑(dihidroximetil‑1,3‑
‑dioxo‑2,5‑imidazolidinil‑4)‑
‑N’(hidroximetil) ureia 
(DIAZOLIDINYL UREA).
0,5%.
38
Glutaraldeído 
(GLUTARAL ).
0,1%.
Proibido em siste‑
mas pulverizáveis 
(como aerosóis e 
sprays).
Contém glutaral‑
deído (somente 
para concentra‑
ções superiores 
a 0,05% no 
produto final).
39
5‑Etil‑3,7‑dioxo‑1‑
‑azobiciclo (3.3.0) oc‑
tano (7‑ETHYLBICYCLO 
OXAZOLIDINE ).
0,3%.
Proibido em pro‑
dutos para higiene 
bucal e que entram 
em contato com 
mucosa.
40
6,6‑dibromo‑4,4‑di‑
cloro‑2,2‑metilenodifenol 
(BROMOCHLOROPHENE ).
0,1%.
41
Álcool 2,4‑Diclorobenzí‑
lico (DICHLOROBENZYL 
ALCOHOL).
0,15%.
42
Tricloro‑2,4,4’hidróxi‑2’ 
difenileter (TRICLOSAN ).
0,3%.
43
Hexametilenotetramina 
(METHENAMINE).
0,15%.
44
Brometo e Cloreto de 
Alquil(C12‑C22) Trimetila‑
mônio.
0,1%.
45
1,6‑Di‑(4‑amidinofenoxi)‑
‑n‑hexano e seus sais 
(incluindo isotionato e 
p‑hidroxibenzoato) (HE‑
XAMIDINE & salts).
0,1%.
46
3‑(p‑clorofenoxi)‑
‑propano‑1,2‑diol 
(CHLORPHENESIN ).
0,3%.
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 45
Nº 
ORD
SUBSTÂNCIA
MÁXIMA CONCENTRA‑
ÇÃO AUTORIZADA
LIMITAÇÕES
CONDIÇÕES DE 
USO E ADVER‑
TÊNCIAS
47
Hidroximetil aminoace‑
tato de sódio (SODIUM 
HYDROXYMETHYL GLY‑
CINATE).
0,5%.
48
Cloreto de prata deposi‑
tado em dióxido de titânio 
(TITANIUM DIOXIDE + 
SILVER CHLORIDE).
0,004% (calculado como 
cloreto de prata).
20% AgCl (m/m) 
em TiO2. Proibido 
em produtos para 
crianças abaixo de 
3 anos de idade, 
em produtos para 
higiene bucal e em 
produtos para a área 
dos olhos e lábios.
49
Cloreto, Brometo e Saca‑
rinato (C8‑C18) de Alquil 
dimetilbenzilamônio 
(BENZALKONIUM BRO‑
MIDE, CHLORIDE, SAC‑
CHARINATE).
0,1% (calculado como 
cloreto de benzalcônio).
Evite contato 
com os olhos.
50
Benzilhemiformal (BEN‑
ZYLHEMIFORMAL).
0,15%.
Somente para 
produtos com 
enxágue.
51
3‑Iodo‑2‑propinilbu‑
tilcarbamato (número 
CAS 55406‑536) 
(IODOPROPINYL 
BUTYLCARBAMATE ).
a) 0,02%: Produtos que se 
enxaguem; b) 0,01%: Pro‑
dutos que não são enxa‑
guados, exceto em deso‑
dorantes/antitranspirantes; 
c) 0,0075% desodorantes/ 
antitranspirantes.
Não utilizar nos 
produtos de higiene 
bucal e nos produtos 
para os lábios. 
a) Não utilizar nas 
preparações destina‑
das a crianças com 
idade inferior a 3 
anos, com exceção 
dos produtos de 
banho/shower géis e 
xampus; b) e c) Não 
utilizar em loções 
e cremes corporais 
que se apliquem em 
grandes extensões 
corporais; não utili‑
zar nas preparações 
para crianças com 
idade inferior a 3 
anos.
a) Não utilizar 
em crianças com 
idade inferior 
a 3 anos (essa 
advertência não 
se aplica aos 
produtos de ba‑
nho/shower géis 
e xampus); b) e 
c) Não utilizar 
em crianças com 
idade inferior a 3 
anos.
52
Cloreto de Diisobutil 
Fenoxietoxietil ‑dimetil 
‑benzilamônio (BENZE‑
THONIUM CHLORIDE).
0,1%.
Proibido em pro‑
dutos sem enxágue 
para higiene bucal.
53
2‑metil‑4‑isotiazolina‑3‑
‑ona (METHYLISOTHIA‑
ZOLINONE).
0,01%.
Fonte: Brasil (2009).
Cosmetologia.indd 45
46 c o s m e t o l o g i a
Portaria n. 3.015, de 1º de dezembro de 2009
Torna pública a proposta de Projeto de Resolução “lista de subs‑
tâncias de ação conservante permitidas para produtos de higiene 
pessoal, cosméticos e perfumes (Revogação da Resolução n. 72/00/
GMC)” e dá outras providências (BRASIL, 2009). 
1.2.9 Antioxidantes
Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos 
componentes orgânicos (óleos vegetais, gorduras vegetais ou animais, 
óleos essenciais e vitaminas). Estes processos de oxidação podem 
se manifestar principalmente por modificações do odor e da cor, 
podendo até provocar irritações no tecido cutâneo. Os componentes 
mais propensos a sofrerem oxidação são as fragrâncias, os corantes, 
alguns ativos e os óleos (emolientes) (SOUZA, 2011, p 16). 
Antioxidantes verdadeiros: interropem as cadeias de radicais livres: 
BHT butilhidroxitolueno  (0,03% a 0,1%)  Lipossolúvel
BHA butilhidroxianisol  (0,005% a 0,01%) Lipossolúvel
Galato de propila  (0,005% a 0,15%) Lipossolúvel
Tocoferol (0,05% a 2%)  Lipossolúvel
Antioxidantes que atuam sofrendo oxidação (agentes redutores): 
Metabissulfito de Sódio  (0,02% a 1,0%)  Hidrossolúvel
Bissulfito de Sódio  (0,1%)  Hidrossolúvel
Ácido Ascórbico (vitamina C)  (0,05% a 3,0%)  Hidrossolúvel
Palminato de Ascorbila  (0,01% a 0,2%)  Lipossolúvel
Antioxidante que atua por mecanismos preventivos: criar tabela:
EDTA (Acido Etilenodiaminotetracético) 0,1% 0,1% Hidrossolúvel
Fonte: Souza (2011, p. 16).
Reflita e compreenda melhor os efeitos dos antioxidantes utilizados nos cosméticos 
acessando o link: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516- 
93322007000200002&lng=pt&nrm=iso>. Esperamos que por meio desta leitura você 
possa diferenciar os antioxidantes endógenos dos exógenos, contribuindo desta forma para 
a evolução do seu conhecimento.
Saiba mais
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 47
1.2.10 Fragrâncias
Um produto cosmético que não possui uma fragrância especial normalmente fica 
com o cheiro dos próprios ativos utilizados nele. E caso esses ativos possuam um odor 
desagradável, o produto final, que é o cosmético que irá para o mercado, terá um 
odor desagradável. Por este motivo, é importante entender o que é uma fragrância e 
sua importância em um cosmético.
 São substâncias que geram odores agradáveis aos produtos.
 Sua escolha deve ser baseada em um consenso entre os corantes, 
a finalidade e o tipo do produto. Deve estar harmonizada com 
atributos do produto e expectativas do consumidor.
 A constituição de uma fragrância é identificada através das 
notas (odor): notas de cabeça ou saída, notas de corpo, notas 
de fundo. A fragrância é uma sucessão de impressões olfativas 
e não um conjunto homogêneo de todas elas.
 Cada tipo de fragrância é uma mistura de diferentes funções 
químicas e estas matérias‑primas podem ser de origem natural 
(animal ou vegetal) e sintética (SOUZA, 2011, p. 17). 
1.2.11 Corantes 
Um corante é uma substância que dá a cor final de um produto. Eles podem ser classi‑
ficados como corantes verdadeiros ou como pigmentos, isso depende de sua solubilidade.
Os corantes são substâncias que desenvolvem seu poder de colorir  quando 
são dissolvidas no meio em que são utilizadas. Já os pigmentos são substâncias 
que desenvolvem seu poder de colorir quando são dispersas no meio em que são 
utilizadas. Esses produtos são classificados segundo dois modelos: um europeu 
(Colour Index) e um norte‑americano (D&C, FD&C, External D&C). Para a escolha 
do colorante, deve ser consultada a lista da Anvisa, que os classifica por meio do 
Colour Index, indica quais são permitidos em diversas situações e quais são suas 
limitações (LEONARDI, 2008).
Os produtos cosméticos são compostos geralmente por tensoativos, agentes com 
propriedades específicas, estabilizantes, agentes de atributos estéticos e veículo, 
independente de o direcionamento da formulação ser para pele ou cabelo, das suas 
formas de apresentação e de suas funções técnicas. No entanto, as matérias‑primas 
são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais e físico‑
‑quimicas, as quais são derivadas de suas respectivas estruturas químicas.
Essas matérias‑primas dos produtos cosméticos podem ser solubilizadas, emul‑
sionadas ou suspensas em um veículo, geralmente aquoso, ou então estar na forma 
de pó (LEONARDI, 2008).
Vamos classificar agora os produtos cosméticos utilizando como critério sua 
forma cosmética:
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48 c o s m e t o l o g i a
1.2.11.1 Soluções
São produtos da dissolução de qualquer substância em um líquido, ou mistura 
de líquidos,  formando um sistema homogêneo. Geralmente, produzem soluções 
transparentes ou translúcidas. Veículos mais comuns: água e misturas de álcool/água. 
Exemplos: tônicos, loções higienizantes ou xampus transparentes.
1.2.11.2 Emulsões 
São preparações de aspecto leitoso. São sistemas constituídos de pelo menos 
líquido imiscível disperso em outro com o auxílio de um terceiro componente com 
afinidade por esses líquidos (tensoativo). Geralmente, um dos líquidos é a água (fase 
aquosa) e o outro é um óleo ou derivados graxos insolúveis em água. 
Dessa forma, uma emulsão apresenta no mínimo duas fases, e as emulsões 
são então representadas como O/A (emulsão óleo em água, onde a fase interna é 
finamente dividida em partículas e a oleosa e externa é a aquosa) ou A/O (emulsão 
água em óleo). As emulsões podem ser brancas ou transparentes, dependendo do 
tamanho dos glóbulos emulsionados. Exemplos: cremes e loções (REBELLO, 2008).
1.2.11.3 Suspensões 
São sistemas dispersados em que a fase interna consiste em partículas sólidas in‑
solúveis em água e a fase externa é constituída pelo veículo compatível com a pele, 
geralmente água. Para que não ocorra separação de fases, pode ser usado tensoativos 
ou hidrocoloides para estabilizar a suspensão. Exemplos: géis, cremes esfoliantes, 
suspensão de calamina e xampus com bases perolizantes e ativos anticaspa (REBELLO, 
2008).
1.2.11.4 Pós 
São preparações constituídas de diversas matérias‑primas na forma de pós (talco), 
que foram finamente misturados com outros aditivos (essências, glicerina, corantes, 
pigmentos) para dar a forma final do produto cosmético. Exemplo: pó ou pó com‑
pacto (REBELLO, 2008).
1.2.11.5 Cremes
São emulsões O/A ou A/O de alta viscosidade e constituídas de uma fase aquosa 
e uma fase oleosa líquida, que foram homogeneizadas pela utilização de um terceiro 
componente com afinidade pelas duas fases (tensoativo). Normalmente, a aparência 
é branca por terem glóbulos oleosos grandes. Exemplos: cremes hidratantes, produtos 
anti‑idade, nutritivos, alguns desodorantes e muitos condicionadores para os cabelos, 
entre outros (REBELLO, 2008). 
Cosmetologia.indd 48 8/29/12 6:03 PM
te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 49
O que é um gel creme? Possui uma fase aquosa espessada por um polímero orgânico hidrosso-
lúvel e possui uma fase de silicone dispersa na fase aquosa espessada onde apenas foi dado um 
esbranquiçamento ao gel.
Para saber mais
1.2.11.6 Loções 
São emulsões O/A ou A/O, com média a baixa viscosidade e são constituídas de 
uma fase aquosa e uma fase oleosa homogeneizadas pela utilização de um terceiro 
componente também com afinidade por essas duas fases (um tensoativo) ou até mesmo 
por um solvente geralmente alcoólico. Este produto pode ser branco ou transparente, 
dependendo do tamanho dos glóbulos oleosos emulsionados. Exemplos: loções 
hidratantes, loções de higiene, produtos higienizantes da cavidade oral, perfumes, 
colônias, desodorantes etc.
1.2.11.7 Géis
São soluções coloidais ou suspensões de substâncias insolúveis em água, mas 
são hidratáveis. Podem ser transparentes ou opacos. Exemplos: gel hidratante para 
pele oleosa, gel fixador de cabelo, gel protetor solar, gel para banho ou de higiene, 
xampu gel etc. 
1.2.11.8 Leites 
São emulsões O/A ou A/O de baixa viscosidade e são constituídas de uma fase 
aquosa e uma fase oleosa homogeneizadas pela utilização de um terceiro compo‑
nente com afinidade por essas fases (tensoativo) ou por de um solvente geralmente 
alcoólico. Sua aparência é branca (macroemulsão) devido ao tamanho dos glóbulos 
oleosos emulsionados. Exemplos: leites de limpeza.
1.2.11.9 Óleos 
São preparações de origem graxa animal, vegetal ou sintética, que apresentam a 
forma líquida à temperatura ambiente.
1.2.11.10 Soluções de tensoativos 
São misturas de tensoativos com propriedades de limpeza, que condicionam, 
geram espuma, conferem viscosidade e reduzem a irritação à pele. Exemplos: sabo‑
netes líquidos, xampus, banhos de espuma, loções higienizantes etc. (BARATA, 2002). 
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50 c o s m e t o l o g i a
Por que é tão importante saber os componentes de uma formulação?
Questões para reflexão
Sabemos que os produtos cosméticos agem de alguma forma em nossa pele, mas 
que forma é esta? Cada tipo de produto tem um objetivo, ou seja, uma função espe‑
cífica na pele ou no cabelo. Vamos agora apresentar esta outra classificação que diz 
respeito às funções dos cosméticos.
1.2.11.11 Função de higienizar
Remover da superfície cutânea as impurezas 
provenientes das secreções, dos resíduos celulares 
e do ambiente, melhorando seu aspecto e facili‑
tando suas funções. Não devem permanecer sobre 
a pele e mucosas além do tempo necessário para 
cumprir sua ação de limpar. Exemplos: xampus, 
sabonetes, abrasivos, pastas dentríficas.
1.2.11.12 Função de conservar/
proteger
Manter a pele em bom estado, protegendo‑a e conservando as características que 
definem o estado de equilíbrio perfeito de todas as suas funções, ou seja, mantendo 
a eudermia da pele. Exemplos: protetor solar, hidratante, nutritivo.
1.2.11.13Função de reparar/corrigir 
Atuar sobre as imperfeições da pele ocasionadas por alterações orgânicas ou 
funcionais, que, geralmente, têm origem em causas externas. Exemplos de imperfei‑
ções: acne ativa ou sequelas de acne, envelhecimento, como rugas e flacidez tissular, 
discromias, como melasmas, efélides, manchas senis ou manchas solares. 
1.2.11.14 Função de maquiar/enfeitar
Realçar a beleza e mucosa labial pela aplicação de diversos produtos coloridos. 
Além dessa função, podem corrigir ou dissimular imperfeições. Exemplos: batons, 
bases, corretivos, rímel, lápis de olho, blushes. (LEONARDI, 2008).
Procure em seus cosméticos a 
formulação e tente classificá-los 
por meio da sua fórmula cosmé-
tica e sua função.
Saiba mais
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te c n o l o g i a e a p l i c a ç ã o d o s c o s m é t i c o s 51
 Seção 2 Sequência de tratamento estético
Estamos iniciando uma nova seção e gostaria de trazer um questionamento para 
você. Você já pensou sobre qual é a forma adequada de tratar a sua pele diariamente? 
Já parou para pensar o quanto isto é importante para que ela exerça as funções natu‑
rais para a qual ela foi criada? Pois bem, neste capítulo vamos entender um pouco sobre 
as necessidades de uma adequada limpeza de pele associada a uma hidratação ideal.
Vamos falar um pouco sobre a limpeza da pele. Por que a limpeza diária é importante?
Sabemos que todo tratamento estético deve ser iniciado pela limpeza da pele, 
pois uma pele limpa fica naturalmente mais estimulada e receptiva à penetração de 
ativos e aplicações técnicas. Além disso, uma pele limpa torna‑se mais clara e ma‑
cia, os poros ficam limpos e desobstruídos, facilitando as trocas entre o organismo 
e o exterior, e com certeza os produtos que são colocados sobre a pele se tornarão 
mais eficazes.
A limpeza pode ser feita por diversos tipos de produtos diferentes. O que é então 
limpar a pele?
Limpar a pele significa remover sujidades provenientes de poluição, resíduos 
cosméticos, secreções naturais e células córneas em descamação, secreção sebácea, 
maquiagem e detritos (arrastando, emulsionando ou solubilizando). 
É o primeiro passo fundamental para o sucesso de qualquer tratamento (SUZUKI, 
2011, p. 16).
Os produtos de limpeza não devem penetrar na pele e, sim, eliminar as sujidades, 
deixando‑a em condições perfeitas de higiene para o seu normal metabolismo e para 
receber os produtos complementares de proteção ou correção. 
Limpeza agora é parte de um “tratamento de pele” diário de rotina e podem ter 
várias formas farmacêuticas: sabonetes líquidos ou em barra, emulsões fluídas ou 
consistentes, gel etc.
Para que você possa entender melhor o assunto, vamos falar um pouco sobre a 
história do sabonete.
O preparado de sabonete foi desenvolvido em torno de 6000 a.C. pelos fenícios, 
que primeiro saponificaram gordura de cabra, água e cinza rica em carbonato de 
potássio em um produto seroso e sólido. 
Em 2.800 a.C. o sabão passou a ser o produto mais popular; no sé‑
culo VII, os árabes descobriram a mistura de gordura, através de óleos 
e álcali, que permitia a obtenção do sabão duro em barra, e somente 
no século XVIII o sabão se tornou mais popular, ainda sendo, então, 
a partir daí desenvolvido o sabão perfumado e o sabonete como é 
conhecido nos dias de hoje. Neste mesmo período, este produto de 
limpeza se tornou mais popular devido à produção em larga escala, 
que permitiu a redução de custo (RIBEIRO, 2010, p. 43). 
Mas durante a Idade Média o sabonete foi proibido pela Igreja Católica, que 
acreditava que expor a pele mesmo ao banho era demoníaco. Mais tarde, quando 
Cosmetologia.indd 51 8/29/12 6:03 PM
52 c o s m e t o l o g i a
apareceu a ideia da infecção induzida por bactéria, a venda de sabão aumentou. O 
mais parecido com o atual foi desenvolvido em 1878 (RIBEIRO, 2010).
2.1 Formas de limpar a pele 
A limpeza da pele pode ser realizada de três formas diferentes:
2.1.1 Uso de solventes orgânicos
A limpeza realizada com solventes orgânicos consiste na remoção das sujidades 
por meio da solubilização pelo solvente utilizado, com posterior arraste mecânico, 
adsorção ou absorção do produto com auxílio de algodão, tecido ou papel.
No entanto, existe a inconveniência da agressividade do solvente orgânico na 
pele. Este tipo de produto pode, além de remover as sujidades e a gordura, agredir 
a pele de forma a promover a descamação e desidratação, e muitas podem causar 
dermatites de pele.
Pode‑se amenizar esses inconvenientes misturando o solvente com água. Como 
exemplo, temos as soluções hidroalcoólicas usadas para umedecer lenços de papel 
destinados à limpeza facial. Normalmente, nestas formulações a concentração de 
álcool presente não oferece riscos para quem utiliza (RIBEIRO, 2010).
2.1.2 Uso de substâncias lipofílicas
A limpeza é realizada por meio de material com polaridade semelhante à gor‑
dura secretada pelas glândulas sebáceas, removendo também as sujidades da pele. A 
remoção é feita pela solubilização e arraste com auxílio de algodão, gaze ou lenço 
de papel.
2.1.3 Uso de tensoativos
São substâncias mais conhecidas e práticas. São feitos por moléculas que tem 
afinidade pela água e óleo e, portanto, são capazes de diminuir a tensão interfacial 
entre essas duas substâncias, permitindo que elas se misturem.
Como os tensoativos agem?
 redução da tensão interfacial entre a água e a gordura/sujeira, 
reduzindo a aderência à queratina da pele e dos cabelos, sendo 
que este processo é facilitado pelo esfregaço mecânico;
 emulsificação da gordura/sujeira e sua transferência para o 
veículo aquoso;
 dispersão ou suspensão do material graxo e sujeira emulsificada 
na espuma e sua remoção com o enxágue. (RIBEIRO, 2010). 
Quando esses tensoativos são sintéticos, normalmente são chamados de detergentes. 
Já os tensoativos obtidos a partir da mistura de um álcali com um ácido graxo 
são os sabões (RIBEIRO, 2010).
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Para sabermos se um produto está devidamente correto para a limpeza, ele deve 
satisfazer as seguintes condições:
a) ter detergência moderada;
b) ter bom poder de arraste;
c) ser ligeiramente antisséptico;
d) ter ação superficial;
e) ter pH adequado para o tipo de pele;
f) ser de fácil eliminação;
g) deixar a pele suave;
h) ser compatível dermatologicamente.
Vamos analisar então um sabão? De que forma ele é feito?
O sabão é o tensoativo de limpeza mais antigo e usado ainda nos 
dias de hoje. É um sal alcalino de ácido graxo obtido da reação 
de saponificação de óleos ou gorduras por adição de um alcalini‑
zante, como por exemplo, o hidróxido de sódio ou neutralização 
de ácidos graxos (PIRES, 2011, p. 1).
2.2 O ideal é usarmos sabonetes especiais
A água é um agente de limpeza muito barato e eficaz para certos tipos de suji‑
dades, porém ineficaz frente a substâncias oleosas. Sendo assim, os sabões e outros 
detergentes são capazes de melhorar a capacidade limpadora da água de forma efi‑
ciente. Porém, se não soubermos escolher adequadamente este sabonete ele vai ter 
a desvantagem de eliminar excessivamente o manto hidrolipídico, deixando a pele 
seca e áspera. Ainda pode descamar a superfície cutânea devido à alcalinidade do 
produto, que solta as células mais superficiais.
A pele humana tem pH em torno de 5 a 6, e este pH tem capacidade protetora contra 
micro‑organismos (fungos e bactérias). Quando usamos um sabonete, podemos alterar 
este pH, perdendo a capacidade ácida e protetora da pele e agravando uma série de 
disfunções. 
Desta forma, percebemos a importância de se usar um tipo de sabonete adequado 
para cada tipo de pele, sempre formulado de forma correta e com ativos específicos 
que atenuem o efeito desengordurante dos detergentes, formando desta forma uma 
película que lubrifique e proteja a pele, melhorando o seu aspecto, deixando‑a mais 
sedosa, macia e evitando o controle rebotefisiológico dela.
Depois de uma boa higiene da pele, em que removemos as sujidades, devemos, 
dependendo da necessidade de cada pessoa, remover o excesso de capa córnea 
desta pele. Mas não devemos realizar este procedimento em excesso, pois, senão, a 
pele pode responder realizando um efeito rebote, ou seja, espessando mais e ficando 
ainda pior do que estava. Normalmente, realizamos esta remoção por meio de uma 
técnica denominada peeling. Para determinar quantas vezes devemos esfoliar a pele, 
precisamos passar por uma avaliação profissional a fim de detectar a espessura e o 
tipo da pele.
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2.3 Peeling
A palavra peeling vem do verbo “to peel” e significa descamar, descascar, esfoliar 
a pele. Um peeling pode ser classificado como muito superficial, superficial, médio 
e profundo. Eles podem ser físicos ou químicos. 
Um peeling muito superficial possui a capacidade de remover o extrato córneo 
ou parte dele, que são as camadas de células mortas que possuímos em nossa epi‑
derme. Quando realizamos esta remoção, estimulamos a produção de novas células 
em nossa pele.
Alguns exemplos de peeling físico: grânulos de polietileno, sementes de algumas 
frutas e óxido de alumínio, que irão agir da mesma forma em nossa pele.
Alguns exemplos de peeling químico: ácidos de baixa concentração, que irão 
agir destruindo o sebo e a queratina da superfície da pele, renovando‑a e deixando 
com aspecto macio, liso e hidratada.
2.4 Loções de limpeza aquosas ou tonificação
Os tônicos são preparações que fortificam ou despertam as atividades da pele, 
estimulando as células e melhorando a circulação sanguínea.
São preparados pela dissolução de um tensoativo (detergente) em água.
São neutros, o que facilita a remoção de gorduras da pele.
São indicados para uso em peles oleosas, principalmente para atender àquelas 
pessoas que têm aversão a produtos cremosos para limpeza da pele, devido à im‑
pressão que podem deixar de aumento de oleosidade e a sensação de que a gordura 
não foi retirada, o que não acontece.
As loções são utilizadas para equilibrar o pH da pele, trazendo‑o para a norma‑
lidade, além de completar a higiene eliminando espumas de sabonetes e restos de 
cremes de limpeza.
Existem vários tipos de loções de limpeza, como a loção adstringente, que ajuda 
a eliminar os poros abertos. Normalmente, é utilizada após a limpeza da pele reali‑
zada com sabonetes.
As loções podem ser alcoólicas, hidroalcoólicas, glicerinadas, ou com óleos 
vegetais, minerais ou animais.
 2.5 Emulsões e soluções de limpeza 
As emulsões utilizadas para limpeza da pele são elaboradas como qualquer outra, 
ou seja, apresentam uma fase oleosa, uma aquosa e um ou mais tensoativos com 
propriedades emulsificantes. A limpeza promovida por este tipo de produto pode 
ser realizada pelos componentes oleosos, o tensoativo emulsionante, ou pode con‑
ter detergentes sintéticos suaves para facilitar a remoção das sujidades da pele sem 
agredi‑la. Normalmente, é usada para remoção de maquiagem, limpeza diária da face 
ou em clínicas estéticas, como preparo da pele antes de iniciar algum cuidado cos‑
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mético. Estes produtos podem conter ou não ativos cosméticos. (BARATA, 2002). São 
geralmente emulsões do tipo O/A. Têm a propriedade de absorver, simultaneamente, 
na sua fase oleosa, as impurezas lipossolúveis, e na sua fase aquosa, as impurezas 
hidrossolúveis. Contêm um alto percentual de óleo mineral e são emulsões que se 
espalham facilmente sobre a pele (RIBEIRO, 2010).
Há também as soluções de limpeza aquosas, normalmente tamponadas para o 
pH da pele, contendo tensoativos suaves para ajudar a remoção da sujeira lipofílica 
e ativos cosméticos diversos. São especialmente indicadas para pessoas que têm pele 
oleosa ou acneica, para a qual a limpeza com produtos oleosos é incômoda. Podem 
ser multifuncionais, ou seja, fazem a limpeza ao mesmo tempo em que proporcionam 
algum “cuidado” cosmético extra para a pele. (RIBEIRO, 2010). 
Quanto à área dos olhos, há que se cuidar para que a formulação não seja irri‑
tante, devendo testar a segurança do produto (PIRES, 2011).
Deve possuir as seguintes propriedades:
a) espalhamento fácil sobre a pele;
b) ser facilmente eliminado;
c) não ser gordurosos ou untuosos;
d) deixar uma película fina emoliente após o uso adequado na pele.
A emulsão deve ser espalhada no rosto com os dedos e levemente massageada 
para, assim, incorporar na fase oleosa as gorduras da pele e matérias gordurosas da 
maquiagem, bem como as sujeiras solúveis em água na fase aquosa. Depois, a loção é 
retirada com algodão ou lenço de papel, sendo ne‑
cessário proceder ao enxágue com água, sabonete 
ou tônico adequado, de forma a retirar a loção 
restante e as sujidades retidas (RIBEIRO, 2010).
Considero de suma importância a conserva‑
ção e proteção da pele, por isso, vamos abordar 
agora o tópico hidratação, em especial, pois 
falaremos sobre proteção da pele mais adiante 
em um capítulo dedicado a isso.
Considerando que temos vários tipos de pele, 
normal, mista, oleosa e seca, é importante, antes 
de tudo, uma classificação precisa para a escolha 
ideal do hidratante.
A pele, além de ser o primeiro órgão de defesa de nosso corpo contra 
as adversidades do meio externo, possui papéis importantes, cujas 
complexidades e higidez contribuem para a manutenção da home‑
ostase do organismo. Tais propriedades, no entanto, só são desempe‑
nhadas com excelência se o tecido tegumentar estiver em condições 
normais e plenas de funcionamento e cuidado (COSTA, 2012, p. 1).
É importante salientar que uma barreira epidérmica intacta permite que haja um 
equilíbrio cutâneo de água, o que, em última instância, é essencial para o bom fun‑
Como forma de limpar a pele, 
ainda temos os lenços umedeci-
dos. Acesse o link <http://www.
moreirajr.com.br/revistas.asp?id_
materia=4239&fase=imprime> e 
conheça este outro tipo de limpa-
dor que está sendo muito utilizado 
nos dias de hoje
Links
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cionamento da “máquina” cutânea e para a manutenção de uma aparência normal 
deste órgão (COSTA, 2012).
A pele do ser humano quando devidamente hidratada apresenta‑se suave ao toque, 
aveludada, macia e uniforme. Mas a pele quando está seca, perde esta suavidade, 
tornando‑se áspera, opaca e muitas vezes descamativa.
Essa desidratação pode ser muitas vezes momentânea, e assim a pele pode se res‑
tabelecer sem qualquer problema. Mas em determinados casos, o fator causador da 
desidratação pode persistir, e nestes casos a pele não consegue se restabelecer sozinha.
Vamos entrar um pouco em detalhe agora sobre a xerose cutânea, pois é exata‑
mente isso que acontece nas peles desidratadas profundamente, a pele “pede água” 
e são os casos que mais aparecem em uma clinica de estética procurando um trata‑
mento definitivo e duradouro.
O funcionamento adequado da barreira da pele confere integri‑
dade, equilíbrio d’água, hidratação e descamação corneocítica 
organizada. Na vigência de distúrbio de um desses componentes 
de barreira, há um aumento da perda de água trans epidérmica 
(TEWL — sigla inglesa de Transepidermal Water Loss), resultando 
na xerose, com seus sinais e sintomas clássicos. Sabe‑se que o con‑
teúdo normal de água no estrato córneo é de 20% a 35%. Quando 
inferior a 10%, sinais e sintomas xerósicos visíveis são evidenciados. 
Tal estado xerósico altera o ritmo normal de maturação e descama‑
ção dos corneócitos, já que a hidratação da pele ativa as enzimas 
quimiotrípicas córneas (responsáveis pela hidrólise dos corneo‑
desmossomas), impedindo o desprendimento e a separação dos 
corneócitos superficiais um a um. Com isso, vê‑se que os mesmos 
se destacam em blocos celulares, o que é perceptível, diferente‑
mente do que se vê na separação unitária corneocítica em uma 
pele normalmentehidratada. 
A xerose cutânea não é um mecanismo uníssono e estático. Existem 
várias condições intrínsecas e extrínsecas que podem contribuir 
para o estabelecimento da xerose cutânea (como, por exemplo, 
umidade ambiental excessiva, radiação solar, extremos de idade, 
estresse emocional, baixa umidade relativa do ar, testosterona, 
traumas físicos e inflamação cutânea). 
Clinicamente, a xerose é caracterizada por aspereza cutânea, 
resultante, em última análise, de uma desidratação epidérmica. 
[...] Frequentemente, esta condição cutânea acarreta desconforto 
e alterações estéticas importantes, as quais geram a necessidade 
de um tratamento adequado (que, na maioria das vezes, é local, 
sintomático e acompanhado de orientações gerais).
[...]
Dentre as condições orgânicas que apresentam xerose como ma‑
nifestação clínica, sobressaem‑se a psoríase, dermatite atópica, 
senilidade, climatério, diabetes mellitus, hipotireoidismo e han‑
seníase (COSTA, 2012, p. 1).
Na manifestação da pele seca, há provavelmente a participação de um componente 
genético, podendo ter a influência de fatores ambientais, comportamentos (tabagismo 
e etilismo), estresse, idade, sexo, solventes orgânicos, detergentes, doenças como 
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psoríase ou dermatites, ambientes climatizados com ar‑condicionado, o uso de certas 
drogas (isotretinoína) etc (RIBEIR0, 2010). A pele seca apresenta‑se com menor conte‑
údo lipídico, provavelmente a glândula sebácea está secretando em menor quantidade. 
Independente se a pele apresenta‑se seca ou não, precisamos de todos os cuidados 
necessários a ela, como citados anteriormente. Mas é claro que a pele seca precisa 
de maiores cuidados devido aos fatores já mencionados. 
Desta forma, independe da pele, os protetores são produtos cosméticos destinados 
a manter as características cutâneas que possibilitam o estado de equilíbrio perfeito 
de todas as funções da pele. 
São eles: hidratantes, nutritivos, filtros solares e os desodorantes.
Antes de falarmos sobre os hidratantes e nutritivos, é importante ressaltar que 
nossa pele tem um pH levemente ácido, e que todo organismo necessita manter um 
equilíbrio ácido‑base. Este potencial hidrogênico (pH) pode ser modificado por alguns 
fatores, levando a pele a ficar alterada fisiologicamente.
2.6 Hidratantes
Os cremes cosméticos possuem uma propriedade benéfica muito citada além de 
outras também importantes: a propriedade hidratante. Sabe‑se que a água é a única 
substância capaz de gerar elasticidade à capa córnea, que fica externa e superficial‑
mente à pele.
Para que a pele esteja devidamente equilibrada, ela precisa ter fornecimento de 
água e perda de forma específica, e a hidratação da epiderme só acontece neste equi‑
líbrio. A pele sofre evaporação constantemente, perdendo água, e este fato depende 
da temperatura da superfície da pele e da umidade relativa do ar. No entanto, a pele 
tem capacidade de retenção da água pelo estrato córneo, mas isso vai depender 
da presença de substâncias higroscópicas no interior das células e de gordura que 
deixam a camada córnea impermeável à água. Essas substâncias higroscópicas são 
chamadas de NMF (Natural Moisturizing Factor), ou seja, Fator Natural de Hidratação. 
Se a pele estiver devidamente hidratada, ela favorece a absorção de ingredientes 
ativos. Essa hidratação da tissular ocorre pela fixação da água sobre as moléculas 
de queratina, que tem fraco poder de retenção, e esse fato é aumentado pelo poder 
hidroscópico das substâncias contidas no NMF (COSTA, 2012).
A barreira epidérmica é composta de dois componentes de função: 
matriz proteica celular (composta por uma trama de ceratinócitos entre‑
laçados, disposta em camadas, limitadas superficialmente pelos corneó‑
citos), e matriz intercelular (composta por uma dupla camada lipídica).
O equilíbrio entre os compartimentos celular proteico e intercelular 
lipídico estabelece o estado que mantém o balanço hídrico normal, 
respeitando suas características setoriais (camadas celulares epi‑
dérmicas superficiais repelem água, enquanto que as profundas a 
retêm), primordiais para o equilíbrio deste tecido. Nos meios intra 
e extracelulares não existem apenas estruturas proteicas e lipídicas 
que são importantes para a hidratação cutânea. Outras partículas 
químicas, orgânicas ou não, embebidas nestes dois compartimentos 
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são tão importantes quanto e ajudam a formar estruturas funda‑
mentais para a manutenção da hidratação da pele.
Desta forma, podemos dividir os mecanismos dinâmicos envolvidos 
na hidratação cutânea em fator de hidratação natural (FHN), lípides 
intercelulares e bombas iônicas (COSTA, 2012, p. 1). 
 Quadro: 3.1 Composição do fator de hidratação natural
Ingredientes %
Aminoácidos 40
Ácido carboxilico pirrolidona 12
Lactato 12
Ureia 7
Amônia, ácido úrico, glucosamina, creatinina e citrato 1,5
Sódio 5
Potássio 4
Cálcio 1,5
Magnésio 1,5
Fostafo 0,5
Cloreto 6
Açúcar, ácidos orgânicos, peptídeos e outras substân‑
cias indefinidas
8,5
 Fonte: Costa (2012).
 Quadro 3.2 Lípides intercelulares encontrados na pele
Ingredientes %
Ceramidas 40
Colesterol 25
Sulfato de colesterol 10
Ácidos graxos livres 25
 Fonte: Costa (2012).
A água pode, de alguma, forma evaporar da pele se não houver fatores envolvidos 
em sua retenção. Se isso acontecer, ela não será suficiente para hidratar a epiderme. 
Desta forma, duas estruturas realizam a retenção: o fator de hidratação natural (FHN) 
e os lipídios entre as células. Essas estruturas darão um aspecto natural para o tecido 
tegumentar.
O FHN é selado ou grudado na camada córnea (nas células corneócitas) a fim 
de manter o conteúdo aquoso intercelular. Quem faz esse papel de selagem são os 
lipídios intercelulares, pois são estruturas originadas dos ceratinócitos nucleados e 
estão dispostos na camada córnea, e também são considerados estruturas bipolares, 
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que significa “cabeças” hidrofílicas e “caudas” hidrofóbicas. Essas estruturas contro‑
lam o momento intercelular da água (Quadro 3.2) (COSTA, 2012).
