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TCC JOSIANE corrigido

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BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
JOSIANE REIS DA SILVA 
REAPROVEITAMENTO DE FRUTAS, LEGUMES E HORTALIÇAS NO BANCO DE ALIMENTOS CEASA DE ÙBA RJ.
ITAPERUNA
2016
JOSIANE REIS DA SILVA 
REAPROVEITAMENTO DE FRUTAS, LEGUMES E HORTALIÇAS NO BANCO DE ALIMENTOS CEASA ÚBA RJ.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, 8º semestre como requisito parcial para obtenção de título de Bacharelado em Serviço Social
Orientador: Prof. Professora Amanda Boza
ITAPERUNA - RJ
2016
 
Dedico este trabalho a minha família, e as minhas amigas de turma que me apoiaram ao longo destes quatro anos não me deixando desistir. 
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus que permitiu vencer mais esta etapa da minha vida.
Aos meus pais, meus irmãos, que estiveram sempre presente me apoiando e me dando forças para continuar, não me deixando desistir.
Agradeço a tutora, Cecilia Henriques que nos ajudou em todo tempo, aos Tutores Eletrônicos, as colegas de turma que me incentivaram e me ajudaram na caminhada. Aos diretores, coordenadores e secretários do Polo da Unopar em Itaperuna.
A todos que participaram desta jornada, o meu muito obrigado. 
SILVA, JOSIANE REIS. REAPROVEITAMENTO DE FRUTAS, LEGUMES E HORTALIÇAS NO BANCO DE ALIMENTOS CEASA. 2016. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Serviço Social) – Universidade Norte do Paraná, Itaperuna, 2016.
RESUMO
Mediante o grande desperdício de alimentos no Brasil, farei uma breve reflexão, sobre o assunto, pois se cada um colaborar em seus próprios lares, conseguiremos minimizar a fome e diminuir o desperdício. Qual é o motivo para tanto desperdício? Podemos afirmar que nas sociedades de classe media alta, muitas das vezes falta planejamento por parte dos consumidores na hora de ir às compras. O desperdício vem de uma combinação entre o comportamento do consumidor que às vezes assume padrões estéticos desnecessários e fazem o mal uso dos produtos, aliado a logística de venda incorreta, prazos de validade incoerentes, e da falta de comunicação ao longo da cadeia de abastecimento. Além das grandes perdas econômicas, não podemos esquecer que o desperdício também gera um impacto significativo nos recursos naturais, dos quais depende a humanidade para se alimentar. O que podemos fazer para mudar esse quadro? Um dos pontos é levar o tema ao centro dos debates, tanto governamentais, como para dentro dos nossos lares. A redução do desperdício de alimentos tem de ser prioridade. Precisamos de um maior esforço para equilibrar a oferta e a demanda. Medidas pequenas, e a mudança de cultura das populações também contribuem para combater o desperdício. Quando há excedentes alimentares, a melhor opção é reutilizar os alimentos na cadeia alimentar humana. Isso é possível por meio de mercados secundários, ou da doação aos mais vulneráveis da sociedade. Caso os alimentos não estejam em condições para o consumo humano, a melhor opção é desviá-los para a cadeia alimentar animal, poupando recursos que, de outra forma, seriam necessários para produzir ração comercial.
Principais palavras: Desperdício, Alimentos, CEASA. 
SILVA, JOSIANE REIS. REAPROVEITAMENTO DE FRUTAS, LEGUMES E HORTALIÇAS NO BANCO DE ALIMENTOS CEASA. 2016. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Serviço Social) – Universidade Norte do Paraná, Itaperuna, 2016.
ABSTRAT
Through the great waste of food in Brazil, I will make a brief reflection on the subject, as if each work in their own homes, we can minimize hunger and reduce waste. What is the reason for so much waste? We can state that the upper-middle class societies, often lack planning by consumers time to go shopping. The waste comes from a combination of consumer behavior that sometimes takes unnecessary aesthetic standards and make the misuse of products, combined with logistics incorrect sale, inconsistent expiration dates, and lack of communication along the supply chain. In addition to the large economic losses, we cannot forget that waste also generates a significant impact on natural resources on which humanity depends for food. What can we do to change that? One of the points is to take the issue to the center of discussions, both governmental as inside our homes. Reducing food waste has to be a priority. We need a greater effort to balance supply and demand. small measures, and changing the culture of the people also contribute to combat waste. When there is food surplus, the best option is to reuse food in the food chain. This is possible through secondary markets, or giving the most vulnerable of society. If the food is not fit for human consumption, the best option is to turn them into the feed chain, saving resources that would otherwise be required to produce commercial feed.
Key words : Waste, Food, CEASA .
LISTA DE SIGLAS E ABREVEATURAS
ABRELPE – Associação brasileira de empresas de limpeza Publicas e Resido-os especiais 
CONTAG – Confederação nacional dos trabalhadores na Agricultura
CEASA – Centrais de Abastecimento de Alimentos
EMBRAPA – Empresa Brasileira de pesquisa Agropecuária 
FAO – Organização das nações Unidas para alimentação e Agricultura.
FETRAF – Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar
MDA– Ministério do Desenvolvimento agrário
PAA – Programa de aquisição de alimentos
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar
POF – pesquisa Orçamento Familiar
PRONAF – Programa nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar
SESC – Serviço Social do comercio 
SISAN – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
SPM – Secretaria de Politicas Publicas para Mulheres
SUAS – Sistema Único de Assistência 
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
UNB – Universidade de Brasília 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................9
1 O DESPERDICIO DE ALIMENTOS NO BRASIL ...........……................................10
1.1 Como Agricultura Orgânica Contribui para diminuir os Desperdício....................12
2.0 IDENTIFICAÇÃO DA CEASA..............................................................................19
2.1 Funcionamento do Banco de Alimentos ..............................................................21
2.2 Beneficiados ........................................................................................................25
2.2 Entrega dos alimentos .........................................................................................25
3.0 BENEFICIADOS.................................................................................................25
3.1 Educação Nutricional ..........................................................................................26
CONCLUSÃO............................................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .........................................................................33
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa mostrar e fazer compreender como podemos reaproveitar os alimentos que na maioria das vezes vai para o lixo, na correria do dia a dia não nos damos conta, da importância das "sobras" de alguns alimentos que consideramos, muitas vezes, inaproveitáveis.
 Mas esses alimentos, como cascas, sementes, folhas e talos de frutas, podem ser utilizados, além de evitarem o desperdício, eles colaboram para uma melhor qualidade de vida, uma vez que são ricos em vitaminas e outros nutrientes.
