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Elaboração: Plano Diretor de Drenagem Urbana de Curitiba Volume IV - Manual de Drenagem 1 Plano Diretor de Drenagem - Etapa Macrodrenagem nas bacias Atuba, Belém, Barigui, Iguaçu, Padilhas e Passaúna, inseridas no município de Curitiba. VOLUME IV MANUAL DE DRENAGEM Volume Técnico referente ao Contrato 19390 de Prestação de Serviços que entre si fazem o MUNICÍPIO DE CURITIBA com a interveniência do INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO DE CURITIBA - IPPUC e a COBRAPE CIA BRASILEIRA DE PROJETOS E EMPREENDIMENTOS. COB–7548–Volume IV 2 RELAÇÃO DE VOLUMES O Plano diretor de Macrodrenagem Urbana de Curitiba foi divido em 6 volumes sendo eles: VOLUME I – RESUMO EXECUTIVO Mostra de maneira concisa todas as diretrizes do plano. VOLUME II– VOLUME TÉCNICO O volume técnico é dividido em cinco tomos distintos, sendo eles: Tomo 1: SISTEMA INSTITUCIONAL – Apresenta uma síntese do Sistema Institucional existente e propõe um rol de minutas de leis para complementação do sistema institucional de modo a permitir a aplicação legal, a efetivação e a gestão do Plano Diretor de Drenagem. Compatibiliza o Plano Diretor de Drenagem do Alto Iguaçu com este e dá as diretrizes para todas as medidas não estruturais. Tomo 2: POLITICAS E AÇÕES NÃO ESTRUTURAIS – Apresenta as políticas e ações para controle do solo urbano com o objetivo de minimizar os impactos de cheias. Tomo 3: CAPACIDADE DO SISTEMA ATUAL– Identifica as áreas críticas sob risco de inundação e seus principais aspectos. Apresenta um diagnóstico das inundações máximas observadas. Tomo 4: CARACTERIZAÇÕES DAS BACIAS E MEDIDAS DE CONTROLE ESTRUTURAIS – Caracterizações das áreas em estudo por unidade de bacia, estudos hidrológicos e hidráulicos, análises, cenários e intervenções de medidas de controle estruturais. Tomo 5: SUBSIDIOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS – Avalia os benefícios técnicos e econômicos das intervenções propostas para mitigação de cheias. VOLUME III– IMPLANTAÇÃO DA REDE TELEMÉTRICA Descreve os equipamentos da implantação telemétricas, bem como local de instalação dos equipamentos, configurações e custos. VOLUME IV – MANUAL DE DRENAGEM Apresenta os critérios, fundamentação teórica e um resumo do Plano Diretor de Drenagem com a síntese dos trabalhos elaborados e ações propostas. Apresenta também as recomendações da Prefeitura Municipal de Curitiba quanto às intervenções para retenção e infiltração da água excedente de chuva. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 10 1.1 Apresentação ................................................................................................. 10 2. REGULAMENTAÇÃO .............................................................................................. 12 3. IMPACTOS DA URBANIZAÇÃO NO SISTEMA DE DRENAGEM ......................... 22 3.1 O Ciclo Hidrológico .................................................................................... 22 3.2 Erosão ......................................................................................................... 22 3.2.1. Formas de Erosão ................................................................................... 23 3.3 Inundações e Enchentes ........................................................................... 24 3.3.1 Enchentes em Áreas Ribeirinhas .......................................................... 24 3.3.2 Inundações ............................................................................................ 25 3.3.3 Consequências ...................................................................................... 25 3.3.4 Registro de Inundações e Enchentes em Curitiba ................................ 26 4. CARACTERIZAÇÃO DAS BACIAS ........................................................................ 28 4.1 Bacia do Rio Atuba ..................................................................................... 28 4.2 Bacia do Rio Barigui .................................................................................. 33 4.3 Bacia do Rio Belém .................................................................................... 38 4.4 Bacia do Ribeirão dos Padilhas ................................................................ 43 4.5 Bacia do Rio Passaúna .............................................................................. 48 4.6 Bacia do Rio Iguaçu ................................................................................... 51 5. CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE DRENAGEM URBANA .............................. 56 5.1 Apresentação .............................................................................................. 56 5.2 Regimes de Escoamento ........................................................................... 57 5.2.1. Definições ................................................................................................ 57 5.2.2. Caracterização do escoamento ............................................................... 58 5.2.3. Número de Froude ................................................................................... 58 5.3 Linha de Energia em Regime Permanente ............................................... 60 5.3.1. Metodologia para a linha de energia ........................................................ 60 5.3.2. Perda de carga singular ou localizada ..................................................... 61 5.4 Microdrenagem ........................................................................................... 62 5.5 Macrodrenagem .......................................................................................... 63 5.5.1. Terminologia - macrodrenagem ............................................................... 63 5.6 Tempo de Concentração ............................................................................ 64 5.7 Tempo de Retorno ...................................................................................... 65 5.8 Permeabilidade ........................................................................................... 66 5.8.1. Taxa de Permeabilidade .......................................................................... 66 5.9 Capacidade de Retenção do Solo - Número da Curva (CN) ................... 66 5.9.1. Tipo de solo ............................................................................................. 68 5.10 Parâmetros Físicos da Bacia Hidrográfica .............................................. 69 5.10.1. Coeficiente de Compacidade ................................................................. 69 5.10.2. Fator de Forma ...................................................................................... 69 5.10.3. Densidade de Drenagem (Dd) ............................................................... 70 4 5.10.4. Extensão Média do Escoamento Superficial (L) .................................... 70 5.10.5. Sinuosidade do Curso da Água (SIN) .................................................... 70 6. SISTEMAS DE MICRODRENAGEM ....................................................................... 71 6.1 Terminologia ............................................................................................... 71 6.2 Cálculos e Dimensionamentos ................................................................. 72 6.2.1. Cálculo da Vazão de projeto para microdrenagem .................................. 72 6.2.1.1. Método Racional ......................................................................... 