Tais lípides são tão importantes para o funcionamento normal da 
epiderme que, quando aplicados topicamente, atravessam o estrato 
córneo, são capturados por vesículas fagocíticas na parede das 
células granulosas epidérmica. Migram para uma fusão ao sistema 
reticular‑Golgi, sendo novamente exocitados para o espaço interce‑
lular corneano, a fim de recompor a função hidratante dos lípides 
intercelulares dessas células anucleadas (COSTA, 2012, p. 1).
Considero extremamente importante comentar que pessoas que usam frequente‑
mente produtos hidratantes conseguem evitar o incômodo de uma pele seca. A xerose 
cutânea pode ser aliviada pelo uso contínuo e frequente de hidratantes, evitando 
assim as irritações e descamações desse tipo de pele. No entanto, o produto deve 
ser formulado de forma adequada e com produtos ativos eficientes para que produza 
os efeitos mencionados.
Um produto é considerado um hidratante eficaz quando possui uma composi‑
ção adequada, traduzindo‑se desta forma em um produto apreciado e apresentando 
sucesso comercial. Além de um produto hidratante realizar a sua função específica, 
também pode secundariamente prevenir e tratar dermatites irritativas em peles sen‑
síveis e funcionar como auxiliar no tratamento antienvelhecimento. 
Os hidratantes são classificados de acordo com o mecanismo de ação 
de seus componentes. Desta forma, podem ser: oclusivos, umec‑
tantes, emolientes e reparadores proteicos. Na imensa maioria das 
vezes os produtos comerciais disponíveis utilizam componentes de 
cada uma destas classes nas suas formulações (COSTA, 2012, p. 1). 
A hidratação da superfície da pele pode ocorrer detrês formas: por oclusão, por 
umectação ou por emoliência.
a) Oclusão: a evaporação é reduzida, ou seja, impede a perda de água no estrato 
córneo. São utilizadas substâncias lipídicas ou emolientes, que formam uma película 
na superfície da pele sem, contudo, obstruir os poros. As emulsões cremosas à base 
de óleos vegetais e animais são as mais indicadas. Além de proporcionar uma leve 
oclusão, elas reduzem a perda de água e, por causa de suas propriedades emolientes, 
dão maciez e suavidade à pele, desde que observadas as concentrações adequadas. 
É importante mencionar que a propriedade de difusão de óleos naturais e modifi‑
cados permite‑lhes disseminar‑se pelo epitélio, onde se encontram com moléculas de 
água em processo de evaporação, resultantes do processo de maturação celular. Por 
diferença de densidade, esses óleos aprisionam as moléculas de água promovendo 
sua retenção no epitélio, o que contribui para a manutenção do grau hídrico da pele.
Vale ressaltar que embora gordurosos, eles podem dar um perfil “sem óleo” (oil 
free) para o produto, desde que estes não sejam substâncias oclusivas de origem 
mineral ou vegetal. 
b) Umectação: substâncias umectantes com propriedades higroscópicas com‑
plementam a hidratação do estrato córneo, proporcionando mais umidade à pele. 
São produtos compostos por substâncias que retêm água na camada córnea, seja 
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por atrai‑la da derme (“mecanismo de dentro para fora”), seja, em ambientes com 
umidade atmosférica maior que 70%, por atrai‑la do ambiente (“mecanismo de fora 
para dentro”). Sabe‑se que o colágeno é um ativo biológico adicionado a hidratantes 
de grande potencial umectante, que pode absorver água até 30 vezes o seu peso. Por 
ser uma proteína polimérica e uma macromolécula, o colágeno age na superfície. 
Assim, acredita‑se ser improvável sua introdução na pele, que é microporosa.
c) Emolientes: os emolientes são também conhecidos como produtos de mecanismos 
especiais, capazes de reter água na camada da pele, pois são ricos em substâncias que 
têm a capacidade de preencher as fendas entre as células corneócitos. 
As células conseguem, desta forma, aumentar a sua coesão, aumentando a capa‑
cidade oclusiva natural e ficando como produto final hidratado.
São compostos oleosos, gordurosos e lipídicos e são fáceis de serem espalhados 
na pele, que consegue aceitar melhor o cosmético do produto, conferindo então 
melhor textura, maciez e viço, e também flexibilidade. (COSTA, 2012).
Acreditamos que todas as pessoas gostariam de ter uma pele hidratada, apenas 
não sabem como fazê‑lo, ou quando sabe, não tem a devida persistência no uso dos 
cosméticos adequados. Mas podemos também prevenir a desidratação da pele, então, 
vamos agora dar algumas orientações para tal:
a) evitar exposição solar excessiva e sem proteção;
b) evitar o uso de sabonetes inadequados
c) usar tônicos livres de álcool.
 Quadro: 3.3 Agentes oclusivos comerciais mais utilizados
Hidrocabornos óleos/ceras Ésteres de cera
Petrolatum Lanolina
Óleo mineral Cera de abelha
Parafina Estearil estearato
Escaleno Ceras de vegetais
Derivados de silicone Carnaúba
Dimeticona Candelila
Ciclometicona Fosfolipídios
Álcoois raxos Lecitina
Álcool cetil Esterois
Álcool estéril Colesterol
Álcool lanolínico Ácidos graxos
Ácidos poli‑hídricos Ácidos esteárico
Propilenoglicol Ácido lanolínico
 Fonte: Costa (2012).
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 Quadro: 3.4 Agentes umectantes comerciais mais utilizados
Glicerina (glicerol)
Mel
Lactato de amônia
Ureia
Propilenoglicol
Ácido carboxílico pirrolidona sódico (PCA sódico)
Ácido hialurônico
Sorbitol
Poliglicerilmetacrilato
Pantenol
Gelatina
Lactato de sódio
 Fonte: Costa (2012).
2.7 Hidratação ativa, mecanismo intracelular ou 
osmolaridade
A hidratação por mecanismo intracelular é diferente do mecanismo superficial, 
pois age diretamente sobre a camada granular, em níveis de concentração quantita‑
tiva, ou seja, aumenta quantitativamente o teor do NMF.
Lembrando que semelhante dissolve semelhante, neste tipo de hidratação, os 
constituintes do NMF com capacidade higroscópica serão utilizados, os AHA (alfa‑
‑hidroxiácidos) e seus derivados de hidratantes terapêuticos também poderão ser 
utilizados, como veremos adiante (COSTA, 2012).
Após estudar os cosméticos, podemos observar que as emulsões são os veículos mais 
indicados para formular um cosmético hidratante, pois contêm óleos e umectantes, mas não 
devemos sobrecarregar o produto com muitos ativos, pois a pele, assim como os cabelos, 
desenvolvem uma tolerância. É por isso que temos que trocar de xampu periodicamente.
Diante disso, após um período de uso, devemos mudar esses ativos.
A hidratação é um processo contínuo de prevenção do envelhecimento, no qual as con‑
dições necessárias para a recuperação de suas propriedades naturais são potencializadas.
Todas as pessoas com todos os tipos de pele devem realizar a hidratação, seja 
na face ou no vorpo, pois este procedimento deixará a pele sempre macia, suave ao 
toque, luminosa e mais nutrida.
2.8 Hidratação para o corpo
A função dos óleos para serem utilizados no corpo é repor o manto hidrolipídico 
da pele, principalmente após o banho, em que a pele fica ressecada pelo uso de 
sabonetes e água quente. Os óleos deixam a pele macia ao toque e hidratada pelo 
mecanismo de oclusão. 
Essas formulações feitas com óleos são estremamente simples e são consideradas 
soluções lipofílicas. O farmacêutico pode utilizar um ou vários tipos de óleos, ou 
ainda utilizar ativos lipofílicos e óleos.
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Se forem associados ésteres emolientes e silicones, o aspecto sensorial dos pro‑
dutos pode ser melhorado, pois aumenta a característica de espalhabilidade na pele 
e diminui também a viscosidade.
Os óleos pós‑banho aplicados sobre a pele úmida, normalmente, 
vêm acrescidos de um tensoativo com baixo equilíbrio hidrofílico 
lipofílico (EHL) para formar uma emulsão do tipo água em óleo 
(A/O) in loco, melhorando o fator sensorial do produto labial. Os 
óleos bifásicos são elaborados a partir da mistura de duas soluções 
imiscíveis, quase sempre uma aquosa e outra oleosa, e os trifási‑
cos são obtidos a partir da associação de três soluções imiscíveis. 
Algumas técnicas gerais para se obter óleos trifásicos são: 
 Solução aquosa + solução oleosa + hexilenoglicol + sal. 
 Solução sorbitol + éster de ácido graxo com poliol (PEG‑7 
glyceryl cocoate) + solução oleosa. 
 Soluções de oleosa + silicone (imiscível em óleo) + glico 
(RIBEIRO, 2010, p. 94).
Vale lembrar neste momento que temos também os cosméticos reparadores da 
pele, que atuam sobre as imperfeições ocasionadas pelas alterações orgânicas ou 
funcionais, com origem em diversas causas, sejam internas ou externas. 
Os produtos para cuidados cosméticos antienvelhecimento ou regeneradores da 
pele, conhecidos também como “anti‑aging” são usados por uma quantidade grande 
de mulheres e até mesmo homens. Estamos falando também dos produtos para hi‑
percromias, por exemplo, o melasma ou as manchas do sol. Esses produtos são de 
uso diário e a predominante entre o público com maior renda e acima dos 30 anos. 
O setor cosmético movimenta milhões de dólares neste mercado, lançando novos 
produtos que prometem milagres para peles envelhecidas e manchadas. No entanto, 
sabemos que esses produtos têm a capacidade de atenuar os sinais do envelhecimento, 
mas nunca são um milagre (RIBEIRO, 2010). 
Um exemplo desses produtos são os nutritivos.
2.9 Nutritivos
O termo nutritivo vem da palavra nutrição, que anteriomente era conhecida 
apenas como se fosse um alimento da pele, e que agora está relacionada aos termos 
revitalizante, bioestimulante, rejuvenescedorda pele.
Para nutrir uma pele, são utilizadas várias substâncias, como os oligoelementos, 
as vitaminas, as proteínas hidrolisadas e várias outras substâncias capazes de levar 
energia para restabelecer o ritmo das reações vitais da pele, ou seja, estimular o 
metabolismo cutâneo. Assim, a pele poderá obter maior elasticidade, melhora da 
circulação sanguínea e maior estímulo das atividades glandulares (RIBEIRO, 2010).
E ainda temos as maquiagens, que podem ser utilizadas para diversas finalidades, além 
de enfeitar, podem conter ativos que contribuem para uma melhora da pele, como os batons. 
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Para concluir o estudo da unidade
Reflita sobre o que abordamos nesta unidade. Considere que a cosmetologia 
realmente necessita apresentar uma nomenclatura única para os componentes de 
uma formulação, para que todos os formuladores possam utilizar a mesma lingua‑
gem e para que o consumidor final compreenda o produto que está comprando. 
Você também pode contribuir de forma efetiva neste processo de conheci‑
mento dos cosméticos, aplicando o passo a passo da sequência de um tratamento 
estético, começando pela higiene da sua pele até a nutrição final.
Para você aprofundar mais os seus conhecimentos, procure no seu ambiente 
produtos cosméticos que outras pessoas utilizem, tente classificá‑los, verifique 
qual a sua função, oriente os passos de higiene e hidratação, e desta forma você 
poderá contribuir na melhora da qualidade da pele desta pessoa.
Além disso, você poderá difundir este assunto, elaborando formas de mu‑
danças nos hábitos e aplicando na sua vida diária e na vida de outras pessoas 
o que aprendeu.
Resumo
Nesta unidade, você aprendeu um pouco sobre a tecnologia e a aplicação dos 
cosméticos. Aprendeu ainda a classificar um produto e quais as substâncias per‑
mitidas pela Anvisa para produtos cosméticos. Porém, você deve considerar que 
as empresas de cosméticos lançam a cada dia novos produtos com formulações 
diferentes, e que o mercado crescente da cosmética estética está vivendo um grande 
momento com inúmeras pesquisas e transformações. Por este motivo, devemos 
estar atentos às mudanças e buscar conhecimento por meio de pesquisas para nos 
mantermos atualizados.
Você teve a oportunidade ainda de entender como é o processo de higiene e 
hidratação de uma pele, como funciona nosso fator de hidratação natural, além de 
conhecer alguns agentes hidratantes e nutritivos para a pele. Não podemos esquecer 
que precisamos em primeiro lugar classificar a pele, determinando se ela é oleosa, 
mista, normal ou seca, de forma a escolher o melhor produto cosmético para ela. 
Sempre levando em consideração que também devemos realizar um diagnóstico 
diferencial, verificando algumas características como: coloração, determinando o 
fototipo de pele (1 ao 6); espessura, se a pele se apresenta hipotrófica ou hipertrófica 
e o grau de hidratação; e se está desidratada ou hidratada. 
Na próxima unidade, estudaremos alguns ativos cosméticos que nos ajudarão 
na elaboração de nosso raciocínio quanto às formulação cosméticas encontradas 
no mercado atual.
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Atividades de aprendizagem
 1.  Quais as diferenças da pele normal, da pele hidratada e da pele seca?
 2. Quais os fatores que levam a pele a ficar desidratada? 
 3. Explique o mecanismo de ação dos hidratantes e dos umectantes. 
 4. O que é fator de hidratação natural da pele?
 5. Quais os componentes básicos de uma formulação cosmética? Cite cada um deles 
e explique.
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Fotoprotetores
 Seção 1: Espectro solar
Nesta seção, você aprenderá sobre o espectro solar, 
os raios UVA E UVB, e o Infravermelho (IV) e quais 
os riscos que eles proporcionam para nossa saúde. 
Serão apresentado os tipos de câncer de pele, como 
ele pode aparecer e quais os raios solares que são 
mais perigosos para a nossa pele.
 Seção 2: Fator de proteção solar
Compreenda o que é fator de proteção solar (FPS) e 
como isso pode interferir no processo saúde-doença. 
Entenda e diferencie os tipos de protetores solares 
orgânicos (químicos) e inorgânico (físicos) e de que 
forma devemos escolher um bom protetor.
Objetivos de aprendizagem: o objetivo desta unidade é apresentar 
a vocês o espectro solar, os tipos de radiações emitidas pelo sol 
e seus efeitos sobre a pele.
Vamos entender um pouco mais sobre as queimaduras causadas 
pelo sol, sobre os tipos de câncer de pele e seus riscos. Esperamos 
que você consiga identificar as diferenças de filtro solar químico 
e de bloqueador solar e saiba como é feito o cálculo do FPS de 
um filtro solar.
Unidade 4
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Introdução ao estudo
Você certamente já ouviu falar sobre o sol e os efeitos que ele traz para nossa 
pele, tanto os benignos quanto os nocivos para nossa saúde.
Quando pensamos sobre o “astro rei” logo lembramos de um corpo belo e bron‑
zeado e um tom de pele que todos gostariam de ter, mas quando repensamos este 
conceito e lembramos de saúde, logo vem em nossa mente os perigos do sol.
Se lembrarmos ou pesquisarmos anos atrás, por exemplo, no século passado, a pele 
clara, ao contrário do que se observa hoje, era considerada ideal, bonita e desejável. 
Já a pele morena era um estigma social. Além disso, ainda não havia conhecimento 
da associação da luz solar com o câncer de pele.
As formulações antigas eram consistidas de substâncias muito diferentes das 
existentes hoje no mercado cosmético. Houve uma lenta evolução nesta área, mas 
a partir da década de 1980, com o alerta das consequências da exposição indevida 
ao sol para a saúde e a beleza, com o advento da fotoproteção total e a redução 
das taxas de impostos, o mercado experimenta um crescimento constante e se torna 
cada dia mais competitivo.
Para entendermos os efeitos do sol em nossa pele, é necessário abordamos temas 
importantes que fazem parte de estudos científicos. Por isso, neste capítulo, iremos 
abordar o espectro solar e os tipos de raios que o sol emite, para podermos avaliar 
melhor os perigos para a saúde.
Abordaremos também o câncer de pele, tema hoje muito tratado pela dermatologia 
e medicina em geral, e discutiremos os tipos de câncer existentes e qual a forma de 
reconhecer uma lesão maligna na pele de uma cliente.
Então, vamos relembrar um pouco da pele, que é considerada o maior órgão do 
corpo humano, constituindo 16% do peso corporal. Além de revestir a superfície 
externa do corpo, protegendo‑o, outras funções atribuídas a este órgão são: controle 
da temperatura, função sensorial e estética, absorção da radiação ultravioleta (UV0), 
síntese da vitamina D, absorsão e eliminação de substâncias químicas.
Além disso, a pele tem a responsabildiade de secretar hormônios, funciona como 
barreira biológica e também secreta vitaminas racionadas à vida.
A pele pode ter variadas funções, dependendo da localização anatômica e do 
estímulo que dermos a ela. Sempre responde nos protegendo de agressões externas, 
sejam elas química, física ou mecânica.
Mas a agressão mais severa nos tempos de hoje, que vem sendo muito estudada 
e divulgada, é a radiação solar. Ela traz grandes problemas de saúde quando o ser 
humano se expõe de forma prolongada ao sol, trazendo lesões de pele e o surgimento 
de neoplasias, como os carcinomas e o melanoma. 
No entanto, o sol é, sem dúvida, uma fonte de vida, além de ser doador de ener‑
gia, necessário para todo tipo de ser vivo em nosso planeta.
Portanto, reconhecemos a sua importância, mas não podemos deixar de reconhe‑
cer que a exposição solar prolongada e de forma irresponsável pode trazer danos à 
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F o t o p r o t e t o r e s 67
nossa pele, levando ao envelhecimento precoce e, o mais grave, ao câncer de pele. 
Por este motivo, percebemos maior divulgaçãonos dias atuais e aumento do uso de 
protetores contendo filtros solares. 
 Seção 1 Espectro solar
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer 
de pele corresponde a cerca de 25% de todos os tumores malignos 
registrados no Brasil. As neoplasias cutâneas estão relacionadas a 
alguns fatores de risco, como a exposição aos raios ultravioletas 
do sol, sendo mais comuns em indivíduos com mais de 40 anos e 
relativamente raros em crianças e negros” (INSTITUTO NACIONAL 
DE CÂNCER, 2007 apud FERREIRA et al., 2009, p. 2). 
 Para falarmos sobre proteção solar, precisamos primeiro estudar o espectro solar 
e todos os raios emitido pelo sol. 
O espectro eletromagnético emitido pelo sol, e que interessa em fotoproteção, 
compreende os comprimentos de ondas na faixa dos ultravioletas (UV) entre 100‑400 
nm, 7% da radiação solar que chega à superfície da pele. Vamos subdividi‑lo em três:
 Ultravioleta C ou UVC (100‑280nm) são absorvidas pela camada de ozônio e 
não chega à superfície da terra.
 Ultravioleta B ou UVB (280‑320nm) é parcialmente filtrado pela camada de 
ozônio, sendo que apenas cerca de 5% do total de radiação UV que chega à 
superfície da terra corresponde ao UVB.
 Ultravioleta A ou UVA (320‑400nm) tem intensidades praticamente constantes 
durante todo o ano e ao longo do dia. É de 800 a 1000 vezes menos ativa do 
que o UVB na pele.
O Infravermelho (IV), com comprimento de onda acima de 800nm, também tem 
despertado interesse. (FERREIRA et al., 2009, p. 2). 
 Figura 4.1 Componentes ultravioleta (UV) no espectro eletromagnético
 Fonte: Rondon et al. (2004).
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O raio infravermelho representa cerca de 48% da radiação solar que chega à Terra 
e é o responsável pelo aquecimento do nosso planeta. Esses raios atravessam vidros e 
superfícies plásticas transparentes, penetram profundamente a pele humana, podendo 
atingir a hipoderme, onde provocam a dilatação dos vasos sanguíneos (ou seja, é a 
responsável pelo edema ou inchaço local quando ocorre a exposição excessiva ao 
sol), estimulando a circulação e o metabolismo geral do corpo humano. 
A radiação visível (VIS) é responsável por 44% da radiação solar e é composta 
por sete cores fragmentadas (popularmente conhecidas como arco‑íris): vermelho, la‑
ranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Por meio dos olhos e da pele, esta radiação 
é responsável pela secreção de um hormônio que regula o ritmo do sono noturno, a 
melatonina (RIBEIRO, 2010). 
Quando a radiação atinge a pele, parte dela é refletida e dispersada, parte é absor‑
vida pela camada córnea e parte é transmitida para as demais camadas que formam 
a pele, até a energia incidente ser complemente dissipada. A camada córnea de uma 
pele branca transmite mais radiação do que a de uma pele pigmentada. Como conse‑
quência, quanto mais clara e sem pigmentos for uma pele, maior o risco de danos a ela.
Apenas uma pequena porção da radiação UV chega à superfície da Terra, por causa 
da reflexão e absorção dos raios solares pela atmosfera. Até chegar a atingir a nossa pele, 
o UV que atravessa a camada de ozônio presente na atmosfera sofre influências que 
podem aumentar ou diminuir sua intensidade. Os danos na camada de ozônio tendem 
a diminuir a proteção contra a radiação UV. Este problema tem trazido um forte impacto 
sobre os organismos da Terra, principalmente sobre a pele e os olhos (RIBEIRO, 2010).
Os efeitos bioquímicos da radiação solar sobre a pele são causados, 
principalmente, pelas radiações UVA e UVB. O UVA, por ser mais 
penetrante, atinge a derme profunda, tornando‑se o principal res‑
ponsável pelo fotoenvelhecimento, tem ação fotossensibilizante 
e é o responsável pelo bronzeamento direto. Já a radiação UVB, 
apesar da penetração da pele ser menor, pode chegar até a derme 
papilar e com isto provocar alterações às fibras de elastina e de 
colágeno, e tem ação eritematosa, responsável pelo bronzeamento 
indireto, ação carcinogênica (RIBEIRO, 2010, p. 105).
De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 
47, de 16 de março de 2006, filtros solares são substâncias que, 
quando adicionadas aos produtos para proteção solar, têm a 
finalidade de filtrar certos raios ultravioletas, visando proteger 
a pele de certos efeitos danosos causados por estes raios. Além 
disso, no Brasil, enquadram‑se na categoria de cosméticos, como 
grau de risco 2, conforme RDC n° 211, pois são produtos com in‑
dicações específicas, cujas características exigem comprovação 
de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados 
quanto ao modo e restrições de uso (FERREIRA et al. 2009, p. 2). 
O protetor solar deve conter na sua formulação filtros orgânico e/ou inorgânicos, 
e sua eficácia depende da sua capacidade de aborver a energia solar. Dependendo 
dos compostos absorvedores e/ou refletores de energia solar, pode‑se ter protetores 
mais ou menos eficientes. Atualmente, usa‑se a associação de diferentes filtros quí‑
micos e físicos nas formulações, objetivando aumentar a eficácia e melhorar seu 
efeito (FERREIRA et al., 2009).
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1.1 Efeitos dos raios solares
Não podemos nos esquecer que os raios solares produzem a carcinogênese. Entre 
os danos a longo prazo produzidos na pele pela radiação UV em alguns indivíduos 
e o envelhecimento precoce já citado, destaca‑se o aumento no processo apoptótico 
do tecido cutâneo. Este último processo tem sido estudado intensamente na biologia 
molecular e celular, sendo definido como a morte celular programada. Este fenômeno 
é importante por manter um controlado balanço da mitose na regulação do cresci‑
mento e homeostase do tecido, evitando o surgimento de processos proliferativos ou 
neoplásicos nos tecidos (CABRAL et al., 2012).
Vejam a tabela dos fototipos de pele onde se classificam por números e cor de 
pele de acordo com a exposição solar.
 Tabela 4.1 Fototipos da pele para a população brasileira
 Fonte: Rondon et al. (2004, p. 1).
O horário e o tempo de exposição aos raios solares são fatores 
importantes relacionados ao dano da pele. Uma pesquisa desen‑
volvida pelo FDA americano (Food and Drug Administration) cal‑
culou que pessoas de pele clara precisam apenas de 14 minutos de 
exposição ao sol do meio‑dia para desenvolver eritemas, enquanto 
pessoas de pele negra precisam sete vezes mais desse tempo.
As organizações internacionais especializadas das Nações Unidas, 
como a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), o Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (PNUMA) e outras organizações não governamentais têm 
proposto a criação de um índice simples para informar a população de 
risco à exposição excessiva ao sol, bem como os limites de tolerância 
de cada tipo de pele (fototipo). É o índice UV que objetiva fornecer a 
informação necessária a ajudar qualquer pessoa a planejar suas ati‑
vidades ao ar livre, evitando a exposição exagerada ao sol e os riscos 
à saúde. Cada pessoa deve identificar as reações mais comuns de sua 
pele quando expostas ao sol, o que leva diretamente ao tipo numérico 
do seu fototipo (Tabela 4.1). Conforme o fototipo, recomenda‑se o 
tempo de exposição ao sol (RONDON et al., 2004, p. 1).
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Resumidamente, vamos falar sobre a influência dos raios UV sobre a nossa pele.
a) Ultravioleta A (UVA): quase não produz eritema, mas possui poder de pigmen‑
tação. É responsável direto pelo bronzeado que se produz de imediato. Tem 
pouca duração, desaparecendo quando se diminui a radiação. É a radiação 
que penetra na camada mais profunda da pele (derme), onde, ao longo do 
tempo, ocorre dano nas fibras de colágeno e elastina, perda de sustentação e 
rugas. Quanto maior a intensidade da luz e mais clara a pele, maior os danos. 
A pele escura, apesar de mais resistente, não dispensa proteção, pois sofre 
degeneração acumulativa.
b)Ultravioleta B: provoca eritema e é responsável pelas queimaduras solares. Pro‑
duz a pigmentação indireta e o bronzeado é mais duradouro. Os raios UVB, ao 
provocarem eritema, ativam a produção de melanina e provocam um aumento 
da espessura na camada córnea, aumentando a proteção. O mecanismo de 
formação do bronzeado é, portanto, um mecanismo de defesa.
c) Ultravioleta C: estes raios não alcançam a superfície da Terra, pois são filtrados 
pela camada de ozônio (RIBEIRO, 2004).
Esses raios solares penetram em nossa pele causando ou não danos solares, isso 
vai depender do horário em que nos expomos ao sol, mas a penetração das radiações 
na pele depende de vários outros fatores, como:
a) distância da Terra para o Sol: altura sobre o nível do mar;
b) ângulo de incidência dos raios solares;
c) tipo de pele;
d) tempo de exposição;
e) proteção.
Podemos compreender, então, que o bronzeamento é uma defesa contra as radia‑
ções solares, que estimulam o organismo a produzir melanina, um pigmento natural 
da pele, reduzindo, com isso, a penetração das radiações UVA e UVB. No entanto, 
também temos efeitos benéficos dos raios solares, que são efeitos antisseborreico, 
antisséptico, tônico (produção de vitamina D), estimulante da circulação sanguí‑
nea, produtor de melanina e de espaçamento da pele, tendo como consequência o 
bronzeado. O calor dos raios infravermelhos estimula a circulação sanguínea e o 
metabolismo (GOMES, DAMAZIO, 2009).
Quem nunca ouviu falar que é preciso tomar sol para produzir vitamina D? E isso 
é verdade, o estímulo do sol produz mesmo a vitamina D. Vamos entender melhor 
como esse processo acontece em nossa pele.
Vitamina D3: a vitamina D3 (colecalciferol) é sintetizada na pele 
com estímulo da radiação UV a partir da pró‑vitamina D3 (7‑dei‑
drocolesterol). Sim, nós fazemos fotossíntese! A transformação da 
vitamina D3 é realizada no fígado em calcitriol, substância (chamada 
farmacologicamente de metabólito ativo) essencial para a incorpo‑
ração do cálcio nos ossos. Dessa forma ela previne o raquitismo 
infantil e a osteoporose. Além disso, esta vitamina apresenta efeitos 
positivos na regulação do humor (BOAVENTURA, 2010, p. 1).
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F o t o p r o t e t o r e s 71
Podemos dizer, então, que o sol atua diretamente nas funções da nossa pele, no 
entanto, devemos nos expor ao sol de forma consciente. 
1.2 Câncer de pele 
Outro efeito da exposição excessiva ao sol é a ocorrência do câncer 
de pele. Em virtude da heterogenicidade da pele, o câncer de pele 
pode se apresentar com diferentes tipos de neoplasias, dentre as 
quais as mais frequentes são: carcinoma basocelular, responsável 
por 70% dos diagnósticos de câncer de pele; carcinoma epider‑
moide, com 25% dos casos, e o melanoma, detectado em 4% dos 
pacientes. O carcinoma basocelular, o mais frequente, é também 
o menos agressivo. Este juntamente com o carcinoma epidermoide 
são também chamados de câncer de pele não melanoma, enquanto 
o melanoma e outros tipos, com origem nos melanócitos, são deno‑
minados de câncer de pele melanoma (BOAVENTURA, 2010, p. 1).
O câncer mais frequente em todo o mundo é o de pele, segundo o Instituto 
Nacional do Câncer (Inca). No Brasil, ele corresponde a 25% de todos os tumores 
malignos registrados. 
O câncer de pele é responsável por importantes sequelas decorrentes de inter‑
venções cirúrgicas que geralmente levam a mutilações, nos casos dos carcinomas 
basocelulares e espinocelulares, bem como elevada mortalidade nos melanomas 
(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2012b).
Na Austrália e na Nova Zelândia, o melanoma é a quarta forma de câncer mais 
comum e a sétima mais comum nos Estados Unidos e Canadá. Na Austrália, país 
com as maiores taxas de incidência de câncer de pele do mundo, a doença se 
tornou um importante problema de saúde pública. No entanto, quando detectado 
precocemente, o câncer de pele apresenta altos percentuais de cura. Estima‑se que a 
incidência anual seja de 5 mil novos casos de melanoma e 110 novos casos de câncer 
de pele não melanoma.
Os habitantes de países do Hemisfério Sul, como Austrália — onde 
o câncer de pele mata mais de mil indivíduos por ano — e Nova 
Zelândia, estão mais expostos à radiação solar UV do que os habi‑
tantes de países do norte da Europa. O impacto dessa diferença na 
radiação na saúde da população é nítido, uma vez que a incidência 
e a mortalidade por melanoma na Austrália e na Nova Zelândia 
são, respectivamente, quatro e duas vezes mais alta que o norte 
da Europa (BOAVENTURA, 2010, p. 1).
Portanto, o fato de as pessoas se exporem croniamente ao sol tem causado um 
crescimento expressivo na incidência do câncer de pele. Os dados mostram que 
mais de 80% dos casos conhecidos deste tipo de câncer não melanoma ocorrem em 
áreas do corpo que ficam expostas ao sol com frequência, tais como braços, cabeça, 
pescoço, costas, mãos e orelhas. Acredita‑se também que pessoas que trabalham 
diariamente sob o sol têm menor risco de contrair o câncer do que pessoas que se 
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expõem ao sol esporadicamente, fato este explicado da seguinte forma: a exposição 
solar intermitente é mais danosa que a exposição solar contínua (DORIA, 2008). 
Câncer de pele é o crescimento anormal e descontrolado das cé‑
lulas que compõem a pele. A pele é um tecido em que as células 
se dispõem formando camadas e, dependendo da camada afetada, 
tem‑se os diferentes tipos de câncer.
Os carcinomas basocelulares são os mais frequentes, são originários 
da epiderme e dos apêndices cutâneos acima da camada basal, 
sendo diagnosticado através de uma lesão (ferida ou nódulo) com 
uma evolução lenta. É mais comum após os 40 anos, em pessoas de 
pele clara. Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar 
acumulativa durante a vida. Apesar de não causar metástase, pode 
destruir os tecidos à sua volta, atingindo até cartilagens e ossos. 
Os carcinomas espinocelulares são o segundo tipo mais comum e 
têm origem no queratinócio da epiderme, podendo surgir no epitélio 
escamoso das mucosas, e também por meio de uma ferida, porém, 
com evolução rápida, apresentando secreção e coceira. Pode se 
disseminar por meio de gânglios e provocar metástase. Entre suas 
causas, está a exposição prolongada ao sol, principalmente sem a 
proteção adequada, tabagismo, exposição a substâncias químicas, 
como arsênio e alcatrão, e alterações na imunidade.
 O melanoma é o menos frequente, representa 5% dos tumores 
diagnosticados, porém sua letalidade é mais elevada, tem um alto 
potencial para produzir metástase podendo levar à morte se não 
houver diagnóstico e tratamento precoce. Tem origem nos melanó‑
citos, células que produzem a melanina, substância que determina 
a cor da pele. Pode surgir a partir da pele normal ou de uma lesão 
pigmentada (DORIA, 2008, p. 23).
[...]
O Brasil é um dos países mais ensolarados do mundo, com grande 
área intertropical. A exposição à radiação solar, cujos danos são 
cumulativos, é um dos principais fatores de risco para o seu de‑
senvolvimento. Por outro lado, o câncer de pele é também um 
dos mais passíveis de prevenção efetiva e de baixo custo. Para a 
prevenção é necessário evitar a exposição ao sol, sem proteção, 
desde o período mais precoce da infância.
Devido às condições gerais de vida na sociedade moderna, ca‑
racterizada por uma maior prática de esportes e outras atividades 
ao ar livre, além da preferência estética por uma pele bronzeada, 
o aumento significativo do número de casos de câncer de pele 
observado tem sido correlacionado à maior exposição à radiação 
solar (DORIA, 2008, p. 24).
De acordo com campanhas realizadas no Brasil pela Sociedade Brasileira de 
Dermatologia, os brasileiros não utilizam protetor solar de forma adequada, ou seja, 
não se protegem do sol de forma correta. Percebe‑se que tralhadores, tanto rurais 
quanto urbanos, que se expõem ao sol diariamente não se protegem como deve‑
riam, podendo adquiriro câncer de pele. “De acordo com o Inca a previsão para a 
ocorrência de novos casos em 2006, no Brasil, foi de 55.480 casos em homens e de 
61.160 em mulheres” (DORIA, 2008, p. 25). 
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F o t o p r o t e t o r e s 73
Você fará a leitura agora de um conteúdo voltado a detectar precocemente o 
câncer de pele, pois o diagnóstico precoce é muito importante, assim como para 
detectar o câncer de mama o autoexame também é fundamental. Com o objetivo de 
facilitar o autoexame, o Inca criou um procedimento para sua execução.
O que é o autoexame da pele? 
É um método simples para detectar precocemente o câncer de 
pele, incluindo o melanoma. Se diagnosticado e tratado enquanto 
o tumor ainda não invadiu profundamente a pele, o câncer de pele 
pode ser curado. 
Quando fazer? 
Ao fazer o autoexame regularmente, você se familiarizará com a 
superfície normal da sua pele. É útil anotar as datas e a aparência 
da pele em cada exame. 
O que procurar? 
Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram,
sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor, feridas que 
não cicatrizam em 4 semanas. 
Deve‑se ter em mente o ABCD da transformação de uma pinta em 
melanoma, como descrito abaixo: 
 Assimetria ‑ uma metade diferente da outra. 
 Bordas irregulares ‑ contorno mal definido. 
 Cor variável ‑ várias cores numa mesma lesão: preta, castanho, 
branca, avermelhada ou azul. 
 Diâmetro ‑ maior que 6 mm.
Como fazer? 
1) Em frente a um espelho, com os braços levantados, examine seu 
corpo de frente, de costas e os lados direito e esquerdo. 
2) Dobre os cotovelos e observe cuidadosamente as mãos, ante‑
braços, braços e axilas. 
3) Examine as partes da frente, de trás e dos lados das pernas, além 
da região genital. 
4) Sentado, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim 
como entre os dedos. 
5) Com o auxílio de um espelho de mão e de uma escova ou seca‑
dor, examine o couro cabeludo, pescoço e orelhas. 
6) Finalmente, ainda com auxílio do espelho de mão, examine 
as costas e as nádegas (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 
2012a, p. 1). 
No entanto, todos devem se proteger dos efeitos nocivos da luz solar por meio 
de medidas simples, como:
 Utilizar roupas que protejam a maior superfície corporal possível.
 Procurar ao máximo a sombra.
 Evitar o sol das 10h às 14h, quando a radiação é mais intensa.
 Utilizar fotoprotetores com fator de proteção alto ou altíssimo.
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Vamos aproveitar o momento para promovermos uma discussão que provavel‑
mente deve ser motivo de dúvidas de muitas pessoas. O que fazer quando perceber 
alguma diferença ou alteração na pele?
Antes de nos aprofundarmos um pouco mais no assunto, gostaria que você, neste 
momento, pensasse, a respeito desta questão: qual a importância de sabermos 
escolher um protetor solar ideal para a nossa pele?
Questões para reflexão
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F o t o p r o t e t o r e s 75
 Seção 2 Fator de proteção solar
Para que você compreenda melhor o fator de proteção solar, vamos abordar os 
cálculos realizados para determinar o FPS de um protetor solar. 
O valor do FPS consiste na razão entre o tempo de exposição à radiação ultra‑
violeta necessário para produzir eritema na pele protegida pelo protetor solar e o 
tempo, para o mesmo efeito, com a pele desprotegida. 