A educação é um fator essencial até para o trato com os alimentos. Precisamos evitar o desperdício, promovendo o reaproveitamento integral de frutas e verduras. Com um pouco de criatividade, o que antes tinha como destino o lixo, passa a ser a refeiçãoprincipal de muitas famílias. É possível criar várias receitas com cascas de frutas, talos, folhas, sementes e outros alimentos que não são considerados nobres.
Portanto, as cascas, folhas e talos que iriam para o lixo podem ser bem aproveitados, ajudando na redução do desperdício, fazendo parte do seu plano alimentar e de sua família e servindo para suprir as carências nutricionais do organismo. E, ainda, tornará suas refeições mais diferentes e com maior valor nutritivo.
A fome provém da falta de alimentos que atinge um número elevado de pessoas no Brasil e no mundo. Apesar dos grandes avanços econômicos, sociais, tecnológicos, a falta de comida para milhares de pessoas no Brasil continua. Esse processo é resultado da desigualdade de renda, a falta de dinheiro faz com que cerca de 32 milhões de pessoas passem fome, mais 65 milhões de pessoas que não ingerem a quantidade mínima diária de calorias, ou seja, se alimentam de forma precária.
Número extremamente elevado, tendo em vista a extensão territorial do país que apresenta grande potencial agrícola. Mas isso é irrelevante, uma vez que existe uma concentração fundiária e de renda. Grande parte do dinheiro do país está nas mãos de somente 10% da população brasileira.
O difícil é entender um país onde os recordes de produção agrícola se modificam de maneira crescente no decorrer dos anos, enquanto a fome faz parte do convívio de um número alarmante de pessoas. A monocultura tem como objetivo a exportação, pois grande parcela da produção é destinada à nutrição animal em países desenvolvidos.
 Mesmo com programas sociais federais e estaduais o problema da fome não é solucionado, o pior é que ela se faz presente em pequenas, médias e grandes cidades e também no campo, independentemente da região ou estado brasileiro.
A solução para a questão parece distante, envolve uma série de fatores estruturais que estão impregnados na sociedade brasileira. Fornecer cestas básicas não resolve o problema, apenas adia o mesmo, é preciso oferecer condições para que o cidadão tenha possibilidade de se auto sustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna. (Por Eduardo de Freitas Graduado em Geografia)
Quando falamos em aproveitar alimentos, não desperdiçar ou não descartar, estamos falando de pequenas atitudes em nosso dia a dia. Um bom lar e uma boa empresa, é aquela onde nada é desperdiçado.
1- O DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS NO BRASIL 
Desperdício de alimentos no Brasil chega a 40 mil toneladas por dia, segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Anualmente, a quantia acumulada é suficiente para alimentar cerca de 19 milhões de pessoas diariamente. 
Atualmente, o Brasil desperdiça cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto uma grande parcela de pessoas passa fome. A quantidade de comida jogada no lixo poderia alimentar mais de 10 milhões de brasileiros diariamente. O desperdício começa na hora do plantio, colheita e armazenamento dos alimentos e continua dentro de casa (Banco de Alimentos, 2006).
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), grande parcela da população brasileira tem o hábito de comprar alimentos in natura (não processados industrialmente), prepara a comida em casa e acaba jogando no lixo cerca de 60% do que compra. 
Resultado: mais da metade do lixo produzido no Brasil anualmente é composta por restos de alimentos. Isso ocorre porque muitos alimentos são jogados fora sem necessidade. "Talos, cascas e algumas folhas têm o seu valor nutritivo e podem ser aproveitados para fazer boas refeições e bons pratos", recomenda a nutricionista da ONG Banco de Alimentos, Suzete Raimondi (Banco de Alimentos; 2006).
Contudo, o problema não se concentra apenas na ponta da cadeia de produção de alimentos, ou seja, nos consumidores. Estudos mostram que do total de alimentos desperdiçados no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores (Dias, 2003).
Em outras palavras podemos dizer que a perda de alimentos é um problema de todos na medida em que ocorre por despreparo tanto de quem trabalha na chamada agroindústria, quanto dos consumidores. No transporte, as bananas, por exemplo, vêm amassadas pelas caixas de madeira empilhadas umas sobre as outras. 
Nos centros atacadistas, os abacaxis que vieram amontoados nos caminhões continuam amassados nos balcões de venda. Somente nas feiras livres do Estado de São Paulo mais de 1.000 toneladas de produtos alimentícios vão para o lixo todos os dias (Dias, 2003; Mesa São Paulo; 2006).
Para o agrônomo Alfredo Tsunechiro, do Instituto de Economia Agrícola , falta planejamento na produção, na compra e no consumo de alimentos. Nas feiras, por exemplo, diz Tsunechiro, o problema é a falta de modernização. Elas são instituições antigas e ainda compram de intermediários. Se o abastecimento ocorresse direto do produtor, seria mais fácil ter quantidades menores, o que reduziria a perda (Jornal da Tarde, 2001).
A falta de planejamento e o inchaço da cadeia de comercialização, com a inserção de muitos intermediários entre o produtor e o consumidor final faz com que apenas na produção de frutas (30 milhões de toneladas por ano), o desperdício varie de 20% a 35%, enquanto que no segmento de hortaliças (27 milhões de toneladas por ano) as perdas oscilam entre 20% e 50%. Ou seja, apenas para esses produtos o desperdício pode chegar a 48,9 milhões de toneladas por ano ( FGV/Banco de Alimentos; 2006).
Vale ressaltar que também existem algumas iniciativas para combater o problema e ao mesmo tempo colocar comida no prato de quem está com fome. São iniciativas importantes, realizadas por organizações não-governamentais (ONGs), governos e entidades como o Serviço Social do Comércio (Sesc). 
O trabalho consiste basicamente em recolher as sobras de comercialização em empresas, sacolões, mercados municipais, padarias e centrais de abastecimento, e depois, selecionar estes alimentos para distribui-los nas entidades sociais. “São produtos bons para o consumo e inadequados para a venda, como frutas com pequenas manchas e massas que ficaram fora do padrão da embalagem! ( Bello, 2002).
O trabalho dessas entidades possui o mérito de minimizar as distorções da perda de alimentos e principalmente o de dar visibilidade ao problema, estimulando a multiplicações de outras iniciativas no país, que atendam as especificidades de cada região. 
Entretanto, isoladamente as instituições não conseguem tocar em uma das principais causas desse problema: o modelo dominante de produção agropecuária e distribuição de alimentos, que da maneira como se caracteriza, perpetua a cultura do “esbanjamento” e da “destruição” tanto de recursos naturais, quanto das próprias safras.