72 6.2.2. Precipitação ............................................................................................. 74 6.2.3. Coeficiente de "Run off" ...........................................................................77 6.2.4. Condução hidráulica de ruas e sarjetas ................................................... 79 6.2.4.1. Dimensionamento de Bocas-de-Lobo ......................................... 80 6.2.4.2.Dimensionamento de Galerias..................................................... 84 7. SISTEMAS DE MACRODRENAGEM ...................................................................... 85 7.1 Cálculos e Dimensionamentos ................................................................. 85 7.1.1. Precipitação de projeto ............................................................................ 85 7.1.1.1. Distribuição espacial e coeficientes de abatimento .................... 85 7.1.1.2. Distribuição temporal .................................................................. 85 7.1.1.3. Método dos blocos alternados .................................................... 86 7.1.1.4. Hidrograma unitário triangular .................................................... 88 7.2 Projetos de Redes Pluviais de Macrodrenagem ...................................... 90 7.2.1. Planejamento ........................................................................................... 91 7.2.2. Etapas do estudo de planejamento ......................................................... 92 7.2.2.1. Caracterização da bacia ............................................................. 93 7.2.2.2. Definição dos cenários................................................................ 93 7.2.2.3. Simulação dos cenários .............................................................. 93 7.2.2.4. Seleção de alternativas para controle ......................................... 94 7.2.2.5. Simulação das alternativas previstas .......................................... 95 7.2.2.6. Avaliação da qualidade da água ................................................. 96 7.2.2.7. Avaliação econômica: ................................................................. 96 7.2.2.8. Seleção da melhor alternativa: ................................................... 96 8. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MICRODRENAGEM ......................................... 97 8.1 Pavimento Poroso ...................................................................................... 97 8.2 Trincheira de Retenção e Infiltração ....................................................... 101 8.3 Vala de Infiltração ..................................................................................... 110 8.4 Poço de Infiltração / Injeção .................................................................... 114 8.5 Microrreservatório e Microrreservatório Poroso ................................... 118 8.6 Telhado Reservatório ............................................................................... 122 8.7 Manta de Infiltração .................................................................................. 124 9. ELEMENTOS ESTRUTURAIS DE MACRODRENAGEM ..................................... 126 9.1 Parque Isolado Associado a Reservatório de Amortecimento ............ 126 9.2 Parque Linear Ribeirinho ......................................................................... 126 9.3 Proteção das Cabeceiras das Bacias ..................................................... 127 5 9.4 Restauração de Várzeas .......................................................................... 128 9.5 Banhados Construídos (Wetlands) ......................................................... 129 9.6 Restauração de Margens ......................................................................... 130 9.7 Recomposição de Vegetação Ciliar ........................................................ 130 9.8 Renaturalização de Rios e Córregos ...................................................... 131 9.9 Contenção de Encostas Instáveis .......................................................... 131 9.10 Bacias de Contenção de Sedimentos ..................................................... 132 9.11 Dissipadores de Energia .......................................................................... 133 9.12 Adequação de Canais para Retardar Escoamento ............................... 133 9.13 Obras de Desassoreamento .................................................................... 134 9.14 Sistema de Galeria de Águas Pluviais .................................................... 134 9.15 Sistema de Reuso de Águas Pluviais ..................................................... 135 9.16 Bacia de Detenção .................................................................................... 135 9.17 Bacias de Retenção .................................................................................. 139 9.18 Bacias Subterrâneas ................................................................................ 142 9.19 Condutos de Armazenamento ................................................................. 143 9.20 Faixas e Valetas Gramadas ..................................................................... 144 10. PARÂMETROS PARA PROJETOS DE DRENAGEM ........................................ 147 10.1 Aplicação da Norma e Aprovação .......................................................... 147 10.2 Elaboração dos Projetos ......................................................................... 148 10.3 Padronizações .......................................................................................... 149 11. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 150 6 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Legislação Federal relacionada com a Drenagem Urbana ....................... 13 Quadro 2 – Legislação Estadual relacionada com a Drenagem Urbana ...................... 17 Quadro 3 – Legislação Municipal relacionada com a Drenagem Urbana .................... 19 Quadro 4 – Registros Pluviométricos na cidade de Curitiba ........................................ 27 Quadro 5 – Valores do Coeficiente de Rugosidade de Manning .................................. 58 Quadro 6 – Regime de Escoamento de acordo com o número de Froude .................. 59 Quadro 7 – Tempos de retorno (T) – DAEE e CETESB (1980) ................................... 66 Quadro 8 – CN para áreas urbanas considerando percentual de área impermeável – NATIONAL ENGINEERING HANDBOOK (2004) ................................. 67 Quadro 9- Condutividade hidráulica saturada em diversos tipos de solo ..................... 69 Quadro 10 – Coeficientes de escoamento superficial C – ASCE (1969) ..................... 78 Quadro 11 – Fatores de Redução de Escoamento das Sarjetas (DAEE/CETESB, 1980) ........................................................................................................ 84 Quadro 12 – Hietograma - Método dos Blocos Alternados .......................................... 88 Quadro 13 - Coeficiente de Escoamento ...................................................................... 97 Quadro 14 – Valores de Coeficiente de Escoamento (C) para algumas superfícies ... 99 Quadro 15 – Valores dos parâmetros para Sistemas de Reservação e Infiltração sem tubos, apenas a vala mais a pedra brita ........................................ 108 Quadro 16 – Valores dos parâmetros para Sistemas de Reservação e Infiltração sem tubos, para execução com miniescavadeira .................................. 108 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Figura representativa de inundação e enchente ......................................... 