FPS = DEM (pele protegida) / DEM (pele desprotegida) 
DEM = Dose Eritematosa Mínima 
Para tal determinação, é preconizado, no Brasil, a utilização de 
metodologia in vivo, empregando voluntários sadios com diferentes 
tipos de pele, de acordo com a Resolução RDC nº 237, de 22 de 
agosto de 2002. 
Como alternativa, existem metodologias desenvolvidas in vitro 
(MANSUR, 1986) que se baseiam nas propriedades absortivas ou 
refletoras do filtro e que podem ser utilizadas para avaliar o FPS, 
durante o desenvolvimento de formulações e para o controle de 
qualidade, lote a lote.
Há também programas computacionais que simulam o FPS, que 
servem apenas como indicativos do FPS do produto antes de enviá‑
‑lo para os testes in vitro e in vivo (FERREIRA et al., 2009, p. 3).
Neste momento, você realizará a leitura de um texto do artigo de Khury e 
Borges (2011). Neste conteúdo você saberá como se calcula a proteção UVA 
(raio ultravioleta emitido pelo sol) e poderá avaliar o seu prévio conhecimento 
sobre o assunto. Boa leitura!
Protetores Solares Sunscreens
Exposição solar real
Além de conhecer os níveis de energia dos vários intervalos da radiação solar, é im-
portante conhecer a quantidade de energia total recebida durante a exposição ao sol. 
Essa quantidade é chamada dosagem e é calculada pelo produto da intensidade pelo 
tempo de exposição: Dosagem (Joules) = intensidade (W/m2) x tempo (s) 
Aprofundando o conhecimento
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76 c o s m e t o l o g i a
Categoria Índice UV
Baixo <2
Moderado 3 a 5
Alto 6 a 7
Muito alto 8 a 10
Extremo >11
Existe também um parâmetro chamado Índice Ultravioleta (IUV), criado para definir 
a intensidade da radiação a que o paciente está exposto. Foram definidos 15 níveis de 
intensidade (sendo que o índice 15 corresponde ao pico do verão ao meio-dia).
Para a determinação do IUV, o espectro da radiação solar é ponderado pelo chamado 
espectro de ação eritematosa, que fornece a sensibilidade relativa da pele (determinada pela 
indução de eritema) à radiação UV em função do comprimento de onda incidente (INPE, 2006).
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), através do Centro de Previsão de 
Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), monitora continuamente o IUV via satélite. Na Tabela 
1 são apresentados os valores de IUV agrupados em categorias, conforme recomendação 
da Organização Mundial da Saúde (OMS) (INPE, 2006). 
O fator que tem maior importância na determinação da intensidade da radiação UV ter-
restre é a altura do sol no céu, que depende da hora do dia, da estação e da latitude. A altitude, 
a cobertura de nuvens, o terreno, a quantidade de céu limpo são fatores de menor importân-
cia. A maior densidade de radiação UV é recebida nas quatro horas em torno do zênite solar 
(isto é, quando o sol está em seu ponto mais alto no céu), entre 11h e 15h em um dia claro 
de verão. Neste período, o ângulo dos raios solares em relação à superfície da Terra é tal que 
a luz tem a menor distância para atravessar a atmosfera e, portanto, menor oportunidade de 
ser absorvida ou refletida. Como resultado, cerca de um terço da radiação UV diária é recebida 
entre 10h e 16h. Os níveis de UV-B, em particular, variam significativamente durante o dia, 
sendo muito mais suscetíveis aos fatores atmosféricos do que o UV-A e a luz visível; assim, no 
verão, a intensidade de UVB aumenta e diminui muitas vezes entre 10h e 16h.
 Tabela 1 Categorias de índice ultravioleta
Categoria Índice UV
Baixo <2
Moderado 3 a 5
Alto 6 a 7
Muito alto 8 a 10
Extremo >11
 Fonte: INPE (2006).
Variações sazonais na intensidade de radiação UV, particularmente de UV-B, são mais 
pronunciadas em climas temperados como os do norte da Europa. Nessas regiões a in-
tensidade de UV-B pode variar até 25 vezes entre o inverno e o verão. A intensidade de 
UV-A é mais constante sendo menos suscetível à reflexão, à deflexão e ao consequente 
enfraquecimento durante uma passagem mais curta ou mais longa pela atmosfera. Pró-
ximo ao Equador, os níveis de UV variam muito menos, sendo altos durante o ano todo.
A radiação UV diminui à medida que se afasta do Equador. Por exemplo, a média de 
exposição anual para uma pessoa vivendo no Havaí (20°N) é aproximadamente quatro 
vezes maior do que a de outra vivendo no norte europeu.
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Ao atingir a pele humana, aproximadamente 4% da luz é refletida especularmente 
pela interface ar/estrato córneo, devido à mudança no índice de refração. A radiação quepenetra na epiderme sofre um pequeno espalhamento, sendo absorvida principalmente 
pela melanina presente. A radiação remanescente atravessa a camada basal atingindo a 
derme, em que é fortemente espalhada pelas fibras de colágeno e absorvida pela hemo-
globina, tanto por capilares como por veias e artérias superficiais.
Da intensidade total incidente, entre 30% e 60% é espalhada de volta para a super-
fície da pele e é novamente atenuada pelos cromóforos que encontra (hemoglobina, 
melanina) espalhada pelas fibras de colágeno. A luz “refletida” pela pele é constituída 
de duas componentes: uma delas, especular (4%), possui a mesma composição espectral 
da luz incidente; a outra é a componente da luz incidente modificada pelas substâncias 
da pele que absorvem ou espalham essa luz. As substâncias que espalham a luz, depen-
dendo de suas dimensões moleculares quando comparadas ao comprimento de onda da 
radiação incidente, podem produzir modificações específicas em relação aos comprimen-
tos de onda. O espalhamento é sempre mais forte no azul que no vermelho.
Protetores solares
A exposição ao sol se tornou um assunto de saúde. A linha de comunicação adotada 
pelos órgãos de vigilância sanitária, associações médicas e por empresas se alterou e o 
assunto começou a ser tratado com maior seriedade. O câncer de pele passou a ser tema 
de artigos e o sol passou a ser percebido como uma condição de perigo. Assim, o uso 
diário de protetores solares por recomendação médica transformou esses produtos em 
artigos de consumo. A população passou a ter acesso à informação e, dessa maneira, 
passou a se preocupar mais com o assunto. Hoje, além de se evitar a formação de eritemas, 
parte da população já relaciona o envelhecimento aos efeitos do sol, a proteção solar foi 
assim incorporada ao cotidiano de algumas pessoas. Hoje, já se sabe que 80% dos danos 
causados pelo sol ocorrem antes dos 18 anos e que o efeito do sol é cumulativo.
Tabela 2 Categoria de proteção
Indicações adicionais 
não obrigatórias na 
rotulagem
Categoria 
indicada no 
rótulo (DCP)
Fator de 
proteção 
solar (FPS)
Fator mínimo 
de proteção 
UV-A (FPUVA)
Comprimento 
de onda crítico 
mínimo
Pele pouco sensível à 
queimadura solar
Baixa proteção 6,0 ‑ 14,9
1/3 do fator de 
proteção solar 
indicado na 
rotulagem
370 nanômetros
Pele moderamente 
sensível à queima‑
dura solar
Média 
proteção
15,0 ‑ 29,9
Pele muito sensível à 
queimadura solar
Alta proteção 30,0 ‑ 49,9
Pele extremamente 
sensível à queima‑
dura solar
Muito alta 
proteção
Maior ou 
igual a 50,0 
e menor que 
100
* Designação de Categoria de Proteção (DCP). Portaria Nº 2.466, de 31 de agosto de 2010.
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Apesar do uso extensivo de protetores solares durante as duas últimas décadas, a 
incidência de câncer de pele ainda está aumentando e o papel dos protetores solares na 
prevenção dos cânceres de pele é controverso. Demonstrou-se que o uso de protetores 
solares diminui a queratose actínica relacionada aos carcinomas das células escamosas. 
Experimentos com animais demonstram que os protetores solares diminuem a incidência 
de tumores das células basais e escamosas, os quais são relacionados com UV-B. No 
entanto, existem muitos estudos que sugerem que o uso de protetores solares está asso-
ciado com o aumento do risco de melanoma. Isso pode refletir a aplicação de quantidade 
inadequada do produto, pouca durabilidade da aplicação (fixação do produto à pele), a 
inadequação de filtros UV-A nas preparações de protetores solares ou a fotoinstabilidade 
dos filtros solares, combinados com banhos de sol prolongados.
Os protetores solares são produtos formulados na forma de emulsões, soluções, géis, 
aerossóis ou mousses destinados a diminuir a incidência dos danos causados à pele e ao 
organismo, reduzindo a quantidade de radiação UV que atinge a pele.
A forma com que estes produtos são abordados pela legislação depende de cada 
país. Nos Estados Unidos os protetores solares são considerados produtos OTC (Over-the-
-counter), um tipo de “quase medicamento”. Na União Europeia, como no Brasil, eles 
são regulamentados pela legislação de cosméticos complementada por resoluções, reco-
mendações ou guidelines específicos. Os resultados destas diferenças são percebidos de 
forma mais clara quando observamos a eficiência com que as inovações são introduzidas 
no mercado europeu. Como comparação, destacamos que nos Estados Unidos somente 
no volume 62 do Federal Register de 30 de abril de 1997 foram publicadas as regras para 
o uso da Avobenzona em produtos protetores solares, enquanto que na Europa este filtro 
solar já era conhecido há dez anos.
No Brasil seguimos as orientações da resolução RDC 47, de 16 de março de 2006, 
que contém a lista de filtros ultravioleta permitidos para produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes, a resolução RDC 79, de 28 de agosto de 2000, e a RDC 237, de 
22 de agosto de 2002, que definem normas de rotulagem para estes produtos.
No momento da elaboração deste artigo recebemos a consulta pública Nº 2.466, de 
31 de agosto de 2010, que submete à análise do mercado o Regulamento Técnico MER-
COSUL sobre Protetores Solares em Cosméticos. Esta proposta contempla uma nova tabela 
de designação de categoria de proteção que considera os novos hábitos de uso deste 
tipo de produto pelos consumidores e os avanços tecnológicos nas metodologias de 
determinação dos fatores de proteção solar, tanto no UVB como no UVA (Tabela 2).
Outro acréscimo importante é a determinação de que o menor nível de proteção 
solar aceitável será o FPS 6 e o FPUVA 2.
Para que um produto declare sua eficácia, deve comprovar o seu FPS, conforme as 
metodologias citadas, como também proteção UV-A correspondente a no mínimo um 
terço da proteção UVB e comprimento de onda crítico mínimo de 370 nanômetros.
Mecanismo de ação
A maioria das moléculas usadas como protetores solares são compostos aromáticos 
conjugados com um grupo carbonila e um radical nas posições “orto” ou “para”. Esta 
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configuração deve absorver fótons de comprimentos de onda na faixa do ultravioleta. Nessa 
porção do espectro os comprimentos de onda mais interessantes estão em torno de 308 
nm, que seria o ponto do espectro que apresenta maior potencial de dano fotobiológico na 
superfície do planeta. Estas moléculas absorvem radiações nesta faixa e as convertem em 
outros comprimentos de onda cujo potencial fotobiológico é menos danoso ao organismo. 
Dependendo da quantidade e do comprimento de onda da energia absorvida, ela pode ser 
transformada em radiação infravermelha ou em emissões de fluorescência ou fosforescência 
na faixa do visível. Estas moléculas são capazes de absorver e transformar esta radiação 
devido às propriedades específicas decorrentes de sua conformação estrutural e espacial que 
permite compartilhar elétrons ressonantes por quase toda a extensão da molécula.
Se observarmos uma molécula através de seu perfil eletromagnético, podemos des-
crevê-la como sendo um grupamento discreto oscilando em um comprimento de onda. 
Os filtros solares químicos absorvem energia em forma de fóton, passando de um estado 
básico de baixa energia a outro de energia maior. A molécula excitada retorna para o 
estado básico emitindo energia de menor intensidade que a energia de excitação. A ca-
pacidade de absorção de energia UV das moléculas é dada pela existência de dois dife-
rentes estados ou estruturas químicas, já que a diferença nos níveis de energia entre duas 
estruturas moleculares corresponde exatamente à mesma mudança eletrônica permissível 
e coincide justamente com a energia do fóton absorvido (Figura 1).
Demonstrou-se que a energia da radiação presente na região UV-A e UV-B está na 
mesma ordem de magnitude que a da energia de ressonância de deslocamento do elétron 
em compostos aromáticos. A energia absorvida da radiação UV correspondenteà energia 
requerida para produzir uma excitação fotoquímica na molécula do filtro solar (Figura 2).
O deslocamento do elétron pode diminuir a energia requerida para a transição eletrô-
nica no espectro UV, observando-se um efeito batocrômico ou aumento no comprimento 
de onda máxima de absorção devido à diminuição da energia requerida para deslocação 
eletrônica (Figura 3).
 Figura 1 Mecanismos de absorção dos filtros solares na pele.
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Figura 2 Energia de ressonância de deslocamento do elétron em compostos aromáticos. 
Figura 3 O deslocamento do elétron numa molécula de aminobenzoato.
Figura 4 Isômeros cetoenol em equilíbrio térmico do butilmetoxidibenzoilmetano (BMBM).
Os filtros solares em solução, como o caso do butilmetoxidibenzoilmetano (BMBM), 
contêm isômeros cetoenol em equilíbrio térmico, estes apresentam diferentes níveis de 
absorção de energia UV-A. O isômero enol tem sua maior absorção a 355 nm e o isômero 
ceto a 260 nm, chegando até a região UVB (Figura 4).
O salicilato de homometila é outro filtro que se encontra comercialmente disponível 
em mistura de isômero cistrans. A mistura típica contém 15% de cis e 85% de trans ou 
40% de cis e 60% de trans, absorvendo em 310 nm.
Outros filtros que apresentam isomerização são os derivados do ácido 4-metilcinamato, 
muito estáveis e seguros, e seus isômeros E e Z, que apresentam absorção máxima aos 300 nm.
A energia transformada pode ser liberada em forma de radiação de baixa energia 
(comprimento de onda larga 800 - 900 nm) ou de muito baixa energia, na região do 
infravermelho (acima de 900 nm), que se percebe um aquecimento na região da pele. Os 
raios de energia intermediária (450 - 800 nm) na região visível produzem fluorescência 
ou fosforescência (comum em filtros do tipo de imidazol). Em alguns casos, devido à 
radiação incidente ser muito intensa e muito energética (baixos comprimentos de onda), 
estas moléculas podem reagir fotoquimicamente causando sua fratura e perda da atividade 
protetora. No caso de moléculas com propriedades de isomeria (cistrans ou ketoenol), 
relatou-se que juntamente com a mudança do estado isomérico pode ocorrer uma alte-
ração no pico do espectro de absorção, acarretando modificações no seu desempenho. 
Na prática, isso pode ocorrer após os primeiros minutos de exposição às radiações solares, 
alterando para mais ou para menos a eficácia do produto. 
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Determinação do FPS
A determinação do fator de proteção solar (FPS), número que deve constar em des-
taque na embalagem dos fotoprotetores comerciais, é feita a partir de um estudo clínico, 
no qual utilizamos voluntários com tipo de pele clara (Fototipos I, II e III - segundo classi-
ficação de Fitzpatrick). São determinados locais específicos no dorso destes voluntários e 
estes locais são expostos a uma série de doses controladas de radiação UV-B e UV-A 
geradas através de uma fonte de radiação UV que simula o espectro do sol e que tem 
um espectro de emissão padronizado. O que se observa a partir dessa série de exposições 
é o aparecimento nos locais de prova, 24 horas após a exposição, de graus variados de 
eritema nos voluntários expostos. Conforme o grau de eritema gerado, medido por um 
cromameter que determina o Ângulo Tipológico Individual (ITA), conforme descrito por 
Chardon et al. (1990) (espaço de cor L*a*b CIE -1976), determinamos a dose mínima 
para produzir eritema (DEM). A partir dessa dose mínima de eritema se calcula uma nova 
série de exposições com um número (n) vezes mais a dose de UV que usados inicialmente, 
onde (n) é o FPS esperado do produto testado. Irradiamos os voluntários e observamos 
novamente o local irradiado 24 horas depois, determinando a dose mínima de eritema 
com produto. A razão da dose de radiação mínima determinada com o produto e a dose 
mínima determinada inicialmente (sem produto) tem que ser próxima ou superior ao 
número (n) usado. Este procedimento é repetido em vários voluntários. O número de 
voluntários é determinado em função da metodologia que se utiliza no protocolo clínico. 
Se usarmos o protocolo FDA (Estados Unidos), deveremos medir o FPS deste produto em 
20 voluntários e o FPS do produto será o FPS médio destes voluntários (respeitando os 
critérios de aprovação do Protocolo). Se usarmos o método COLIPA (Europeu), deveremos 
repetir o teste para 10 voluntários e utilizar os critérios de aprovação deste método para 
determinar o FPS do produto que irá constar na embalagem. Existem técnicas in vitro que 
procuram simular a resposta da pele humana e que são geralmente usadas por labora-
tórios na fase de desenvolvimento dos protetores solares e que guiam o formulador, 
fornecendo uma ideia do valor do FPS em humanos. Normalmente estas técnicas utilizam 
um espectrofotômetro contendo uma esfera de integração. A fonte, geralmente uma 
lâmpada de gás xenônio, gera um feixe de radiação que é filtrado e corrigido para apre-
sentar um perfil semelhante ao sol. A energia produzida pela fonte passa através de um 
substrato sintético em que se aplica 2 ml/cm2 do produto a ser testado (mesma quantidade 
aplicada no protocolo em humanos). A esfera de integração é de fundamental importân-
cia neste caso, pois consegue capturar e medir a luz espalhada pelos filtros inorgânicos. 
No início do desenvolvimento deste tipo de teste se utilizava como substrato o Transpore® 
tape (tape cirúrgico da 3M) colado sobre um anteparo especial. Atualmente, o tipo de 
substrato mais usado é o Vitroskin® (IMS Inc.), que procura também simular os efeitos 
do microrrelevo cutâneo sobre a película formada pelo produto aplicado. Este tipo de 
equipamento mede a absorção óptica do fotoprotetor e a partir dos valores obtidos nos 
comprimentos de onda da faixa do UV-B se calcula matematicamente o FPS do produto. 
Como todo teste in vitro, este método tem suas limitações e pode ser usado como ferra-
menta no desenvolvimento ou controle de qualidade de fotoprotetores.
Estes equipamentos também podem ser utilizados para o cálculo do desempenho de 
um protetor solar na faixa do UV-A. Métodos, como a determinação do comprimento de 
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onda crítico ou da relação UV-A/B, entre outros, podem expressar seus resultados através 
de estrelas ou porcentagem e são calculados automaticamente pelo software que acom-
panha os equipamentos.
É importante destacar a grande dificuldade de se correlacionar os resultados obtidos 
pelas técnicas in vitro com os obtidos por meio dos protocolos preconizados pelo FDA e 
COLIPA. Este fato se baseia em que o FPS de um produto se relaciona primeiramente à 
produção de eritema e à capacidade que um produto pode possuir de atenuá-lo. Outro 
fator relaciona-se ao desempenho deste produto sobre a pele, sofrendo a influência do 
grau de dispersão dos ingredientes ativos no interior da película formada sobre a pele e 
do impacto do microrrelevo cutâneo sobre a espalhabilidade, entre outros. 
Um fato que é bom lembrar quando tratamos destas técnicas é que dois produtos 
que contenham a mesma quantidade e tipo de filtros solares poderão não exibir o mesmo 
Fator de Proteção Solar.
Determinação do Fator de Proteção UV-A
Atualmente existem diversos métodos de avaliação da proteção UV-A, tanto in vivo 
(utilizando voluntários humanos) como in vitro. Estes últimos são normalmente questio-
nados devido à falta de correlação com resultados obtidos em humanos e à falta de re-
produtibilidade interlaboratorial. 
O método in vivo mais comumente utilizado é o persistent pigment darkening (PPD). 
O princípio do método se baseia na resposta de pigmentação tardia ou persistente à pele 
diante da radiação UV-A. Primeiro, a pele de um voluntário é exposta à radiação UV-A e 
após duas a quatro horas do término da exposição se avalia a sua resposta de pigmenta-
ção. O escurecimento da pele é umadas respostas mais imediatas do nosso organismo 
diante da radiação UV-A. A pigmentação observada entre duas e quatro horas é uma 
resposta estável e reprodutível. Esse método é recomendado pela Associação das Indús-
trias Cosméticas do Japão (JCIA) e altamente utilizado naquele país.
Dentre os métodos in vitro, podemos destacar:
Comprimento de onda crítico: baseia-se na utilização de espectrofotometria UV com 
esfera de integração, onde inicialmente é determinado o espectro de absorbância do 
produto na faixa de 290 nm a 400 nm. O comprimento de onda crítico (lc) é o compri-
mento que correspondente a 90% da integral da curva de absorção (área sob a curva) 
entre os comprimentos de onda 290 a 400 nm (de acordo com a Equação 1). O resultado 
normalmente é expresso em porcentagem.
Uma limitação do método é que essa forma de análise é relativa, ou seja, fornece 
informações do nível de absorção da região UV-A em relação a UV-B. Entretanto, se 
houver dois produtos com mesmo lc, não significa que eles apresentarão o mesmo es-
pectro de absorção.
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Razão UV-A/UV-B: também é conhecido como método “Boot’s Star Rating”, pelo fato 
de a empresa inglesa Boots ter apresentado uma forma de classificação em estrelas de acordo 
com o resultado obtido para esse teste. Por isso, esse protocolo é muito difundido nesse país. 
O método envolve a medida de absorção do produto na faixa de 290 nm a 400 nm, 
e depois o cálculo da razão das áreas sob a curva UV-A (290 nm a 320 nm) em relação à 
UVB (320 nm a 400 nm), de acordo com a Equação 2. O resultado normalmente é expresso 
em porcentagem.
Da mesma forma que o comprimento de onda crítico, é um método relativo, ou seja, 
apresenta informações sobre uma região do ultravioleta em relação a outra. Isso significa 
que dois produtos com o mesmo resultado não necessariamente terão o mesmo perfil es-
pectrofotométrico.· 
Norma Australiana: a Austrália é o único país que possui método oficial para medição 
da proteção UV-A. O documento, denominado de “Australian Standard” ou AS/NZS 
2604:1998, regula todas as análises relativas à eficácia de protetores solares, como medição 
de proteção solar UV-B (FPS), teste de resistência à água e medição de proteção UVA. A 
norma australiana para a região UV-A é baseada em medidas espectrofotométricas e é 
composta de três tipos diferentes de procedimentos para atender a diferentes tipos de pro-
dutos. O resultado (independente do procedimento) é expresso em porcentagem.
· UV-A Balance: o UV-A Balance foi desenvolvido na Alemanha e, como a norma 
australiana, foi normatizado sob o código DIN 67502:2004. É um método que utiliza 
resultados in vivo e in vitro de medida relativa da proteção UVA de protetores solares. O 
resultado é obtido pela relação de proteção UV-A (PPD in vitro) e a proteção UV-B (FPS in 
vivo), de acordo com Equação 3.
Equação 3
O valor do PPD in vitro é obtido através da obtenção da curva espectrofotométrica 
do protetor solar. O FPS determinado pela metodologia in vitro é comparado com a me-
dição in vivo e, se os valores forem diferentes, deve-se ajustar a curva de absorção por 
uma constante (C) para que os resultados se igualem. Em seguida, a curva ajustada re-
sultante é utilizada para calcular o valor do PPD in vitro. O método fornece um resultado 
em porcentagem (relação UV-A/UV-B), entretanto, ele não define como expressar os re-
sultados na rotulagem dos produtos.
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O método UVA Balance possui boa correlação com os valores obtidos in vivo; possui 
reprodutibilidade; é aplicável em todos os tipos de produtos para proteção solar; é apli-
cável em todos os sistemas de filtro UV; possibilita a diferenciação entre protetores sola-
res, mas não leva em consideração se o filtro (ou o sistema de filtros) é fotoestável.
Nos EUA, o FDA ainda não definiu uma metodologia para a avaliação de produtos no 
UVA. A “Sunscreen Drug Products For Over-The-Counter Human Use; Final Monograph 
FDA 1999” não orienta qual metodologia deve ser utilizada para este tipo de teste. Contudo, 
destacamos a recomendação da Academia Americana de Dermatologia de utilizar-se das 
metodologias do “Comprimento de onda crítico associado ao PPD in vivo para este fim”.
Na Europa, recomenda-se aos países membros seguir as diretrizes para Avaliação de 
Performance de Protetores Solares. Nesse documento, o nível mínimo de proteção aceito 
para um protetor solar é FPS 6 com proteção UV-A comprovada de, no mínimo, um terço 
do valor do FPS, através da metodologia PPD (ou equivalente) com comprimento de onda 
crítico mínimo de 370 nm. Apesar de ser uma recomendação, normalmente esse tipo de 
informação é acatada como uma norma, e muitas empresas europeias, norte-americanas 
e brasileiras já estão se adequando a esses critérios.
Método JCIA, COLIPA, CTFA
Em novembro de 2006, a COLIPA publicou um guideline com uma metodologia para 
avaliação do fator de proteção UVA in vitro alternativa ao método PPD (in vivo). Ela está 
baseada num protocolo que foi validado internacionalmente e cujo princípio é muito 
parecido com o “UVA Balance”. De acordo com este método, aplica-se uma fina película 
de protetor solar sobre placas com superfície enrugada (simulando o microrrelevo da pele), 
em seguida, mede-se a transmitância dessa amostra na região do ultravioleta. Como 
normalmente os resultados obtidos de uma análise in vitro não correlacionam numerica-
mente de maneira direta com o resultado obtido in vivo, o método preconiza o ajuste da 
curva espectrofotométrica por meio de um fator de correção (C), até que o valor de FPS 
in vitro seja igual ao FPS obtido in vivo. 
Em seguida, calcula-se o valor do PPD in vitro inicial (PPD0). A amostra (ainda aplicada 
na placa) é então exposta a uma dose de radiação proporcional a 1,2 J.cm-2 (dose=PPD0 
x 1,2 J.cm-2). Finalmente, registram-se mais um espectro de absorção na região do ultra-
violeta, aplica-se novamente o fator de correção (C) e, com base nessa curva (exposta e 
ajustada), calcula-se o PPD in vitro exposto (PPDf). O fator de proteção UVA final é calcu-
lado da seguinte forma:
Como vocês puderam observar no texto, existem várias formas de cálculos que 
são feitas para se determinar o FPS e PPD de um filtro solar. O importante é que a 
empresa farmacêutica o faça para se ter qualidade no produto.
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F o t o p r o t e t o r e s 85
2.1 Substâncias fotossensibilizantes
São substâncias químicas que produzem reações fotossensibilizan‑
tes, que podem ser classificadas como fotoalergias ou reações de 
fototoxicidade. As fotoalergias (FA) são reações imunológicas que 
se caracterizam porque a substância fotossensibilizante absorve 
radiação UV, originando um produto com poder antigênico.
Já as reações de fototoxicidade (FT) são resultado de reações físico‑
‑químicas sobre a substância fotossensibilizante, que absorve um 
determinado comprimento de onda da radiação UV e transmite 
essa energia que foi captada para as células (CENTRO REGIONAL 
DE INFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS, 2003, p. 2). 
Veja a tabela dos produtos fotossensiblizantes mais comuns e suas respectivas reações.
Tabela 4.3 Fármacos e substâncias fotossensibilizantes
Nome Reação Nome Reação Nome Reação
Isotretinoína FT Sulfato de
Cádmio
FA e FT Benzofenonas FA
Peróxido de benzoila X Clorohexidina FA Cinamatos FA
Amiodarona FT Formaldeído FA e FT Cinoxato FA
Quinidina FA Amilorida X Trimetilpsoraleno FA
Contraceptivos Orais FA Furosemida FT 8‑metoxipsoraleno FA e FT
Antidepressivos Tricíclicos FA Tiazidas FT e FA 5‑metoxipsoraleno FT
Carbamazepina X Sulfonilureias FA Lima FT
Fenitoína X Ciclamato FA Limão FT
Prometazina* FA Coaltar* X Sândalo FA e FT
Ibuprofeno X Hidorcortisona FA Griseofulvina FA
Piroxicam FT Riboflavina FT Enoxacina FA
Eritromicina FA Captopril X Fenilbutazona FT
Sulfonamidas FA e FT Amantadina FT Cetoprofeno FA e FT
Tetraciclinas FTAntiquinona FT Bleomicina X
5‑fluoruracil X Antraceno FT Porcarbacina X
Metotrexato X Eosina FT Bithionol* FA e FT
Vinblastina FA Fluoresceína FA e FT Trimetoprim X
Cloroquina X Eritrosina FT Haloperidol FA e FT
Mebendazol FA Derivados PABA FA Triclocarban FA e FT
Quinina FA e FT Betacaroteno FA xx xx
Cobalto X Metilcumarina FA xx xx
Cromo FA Butirofenonas FA e FT xx xx
Sais de Ouro X Tiotixena FA e FT xx xx
Legenda:
FA= fotoalergias
FT= fototoxicidade
X= provocam fotossensibilidade por mecanismos conhecidos
* = produzem fotossensibilidade com muita frequência
Fonte: Centro Regional de Informação de Medicamentos (2003, p. 4). 
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86 c o s m e t o l o g i a
Algumas pessoas com sensibilidade na pele desenvolvem alergia quando uti‑
lizam alguns tipos de filtros solares. Mas existem filtros que são hipoalergênicos, 
pois possuem substâncias que não produzem alergia na pele. Uma substância muito 
conhecida no meio cosmético e que costuma produzir alergia com frequência é a 
substância PABA, e em filtros hipoalergênicos ela é substituída.
Existem no mercado cosmético filtros solares que são livres de óleo e são cha‑
mados de “oil free”. O óleo contido em filtros normalmente produz cravos e entope 
os poros da pele e, por este motivo, se a pele for oleosa a indicação é utilizar filtros 
livres de óleo, que são chamados de não comedogênicos. Este tipo de filtro é reco‑
mendado para peles oleosas e acneicas.
A população, em geral, não tem esses conhecimentos sobre filtro solar oleoso ou 
não oleoso e, por isso, o profissional da estética precisa saber indicar o produto certo 
para cada tipo de pele, oferecendo um protetor solar livre de substâncias alérgicas que 
não contenham substâncias fotossenbilizantes e de preferência não comedogênico.
Antes de indicar um protetor solar, o profissional da estética deve prestar muita 
atenção a determinadas substâncias, para não prejudicar o seu cliente, pois vários cos‑
méticos podem conter substâncias fotossensibilizantes deixando a pele mais suscetível 
à ação nociva da radiação ultravioleta (RIBEIRO, 2010).
2.2 Protetores inorgânicos e orgânicos 
Os filtros são classificados em duas categorias principais: filtros inorgânicos ou 
físicos, e orgânicos ou químicos. 
Os filtros inorgânicos, como o dióxido de titânio, são pós‑inertes e opacos, 
insolúveis em água e em materiais graxos, apresentam alto índice de refração de 
partícula e, portanto, têm alta capacidade de refletir a luz. Formam uma barreira 
sobre a pele, refletindo, dispersando e absorvendo a luz UVA e, principalmente, a 
UVB (RIBEIRO, 2010). 
Este tipo de filtro solar é muito usado em produtos infantis e para pessoas com 
pele sensível, porque apresentam baixo potencial alergênico. 
Os filtros inorgânicos formam uma barreira sobre a pele, refletindo, dispersando 
e absorvendo a luz ultravioleta.
Na reflexão/dispersão, a luz incidente nas partículas inorgânicas é redirecionada, 
refletindo de volta ou se espalhando por vários diferentes caminhos. Este processo 
é responsável pela translucência e opacidade das partículas de filtros inorgânicos 
aplicadas sobre a pele.
Os protetores solares inorgânicos agem criando uma barreira física, não permitindo 
a passagem da radiação solar. São frequentemente chamados de bloqueadores solares, 
e têm sido usados com frequência, devido a sua popularidade. Isso acontece pelo fato 
de não serem tóxicos e serem eficazes, realmente protegendo contra os raios solares 
UV. Esses filtros são constituídos de partículas também denominadas de pigmentos 
inorgânicos, que ficam suspensas quando incorporadas em uma formulação.
O tamanho dessas partículas é muito importante, pois altera tanto a eficácia do 
protetor solar quanto a aparência do produto cosmético (FERREIRA et al., 2009).
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As partículas mais usadas são o dióxido de titânio e o óxido de zinco. Embora 
os dois sejam oriundos de metais, ambos possuem propriedades óticas diferentes, 
especialmente quando na forma de micropartículas. As micropartículas de óxido 
de zinco propiciam uma proteção maior contra os UVA. O problema desses filtros 
é o inconveniente antiestético, pois como depositam sobre a pele e refletem toda 
luz visível, o efeito final é um visual branco difícil de mascarar. Com a redução do 
tamanho das partículas desses compostos, esses produtos passaram a ter uma maior 
aceitação. As partículas mais brancas, e consequentemente as que são mais visíveis, 
são aquelas que difundem a luz com maior eficiência. O tamanho da partícula na 
qual isso acontece varia de um material para outro.
Tanto o óxido de zinco quanto o dióxido de titânio micronizados estão disponibi‑
lizados na forma de pós, secos e dispersões. As formas micronizadas possuem maior 
área superficial, conferem melhor efeito de cobertura, atenuam com maior eficiência 
a luz UV, ao mesmo tempo em que minimizam a reflexão da luz visível, permitindo 
melhor aceitação estética sem prejudicar o FPS da formulação final.
O índice de refração é outra propriedade importante. Quanto maior o índice de 
refração, maior será o contraste enxergado pelo olho humano entre a partícula e o 
ar que o cerca. O óxido de zinco e o dióxido de titânio possuem índices de refração 
substancialmente diferentes: 1,9 para o óxido de zinco e 2,6 para o dióxido de titânio. 
Isso significa, tecnicamente, que o dióxido de titânio é inerentemente um pigmento 
branco mais forte, sendo assim, é mais difícil torná‑lo transparente em produtos 
acabados, ou seja, nos produtos solares. O óxido de zinco, com índice de refração 
menor, pode ser mais facilmente incorporado nas formulações.
O dióxido de titânio, filtro inorgânico, é semicondutor. Dessa maneira, os elétrons 
das moléculas inorgânicas, quando sob ação da luz UV, são excitados. 
Portanto, esses compostos também são capazes de absorver esta radiação. Na 
absorção, a luz é convertida em outra forma de energia, como o calor. É capaz de 
absorver predominantemente o UVB e pouco do UVA, dependendo do tamanho da 
partícula deste filtro que é refletido (RIBEIRO, 2010). 
Constatou‑se que em muitos protetores solares comercializados no 
mercado o dióxido de titânio é utilizado como barreira física para 
absorver os raios solares aliado ao baixo potencial alergênico e 
irritante. Sendo assim é importante saber sua concentração para 
estimar o fator de proteção solar (FERREIRA et al., 2009, p. 4).
Vamos falar agora dos filtros solares químicos ou orgânicos, que atuam por ab‑
sorção da radiação UV. Porém, existem substâncias orgânicas que têm a propriedade 
de absorver, dispersar e refletir, ao mesmo tempo, o UV.
Os filtros orgânicos têm a capacidade de absorver 95% da radiação UV nos 
comprimentos de onda de 290 a 320nm.
A estrutura dos filtros orgânicos permite que absorvam os raios UV nocivos ao ser 
humano, ou seja, radiação com alta energia, convertendo‑a numa radiação inócua 
com baixa energia (RIBEIRO, 2010).
Os filtros orgânicos são compostos aromáticos, conjugados com um grupo carbo‑
nila, formados por moléculas orgânicas que possuem como característica a absorção 
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de um ou mais comprimentos de onda específicos, transformando‑o em outro tipo 
de energia. Em muitos exemplos, há um grupo doador de elétrons. Estes produtos, 
diferente do filtro inorgânico, têm a vantagem de formar um filme totalmente trans‑
parente após a aplicação. 
A energia UV absorvida por uma molécula é liberada quando esta 
retorna ao seu estado de repouso. Todavia, a liberação da mesma se 
dá na forma de luz fluorescente ou fosforescente e calor, podendo, 
ainda, se decompor e formar fotoprodutos. Portanto, um filtro solar 
absorve energia prejudicial e a transforma em formas de energia 
não agressivas para a pele (RIBEIRO, 2010, p. 127). 
Os filtros químicos podem ser utilizados nas formas farmacêuticas creme, óleo, 
loção, spray ou gel (LEONARDI,2008).
Os filtros solares vêm mudando sua composição nos últimos anos, e podem ser 
muito diferentes em outros países, segundo as necessidades particulares dos consu‑
midores de cada região do mundo. Não podemos esquecer que o índice de UV pode 
ser diferente dependendo da região em que o indíviduo está, portanto, é importante 
realmente que os filtros solares sejam específicos. 
Nos últimos anos o mercado nacional tem exigido maior eficácia dos filtros solares, 
com relação à segurança de uso, ao potencial alergênico e à qualidade da formulação. 
O desenvolvimento de um sistema que atenda estas características 
se inicia através da seleção apropriada da associação de filtros UV, 
seguida da análise crítica e escolha dos demais constituintes da for‑
mulação, e finalmente, na execução da investigação experimental 
da formulação (FERREIRA et al., 2009, p. 4). 
2.3 Filtros orgânicos permitidos no Brasil 
A resolução RDC n° 47, de 16 de março de 2006, lista os filtros UV permitidos para 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumarias no Brasil, bem como a con‑
centração máxima de uso permitida para cada um deles (Tabela 4.4) (RIBEIRO, 2010).