É sobre o modelo de produção de alimentos e a contribuição que a agricultura orgânica pode dar para combater o desperdício que vamos falar a seguir.
COMO A AGRICULTURA ORGÂNICA CONTRIBUI PARA DIMINUIR O DERPEDICIO.
O desperdício de bens tão preciosos à vida quanto os alimentos se deve, em parte, a nossa história, de um país que no início servia a Portugal apenas como colônia de exploração de recursos naturais. A motivação de ganho imediato somada a uma vastidão de terras que para os europeus parecia “sem fim”, fez com que se originasse um modelo predatório de agricultura que ainda hoje permanece, apesar das mudanças tecnológicas e da diversificação produtiva que ocorreu a partir do século XX (Pádua, 2003).
Segundo o pesquisador José Augusto Pádua (2003:42), esse modelo de agricultura, fundado em grandes propriedades (latifúndios), na monocultura de exportação e no trabalho escravo, caracterizou-se por três princípios:
• A sensação de que os recursos naturais são inesgotáveis (cultura da abundância).
• Postura destrutiva diante desses recursos, origem de tecnologias extensivas (de baixa produtividade por hectare de terra)e descuidadas com as consequências ambientais (desmatamentos, erosão de solos, extinção de espécies da fauna e flora, poluição de rios, etc..).
• Pouca atenção para com a biodiversidade e os ecossistemas típicos de um ambiente tropical.
Tais princípios fundaram as bases da agricultura voltada prioritariamente para a exportação, detentora das maiores extensões de terras e privilegiada pelas políticas de crédito agrícola a partir da segunda metade do século XX, deixando para as propriedades familiares a responsabilidade de produzir os alimentos da chamada “cesta básica” do brasileiro.
Tarefa que os agricultores familiares cumpriram de forma admirável, visto que são de propriedades com menos de 100 hectares que saem 84% da mandioca, 65% do feijão e 49% de todo o milho produzidos no país, apesar de receberem apenas 25,3% de todo volume de recursos disponíveis para o financiamento das lavouras (Homem de Melo, 2001).
As propriedades familiares, portanto, possuem grande potencial para se tornarem verdadeiros “celeiros” da agricultura agroecológica, cujas técnicas e princípios são aplicados de forma descentralizada, personalizada (a propriedade é considerada um organismo vivo) e adaptados á cultura, recursos, biodiversidade e clima locais (Pádua, 2003).
Vale ressaltar, porém, que possivelmente a maior contribuição da Agroecologia e suas correntes (orgânica, biodinâmica, natural e permacultura) para o problema do desperdício de alimentos esteja em propor uma nova ética em relação aos sistemas alimentares de produção. 
Uma ética capaz de valorizar o trabalho daqueles que plantam os alimentos e ao mesmo tempo preservam o solo, as matas ciliares, as fontes de água potável, as plantas e animais nativos. Uma ética capaz de conciliar as demandas do mercado por produtividade, eficiência técnica e competitividade com as preocupações de ordem ecológicas e sociais que envolvem toda a cadeia de produção de alimentos (produtores, transportadoras, comercializadoras, indústrias, varejistas e consumidores). Que desperte reflexões sobre o impacto de nossas escolhas individuais para a qualidade de vida de todos.
Outra contribuição importante do segmento da agricultura orgânica é que o processo de certificação por ser obrigatório tanto para produtores, quanto para indústrias e empresas comercializadoras faz com que os mesmos tenham de adotar boas práticas de manejo, que diminuem ou até evitam o desperdício de recursos dentro das propriedades rurais e fábricas. 
É através da prestação de contas que os produtores e empresas fazem às certificadoras, que os mesmos são obrigados a manter um controle rigoroso (documentos) de tudo que plantam, transformam, embalam e vendem. Resultado: maior controle resulta em mínimo desperdício. 
Finalmente, o preço diferenciado é outro fator que induz agricultores e empresas a processar (em compotas, geleias, sucos, etc..) ou aproveitar (hortaliças minimamente processadas) ao máximo todas as partes dos alimentos.
Também por serem produtos isentos de agrotóxicos e outras substâncias potencialmente tóxicas, os produtos orgânicos podem ser aproveitados de forma integral – cascas, talos, folhas de raízes (beterraba e cenoura, por exemplo), sementes e até caroços ( para produção de doces, por exemplo) – nas receitas, fazendo com que a família se beneficie ao máximo de todos os nutrientes que cada alimento oferece.
Por essas razões, acreditamos que dar preferência ao consumo de produtos orgânicos significa aumentar a pressão social para que o problema do desperdício de alimentos seja combatido em suas origens. Para que cada cidadão assuma sua quota de responsabilidade sobre um problema que é de todos nós.
O que nós podemos fazer para evitar ou diminuir o desperdício de alimentos
• Evite a compra de mês. Melhor realizar as compras com mais frequência, porque despensa lotada, quase sempre, acumula produto fora da validade. O hábito comum durante a inflação deve ser deixado para trás. Além de evitar o excedente, a "compra de picadinho" possibilita o consumo de alimentos mais frescos.
• Os vegetais (frutas, legumes e verduras) são perecíveis e devem ser consumidos sem muita demora. Por isso, o consumidor não deve se envergonhar por comprar esses produtos por unidade, um hábito comum nos países europeus.
• Ao buscar os alimentos orgânicos apenas em supermercados o consumidor fica mais suscetível a compra de outros itens por impulso. A compra de alimentos orgânicos por encomenda em empresas comercializadoras ou em feiras facilita o planejamento e o controle das quantidades e da variedade a ser consumida. Essa sugestão também se aplica aos alimentos convencionais.
• Sempre que possível aproveite as folhas, os talos, as cascas e sementes dos vegetais, sobretudo quando estes forem orgânicos. Estas partes podem ser refogadas e misturadas ao arroz ou entrar na composição de bolinhos fritos ou tortas assadas, por exemplo. A casca de ovo, por exemplo, é rica em cálcio e, depois de triturada, pode ser misturada à farinha de bolos ou pães. Já o vinho azedado, em vez de ir direto para o ralo, pode funcionar bem como vinagre nas saladas.
• Conserve na geladeira os vegetais preferencialmente inteiros. No caso do abacaxi, por exemplo, descasque, mas não retire o miolo. Já a metade que sobrou do abacate deve ser guardada junto com o caroço. Medidas assim evitam o envelhecimento precoce do alimento.
• Muita atenção ao comprar alimentos industrializados em promoção. Frequentemente a data de validade está para ser vencida ou o produto é de baixíssima qualidade e o comerciante está querendo passar o problema adiante. Na prática, por causa da curta validade, eles nem chegam a ir para a mesa, são logo descartados (Educação Financeira, 2006).