24 Figura 2 – Diagrama Unifilar do Sistema de Macrodrenagem – Bacia do rio Atuba .... 29 Figura 3 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Atuba ................................................ 30 Figura 4 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Atuba ............. 32 Figura 5 – Diagrama Unifilar do Sistema de Macrodrenagem– Bacia do rio Barigui ........................................................................................................ 34 Figura 6 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Barigui .............................................. 35 Figura 7 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Barigui ........... 37 Figura 8 – Diagrama Unifilar do Sistema de Macrodrenagem - Bacia do rio Belém .... 39 Figura 9 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Belém ............................................... 41 Figura 10 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Belém .......... 42 Figura 11 – Diagrama Unifilar – Bacia do Ribeirão dos Padilhas ................................. 44 Figura 12 – Mapa da hidrografia da Bacia do Ribeirão dos Padilhas ........................... 45 Figura 13 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Ribeirão dos Padilhas ..................................................................................................... 47 Figura 14 – Diagrama Unifilar – Bacia do Rio Passaúna ............................................. 48 Figura 15 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Passaúna ....................................... 49 Figura 16 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Passaúna .... 50 Figura 17 – Diagrama Unifilar – Bacia do Rio Iguaçu ................................................... 52 Figura 18 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Iguaçu ............................................ 54 Figura 19 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Iguaçu ......... 55 Figura 20 – Determinação da linha de energia utilizando a equação de Bernoulli ....... 60 Figura 21 - Tipos de boca-de-lobo (DAEE/CETESB, 1980 - Adaptado) ...................... 72 Figura 22 – Chuvas Intensas - Equação COHAPAR (2000) - Duração em minutos ....................................................................................................... 76 Figura 23 - Seção da sarjeta ........................................................................................ 80 Figura 24 – Capacidade de engolimento (DAEE/CETESB, 1980 - adaptado) ............. 82 Figura 25 – Capacidade de esgotamento das bocas de-lobo com depressão de 5 cm em pontos baixos das sarjetas (DAEE/CETESB, 1980 - Adaptado) ................................................................................................... 83 Figura 26 – Hidrograma triangular SCS (Tucci, 1993 - Adaptado) ............................... 89 Figura 27 – Etapas do Planejamento - Projeto de rede pluvial de macrodrenagem .... 92 Figura 28 – Representação de pavimento poroso ...................................................... 100 Figura 29 – Representação de pavimento poroso ...................................................... 101 Figura 30 – Representação do Sistema de Reservação e Infiltração com seção retangular ................................................................................................. 103 Figura 31 – Representação do Sistema de Reservação e Infiltração com tubos de concreto com diâmetro de 1,20 m ....................................................... 104 Figura 32 – Trincheira de infiltração (Schueler, 1987 - Adaptado) ............................. 108 Figura 33 – Trincheira de infiltração (Schueler, 1987 - Adaptado) ............................. 109 Figura 34 – Detalhe PLANTA PEDRÃO – DRENO LATERAL PARA RESERVAÇÃO E INFILTRAÇÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS (Secretaria Municipal de Obras Públicas - Adaptado) ............................................... 109 8 Figura 35 – Detalhe do DRENO LATERAL PARA RESERVAÇÃO E INFILTRAÇÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS (Secretaria Municipal de Obras Públicas - Adaptado) .................................................................... 110 Figura 36 – Vala de infiltração (Schueler, 1987 - Adaptado) ...................................... 113 Figura 37 - Vala de retenção (Azzout et al., 1994 - Adaptado) .................................. 114 Figura 38 - Poço de infiltração preenchido com brita (Azzout et al., 1994 - Adaptado) ................................................................................................. 117 Figura 39 – Poço de infiltração e poço de injeção (Azzout et al., 1994 - Adaptado) .. 117 Figura 40 – Poço de infiltração associado com bacia de infiltração (Azzout et al., 1994 - Adaptado) ..................................................................................... 117 Figura 41 – Poço de infiltração em parques ou praças (Azzout et al., 1994 - Adaptado) ................................................................................................. 118 Figura 42 – Microrreservatório em alvenaria (Cruz et al, 1998 - Adaptado) ............... 121 Figura 43 - Microrreservatório poroso enterrado (Schueler, 1987 - Adaptado) .......... 121 Figura 44 - Telhados reservatório (Azzout,1994 - Adaptado) ..................................... 123 Figura 45 - Telhados reservatório com cascalho (Azzout et al, 1994 - Adaptado) ..... 123 Figura 46 – Manta de infiltração - Planta .................................................................... 125 Figura 47 – Manta de infiltração – Perfil ..................................................................... 125 Figura 48 – Sediment basin (Mecklenberg, 1996 - Adaptado) ................................... 132 Figura 49 – Sediment pond (Mecklenberg, 1996 - Adaptado) .................................... 132 Figura 50 - Bacia de detenção (Schueler, 1987 - Adaptado) .................................... 139 Figura 51 - Bacia de retenção (Schueler, 1987 - Adaptado) ...................................... 141 Figura 52 - Bacia subterrânea (STU, 1993 - Adaptado) ............................................. 143 Figura 53 - Faixas Gramadas (fonte: Urban Drainage and Flood District, 1992 - Adaptado) ................................................................................................. 145 Figura 54 – Valeta Gramada (fonte: Urban Drainage and Flood District, 1992 - Adaptado) ................................................................................................. 