Tabela 4.4 Lista de filtros solares permitidos no Brasil e suas concentrações máximas
N° 
ORD.
Substância (NOME INCI)
MÁXIMA 
CONCENTRAÇÃO 
AUTORIZADA
1
Sulfato de Melina de N, N, N‑ trimetal ‑ 4 ‑ (2, oxoborn ‑ 3 ilideno‑
metil) anilínio
CAMPHOR BENZALKONIUM METHOSULFATE
6%
2
3,3’ ‑ (1,4 ‑ fenilenodimetileno) bis (ácido7,7 ‑ dimetil ‑ 2 ‑ 
oxo ‑ biciclo) ‑ (2.2.1) 1‑heptilmetano sulfônico e seus sais 
TEREPHTALYLIDENE DICAMPHOR SULFONIC ACID (& SALTS)
10% (expresso 
como ácido)
3
1‑ (4 ‑ terc ‑ butilfenil) 3 ‑ (4‑ metoxifenil) propano ‑ 1,3 – diona
BUTIL METHOXY DIBENZOIL METHANE
5%
4
Ácido Alfa ‑ (2 ‑ oxoborn ‑ 3 ‑ ilideno) tolueno ‑ 4 sulfônico e seus 
sais de potássio, sódio e trietanolamina
BENZYLIDENE CAMPHOR SULFONIC ACID & SALTS
6%
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N° 
ORD.
Substância (NOME INCI)
MÁXIMA 
CONCENTRAÇÃO 
AUTORIZADA
5
2 ‑ Ciano ‑ 3,3’ ‑ difenilacrilato de 2 ‑ etilexila 
OCTOCRYLENE
10%
6
4 ‑ Metoxicinamato de 2 ‑ etoxietila
CINOXATE
3%
7
2,2 ‑ dihidroxi ‑ 4 ‑ metoxibenzofenoma
BENZOPHENONE ‑ 8
3%
8
Antranilo de mentila
MENTHYL ANTHRANILATE
5%
9
Salicilato de trietanolamina
TEA SALICILATE
12%
10
Ácido 2 ‑ fenilbenzimidazol ‑ 5 ‑ sulfônico e seus sais de potássio, 
sódio e trietanolamina
PHENYLBENZYLIMIDAZOL SULFONIC ACID (& SODIUM, PO‑
TASSIUM, TEA SALTS)
8% (expresso como 
ácido)
11
4 ‑ Metoxicinamato de 2 ‑ etilhexila
OCTYL (ou ETHYLHEXYL) METHOXYCINNAMATE
10%
12
2 – Hidroxi – 4 metoxibenzofenona (Oxibenzona)
BENZOPHENONE ‑ 3
10% (1)
13
Ácido 2 – hidroxi – 4 metoxibenzofenona – 5 – sulfônico e seu sal 
sódico (Sulisobenzona e Sulisobenzona sódica)
BENZOPHENONE – 4 (ACID)
10% (expresso 
como ácido)
13 a BENZOPHENONE – 5 (Na)
5% (expresso como 
ácido)
14
Ácido 4 – aminobenzoico
PABA
15%
15
Salicilato de homomentila
HOMOSALATE
15%
16
Polímero de N – {(2 e 4) [2 – oxoborn – 3 – ilideno) metil] benzil} 
acrilamida
POLYACRYLAMIDOMETHYL BENZYLIDENE CAMPHOR
6%
17
Dióxido de titânio
TITANIUM DIOXIDE
25%
18
N – Etoxi – 4 – aminobenzoato de etila
PEG – 25 PABA
10%
19
4 – Dimetil ‑ aminobenzoato de 2 – etilhexila
OCTYL (ou ETHYLHEXYL) DIMETHYL PABA
8%
20
Sacilato de 2 – etilhexila
OCTYL (ou ETHYLHEXYL) SALICILATE
5%
21
4 ‑ Metoxicinamato de isopentila ISOAMYLp ‑ METHOXYCINNA‑
MATE
10%
22
3 – ( 4’ – metilbenzilideno) – d – l – cânfora
4 – METHYL BENZYLIDENE CAMPHOR
4%
23
3 – benzilideno cânfora
4 – BENZYLIDENE CAMPHOR
2%
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N° 
ORD.
Substância (NOME INCI)
MÁXIMA 
CONCENTRAÇÃO 
AUTORIZADA
24
2, 4, 6 – trianilin – (p – carbo – 2’ – etil – hexil – 1’ – oxi) – 1, 3, 
5 – triazina
OCTYL (ou ETHYLHEXYL) TRIAZONE
5%
25
Óxido de zinco
ZINC OXIDE
25%
26
2 – (2H‑benzotriazol‑2‑il)‑4‑metil‑6‑{2‑metil‑3‑(1,3,3,3,‑tetra‑
metil‑1‑((trimetilsilil)oxi)‑disilozanil)propil} fenol
DROMETRIZOLE TRISILOXANE
15%
27
Ácido benzoico, 4, 4’‑[[6‑[[4‑[[(1,1‑dimetil‑etil)amino]carbonil]
fenil]amino]‑1,3,5‑triazina‑2,4‑diil]diimino]bis‑,bis(2‑etilhexil)
DIOCTYL (ou DIETHYLEXYL) BUTAMIDOTRIAZONE
10%
28
2,2’‑metileno‑bis‑6‑(2H‑benzotriazol‑2‑il)‑4‑(tetrametil‑butil)‑
‑1,1,3,3‑fenol
Metileno bis‑benzotriazolil tetraetil butil fenol
METHYLENE BIS‑BENZOTRIAZONYL TETRAMETHYLBUTYLPHENOL
10%
29
Sal monosódico do ácido 2,2’‑bis‑(1,4‑fenileno)‑ 1H‑benzimida‑
zol‑4,6‑dissulfônico BISIMIDAZYLATE
10% (expresso 
como ácido)
30
(1,3,5)‑triazina‑2,4‑bis{[4‑(2‑etil‑hexiloxi0‑2‑hidróxi]‑fenil}‑6‑
‑(4‑metoxifenil)
ANISOTRIAZINE
10%
31
Dimeticodietilbenzalmalonato
POLYSILICONE‑15
10%
32
Éster helílico do ácido 2‑[4‑(dietilamino)‑2‑hidroxibenzoil]‑, ben‑
zoico
DIETHYLAMINO HYDROXYBENZOYL HEXIL BENZOATE
10%
(1) Para concentrações maiores que 0,5%, incluir advertência na rotulagem: contém oxibenzona. 
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2006). 
2.4 Filtros solares naturais 
Os filtros solares naturais são derivados de óleos vegetais, extratos glicólicos ou 
fluídos que absorvem a radiação UVA/UVB. Sua fotoestabilidade não é totalmente 
conhecida, por isso, precisamos ser cautelosos ao utilizar este produto, o que sa‑
bemos é que sua absorção é totalmente baixa. Aconselha‑se utilizá‑lo junto com os 
filtros químicos e físicos. 
Para seu melhor entendimento, vamos citar alguns tipos de substâncias naturais 
utilizadas nestes filtros: extrato de alecrim, extrato de amor‑perfeito, extrato de ba‑
bosa, extrato de camomila, extrato de café verde, extrato de algodão, de amendoim, 
de coco e de gergelim. 
A utilização de filtros naturais é ainda discutível. Além das variações 
do conteúdo de um mesmo extrato em função do modo de extração, 
tipo de solução extrativa, fonte etc., a ausência de informações 
inerentes a sua estabilidade frente à radiação UV são fatores que 
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determinam bastante cautela quanto à sua utilização como filtro so‑
lar; entretanto, esses extratos podem ser utilizados de forma positiva 
e preparações protetoras como coadjuvantes, associações aos dos 
filtros sintéticos, pois, independentemente de seus efeitos filtrantes, 
tais produtos apresentam enormes vantagens eudérmica (FERREIRA, 
2008 apud CABRAL; PEREIRA; PARTATA, 2011, p. 6).
Vamos agora classificar e explicar os filtros químicos em uma tabela para melhorar 
seu entendimento:
Quadro 4.1 Lista dos filtros químicos utilizados no Brasil
PABA (Para‑
‑aminoben‑
zoico)
Excelente filtro solar contra os UVB. 
Alguns inconvenientes: facilmente oxidável e mancha os tecidos; pode re‑
cristalizar no produto acabado; tendência em formar ligações de hidrogênio 
com certos solventes podendo acarretar diminuição da atividade; capaz de 
induzir a eczema de contato e sensibilização cruzada com outros derivados 
para‑aminados, como anestésicos locais (benzocaína, procaína), sulfamidas, 
anti‑histamínicos e tinturas capilares.
Cinamatos O máximo de absorção se situa próximo a 308nm. Quando utilizados sozi‑
nhos, não permitem que seja atingido um coeficiente de proteção elevado, 
porque são pouco estáveis fotoquimicamente. 
Normalmente são associados a filtros com espectro mais amplo quando se 
deseja maior proteção.
Salicilatos Devem ser utilizados em quantidades elevadas para atingir certa eficácia. 
Absorvem na zona de 300nm. São muito estáveis, não interagem com os sol‑
ventes e são bem tolerados. Apresentam melhor ação quando associados com 
outros filtros. 
Benzimida‑
zóis
O representante mais importante deste grupo, por sua grande utilização e 
hidrossolubilidade, é o ácido‑2‑fenil‑benzimidazol 5‑sulfônico. São filtros 
hidrossolúveis eficazes paraUVB. 
Adicionando à fase aquosa das formulações, pode completar a atividade dos 
filtros lipossolúveis.
Derivados do 
benzilideno 
cânfora
Compostos de estrutura bicíclica, são excelentes filtros UVB cujo máximo de 
absorção situa‑se perto de 300nm. Permitem a absorção de FPS elevado com 
baixas concentrações. Reações negativas são raras. 
Benzofenas As benzofenas cobrem a totalidade dos UVB e grande parte dos UVA. A oxiben‑
zona (benzofenona‑3) apresenta excelente estabilidade fotoquímica. São mal 
toleradas e responsáveis por inúmeras reações alérgicas ou dermatite de contato. 
Fonte: Souza e Antunes (2008). 
Os protetores solares podem ter cor de base em diversas tonalidades, substituindo uma base ou 
um pó compacto. Eles são chamados de filtro solar tonalizante.
Para saber mais
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92 c o s m e t o l o g i a
2.5 Formulações de protetores solares
Para se formular um protetor solar é preciso a presença de dois ingredientes impor‑
tantes e muito básicos: os ativos (seja um filtro orgânico e/ou inorgânico) e também os 
veículos. Podemos ter diversos tipos de veículos possíveis de serem usados no preparo 
dos protetores solares, desde soluções muito simples até formulações mais complexas.
Portanto, para que o consumidor final receba o filtro solar, é preciso que este 
esteja incorporado a um veículo. Quando o veículo está associado ao filtro solar, 
denominamos o produto de protetor solar ou fotoprotetor.
Agora, para que esses fotoprotetores sejam vendidos para o consumidor final, eles 
precisam ter algumas características que são exigidas pela legislação: deve ser atóxico, 
não pode ser irritante para a pele, não ser sensibilizante ou mutagênico, não pode ser 
volátil, precisa possuir características solúveis apropriadas; não pode ser absorvido 
pela pele; não sofrer alteração de cor; não manchar a pele e vestimentas; ser incolor; 
ser compatível com a formulação e material de acondicionamento e ser estável no 
produto final.
Existem vários veículos que são utilizados em preparações de protetores solar, 
mas os principais são:
a) Loções hidroalcoólicas
São loções que possuem características de fácil espalhamento na pele e evaporam 
rapidamente. Sua composição principal é a água e o álcool. Um protetor solar que 
seja líquido em forma de loção não apresenta um nível ideal de proteção solar e, por 
este motivo, o seu uso tem sido questionado. Além disso, o álcool etílico utilizado 
na preparação pode causar algum tipo de efeito deletério a pele e, por isso, seu uso 
também tem sido questionado.
b) Cremes e loções emulsionadas
Este veículo tem sido o preferido para a composição dos filtros solares, pois as 
emulsões ou cremes são os melhores veículos para os filtros solares. Possuem compo‑
nentes lipossolúveis e hidrossolúveis, por isso, podem carregar em sua estrutura tanto 
filtros hidrossolúveis quanto lipossolúveis. Isto se torna bastante saudável pensando 
pelo lado da proteção ao sol. Estes veículos podem ser O/A (óleo em água) ou A/O 
(água em óleo), características que também podem conduzir a preparações mais ou 
menos protetoras. 
As emulsões A/O são as mais adequadas para a proteção da pele, no entanto, 
deixam‑na muito oleosa por apresentarem muita gordura na composição. Por este 
motivo, as emulsões O/A vêm sendo mais utilizadas, garantindo maior proteção as‑
sociada ao conforto e satisfação do usuário.
c) Géis
Os géis podem ser de origem natural, as gomas ou alginatos, ou de origem sin‑
tética, os polímeros e copolímeros de acrilamida. Independente da origem, o gel é 
obtido por meio de um espessante hidrofílico. Ele não apresenta o mesmo nível de 
proteção solar que os outros veículos, como as emulsões. Para manter a transparência 
característica do veículo existe a necessidade de os filtros solares serem hidrossolúveis. 
No entanto, para se conseguir uma proteção maior e mais adequada, é necessária 
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F o t o p r o t e t o r e s 93
uma mistura de filtros, em sua maioria, lipossolúveis. Obter géis transparentes é uma 
tarefa imensamente difícil, por isso os profissionais que confeccionam este tipo de 
filtro solar em forma de gel acabam muitas vezes por incluir solventes nem sempre 
desejados, como é o caso do álcool etílico. 
Outro detalhe importante é que na preparação de géis fotoprotetores também deve‑
‑se evitar a presença de filtros inorgânicos. Estes filtros deixam o gel,na maioria das 
vezes, com aspecto opaco e, muitas vezes, acabam por deixar aglomerados visíveis.
Este problema sugere que o protetor solar deixe um aspecto estético desagradável e 
acaba por oferecer baixos níveis de proteção (SOUZA; ANTUNES, 2008). “A presença 
de aglomerados no protetor levará à formação de uma película não homogênea em toda 
a extensão da pele, fato este que comprometerá sensivelmente o nível da proteção” 
(FLOR; DAVOLOS; CORREA, 2007). 
2.6 Combinação de filtros solares 
Atualmente, considera‑se moderno utilizar filtros solares químicos e físicos. Esses 
filtros químicos, na maioria das vezes, têm proteção tanto para UVA quanto para 
UVB, com amplo espectro de absorção. Os filtros físicos também estão modernizados 
com substâncias micronizadas e antirradicais livres. Muitas vezes, estes filtros ainda 
contêm alguns tipos de óleos, hidratantes e extratos que acabam por potencializar 
o seu efeito.
Atualmente é frequente combinar os filtros químicos e físicos, e talvez esta seja 
mesmo a melhor opção, pois sabemos que o filtro químico sozinho não consegue 
um alto nível de proteção e, por isso, há necessidade de adição de uma quantidade 
menor de cada tipo de filtro para alcançar um valor de FPS maior, diminuindo, assim, 
os efeitos indesejáveis isolados de cada filtro (LEONARDI, 2008).
A associação dos filtros inorgânicos dióxido de titânio e óxido de zinco permite 
obter formulações finais com baixo potencial alergênico e irritante, o que é espe‑
cialmente importante para formulações de produtos infantis, para uso diário, para 
indivíduos com peles sensíveis e para a área dos olhos. Temos outra vantagem a 
considerar, o dióxido de titânio atenua, principalmente, a radiação UVB, enquanto 
o óxido de zinco atenua a radiação UVA (RIBEIRO, 2010).
2.7 Formulações resistentes ou muito resistentes à 
água e ao suor 
Devemos considerar que os protetores solares não oferecem proteção cem por 
cento e nem de forma permanente. Após seu uso, muitos outros fatores devem ser 
considerados.
Alguns fatores que devemos sempre considerar são: a pele da pessoa que está 
utilizando o protetor solar, as condições de uso, o ambiente, o suor, entre outros. 
Todos esses fatores podem alterar o nível de proteção.
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94 c o s m e t o l o g i a
A presença na formulação de substâncias hidrofóbicas e ou hidror‑
repelentes é fundamental para esta ação. Um filtro solar pode ser 
classificado como resistente à água e como muito resistente à água. 
Os ingredientes hidrorrepelentes devem ser preferencialmente citados 
no rótulo, uma vez que o fato de ser resistente ou à prova d’água não 
elimina a necessidade da reaplicação, embora esta possa ser realizada 
em intervalos maiores (CABRAL; PEREIRA; PARTATA, 2011, p. 7). 
Para um filtro solar ter resistência à água ele deve conter em sua fórmula agentes 
filmógenos que fixam os filtros na pele, impedindo, assim, sua retirada quando em 
contato com a água ou o suor. Estes produtos são os copolímeros de polivinil pirroli‑
dona (PVP), eicosano, hexadeceno e tricotanil. Eles são irritantes para os olhos, por 
isso, deve‑se tomar muito cuidado com eles (RIBEIRO, 2010).
Alguns princípios ativos podem ser associados 
aos filtros solares sem alterar sua eficácia, no en‑
tanto, eles devem ser estáveis à luz e ao calor, não 
podem variar de cor. Além disso, eles devem ter 
um tempo de duração alto, devem ser solúveis em 
solventes e não podem ser comedogênicos, além 
de precisarem ter boa fixação na pele, mesmo 
após imersão emágua e excesso de suor.
Quando esses protetores solares com ativos 
são com base de silicone, o produto final fica ex‑
celente, pois os fluidos siliconados permitem fácil 
espalhabilidade, formando um filme emoliente e 
protetor, além de funcionar como uma barreira 
oclusiva. (SOUZA, 2011). 
Existem vários ativos que podem ser utilizados nas formulações com protetores 
solares, como a ureia, os aminoácidos, os antioxidantes, como a vitamina C e E, o 
betacaroteno, entre outros.
Estão surgindo “fotoprotetores noturnos”, isto é, para agir na re‑
paração do DNA previamente lesado através da ação da enzima 
endonuclease, podendo ser usado independente da presença dos 
raios UV. Os ultrassomas contêm estas enzimas em lipossomas, 
que permitem uma ação prolongada e eficaz na reparação do DNA 
e, ainda, têm a propriedade de estimular a produção de melanina 
celular, proporcionando, assim, um bronzeamento “mais saudável”. 
(OLIVEIRA, 1996 apud CABRAL; PEREIRA; PARTATA, 2011, p. 8, 
grifo do autor).
2.8 Veículos utilizados nos fotoprotetores 
Para escolhermos um filtro solar, devemos considerar alguns pontos: a solubili‑
dade do produto, o tempo de ação pretendida, a preferência da pessoa que vai usar 
o protetor solar e, claro, o tipo de pele.
Para que você possa conhecer um 
pouco mais sobre os fatores de-
terminantes da eficácia dos pro-
tetores solares, invista um pouco 
do seu tempo e acesse o link 
<http://www.ufrgs.br/farmacia/
cadfar/v18n2/pdf/CdF_v18_n2_
p81_88_2002.pdf> 
Saiba mais
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F o t o p r o t e t o r e s 95
Os mais utilizados são: os não iônicos, emulsões água/óleo (A/O) 
ou óleo/água (O/A) e os géis não iônicos, que dão sensação lubri‑
ficante sobre a pele; e o carbômero, iônico que possui toque seco. 
As emulsões A/O ou O/A ajudam, inclusive, a diminuir a agressão 
do sol na pele, pois possuem agentes emolientes e hidratantes na 
formulação (CABRAL; PEREIRA; PARTATA, 2011, p. 8).
Os óleos, suspensões e, sobretudo, os cremes são mais aderentes, es‑
pecialmente os últimos, se forem muito gordurosos, sendo, portanto, 
menos facilmente removíveis pela água; têm, porém, o inconveniente 
de darem brilho à pele, sujarem a roupa, prenderem areia e poeira 
e serem, por vezes, de difícil remoção (RIBEIRO, 2010, p. 128).
2.9 Aconselhamento farmacêutico ao usuário de 
fotoprotetores 
Os filtros solares são classificados como cosméticos de acordo com a RDC n°47, 
de 16 de março de 2006. Mesmo não sendo um medicamento, o filtro solar deve ter 
uso adequado por inúmeros fatores, devendo ser considerados tanto aqueles rela‑
cionados ao paciente, que buscam proteção, quanto aqueles relacionados à própria 
formulação (RIBEIRO, 2010). 
Em relação ao [cliente], deve‑se considerar o tipo de pele, o foto‑
tipo (é a caracterização da pele quanto a sua coloração e reação 
à exposição solar), a idade, o grau de exposição e hábitos de vida, 
a latitude e altitude em que se encontra, o histórico de exposição 
solar e antecedentes individuais ou familiares de doenças de pele 
relacionadas à exposição solar, com especial atenção às lesões 
malignas ou benignas, entre outros (SOUZA, 2005 apud CABRAL; 
PEREIRA; PARTATA, 2011, p. 8) 
Para você conhecer a fotoestabilidade dos protetores solares, que consiste na capacidade que 
o produto tem de permanecer na pele sem se degradar, acesse: <http://www.google.com.br/
url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&ved=0CFAQFjAF&url=http%3A%2F%2Fbib
lioteca.univap.br%2Fdados%2FINIC%2Fcd%2Fepg%2Fepg4%2Fepg4-51%2520corrigido.
pdf&ei=MjeCT-nnOITc9AS9_O3ICg&usg=AFQjCNGFY-nqVZ2lpRz3_KH0JGa2AhgEqw>.
Links
Alguns cuidados importantes devem ser tomados para que possamos estar mais 
bem protegidos dos raios solares e, desta forma, evitar os possíveis danos, como o 
fotoenvelhecimento e o câncer de pele: 
 Aplicar o protetor pelo menos 20 minutos antes da exposição 
solar, para se obter um filme protetor homogêneo.
 Repassar o filtro solar a cada 2 ou 3 horas, se a exposição solar 
for mais permanente.
 Evitar o sol entre 10h e 16h.
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96 c o s m e t o l o g i a
 Utilizar óculos de sol com 100% de proteção solar para proteger 
os olhos contra o UVA e UVB.
 Proteger a pele desde criança para evitar os danos solares crô‑
nicos, evitando assim o câncer de pele.
 Cuidado com alguns medicamentos que podem ser fotossensíveis.
 Cuidado com medicamentos que, se em contato com o filtro 
solar, podem causar alergias.
 Proteger do sol mesmo em dias nublados e chuvosos, pois cerca 
de 80% dos raios UV atravessam as nuvens e a neblina.
 Cuidado com a luz solar refletida da areia, da água, da neve, 
das salinas, do concreto. 
 Sempre utilizar filtros solares que protejam tanto do UVA como 
do UVB, que sejam hipoalergênicos e não comedogênicos (CA‑
BRAL, PEREIRA, PARTATA, 2011, p. 9).
Tabela 4.5 Uso de fotoprotetores 
 Sem Proteção Pele Clara Pele Morena Clara Pele Morena Pele Negra
 10 min 15 min 20 min 25 min
FPS 3 30 min 45 min 1 hora 1 h 15 min
FPS 5 50 min 1 h 15 min 1 h 40 min 2 h 05 min
FPS 8 1 h 20 min 2 horas 2 h 40 min 3 h 20 min
FPS 15 2 h 30 min 3 h 45 min 5 horas 6 h 15 min
FPS 20 3 h 20 min 5 horas 6 h 40 min 8 h 20 min
FPS 30 5 horas 7 h 30 min 10 horas 12 h 30 min
Fonte: Souza (2004 apud CABRAL; PEREIRA; PARTATA, 2011, p. 7).
Alguns silicones, além de melhorar as propriedades sensoriais dos cosméticos para a pele, po-
dem contribuir com o aumento do FPS, sem a necessidade de alterar a composição dos filtros 
solares, e aumentar a resistência à água de formulações fotoprotetoras.
Os alquilmetilsiloxanos são uma família de silicones híbridos formada por silicones-hidrocar-
bonetos. Os principais alquilmetilsiloxanos são o estearil dimeticone (C18), o cetil dimeticone 
(C16) e o C 30-45 alquil meticone.
A adição dos alquilmetilsiloxanos em formulações com filtro solar orgânicos aumenta o FPS. A 
justificativa para tal aumento se encontra na maior dispersão da fórmula sobre a pele promovida 
pelo silicone (propriedade filmógena), aumento da resistência à água e à tixotropia, que pode 
conferir à formulação. 
Para saber mais
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F o t o p r o t e t o r e s 97
Para concluir o estudo da unidade
Acredito que esta unidade exija muita reflexão da nossa parte. Tanto no que 
diz respeito aos raios solares quanto em nosso comportamento frente a estes. 
Neste momento, imagine as possibilidades que você tem de mudanças e a sua 
contribuição para a melhora da qualidade de vida das pessoas diante de tudo 
isso que você aprendeu.
Resumo
Esta unidade foi extremamente importante e rica para nós. Acredito que tenha 
contribuído muito para que, caso algum de vocês não tivessem a informação 
sobre o assunto, agora tenham compreendido a tamanha importância de conhe‑
cer os tipos de raios solares que atingem a nossa pele, os seus efeitos e como 
devemos nos proteger de forma adequada para que estes raios não alterem o 
comportamento da nossa pele, ao ponto de prejudicar nossa saúde.
Você pôde observar nesta unidade que o sol pode envelhecer, manchar a 
pele e, o que é pior, trazer danos irreversíveis, como o câncer de pele. Por este 
motivo, devemos cuidar adequadamente e da pele todos os dias, utilizar filtro 
solar apropriado, que tenha proteção contra os raios UVB e os raios UVA. De 
preferência, devemos usar um protetor solar que tenha uma estabilidade alta, 
para que quando o sol tocar nossa pele, os ativos não sejam degradados com 
rapidez, e desta forma possa nos proteger por mais tempo.
Sabemos, a partir do que estudamos, que para escolher um bom protetor solar, 
devemos pesquisar a sua formulação, conhecer sua estabilidade, seu FPS e seu PPD.
No entanto, os desafios são árduos, mas não podemos nos cansar, precisa‑
mos informar as pessoas, fazer do nosso conhecimento fonte de informações 
para o benefício do outro.
Atividades de aprendizagem
 1. Quais os cuidados que devemos tomar com relação ao sol?
 2. Qual a maneira corretade se calcular o FPS de um produto?
 3. De quanto em quanto tempo deve‑se passar o filtro solar?
 4. Todos os protetores solares nos protegem contra o UVA e o UVB?
 5. Explique a diferença entre filtro orgânico e inorgânico.
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Cosmetologia atual
 Seção 1: Ativos cosméticos
Por meio de conceitos, descrição, função, indicação 
e contraindicação abordados nesta seção, esperamos 
que você consiga compreender os diversos ativos 
cosméticos existentes no mercado da estética.
 Seção 2: Nutracêuticos 
Nesta seção, estudaremos a diferença entre nutra-
cêuticos e alimentos funcionais, qual a sua definição, 
seus conceitos básicos e sua aplicação. 
Objetivos de aprendizagem: A proposta desta unidade consiste 
em apresentar os ativos cosméticos básicos de forma simplificada, 
descrevendo a sua ação e suas principais funções em nossa pele, 
contribuindo, desta forma, para a sua compreensão em diversas 
formulações existentes no mercado.
Unidade 5
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100 c o s m e t o l o g i a
Introdução ao estudo
Neste capítulo, você fará a leitura mais interessante da cosmética, que é sobre 
os ativos cosméticos indicados para os diversos tipos de disfunções estéticas, tanto 
faciais quanto corporais, sem falar nos ativos para cabelo, unhas, pés, mãos etc. 
Procuramos colocar os ativos em ordem alfabética para facilitar a procura e o seu 
entendimento. Lembrando que alguns ativos são utilizados tanto para a face quanto 
para o corpo, e desta forma ficaria difícil separá‑los em ativos faciais e ativos corporais. 
Alguns ativos são utilizados por via oral, o que chamamos de nutracêuticos, tão 
usados e comentados nos dias de hoje. Este é o chamado tratamento de “dentro para 
fora”, mas muitas vezes, este ativo que é utilizado por via oral também é utilizado 
por via tópica.
Alguns ativos são utilizados também em formulação para tratamentos clínicos, 
por exemplo, os óleos essenciais ou óleos para massagem. Mas muitos, dependendo 
da concentração e forma de manipulação, podem ser usados em formulações clínicas 
e domiciliares.
A partir de agora, daremos início ao nosso estudo com a expectativa de que, ao 
final desta unidade, o conhecimento adquirido possa contribuir para o seu cresci‑
mento profissional.
Você até este momento sabia diferenciar ativos cosméticos e nutracêuticos?
Como é para você entrar neste mundo da cosmética? 
Questões para reflexão
 Seção 1 Ativos cosméticos
1.1 Ácido alfa lipoico 
O ácido alfa lipoico (ALA) é uma coenzima antioxidante muito eficaz, pois além 
de combater os radicais livres, regenera os antioxidantes oxidados. Combate os ra‑
dicais livres tanto em locais gordurosos como locais baseados em água, tais como a 
pele e os músculos. 
O ácido lipoico apresenta características hidrofílicas e lipofílicas. É um poderoso 
antioxidante e envolve‑se na conversão de carboidratos em energia. É também um 
importante cofator no metabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). 
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Age eficazmente na proteção do colesterol LDL e na proteção do fígado e das artérias 
contra o ataque de RLs. Sua presença no organismo é de extrema importância por sua 
capacidade de regenerar vários outros antioxidantes oxidados, para retornarem à forma 
reduzida. Participa da regeneração do glutation oxidado e das vitaminas E e C oxidadas. 
É o único nutriente que demonstrou grande eficácia na disposição da glicose. 
Ele diminui o serum lactate e as concentrações de piruvato, melhora a eficácia 
da glicose na perda de peso e em pacientes obesos com diabetes do tipo 2. Este é 
um efeito muito importante e que pode melhorar a distribuição de outros nutrientes. 
Imitando a insulina, este ácido aumenta a captura de glicose pelas células muscula‑
res em 65%. O estímulo deste transporte de glicose é realizado pela da participação 
do ácido lipoico na insulina. O ALA provoca uma ascendente mudança na curva 
glicose‑insulina dose‑resposta. Esta é uma importante função que pode melhorar a 
captura de nutrientes pelas células musculares e circulação de proteínas. Também 
aumenta os níveis de glutationa intracelular. A glutationa tem sua eficácia na recu‑
peração após treinamentos pesados, reduzindo, assim, danos intracelulares. Pode 
aumentar a capacidade da creatina para entrar nas células musculares, melhorando 
esta substância da mitocôndria do músculo e a produção de energia no corpo. A 
suplementação de ALA provocou um impacto positivo em pacientes soro positivo, 
restaurou o nível sanguíneo total de glutationa e melhorou a reatividade funcional 
dos linfócitos aos mitógenos de células T.
O ácido alfa lipoico possui atividade antioxidante. Elimina as espécies reativas 
de oxigênio e interage com outros antioxidantes, como a vitamina C, a vitamina E e a 
glutationa. Repara danos oxidativos por seu efeito protetor contra o estresse oxidativo, 
como a radiação UV, que pode ser considerada um dos responsáveis pelo envelheci‑
mento da pele. Modula a ativação do fator de transcrição NF‑kappaB, evitando dessa 
maneira a produção de substâncias químicas pró‑inflamatórias chamadas citocinas, 
que danificam a célula e aceleram o envelhecimento, auxiliando na redução e pre‑
venção da formação de rugas e linhas de expressão. 
 Protetor UV previne as lesões foto‑oxidativas realizadas por meio da redução 
da ativação do NF‑kappaB. 
 Também promove a inibição da atividade da tirosinase, provavelmente pela 
quelação de íons de cobre.
 Inibe o processo inflamatório das células. 
 Ajuda outros antioxidantes a permanecerem mais tempo nas células. 
O ácido lipoico é usado no tratamento da dermatose inflamatória, tratamento 
medicamentoso, procedimentos cirúrgicos e tratamentos cosméticos. 
Tem sido preconizado como antioxidante na prevenção e controle da catarata, 
diabete melito, retinopatia diabética e doenças cardiovasculares. Por sua forte ação 
antioxidante, o ácido lipoico é eficaz no tratamento da neuropatia diabética. Atua 
como cofator em diversos processos metabólicos celulares, como a oxidação do 
piruvato e o transporte de radicais acetato para o ciclo de Krebs. É usado como co‑
adjuvante no tratamento da cirrose hepática em alcoólatras. 
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Também atua como antioxidante contra a radiação ultravioleta na pele, indicado para 
uso após exposição ao sol e em formulações antienvelhecimento (VIAFARMANET, 2012).
1.2 Ácido kójico 
O ácido kójico é um agente despigmentante obtido pela fermentação do arroz. 
Atua quelando os íons cobre, que como consequência provoca a inibição da tirosi‑
nase, enzima fundamental para a formação da melanina, além de induzir a redução 
da eumelanina e de seu monômero precursor‑chave. 
Não é citotóxico nem apresenta efeito irritativo. Pode ser associado junto ao 
ácido glicólico, que diminui a capa córnea e amolece o cimento celular, facilitando 
a penetração do agente despigmentante. 
O ácido kójico pode ser veiculado em cremes e loções não iônicas, géis e loções 
aquosas. É usado para tratamento e prevenção de manchas e hiperpigmentação (VIAFAR‑
MANET, 2012). 
1.3 Ácido málico
O ácido málico é um ácido orgânico, pertencente ao grupo dos ácidos carboxí‑
licos, encontrado naturalmente em frutas, como a maçã e a pera. Consiste em uma 
substância azeda e adstringente, muito empregada como acidulante, aromatizante e 
estabilizante na indústria alimentícia — como aditivo alimentar, é identificado pelo 
número E E296. Na indústria farmacêutica, o ácido málico é utilizado na higienização 
e regeneração de ferimentos e queimaduras. Também serve para preservar o dulçor 
de alimentos e ajustar o pH. O processo de fermentação malolática converte o ácido 
málico em um ácido lático mais suave. 
O Ácido Málico é um dos principais ácidos contidos em maçãs e muitas outras 
frutas e legumes.
O Ácido Málicoapresenta: 
 acidez suave e constante; 
 sabor aprimorado;
 alta solubilidade;
 menor higroscopicidade do que os ácidos cítrico ou tartárico;
 ponto de fusão mais baixo do que outros ácidos para facilitar a incorporação; e 
 boas propriedades de quelação com íons de metal. 
Este ácido é formado em ciclos metabólicos nas células de plantas e animais, 
incluindo seres humanos. Nos dois ciclos, o de Krebs e o glioxilato, é fornecido ener‑
gia às células, o que auxilia a formação de aminoácidos. Uma grande quantidade de 
ácido málico é produzido no corpo humano diariamente. 
É indicado para preparados sólidos e líquidos para refrescos e refrigerantes, pro‑
dutos de frutas, sobremesas em pó, pós para gelatinas, flans, pudins e similares, e 
pode ser aplicado em confeitos, gomas de mascar e conservas, nutracêuticos em geral. 
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Em cosméticos e produtos de higiene pessoal, o ácido málico é utilizado em 
pastilhas para garganta, xaropes, sachês efervescentes, enxaguatório bucal e creme 
dental. Enquanto AHA (alfa‑hidroxiácios), pode ser usado em produtos de cuidados 
para rejuvenescer e melhorar as condições de pele (VIAFARMANET, 2012). 
1.4 Ácido fítico
O ácido fítico é obtido do farelo de arroz, aveia ou gérmen de trigo. Tem ação 
inibitória sobre a tirosinase (enzima importante na produção de pigmentos melaní‑
nicos que dão cor à pele humana) e por isso é usado como despigmentante. Tem 
também ação anti‑inflamatória, antioxidante e hidratante. É usado para o clareamento 
de manchas hipercrômicas, eventualmente associado ao ácido glicólico e é no “pós‑
‑pelling” como tirosinase, além de ser um ótimo quelante de ferro e cobre. 
Pode‑se usar o ácido fítico como clareador de peles com alto grau de sensibili‑
dade, como peles brancas e sensíveis ou peles que sofreram grandes agressões por 
qualquer processo químico ou físico, pois ele tem um alto poder hidratante. 
O ácido fítico substitui hoje a hidroquinona, substância utilizada nas últimas 
décadas como clareadora de pele. 
Indicado para clareamento de manchas hipercrômicas, e como anti‑inflamatório 
no “pós‑peeling”. Pode ser associada com ácidos esfoliantes.
Não deve ser usado em ferimentos abertos e na primeira fase do pós‑operatório 
dos peelings — de 0 a 12 dias —, período de formação de exudados e crostas (VIA‑
FARMANET, 2012).
1.5 Ácido glicólico
O ácido glicólico é um tipo de ácido alfa‑hidroxiácidos (AHA) e é um medica‑
mento amplamente usado por via tópica. 
A família dos AHAs são ácidos orgânicos que são produzidos naturalmente pela 
cana‑de‑açúcar e certos tipos de frutas. Os AHAS são: ácido mandélico, ácido láctico 
e ácido tartárico.
O ácido glicólico é o menor dos AHAs e penetra facilmente na pele. Por isso, o 
ácido glicólico é um ingrediente popular em muitos produtos para a pele. Ele é usado, 
principalmente, como um esfoliante químico que quebra a camada mais externa da 
epiderme, que é composta principalmente de células mortas da pele. Formulações 
com ácido glicólico de baixa concentração estão disponíveis em balcões de lojas de 
cosméticos, enquanto produtos com maior concentração apenas são vendidos sob 
prescrição médica de um dermatologista.