De acordo com o estudo, a maior parte dos alimentos são desperdiçados durante o preparo das refeições. Desperdício de alimentos é um conceito de definição imprecisa. De modo geral, considera-se desperdício um dos tipos de perda que ocorrem na cadeia produtiva dos alimentos, que vai da produção até o consumo, referindo-se especificamente às perdas deliberadas que ocorrem na comida apta para o consumo, seja por descarte ou pela não utilização.
Como muitas vezes pode ser difícil distinguir até que ponto as perdas são intencionais, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) prefere utilizar a expressão abrangente perda e desperdício.
Dados de 2011 apontam que cerca de 1,3 bilhão de tonelada de comida, representando em torno de 1/3 da produção mundial, são perdidas ou desperdiçadas anualmente, significando uma contínua e injustificável sangria nos recursos vitais do planeta e na economia das nações, e sendo um fator de desequilíbrio ecológico e social, uma das causas do aquecimento global e um importante obstáculo à resolução do problema da fome crônica que ainda aflige mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo.
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento o desperdício ocorre em sua maioria na fase final da cadeia produtiva, a do consumo. Nos países mais pobres as perdas principais ocorrem nas etapas primárias e intermédias da cadeia, com perdas menos significativas na fase do consumo. 
Em geral, o desperdício ocorre em níveis mais elevados nos países onde a industrialização é mais acentuada. Por exemplo, na Europa e Estados Unidos as perdas per capita são estimadas em 95 a 115 kg por ano, enquanto que na África sub-saariana e no sudeste asiático elas ficam entre 6 e 11 kg por ano.
Diversos fatores contribuem para que o alimento seja perdido durante sua produção, beneficiamento ou comercialização. 
O assunto ainda é relativamente pouco estudado e requer muito mais pesquisa, mas no panorama geral, nos países pouco desenvolvidos as perdas se devem principalmente a limitações de ordem financeira, administrativa, infra estrutural ou técnica, e não entram propriamente na definição de desperdício, mas cabem na definição geral perda alimentar. 
Nos demais países principalmente se deve a fatores culturais ou comportamentais, e à deficientecoordenação entre os agentes da cadeia de produção, distribuição e comercialização dos alimentos.
 As perdas também ocorrem quando há produção acima da demanda, e são influenciadas por fatores culturais, econômicos estruturais e técnicos presentes em todos os países, que incluem as opções de produção, tradições da cultura agropecuária e pesqueira, maneiras preferenciais de armazenamento, distribuição e comercialização dos produtos, e a lucratividade de cada uma das etapas da cadeia.
Um dos fatores culturais que têm influência no problema é o conceito que a população forma a respeito do que é um bom alimento. Muitas vezes alimentos perfeitamente comestíveis são descartados ou rejeitados por razões alheias ao seu valor nutricional, acabando por perder-se. 
O professor da UNICAMP Walter Belik exemplifica: "O consumidor valoriza o aspecto cosmético do produto, da fruta, da verdura, se ela está bonita, etc. Se ela está com uma manchinha, ou feia, enrugada, ou se a cenoura não tem aquele tamanho ou formato exato, ela já não serve para o consumo. Então, como o consumidor rejeita, o varejo acaba rejeitando, e o produtor nem colhe. Isso está mudando na Europa e em alguns lugares dos Estados Unidos, mas, principalmente na Europa, existem campanhas públicas para consumir alimentos que não são perfeitos, bonitos, mostrando que a qualidade nutricional está nessa diversidade.
As pessoas são diferentes, por que os vegetais têm de ser iguais, todos exatamente iguais? Então, o consumo é ditado pelo mercado, sim, porém o mercado se move em função da consciência das pessoas. Por isso, tem de conscientizar as pessoas para o consumo diferenciado".
 Um cartaz da 1ª Guerra Mundial com os dizeres Comida é munição, não desperdice. As perdas e desperdícios de alimentos representam uma vasta e inútil drenagem de recursos de várias ordens: terra, água, energia, força de trabalho e dinheiro, além de extinguir vidas e diminuir o bem estar das pessoas, elementos cujo valor não pode ser quantificado ou monetarizado. 
O desperdício têm um impacto cultural insidioso, pois a grande quantidade de comida perdida transmite uma impressão de que o alimento é facilmente conseguido e tem pouco valor intrínseco, e por isso pode ser desperdiçado sem preocupações, o que é uma visão profundamente equivocada, reforçando o círculo vicioso das perdas.
O problema tem também vastas implicações ecológicas e biológicas, pois a produção de alimentos, sempre em crescimento para atender a uma população mundial que não para de aumentar, requer o uso de sempre mais recursos naturais — por exemplo, derrubando-se novas áreas de floresta para dar lugar a culturas agrícolas e pastagens e exaurindo as reservas de água — e implica necessariamente na morte de uma multidão de animais e plantas por causas diretas e indiretas. 
Se o alimento é perdido, a biodiversidade foi desnecessariamente empobrecida, os recursos naturais foram usados para nada e os animais e plantas foram sacrificados em vão. Além disso, a decomposição de comida perdida ou desperdiçada emite grandes quantidades de metano e gás carbônico, que estão entre os principais gases estufa, os desencadeadores do aquecimento global, fenômeno que por si tem vastas consequências negativas.
Estima-se que cerca de 3,3 bilhões de toneladas de carbono sejam lançadas na atmosfera anualmente pelas perdas alimentares. Paralelamente, a produção, estocagem e comercialização de alimentos tem contemporaneamente feito um uso crescente de produtos químicos altamente tóxicos como pesticidas e fertilizantes e de materiais e embalagens fabricados com plástico e outros materiais não-biodegradáveis, ampliando consideravelmente os problemas da poluição ambiental e do manejo do lixo.
Tem ainda um grande impacto econômico, pois comida perdida é dinheiro perdido. A FAO calcula que os custos chegam a 750 bilhões de dólares por ano. Observa-se adicionalmente um importantíssimo custo social, já que grande população no mundo, calculada em torno de 840 milhões de pessoas, ainda sofre de fome crônica.
 Segundo a FAO, a quantidade de comida perdida poderia erradicar completamente a fome do mundo. Além disso, como os desperdícios especificamente se situam em sua maioria nos países industrializados, que importam muita comida produzida nos países pouco desenvolvidos, onde a fome é mais comum, as perdas concorrem para a desigualdade e a injustiça social, e ampliam os problemas já existentes de segurança alimentar, saúde pública, desemprego, migração de populações, violência e urbanização, entre outros, e podem ser uma causa de desintegração de culturas tradicionais.