146 9 TOMO V – MANUAL DE DRENAGEM 10 1. INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação Drenagem é o termo comumente empregado na designação das instalações destinadas a coletar e transportar a água que se precipita nos eventos de chuva no meio urbano. O sistema de drenagem deve, em tese, evitar o acúmulo dessa água precipitada, que possa vir a provocar transtornos à saúde das pessoas, bem como danos e prejuízos ao patrimônio público e privado. O sistema de drenagem urbana tem vinculação direta com outros aspectos componentes da infraestrutura, tais como: o sistema de abastecimento de água, o sistema de coleta e tratamento de esgoto, o sistema de coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos. Tem relação, ainda, com a determinação e controle das condições de escoamento proporcionadas pelos cursos de água e seus componentes de erodibilidade e assoreamento, bem como aspectos de natureza legal e institucional, uso e ocupação do solo, parcelamento do solo e áreas de preservação permanente. Os estudos e diretrizes do Plano Diretor de Drenagem (PDD), aliados ao Plano Diretor Urbano (PDU) vigente, fornecem ao Manual de Drenagem os subsídios necessários para que seja um instrumento orientativo para projetistas sobre as restrições e métodos aceitos no dimensionamento da drenagem na cidade, em consonância com normas e leis vigentes em âmbito nacional, estadual e municipal a respeito da drenagem urbana e do uso do solo urbano. O Manual de Drenagem integra e ressalta a importância de todos os estudos desenvolvidos no PDD para as Bacias do Atuba, Belém, Barigui,Padilhas, Passaúna e Iguaçu inseridas no Município de Curitiba. A partir desses estudos, o manual sintetiza as informações pertinentes para a consulta pelos profissionais que planejam e projetam a drenagem urbana no município de Curitiba e atribui critérios construtivos e de projeto para que se tenha uma uniformização do tratamento dos aspectos de drenagem no município. Todavia, o Manual de Drenagem é restrito para fins de orientação e não possui 11 valor legislativo, sendo os únicos elementos limitantes aqueles relacionados à legislação pertinente. 12 2. REGULAMENTAÇÃO O presente capítulo apresenta, em forma de tabela, a síntese da regulamentação relacionada com a drenagem urbana. O objetivo é facilitar a consulta das leis que tratam de drenagem, no momento da elaboração de estudos e projetos a ela relacionados. A tabela está dividida em legislação Federal, Estadual e Municipal, cada parte disposta em colunas, apresentadas da seguinte maneira: TIPO: classifica se a legislação listada é uma Lei, Decreto-Lei, Decreto, Medida Provisória, Lei Complementar ou Resolução; NÚMERO E DATA: apresenta o número do documento e a data em que entrou em vigor; ABORDAGEM: indica sob quais aspectos são abordadas as questões de drenagem. Foram atribuídos quatro aspectos: o S Aborda questões referentes ao Saneamento o MA Aborda questões referentes ao Meio Ambiente o GU Aborda questões referentes à Gestão Urbana o I Aborda questões referentes a Estabelecimentos ou Modificações Institucionais DISPOSIÇÃO: apresenta a disposição ou a finalidade do documento; STATUS: indica se o documento está em vigor; 13 Quadro 1 – Legislação Federal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S FE D ER A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “In st itu i p rin cí pi os , d ire ito s e ga ra nt ia s fu nd am en ta is ; d ire ito s e de ve re s in di vi du ai s e co le tiv os .” “C ód ig o Fl or es ta l B ra si le iro .” “D is põ e so br e o pa rc el am en to d o S ol o U rb an o e dá o ut ra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e as d ire tri ze s bá si ca s pa ra o Z on ea m en to In du st ria l na s ár ea s cr íti ca s de p ol ui çã o, e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e a P ol íti ca N ac io na l d o M ei o A m bi en te , s eu s fin s e m ec an is m os d e fo rm ul aç ão e a pl ic aç ão , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e a ex tin çã o de ó rg ão e d e en tid ad e au tá rq ui ca , c ria o In st itu to B ra si le iro d o M ei o A m bi en te .” “A lte ra a L ei n . 6 .9 38 (¹ ), de 3 1 de a go st o de 1 98 1, q ue d is põ e so br e a P ol íti ca N ac io na l M ei o A m bi en te , s eu s fin s e m ec an is m os d e fo rm ul aç ão e a pl ic aç ão , a Le i n . 7 .7 35 (² ), de 2 2 de fe ve re iro d e 19 89 , a L ei n . 6 .8 03 (³ ), de 2 d e ju lh o de 19 80 , a L ei n .6 .9 02 (4 ), de 2 1 de a br il de 1 98 1, e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “In st itu i a P ol íti ca N ac io na l d e R ec ur so s H íd ric os , cr ia o S is te m a N ac io na l d e G er en ci am en to d e R ec ur so s H íd ric os , r eg ul am en ta o in ci so X IX d o ar t.2 1 da C on st itu iç ão F ed er al , e a lte ra o a rt. 1 ° d a Le i n ° 8. 00 1, d e 13 d e m ar ço d e 19 90 ,q ue m od ifi co u a Le i n º 7. 99 0, d e 28 d e de ze m br o de 1 98 9. ” “D is põ e so br e as s an çõ es p en ai s e ad m in is tra tiv as d er iv ad as d e co nd ut as e at iv id ad es le si va s ao m ei o am bi en te , e d á ou tra s pr ov id ên ci as ”. Ta m bé m co nh ec id a co m o “L ei d os C rim es A m bi en ta is ”. “A lte ra o D ec re to -L ei n º 3 .3 65 , d e 21 d e ju nh o de 1 94 1 (d es ap ro pr ia çã o po r ut ili da de p úb lic a) e a s Le is n ° s 6. 01 5, d e 31 d e de ze m br o de 1 97 3 (r eg is tro s pú bl ic os ), e 6. 76 6, d e 19 d e de ze m br o de 1 97 9 (p ar ce la m en to d o so lo u rb an o) ”. A B O R D A G EM I X X X G U X X X M A X X X X X S X D A TA 05 /1 0/ 88 15 /0 9/ 65 19 /1 2/ 79 02 /0 7/ 80 31 /0 8/ 81 22 /0 2/ 89 18 /0 78 9 08 /0 1/ 97 12 /0 2/ 98 29 /0 1/ 99 N ° - 4. 77 1 6. 76 6 6. 80 3 6. 93 8 7. 73 5 7. 80 4 9. 43 3 9. 60 5 9. 78 5 TI PO C on st itu iç ão B ra si le ira LL E IU ei Le H H Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 14 Quadro 1 (continuação) – Legislação Federal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S FE D ER A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “R eg ul am en ta o a rt. 2 25 , 1º , i nc is os I, II, II E V II da C on st itu iç ão F ed er al , i ns tit ui o S is te m a N ac io na l d e U ni da de s de C on se rv aç ão d a N at ur ez a e de o ut ra s pr ov id ên ci as ”. “D is põ e so br e a cr ia çã o da A gê nc ia N ac io na l d e Á gu a- A N A , e nt id ad e fe de ra l d e im pl em en ta çã o da P ol íti ca N ac io na l d e R ec ur so sH íd ric os e d e co or de na çã o do S is te m a N ac io na l d e G er en ci am en to d e R ec ur so s H íd ric os , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta o s ar ts . 1 82 e 1 83 d a C on st itu iç ão F ed er al , e st ab el ec e di re tri ze s ge ra is d a po lít ic a ur ba na e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” Ta m bé m c on he ci da c om o “E st at ut o da c id ad e” . “In st itu i o C ód ig o C iv il. ” “E st ab el ec e di re tri ze s na ci on ai s pa ra o s an ea m en to b ás ic o; a lte ra a s Le is n os 6. 76 6, d e 19 d e de ze m br o de 1 97 9, 8 .0 36 , d e 11 d e m ai o de 1 99 0, 8 .6 66 , d e 21 de ju nh o de 1 99 3, 8 .9 87 , d e 13 d e fe ve re iro d e 19 95 ; r ev og a a Le i n º 6 .5 28 , d e 11 de m ai o de 1 97 8; e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” C on he ci do c om o “L ei d o S an ea m en to B ás ic o” . “In st itu i a P ol íti ca N ac io na l d e R es íd uo s S ól id os ; a lte ra a L ei n º 9 .6 05 , d e 12 d e fe ve re iro d e 19 98 ; e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “E st ab el ec e as re gi õe s m et ro po lit an as d e S ão P au lo , B el o H or iz on te , P or to A le gr e, R ec ife , S al va do r, C ur iti ba , B el ém e F or ta le za .” “A lte ra o s ar ts . 1 º,4 º,1 4, 16 e 4 4, e a cr es ce d is po si tiv os à L ei n º 4 .7 71 , d e 15 d e se te m br o de 1 96 5, q ue in st itu i o C ód ig o Fl or es ta l, be m c om o al te ra o a rt. 1 0 da Le i n º 9 .3 93 , d e 19 d e de ze m br o de 1 99 6, q ue d is põ e so br e o Im po st o so br e a P ro pr ie da de T er rit or ia l R ur al – IT R , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “M an té m , c om m od ifi ca çõ es , o d ec re to n º 2 4. 64 3, d e 10 d e ju lh o de 1 93 4 e dá ou tra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e de sa pr op ria çõ es p or u til id ad e pú bl ic a. ” A B O R D A G EM I X X X X X G U X X X M A X X S X X X X D A TA 18 /0 7/ 00 17 /0 7/ 00 10 /0 7/ 01 10 /0 1/ 02 05 /0 1/ 07 02 /0 8/ 10 08 /0 6/ 73 24 /0 8/ 01 11 /1 1/ 38 21 /0 6/ 41 N ° 9. 98 5 9. 98 4 10 .2 57 10 .4 06 11 .4 45 12 .3 05 14 2. 