Este ácido é indicado para peles fotoenvelhecidas ou envelhecidas naturalmente, 
além de ser utilizado para todos os tipos de hipercromias, para promover o afinamento 
e a hidratação da pele. Pode ser utilizado para acne, ativa ou sequelas de acne como 
manchas e atrofias cutâneas. Pode ser utilizado também em formulações de sabonetes, 
e, em altas concentrações, para o tratamento das estrias rosadas e brancas.
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É contraindicado para peles feridas ou machucadas, com hiperemia ou sensível, 
peles que tomaram sol e estão sob este efeito, sobre feridas de herpes, para alguns 
medicamentos fotossensíveis e em peles com tonalidades mais escuras (GOMES; 
DAMAZIO, 2009). 
1.6 Ácido mandélico 
O ácido mandélico é encontrado na natureza e deriva da hidrólise de amêndoas 
amargas. É um ácido da família dos AHAs (alfa‑hidroxiácidos). Ele possui uma molécula 
um pouco maior que a do ácido glicólico, com seis anéis de carbono em sua compo‑
sição, enquanto que o ácido glicólico possui dois anéis de carbono. Por este motivo, 
o ácido mandélico é um dos alfa‑hidroxiácidos de maior peso molecular, e quando 
aplicado na pele penetra de forma lenta e uniforme. É um produto extremamente seguro 
pelo fato de sua penetração ser lenta, e não causa nenhum tipo de irritação na pele. 
Por ter semelhanças com o ácido glicólico, os efeitos são muito parecidos.
No entanto, quando comparamos com o ácido salicílico, ele é mais seguro, pe‑
netra mais lentamente e se assemelha a este ácido por possuir ação antisséptica e 
bactericida parecida.
Pode ser formulado em gel, sérum ou solução hidroalcoólica. Se formulado em 
gel, fica ainda mais seguro, pois tem uma ação homogênea e superficial. 
A molécula do ácido mandélico é maior que a molécula do ácido glicólico e, 
por esta razão, penetra lentamente. O ácido mandélico é um dos AHAs de maior 
peso molecular, contribuindo para um efeito uniforme, o que também minimiza 
os transtornos comuns da aplicação de AHAs sobre a pele. Apresenta semelhança 
química com o ácido salicílico com sua ação antisséptica somada às atividades dos 
alfa‑hidroxiácidos. Sua formulação em gel fluído promove um peeling que atua de 
maneira homogênea e superficial. É usado em conjunção com o peeling abrasivo, de 
ação química e mecânica que possui base cremosa abrasiva que, ao ser massageada, 
produz um polimento, removendo parte do extrato córneo. A esfoliação química é 
obtida pela mistura em proporções iguais de ácido salicílico e resorcina a 5%. Pode 
ser utilizado com segurança em peles Fitzpatrick de I à VI, sendo feito em intervalos 
de 15‑20 dias, conforme tolerância do paciente, num mínimo quatro aplicações. 
O ácido mandélico tem uma ação benéfica sobre a pele acneica, pois possui efeito 
queratolítico, bactericida e antisséptico, combatendo as bactérias e agindo durante 
o processo infeccioso. É um excelente cicatrizante, prevenindo as sequelas da acne. 
Este ácido também melhora as manchas da acne e do melasma, atuando com efeito 
esfoliante e inibindo a ação da tirosinase, que é a enzima responsável pelo estímulo das 
células melanócitas que produzem a melanina e dão cor à pele. Este produto atua tanto 
na melanina já depositada na pele quanto na inibição da produção desta substância.
Na acne, o Ácido Mandélico age durante o processo infeccioso, combatendo 
as bactérias e prevenindo a formação de novas, além de trabalhar na cicatrização, 
colaborando com o tratamento de eventuais sequelas.
No caso da hiperpigmentação, o produto atua na inibição da síntese da melanina 
e na melanina já depositada na superfície da epiderme, ajudando a promover uma 
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eficaz remoção dos pigmentos hipercrômicos, além de estimular o turnover (renova‑
ção celular) celular e a remoção da capa córnea fotoenvelhecida.
O ácido mandélico tem sido estudado amplamente por seus possíveis usos no 
tratamento de problemas comuns de pele, tais como fotoenvelhecimento, pigmentação 
irregular e acne. Experimentos demonstram que o ácido mandélico é útil para conter 
a pigmentação, tratar acne inflamatória não cística e rejuvenescer a pele fotoenvelhe‑
cida. Além disso, foi comprovada sua utilidade na preparação da pele para peeling a 
laser (resurfacing) e no auxílio à cicatrização e prevenção de infecções por bactérias 
gram‑negativas após este procedimento (GOMES; DAMAZIO, 2009).
1.7 Ácido salicílico 
O ácido salicílico é um beta‑hidroxiácido (BHA) não extraído da natureza, mas, 
sim, sintetizado em laboratório. Ele é importante no tratamento estético pois possui 
muitos efeitos benéficos para pele. É um produto esfoliante, que estimula a remoção 
da camadacórnea e do sebo da pele, sendo considerado o ácido mais queratolítico 
de todos os citados. É muito utilizado em peles acneicas por seu efeito bactericida e 
antisséptico, além de desobstruir os poros da pele pelo seu potente efeito queratolítico. 
Excelente em peles envelhecidas, pois facilita a remoção das células da epiderme, 
auxiliando na produção de células novas.
Este ácido possui também ação fúngica, agindo na remoção da camada de células 
mortas, ao mesmo tempo que impede o crescimento de fungos na pele, o que auxilia 
a prevenção da acne.
Se compararmos o ácido salicílico ao ácido glicólico, ele é menos irritante para 
a pele. E, por este motivo, é muito encontrado no mercado cosmético, em diversos 
produtos para remoção de calosidades, para acne e em sabonetes.
É um beta‑hidroxiácido que também exerce uma ação esfoliante na parte interna dos 
poros, um benefício não apresentado pelos produtos formulados com ácido glicólico. 
Indicado para acne vulgar, caspa, dermatite seborreica, psoríase e hiperqueratose.
 Cuidados:
 Evitar contato com os olhos e demais mucosas.
 Não utilizar na pele irritada, inflamada ou infeccionada.
 Não usar sobre grandes áreas por tempo prolongado, em cura‑
tivos oclusivos.
 Evitar o uso simultâneo com outros medicamentos tópicos.
 Crianças são muito sensíveis ao uso tópico (VIAFARMANET, 2012).
1.8 Ácido tricloroacético (ATA) 
O TCA ou ácido tricloroacético possui odor forte e é um produto orgânico, ocor‑
rendo na forma de cristais deliquescentes, solúveis em água, álcool etílico e éter. O 
produto tem ação cáustica. 
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Este ácido é um produto de uso médico usado em concentrações de 20 a 35% para 
o tratamento de cicatrizes da acne e do fotoenvelhecimento cutâneo.
Ele tem indicação para peles espessas e seborreicas (“grossas”).
É um produto que raramente causa alergias, além de ter boa estabilidade e custo 
acessível. 
Em concentrações maiores é usado no condiloma acuminato, verrugas e “peel‑
ings” (VIAFARMANET, 2012).
1.9 Adiporeguline
É um ativo completo que atua diretamente nas membranas celulares dos adipócitos 
e nas duas etapas do metabolismo.
1.9.1 Redução da lipogênese 
Aspartame: reduz o influxo de glicose para dentro da célula por antagonizar os 
receptores GLUT4. Além disso, promove a redução da formação de triglicerídeos, por 
meio da diminuição do metabolismo da glicose e da produção de lipídeos.
1.9.2 Ativação da lipogênese
A hidrólise dos triglicerídeos em ácido graxo e glicerol está ligada à ação de 
enzimas chaves, como o HS lípase, contida nos adipócitos.
Atualmente, a enzima lípase hormônio‑sensível é ativada pela fosforilação, a 
qual é estimulada pela proteína cinase AMP cíclico‑dependente. A produção de 
AMP cíclico depende do sistema adenilciclase e de agente estimulante, como as 
catecolaminas.
Os ingredientes do adiporeguline que promovem a ativação da lipólise são:
 Foskolin: aumenta a concentração de AMP cíclico, influenciando a ação da 
HS lípase.
 Cafeína: inibe a fosfodiesterase, aumentando a meia‑vida do AMP cíclico, que 
promove seu aumento intracelular, resultando no aumento da lipólise.
 Genisteína: inibe as etapas finais da cascata lipídica, além de estimular o aumento 
da expressão dos canais de aquaporinas e acelerar a detoxificação celular.
1.10 Sistema de liberação por fosfolipídeos
Para agir com efetividade nos adipócitos, os ativos necessitam atingir seus alvos. No 
entanto, para alcançar o local de ação com efetividade, é necessário ter sistemas de libe‑
ração que garantam que o ativo chegue com eficácia, sem promover efeitos deletérios.
Os fosfolipídeos são moléculas naturais usadas por todas as células que permitem 
uma troca entre o meio intracelular e o meio extracelular.
Desse modo, moléculas anfifílicas, como a cafeína, quando combinadas com fos‑
folipídeos, penetram com uma eficácia superior na pele e em suas células. Sem este 
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c o s m e t o l o g i a a t u a l 107
veículo natural, moléculas hidrofílicas, como o aspartame, poderiam ser pressionadas 
para fora pela barreira cutânea. Da mesma maneira que o foskolin e a genisteína, 
que não são solúveis em formulações padrões, são disponíveis graças ao sistema de 
liberação promovido pelos fosfolipídeos.
Pode ser aplicado em forma de loções, cremes ou géis na região do corpo que 
tiver celulite ou gordura. (BIOTEC DERMO, 2012). 
1.11 Adipol 
O adipol é um complexo de extrato de hera, extrato de bile e um tensoativo es‑
pecial (éster polioxietilenoglicol do ácido tartárico). 
O extrato de bile é composto, principalmente, pelo ácido cólico, ácido taurocílico, 
pigmentos, lecitina, mucina, ácidos graxos neutros, nucleoproteínas, fosfatídeos, sais 
de cobre, ferro, magnésio, potássio e cálcio. O extrato de hera é rico em flavonoides 
(rutina, caempferol), taninos, ácidos orgânicos e saponinas (hederina, hederacosídeo). 
O éster tartárico de polioxietilenoglicol é um veículo de grande compatibilidade 
com os tecidos, e possui propriedades tensoativas adequadas para o tratamento de 
adiposidades e regiões comprometidas por congestionamento de fluidos. 
É descongestionante dos fluidos tissulares, carreador lipofílico, anti‑inflamatório, 
adelgaçante, lipolítico e com propriedades tensoativas, antilipêmicas e antiespasmó‑
dicas dos saponosídeos. 
Efeito anti‑inflamatório e ação na permeabilidade dos capilares devidos aos 
flavonoides. 
 O extrato de bílis possui propriedades tensoativas e lipolíticas particulares.
Indicado no tratamento de adiposidades localizadas, no tratamento da celulite e 
em formulações adelgaçantes. 
Adipol e Cellulinol são produtos complementares e devem ser usados associados 
nas preparações cosméticas anticelulíticas na concentração de 5% de cada produto 
(VIAFARMANET, 2012).
1.12 Água de Hamamélis 
 A Hamamélis virginiana (família Hamamelidaceae) é uma árvore nativa dos 
bosques úmidos dos Estados Unidos e Canadá, e foi levada para toda a Europa. As 
suas partes utilizadas são as cascas e as folhas. 
Os constituintes químicos da Hamamélis são: flobafenos, saponinas, mucilagens, 
resinas, ácidos graxos, flavonoides, quercetol, canferol e glicosídeos fevonoidicos do 
canferol hamamelitanino, ácido gálico, hamameloses livres óleos essenciais. 
A Hamamélis tem ação adstringente devido aos taninos que diminuem as secre‑
ções e protegem das infecções. Possui propriedades hemostáticas, anti‑hemorrágicas 
e descongestivas. Regulariza a circulação exercendo ação vasoconstritora periférica, 
agindo como vasomotor. 
Água de Hamamélis é uma água hidratante, refrescante e tônica. 
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Indicações: a água de Hamamélis é utilizada em produtos cosméticos para pessoas 
com pele mista e oleosa, em loções tônicas e adstringentes (VIAFARMANET, 2012). 
1.13 Água mãe cosmética 
É uma ionização livre, própria das soluções salinas, devido ao fato de que os íons 
não entrelaçados com as substâncias em estado coloidal têm uma disponibilidade maior, 
pois os elementos coloides se apresentam em formas de cristais (VIAFARMANET, 2012). 
 Água hipersalina.
 Origem marinha.
 100% natural.
 Teor salino aproximadamente sete vezes maior que a água do mar.
 Contém mais de 70 elementos da tabela periódica e em maior proporção que 
a água do mar.
 Produto tropical do Brasil.
 Composição semelhante ao plasma sanguíneo.
 Recupera o equilíbrio do organismo. 
Os principais solutos na água do mar são: 
 Potássio: melhora o fluxo dos nutrientes e outros minerais através das mem‑
branas das células pelo poder osmótico. 
 Magnésio: acalma a pele, ajuda na construção das células da pele, intensifica 
a vitalidade das células e acelera a cura. A ausência de magnésio provoca o 
processo de envelhecimento da pele. 
 Sódio: fornece energia para o metabolismo das células e ajuda na absorção de 
outros minerais pelo poder de osmose. 
 Cloro: regula a umidadedas células.
 Cálcio: acalma e ajuda com o equilíbrio dos minerais. 
 Bromo: ajuda no tratamento das doenças da pele de origem psicossomática. 
 Iodo: de ação antisséptica. 
 Hidrogênio: ajuda no processo de queratinização. 
 Ferro: contribui nos sistemas de enzimas e também é um condutor de hemo‑
globina e mioglobina. 
 Enxofre: de ação fungicida. 
Utilizada em medicina talássica ou talassoterapias: 
 A água mãe cosmética é utilizada para fins terapêuticos e curativos em bancos de 
mar e em clima marinho, juntamente com outros agentes naturais. A água mãe vem 
do grego thálassa (mar).
 Os efeitos da terapia talássica resultam de ações simultâneas ou combinadas 
dos referidos agentes que tendem a modificar as funções orgânicas, agindo 
sobre a saúde de modo durável. 
As águas mães possuem diferentes proporções de elementos que a água do mar, 
apresentando mais: 
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 Sulfatos.
 Magnésio.
 Cálcio.
 Potássio.
 Bicarbonatos.
 Sílicas e todos os demais elementos naturais. 
É utilizada para tratamento de dermatites e tonificação da pele (VIAFARMANET, 2012). 
1.14 Água thermal
A água thermal é classificada como a primeira água das Américas e a segunda 
do mundo em teor de enxofre. Adotando‑se as orientações seguida por Schaeffer 
(1923 apud VIAFARMANET, 2012), em seu estudo sobre as águas de Minas Gerais, 
as águas de São Pedro (Fonte Juventude) seriam classificadas como: água hipoter‑
mal, hipotônica, fortemente alcalina, cloretada, bicarbonatada, boratada, forte‑
mente sulfídrica e tiosulfurosa sódica. É uma composição única e perfeitamente 
adaptada às peles sensíveis. Sua qualidade é atribuída a algumas características:
 Preservative free, 100% natural, ação dermatológica comprovada, análises 
físico‑químicas e microbiológicas, coleta e envase especial de fonte hidromi‑
neral, esterilizarão pós‑envase. 
A água da Fonte Juventude pertence ao grupo das águas clorosulfurosas, do tipo 
das fontes de Uriage e Saint‑Honoré, na França, de Aix‑la‑Chapelle, na Alemanha, e 
de Sirmione e Tabiano, na Itália. 
A água thermal, sendo uma água mineralizante, contém principalmente elevado 
teor de sulfetos e proporciona absorção transcutânea do H2S. 
O enxofre apresenta ações biofisiológicas na pele como um anabólico, e é um 
dinâmico transportador do hidrogênio e do oxigênio. Antitóxico por sulfoconjugação. 
Trófico pela função glicogênica nos sistemas reticuloendotelial, endócrino e arterial. 
Antialérgico para a pele e mucosas. Antisséptico por ser microbicida e parasiticida. 
E antiescleroso agindo nos tecidos conjuntivos, fibrosos e arteriais. 
É indicada como tônico natural, melhorando significantemente quadros de acne, 
oleosidade excessiva e dermatites em geral (eczemas crônicos, atópicos ou neuroder‑
matite disseminada, eczemas ocasionais, dermatite seborreica nas suas várias formas 
clínicas, dermatoses fototóxicas e psoríase). 
Devido a sua capacidade nutritiva, melhorando as defesas da pele contra agressões 
ambientais, e ajuda na hidratação e revitalização celular. 
É utilizada para tratamentos de pele no geral, em cremes e loções, produtos para 
celulite e tratamento das rugas, unguentos e leite corporal. É também utilizada em 
gel e sais de banho, gel esfoliante, sabonete líquido, massagem drenante, hidratantes 
e máscaras, além de formulações de xampus, mousse, protetor solar e bronzeador 
(VIAFARMANET, 2012).
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1.15 Algowhite
Algowhite é o extrato concentrado da alga marrom Ascophyllum nodosum com 
propriedades clareadoras, esfoliantes e protetoras. Age por três mecanismos: clare‑
ando, esfoliando e atuando na proteção contra os radicais livres, deixando a pele 
mais branca, livre de manchas e com mais luminosidade.
Sua ação:
 Estimula a atividade enzimática endógena.
 Reduz a coesão entre os corneócitos.
 Promove turnover (renovação celular) epidérmico.
 Induz uma remoção celular natural e não irritativa.
 Possui maior seletividade pelas células hiperpigmentadas e 
hiperqueratinizadas.
 Efeito clareador.
 Inibe a tirosinase.
 Inibe o escurecimento da melanina já formada e estimula sua 
eliminação.
 Diminui a comunicação e a divisão celular dos melanócitos.
 Ação anti‑idade.
 Neutraliza radicais livres.
 Protege as membranas celulares.
 Previne o aparecimento de manchas senis.
 Estimula a síntese de proteínas (VIAFARMANET, 2012). 
1.16 Aloe vera
O gênero Aloe pertence à família do lírio, e abrange mais de duzentas espécies 
que crescem no deserto e em regiões subtropicais da África, América, Ásia e Europa. 
 Aloe vera é um dos vegetais mais nutritivos do mundo. É uma planta semitropical, 
com uma história longa e ilustrada desde os tempos bíblicos. Este superalimento foi 
descoberto pelos antigos egípcios, que cultivaram a maioria das variedades de Aloe 
que vemos hoje. 
Estudos mostram que a Aloe vera é uma mistura heterogênea de mais de 200 
componentes individuais. Contém vitaminas A, C e E, minerais, enxofre, cálcio, 
magnésio, zinco, selênio e cromo; também antioxidantes, aminoácidos, enzimas, 
esteróis, lignina e, o mais importante, polissacarídeos. Suas ações são:
Hidratação: ao penetrar profundamente nas três camadas da pele (derme, epi‑
derme e hipoderme), graças à presença de ligninas e polissacarídeos, a Aloe vera 
restitui os líquidos perdidos, tanto naturalmente como por deficiências de equilíbrio 
ou danos externos, reparando os tecidos de dentro para fora nas queimaduras (sol e 
fogo), fissuras, cortes, ralados, esfolados e perdas de tecidos. 
Os polissacarídeos da Aloe vera contêm hidrogênio e Ormus concentrados, que 
aumentam a hidratação das células epiteliais. O hidrogênio cria a hidratação. E os 
compostos de Ormus aceleram a cura, diminuem o envelhecimento e ajudam no 
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rejuvenescimento das articulações. Os polissacarídeos também podem estimular a 
produção de colágeno, que retém a umidade, resultando em uma pele de aparência 
mais jovem. 
O enxofre contido na Aloe vera apresenta‑se em formas similares ao DMSO (di‑
metilsulfóxido) e a seu parente químico importante, o MSM (metilsulfonilmetano). 
Essas duas formas de enxofre são eficientes para hidratar tecidos secos e rígidos (com 
perda de colágeno, com rugas, endurecimento dos órgãos etc.), restaurando assim a 
irrigação, a elasticidade e a flexibilidade. 
A Aloe vera age inibindo a dor por meio de dois fatores: um porque interrompe a 
condução dos impulsos pelos receptores da dor, e o outro porque possui ação anti‑
‑inflamatória.
Ação anti‑inflamatória: a Aloe vera tem uma ação similar a dos esteroides, como 
a cortisona, mas sem seus efeitos colaterais, por isso, é útil em problemas como 
bursites, artrites, lesões, golpes, mordida de insetos e outros. E é um ótimo produto 
para combater infecções crônicas da bexiga. 
Aloe vera e a pele: a Aloe vera auxilia o restabelecimento do equilíbrio fisioló‑
gico, com ação regeneradora, tônica e emoliente, agindo diretamente nas diferen‑
tes camadas da pele. Devido à sua ação enzimática, proporciona grande poder de 
penetração, nutrição, e é ideal para o crescimento e reprodução celular, auxiliando 
o organismo no constante processo de desintoxicação. Por meio desta ação, o pro‑
cesso de penetração nas células aumenta, contribuindo para a remoção de células 
mortas. Consequentemente, os poros ficam limpos, permitindo uma absorção maior 
de oxigênio vital à regeneração celular. 
Trabalhos divulgados recentemente apresentam o extrato de Aloe vera como poten‑
cializador da absorção da vitamina C pela pele, melhorando assim sua biodisponibilidade 
e concentração nas camadas mais profundas, com melhores resultados terapêuticos. 
A Aloe vera estimula a circulação sanguínea, aumentando a tonicidade da pele. 
Os nutrientes contribuem para manter a elasticidade dos músculos, produzindo 
flexibilidade,tonificação, hidratação e proteção à pele. Sua ação adstringente torna 
a pele firme, mantém a umidade natural dela, o pH balanceado e confere melhor 
tonicidadea ela.
A Aloe vera possui efeitos energéticos e nutritivos, pois contém vários aminoáci‑
dos formadores de proteínas, além de minerais indispensáveis para o funcionamento 
do metabolismo e da atividade celular. Alguns minerais que a Aloe Vera possui são: 
cálcio, fósforo, cobre, ferro, manganês, potássio e sódio.
A Aloe vera em pó tem sido usada topicamente para tratar: a acne, alergias da 
pele, artrite (pode ser observado alívio da dor apenas com aplicação tópica), câncer 
de pele, cicatrizes, eczemas, escoriações, estrias, feridas causadas por urtiga, he‑
morroida, infecções causadas por estafilococos, infecções da pele, rugas, manchas, 
manchas marrons, pé de atleta, picadas de insetos, pruridos, psoríase, queimadura 
por água‑viva, queimadura de sol, toxicodendro, varizes e ferimentos. 
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É utilizada em fórmulas de cremes e loções, filtros solares e produtos pós‑sol, 
loções pós‑barba, produtos antienvelhecimento, sabonetes, xampus, condicionadores, 
tinturas e tônicos capilares (BIOTEC DERMO, 2012).
1.17 Alpha beta peel 
Associação única de alfa e beta‑hidroxiácidos com glicosaminoglicanas. 
O alpha beta peel é uma mistura composta por alfa‑hidroxiácido (ácido mandélico) 
e beta‑hidroxiácido (ácido salicílico), em concentrações balanceadas, desenvolvido 
para uso em forma pura, no consultório médico, como peeling superficial nas pa‑
tologias em que se deseja a renovação de toda a camada epidermal, ou em forma 
diluída, pelos pacientes em casa. 
Composição:
Ácido mandélico — 35% 
Ácido salicílico — 5% 
Glicosaminoglicanas — qsp 
As propriedades do alpha beta peel são as mesmas dos seus componentes isolados, 
com a vantagem de ter glicosaminoglicanas que modulam a sua ação.
Quadro 1.1 Propriedades do alpha beta peel
Ácido Mandélico Ácido Salicílico
Atividade cosmecêutica (sendo um AHA) Antiacneico com ação comedolítica
Atividade antibacteriana
Reduz o número de microcomedões e 
combate a obstrução de folículos sebáceos
Supressão da pigmentação irregular Esfoliante
Eficaz no tratamento da acne inflamatória não cística Eficaz no tratamento da acnes vulgaris
Rejuvenescimento da pele fotolesada Hiperpigmentação pós‑inflamatória
Preparação da pele para o peeling com laser Melasmas
Peles oleosas e ásperas
Fonte: Viafarmanet (2012).
Indicado para o tratamento de:
 Acne: por possuir atividade antimicrobiana + ação comedolítica, 
sua ação no tratamento da acne é muito eficaz. Por conter o 
beta‑hidroxiácido lipossolúvel, apresenta potente ação come‑
dolítica, promovendo desobstrução de folículos pilo‑sebáceos. 
 Fotoenvelhecimento: sendo uma mistura de dois ácidos com 
eficácia no tratamento das peles fotolesadas e com pigmentação 
irregular científica e clinicamente comprovada, o alpha beta peel 
é muito eficaz no tratamento da pele fotolesada. 
 Melanoses, inclusive as residuais.
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 Hiperpigmentações, inclusive as pós‑inflamatórias, assim como 
no tratamento do melasma e da pigmentação irregular. Ambos os 
ácidos são eficazes, conforme relatam os estudos científicos. Seu 
uso também é indicado no tratamento dos pacientes com foto‑
tipo V e VI, os que apresentam certas dificuldades no tratamento. 
 Rugas finas: por promover ação esfoliante, reduz a espessura do 
estrato córneo, promovendo suavização das linhas de expres‑
são e redução da profundidade das rugas (GOMES; DAMAZIO, 
2009, p. 191).
1.18 Alpha-arbutin 
Alpha‑arbutin é um ingrediente ativo puro, biossintético, um despigmentante 
com um grande diferencial que clareia e promove um tom uniforme em todos os 
tipos de pele. 
Atua bloqueando a biossíntese epidermal da melanina, por meio da inibição da 
oxidação enzimática da tirosina, a DOPA. 
 Estruturalmente, o alpha‑arbutin é um alfa‑glucosídeo. A ligação alfa‑glucosídeo 
oferece estabilidade e eficácia maior que a forma beta, no beta‑arbutin. Isto leva a 
um ativo clareador da pele que atua de forma mais rápida e eficaz que os compo‑
nentes únicos existentes, minimizando as manchas já existentes e reduzindo o grau 
de bronzeamento da pele após exposição UV. 
Eficácia: inibição da tirosinase. O alpha‑arbutin exibe uma impressionante inibi‑
ção da tirosinase em células lesadas comparadas ao beta‑arbutin. 
Utilizado em cremes, loções, produtos solares. 
Não é indicado para mulheres grávidas ou lactantes (VIAFARMANET, 2012). 
1.19 Aminoácidos da seda
A seda tem sido secularmente empregada na fabricação de tecidos como a mais 
nobre fibra de origem animal que o homem utilizou na confecção de seu vestuário. 
A seda é uma fibra extracelular produzida por uma variedade de animais, porém, 
a seda mais comum comercialmente provém de um inseto da ordem Lepidoptera, o 
Bombyx mori, conhecido como bicho‑da‑seda, que através das glândulas sericígenas, 
segregam um fio com um comprimento de até 2000m, que formará o casulo. Esta fibra 
natural é constituída por uma estrutura polimérica proteica, denominada fibroína, 
revestida de sericina, um material ceroso. 
Os principais aminoácidos que constituem as moléculas de fibroína são glicina, 
alanina, tirosina e serina.
As proteínas hidrolisadas da seda são obtidas da hidrólise de fibras puras de seda. 
É principalmente a estrutura fibrosa da fibroína que confere à seda 
as propriedades conhecidas, que faz dos aminoácidos da seda um 
produto de qualidade premiada: brilho, maciez, luminosidade, 
combinadas com excelente força e elasticidade. 
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A aplicação cosmética das proteínas hidrolisadas da seda estão 
associadas com a composição em aminoácidos. A fibroína é uma 
proteína de alto peso molecular e insolúvel, que consiste de 70% 
de glicina e alanina. 
Através da hidrólise, ela é dividida em peptídeos solúveis em água. 
Estas proteínas hidrolisadas têm todas as propriedades da proteína 
inicial, e ao mesmo tempo, possuem considerável capacidade de 
penetração na pele e no cabelo.
Esta capacidade torna‑as especialmente recomendáveis quando 
é desejado aumentar características estéticas e físico‑mecânicas, 
como a força elástica e prolongamento na quebra dos cabelos. 
Os aminoácidos da seda formam um filme nos cabelos, protetor 
contra os agentes externos, enquanto sua ação penetrante o ali‑
menta, o que proporciona benefícios como grande brilho, maciez, 
estilo, volume e força. 
Na pele, dá um toque suave e sedoso, além de manter a umidade 
natural (CÓSMICA, 2008, p. 1). 
 Quadro 1.2 Composição média dos aminoácidos
GLICINA 44,60%
ALANINA 25,6%
SERINA 11,83%
TIROSINA 5,43%
VALINA 2,36%
ÁCIDO ASPÁRTICO 1,59%
ÁCIDO GLUTÂMICO 1,13 %
ISOLEUCINA 0,64 %
LEUCINA 0,53%
ARGININA 1,94%
PROLINA 0,49%
LISINA 0,71%
HISTIDINA 0,53%
FENILALANINA 1,56%
 Fonte: VIAFARMANET (2012).
Os aminoácidos da seda podem ser usados em xampus, condicionadores, tra‑
tamento de cabelos danificados, cremes ou loções corporais, maquiagem líquida, 
máscara para cílios, sabonetes, tinturas capilares e alisantes (VIAFARMANET, 2012).
1.20 Argilas thermais cosméticas 
A capacidade de alcançarmos resultados favoráveis em procedimentos estéticos 
está intimamente ligada a sua relação com a Natureza, ao conhecimento que possu‑
ímos dos recursos por ela oferecidos para curar, hidratar, reconstituir, desintoxicar, 
revitalizar, equilibrar ou qualquer outra ação que se proponha. 
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Composição: as argilas são complexos de minerais alumínio‑silicatados, de di‑
mensões microscópicas e formatos laminares, alternando‑se com moléculas de água 
e com outros elementos. Estas características explicam suas inigualáveis propriedades 
terapêuticas relacionadasà ação facilitadora de trocas calóricas, líquidas e iônicas. 
Com base em critérios crenológicos e de uso em estética aplicada, são argilas bra‑
sileiras com granulações especialmente esfoliantes, composições bem definidas aos 
usos estéticos e esterilizadas. 
 Produto 100% natural. 
1.20.1 Argilas
Branca — nome INCI: Kaolin, Bentonite and Silica. 
Com maior quantidade em alumínio (Al) — Caolinita. É indicada para peles mais 
sensíveis e desidratadas, possui ação clareadora. 
Dourada — nome INCI: Bentonite, Kaolin and Silica. 
Com maior quantidade em sílica (Si) — Bentonita. Mais plástica e untuosa. Indi‑
cada para peles maduras e cansadas, e com ação tonificante. 
Preta — nome INCI: Montmorillonite, Kaolin, Bentonite and Silica. 
Com maior quantidade de matéria orgânica e enxofre, é mais ácida e é indicada 
para peles oleosas, com ação antisseborreica e antioxidante.
Verde — nome INCI: Montmorillonite, Bentonite and Silica. 
Com maior diversidade em elementos — Montmorilonita. Indicada para peles 
normais a oleosas, com ação tonificante, adstringente e estimulante. 
Propriedades das argilas sobre a pele: limpeza, esfoliantes, peeling biológico 
— sua ve, clareadora, adstringente (excesso de oleosidade e seborreia); hidratante, 
Tensora: lifting, absorvente, desintoxicante, depurativa, antioxidante, cicatrizante, 
anti‑inflamatória, antisséptica, nutritiva, tonificante, revitalizante, ativadora da cir‑
culação sanguínea. 
Indicações para uso corporal: para redução de medidas, celulite, flacidez à depu‑
rativa e desintoxicante. Promove a lipólise e aumenta a permeabilidade dos elementos 
e oligolementos. Devem ser aplicadas em camadas mais espessas, preferencialmente a 
38°C, e em compressas, unguentos e em banhos (misturados com água thermal H2OS).
Indicações para uso terapêutico: com efeitos relaxantes e revigorantes, além de 
finalidades terapêuticas em reumatismo, celulite e dermatites. Desta maneira, deve 
ser aplicada por profissionais com conhecimentos.
Indicações para uso em podologia: para tratamentos de pé de atleta, frieiras, 
unheiro, transpiração excessiva, rachaduras e descamação dos pés. 
Indicação para uso capilar: no couro cabeludo tem ação antioleosidade, sebor‑
reguladora, ativadora da microcirculação e estimulante do crescimento dos fios. 
Deve ser aplicada em camadas mais grossas e sobre o couro cabeludo, recobrindo 
os cabelos (VIAFARMANET, 2012). 
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1.21 Argireline
É um hexapeptídeo modulador da tensão muscular facial com atividade redutora 
de rugas e linhas de expressão, de forma natural e não invasiva. Alternativa à toxina 
botulínica e sem injeções, portanto, não é um tratamento dolorido. 
Assim como a toxina botulínica, a argireline ou argirelina age na terminação 
nervosa, reduzindo a liberação de neurotransmissores na junção neuro‑muscular, 
evitando que o músculo se contraia, prevenindo e reduzindo, assim, as linhas e rugas 
de expressão (causadas por movimentos repetitivos), mais especificamente as rugas 
ao redor dos olhos, lábios, nariz e testa.
Não altera a função dos músculos de expressão facial, mantendo a expressão 
natural da face, além de deixar a pele elástica e hidratada (ESTÉTICA NA WEB, 2010). 
1.22 Ascorbosilane C
O ascorbolisane C associa as propriedades cosméticas do ácido ascórbico (vita‑
mina C) às dos silanóis. A aplicação tópica do ascorbosilane C aumenta a proteção 
proporcionada pelos mecanismos de defesa da pele, além de participar da biossín‑
tese da hidroxiprolina (precursor de colágeno), proteoglicanas e carnitina. Por ser 
uma molécula estável, por apresentar tolerância cutânea perfeita e possuir atividade 
biológica acentuada, este ativo é recomendado para a incorporação em produtos 
cosméticos, tais como cremes emulsões, leites e géis, além de ser compatível com 
uma vasta gama de matérias‑primas e princípios ativos. 
1. Ação localizada
A molécula de ascorbato de silanol é acoplada a um polissacarídeo de alto peso 
molecular — a pectina —, para melhor estabilidade e ação localizada no nível da 
epiderme.
2. Ação hidratante
A estrutura química dos silanóis e sua habilidade de espontaneamente unir as 
ligações de hidrogênio com as hidroxilas das moléculas circundantes favorecem um 
alto teor de água.
Os silanóis são, consequentemente, hidratantes “biológicos” que atuam sobre:
 a normalização do metabolismo celular;
 o aumento do número de aminoácidos polares na elastina, os quais são indi‑
retamente responsáveis pela hidratação das proteínas;
 a pectina mantém certa hidratação a nível cutâneo, por meio da retenção de 
água.
3. Ação sobre o envelhecimento cutâneo e sobre a síntese de colágeno
O ácido ascórbico é essencial para o metabolismo celular porque participa das 
reações oxirredutoras. Ele participa de vários mecanismos bioquímicos, tais como:
 transporte de elétrons e hidrogênio;
 síntese de colágeno e reações de hidroxilação;
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 biossíntese da carnitina e da catecolamina;
 catabolismo da tirosina e da fenilalanina;
 metabolismo da histamina;
 cinética de íons metálicos;
 interação com radicais livres.
4. Prevenção da peroxidação lipídica e destruição dos radicais livres
Os silanóis possuem uma grande afinidade com a membrana celular, o que irá po‑
tencializar o efeito redutor do ácido arcórbico. Eles irão combater a formação de radicais 
livres, que possuem efeitos citotóxicos sobre as proteínas, proteoglicanas celulares e DNA.
Tem ainda ação protetora sobre a membrana celular por capturar os radicais livres.
5. Efeito varredor
Tem ação sobre a melanogênese: a síntese da melanina inicia‑se com uma oxidação 
da tirosina e do DOPA; estas reações necessitam de oxigênio e da atividade de uma en‑
zima, a tirosinase. Esta enzima depende do cobre, o que significa que é ativa quando o 
íon cobre está em um estado de oxidação +1 e inativo em um estado de oxidação +2. O 
ácido ascórbico em baixa concentração reage mais facilmente com o cobre, estimulando 
a melanogênese. Enquanto que, quando há algum excesso deste ácido, sua reatividade 
com o oxigênio evita a reação oxidativa necessária para a síntese da melanina. 
Utilizada para todos os tipos de manchas da pele, para peles oxidadas, fotoen‑
velhecidas ou de fumantes. Pode ser usado para qualquer tipo de pele ou disfunções 
estéticas (BIOTEC, 2012). 
1.23 Avena eyes
Avena eyes é um complexo de extratos vegetais rico em ácido retinoico e vitamina C de 
fontes vegetais com proteínas, ácidos graxos essenciais, flavonoides, açúcares e minerais. 
Apresenta propriedades hidratantes, umectantes, regeneradoras da pele e emo‑
liente, sendo um ativo cosmético multifuncional altamente interessante para o uso 
em produtos anti‑idade, em especial para aplicação na área dos olhos. 
É rico em rosa‑mosqueta, extrato vegetal que traz o interessante ácido retinoico. 