IDENTIFICAÇÃO DA CEASA 
A CEASA/RJ, Sociedade de Economia Mista, órgão da administração indireta do Estado do Rio de Janeiro, possui como objetivos básicos previstos em seu Estatuto Social, desenvolver, regular, dinamizar e organizar a comercialização de produtos hortigranjeiros ao nível de atacado no Estado do Rio de Janeiro.
Para exercer tal atividade econômica, esta sociedade empresária, coloca à disposição de seus usuários, instalações adequadas ao comércio desses produtos. Administrando sua utilização através de Termos de Permissão Remunerada de Uso. Atentando sempre aos princípios da Administração Pública para promoção das demais finalidades pertinentes a esta instituição.
Ocorre que o Governo Federal criou o Programa de Aquisição de Alimentos - PAA , em 2003, no âmbito das ações do “Fome Zero”, para assegurar o direito humano à alimentação adequada às pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. Instituído pela Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, com finalidade de incentivar e promover o acesso à alimentação, o programa encontra-se inserido no (SISAN) o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. 
A Unidade Grande Rio, localizada em Irajá, na Zona Norte da cidade, é a segunda maior Central de Abastecimento da América Latina. Somando-se todas as unidades, são cerca de 800 empresas instaladas e cerca de 2 mil produtores cadastrados.
 A empresa atua com responsabilidade no abastecimento alimentar da população fluminense, cumprindo sua missão de contribuir para a regularidade do abastecimento e garantia de renda ao produtor rural, participando e executando políticas agrícolas. 
A Central de Abastecimento faz serviços para identificar a origem dos produtos; incentiva à população local; cadastra os produtores, incentivando-os à comercialização nos mercados atacadistas e fomenta e possibilita o uso de embalagens adequadas.
 Informações de preços diários também fazem parte do trabalho. A Central de Abastecimento fluminense se preocupa em viabilizar meios para que o pequeno produtor comercialize seus produtos diretamente no mercado, e ainda, inserindo-os em programas públicos, tais como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), através de assistência técnica. 
O Presidente das CEASA é o Senhor Paulo Jobim Filho, mestre em Ciências Sociais pela PUC-RIO iniciou sua vida profissional como professor assistente da Universidade de Brasília (UNB). Ingressou na gestão publica nos anos 90 como funcionário da Receita Federal, onde foi responsável pelo programa de modernização tecnológica do órgão. Ministro do trabalho (2002 e 2003) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, ocupou também a Diretoria geral da Escola de administração Fazendária do Ministério da Fazenda (1995 a 1999). 
Atualmente esta afrente da Secretaria de Administração da Prefeitura do Rio de Janeiro. Além de presidir as Centrais de Abastecimento do Estado do rio CEASA, também responde pela Presidência da Companhia Central de Armazém e SILOS do mesmo Estado.
A Unidade Localizada no Município de São Jose de Úba, possui infraestrutura para atender, Santo Antônio de Pádua, Cambuci, Itaperuna, Miracema, Itaocara, Natividade e outros municípios da região. Tendo característica a sazonalidade da produção regional que é a cultura do tomate nos meses de maio a outubro. A unidade passou a sercompartilhado entre a CEASA-RJ e a Prefeitura deste Município. 
O alimento que brota no campo percorre um longo caminho até chegar à mesa dos cidadãos fluminenses. E a CEASA-RJ está presente nesse processo. Além de funcionar como único entreposto comercial público entre os municípios citados, a CEASA- São José de Úba, desempenha, ainda, ações de segurança alimentar e nutricional, de fortalecimento da agricultura familiar, de controle sanitário e de resíduos de agrotóxicos, de responsabilidade social e ambiental junto às comunidades populares de seu entorno, dentre outras funções de natureza pública.
2.1 AGRICULTURA FAMÍLIAR
Entende-se por agricultura familiar o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais, tendo, como mão de obra, essencialmente, o núcleo familiar, em contraste com a agricultura patronal - que utiliza trabalhadores contratados, fixos ou temporários, em propriedades médias ou grandes.
Em 2015, a agricultura familiar era responsável por 80% da produção mundial de alimentos e por 90% das propriedades agrícolas.
Segundo o economista Ricardo Abramovay, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, a oposição entre "agricultura familiar" e "agricultura patronal" é de natureza social - entre a agricultura que se apoia fundamentalmente na unidade entre gestão e trabalho de família e aquela em que se separam gestão e trabalho.
 De acordo com o economista, o modelo adotado pelo Brasil, o patronal, não foi o que prevaleceu em países como os Estados Unidos, onde, historicamente, a ocupação do território baseou-se na unidade entre gestão e trabalho, e a agricultura baseou-se inteiramente na estrutura familiar.
 Abramovay ressalta que os países que mais prosperaram na agricultura foram aqueles nos quais a atividade teve base familiar e não patronal, enquanto que os países que dissociaram gestão e trabalho tiveram, como resultado social, uma imensa desigualdade econômica.
A professora Maria Nazareth Braudel Wanderley, da Universidade Federal de Pernambuco, argumenta que a noção de "agricultura familiar" deve ser entendida de forma genérica: "como aquela em que a família, ao mesmo tempo em que é proprietária dos meios de produção, assume o trabalho no estabelecimento produtivo". 
O caráter familiar desse modelo de agricultura não é um mero detalhe superficial e descritivo, mas "o fato de uma estrutura produtiva associar família-produção-trabalho tem consequências fundamentais para a forma como ela age econômica e socialmente". 
Sobre este tema da estratégia familiar como central, Wanderley argumenta, de forma complementar, que "mais do que a diferença quanto aos níveis de renda auferida, que apenas reconstrói o perfil momentâneo dos agricultores familiares, é a diferenciação das estratégias familiares que está na origem da heterogeneidade das formas sociais concretas da agricultura familiar".
Ao contrário do que defende Abramovay, Wanderley argumenta que o agricultor familiar não é um personagem novo na sociedade contemporânea (produto da ação do Estado), desvinculado do seu passado camponês, mas, ao contrário, os agricultores familiares seriam portadores de elementos de ruptura com o seu passado camponês ao mesmo tempo em que mantêm algumas continuidades. 
As palavras de Wanderley: os agricultores familiares "são portadores de uma tradição (cujos fundamentos são dados pela centralidade da família, pelas formas de produzir e pelo modo de vida), mas devem adaptar-se às condições modernas de produzir e de viver em sociedade". uma vez que estão inseridos no mercado moderno e são influenciados pela sociedade englobante e pelo Estado
A emergência do agricultor familiar como personagem político é recente na história brasileira. Nas duas últimas décadas, vem ocorrendo um processo complexo de construção da categoria "agricultura familiar" enquanto modelo de agricultura e identidade política de grupos de agricultores.