16 6- 67 85 2 3. 36 5 TI PO Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i C om pl em en ta r M ed id a P ro vi só ria D ec re to -L ei D ec re to -L ei 1 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20 15 Quadro 1 (continuação) – Legislação Federal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S FE D ER A L P ar ci al m en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te R ev og ad a V ig en te R ev og ad a V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “D ec re ta o C ód ig o de Á gu as .” “D is põ e so br e as R es er va s E co ló gi ca s e Á re as d e R el ev an te In te re ss e E co ló gi co , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta o C on se lh o N ac io na l d e R ec ur so s H íd ric os , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta o C on se lh o N ac io na l d e R ec ur so s H íd ric os , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta a L ei n º 6 .9 02 e a L ei n º 6 .9 38 q ue d is põ em , r es pe ct iv am en te so br e a cr ia çã o de E st aç õe s E co ló gi ca s e Á re as d e P ro te çã o A m bi en ta l e so br e a P ol íti ca N ac io na l d o M ei o A m bi en te , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “R es er va s E co ló gi ca s. ” “E st ud o de Im pa ct o A m bi en ta l.” “C la ss ifi ca çã o Ág ua s. ” “L ic en ci am en to A m bi en ta l.” “D is põ e so br e pa râ m et ro s, d ef in iç õe s e lim ite s de Á re as d e P re se rv aç ão P er m an en te .” A B O R D A G EM I X X X G U M A X X X X X X S X X X X D A TA 10 /0 7/ 34 31 /0 1/ 84 03 /0 6/ 98 11 /0 3/ 03 06 /0 6/ 90 18 /0 9/ 85 17 /0 2/ 86 18 /0 6/ 86 19 /1 2/ 97 20 /0 3/ 02 N ° 24 .6 43 89 .3 36 2. 61 2 4. 61 3 99 .2 74 00 4 00 1 20 23 7 30 3 TI PO D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A 2 1 22 23 24 25 26 27 28 29 30 16 Quadro 1 (continuação) – Legislação Federal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S FE D ER A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “D is põ e s ob re li ce nc ia m en to a m bi en ta l s im pl ifi ca do d e S is te m as d e E sg ot am en to San itá rio .” “C la ss ifi ca çã o C or po s de Á gu a” “D is põ e so br e os c as os e xc ep ci on ai s, d e ut ili da de p úb lic a, in te re ss e so ci al o u ba ix o im pa ct o am bi en ta l, qu e po ss ib ili ta m a in te rv en çã o ou s up re ss ão d e ve ge ta çã o em Á re a de P re se rv aç ão P er m an en te - A P P .” “E st ab el ec e m od al id ad es e c rit ér io s ge ra is p ar a a pr át ic a de re us o di re to n ão po tá ve l d e ág ua e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” A B O R D A G EM I G U X M A X X X S X X X D A TA 09 /1 0/ 06 17 /0 3/ 05 28 /0 3/ 06 28 /1 1/ 05 N ° 37 7 35 7 36 9 54 TI PO R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A R es ol uç ão C O N A M A 3 1 32 33 34 17 Quadro 2 – Legislação Estadual relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S ES TA D U A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “D is põ e so br e a pr ot eç ão d os R ec ur so s H íd ric os c on tra a ge nt es p ol ui do re s e dá o ut ra s pr ov id ên ci as .” “In st itu i a C oo rd en aç ão d a R eg iã o M et ro po lit an a de C ur iti ba - C O M E C .” “D is põ e so br e a re or ga ni za çã o da e st ru tu ra b ás ic a do P od er E xe cu tiv o no S is te m a de A dm in is tra çã o P úb lic a do E st ad o do P ar an á. ” “D is põ e so br e o la nç am en to d e ef lu en te s em m an an ci ai s de fin id os c om o os si tu ad os à m on ta nt e do p on to d e ca pt aç ão .” “C ria a S ec re ta ria d e E st ad o do M ei o A m bi en te – S E M A , a e nt id ad e au tá rq ui ca In st itu to A m bi en ta l d o P ar an á – IA P e a do ta o ut ra s pr ov id ên ci as .” “C ria o S is te m a In te gr ad o de G es tã o e P ro te çã o do s M an an ci ai s da R M C .” “In st itu i a P ol íti ca E st ad ua l d e R ec ur so s H íd ric os , c ria o S is te m a E st ad ua l d e G er en ci am en to d e R ec ur so s H íd ric os e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “C ria o In st itu to d as Á gu as d o P ar an á, c on fo rm e es pe ci fic a e ad ot a ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta o C on se lh o E st ad ua l d e R ec ur so s H íd ric os e a do ta o ut ra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta o p ro ce ss o de in st itu iç ão d e C om itê s de B ac ia H id ro gr áf ic a, e ad ot a ou tra s pr ov id ên ci as .” A B O R D A G EM I X X X X X X X X G U M A X X X X S X X X X X D A TA 18 /1 2/ 73 02 /0 1/ 74 03 /0 6/ 87 07 /0 3/ 89 27 /0 7/ 92 31 /0 7/ 98 27 /1 1/ 99 13 /1 0/ 09 18 /0 7/ 00 18 /0 7/ 00 N ° 6. 51 3 6. 51 7 8. 48 5 8. 93 5 10 .0 66 12 .2 48 12 .7 26 16 .2 42 2. 31 4 2. 31 5 TI PO Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i D ec re to D ec re to 3 5 36 37 38 39 40 41 42 43 44 18 Quadro 2 (continuação) – Legislação Estadual relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S ES TA D U A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “R eg ul am en ta a p ar tic ip aç ão d e O rg an iz aç õe s C iv is d e R ec ur so s H íd ric os n o S is te m a E st ad ua l d e G er en ci am en to d e R ec ur so s H íd ric os – S E G R H /P R e a do ta ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta a s co m pe tê nc ia s da S ec re ta ria d e E st ad o do M ei o A m bi en te e R ec ur so s H íd ric os c om o ór gã o ex ec ut iv o, g es to r e c oo rd en ad or c en tra l d o S is te m a E st ad ua l d e G er en ci am en to d e R ec ur so s H íd ric os – S E G R H /P R e a do ta ou tra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e o re gi m e de o ut or ga d e di re ito s de u so d e re cu rs os h íd ric os e ad ot a ou tra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta a c ob ra nç a pe lo d ire ito d e us o de re cu rs os h íd ric os e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “D ec la ra a s Á re as d e In te re ss e de M an an ci ai s de A ba st ec im en to P úb lic o pa ra a R eg iã o M et ro po lit an a de C ur iti ba e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e o lic en ci am en to a m bi en ta l, au to riz aç ão a m bi en ta l, au to riz aç ão flo re st al e a nu ên ci a pr év ia p ar a de sm em br am en to e p ar ce la m en to d e gl eb a ru ra l.” “D is põ e so br e a in st itu iç ão de R eg iõ es H id ro gr áf ic as , B ac ia s H id ro gr áf ic as e U ni da de s H id ro gr áf ic as d e G er en ci am en to d e R ec ur so s H íd ric os d o E st ad o do P ar an á. ” “E st ab el ec e pa râ m et ro s q ua nt ita tiv os p ar a qu al ifi ca çã o co m o in si gn ifi ca nt es o s us os d e re cu rs os h íd ric os re fe re nt es a o la nç am en to c on ce nt ra do d e ág ua s pl uv ia is e m c ur so s de á gu a. ” “D is põ e so br e o lic en ci am en to a m bi en ta l, es ta be le ce c rit ér io s e pr oc ed im en to s a se re m a do ta do s pa ra a s at iv id ad es p ol ui do ra s, d eg ra da do ra s e/ ou m od ifi ca do ra s do m ei o am bi en te e a do ta o ut ra s pr ov id ên ci as .” "R eg ul am en ta o s as pe ct os d e lic en ci am en to a m bi en ta l e st ab el ec id os n a P ol íti ca N ac io na l d o M ei o A m bi en te " A B O R D A G EM I X X X X X X G U M A X X X X S X X X X X X X D A TA 18 /0 7/ 00 18 /0 7/ 00 31 /0 8/ 01 26 /1 1/ 02 10 /0 9/ 08 24 /0 8/ 98 20 /1 2/ 06 06 /1 1/ 09 04 /0 7/ 08 19 /1 2/ 97 N ° 2. 31 6 2. 31 7 4. 64 6 5. 36 1 3. 