A rosa‑mosqueta possui ação regeneradora do ácido retinoico sem efeitos adversos. 
É rico também em extrato de damasco (Prunus armeniaca) e de pólen, que contém 
frações de flavonoides, proteínas, açúcares, minerais, vitamina C e outras vitaminas. 
Esta composição auxilia no reparo cutâneo, fortalecimento de vasos sanguíneos, 
reposição de micronutrientes e estímulo da atividade celular. 
Propriedades:
1. Avena sativa — aveia 
 Proteínas, lipídios, ácido pantotênico, ácido salicílico e enzimas. Estimula 
a síntese de colágeno, promovendo a redensificação dérmica. Possui ação 
hidratante e emoliente. Fortalece os vasos, com o intuito de prevenir a 
eritrodiapedese e as olheiras. 
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 Oligoelementos: vitaminas A, B1, B2, PP, D, K, boro, iodo, cálcio, fósforo, 
potássio, magnésio, cobalto, zinco, manganês, alumínio, sódio e ferro. 
 Apresenta também um hormônio semelhante à foliculina, com ação estrogênica . 
2. Prunus armeniaca — damasco 
 Vitamina C, açúcares e proteínas.3. Rosa canina — rosa‑mosqueta 
 Vitamina C, ácidos graxos essenciais e ácido retinoico.
 Estudos demonstram sua ação regeneradora cutânea, auxiliando na ate‑
nuação de cicatrizes e rugas, prevenindo o envelhecimento prematuro e 
devolvendo a tonalidade natural da pele. O óleo da rosa‑mosqueta produz 
todos os benefícios do ácido retinoico, mas sem seus efeitos secundários, 
devido ao seu conteúdo de ácidos graxos essenciais. 
4. Pólen 
 Proteínas, aminoácidos essenciais, vitaminas A, C, D, K e complexo B, 
carotenoides, minerais, ácido nicotínico e ácido pantotênico, flavonoides 
(quercetina), lipídios e enzimas. 
Indicações:
 Tratamento das peles envelhecidas.
 Tratamento de olheiras.
 Tratamento de rugas ao redor dos olhos.
 Tratamento facial e corporal das peles ressecadas.
 Auxiliar na manutenção da integridade cutânea (VIAFARMANET, 2012). 
1.24 Bio arct
É uma biomassa marinha originária de uma 
alga vermelha encontrada nos mares gelados do 
Mar Ártico. Especialmente no inverno, um dos 
principais constituintes desta alga é o dipeptídeo 
citrulil‑arginina, rico em nitrogênio, represen‑
tando cerca de 7% do extrato seco.
É uma planta padronizada originária da águas 
gelas do Mar Ártico. Selecionada sob condições 
controladas de frio intenso e pouca luminosidade, 
nas quais é possível a padronização dos principais 
constituintes: a taurina, cytrulyl‑arginina e o floridosídeo. Possui propriedades detoxifi‑
cante, bioenergizante celular, antioxidante e de ação hidratante fisiológica. O produto 
é higroscópico, portanto necessita de cuidados especiais no seu armazenamento e 
manipulação.
Muito utilizada em suplemento alimentar (BIOTEC, 2012). 
Para você saber um pouco mais 
sobre princípios ativos e tratamen-
tos estéticos, acesse o link <http://
esteticanaweb.com.br/consumi-
dor/default.aspx>, e realize uma 
pesquisa seguida de uma análise 
sobre os dados encontrados.
Saiba mais
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c o s m e t o l o g i a a t u a l 119
1.25 Biosome DMAE 
Biosome DMAE é a dispersão aquosa de DMAE, também conhecida como Dimetil 
Amino Etanol. Suas moléculas são encapsuladas em esferas fosfolipídicas, também 
conhecidas como lipossomas, que potencializam seu transporte e a absorção dos 
princípios ativos por meio da pele por sua afinidade com os fosfolipídios cutâneos. 
Em verdade, as estruturas dos lipossomas mimetizam a barreira fosfolipídica do extrato 
córneo, atravessando‑o e levando os ativos para além da epiderme. 
Seus benefícios:
Bioenergizante mitocondrial: aumenta a síntese de NO endógena, estimula a 
síntese de ATP na mitocôndria, protege a pele durante condições extremas, estimula 
as defesas naturais da pele, fornece o dipeptídeo citrulil‑arginina, que é a forma mais 
biodisponível do aminoácido arginina, melhora o fluxo sanguíneo e consequente 
ajuda no rejuvenescimento sistêmico, possui ação anti‑inflamatória, apresentando 
atividade equivalente Pa hidrocortisona, agente detoxicante e protetor do DNA pela 
ação da taurina.
DMAE é Dimetilaminoetanol, uma substância natural largamente encontrada em 
peixes, especialmente salmão, usada há anos pela medicina alopática para melhorar a 
memória dos pacientes. Afortunadadamente, médicos e usuários perceberam ao longo 
dos anos um enrijecimento da musculatura do pescoço quando da administração oral 
de DMAE, estimulando o interesse dos cientistas pela sua aplicação dermatológica. 
Testes atuais comprovam que DMAE age nas fibras musculares, provocando seu en‑
durecimento e promovendo menos flacidez, pele mais esticada e, consequentemente, 
menos rugas. 
O Citrato de DMAE é o ingrediente ativo do Biosome DMAE e não se sabe ao certo 
seu mecanismo na pele. Em seu livro, O fim das rugas, o doutor Nicholas Perricone, 
médico dermatologista norte‑americano e professor de Dermatologia da Yale Medi‑
cal School, faz referência (sem comprovações científicas) sobre a possibilidade de o 
DMAE atuar estimulando a liberação do neurotransmissor acetilcolina, que, por sua 
vez, estimularia os músculos da face, ocasionando um efeito tensor na pele. O DMAE 
acabou sendo comparado à toxina botulínica, já que ambos agem no músculo, mas 
o DMAE provoca tensão e enrijecimento dos músculos, enquanto a toxina provoca 
o bloqueio da contração muscular. 
É indicado na formulação de produtos anti‑idade, no combate às rugas (rosto) e 
em produtos corporais utilizados no tratamento da flacidez em geral. Pode ser usado 
via oral (VIAFARMANET, 2012).
1.26 Bromelina 3000 
A bromelina foi introduzida como composto terapêutico em 1957. É uma substân‑
cia natural, não agressiva ao metabolismo humano, classificada como de toxicidade 
muito baixa. 
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A sua associação a outros princípios ativos melhora a absorção de vários medi‑
camentos, o que implica em economia na dose terapêutica necessária e no desgaste 
que o organismo sofre durante um tratamento com medicamento. 
Existe uma crescente demanda da bromelina como suplemento para atletas (ma‑
ratonistas, ciclistas e triatletas), pois ela evita a dor muscular tardia. 
A bromelina também é utilizada na indústria de alimentos e amaciamento de 
carnes vermelhas, na produção de pães e biscoitos a partir de farinhas de trigo de 
alto teor proteico, na produção de ovos desidratados, na preparação de leite de soja 
e isolados proteicos; na cervejaria, para hidrolizar complexos proteína‑taninos, for‑
mados durante a fermentação que, se presentes na cerveja, tornam‑se insolúveis e 
formam turvações quando gelada (ISAUDE.NET, 2008, p. 1). 
A bromelina é uma mistura de enzimas proteolíticas existente no abacaxi (cascas 
e hastes frutíferas) de alto peso molecular capaz de ser absorvida pelo trato gastrin‑
testinal, produzindo ações anti‑inflamatórias e antiexsudativa, podendo apresentar 
efeitos anticoagulantes e inibição na agregação plaquetária (ISAUDE.NET, 2008, p. 1). 
Os principais usos terapêuticos da bromelina estão associados à inibição da 
agregação plaquetária, atividade fibrinolítica, ação anti‑inflamatória e antitumoral, 
modulação de citocinas e da imunidade, propriedade debridante de pele, aumento 
da absorção de outras drogas, propriedades mucolíticas, facilitador da digestão, ace‑
lerador da cicatrização e melhora da circulação e sistema cardiovascular. 
 É utilizada em forma de creme ou gel para eliminar a camada córnea da pele, 
além de ser utilizada na indústria alimentar e têxtil (VIAFARMANET, 2012).
1.27 Cafeína 
 A cafeína, quimicamente conhecida como metilxantina, é um estimulante em 
todos os níveis do SNC, mas seus efeitos corticais são mais leves e de menor dura‑
ção que os das anfetaminas. Em doses maiores, estimula os centros medulares, vaga, 
vasomotor e respiratório, o que provoca bradicardia, vasoconstrição e aumento da 
frequência respiratória. Estudos mais recentes indicam que a cafeína pode exercer 
efeitos fisiológicos antagonistas em nível dos receptores centrais da adenosina. A 
absorção gastrintestinal é boa. A ligação proteica é baixa. A biotransformação é he‑
pática, dando origem à paraxantina, teobromina (10%) e teofilina (4%). É eliminada 
por via renal, principalmente como metabólito. 
É conhecida por seu efeito estimulante no sistema nervoso central, promovendo 
aumento do estado de alerta no cérebro. Porém, em vista de sua utilidade prática, em 
formulações dermatológicas e cosméticas, é usada no combate às lipodistrofias e vem 
sendo sistematicamente introduzida em formulações por via tópica, especialmente 
no combate à celulite. Sob o enfoque de seu potencial de aplicação em preparados 
cosméticos e dermatológicos, a propriedade específica da cafeína, que fundamenta 
tal modalidade de aplicação, repousa sobre seu efeito de inibir a enzima fosfodieste‑
rase. A inibição da fosfodiesterase promove elevação nos níveis de AMP cíclico que 
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incrementa o processo de hidrólise dostriglicérides armazenados nos adipócitos da 
região de aplicação do produto à base de cafeína. 
Suas ações sobre o SNC ocorrem primordialmente sobre os principais centros 
superiores do cérebro, decorrendo dessa atuação um estado de alerta e de atividade 
mental aumentada (VIAFARMANET, 2012). 
1.29 Cavalinha
Equisetum giganteum L. é um subarbusto ereto, perene, rizomatoso, com haste 
de cor verde, oca e monopodial, com numerosos ramos que partem dos nós dos 
verticilos, de textura áspera ao tato pela presença de silício em sua epiderme, de 
80 ‑ 160cm de altura. As folhas são verticuladas e reduzidas a pecíolos soldados que 
formam uma bainha membranácea. A haste fértil tem no ápice uma espiga oblonga 
e escura que contém grande quantidade de esporos. Multiplica‑se tanto por rizomas 
como por esporos (LORENZI, 2002 apud BIOTEC, 2012). 
É nativa de áreas pantanosas de quase todo o Brasil, sendo amplamente utilizada 
na medicina caseira de longa data em toda a América do Sul, inclusiva no Brasil, 
especialmente nas regiões Sul e Sudeste, sendo praticamente desconhecida do Nor‑
deste (LORENZI, 2002 apud BIOTEC, 2012).
A cavalinha extrato seco deve apresentar mínimo de 2% de flavonoides totais. 
Outros princípios ativos presentes na cavalinha pó são: compostos solúveis de silí‑
cio, taninos, saponinas (equisetonina), flavonoides (isoquercetina, equisetrina e canfe‑
rol), alcaloides (nicotina, palustrina e outros), vitamina C e minerais (Ca, Mg, Na, F, Mn, 
S, P, Cl, K etc.). Tem ação diurética, hemostática, anti‑inflamatória e remineralizante. 
O amplo emprego dessa planta nas práticas caseira da medicina popular e na 
indústria de fitoterápicos é motivo suficiente para sua escolha como tema de estudos 
químicos, farmacológicos e clínicos, inclusive teses, visando completar sua validação 
como medicamento eficaz e seguro. 
Indicadada como diurética e como suplemento remineralizante (BIOTEC, 2012).
1.30 Celulinol 
Celulinol é uma associação de um éster do ácido salicílico (salicilamida) em 
polioxietileno indicado para formulações de uso tópico. 
Possui alto poder de penetração cutânea associada às propriedades anti‑infla‑
matórias, descongestionantes, adstringentes, queratolíticas, amaciantes da camada 
queratinizada, absorvedoras da radiação ultravioleta, dos ésteres do ácido salicílico, 
sem possuir o inconveniente do seu odor. 
Indicado como coadjuvante no tratamento da celulite, paniculoses, lipoescleroses, 
fibroedemas e adiposidades. 
Associações recomendadas com efeito sinérgico: adipol, fator antilipêmico. 
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Adipol e celulinol são produtos complementares e devem ser usados associados 
nas preparações cosméticas anticelulíticas na concentração de 5% de cada produto 
(VIAFARMANET, 2012).
1.31 Chá-verde pó 
Nome popular: Chá da Índia e Chá‑verde, no Brasil; Te, em espanhol; Green tea, 
Black Tea em inglês. 
Princípios ativos: 
Bases xantínicas: compostas basicamente por cafeína e teofilina; protoantocianidi‑
nas; Flavonoides: O‑heterosídeos de flavonóis e flavonas, C‑heterosídeos de flavonas, 
epicatecol, epigalocatecol e seus ésteres gálicos; óleo essencial; taninos catéquicos; 
vitaminas do grupo B; sais minerais; polifenóis (+) catequina, galato (‑) catequina, 
galato (‑) epicatequina, (+) galocatequina, (‑) epicatequina, galato (‑) galocatequina 
(‑) epigalocatequina, ácido gálico. 
O chá‑vede é originária da Ásia continental e Indonésia, e cultivada na Índia e 
China, entre outros grandes produtores. 
Vem sendo utilizado há milhares de anos pelos habitantes do Oriente em ceri‑
mônias e nas refeições diárias. 
Nos últimos 30 anos, muitos trabalhos têm sido publicados sobre o chá verde, 
confirmando a atividade farmacológica já conhecida há séculos pela população 
oriental. Foi demonstrado que esta planta é rica em polifenóis, que apresentam inú‑
meras ações farmacológicas. As folhas e os botões são utilizados na fabricação de 
chás popularmente conhecidos. 
As bases xantínicas apresentam uma ação diurética e tônica‑estimulante, que é 
bem mais suave que a exercida pelo café, apresentando um efeito mais prolongado. 
Esta ação se dá pela da inibição enzimática da fosfodiesterase, que gera um aumento 
de AMP cíclico e, desta forma, tem‑se maior atividade catecolaminérgica. 
No campo da cosmetologia, trabalhos relacionados com a propriedade foto‑
protetora do chá‑verde contra os efeitos adversos dos raios UV em camundongos e 
modelos de pele humana foram realizados principalmente pelo fato de o chá‑verde 
possuir pronunciada atividade antioxidante, anti‑inflamatória e anticarcinogênica. 
Topicamente é utilizada para reduzir as gorduras localizadas e auxiliar no ema‑
grecimento. Em homeopatia, é indicada para palpitações, dispepsia e na sensação 
de fraqueza no epigástrico. 
Pode haver o aparecimento dos seguintes efeitos secundários: nervosismo, insô‑
nia, taquicardia. Os taninos podem provocar moléstias gástricas, náuseas e vômitos, 
principalmente em infusões concentradas (BIOTEC, 2012). 
1.32 Clorela pó 
A clorela é uma alga unicelular, encontrada espontaneamente em tanques e lagos, com 
grande habilidade para realizar a fotossíntese. Foi descoberta pelos japoneses, tradicio‑
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nais consumidores de algas, que a apreciam e a utilizam como complemento alimentar. 
Relatam uma sensação de bem‑estar e aumento de energia após um curto período de uso. 
A clorela apresenta um elevado valor nutritivo. Em 100g contém uma média de: 
 Quadro 5.1 Aminoácidos 
Isoleucina 2,34g
Leucina 4,89g
Lisina 3,05g
Fenilalanina 3,03g
Tirosina 1,93g
Metionina 1,38g
Cisteína 0,61g
Treonina 2,76g
Triptofano 1,20g
Valina 3,60g
Arginina 3,48g
Histidina 0,98g
Alanina 4,58g
Ácido aspártico 5,26g
Ácido glutâmico 5,83g
Glicina 3,31g
Prolina 2,47g
Serina 2,20g
Lipídeos 5 a 15g
Proteínas 50 a 70g
Fibras 2,8%
Carboidratos 18,5%
 Fonte: Viafarmanet ( 2012).
 Quadro 5.2 Vitaminas, sais minerais e outros componentes
Ácido fólico 3 ‑ 10mg 
Ácido nicotínico 10 ‑ 35mg 
Ácido pantotênico 2,5mg 
Betacaroteno 100 ‑ 300mg
Cálcio 377mg 
Celulose 2 ‑ 6 g 
Clorofila 1 ‑ 3 g 
Colina 60 ‑ 165mg 
Fator de crescimento da clorela 2000 ‑ 6000mg 
Faseolamina 6 ‑ 21mg 
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Ferro 185mg 
Fósforo 1170mg 
Magnésio 284mg 
Potássio 952mg 
Sódio 15mg 
Vitamina B1 1 ‑ 3,5mg 
Vitamina B2 3 ‑ 6,5mg 
Vitamina B6 1 ‑ 4mg 
Vitamina B12 0,2 ‑ 0,5mg 
Vitamina C 20 ‑ 55mg 
Vitamina E 12 ‑ 35mg 
Vitamina H 3 ‑ 25mg 
Xantofila 278mg
 Fonte: Viafarmanet ( 2012).
O fortalecimento do organismo e a ativação da função celular são motivados pelo 
uso da clorela. Devido à existência de substâncias que contribuem na eliminação da 
acidez sanguínea, a clorela promove o bom funcionamento do organismo. 
 O polissacarídeo ácido, chlon‑A purificado do extrato da clorela, é considerado um 
preventivo de células cancerosas com propriedades de retardo de seu envelhecimento. 
Sua alta concentração em clorofila indica que possui capacidade desintoxicante, e 
auxilia no sistema digestivo. Pode ainda ser usado como auxiliar no controle da obe‑
sidade, promovendo uma sensação de saciedade quando ingerida antes das refeições, 
além de fornecer elementos normalmente ausentes nos regimes de emagrecimento. 
 A clorofila e o magnésio são transformados em elementos fundamentais para o 
sangue. O cálcio auxilia no tratamento de fraturas, enfraquecimento ósseo e osteo‑
porose. O alto teor em fósforo proporciona uma maior atividade cerebral. 
Também tem demonstrado excelentes resultados no combate à hipertensão e na 
redução dos níveis de colesterol e triglicérides. 
 A fácil digestibilidade e o alto índice de absorçãoda clorela devem‑se a um 
exclusivo sistema de desintegração da parede celular durante o processo de secagem 
dela (VIAFARMANET, 2012).
1.33 Coenzima Q-10 
A coenzima Q‑10 apresenta uma poderosa ação antioxidante. É uma substância 
química natural, produzida pelo organismo, mas tem sua produção reduzida após os 
30 anos de idade, quando o nutriente torna‑se essencial. É encontrada também por 
meios dietéticos (na carne de vaca, sardinha, espinafre e no amendoim). 
A CoQ10 é um nutriente ou agente terapêutico perfeito, devido à sua baixa toxici‑
dade e por não provocar perturbações maiores no metabolismo da CoQ10 endógena. 
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Apresenta efeitos extraordinários sobre o resultado do tratamento de uma série de 
graves condições mórbidas. 
Além disso, é um componente essencial da cadeia respiratória da mitocôndria, 
que na célula desempenha um importante papel na produção de ATP, principal fonte 
de energia celular. Pode ser considerada um nutriente de grande valia para pacientes 
com grave insuficiência, ajudando‑os em seu estado geral. A CoQ10 é necessária 
para o uso eficiente de oxigênio, controle do fluxo de oxigênio intracelular, diminui‑
ção da hipóxia e do impacto da isquemia sobre o coração em condições de aporte 
insuficiente de oxigênio. 
Também desempenha um papel antioxidante inespecífico na célula e pode dimi‑
nuir o dano potencial de radicais livres resultantes da peroxidação de ácidos graxos 
insaturados na célula. Tais propriedades biológicas se refletem em ganhos nutricionais 
e benefícios para as condições gerais de saúde. 
 A CoQ10 possui propriedades antienvelhecimento por possuir capacidade de 
melhorar o estado de energia das células e aumentar a eficiência da utilização do 
oxigênio (VIAFARMANET, 2012). 
1.34 Colágeno hidrolisado 
O colágeno é um dos tipos de fibras que fazem parte do tecido conjuntivo. 
Na realidade, é a proteína estrutural extracelular mais importante no tecido 
conjuntivo e dos ossos. As fibras de colágeno são sintetizadas pelos fibroblastos e 
auxiliam na formação de uma continuidade estrutural para manter unido um grupo de 
células no processo de formação dos vários tecidos. O colágeno por si só é de difícil 
absorção no trato gastrintestinal, resistindo algumas vezes até ao ataque químico. 
Portanto, a utilização do colágeno hidrolisado pó fornece ao organismo proteínas 
precursoras das fibras elásticas, com a absorção de aminoácidos adequados para a 
sua formação. É de origem animal (pele bovina). 
Indicado para prevenção de estrias, fortalecimento dos vasos sanguíneos, evitando 
a formação de varizes, além de atua como protetor capilar e antiflacidez.
 Quadro 5.3 Informações nutricionais
 Proteína Mínimo 90g 
 Gordura Traços 
 Gordura total saturada Traços 
 Gordura total insaturada Traços 
 Carboidratos Traços 
 Conteúdo calórico 357Kcal 
 Total de fibras dietéticas Traços 
 Umidade Máximo 8g 
 Cálcio Máximo 200mg 
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 Ferro Máximo 3mg 
 Sódio Máximo 200mg 
* Informação nutricional para quantidade de 100g do produto.
 Fonte: Viafarmanet ( 2012).
1.35 D-Pantenol 
O D‑Pantenol é um álcool biologicamente ativo, análogo do ácido pantotênico, 
do grupo das vitaminas do complexo B, que está normalmente presente na pele e 
no cabelo. 
Na pele e em produtos “skin care”, o D‑Pantenol tem a capacidade de conferir 
ação não irritante, não sensibilizante, umectante e condicionadora. Sua propriedade 
umectante é rápida e de ação profunda, não apresentando aspecto gorduroso ou 
pegajoso, geralmente associado ao óleo mineral e ésteres graxos. A pró‑vitamina 
B5 estimula a proliferação celular e auxilia na reparação de tecidos lesados, com 
queimaduras, mesmo solares, dermatites, além de promover a queratinização normal 
e cicatrização de feridas. Atua também como um “carregador” de várias matérias‑
‑primas, como óleos e fragrâncias (às vezes turvam certos géis), devido à solubilidade 
do D‑Pantenol tanto em água como em óleo. Em géis aquosos ou hidroalcoólicos, 
ajuda a controlar a viscosidade destes, permitindo um melhor espalhamento na pele. 
Nos cabelos e em produtos “hair care”, o D‑Pantenol atua especialmente como 
condicionador, auxiliando na retenção de umidade, espessamento e intumescimento 
dos fios, evitando a formação de pontas bipartidas e conferindo facilidade de penteado . 
Testes mostram que o D‑Pantenol tem a propriedade de reparar danos causados 
por tinturas, permanentes e outros agentes, sem deixar um filme pesado sobre os 
cabelos, conferindo brilho e maciez. 
D‑Pantenol é aplicado na indústria farmacêutica e em quase todos os tipos de 
preparações cosméticas, para o cuidado da pele, cabelos e unhas (VIAFARMANET, 
2012).
1.36 Densiskin
Biopeptídeo derivado do ácido glutâmico por meio da ação “citokine‑Like”, atua 
como mensageiro para células cutâneas, estimulando a multiplicação celular e a 
síntese de biomoléculas. 
É um completo biológico com ação completa e intensiva, ou seja, ação sobre o 
microrrelevo cutâneo e ação sobre os constituintes da matriz extracelular e junção 
dermo‑epidérmica.
Polipeptídeos de colágeno marinho/silanetriol (silício biologicamente ativo):
Ativo dermo‑cosmético de última geração que associa polipetídeos marinhos li‑
gados ao metilsilanetriol em alta concentração. Possui uma ação imediata combinada 
com uma ação profunda reestruturante.
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O Silanetriol em alta concentração, por ser um elemento natural da própria pele, 
atua da seguinte maneira sobre as fibras de sustentação:
 Protege a integridade das fibras de colágeno e elastina, preservando a elasti‑
cidade e flexibilidade dos tecidos.
 Estimula a biossíntese de colágeno e elastina, reduzindo os danos causados 
pelo envelhecimento.
 Aumenta a densidade dos tecidos cutâneos e aumenta a biossíntese das glicos‑
minoglicanas.
Tem também ação anti‑inflamatória, atuando no processo da imunomodulação 
cutânea, nos sitemas enzimáticos da matriz extracelular, que está envolvida na hi‑
dratação, inflamação e catabolismo do tecido sobre certas citoquinas que agem no 
processo inflamatório.
Polissacarídeos de phyto‑plancton:
Promove ação “dermo‑suavizante” sobre o microrrelevo cutâneo. Possuem exce‑
lentes propriedades hidratantes, suavizantes e restauradoras, aumentando a síntese 
de lipídeos epidérmicos e melhorando a função de barreira da pele.
Oligossacarídeos de fructose:
Possuem excelente capacidade de absorção hídrica e apresentam uma ação 
suavizante e “dermo‑calmante” sobre a pele sensível, fragilizada e reativa, pois os 
oligossacarídeos ajudam a controlar a irritação e atenuar a inflamação.
Promove visível efeito “Dermo Relax”‑ atenua as microtensões faciais e marcas de 
expressão profundas, além de uma ação retexturizante sobre o microrrelevo cutâneo; 
atua de dentro para fora reativando o metabolismo celular. Densiskin preenche rugas 
e linhas de expressão por meio da bioadesão; age na matriz Extracelular, aumentando 
a densidade da pele com resultados rápidos e satisfatório.
É utilizado em emulsões, cremes, loções, géis e sérum, em formulações dermo‑
‑cosméticas e dermo‑farmacêuticas, anti‑idade e produtos tensores para a área dos 
olhos (BIOTEC, 2012).
1.37 Epiderfill 
Inspirado em métodos de cirurgia plástica, foi proposto um método não invasivo 
de preenchimento de rugas, por meio de um novo e revolucionário sistema de pre‑
enchimento cutâneo. 
O Epiderfill é um produto de origem biotecnológica que se baseia em ácido hia‑
lurônico desidratado e microencapsulado, perfeitamente aceito pelo tecido cutâneo, 
que penetra na pele e se reidrata, como se fosse uma esponja, suavizando o relevo 
cutâneo, preenchendo rugas e linhas de expressão após 1 hora. 
 Ao serem aplicadas sobre a pele, as moléculas de epiderfill facilmente se alo‑
cam nas depressões da epiderme, onde são progressivamentereidratadas pela água 
transepidermal. O aumento do volume das moléculas de epiderfill promove uma 
ação física que altera a superfície cutânea, preenchendo as depressões existentes. 
Epiderfill efetivamente elimina as rugas por até 6 horas após uma única aplicação. 
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É indicado para uso na forma cremes, loções anti‑idade, maquiagem corretiva, 
preenchimento de rugas perilabiais e rejuvenescimento facial de modo geral. 
A esfoliação prévia da pele pode melhorar a performance dos produtos com 
epiderfill (VIAFARMANET, 2012). 
1.38 Extrato fluido de própolis 
A própolis é uma resina vegetal que as abelhas coletam de certas plantas, prin‑
cipalmente das coníferas ou de espécies onde o produto é encontrado na casca, 
em forma resinosa; em outras, a própolis é achada nas gemas prestes a florescer, a 
exemplo do que acontece no pessegueiro, na ameixeira etc. 
Suas propriedades: anestésica, cicatrizante, epitelizante, antibacteriano, anti‑
micótico, antiparasitário, anti‑inflamatório, antioxidante, antialérgico, hipotensor, 
hemostático, vasoprotetor, termoestabilizador. 
A própolis auxilia no tratamento de tumores malígnos, bronquites (tuberculoses), 
eczemas agudas e crônicas, feridas diversas, purulentas e também calosidades, in‑
fecções micóticas dos pés, principalmente dos dedos, afecções micóticas na pele, 
inflamação da garganta, inflamação dos brônquios, da laringe e da mucosa nasal, 
na cura de aftas e de gengivites. 
Seu uso externo é excelente para queimaduras, feridas, micoses, verrugas, pica‑
das de insetos, dor de dente e em cosméticos que busquem efeito anti‑inflamatório 
(BIOTEC, 2012). 
1.39 Extrato glicólico de castanha-da-índia 
Possui propriedades adstringentes, vasoconstritoras e venotônicas periféricas (de 
grande valor no tratamento de varizes). Auxilia na drenagem dos edemas. Tem ação 
anti‑inflamatória, antiexudativa e antiedematosa. 
Usado como descongestionante no tratamento de celulite e das varizes venosas 
dos membros inferiores. 
Contém: saponinas triterpenoides, principalmente escina, flavonoides e taninos. 
É indicada como fitocosmético de uso oral, para queda de cabelo e fortalecimento 
dos cabelos fracos (VIAFARMANET, 2012). 
1.40 Extrato glicólico de centela asiática 
Os constituintes da fração triterpênica da centela atuam normalizando a produção 
de colágeno ao nível dos fibroblastos, promovendo o restabelecimento de uma trama 
colágena normal e flexível e consequente “desencarceramento” das células adiposas, 
permitindo a liberação da gordura localizada graças à possibilidade de penetração 
das enzimas lipolíticas. Promove a normalização das trocas metabólicas entre a 
corrente sanguínea e os adipócitos. Esta função é ainda auxiliada pela melhora da 
circulação venosa de retorno e pela diminuição da fragilidade capilar, que combate 
os processos degenerativos do tecido venoso. 
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Também controla a fixação da prolina e da alanina, elementos fundamentais 
na formação do colágeno. Sua ação sobre os edemas de origem venosa orientam o 
tratamento das celulites localizadas. 
Apresenta certa ação anti‑inflamatória. O asiaticosídeo tem ação antibiótica e 
age como cicatrizante de feridas na pele e sobre fibrose de várias origens. 
Indicada para o tratamento da celulite e da gordura localizada (VIAFARMANET, 
2012). 
1.41 Extrato oleoso de calêndula 
O extrato oleoso de calêndula é obtido por meio da extração, com reciclo, de 
uma suspensão das flores da calêndula, sendo o processo composto por maceração 
sob condições controladas e posterior percolação. O óleo obtido é filtrado e purifi‑
cado, tendo por fim a adição de agente antioxidante (B.H.T). O veículo utilizado é 
o óleo de Zea mays L. 
O extrato oleoso de calêndula é rico em terpenos, flavonoides e carotenoides. 
O ácido oleanoico possui ação calmante e refrescante para peles sensíveis, aver‑
melhadas e delicadas. Favorece a regeneração de tecidos danificados, além de exercer 
atividade antisséptica. As mucilagens agem como restauradoras da pele em casos de 
difícil cicatrização, e os flavonoides reforçam a ação cicatrizante. 
Quando aplicada sobre a pele, na forma de loção, a calêndula diminui a oleosi‑
dade e aumenta a tonicidade, auxiliando no tratamento da acne. 
O extrato oleoso de calêndula tem ação emoliente, calmante, refrescante, suavi‑
zante, anti‑inflamatória, cicatrizante, analgésica, antialérgica e antisséptica. 
Pode ser usado em casos de inflamações da pele, membrana e mucosa, queimadu‑
ras suaves, queimaduras de sol, escaras, avermelhamento de peles sensíveis e delicadas, 
tratamento de feridas purulentas de difícil cicatrização, na prevenção de assaduras de 
crianças, abscessos e impetigo. Auxilia na proteção contra radiação UVA‑B. 
O extrato oleoso de calêndula é indicado em casos de fissura do mamilo devido 
à amamentação, não sendo prejudicial ao lactante. 
Pode ser utilizado localmente como reepitalizante e cicatrizante, devido à sua 
atividade no metabolismo das glucoproteínas, nucleoproteínas e também na forma‑
ção do colágeno. 
O alto teor de ácidos graxos insaturados promove absorção cutânea rápida e 
completa. 
Solúvel em óleos e gorduras, é facilmente incorporado em loções cremosas, cre‑
mes e óleo para massagem do corpo e do rosto, produtos para pele áspera, rachadas, 
cansadas, cremes para as mãos, bronzeadores, produtos pós‑sol, produtos pós‑barba 
e pós‑depilação, sabonetes, produtos infantis e outros (VIAFARMANET, 2012). 
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1.42 Camomila 
Extraído da folha de camomila, esse extrato é rico em sesquiterpenos, como o 
alfa‑bisabolol, flavonoides e camazuleno. 
O princípio responsável pela coloração do extrato oleoso de camomila é a api‑
genina, flavonoide que se complexa com sais metálicos naturais (Ca, Al). Estes com‑
plexos, em condições ideais de pH e forças iônicas, fixam‑se às fibras queratínicas, 
revestindo‑as sem penetrar no núcleo destas. 
As mucilagens retêm água, levando a uma ação emoliente e protetora de peles 
secas e delicadas pela formação de uma fina película sobre a pele. 
Indicado como preventivo de rachaduras de peles sensíveis e secas, e para cla‑
reamento dos cabelos. 
O extrato oleoso de camomila tem ações emoliente, descongestionante, refres‑
cante, calmante, suavizante, anti‑inflamatória, cicatrizante, vulnerária, antisséptica, 
normalizadora e purificadora da pele. 
Pode ser usada em casos de inflamações da pele, queimaduras suaves, queimadu‑
ras de sol, escaras, eczemas, dermatite e afecções da pele, avermelhamento de peles 
sensíveis e delicadas, na prevenção de assaduras de crianças e das rachaduras de 
peles sensíveis e secas. O alto teor de ácidos graxos insaturados promove absorção 
cutânea rápida e completa. Solúvel em óleos e gorduras, é facilmente incorporado 
em loções cremosas, cremes e óleos para massagem, cremes e loções cremosas para 
o tratamento e cuidados do corpo, produtos para peles ásperas, rachadas, cansadas, 
bronzeadores, produtos pós‑sol, produtos pós‑barba e pós‑depilação, sabonetes, 
produtos infantis e outros.
Deve ser usada com cautela por gestantes, pois há indicações de que possua ação 
emenagoga. Alguns autores citam que se deve ter muito cuidado ao usar o infuso, 
evitando o contato com os olhos (BIOTEC, 2012).
1.43 Fango thalasso thermal 
A história dos usos terapêuticos dos fangos ou lamas é muito antiga e possui 
várias vertentes com resultados benéficos, especialmente em usos externos para fins 
dermatológicos e estéticos. Seus conceitos científicos estão no termalismo (medicina 
hidrológica que faz usos de recursos naturais terapêuticos das estâncias) e thalasso‑
terapia (relacionada aos elementos marinhos), que, apesar de antigos, são cada vez 
mais utilizados atualmente. 
O fango thalasso thermal é um cosmético em pó, com 18 ingredientes 100% natu‑
rais especialmenteselecionados de acordo com seus evidentes benefícios para a pele. 
 Suas aplicações são simples, principalmente para máscaras cosméticas e estéticas 
faciais, corporais ou capilares, além das massagens, banhos de imersão ou ducha, 
e adição aos produtos de higiene pessoal do dia a dia (xampus, sabonetes líquidos, 
cremes esfoliantes etc.) (VIAFARMANET, 2012).
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Composição: 
 Minerais: sal mineral, carvão mineral e sílica. 
 Argilominerais: bentonita, montmorillonita e caolinita. 
 Algas Marinhas: Fucus Vesiculosos, Laminaria digitata, gracilaria. 
 Confervoides, hypnea musciformis, gelidiella acerosa e sargassum filipendula. 
 Plânctons: spirulina maxima e chrorella pyrenoidosa. 
 Fitoativos: aloe bardadensis e zizyphus joazeiro. 
 Bactérias na forma purificada: xanthomonas campestris. 
O fango facilita a penetração de ativos na pele (cerca de quatro vezes mais que 
a água), e tem ação hidratante, nutriente, queratolítica, emoliente, adstringente, 
cicatrizante, limpeza, refrescante, além de ser usado no tratamento de queimaduras 
solares, fungicida, bactericida, limpando todos os tipos de pele (remove impurezas 
e maquiagens, e restabelece o equilíbrio bacteriológico), no tratamento de derma‑
toses (acne, manchas etc.) e promove a elasticidade. Evita e suaviza rugas, flacidez 
e marcas de expressão, muito utilizado para tonificar as fibras elásticas e colágenas, 
revigorando e rejuvenescendo as células. Para o corpo é indicado para melhorar a 
resistência do tecido eliminando rugas. Previne e evita flacidez e estrias dando mais 
saúde, sedosidade e maciez à pele. Ação profunda, descongestionando os vasos 
atingidos e combatendo a celulite. Para peles cansadas e envelhecidas. Restitui a 
umidade natural e recompõe as fibras elásticas, protegendo a pele de agressões de 
agentes ambientais. Indicado para alergias, assaduras, irritações, hemorroidas, herpes, 
infecções nas unhas e micoses. Para os pés é indicado para rachaduras de micoses, 
calos, unheiras, frieiras, suores, odores fortes e pé de atleta. Alivia os desgastes do 
dia e relaxa os pés. 
O fango thalasso thermal é indicado como esfoliante natural (não risca a pele), 
facilita trocas com ativos, controla a oleosidade, hidrata a pele, proporciona elasti‑
cidade, tensão, clareamento, tonificação, nutrição e remineralização. 