A literatura sobre a agricultura familiar aponta que, desde meados da década de 1990, vem ocorrendo um processo de reconhecimento e de criação de instituições de apoio a este modelo de agricultura. 
Foram criadas políticas públicas específicas de estímulo aos agricultores familiares (como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, em 1995), secretarias de governo orientadas exclusivamente para trabalhar com a categoria (como a Secretaria da Agricultura Familiar criada em 2003 no âmbito do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, criado em 1998), promulgou-se em 2006 a Lei da Agricultura Familiar, reconhecendo oficialmente a agricultura familiar como profissão no mundo do trabalho e foram criadas novas organizações de representação sindical com vistas a disputar e consolidar a identidade política de agricultor familiar (como a Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar – FETRAF). 
 Além do mais, a elaboração de um caderno especial sobre a Agricultura Familiar com os dados do Censo Agropecuário de 2006 contribuiu para evidenciar a importância social e econômica desta categoria de agricultores no país.
O sociólogo e professor da Universidade Federal de Santa Maria Everton Lazzaretti Picolotto aponta que o reconhecimento da categoria agricultura familiar tem se dado de três formas principais, distintas, mas complementares entre si.
A primeira diz respeito ao aumento de sua importância política e dos atores que se constituíram como seus representantes (com a formação da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar como organização específica de agricultores familiares e, de outro lado, com a reorientação política da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, que, a partir de meados dos anos 1990, passou a fazer uso da categoria "agricultor familiar"). 
A segunda se refere ao reconhecimento institucional propiciado pela definição de espaços no governo, definição de políticas públicas e pela Lei da Agricultura Familiar. 
E a terceira advém do trabalho de reversão das valorações negativas que eram atribuídas a este modelo de agricultura, tais como: atrasada, ineficiente e inadequada. Por meio de uma luta simbólica movida pelo sindicalismo, por setores acadêmicos e por algumas instituições governamentais, a agricultura familiar passou a ser associada com adjetivos considerados positivos, tais como: moderna, eficiente, sustentável, solidária e produtora de alimentos.
Tais reversões de valores estão intimamente vinculadas ao processo de construção da agricultura familiar enquanto modelo de agricultura do tempo presente e o agricultor familiar, seu sujeito, passa a ser um personagem político importante no cenário nacional.
No Brasil, a agricultura familiar foi assim definida na Lei nº 11 326, de 24 de julho de 2006:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes requisitos:
I - não detenha, a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
III - tenha renda familiar predominantemente originada de atividades econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento;
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua família.
§ 1º O disposto no inciso I do caput deste artigo não se aplica quando se tratar de [[condomínio rural ou outras formas coletivas de propriedade, desde que a fração ideal por proprietário não ultrapasse quatro módulos fiscais.
§ 2º São também beneficiários desta Lei:
I - silvicultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que trata o caput deste artigo, cultivem florestas nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável daqueles ambientes;
II - agricultores que atendam simultaneamente a todos os requisitos de que trata o caput deste artigo e exploremreservatórios hídricos com superfície total de até 2 hectares) ou ocupem até 500 metros cúbicos de água, quando a exploração se efetivar em tanques-rede; III - extrativistas que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput deste artigo e exerçam essa atividade artesanalmente no meio rural, excluídos os garimpeiros e faiscadores;
V - pescadores que atendam simultaneamente aos requisitos previstos nos incisos I, II, III e IV do caput deste artigo e exerçam a atividade pesqueira artesanalmente.
A agricultura familiar é responsável por cerca de 70% dos alimentos produzidos no Brasil. Constitui a base econômica de 90% dos municípios brasileiros; responde por 35% do produto interno bruto nacional; e absorve 40% da população economicamente ativa do país. A agricultura familiar produz 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo do Brasil. Na pecuária, é responsável por 60% da produção de leite, além de 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos do país.
Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, 84,4% do total de propriedades rurais brasileiras pertencem a grupos familiares. São aproximadamente 4,4 milhões de unidades produtivas, sendo que a metade delas está na Região Nordeste.
Esses estabelecimentos representavam 84,4% do total, mas ocupavam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área destinada a estabelecimentos agropecuários brasileiros. Já os estabelecimentos não familiares representavam 15,6% do total e ocupavam 75,7% da área de produção.
Ainda segundo o Censo Agropecuário de 2006, a agricultura familiar responde por 37,8% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (calculado com base no volume da produção e nos preços médios de mercado). De acordo com a Secretaria de Agricultura Familiar, aproximadamente 13,8 milhões de pessoas trabalham em estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população ocupada na agricultura.
2.2 FUNCIONAMENTO DO BANCO DE ALIMENTOS
O que é feito:
• O Banco de Alimentos fornece alimentos e combate o desperdício;
• Promove ações educativas e profiláticas voltadas às comunidades atendidas;
• Expande ações e conhecimento para fora das áreas em que abrange, onde existe o problema concreto da fome para atingir a sociedade como um todo, no sentido de promover uma mudança de cultura, incentivando a ação.
Como é feito:
O Banco de Alimentos distribui os alimentos entre instituições beneficentes cadastradas, possibilitando a complementação alimentar de todas as pessoas assistidas pelas instituições. Operacionalmente, o Banco de Alimentos busca onde sobra e entrega onde falta.
BENEFICIADOS
Quem recebe os alimentos são pessoas que não são economicamente ativas, isto é não geram renda. São idosos, deficientes físicos e mentais. Em relação às crianças, fazem parte de famílias muito pobres e/ou desestruturadas, sendo, muitas delas, abandonadas pelos pais.
O Banco de Alimentos chega a essas pessoas através de instituições sociais do terceiro setor que, bravamente e passando por inúmeras dificuldades, acolhem estas pessoas, e cadastros feitos previamente pela assistente social.
Para se cadastrar no Banco de Alimentos, é necessário que a entidade comprove sua necessidade e esteja funcionando de acordo com as leis. As instituições receptoras preenchem uma ficha de cadastro, com informações como as características do público que a instituição atende, número de pessoas atendidas, número de refeições servidas, equipamentos disponíveis para a preparação e armazenamento dos alimentos, número de funcionários que preparam as refeições etc.
Após o cadastramento é feita uma visita técnica que visa checar os dados apresentados e conhecer o espaço físico da instituição, ou da casa no caso de famílias, as pessoas atendidas e suas necessidades, assim como avaliar as condições das instalações da cozinha.