41 1 31 49 52 65 23 7 TI PO D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to R es ol uç ão C E M A /P R R es ol uç ão C E R H /P R R es ol uç ão S E M A /P R R es ol uç ão C E M A /P R R es ol uç ão C O N A M A 4 5 46 47 48 49 50 51 52 53 54 19 Quadro 3 – Legislação Municipal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S M U N IC IP A L V ig en te V ig en te R ev og ad a V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “L ei o rg ân ic a de C ur iti ba .” “T om a ob rig at ór io o p la nt io d e ár vo re s, a rb us to s e ve ge ta çõ es ra st ei ra s, n as fa ix as n ão e di fic áv ei s de fu nd o de v al es .” D is põ e so br e a ut ili za çã o do re cu o do a lin ha m en to p re di al d os te rr en os e di fic ad os co m o ár ea v er de . ( R ev og ad a p el a Le i n ° 9. 80 0/ 20 00 , r es sa lv o o di sp os to n o ar tig o 48 ).” “D is põ e so br e a po lít ic a de p ro te çã o, c on se rv aç ão e re cu pe ra çã o do m ei o am bi en te , r ev og a a le i n º 7 .4 47 /9 0, o a rti go 3 º d a le i n º 5 .2 63 /7 5, e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e o Zo ne am en to , U so e O cu pa çã o d o S ol o no M un ic íp io d e C ur iti ba e dá o ut ra s pr ov id ên ci as .” “D is põ e so br e os in st ru m en to s de p ol íti ca u rb an a no m un ic íp io d e C ur iti ba .” “In st itu i i nc en tiv os p ar a a im pl an ta çã o de p ro gr am as h ab ita ci on ai s de in te re ss e so ci al , e re vo ga a le i n º 7 .8 41 /9 1. ” “D is põ e so br e a tra ns fe rê nc ia d e po te nc ia l c on st ru tiv o. ” “C ria o s is te m a de u ni da de s de c on se rv aç ão d o m un ic íp io d e C ur iti ba e es ta be le ce c rit ér io s e pr oc ed im en to s pa ra im pl an ta çã o de n ov as u ni da de s de co ns tru çã o. ” “C ria o s et or e sp ec ia l d o an el d e co ns er va çã o sa ni tá rio a m bi en ta l e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” A B O R D A G EM I X X G U X X X X X X X X X M A X X X X S X D A TA 13 /0 2/ 48 30 /0 8/ 88 01 /0 4/ 91 19 /1 2/ 91 03 /0 1/ 00 03 /0 1/ 00 03 /0 1/ 00 03 /0 1/ 00 03 /0 1/ 00 03 /0 1/ 00 N ° 12 7. 23 0 7. 62 2 7. 83 3 9. 80 0 9. 80 1 9. 80 2 9. 80 3 9. 80 4 9. 80 5 TI PO Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i 5 5 56 57 58 59 60 61 62 63 64 20 Quadro 3 (continuação) – Legislação Municipal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S M U N IC IP A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te R eg ul am en t ad a V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “In st itu i o c ód ig o flo re st al d o m un ic íp io d e C ur iti ba , r ev og a as le is n º 8 .3 53 /9 3 e 8. 43 6/ 94 , e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” “C ria n o m un ic íp io d e C ur iti ba , P ro gr am a de C on se rv aç ão e U so R ac io na l d a Á gu a na s E di fic aç õe s - P U R A E .” “D is põ e so br e as n or m as q ue re gu la m a a pr ov aç ão d e pr oj et os , o li ce nc ia m en to de o br as e a tiv id ad es , a e xe cu çã o, m an ut en çã o e co ns er va çã o de o br as n o m un ic íp io , e d á ou tra s pr ov id ên ci as ” D is põ e so br e a ad eq ua çã o do P la no D ire to r d e C ur itiba a o E st at ut o da C id ad e – Le i F ed er al n º 1 0. 25 7/ 01 , p ar a or ie nt aç ão e c on tro le d o de se nv ol vi m en to in te gr ad o do M un ic íp io .” “A pr ov a a O pe ra çã o U rb an a C on so rc ia da L in ha V er de , E st ab el ec e di re tri ze s U rb an ís tic as p ar a a ár ea d e in flu ên ci a da a tu al L in ha V er de , d es de o B ai rr o A tu ba at é os b ai rr os C id ad e In du st ria l d e C ur iti ba – C IC e T at uq ua ra , c ria in ce nt iv os p or m ei o de in st ru m en to s de p ol íti ca u rb an a pa ra s ua 9 im pl an ta çã o, in st itu i o G ru po G es to r, a C om is sã o E xe cu tiv a e dá o ut ra s pr ov id ên ci as .” "E st ab el ec e a cr ia çã o da R es er va P ar tic ul ar d o P at rim ôn io N at ur al M un ic ip al – R P P N M ." "A lte ra d is po si tiv os d a Le i M un ic ip al 1 2. 08 0. " “C la ss ifi ca tr ec ho s vi ár io s co m o se to re s es pe ci ai s da s vi as s et or ia is , v ia s co le to ra s 1, v ia s co le to ra s 2, v ia s co le to ra s 3 e si st em a vi ár io li nh ão d o em pr eg o. ” R eg ul am en ta o s A rts .1 2, 2 1 e 22 d a Le i n º 7 .8 33 , d e 19 d e de ze m br o de 1 99 1, di sp on do s ob re a c ol et a, tr an sp or te , o tr at am en to e a d is po si çã o fin al d e re sí du os só lid os n o m un ic íp io d e C ur iti ba .” A B O R D A G EM I X X X X X G U X X X M A X X X X S X X X D A TA 03 /0 1/ 00 18 /0 9/ 03 16 /1 2/ 04 19 /1 2/ 20 11 19 /1 2/ 20 06 09 /1 2/ 20 11 07 /0 6/ 01 26 /1 0/ 04 N ° 9. 80 6 10 .7 85 11 .0 95 11 .2 66 13 .9 09 12 .0 80 13 .8 99 73 3 98 3 TI PO Le i Le i Le i Le i Le i Le i Le i D ec re to D ec re to 6 5 66 67 68 69 70 71 72 73 21 Quadro 3 (continuação) – Legislação Municipal relacionada com a Drenagem Urbana ST A TU S M U N IC IP A L V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te V ig en te FI N A LI D A D E “C la ss ifi ca tr ec ho s vi ár io s c om o se to r e sp ec ia l d as v ia s co le to ra s 1 e dá o ut ra s pr ov id ên ci as .” “R eg ul am en ta a L ei M un ic ip al n º 1 3. 90 9, d e 19 d e de ze m br o de 2 01 1, q ue ap ro vo u a O pe ra çã o U rb an a C on so rc ia da L in ha V er de – O U C -L V , n o qu e se re fe re a os p ar âm et ro s co ns tru tiv os e a sp ec to s ur ba ní st ic os a s er em a do ta do s pa ra li ce nc ia m en to d os e m pr ee nd im en to s qu e ut ili za re m o s be ne fíc io s ne la pr ev is to s” “D is põ e so br e os c rit ér io s pa ra im pl an ta çã o do s m ec an is m os d e co nt en çã o de ch ei as .” “R eg ul am en ta a L ei n º 1 0. 78 5/ 03 , e d is põ e so br e os c rit ér io s do u so e co ns er va çã o ra ci on al d a ág ua n as e di fic aç õe s e dá o ut ra s pr ov id ên ci as .” "In st itu i o P la no M un ic ip al d e R ec ur so s H íd ric os ." “R eg ul am en ta o s A rts . 7 º e 9 º, da le i n º 7 .8 33 /9 1, in st itu i o s is te m a de lic en ci am en to a m bi en ta l n o m un ic íp io d e C ur iti ba e d á ou tra s pr ov id ên ci as .” A B O R D A G EM I X G U X X X X M A X X S X X D A TA 28 /1 0/ 04 20 /0 3/ 07 20 /0 3/ 07 22 /0 3/ 06 23 /1 2/ 20 10 07 /1 2/ 04 N ° 99 2 13 3 17 6 29 3 1. 75 6 1. 15 3 TI PO D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to D ec re to 74 75 76 77 78 79 22 3. IMPACTOS DA URBANIZAÇÃO NO SISTEMA DE DRENAGEM 3.1 O Ciclo Hidrológico A água é a substância essencial para a vida na Terra, sendo válido afirmar que toda a quantidade água existente no planeta é constante. A mudança de estado físico da água entre sólido, líquido e gasoso, que ocorre entre as geleiras, oceanos, águas superficiais, águas subterrâneas e atmosfera, constitui um sistema fechado conhecido como ciclo hidrológico. A precipitação é parte do ciclo hidrológico. Do volume de água que atinge o solo, parte infiltra (abastecendo os lençóis freáticos e aquíferos), parte evapora e outra parte escoa pela superfície, sendo drenada através de canais, naturais ou artificiais, para rios para lagos, mares e oceanos. 