Aplicações dermocosméticas:
Fangoterapia, SPAs, formulações para oleosidade excessiva e acne, 
formulações auxiliares para o tratamento das dermatites e desor‑
dens da pele, formulações cosméticas para tratamento de celulite e 
gordura localizada, formulações dermocosméticas para tratamento 
de envelhecimento cutâneo (VIAFARMANET, 2012). 
1.44 Fator antilipêmico 
O fator antilipêmico apresenta‑se na forma líquida, de cor amarela pálida a in‑
color, com odor característico. É composto por L‑carnitina e cafeína. 
A L‑carnitina é um ativo derivado de aminoácido, uma molécula pequena o 
suficiente para penetrar na hipoderme, produzida naturalmente pelo corpo humano 
como responsável pela quebra das moléculas de gordura que formam a celulite. É 
um fator essencial na oxidação dos ácidos graxos, estimula a liberação destes ácidos 
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transportados pelas lipoproteínas e auxilia na extração dos lipídeos contidos nos teci‑
dos adiposos, facilitando sua entrada na matriz mitocondrial onde sofrerá oxidação. 
A conversão dessa gordura em energia estimula a produção de colágeno e elastina, 
além de contribuir para amenizar as ondas e irregularidades presentes na camada 
superficial da pele. 
A cafeína é um estimulante da microcirculação dos tecidos, descongestiona e 
remove o acúmulo de toxinas que formam a celulite. 
O fator antilipêmico é indicado para formulações aplicadas na redução de me‑
didas e da celulite (VIAFARMANET, 2012). 
1.45 Fibra de laranja pó 
Nome Popular: laranja amarga. 
É uma árvore grande e armada de muitos espinhos, de 8‑10 metros de altura; 
suas folhas são elípticas, agudas, com pecíolos alados; as flores são pequenas, aro‑
máticas e de cor branca ou rosa. Diferencia‑se da laranjeira comum por apresentar 
mais espinhos e seu fruto ter a casca mais grossa e rugosa; sua superfície externa é 
de cor variável do pardo‑avermelhado ou pardo‑amarelado ao pardo‑esverdeado, 
grosseiramente reticulada e pontoada por numerosos nódulos secretores obliterados; 
sua superfície interna é branco‑amarelada e mais ou menos esponjosa. Seu cheiro 
é forte, aromático, particular, e seu sabor aromático e amargo. O mesocarpo deve 
existir na droga na quantidade mais diminuta possível. É de origem euro‑asiática, 
sendo largamente cultivada no Brasil. Prefere solos arenosos ou sílico‑argilosos e não 
resiste às geadas. Existem exemplares silvestres e cultivados, em algumas ocasiões, 
são utilizados como enxerto para a laranja doce. 
A casca do fruto da laranja amarga é indicada na inapetência, nas dispepsias 
hiposecretoras, nos espasmos gastrointestinais, nas disquinesias hepatobiliares, nas 
coleocistites, na diarreia, na síndrome do cólon irritável, nas varizes, nas hemorroidas 
e nos edemas. Os flavonoides possuem propriedades vitamínicas P, aumentando o 
tônus das paredes das veias, reduzindo a permeabilidade e aumentando a resistência 
capilar. Os princípios amargos atuam como tônico, aperitivo, eupéptico e cologogo. 
A pectina apresenta propriedades demulcentes e hipocolesterolemiantes. A vitamina 
C tem propriedade antiescorbútica e antioxidante. Por seu sabor amargo e seu odor 
aromático, a casca da laranja amarga é muito utilizada como corretor organoléptico, 
para mascarar o sabor e odor de outras drogas (VIAFARMANET, 2012). 
1.46 Fruit acid – AHA 
O fruit acid – AHA é um mix de alfa‑hidroxiácido (cítrico, glicólico e lático) em 
solução aquosa. 
Os alfa‑hidroxiácidos são substâncias bioquimicamente elementares, já estudados 
em profundidade em todos os aspectos e usados em grande quantidade em numerosos 
produtos industriais. 
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 O ácido glicólico é o mais simples e corresponde ao 2 — ácido hidroxitanoico 
de dois átomos de carbono. 
 O ácido lático tem três átomos de carbono hidroxiácido e corresponde ao 2 
— hidroxipropanoico. 
 O ácido cítrico tem seis átomos de carbono e chama‑se 3 — hidroxi ‑ 1, 3, 
5 — pentanotrioico. 
 Quadro 5.4 Descrição
Ácidos Estrutura química
Porcentagens dos ácidos 
no fruit acid – AHA
Ácido glicólico COOH–CH2 OH 2%
Ácido lático COOH–CH(OH)–CH 3 5%
Ácido cítrico COOH–C(OH)–COOH–CH2–COOH 4%
 Fonte: Viafarmanet (2012).
A ação emoliente e refrescante do ácido lático sobre a pele é conhecida há algum 
tempo e é bastante documentada. Em concentrações mais altas, o ácido lático tem 
sido usado por sua ação queratolítica, removendo o excesso de queratina, efetivo 
nos tratamentos de peles grossas, contra verrugas e calosidades. 
O ácido cítrico tem propriedades adstringente e clareadora, com grande aplicação 
no campo cosmético, e é especialmente usado para produtos de limpeza. 
O ácido glicólico vem sendo usado para peeling facial, e mais recentemente como 
esfoliante suave para a renovação celular. 
As combinações dos alfa‑hidróxiácidos em concentrações médias promoverão a 
renovação celular, redução das linhas da face (expressão), maciez, toque sedoso e sau‑
dável aparência da pele. Estes benefícios são consequência da leve ação queratolítica 
dos AHA, que removem com facilidade as células mortas da superfície da epiderme. 
O fruit acid – AHA também estimula o uso da proteína pela célula da epiderme, 
dando um rápido rejuvenescimento dela. Esta ação traduz um aumento de novas 
células, que deixam a pele mais jovem, fresca e saudável.
O fruit acid – AHA é especialmente recomendado em produtos para melhorar a 
espessura da pele, que necessitam de tratamento de limpeza, tornando‑a mais clara, 
luminosa,sem causar nenhum tipo de irritação (VIAFARMANET, 2012). 
1.47 Gelatina 
A gelatina é uma proteína pura obtida da hidrólise parcial do colágeno, funda‑
mental para o nosso organismo. É natural, fabricada a partir de bases provenientes 
de peles, ossos e tecidos conectivos de animais. 
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Ao sofrer absorção, a gelatina fornece aminoácidos essenciais para a manutenção 
e fortalecimento dos ossos, cabelos e unhas. 
Apresenta padrões internacionais reconhecidos e aprovados para aplicações nas 
indústrias alimentícias e farmacêuticas. 
A gelatina é um ingrediente multifuncional. É um agente gelificante, aerante, 
estabilizante, emulsificante, aglutinante, clarificante, formadora de películas.
Apresenta alto teor proteico, fácil digestão, ausência de colesterol, gordura e açúcar. 
Composição da gelatina: 
 84 ‑ 87% de proteínas 
 1 ‑ 2 % de sais 
 8 ‑ 15 % de agua 
Indicação em alimentos: confeitos, produtos lácteos, produtos cárneos e outros. 
Indicação em fármacos: cápsulas moles, cápsulas duras e comprimidos (VIAFAR‑
MANET, 2012). 
1.48 Ginkgo biloba 
Caracteriza‑se por ser uma árvore com propriedades medicinais. 
O extrato pó deve apresentar no mínimo: 24% de ginkgoflavonoides; 5,4 a 12,0 
% de ginkgoterpenoides. 
As principais ações terapêuticas desta espécie estão centradas em três aspectos: 
atividade circulatória, atividade antiagregante e atividade antioxidante. 
Os flavonoides atuam como elementos depuradores dos radicais livres, enquanto 
que os terpenos (em especial o ginkgolídeo B) inibem o PAF (fator de agregação pla‑
quetária). Tanto o PAF como os radicais livres têm a capacidade de poder desgastar 
as membranas vasculares, determinando assim um aumento da permeabilidade delas 
e conseguinte alteração do fluxo cerebral, do metabolismo neuronal e da atividade 
dos neurotransmissores.
Benefícios do ginkgo biloba Pó: 
 Aumento do desempenho da memória e ca‑
pacidade de aprendizado. 
 Melhoria na compensação de distúrbios do 
equilíbrio. 
 Melhoria do fluxo sanguíneo, particularmente 
na região da microcirculação. 
 Melhoria das propriedades reológicas do 
sangue. 
 Inativação de radicais livres tóxicos. 
 Antagonismo do fator de ativação plaquetário/PAF. 
 Aumento da tolerância à hipóxia, particularmente no tecido cerebral. 
 Inibição do desenvolvimento de edema cerebral induzido por trauma ou toxicidade, 
além de melhorar o processo de regressão do edema (VIAFARMANET, 2012). 
Procure pesquisar quais são os prin-
cípios ativos e formulações mais 
utilizadas para a celulite.
Para saber mais
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1.49 Ginseng coreano
Originário da região da China, Manchúria e Coreia do Norte, o ginseng é uma 
das plantas mais conhecidas pelos povos orientais, sendo utilizada na China há mais 
de 3.000 anos como uma planta estimulante, reconstituinte, geradora de vitalidade, 
conhecido como elixir da longa vida. Sua designação vulgar deriva do chinês renshen, 
que quer dizer “homem‑raiz”, devido à forma de sua raiz delgada. 
É uma planta herbácea caracterizada por ter um crescimento lento e uma altura 
de 30‑70cm, com pequenas e numerosas flores com uma ou duas sementes por fruto. 
Possui folhas em forma de palma, de raiz fusiforme ou cilíndrica, dividida ordinaria‑
mente em dois ramos, amarelado no exterior, branco ou amarelo no interior; cheiro 
aromático, sabor amargo, acre e ao mesmo tempo açucarado, medindo cerca de 
5‑12cm e chegando a 1m quando é arrancada com a idade de 10 anos. 
As raízes secas, das quais a periderme é retirada, são chamadas de “ginseng‑
‑branco”, enquanto que o “ginseng‑vermelho” é obtido por meio da exposição das 
raízes ao vapor de água, com posterior secagem, sem a retirada da periderme. Esse 
procedimento altera a cor para o marrom‑avermelhado. 
As raízes do ginseng têm sido consideradas desde meados da década de 1960 
como uma planta adaptógena. Este conceito implica que seus componentes ativos 
não estão destinados a combater uma doença específica, mas dirigidos a aumentar ou 
potencializar a capacidade de defesa de um organismo frente a agressores externos 
ou de ordem físico ou mental. 
O ginseng coreano pó atua como estimulante do sistema nervoso central, regulari‑
zando ou aumentando as funções cerebrais. Tem ação protetora contra agentes físicos 
e biológicos, desempenhando atividade imunitária. No sistema circulatório tem um 
efeito hipotensor. Atua nos estados de hiperglicemia, potencializando os efeitos da 
insulina. Diminui os níveis séricos e hepáticos do colesterol em casos de hipercoles‑
terolemia. Estimula o córtex da suprarrenal, aumentando a concentração urinária de 
corticoides, tendo uma ação anti‑inflamatória. Aumenta a taxa de hemoglobina e o 
número de glóbulos vermelhos. Age como antídoto em casos de intoxicação com álcool 
e barbitúricos. A alantoína tem reconhecida ação cicatrizante e regeneradora celular. 
Os principais componentes ativos da raiz do ginseng são vitaminas, sais minerais, 
saponinas e aminoácidos. 
Uso fitoterápico: Em casos de envelhecimento precoce, deve ser empregado junto 
com vitaminas e sais minerais; auxiliar no tratamento de diabetes senil, arteriosclerose 
e depressão e indicado nos casos de estresse. 
 Estimulante do sistema nervoso central.
 Tônico pulmonar e cardíaco.
 Estimulante do apetite.
 Febrífugo.
 Regulador da pressão sanguínea.
 Redutor da taxa de colesterol.
 Atividade afrodisíaca e levemente analgésica.
 Cicatrizante.
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 Regenerador celular. 
 Estimulante da circulação sanguínea (VIAFARMANET, 2012).
1.50 Gluconolactona 
A gluconolactona é uma delta‑lactona do ácido glutâmico obtido pela oxidação 
da glicose do milho. Um poli‑hidroxiácido com alto poder hidratante, mais suave 
que os alfa‑hidroxiácidos (AHAs), podendo ser usada em regiões sensíveis, como a 
área dos olhos e dos lábios. 
Encontrada naturalmente na pele, pois participa da via metabólica do açúcar 
em nível celular. Possui quatro grupos hidroxila na forma de lactona e cinco grupos 
hidroxila na forma ácida, penetrando mais lentamente na pele, reduzindo a irritação. 
Devido à presença das hidroxilas, apresenta propriedades umectante por atrair e 
fixar água. Possui ação antioxidante por manter a integridade dos produtos, e ativi‑
dade anti‑inflamatória por reduzir as lesões inflamadas. 
Efeitos da gluconolactona:
 Melhora a textura da pele e os sinais do fotoenvelhecimento.
 Reduz as linhas finas da secura e prurido. 
 Reduz eritema, inflamação e irritação da pele com rosácea. 
 Não induz à fotosensibilização da pele. 
 Não é irritante e reforça a função de barreira da pele. 
 Foi bem tolerada e eficaz no tratamento dos sinais do fotoenvelhecimento em 
diferentes grupos étnicos.
Indicada para o tratamento da acne, fotoenvelhecimento, rosácea, dermatite sebor‑
reica e dermatite atópica. Indicado para formulações despigmentantes, formulações 
pré e pós‑solar, revitalizantes e hidratantes (VIAFARMANET, 2012). 
1.51 Guaraná 
Arbusto trepador ou subereto, originário da Amazônia brasileira, venezuelana e 
guiana, o guaraná possui uma casca muito escura; folhas compostas, alternas, grandes, 
recortadas e com gravinhas; flores brancas e pequenas, em forma de cacho como as 
da videira. Das sementes é feita a droga vegetal; a semente é globulosa ou elipsoide, 
de 6 a 8mm de diâmtero, seu cheiro é pouco perceptível e seu sabor fracamente 
adstringente e amargo, lembrando o cacau. 
O Guaraná contém como ativos: xantinas (cafeína, traços de teobromina, teofilina 
e guranina); saponinas; colina; resina; traços e óleo essencial; mucilagens; taninos 
catéquicos; catequina; além de flavonoides (catecol e epicatecol); e sais minerais 
(cálcio, ferro, fósforo, magnésio e potássio). 
As xantinas presentes no guaraná são estimulantes do sistema nervoso central, 
na qual dentre elas, a cafeínaé a de ação mais potente. Em nível cortical, doses te‑
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rapêuticas de 150 ‑ 300mg de cafeína produzem um estímulo das funções psíquicas, 
promovendo um estado de alerta ao indivíduo, melhorando a associação das ideias 
e das atividades intelectuais, aumentando a resistência ao cansaço e a sensação de 
bem‑estar. 
Doses mais altas podem responder aos efeitos dos barbitúricos. Em nível bulbar, a 
cafeína estimula os centros localizados no bulbo, especialmente o centro respiratório. 
O guaraná é indicado na astenia, na depressão nervosa, favorece a atividade in‑
telectual, dispepsias, flatulências, fermentações anormais e diarreia, e na prevenção 
da arterioesclerose, tromboembolismo e cefaleias. 
Recomenda‑se não associar a outras drogas com xantinas (café e erva‑mate, por 
exemplo), pois o efeito estimulante pode ser potencializado. É recomendado também 
o uso descontínuo da droga (VIAFARMANET, 2012).
 1.52 Gymnema silvestre 
Trata‑se de uma planta trepadeira que habita a Índia central e o sul da Índia, onde 
tem como nome popular “gur‑mar”, que significa “destruidor de açúcar”, denomina‑
ção esta atribuída à atividade que exerce sobre a glicose.
A gymnema apresenta ação adstringente, estomáquica, tônica e refrescante. A 
sua principal aplicação está centrada na sua propriedade de suprimir o gosto de 
açúcar, utilizada no caso de diabetes melitus. Sabe‑se que ao se mastigar a folha, é 
amortizada a vontade pelo gosto doce, bem como o amargor de substâncias amargas. 
Este efeito redutor é esperado que dure uma ou duas horas, não interferindo na 
sensação de outros sabores como o salgado, o ácido e o adstringente (VIAFARMA‑
NET, 2012). 
As folhas apresentam uma atividade diurética e laxante moderada, devido à pre‑
sença de flavonoides e antraquinonas. Em um teste de carragenina em ratos, o extrato 
aquoso das folhas de gimena demonstrou propriedades anti‑inflamatórias. Experimen‑
talmente, o extrato aquoso em doses altas demonstrou não afetar a mucosa gástrica. 
Por ser natural, este extrato de gymnema silvestre não apresenta efeitos colaterais 
tóxicos, como os resultantes do uso de drogas anorexígenas, ou hipoglicemiantes 
orais. (VIAFARMANET, 2012).
1.53 Haloxyl
É um ativo usado no tratamento reestruturante e despigmentante dos tecidos co‑
nectivos frágeis do contorno dos olhos. Seu efeito anti‑inflamatório contribui para a 
redução da vasodilatação e da permeabilidade dos vasos capilares.
O N‑hydroxysuccinimide age formando um complexo com o ferro, facilitando a 
eliminação dele. A crisina auxilia a eliminação da bilirubina, um derivado do con‑
torno dos olhos (VIAFARMANET, 2012).
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1.54 Hidroquinona 
Agente despigmentante tópico, empregado 
para clarear áreas hiperpigmentadas da pele, em 
manifestações como cloasmas, melasmas etc. 
A hidroquinona não apresenta uma ação ime‑
diata e sua ação é temporária. Ela atua na bios‑
síntese da melanina por inibição enzimática da 
oxidação da tirosina a 3,4 dihidroxifenilalanina 
(precursora da melanina e supressora de outros 
processos metabólicos dos melanócitos), provoca 
também mudanças estruturais nas membranas das 
organelas dos melanócitos, acelerando a degra‑
dação dos melanossomas. O tratamento deve ser 
limitado a pequenas áreas do corpo, sendo que, 
devido à sua ação temporária, é necessário que 
se repita a aplicação em intervalos frequentes. 
Seu efeito clareador geralmente aparece após 
um mês de uso e o tratamento não deve ultrapassar três meses. A despigmentação é 
reversível se o tratamento for interrompido. 
Para obter um melhor resultado no clareamento pode‑se associar a hidroquinona 
com outras substâncias esfoliantes químicas.
A hidroquinona é um produto que, por ser derivado da substância fenol, possui 
efeito tóxico ao organismo e à pele. Por este motivo, ela deve ser usada em concen‑
trações menores. Caso seja utilizada em concentrações maiores, possui efeito irritativo 
para a pele, podendo provocar dermatites e eritemas, além de descamações, deixando 
a pele sensível e vermelha. Neste caso ela deve ser suspensa. Nunca deve ser aplicada 
nas pálpebras, sobre áreas machucadas ou irritadas. (VIAFARMANET, 2012).
1.55 Idebenona 
A idebenona apresenta uma estrutura química similar à coenzima Q‑10 (antioxi‑
dante), mas com um peso molecular 60% menor, o que ajuda na melhor penetração 
da molécula quando comparada à coenzima Q‑10. 
A Co Q‑10 é um componente antioxidante importante das membranas lipídicas 
que cercam todas as células. 
Participa da importante cadeia de transporte de elétrons (ETC) dentro da mito‑
côndria. Sem esses poderosos antioxidantes, o organismo entra em fins depressivos. 
A idebenona é a melhor molécula antioxidante pesquisada com uma segurança 
por mais de 20 anos. É mais potente que o tocoferol, quinetina, ubiquinona, ácido 
ascórbico e ácido lipoico, no controle de estresse oxidativo.
A idebenona é um antioxidante celular utilizada para o tratamento do envelhe‑
cimento, melhorando as rugas, a textura da pele e sua hidratação.
Olheiras é um distúrbio da microcir-
culação, associada à pigmentação 
da região abaixo da pálpebra e oxi-
dação por radicais livres. Existem 
vários ativos que tratam as olheiras 
com eficácia, sendo um delse o 
haloxil. É claro que uma formulação 
completa deve conter ativos des-
congestionantes, despigmentantes, 
antioxidantes e clareadores da pele.
Para saber mais
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Uso tópico: anti‑idade. 
Uso interno: redutora do dano celular mediado por radicais livres, como enve‑
lhecimento cerebral normal e patológico, demência senil tipo Alzheimer, doenças 
cerebrovasculares crônicas, sequela de enfarte cerebral e hemorragia cerebral (VIA‑
FARMANET, 2012).
1.56 Hidrovital
Composição química: lactato de sódio, polietilenoglicol, glicerol, ácido lático, 
sulfato de condroitina, sulfato de keratan, propilenoglicol, carbamida, dextrose, 
sacarose, frutose, lactose, hidroxiprolina, ácido aspártico, treonina, serina, ácido 
glutâmico, prolina, glicina, alanina, valina, metionina, isoleucina, leucina, tirosina, 
fenilalanina, histidina, lisina, arginina, cloreto de sódio, fenoxietanol, parabenos e 
cloreto de potássio. 
A cosmetologia moderna, por meio de observações científicas dos mecanismos 
naturais de hidratação, comprova que a administração tópica de um complexo de 
substâncias que tenham identidade com o fluido fisiológico pode restaurar a umidade 
natural, devolvendo à pele suas características e beleza inerentes. 
O hidrovital é um complexo de materiais, composto por substâncias moderada‑
mente higroscópicas, que possui uma capacidade de retenção de umidade próxima 
ao do “Fator Hidratante Natural”. Seus componentes têm constituição química 
semelhante aos encontrados nos FHN, tais como: aminoácidos, monossacarídeos, 
dissacarídeos, glicosaminoglicanas, dois agentes umectantes, carbamida e um fator 
hiperêmico. Veiculado em meio hidrofílico estabilizado, resulta em um fluido de 
características ótimas para a aplicação cutânea. Seu aspecto é de um líquido prati‑
camente incolor a amarelo‑claro, e com odor suave e característico.
Devido à sua afinidade com a pele, possui sensação táctil agradável e ótimo es‑
palhamento. Quando aplicado puro sobre a cútis, promove ligeira rubefação. 
Agente de hidratação natural a ser aplicado em cremes, emulsões hidratantes, 
máscaras faciais, loções revitalizantes, géis regenerantes e outras formulações que 
necessitem de um hidratante excepcional (VIAFARMANET, 2012). 
1.57 L-carnitina 
 A carnitina, uma amina quaternária (3‑hidroxi‑4‑N‑trimetilamino‑butirato), é 
sintetizada no organismo (fígado, rins e cérebro) a partir de dois aminoácidos es‑
senciais: lisina e metionina, exigindo para sua síntese a presença de ferro, ácido 
ascórbico, niacina e vitamina B6. Tem função fundamental na geraçãode energia 
pela célula, pois age nas reações transferidoras de ácidos graxos livres do citosol 
para mitocôndrias, facilitando sua oxidação e geração de adenosina trifosfato. A 
concentração orgânica de carnitina é resultado de processos metabólicos — como 
ingestão, biossíntese, transporte dentro e fora dos tecidos e excreção — que, quando 
alterados em função de diversas doenças, levam a um estado carencial de carnitina 
com prejuízos relacionados ao metabolismo de lipídeos. 
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É absolutamente necessária para a utilização normal da gordura e do metabolismo 
energético. 
A suplementação de L‑carnitina pode aumentar o fluxo sanguíneo aos músculos 
devido também ao seu efeito vasodilatador e antioxidante, reduzindo algumas com‑
plicações de doenças isquêmicas, como a doença arterial coronariana e as conse‑
quências da neuropatia diabética.
Durante atividade esportiva, a carnitina é utilizada principalmente para a melhora 
da performance física e redução da massa gorda. Isso porque a carnitina participa 
do controle de entrada de ácidos graxos de cadeia longa na mitocôndria para ser 
oxidado. Se isso se confirmar, a oxidação de ácidos graxos será aumentada durante 
a atividade física, o que estimula os mecanismos de conservação do glicogênio mus‑
cular, retardando a fadiga. Porém, não há estudos conclusivos. 
Ela normalmente é associada a outros ativos, como a cafeína.
No uso cosmético, a L‑carnitina é um poderoso antioxidante natural, rico em 
flavonoides do tipo polifenóis que inibem o estresse oxidativo. Apresenta molécula 
ativa com tamanho suficiente para penetrar na hipoderme (local onde a celulite é 
formada). Além dessas propriedades, a L‑carnitina estimula a produção de colágeno 
e elastina, além de contribuir para amenizar as ondas e irregularidades presentes na 
camada superficial da pele, eliminando a gordura localizada com base na estimulação 
da circulação sanguínea (VIAFARMANET, 2012).
1.58 Linefactor
É um extrato aquoso da semente do Hibiscus abelmoschus. 
O linefactor é um novo agente antienvelhecimento desenvolvido pela BASF‑
‑França, divisão Beauty Care Solutions, que atua mantendo os níveis do FGF‑2 
(Fibroblast Growth Factor‑2) por mimetizar a proteção natural promovida por certas 
proteoglicanas da matriz extracelular. Protegendo o FGF‑2 de sua deterioração natural, 
o linefactor mantém a bioviabilidade desse fator de crescimento.
1.58.1 Agentes de Crescimento como um Novo Alvo 
Antienvelhecimento.
Recentemente, os fatores de crescimento emergiram como um novo alvo na 
estratégia antienvelhecimento. Os com maior destaque até agora foram o TGF‑ß 
(Transforming Growth Factor‑ß), que atua na reestruturação dérmica por meio da 
multiplicação do colágeno e das células, e o EGF (Epidermal Growth Factor), que 
atua na regeneração epidérmica. Em ambos os casos, os caminhos metabólicos são 
a estimulação da síntese e a ativação de fatores endógenos.
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1.59 FGF-2 como um novo alvo entre os fatores de 
crescimento
O FGF‑ß ou FGF‑2 apresenta função nos processos de cura, estímulo da multipli‑
cação celular e síntese de colágeno e de glicosaminoglicanas. Um problema dessa 
substância é sua alta susceptibilidade à proteólise, sendo rapidamente degradado, 
inclusive em temperatura fisiológica.
Entretanto, estudos demonstraram que glicosaminoglicanas (GAGs), em particu‑
lar o sulfato de heparan, estabilizam a conformação ativa do FGF‑2, aumentando a 
interação específica entre ele e seus receptores.
Outro problema é que no curso do envelhecimento a pele está sujeita a diversas 
modificações fisiológicas, fazendo com que a síntese de certas GAGs diminua e, 
desse modo, o FGF‑2 fique exposto à degradação. É exatamente nesse momento que 
o linefactor age mimetizando a função das GAGs, protegendo o FGF‑2, permitindo 
assim que todas as suas funções sejam executadas.
O linefactor é muito efetivo em:
 Corrigir a perda da elasticidade.
 Melhorar a textura cutânea.
 Reduzir rugas (BIOTEC, 2012). 
1.60 Linha zymo
Enzimocosméticos: ativos biotecnológicos do futuro.
A Linha zymo (zymo line) é uma linha de ativos cosméticos completamente inova‑
dora que usa enzimas de origem biotecnológica. As enzimas formam um complexo com 
maltodextrinas, oligossacarídeos lineares que apresentam as mesmas vantagens das ciclo‑
dextrinas, mas não microencapsulam os ativos, ligam‑se a eles através do grupo –OH(2).
As enzimas são proteínas especificamente envolvidas nas reações bioquímicas 
em todos os organismos. São consideradas elementos essenciais em todas as fun‑
ções biológicas. 
Em produtos cosméticos, as enzimas são utilizadas com várias finalidades: no 
peeling biológico não irritante, para combater os radicais livres, no tratamento da 
celulite, na penetração dos ativos, entre outros.
Os ativos da linha zymo foram desenvolvidos com a mais alta tecnologia e padrões 
de qualidade pelo laboratório italiano Istituto Ricerche Applicate, em Milão. Todos os 
produtos da linha são compostos por complexo enzimático com maltodextrinas de 
alta estabilidade e biodisponibilidade. As maltodextrinas proporcionam estabilidade 
frente à oxidação e temperatura e promovem propriedades hidratantes.
Por apresentar alta estabilidade, não requer o uso de agentes específicos, carac‑
terizando assim produtos seguros e não irritantes. 
Outra particularidade importante é a liberação prolongada das enzimas, o que 
proporciona redução de possíveis irritações. 
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 Quadro 5.5 Principais produtos da linha zymo
Produto Componentes enzimáticos Uso cosmético
Zymo cell Lipase + hialuronidase Anticelulite
Zymo clear Lipase + protease 
Controle da oleosidade 
cutânea
Zymo lift Protease Tratamento anti‑idade.
Zymo wrinkle Fosfatase alcalina Tratamento anti‑idade.
Zymo hair Lipase + protease +amilase
Limpeza extrassuave do 
couro cabeludo
 Fonte: Biotec (2012). 
1.61 Lipossoma de vitamina A+E 
Lipossomas são vesículas compostas de várias camadas (bicamadas) de fosfolipí‑
dios de origem vegetal, separadas por meio aquoso. O diâmetro das camadas destas 
vesículas é variável, sendo inferior a 50 mícrons. 
Nas vesículas ficam as substâncias solúveis em água (colágeno, elastina etc.), e as 
substâncias lipossolúveis estão na bicamada fosfolípidica (vitamina A, vitamina E etc.). 
O uso de lipossomas produz uma melhoria evidente da pele, que pode ser vista 
no início do tratamento, aumentando a tonicidade e a elasticidade, dando à pele 
maciez e suavidade. 
Lipossoma A+E é uma solução aquosa concentrada de lipossomas (preparados com 
lecitina de soja hidrolisada) contendo vitamina A (palmitato) e vitamina E (acetato), 
com alta capacidade de penetração, além de uma grande capacidade de retenção 
de umidade na pele. 
A vitamina A tem ação reguladora da produção de queratina, ou seja, na renova‑
ção celular é estimulante para a formação de fibras de sustentação (colágeno). Estas 
ações tornam a pele mais macia e suave. 
A vitamina E tem ação antioxidante e retarda a peroxidação lipídica, protegendo 
as lipoproteínas das membranas celulares, além de proteger a vitamina A. 
A associação dessas duas vitaminas leva a uma ação no antienvelhecimento.
Lipossomas são transportadores de água e agentes hidratantes por meio de dois 
mecanismos: 
 Transferência de água transportada para as células. 
 Impedindo ou dificultando a perda de água pela transpiração. (Sem causar 
hipersecreção sebácea, como outros agentes molhantes). 
No caso dos lipossomas complexos, que além das características anteriores, con‑
tém ingredientes ativos (na parede dos lipossomas ou nas vesículas), proporcionam 
nutrição, estimulação celular etc. 
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O lipossoma A+E exerce influência no estrato córneo. A umidade eficaz conduz aum aumento da epiderme, espessura, aumento da replicação celular e normalização 
do líquido intersticial. Observa‑se este efeito claramente em áreas da pele fina (pe‑
riocular e perioral), onde ocorre o desaparecimento e a redução de rugas superficiais. 
Indicado para o tratamento antienvelhecimento para todos os tipos de pele. Usado 
em emulsões cremosas do tipo O/A ou A/O, leites, protetores solares, loções pós‑sol, 
sistemas oil‑free, géis e para produtos capilares (VIAFARMANET, 2012). 
1.62 Manteiga de karitê
A karitê (Butyrospermum parkii), originária da África, é famosa pela manteiga 
extraída de seus frutos. 
A manteiga de karitê é composta por uma mistura de ácidos graxos e por uma 
fração insaponificável composta por tocoferóis, triterpenos, esteroides e hidrocarbone‑
tos. Possui várias propriedades que a tornam um princípio ativo bastante interessante 
para uso cosmético. 
A manteiga de karitê é rica em ácido cinâmico que atua como um filtro solar 
natural, auxiliando na proteção da pele e dos cabelos contra a radiação UV (pode ser 
usada para potencializar o efeito de outros filtros). E por conter uma boa quantidade 
de tocoferóis, possui ação antioxidante. 
É um excelente emoliente, e tal como as gorduras vegetais, ela exerce uma ação 
protetora sobre a pele e os cabelos, prevenindo contra o ressecamento. Além dessas 
propriedades, ela melhora o aspecto e a consistência das emulsões e proporciona 
um toque aveludado e uma agradável sensação de emoliência à pele. 
Composição de ácidos graxos:
 Ácido palmítico ‑ 3,0 ‑ 6,0% 
 Ácido esteárico ‑ 36,0 ‑ 44,0% 
 Ácido oleico ‑ 44,0 ‑ 50,0% 
 Ácido linoleico ‑ 4,0 ‑ 8,0%
A manteiga de karitê é indicada quando se deseja maior elasticidade e regeneração 
dos tecidos epidérmicos, usada em produtos infantis, para os olhos, anti‑idade, para 
peles secas e sensíveis, além de produtos solares, labiais, xampus e condicionadores 
para cabelos secos e sem brilho (VIAFARMANET, 2012). 
1.63 Microesferas de polietileno 
Pó de poliamida de diferentes tamanhos de partícula para esfoliação/limpeza 
(por ação de esfregar). 
As microesferas de polietileno, à base do material plástico poliamida, aumentam 
e melhoram as propriedades abrasivas de preparados cosméticos de limpeza, como 
cremes para esfoliação e limpeza (por ação de esfregar), loções etc. 
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Produz o mesmo efeito, quer na forma de sabonete líquido, quer sob diferentes 
formas dos mais variados produtos de limpeza. As microesferas de polietileno são 
muito compatíveis com a pele, não contêm aditivos e estão totalmente isentas de 
metais pesados. 
A baixa densidade previne a formação de depósitos de partículas individuais. 
As microesferas de polietileno apresentam uma alta estabilidade do ponto de vista 
químico. São insolúveis em água e apresentam uma boa estabilidade na presença 
de bases e sais. 
São usadas em cremes e géis para limpeza da pele e em sabonetes cremosos 
(VIAFARMANET, 2012). 
1.64 Matrixil
É um pentapeptídeo composto por lisina, treonina e serina. É um microcolágeno, 
que estimula a síntese de glicosaminoglicanas e ácido hialurônico. É mais estável 
que a vitamina C pura e, portanto, possui propriedades de renovação celular mais 
efetivas que a vitamina C. É eficaz nos tratamentos antienvelhecimento e ideal para 
produtos aplicáveis na região do contorno dos olhos e para tratamento de pele ma‑
dura (BIOTEC, 2012).
1.65 Óleo de abacate 
Óleo vegetal refinado, com maior estabilidade e funcionalidade, ideal para apli‑
cações cosméticas. O abacate é prensado e, em seguida, refinado a partir da polpa 
de frutos de abacate. 
O óleo de abacate é rico em vitaminas A, D e C, e um pouco de B. O abacateiro 
é rico em lipídios, aminoácidos e substâncias antibióticas. 
 Apresenta propriedades balsâmicas especiais para o tratamento de queimaduras. 
Trata‑se de um emoliente, calmante e suavizante da pele. 
Concentração de ácidos graxos: 
 Ácido linolênico (ômega 3) ‑ Máx. 3% 
 Ácido linoleico (ômega 6) ‑ 10 ‑ 25% 
 Ácido oleico (ômega 9) ‑ 55 ‑ 75% 
 Ácido araquidônico ‑ Máx. 2% 
Indicado o uso em produtos para amaciar os cabelos, cremes de massa, óleos 
para massagens musculares, cremes hidratantes e nutritivos para o rosto e corpo, e 
óleos para banho (VIAFARMANET, 2012). 
1.66 Óleo de amêndoas 
É um óleo fixo retirado das sementes da amendoeira. Utiliza‑se as próprias amên‑
doas para se extrair o óleo. Elas são moídas e reduzidas a uma massa e prensada. A 
quantidade de óleo encontrada nas sementes varia de 50 a 60% nas amêndoas doces. 
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O óleo de amêndoas é rico em proteínas e glicídios, vitamina B1, B2, PP, B5, B6, 
pró‑vitamina A e substâncias minerais. Trata‑se de um emoliente nutritivo, hidratante, 
protetor dos tecidos, incentivador da flexibilidade e elasticidade da pele. 
Em cosméticos é usado para peles secas, amaciando‑as e tonificando‑as. Na der‑
matologia, o óleo de amêndoas acalma os pruridos e acelera a cura de dermatoses 
e queimaduras superficiais. 
No óleo de amêndoas são identificados os seguintes ácidos graxos: 
 Oleico ‑ 75 ‑ 80% 
 Linoleico ‑ 10 ‑ 17% 
 Palmítico ‑ 5 ‑ 8% 
 Mirístico ‑ 1%
Suas indicações:
 Pode ser usado como excelente emoliente para loções. 
 Cremes para o corpo e rosto.
 Óleos de banho para o corpo. 
 Cremes hidratantes para o cabelo. 
 Prevenção de estrias gravídicas.
 Condicionadores.
 Produtos para sol (bronzeadores, protetores solares e pós‑sol) (VIAFARMANET, 
2012). 
1.67 Óleo de citronela 
A citronela é uma planta aromática que ficou bem conhecida por fornecer 
matéria‑prima (óleo essencial) para a fabricação de repelentes contra mosquitos e 
borrachudos. É rico em geraniol e citronelal. 
Há quem pergunte se apenas cultivando a citronela no jardim é possível usufruir 
do poder repelente da planta. A resposta é sim, mas com uma ressalva: para que 
o resultado seja positivo, é preciso plantar a citronela no caminho percorrido pelo 
vento, de forma que este leve o aroma até o local de onde desejamos manter os 
mosquitos afastados. 