Estando tudo de acordo, é assinado um termo de compromisso entre as partes no qual o Banco de Alimentos se compromete a doar alimentos em condições de consumo e conforme sua disponibilidade e a instituição se compromete a utilizar os alimentos de maneira adequada e participar do programa de educação nutricional que o Banco oferece.
A não participação nos treinamentos ou outras possíveis violações do termo de compromisso, como, por exemplo, não armazenar propriamente o alimento, repassar os alimentos para fora da entidade, acarreta descadastramento da instituição atendida.
 3.1 SELEÇÃO E SEPARAÇÃO DOS ALIMENTOS
É no próprio local de doação que a equipe do Banco de Alimentos faz a seleção e separação dos alimentos que serão doados e para quais instituições. Antes da passagem dos alimentos da embalagem dos doadores para a do Banco de Alimentos, é feita uma segunda conferência para checar se existe algum alimento que não está em condições de consumo, permanecendo o alimento ideal para a alimentação humana. 
O recolhimento é realizado geralmente no período da manhã e entregues no mesmo dia à tarde, e de inteira responsabilidade do Banco de Alimentos. Os alimentos arrecadados, e já embalados, são pesados e discriminados em qualidade e quantidade num recibo que é conferido e assinado pelo doador. 
As entidades assistidas, ao receberem os alimentos, também assinam recibo discriminado de quantidade e qualidade. No final do dia é feita uma conferência onde a quantidade doada e a distribuída devem ser a mesma.
3.2 ENTREGA DOS ALIMENTOS
Os alimentos arrecadados vão do local de doação direto para o Banco de Alimentos, onde é feito o processo de manipulação dos alimentos. Posteriormente são levados as instituições receptoras pelos seus veículos.
A partir da quantidade e variedade dos alimentos doados, é feita a distribuição conforme as características da instituição, levando em consideração, os seguintes itens: números de pessoas atendidas, público atendido (se crianças, adultos, idosos, deficientes físicos, mentais, se a população tem algum tipo de doença específica etc.), capacidade de armazenamento e preparo de alimentos.
 
3.3 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL 
O Banco de Alimentos, além de oferecer os alimentos, auxilia as instituições a fazerem o uso adequado destes alimentos. Promove, palestras, treinamentos e oficinas culinárias permanentes no sentido de ensinar como manipular, armazenar e aproveitar integralmente os alimentos para que não existam sobras e para que o aproveitamento do valor nutricional seja total.
Os treinamentos são coletivos, isto é, são reunidos um ou mais representantes de cada instituição onde são abordados temas teóricos e práticos, como, por exemplo, Noções Básicas de Alimentação e Nutrição, Oficina Culinária de Aproveitamento Integral dos alimentos.
Desde a colheita até chegar à mesa do consumidor, os alimentos sofrem muitas alterações, ficando às vezes impróprios para o consumo. O desperdício alimentar no Brasil é praticado impunemente mesmo nos momentos de crise. 
As perdas na agricultura e os refugos na comercialização de alimentos são o maior e mais grave exemplo disso (SOUZA, 2005). 
O que deixa claro a relevância do fator político e econômico, assim como as diferenças de renda dentro do próprio país, como o Brasil que apresentou em sua última pesquisa de orçamentos familiares (POF), 2008/2009, mostrou a nítida diferença, de cerca de 11 vezes, entre as regiões Sudeste e Nordeste, tanto no que se diz respeito à renda per capita quanto aos gastos estimados em geral, incluindo a alimentação. 
Neste contexto de desigualdade, a fome e o desperdício de alimentos estão entre os maiores problemas que o Brasil enfrenta, sendo visto como um paradoxo, pois enquanto 16,27 milhões de brasileiros vivem na miséria, estima-se que 30% da produção mundial de alimentos sejam desperdiçados devido às falhas no sistema de colheita, transporte, armazenagem, comercialização e utilização (Aproveitamento Integral dos alimentos: Uma oportunidade para a redução do desperdício e fome no Brasil – Sociedade e Cultura, public. acesso em 11/04/2016).
Estudos sobreo desperdício de alimento estimam em mais de 30% as perdas mundiais de produtos agrícolas, nas fases de manuseio, transporte, armazenagem e comercialização, especialmente nos países tropicais menos desenvolvidos. 
O desperdício de produtos agrícolas, considerando-se o volume total, é de ordem de 61% do total plantado, acontecendo em todas as fases pelas quais passa o produto. Para vegetais perecíveis, como frutas, legumes e raízes frescas, as perdas ganham proporções ainda maiores, podendo atingir de 80% até 100% em alguns casos. 
Na fase de planejamento do plantio, o desperdício acontece pela falta de estudo das potencialidades do mercado, de planejamento incorreto da produção quanto a época e quantidade, conforme as melhores condições de mercado, e pela escolha inadequada de variedades de plantas, mais adequadas às condições de solo e clima. 
A forma mais comum de desperdício caseiro é a distorção no uso dos alimentos, aproveitar o alimento em sua totalidade, com todo o potencial nutricional que oferece, é uma grande ajuda para combater a rotina dos cardápios e a má nutrição nas classes de baixa renda. (Reaproveitamento e Desperdício de alimentos – Eunice Cândida de Souza).
Dados estimam que no Brasil exista a produção de 1000 milhões de toneladas anuais de alimentos, sendo considerado o quarto maior país exportador do mundo, porém o país registra 60% de todo o lixo domiciliar, sendo composto por comida (Aproveitamento Integral dos alimentos: Uma oportunidade para a redução do desperdício e fome no Brasil – Sociedade e Cultura, public.) acesso em 11/05/2016.
A CEASA (Central de abastecimento do Estado do Rio de Janeiro) já apontada como grande fonte de desperdício, o comércio atacadista no Município de São José de Ubá, que movimenta por dia, uma grande quantidade de produtos hortifrutigranjeiros, já serviu de inspiração para diversos projetos de alimentícios relacionados com programas sociais (Reaproveitamento e Desperdício de Alimentos – Eunice Cândida de Souza). 
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Ethos (FSDGDFG, 2000) se perde todos os anos na colheita cerca de 11 milhões de toneladas de comida.
O armazenamento e o transporte são fatores que ajudam a aumentar ainda mais o número de alimentos desperdiçados.
Para o professor Marcelo Bergamo, coordenador do Curso de Tecnologia em Gastronomia da Universidade Metodista de São Paulo, falta orientação para os produtores que colhem e armazenam a safra.