3.2 Erosão Movimentação da camada superficial do solo por deflúvio ou precipitações pluviais, alterando o estado natural de equilíbrio desta camada. Segundo Fendrich, (1984, p. 18), a erosão pode ser traduzida como um processo de “desagregação, transporte e deposição do solo, sub-solo e rocha em decomposição , pelas águas, ventos ou geleiras”. A erosão pode ter impacto significativo no sistema de drenagem, quando camadas de solo são deslocadas, soterrando tubulações, dispositivos de contenção, alterando leitos ou diminuindo a secção dos mesmos. Como consequência pode ser aumentada a velocidade de escoamento ou ainda carrear sedimentos para outras áreas ou bacias. No meio urbano, o processo erosivo é mais acentuado quando em área pouco urbanizada, movimentando grande aporte de sólidos; e menos acentuado (representando menor risco) quando em áreas mais urbanizadas, movimentando menor volume de sólidos, decaindo gradualmente até a consolidação da bacia. Pode-se afirmar que quanto mais coberto for o solo por vegetação,menor a 23 probabilidade de erosão. Porém, a matéria orgânica depositada pela vegetação urbana na camada de solo pode torná-lo poroso e propiciar um novo evento de movimento destas camadas: agravando um processo de erosão ou iniciando um novo processo erosivo. A erosão pode ser agravada com a urbanização de áreas inadequadas, suscetíveis a deslizes de camadas, com a ocupação de áreas críticas e técnicas inadequadas de manejo do solo. 3.2.1. Formas de Erosão A erosão pode ter natureza eólica ou hídrica. A erosão de natureza eólica é produzida por ação aerodinâmica, onde as partículas se desprendem do solo e são transportadas em suspensão até que haja condições de deposição. Na erosão de natureza hídrica, a ação hidrodinâmica (por exemplo, precipitações) desagrega as partículas do solo, desprendendo-as do seu local de origem. Quando a precipitação no local supera a capacidade de infiltração do solo, inicia-se o escoamento superficial, que poderá produzir a erosão superficial. Enquanto esta erosão estiver restrita às camadas superficiais denomina-se erosão laminar. Quando a concentração do escoamento produzir caminhos preferenciais, gerando um aumento dos esforços cortantes sobre o solo e aprofundamento de sulcos, classifica-se o processo erosivo de erosão em sulco. A erosão em sulco, em grandes proporções, resulta na formação de ravinas. As formas de erosão mais agressivas, que resultam em sulcos, ravinas e voçorocas, são localizadas e denominadas em geral de erosões lineares. De maneira geral estas erosões estão ligadas às deficiências de micro-drenagem e demandam maior atenção, pois, além de prejuízos econômicos e antropológicos representam perigos potenciais. Normalmente, as erosões que registram grande aporte de volume sólido aos cursos d’água são frutos das ações hidrodinâmicas e dependentes também de características tais como a geomorfologia da bacia e sua cobertura. 24 3.3 Inundações e Enchentes Caracteriza-se como enchente o aumento do volume de água dos rios até seu leito maior. Ao ultrapassar esta margem e entrar em área urbana (não necessariamente área urbanizada) denomina-se o processo de alagamento de inundações. Figura 1 – Figura representativa de inundação e enchente 3.3.1 Enchentes em Áreas Ribeirinhas As enchentes em áreas ribeirinhas ocorrem principalmente pelo processo natural no qual o rio ocupa o seu leito maior, de acordo com os eventos chuvosos extremos e, em média, com tempo de retorno superior a dois anos. As enchentes nestas áreas se agravam quando há ocupação irregular neste leito maior do rio. Tais ocupações ocorrem, em geral, devido à falta de fiscalização do uso e ocupação do solo nas áreas ribeirinhas e devido à não adequação do uso das áreas sujeitas a enchentes, tornando-as suscetíveis a invasões. Outras causas podem estar relacionadas ao processo de urbanização, com o surgimento de novas singularidades ao longo dos rios tais como pontes, aterros, desvios, canalizações, inserção de galerias e bueiros; que em maior ou menor grau, produzem obstruções ao fluxo das águas. 25 3.3.2 Inundações As ocorrências das inundações usualmente estão associadas a um conjunto de causas. Dentre as principais, cita-se a crescente e contínua impermeabilização das áreas das bacias contribuintes. Também estão associados às inundações o assoreamento do canal de drenagem, desmatamento, elevada densidade de edificações e as falhas ou mau dimensionamento das redes de condutos de escoamento. Existe ainda o aspecto do lançamento de resíduos de toda natureza no leito dos rios, que além de comprometer a qualidade das águas também provoca uma redução da seção de fluxo e na capacidade de transporte. Os processos de urbanização não controlada e o excesso de obras impermeabilizantes reduzem a capacidade de infiltração da água no solo e consequentemente aumentam o seu escoamento superficial. 3.3.3 Consequências Dentre as principais consequências das enchentes e inundações no meio urbano, podem-se citar a interrupção das atividades econômicas, a disseminação de doenças de veiculação hídrica, a contaminação da água pela inundação de locais com materiais nocivos à saúde, destruição de equipamentos urbanos, além da transposição das camadas de terra resultantes da erosão causada pela inundação em áreas de risco, de agricultura ou impróprias. As enchentes e inundações no meio urbano têm um alto custo para os cofres públicos. Estes custos são classificados em tangíveis, incluindo os danos físicos (custos de separação e limpeza de prédios, perdas de objetos, mobília, equipamentos, entre outros), custos de emergência (evacuação, reocupação, habitação provisória, etc.) prejuízos financeiros (devido à interrupção do comércio, indústrias) e custos intangíveis, que não têm valor de mercado, como a perda de vida ou obras, prédios históricos e economias (áreas anteriormente cultiváveis ou de cultura permanente). 26 3.3.4 Registro de Inundações e Enchentes em Curitiba Até 1990 o Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) era o órgão responsável pelo gerenciamento e pesquisa sobre inundações no âmbito nacional. Com a sua extinção no governo Collor e a informação sistematizada, registros históricos e relatórios sobre inundações desapareceram. Assim, existe uma lacuna relativa a este tópico. Depois de 1990 a defesa Civil (DC) passou a ser a única instituição que possui registros oficiais de inundações da cidade de Curitiba no Paraná. Existem algumas informações no acervo do Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica (DNAEE), Superintendência do Controle de Erosão e Saneamento Ambiental (SUCEAM), Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC) e Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (IPPUC). Os primeiros registros históricos de inundações na cidade de Curitiba datam da década de 20, tendo como local mais vulnerável a região central compreendida pela Praça Zacarias, Rua Luiz Xavier e Praça Osório. Naquela época os rios Bigorrilho, Ivo e Água Verde, pelos seus talvegues que cruzavam e ainda cruzam a malha urbana central, representavam os locais de maior vulnerabilidade às inundações. De acordo com Zanella (2006), dentre os principais eventos relacionados a enchentes e inundações ocorridos em Curitiba, podemos destacar: 27 Quadro 4 – Registros Pluviométricos na cidade de Curitiba DATA REGISTRO PLUVIOMÉTRICO BAIRROS AFETADOS 05 de fevereiro de 1982 100,6 mm em 24 horas Bairros mais afetados foram Uberaba, Boqueirão, Vila Sofia, Santa Quitéria, Vila Oficinas, Santa Felicidade, Santa Cândida, Vila Hauer e Jardim Virgínia 11 de dezembro de 1983 Equivalente a 97,9 mm As regiões que mais sofreram com a chuva foram o centro de Curitiba e os bairros Cajuru e Guabirotuba. Os impactos causados pela chuva foram alagamentos, árvores caídas e danos à rede elétrica 14 de maio de 1993 138,00 mm em 24 horas O município de Pinhais foi o mais atingido. Em Curitiba o bairro Cajuru foi o mais atingido. 07 a 13 de janeiro 1995 Equivalente a 361,8 mm (INMET) Os bairros mais atingidos foram Vila Verde, Vila Sofia, Uberaba, Weisópolis (Pinhais), Maria Antonieta (Pinhais), Vila Oficinas, Bairro Alto, Bacacheri, BR- 277, São Judas Tadeu, Jardim Acrópole, Vila Tarumã (Pinhais) e Jardim Ipê (São José dos Pinhais) 12 de fevereiro de 1997 102,5 mm em 24h · Os bairros mais atingidos foram Boqueirão, Cajuru, Portão, Bairro Alto, Vila Oficinas e Cidade Industrial. 