A origem da citronela é do Brasil e da américa Central, e o seu óleo é produzido 
no Sri Lanka, Indonésia, Java, China, Taiwan, Argentina, Brasil e Índia. 
O método de obtenção da citronela é a destilação a vapor das folhas do capim. 
E o seu rendimento é de 100 a 150kg de folhas para render litro de óleo essencial. 
Alguns esclarecimentos: 
Ainda é muito comum a confusão entre a citronela e o capim‑limão (Cymbopogon 
citratus) — o motivo é que as duas plantas pertencem ao mesmo gênero. Embora a 
aparência seja realmente muito próxima, dá para diferenciá‑las pelo aroma: o capim‑
‑limão apresenta um cheiro mais suave, que lembra o limão, enquanto o aroma da 
citronela é bem intenso. 
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Sob o mesmo nome de “citronela” são conhecidas diversas plantas, inclusive 
plantas de famílias diferentes. Isto justifica a confusão existente na literatura em 
relação aos nomes dos referidos óleos essenciais. 
Por exemplo: A citronela Cymbopogon nardus Rendl tem uma variedade que se 
chama Flexuosus Hack, cujo óleo essencial é denominado Lemongrass das Índias. 
As propriedades medicinais da citronela são: 
 ação carminativa;
 febrífuga;
 sudorífera; 
 fungicida; 
 bactericida. 
Sua ação psicológica está ligada a sua sensação refrescante e estimulante. 
O óleo de citronela é indicado em quadro de doenças infecciosas, gripe, dor de 
cabeça, sinusite e cansaço. 
É muito utilizado pela indústria de sabão, desodorantes, inseticidas e produtos 
sanitários, e pouco usado em perfumaria. 
Também é indicado para velas, géis e loções repelente de insetos, assim como 
para aromatização ambiental, sprays para desinfetar lixeiras, para retirar cheiros 
remanescentes de cigarro, em compressas e como difusor (VIAFARMANET, 2012). 
1.68 Óleo de coco 
O óleo decoco tem sido usado no Pacífico durante séculos como uma parte im‑
portante da dieta diária, e recentes pesquisas confirmam as crenças tradicionais de 
que o coqueiro é a “Árvore da Vida” e que o coco e o óleo de coco virgem têm um 
papel importante a desempenhar em uma dieta equilibrada, nutritiva. 
O óleo de coco extravirgem é um óleo delicioso e saudável para nutrição e cuida‑
dos com o corpo, e de excelente qualidade. É 100% natural e cultivado organicamente 
(Certificado Orgânico sob USDA e Austrália Certified Organic), obtido da plantação 
tropical em Fiji, extraído a frio da carne de coco fresco sem produtos químicos ou 
aditivos (como agrotóxicos, transgênicos e hexano), é usado durante o tratamento e 
não é derivado de copra (coco seco). 
Apresenta um alto valor de ácido láurico, não é refinado, desodorizado ou bran‑
queados. Tem um gosto de coco natural rico e aroma marcante, e é livre de colesterol.
Propriedades: 
 Não eleva o colesterol sanguíneo total. 
 Aumenta o colesterol HDL no sangue.
 Não eleva o colesterol LDL / HDL (colesterol rácio). 
 Diminui os triglicerídeos séricos. 
Outro fato incrível sobre o óleo de coco extravirgem orgânico é que, apesar de 
ser uma gordura, ele realmente promove a perda de peso. Devido a sua composição 
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saudável de ácidos graxos de cadeia média, estes não circulam no sangue como outras 
gorduras, mas são enviados diretamente para o fígado, onde eles são convertidos em 
energia, como carboidratos. Assim, o corpo utiliza a gordura para produzir energia, 
ao invés de ser armazenada como gordura corporal. 
Análise de ácidos graxos no óleo de coco extravirgem:
 Ácido láurico ‑ 50,0% 
 Ácido mirístico ‑ 19,9% 
 Ácido palmítico ‑ 9,8% 
 Ácido caprílico ‑ 6,8% 
 Ácido oleico ‑ 6,4% 
 Ácido cáprico ‑ 6,0% 
 Ácido esteárico ‑ 3,4% 
 Ácido linoleico ‑ 1,3% 
 Ácido caproico ‑ 0,4% 
Indicações:
 Óleo de coco extravirgem comestível: 
Excelente suplemento alimentar, ajuda a atenuar doenças da tireoide, obesidade, 
má digestão e aumenta a imunidade. O óleo de coco extravirgem é desintoxicante, 
antifúngico e antibacteriano. 
 Óleo de coco extravirgem para uso tópico: 
Emoliente para pele seca e eficaz na cura de erupções na pele do bebê ou qual‑
quer erupção vermelha causada por irritação ou tempo seco (VIAFARMANET, 2012)
1.69 Óleo de girassol 
O girassol, do grego Hélios, para sol, e Anthus, para flor, é a mais pura tradução 
de uma flor que gira procurando o sol a todo instante. É uma planta que alcança até 
3 metros de altura e com espécies de flores de várias tonalidades de cores. Originário 
da América, entre o México e o Peru, atualmente os principais produtores mundiais 
são a Rússia, Argentina, Estados Unidos e China.
O óleo de girassol é extraído das sementes do girassol, submetido ao processo de 
refino e desodorização. O óleo vegetal é uma fonte natural de ácidos graxos essen‑
ciais, uma combinação de monoinsaturados e gorduras poli‑insaturadas com baixos 
níveis de gordura saturada. Também é rico em vitaminas A, C, D e E. O alto conteúdo 
de vitamina E torna este óleo especialmente útil para a pele delicada e seca. Tem um 
nível mínimo de cor e é um óleo vegetal e inodoro. 
O óleo de girassol apresenta ação emoliente e re‑epitelizante. É rico em ácidos 
graxos poli‑insaturados, fundamentais para a renovação das células de nossos tecidos, 
os quais nosso organismo não dispõe de condições para sua biossíntese endógena e, 
portanto, necessitam ser supridas por fonte externa. 
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Composição de ácidos graxos: 
 Ácidos graxos % 
 Ácido oleico (ômega 9) ‑ 13 ‑ 40 
 Ácido linoleico (ômega 6) ‑ 48 ‑ 74 
 Ácido linolênico (ômega 3) ‑ < 0,3 
O óleo de girassol tem aplicações em diversas finalidades na indústria farmacêu‑
tica, cosmética e veterinária. 
É um excelente emoliente. Tem ação hidratante, nutritiva e propriedades de 
condicionamento, sendo facilmente absorvido. É recomendado para formulações 
destinadas ao tratamento seco, desgastado, envelhecido de peles danificadas. Pode 
ser usado em produtos anidro (VIAFARMANET, 2012). 
1.70 Óleo de prímula
Esta planta era usada na América do Norte como alimento, e da raiz, folhas, flo‑
res e caules os índios curandeiros faziam infusões e extratos emolientes, sedativos 
(tosse), estimulante da circulação sanguínea, nutriente capilar e para curar feridas. 
O óleo de prímula é amarelo pálido claro, com paladar e olfato típico. Refinado 
e desodorizado, extraído das sementes por prensagem a frio. 
O óleo de prímula possui alto índice de ácido linoleico (ômega 6) e contém o tão 
importante ácido gama‑linolênico (GLA). Oferece ao organismo elementos construti‑
vos essenciais, contribuindo para seu bom funcionamento e bem‑estar, especialmente 
na velhice ou no envelhecimento prematuro provocado por certas enfermidades.
Sendo rico em ácido linoleico, o óleo de prímula é muito importante na formação 
da membrana lipídica, aumentando a penetração na pele e a restauração da função 
de barreira de água na epiderme, além de combater a hipertensão, o excesso de 
colesterol ruim e de glicose. 
O ácido gama‑linolénico (GLA) reduz a perda de água por meio da pele e aumenta 
a tolerância à exposição dos raios ultravioleta, além de produzir prostaglandinas 
(PGE1), benéficas para a tensão pré‑menstrual, doenças benignas no seio, regulação 
do nível de colesterol sanguíneo, agregação plaquetária, regulação da pressão san‑
guínea, obesidade e doença atópica. 
 Concentração de ácidos graxos: 
 Ácido palmítico C16:0 ‑ 5 ‑ 7% 
 Ácido esteárico C18:0 ‑ 1 ‑ 3% 
 Ácido oleico C18:1 ‑ 6 ‑ 10% 
 Ácido linoleico C18:2 ‑ 68 ‑ 76% 
 Ácido gama Linolênico C18:3 ‑ 10% mínimo
O uso do óleo de prímula é bastante amplo nas áreas cosmética, farmacêutica 
e na saúde. 
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Atua normalizando e rejuvenescendo peles sensíveis e delicadas. É indicado 
para tratamento de eczemas, psoríase, escleroses, hiperqueratoses e envelheci‑
mento cutâneo. 
Auxilia no combate à anorexia e no tratamento de artrite reumática. Outras in‑
dicações do óleo de prímula incluem casos de cirrose descompensada, neuropatias 
diabéticas, tensão pré‑menstrual (TPM) e esquizofrenia (coadjuvante). (VIAFARMA‑
NET, 2012)
1.71 Óleo de rosa-mosqueta 
O óleo de rosa‑mosqueta é obtido da Rossa aff. Rubiginosa, que é encontrada nos 
Estados Unidos, Peru, Argentina e também na Europa. É originária do Medirretâneo e 
é uma planta composta de ácidos graxos insaturados (oleico, linoleico e linolênico), 
carotenoides, flavonoides e vitamina C.
O óleo de rosa‑mosqueta possui ação secante e cicatrizante da pele, além de 
melhorar as rugas e as manchas dela. A vitamina C é encontrada em seu fruto e a 
polpa contém grande quantidade de pigmentos amarelos, tais como carotenoides, 
flavonoides e xantofilas. 
Alguns estudos observaram a presença de ácidos transretinoicos, mais conhecidos 
como vitamina A ácida ou tretinoina, cuja fórmula é C20H28O2. 
A aplicação tópica do ácido transretinoico produz profundas modificações no pro‑
cesso de queratinização. Seu maior emprego tem sido no tratamento da pele envelhecida. 
O óleo de rosa‑mosqueta acentua o poder regenerador de tecidos; tratamento de 
queimaduras; cicatrização de suturas; redução de cicatrizes antigas (hipertróficas, 
hipercrômicas e retráteis); queloides; ulcerações; assaduras; ictiose e psoríase. 
É utilizado para atenuar rugas e linhas de expressão; hidratar a pele; prevenir o 
envelhecimento precoce e o desenvolvimento de estrias da gravidez. Seu uso é feito 
com o óleo puro, aplicando‑se poucas gotas sobre a região tratada, com massagem 
circular até sua total absorção (2 a 3 minutos) (VIAFARMANET, 2012).
1.72 Óleos essenciais 
Os óleos essenciais são substâncias orgânicas, puras, voláteis e extremamente 
potentes. Consideradosa “alma” de uma planta, são os principais componentes bio‑
químicos de ação terapêutica das plantas aromáticas e medicinais. 
Presentes em várias partes das plantas (folhas, flores, madeiras, ramos, galhos, 
frutos, rizomas), são compostos formados por várias de substâncias químicas, como 
álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis e hidrocarbonetos, havendo sempre a prevalência 
de uma ou duas delas, que assim irão caracterizar os aromas. São obtidos pelos pro‑
cessos de destilação a vapor, extração por solvente ou por pressão. 
Nem todos os óleos essenciais possuem aroma agradável ao olfato, apesar de suas 
propriedades terapêuticas. Portanto, costuma‑se utilizar a técnica da sinergia, a que 
consiste em misturar até no máximo quatro óleos essenciais para se obter um aroma 
diferenciado e pessoal, mantendo ou até potencializando a ação terapêutica desejada. 
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Os óleos essenciais são procedentes das mais variadas partes do mundo e seu 
preço é sempre elevado e individual quando comparado à grande maioria das es‑
sências comercializadas no mercado — que, ao contrário dos óleos essenciais, são 
produzidas sinteticamente em laboratório —, possuindo em geral um cheiro agradável, 
mas destituídas de qualquer propriedade terapêutica. 
Quadro 5.6 Propriedades dos óleos essenciais
Óleo essencial Medicina Emocional Dermatológico
Alecrim Dores de cabeça (A) 
Dores musculares (B‑M)
Artrite (B‑M) 
Cansaço mental (A‑B) 
Tônico (A‑B‑M) 
Estimulante (A‑B‑M) 
Acne (O) 
Caspa (O) 
Queda de cabelo (O) 
Bergamota Digestivo (C‑M) 
Cólicas (C) 
Expectorante (A‑I) 
Ansiedade (A‑B) 
Fornecimento de con‑
fiança (A) 
Reanimador (A‑B) 
Acne (O) 
Seborreia (O) 
Camomila Dores musculares (C‑M)
Queimaduras (C‑T) 
Menstruação irregular 
(C‑M)
Aparelho digestivo (C‑M)
Gripe (A‑I) 
Ataques temperamen‑
tais (A‑B‑I) 
Impulsividade (A‑B‑M) 
Calmante (A‑B‑M)
TPM (A‑B‑M) 
Acne (O)
Hipersensibilidade 
(O‑T) 
Antisséptico (O)
Clareador de cabe‑
los (O)
Sudorífero (M‑O) 
Canela Antisséptico (A) 
Artrite/reumatismo (C‑M) 
Tônico cardíaco (A) 
Circulação (M)
Debilidade geral (M‑B) 
Estimulante mental 
(A‑ B‑M)
Antidepressivo (A‑B‑M)
Estimulante (A‑B‑M) 
Piolhos (O) 
Citronela Problemas digestivos (C‑M)
Higienizador de ambientes 
(A)
Bactericida (A) 
Calmante (A‑B‑M) 
Confiança interior (A) 
Fortalecimento dos 
cabelos (O) 
Repelente de insetos 
(A‑O)
Cravo Antisséptico (A) 
Estimulante (A)
Dores musculares (E)
Articulações (B‑C‑M)
Estimulante mental (A) 
Fortalecimento da me‑
mória (A) 
Limpeza e proteção (A)
Resgate do bom humor 
(A) 
Verrugas (T) 
Micoses (T) 
Gengibre Estomáquico (C‑M)
Redução de febre (B‑C)
Expectorante (A‑B‑I‑M) 
Confusão mental (A‑B‑ 
M‑I) 
Reconfortante (A‑B‑M) 
Alívio da circulação 
(M)
Celulite (M)
Memória fraca (A‑I) 
Gerânio Problemas renais (B‑M)
Distúrbios hormonais 
(B‑C‑M) 
Obesidade (M) 
TPM/celulite (B‑C‑M) 
Depressão (A‑B‑M) 
Medos (A‑B‑M)
Ansiedade (A‑B‑M) 
Inflamações cutâ‑
neas (O)
Pele oleosa (O) 
Tonificante (O) 
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Grapefruit Antisséptico (A‑O‑T)
Estimulante do apetite (A)
Diurético (A) 
Depressão (A‑B‑M)
Menopausa (A‑B‑M) 
Cansaço mental (A‑B) 
Celulite (B‑T‑M)
Tonificante (O‑T) 
Laranja doce Impotência (A‑B‑M)
Higienizador de ambientes 
(A) 
Estimulante (A‑B‑M) Descongestionante 
linfático (B‑T‑M) 
Manchas na pele 
(O‑T) 
Estimulante capilar 
(O) 
Lavanda Cicatrizante (T)
Queimaduras (T)
Leucorreia (A‑B‑M) 
TPM (A‑B‑M)
Insônia (A‑B‑M)
Estados nervosos (A‑B) 
Eczema (O‑T) 
Regenerador celular 
(O‑T)
Acne (O‑T) 
Lemongrass Enxaqueca (C)
Relaxante (B‑I‑M)
Ressaca (A‑I) 
Dificuldade de concen‑
tração (A) 
Esgotamento mental 
(A‑B) 
Negativismo (A) 
Celulite (B‑C) 
Patchouli Impotência (B‑M) 
Cicatrizante (T)
Ressaca (A‑I) 
Afrodisíaco (B‑M) 
Estimulante (B‑M)
Ansiedade (A‑I) 
Pele envelhecida 
(M‑O) 
Eczema (O‑T) 
Ylang ylang Hipertensão (B‑M)
Frigidez (A‑B‑M)
Impotência (A‑B‑M) 
TPM (A‑B‑M)
Raiva / medo (A‑I)
Insônia (A‑B‑M) 
Pele oleosa (O)
Suavizador da pele 
(O)
Crescimento dos 
cabelos (O) 
Fonte: Viafarmanet (2012).
As letras indicam o modo mais eficiente de utilização: 
 A — Aromatizador (+ ou – 9 gotas). 
 B — Banhos (20 gotas após encher a banheira, dissolvidas em uma colher de 
chá com óleo vegetal). 
 C — Compressa (5 a 10 gotas em ½ litro de água). 
 I — Inalação (2 gotas em um lenço ou inalador com água). 
 M — Massagem (de 50 a 75 gotas em 100ml de óleo vegetal. 
 O — Óleo para o rosto, cabelos, corpo (5 gotas em uma colher de sopa de óleo 
vegetal). 
 T — Uso tópico (diluir 5 gotas do óleo essencial em 1 colher de sopa de óleo de 
calêndula. 
 BA — Banho de assento (10 gotas em 2 litros d’água). 
Os óleos essenciais fazem parte do nosso dia a dia, são matérias‑primas da in‑
dústria cosmética, farmacêutica e alimentícia. Muito utilizados na aromaterapia, seus 
aromas despertam sensações, conectam com informações do inconsciente, acessam 
arquivos energéticos armazenados nos corpos sutis e resgatam a nossa própria es‑
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sência. Também são acrescentados em cremes de massagem, em banhos de imersão 
e são usados até mesmo para perfumar ambientes (VIAFARMANET, 2012).
1.74 Oligomix
Associação de oligoelementos ligados ao aminoácido metionina, essencial ao 
metabolismo celular. Estes micronutrientes são responsáveis por uma série de re‑
ações enzimáticas na pele. O zinco e o cobre possuem ação antirradicais livres e 
cito‑estimulantes, uma vez que o cobre é um mineral essencial para a formação de 
colágeno. O magnésio e o manganês possuem ação antiestresse, antifadiga (ação sobre 
o ATP) e propriedade anti‑inflamatória bastante reconhecida (VIAFARMA, 2012, p. 1). 
No cuidado capilar, os oligoelementos atuam como microagentes reparadores 
(+), detectam de forma precisa as regiões danificadas e enfraquecidas (‑), conferindo 
força e resistência aos fios. O aminoácido metionina é essencial para a formação de 
queratina. O zinco e o cobre atuam como agentes normalizadores do sistema capilar 
e restauradores da estrutura interna dos fios, conferindo resistência e vitalidade aos 
cabelos quimicamente tratados.
A fim de assegurar o transporte dos oligoelementos nos cosméticos, a exsymol 
utilizou a acetilmetionina, solúvel em água e consequentemente ionizável. 
A estrutura molecular original dos oligoelementos exsymol corresponde a um 
quelífero, no qual o catalisador metálico, com número de oxidação II, está ligado a 
duas moléculas de N‑acetilmetionina. 
A metionina é essencial para a produção de queratina e para o crescimento dos 
cabelos, unhas e dentes; participa na contribuição do grupo Tiol SH, que é particu‑
larmente reativo e lábil; e na reação de oxidação‑redução, por meio do transporte 
de hidrogênio. 
Nutricionalmente essencial, a metionina é um aminoácido sulfurado e, junto com 
a L‑cistina, é a principal fonte de enxofre orgânico para o organismo. 
O grupo metila é utilizado para a metilação de vários compostos. L‑metionina 
condensa‑se com ATP para formar a chamada “metionina ativa” (S‑adenosil‑L‑me‑
tionina), o grupo metila que contribui para a síntense da colina, creatina, sarcosina 
e adrenalina, ou para a desintoxicação de derivados de piridina e ácido nicotínico. 
A demetilação de L‑metionina forma S‑adenosil‑L‑homocisteina.
1.74.1 Atividade biológica dos oligoelementos
1.74.1.1 Manganês 
O manganês é fundamental para a síntese de proteínas de DNA e RNA. Tem es‑
treita relação com algumas atividades neuro‑hormonais. Inibe a atividade da adenilato 
ciclase, induzida pelo hormônio antidiurético. O Manganês interfere no fenômeno 
de fosforilação oxidativa, ou seja, no metabolismo glicídico, pelo aumento da com‑
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bustão. Além de sua ação no sistemaenzimático, influencia o metabolismo de outros 
oligoelementos, tais como ferro, cálcio e algumas vitaminas do grupo B. 
A associação manganês‑cobalto é específica para os problemas funcionais rela‑
cionados com o envelhecimento. Combate a senescência por meio de várias ações: 
neurovegetativa, circulatória e de eliminação (edemas, acne rosácea, distonia). 
A associação manganês‑cobre é recomendada para o tratamento da acne e da 
celulite. 
1.74.1.2 Cobre
O íon cúprico catalisa a formação de pontes de disulfeto que participam do pro‑
cesso de queratinização. 
Também catalisa a formação de colágeno, elastina e ácidos nucleicos. Catalisa 
também a formação de melanina, pois faz parte da tirosinase, um complexo proteico. 
Consequentemente, intervém na pigmentação da pele e dos cabelos. 
O cobre é essencial no trabalho da tiroide. Catalisa reações anti‑inflamatórias. 
Tem ação antisséptica e bacteriostática, que age também sobre o superóxido 
dismutase e, consequentemente, favorece a neutralização dos radicais livres. 
1.74.1.3 Magnésio
É especialmente indicado para as reações biológicas da derme, auxiliando na 
transferência do íon sulfato do P.A.P.S. A ação do íon magnésio está ligada a do 
cálcio e participa: 
 Na produção de proteínas específicas com código genético e contribuindo para 
a estabilização da hélice dupla do DNA. 
 Na síntese e no uso de ligações de muita energia. 
1.74.1.4 Zinco
O zinco é essencial para a formação de células sanguíneas e para a produção de 
hormônios das glândulas endócrinas, especialmente as glândulas genitais e pituitárias. 
É essencial também para a multiplicação celular e síntese de RNA e DNA. Regula a 
atividade de várias enzimas da membrana, tais como adenosina trifosfotase e fosfolipase 
A2, inibindo‑as. Isto ocorre porque o zinco interrompe algumas atividades dependentes 
de energia da membrana plasmática e melhora a integridade da membrana celular. 
O zinco possui uma ação protetora contra os radicais livres; ativa o superóxido 
dismutase (S.O.D). 
O zinco intervém no processo de defesa imunológica, ativando a enzima principal 
do sistema imunitário, além de estimular o crescimento dos cabelos e dos dentes. 
Na cosmetologia, é usado principalmente por sua ação antisseborreica. A hiperse‑
borreia está estreitamente relacionada com sensibilidade local de dihidrotestosterona, 
a qual é derivada da testosterona pela ação da alfa reductase 5. O sebum excretado 
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está em contato com micro‑organismos, propiciando uma atividade pró‑inflamatória. 
Esta ação regularizadora do zinco sobre a secreção sebácea foi provada tanto em 
animais quanto em humanos. 
Em humanos, a deficiência de zinco está sempre ligada a uma dermatite sebor‑
reica, que é totalmente reversível com um suplemento de zinco. A associação zinco 
e cobre é bastante recomendada por sua ação bacteriostática e antisséptica, sendo 
especialmente antiestreptococal. O cobre, por outro lado, atua sobre o superóxido 
dismutase (SOD), favorecendo a redução de radicais livres (ION, 2011, p. 5).
1.75 Pumpkin enzyme 
A pumpkin enzyme é considerado uma alternativa natural e suave aos alfa‑
‑hidroxiácidos, pois promove uma esfoliação enzimática suave, removendo células 
mortas da superfície cutânea e estimulando, ao mesmo tempo, a renovação celular. 
Quimicamente, o pumpkin enzyme é o extrato fermentado da abóbora Curcubita 
pepo, obtido por meio da fermentação por Lactobacillus lactis. 
A pumpkin enzyme promove a renovação celular tão rapidamente quanto o 
ácido glicólico. 
AHAs e enzimas tradicionais, como a papaína e a bromelina, irritam a pele. Por 
outro lado, o pumpkin enzyme foi avaliado como agente não irritante e não sensibi‑
lizante, por meio da avaliação in vivo e in vitro, segundo teste realizado com tecido 
ocular e o Human Repeat Insult Patch Test (HRIPT), um teste que avalia o grau de 
irritação e dessensibilização cutânea.
É indicado como peeling muito superficial — esfoliante do estrato córneo. 
Pumpkin Enzyme é indicado como coadjuvante no tratamento dos seguintes 
problemas da pele: 
 Acne grau I e II.
 Tratamento anti‑idade — redução de linhas de expressão suaves. 
 Clareamento da pele.
 Renovação celular para peles sensíveis e frágeis, de uso diário. 
 Preparo da pele para realização do peelings químicos. 
 O produto se mantém estável em uma variação de pH de 3 a 12 
(VIAFARMANET, 2012).
1.76 Resorcina 
A resorcina (resorcinol) é um fármaco empregado em preparações tópicas, apre‑
sentando propriedades antissépticas, antifúngicas, antipruriginosas, esfoliativas e 
queratolíticas. 
A resorcina apresenta‑se como um pó cristalino ou cristais incolores de cor le‑
vemente rosácea, com odor característico. 
É usada em cremes, pomadas e loções alcoólicas, geralmente associados a outros 
princípios ativos, para o tratamento da acne, eczemas, hiperqueratose, psoríase e 
seborreia do couro cabeludo. 
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 É contraindicada para gestantes e mulheres que estão amamentando, e para 
herpes em atividade (VIAFARMANET, 2012).
1.77 Romã 
A romã contém carboidratos, proteínas, sais minerais (fósforo, potássio, sódio, 
cálcio e ferro), vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), vitamina B5 (niacina), 
vitamina C (ácido ascórbico). 
A casca da fruta possui um tanino hidrolisável, ácidos gálico e elágico, resina, 
amido e cinzas. 
A romã apresenta as seguintes propriedades: oxirredutora, cicatrizante, antiole‑
osidade, mineralizante, refrescante, adstringente e corante.
Indicada em formulações fotoprotetoras e bronzeadoras, em xampus e condicio‑
nadores tonalizantes, em géis e loções adstringentes e cicatrizantes (BIOTEC, 2012). 
1.78 Rutina 
A rutina é um bioflavonoide obtido de plantas, com aparência de pó fino ama‑
relo‑esverdeado. Apresenta ação protetora do endotélio vascular, anti‑inflamatória, 
antiedematosa, antivaricosa e anticelulítica. 
 A rutina é utilizada para o tratamento de diversos estados que se caracterizam 
por hemorragia e excessiva fragilidade capilar (prevenção de varizes e olheiras). Seu 
mecanismo de ação se dá por meio da inibição da COMT (Catecol‑Oxi‑Metil‑Trans‑
ferase), permitindo um aumento na duração da ação catecolaminérgica (aumento da 
resistência vascular que se soma ao efeito inibitório sobre a elastase e hialuronidase), 
o qual se conhece como efeito vitamínico P. A elastina e o ácido hialurônico são dois 
dos componentes naturais do tecido conjuntivo, pelo que a inibição dessas enzimas 
aumenta a resistência das paredes vasculares. Os flavonoides aumentam a absorção 
de vitamina C e agem sinergisticamente na proteção das estruturas dos capilares, 
portanto, os dois podem ser tomados juntos. 
 Rico em vitamina P, que combinado com a vitamina C tem ação benéfica sobre a 
queda do colesterol LDL, age fortalecendo a estrutura da parede dos vasos sanguíneos. 
Muito usada no tratamento da insuficiência vascular venosa, olheiras, dores e 
edema dos membros inferiores (VIAFARMANET, 2012). 
1.79 Syn coll 
Syn coll é uma solução aquosa de glicerina sem conservantes à base de um pe‑
queno peptídeo. Estimula a síntese de colágeno em fibroblastos humanos.
É um peptídeo capaz de reduzir as rugas. Estimula a síntese de colágeno via ati‑
vação do TGF‑beta; hidrata e firma a pele; é comprovadamente seguro e efetivo na 
redução das rugas e linhas de expressões.
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Trombospondina I (TSP) é uma proteína multifuncional que ativa o latente, mas 
é uma forma biologicamente inativa de TGF‑b (Fator de Crescimento do Tecido). 
TGF‑b é conhecido como o elemento‑chave na síntese de colagénio e se liga a uma 
determinada sequência na molécula TSP para ser ativado. O Syn coll da sequência 
tem a capacidade de se ligar imitando a sequência e, portanto, também ativa TGF‑b.
Syn coll também protege o colágeno da degradação (BIOTEC,2012). 
1.80 Spirulina
A spirulina tem sido utilizada mundialmente na alimentação humana e animal, 
assim como na obtenção de aditivos utilizados em formas farmacêuticas e alimentos. 
Esta alga é uma fonte rica em proteínas, carboidratos, lipídios, minerais (Ca, Mg, Fe, 
P, K e I), betacaroteno, vitamina E e vitaminas do complexo B. As propriedades nu‑
tricionais da spirulina têm sido relacionadas com possíveis atividades terapêuticas, 
caracterizando‑a no âmbito dos alimentos funcionais e nutracêuticos. 
A spirulina atua como supressor do apetite devido à presença relativamente alta 
da fenilalanina, que atua sobre o centro do apetite. Quando ingerida com o estô‑
mago vazio, reveste suas paredes, produzindo uma sensação de plenitude gástrica e 
saciedade. Desta forma, auxilia no tratamento da obesidade, propiciando um suave 
emagrecimento sem perdas nutricionais. 
Pela presença da vitamina B12, evita transtornos do sistema nervoso e anemias 
provocadas por uma dieta vegetariana desbalanceada ou carencial. 
A biotina e ferridoxina são substâncias que auxiliam na eliminação do CO2, im‑
pedindo a formação de ácido pirúvico e ácido lático originário da decomposição de 
açúcares na ausência de oxigênio — situação muito comum durante exercícios físicos 
prolongados, auxiliando na dieta do atleta e evitando câimbras e fadiga muscular. 
Por seu alto teor proteico, se torna excelente complemento alimentar. 
Composição química para cada 100g de spirulina:
 Proteína ‑ 65 ‑ 80g 
 Carboidratos ‑ 15 ‑ 20g 
 Potássio ‑ 1400mg 
 Fósforo ‑ 700mg 
 Sódio ‑ 500mg 
 Cálcio ‑ 400mg 
 Magnésio ‑ 200mg 
 Ferro ‑ 50mg 
 Vitamina A ‑ 200mg 
 Vitamina B1 ‑ 4mg 
 Vitamina B2 ‑ 3,5mg 
 Vitamina B6 ‑ 0,7mg 
 Vitamina B12 ‑ 0,25mg 
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 Vitamina E mg 
 Inositol ‑ 100mg 
 Ácido pantotênico ‑ 0,8mg 
É indicado como suplemento nutricional em regimes para obesidade, alcoolismo, 
fadiga, carência de vitaminas e minerais, e durante a convalescença de processos 
patológicos ou cirúrgicos (VIAFARMANET, 2012).
1.81 Vegelip
Vegelip é um mix de lipídios vegetais, um composto altamente emoliente e nu‑
tritivo, rico em ácido graxos essenciais, ômega 6 e ômega 9. 
Foi desenvolvido para atuar no tratamento das peles doentes, secas e nas patolo‑
gias dermatológicas em que a pele apresenta distúrbios na quantidade e na qualidade 
dos ácidos graxos de sua estrutura lipídica, com comprometimento da sua função 
barreira cutânea e da capacidade regenerativa. 
 Vegelip é composto por lipídios do girassol, lipídios da rosa‑mosqueta, lipídios 
da oliva, vitamina E e triglicérides dos ácidos cáprico e caprílico. 
Possui alta penetração cutânea, incorporando‑se às estruturas cutâneas alteradas; 
melhora a função barreira cutânea; melhora os sintomas da inflamação na dermatite 
atópica e na psoríase; reduz a perda transepidermal de água (TEWL); melhora a es‑
pessura das placas psoriásicas; além de ser emoliente e cicatrizante. 
 Composição do Vegelip % 
 Ácido linoleico ‑ 30,5 ‑ 57% 
 Ácido oleico ‑ 11,5 ‑ 32,6% 
 Ácido linolênico ‑ 0,4% 
 Ácido palmítico ‑ 0,2% 
 Triglicérides dos ácidos cáprico e caprílico 20 
É indicado nas dermatites atópicas, psoríase, estrias, celulites, escaras, peles se‑
cas com xerose, úlceras de decúbito e outras patologias que compreendem a secura 
cutânea, ferimentos cutâneos, além de queimaduras (VIAFARMANET, 2012).
1.82 Vitamina A
A vitamina A existe na natureza sob várias formas. Os carotenos são precursores 
desta vitamina e esta conversão se dá principalmente na mucosa do intestino delgado. 
A maior quantidade de vitamina A fica armazenada no fígado, de 500 a 1.000 UI/g, 
havendo menor quantidade no rim e no tecido adiposo. 
Suas principais fontes são os vegetais amarelos e os verdes; os óleos de fígado de 
bacalhau apresentam as maiores concentrações conhecidas de vitamina A. 
A vitamina A é essencial para o crescimento, desenvolvimento e manutenção do 
tecido epitelial e das membranas mucosas, e nos mecanismos da visão. Sua deficiên‑
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cia é mais frequente em crianças e jovens, e quando prolongada, manifesta‑se pela 
xeroftalmia e cegueira noturna. 
A vitamina A é essencial para o desenvolvimento da pele, bem como para as unhas 
e cabelo. Estimula a renovação celular, ajuda a promover a síntese de colágeno (fibra 
de sustentação da pele) e tem ação moderada na produção de queratina. 
É muito eficiente na prevenção e no tratamento do fotoenvelhecimento porque 
aumenta a elasticidade e tonicidade dos tecidos cutâneos, além de prevenir a formação 
de linhas de expressão e estimular a formação do colágeno e da elastina. Ajuda tam‑
bém a proteger a pele contra agressões exteriores (estresse, poluição, intempéries etc.). 
Na cosmiatria, a vitamina A geralmente é associada às vitaminas D e E, para 
pessoas com a pele seca, sujeitas a intempéries ou expostas ao uso constante de 
detergente. 
Também é uma vitamina utilizada no tratamento da queratinização excessiva e, 
como inibe também a formação de comedões, melhora os casos de acne. 
Destaques da vitamina A: 
 Normaliza a queratinização e aumenta a elasticidade da pele.
 Reduz o espessamento da epiderme.
 Normaliza a pele ressecada.
 Reverte o fotoenvelhecimento e trata rugas finas.
 Reduz a escamação e normaliza o couro cabeludo.
 Fortifica alimentos (VIAFARMANET, 2012).
1.83 Vitamina C 
A vitamina C, também conhecida como ácido ascórbico, é uma das 13 principais 
vitaminas que fazem parte de um grupo de substâncias químicas complexas necessá‑
rias para o funcionamento adequado do organismo. É uma vitamina hidrossolúveis, 
o que significa que seu organismo usa o que necessita e elimina o excesso. 
É essencial para a síntese de colágeno e do material intercelular. 
Sua deficiência (escorbuto) é rara em adultos, mas pode ocorrer em crianças, 
alcoólatras e idosos, caracterizada por fragilidade capilar, sangramento, anemia, 
lesões em ossos e cartilagens e cicatrizações demoradas de ferimentos. 
Funciona como um poderoso antioxidante, transforma radicais livres de oxigê‑
nio em formas inertes. É usado na síntese de algumas moléculas que servem como 
hormônios ou neurotransmissores. 
Ajuda a fortalecer o sistema imunológico e a respiração celular, estimula as glân‑
dulas suprarrenais e protege os vasos sanguíneos. 
Facilita a absorção de ferro pelo organismo e atua no metabolismo de alguns 
aminoácidos. 
O uso tópico da vitamina C combate radicais livres e estimula a síntese de 
colágeno . 
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Acelera a cicatrização de feridas, reduzindo o grau e a duração do eritema pós‑
‑peeling (VIAFARMANET, 2012). 
1.84 Vitamina E 
A vitamina E, conhecida como tocoferol, é um óleo viscoso, amarelo‑claro, prati‑
camente inodoro. Sua deficiência é rara, pode ocorrer por diminuição do suprimento 
dietético, na síndrome de má absorção, em crianças com distúrbios congênitos, como 
a fibrose cística e atresia biliar, e em crianças prematuras e de baixo peso. 
A vitamina E é bem absorvida pela pele e está envolvida nos processos metabóli‑
cos de eliminação dos radicais livres. Sua ação antioxidante retarda tanto a formação 
de peróxidos como a oxidação de lipídios, protegendo as lipoproteínas da parede 
celular e retardando o envelhecimento da pele. 
Também apresenta ação umectante, e é geralmente usada em associação com a 
vitamina A e D. 
A vitamina E é indicada para o emprego em emulsões e em outros preparados 
cosméticos. Em preparados aquosos e aquosos‑alcóolicos, é necessário usar conjun‑
tamente solubilizantes. 
A vitamina E neutraliza a ação dos radicais livres, prevenindo tanto a rancificação 
do produto quanto o envelhecimento precoce. 
É muito utilizada em formulações pós‑sol para reduzir a queimadura solar e 
restabelecer a epiderme. 
 Sua capacidade de reter água deixa a

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