Muitas vezes não percebemos, mas estamos jogando fora muitos produtos que poderiam ser utilizados. Ao limpar hortaliças como acelga, salsão observar se estamos cortando as folhas bem rentes ao talo. Muitas vezes cortamos 10 cm das folhas, próximas ao talo, desperdiçando boa parte da hortaliça.
Na CEASA de são José Úba, realizou-se o projeto Desperdício zero, onde profissionais da área alimentícia, ensinaram a aproveitar as partes dos alimentos que na maioria das vezes vão para o lixo. 
O Banco de Alimentos, além de oferecer os alimentos, auxilia as instituições a fazerem o uso adequado destes alimentos. Promove, palestras, treinamentos e oficinas culinárias permanentes no sentido de ensinar como manipular, armazenar e aproveitar integralmente os alimentos para que não existam sobras e para que o aproveitamento do valor nutricional seja total.
Os treinamentos são coletivos, isto é, são reunidos um ou mais representantes de cada instituição onde são abordados temas teóricos e práticos, como, por exemplo, Noções Básicas de Alimentação e Nutrição, Oficina Culinária de Aproveitamento Integral dos alimentos.
Folhas externas do repolho (folhas verdes) normalmente são descartadas. A folha mais externa do repolho deve ser descartada, devido á utilização de agrotóxicos.
As demais folhas verdes, podem ser utilizadas em sopas, molhos, refogados, etc. Caso a preparação seja a partir de repolho orgânico todas as folhas deverão ser aproveitadas.
Dicas sobre onde e como reaproveitar talos e cascas:
Utilize os talos e as ramas das hortaliças;
Talos de salsinha podem ser adicionados a diversos tipos de pratos.
- Ramas de cenoura transformam-se em bolinhos, tortas, sopas.
- Rama de rabanete ou nabo pode ser feita com shoyu e azeite.
- Rama de beterraba transforma-se em refogado, e é laxante.
- Talo de couve pode fazer parte da jardineira de legumes ou sopa.
- Alguns tipos de cascas de frutas ou legumes podem ser utilizados com sucesso na culinária, em diversas preparações como:
- Casca de banana quando em bom estado pode ser ingrediente de um bolo delicioso.
- Casca de limão pode ser ralada e congelada, enriquecendo posteriormente o sabor de pães, bolos, chás, etc.
- Casca de laranja resulta em excelente doce cristalizado ou licor.
- Casca de abacaxi vira suco.
Reaproveitar talos e cascas não é coisa de "Pão duro”
Saber aproveitar até o último grão de arroz, sem deixar cair nenhum na pia na hora de lavar, não jogar talos, cascas, ramas, não desperdiçar, é demonstração de inteligência e civilidade. Significa economia doméstica e criatividade.
Não é em absoluto ser sovina. É uma questão cultural.
Acima de todos os conceitos, é um grande ato de amor á natureza.
É nos pequenos atos do dia a dia que se manifesta a grandeza do indivíduo.
 
CONCLUSÃO
Nosso país vivencia uma dupla problemática, por um lado, milhões de pessoas vivem na situação de “saco vazio” em vulnerabilidade ou pobreza extrema, e por outro os saco de lixo permanece se enchendo…
 	 Para obtermos uma alimentação saudável, podemos utilizar partes dos alimentos que normalmente são desprezadas pela população. Tal atitude é chamada de “aproveitamento integral dos alimentos”.
 A maioria das pessoas desperdiçam boa parte dos alimentos que poderiam ser aproveitados, para o preparo de muitas outras refeições. Este é um hábito tradicional da população brasileira, que normalmente, não utiliza partes não convencionais dos alimentos, que podem ser aproveitadas para preparar pratos deliciosos, além de reduzir o lixo e o problema da fome no Brasil.
 A solução para este sério problema pode partir da modificação de atitudes e costumes que se cultiva nos lares. Podemos citar como exemplo de partes não convencionais dos alimentos: 
Folhas de cenoura, beterraba, batata doce, nabo, couve-flor, abóbora, mostarda, hortelã e rabanete;
 Cascas de batata inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, abacaxi, berinjela, beterraba, melão, maracujá, goiaba, manga, abóbora;
Talos de couve-flor, brócolis e beterraba;
Entrecascas de melancia e maracujá;
Sementes de abóbora, melão e jaca;
Nata;
 Pés e pescoço de galinha;
 Tutano de boi, entre outros.
Muitas pessoas não utilizam estas partes dos alimentos deixando de levar em conta o rico valor nutricional destes alimentos, ou seja, a quantidade de vitaminas, sais minerais e proteínas que estão concentradas nas cascas e folhas e, em alguns casos, até em quantidade maior que na parte costumeiramente utilizada.
Além disso, o aproveitamento integral dos alimentos significa economia e possibilita também experimentar novas opções de receitas, ressaltando assim, outro fator importante: a variação do cardápio. Isso porque um único alimento rende até cinco preparações diferentes, repleta de nutrientes e coloridas, quando utilizamos sua casca, folha, talos, semente e a própria polpa. Uma boa cozinha é aquela na qual nada é desperdiçado.
Às vezes não percebemos, mas na nossa cozinha há muita coisa indo para o lixo sem necessidade. 
O Brasil é um dos campeões em acúmulo de lixo orgânico e este, quando não tratado adequadamente, pode agredir a natureza, por promover a formação de chorume (um líquido escuro e malcheiroso), que pode tornar nossos solos inférteis para produção. 
Outro malefício está relacionado ao problema sanitário: o acumulo de lixo orgânico pode atrair vetores, como ratos, baratas e moscas, que podem causar sérios riscospara a saúde humana.
Portanto, devemos aproveitar os alimentos como um todo para desfrutar de uma vida toda com saúde, segurança e consciência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Banco de Alimentos, 2006 
Bello, Alexandre. Alimentando o próximo. Revista Planeta na WEB, 24/07/2002. In: http://terra.com.br/planetanaweb
Dias, Maria Clarice. Comida jogada fora. Correio Brasiliense; 2003.
Educação financeira, 2006
Eunice Cândida de Souza
Homem de Melo, F. Liberalização comercial e agricultura familiar no Brasil. In: Comércio internacional, segurança alimentar e agricultura familiar. Rio de Janeiro: Rebrip/Action Aid, 2001.
Pádua, José Augusto. A insustentabilidade da agricultura brasileira. In: Encontro Nacional de agroecologia: anais/ Oswaldo Santana Alves. Rio de Janeiro: AS-PTA, 2003.
Souza, 2005
Fonte: Bem te fiz - http://goo.gl/n4WIC3 [Adaptado]
 CONSULTAS REALIZADAS
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