22 de fevereiro de 1999 146,2 mm sendoque 143 mm caíram em apenas 3 horas Os bairros atingidos foram: Mercês, Santa Felicidade, Bom Retiro, Rebouças, Campina do Siqueira e Boqueirão. 21 de setembro de 2003 Equivalente a 103,3 mm em 24 horas Os locais mais atingidos foram os bairros da cidade industrial: Vila Jacira, Beija-Flor, Nossa Senhora Aparecida e Terminal de Cargas. Pinheirinho, Santa Cândida, Bairro Alto, Vila Guaira e Vila Acrópole 28 4. CARACTERIZAÇÃO DAS BACIAS As bacias inseridas no perímetro urbano de Curitiba são: do rio Atuba, rio Barigui, rio Belém, rio Passaúna, Ribeirão dos Padilhas e do rio Iguaçu. 4.1 Bacia do Rio Atuba O rio Atuba é afluente pela margem direita do rio Iguaçu e possui 27,86km de extensão. Possui nascente na região Serrana do Açungui no município de Colombo com sentido Norte-Sul até sua foz, no rio Iguaçu, no município de São José dos Pinhais. Sua bacia hidrográfica, cujo canal principal tem uma extensão aproximada de 32,45 km, abrange uma área total de drenagem de cerca de 127,20km² e seu principal contribuinte é a bacia do rio Bacacheri, com área de drenagem estimada em 30,68 km². Situada no primeiro planalto paranaense e ocupando uma área aproximada de 63,70 km² no município de Curitiba, a bacia do rio Atuba abrange também parte dos municípios de Almirante Tamandaré, Colombo e Pinhas. O rio Atuba encontra com o rio Iraí na Área de Proteção Ambiental do Rio Iguaçu (APA Iguaçu), localizada próximo à estação de captação de Água da SANEPAR na rodovia BR-277. Este local é conhecido como o marco zero do rio Iguaçu, ponto que faz divisa de três municípios: Curitiba, São José dos Pinhais e Pinhais. Os principais afluentes do rio Atuba são: Rio Bairro Alto, Rio Bacacheri, Rio Vila Oficinas, Rio Teófilo Otoni, Rio Jardim Natália, Rio Jardim Mercúrio, Rios Arruda e Monjolo que não estão inseridos no município de Curitiba. As figuras a seguir mostram a o diagrama unifilar do Sistema de Macrodrenagem da bacia do rio Atuba e o mapa da hidrografia dentro do limite do município de Curitiba: 29 Figura 2 – Diagrama Unifilar do Sistema de Macrodrenagem – Bacia do rio Atuba 30 Figura 3 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Atuba 31 Com relação ao zoneamento urbano de Curitiba determinado no Plano Diretor Urbano, a bacia do Rio Atuba possui parte significativa de sua área regulamentada como zona residencial (ZR), sendo expressiva a área classificada como ZR-OC (zona residencial de ocupação controlada), com taxa de permeabilidade do solo regulamentada é de 50%. Possui parte da APA do Iguaçu e poucas áreas de praças. Estão presentes nesta bacia zonas de como a ZT-BR116 e setor especial estrutural, esta última com regulamentação que permite a verticalização e impermeabilização do solo. As áreas verdes e de lazer, na bacia do rio Atuba, perfazem um total de 8.642.990 m², que representam um índice de 29,42 m² de área verde/habitante (SMMA, 2007). Destacam-se entre os parques e bosques, os seguintes: Parque Barreirinha, Parque do Atuba, Parque Bacacheri, Parque Santa Clementina, Bosque de Portugal, Bosque do Capão da Imbuia. Dados obtidos com a análise do canal existente e dos estudos hidrológicos de condução e detenção, indicam que a bacia do Rio Atuba se encontra sob forte efeito de erosão nas cabeceiras, o que se comprova com a elevada inclinação do álveo e a profundidade do curso principal. O fluxo transporta o material erodido até próximo da foz, assoreando o canal e diminuindo a capacidade de escoamento. A mudança de traçado do canal do rio Atuba a montante do rio Iguaçu, feita para proteção da ETE Sanepar provavelmente afeta a dinâmica de sedimentação, aumentando o ritmo do assoreamento. A figura a seguir mostra o zoneamento, uso e ocupação do solo na região da bacia do rio Atuba: 32 Figura 4 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Atuba 33 4.2 Bacia do Rio Barigui O rio Barigui, principal canal da bacia, nasce no município de Almirante Tamandaré, na serra da Betera na cota 1.080 metros. Cruza a região central do município de Almirante Tamandaré, desenvolve-se cruzando a região central do município de Curitiba no sentido Norte-Sul e tem sua foz na cota 870 metros à margem direita do rio Iguaçu, no município de Araucária. Com uma extensão total estimada em 60 km, tem seu caminho iniciado no município de Curitiba pelo bairro Abranches, passando Taboão, Pilarzinho, Vista Alegre, Cascatinha Mercês, Bigorrilho, Santo Inácio, Mossunguê, Campina do Siqueira, Seminário, Campo Comprido, Santa Quitéria, Fazendinha, Cidade Industrial, Tatuquara, Campo do Santana e finalmente no bairro do Caximba, alcançando o Rio Iguaçu no município de Araucária. A extensão estimada percorrida dentro do município de Curitiba é 45 km. A área total de drenagem ocupada pela bacia dentro do município de Curitiba representa cerca de 35% da área de bacias dentro do município. O que evidencia sua importância no desenvolvimento social, político e econômico do município. Os afluentes do rio Barigui são: Rio Cascatinha, Rio Mossunguê, Rio Campo Comprido, Rio Campina do Siqueira, Rio Hermes Fontes, Rio Vila Izabel, Rio Vila Formosa, Rio Capão Raso, Rio Campo do Santana. Destacam-se entre os parques e bosques, os seguintes: Parque Barigui, Parque Tingui, Parque Tanguá, Bosque da Fazendinha, Bosque do Trabalhador, Bosque da Vista Alegre, Bosque Italiano. As figuras a seguir mostram a o diagrama unifilar do Sistema de Macrodrenagem e o mapa da hidrografia da bacia do rio Barigui inserida no município de Curitiba: 34 Figura 5 – Diagrama Unifilar do Sistema de Macrodrenagem – Bacia do rio Barigui 35 Figura 6 – Mapa da hidrografia da Bacia do Rio Barigui 36 Há uma predominância no uso rural do solo nas regiões da bacia próximas a no município de Almirante Tamandaré, com algumas ocorrências de núcleos urbanos dispersos e baixa densidade urbana. Na parte central do rio, no município de Curitiba, a ocupação urbana é densa, a taxa de impermeabilização é alta e há predominância dos usos do solo para fins residenciais, de comércio e serviços. Mais ao sul, em áreas ainda pertencentes ao município de Curitiba ao longo da margem esquerda e em áreas pertencentes ao município de Araucária ao longo da margem direita, há predominância do uso do solo para fins industriais, localizando-se nesta região: a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), parte da Cidade Industrial de Araucária (CIA), a Refinaria da Petrobrás (Repar), etc. Os últimos sete quilômetros são caracterizados sua faixa de preservação ainda desocupada, predominantemente rural. Porém, há previsões de crescimento populacional nesta área. A Figura a seguir mostra o zoneamento, uso e ocupação do solo na região da bacia do rio Barigui: 37 Figura 7 – Mapa de zoneamento e ocupação do solo da Bacia do Rio Barigui 38 4.3 Bacia do Rio Belém A bacia do rio Belém está localizada inteiramente dentro do município de Curitiba, na região central. Tem como seu principal canal o rio Belém com extensão de 17,13Km. Este nasce no bairro Cachoeira a 900 metros do nível do mar, atravessa a cidade de norte a sul, percorrendo vários bairros da cidade até desaguar no rio Iguaçu, no bairro Boqueirão. A bacia do Rio Belém importante relevância, pois ocupa uma área de drenagem de 87,80 km², equivalente a 20,32% da área total ocupada por bacias no município. Os principais afluentes
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