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Curso Nutrição Enteral Rosângela de Alencar Ribeiro Nutricionista CRN- 3053 Carone Alves Lima 2018 Terapia Nutricional Enteral INTRODUÇÃO: A Terapia Nutricional Enteral (TNE) surge como uma possibilidade terapêutica de manutenção ou recuperação do estado nutricional nos indivíduos que apresentarem o trato gastro intestinal íntegro para o processo digestório. A precocidade no início do suporte nutricional enteral nos pacientes com risco de se desnutrir ou com desnutrição já instalada tornou-se o mais eficiente. Terapia Nutricional Enteral INTRODUÇÃO: A TNE tem um impacto significativo na evolução clínica de um paciente hospitalizado, principalmente em internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que apresentam incapacidade de se alimentar por via oral por dias ou meses, fazendo com que haja indicação para TNE e /ou parenteral. Terapia Nutricional Enteral Definição de TNE (WAITZBERG, 2000). Terapia de Nutrição Enteral (TNE): um conjunto de procedimentos terapêuticos empregados para manutenção ou recuperação mediante a oferta de nutrientes por cateteres de alimentação. Terapia Nutricional Enteral Definição de TNE (RDC 063/00 - 2000). Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. Terapia Nutricional Enteral Em 2015, foi publicada a RDC 21, de 13/05/2015, da ANVISA, que dispõe sobre o regulamento técnico de fórmulas para NE. Objetivo: composição, qualidade, segurança e rotulagem das fórmulas. 1- Fórmula para NE (por sonda ou por via oral, prescrito por médico ou nutricionista, usada exclusiva ou de forma complementar) Terapia Nutricional Enteral 2- Fórmula Padrão para NE ( Que atende aos requisitos de composição para macro e micronutrientes. Deve conter obrigatoriamente: proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais; 2.1- Proteina: Conter > ou =10% e < ou = 20% do VET de forma intacta, de origem animal ou vegetal 2.2- Lipídio: > ou = 15% e < ou = 35% do VET ( ác. Graxo trans < 1%, monoinsaturado < ou = 20%, W6 >2% e <9%, W3 > 0.5% e <2%. Terapia Nutricional Enteral 2.3- Carboidrato: > ou = 45% e < ou = 75% A fórmula padrão pode ser adicionada de: Fibra alimentar (2g por 100 Kcal) Inositol Carnitina Taurina Fluor Probiótico ou outras substâncias deve ser avaliada quanto a segurança de uso pela ANVISA) Terapia Nutricional Enteral 3- Fórmula modificada para NE - São destinadas a atender às necessidades nutricionais específicas das faixas etárias (Ex: pediátricas). - Adicionar probiótico ou prebióticos desde que a segurança seja avaliada pela ANVISA. - Não deve conter expressões, palavras que induzam o uso do produto com o falso conceito de vantagem ou segurança, que indique condições de saúde para as quais o produto possa ser usado e para faixas etárias específicas. Terapia Nutricional Enteral Histórico 1968: TGI era a única via para nutrir o paciente; Dudrick e colaboradores (1968): pacientes que não podiam se alimentar pelo tubo digestivo - Nutrição Parenteral; Década de 1970: Nutrição Parenteral tornou-se a via de escolha para os que não podiam se alimentar por via oral; Década seguinte: em 1988, as vantagens da Nutrição Enteral passaram a ser relatadas. Terapia Nutricional Enteral Legislação A ANVISA regulamenta a formação de uma EMTN, como grupo formal e obrigatório constituído de, pelo menos, um profissional médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista, habilitados e com treinamento específico para prática de TN. Essa regulamentação é regida pelas portarias 272 e RDC 63. Terapia Nutricional Enteral Atribuições do Nutricionista: 1- Avaliação do estado nutricional do paciente 2- Elaborar prescrição dietética 3- Formular a nutrição enteral 4- Acompanhar evolução nutricional 5- Garantir registro claro e preciso de todas as informações relacionadas a evolução nutricional 6- Orientar familiar e/ou pacientes quanto preparação da dieta enteral em caso de alta hospitalar 7- Assegurar que os rótulos da NE sejam apresentados de forma clara e precisa 12 Terapia Nutricional Enteral Terapia Nutricional em Unidade Intensiva Em pacientes internados em unidades de terapia intensiva, a depleção nutricional é frequente, já que a resposta metabólica ao estresse, conhecida como resposta de fase aguda, promove intenso catabolismo e mobilização de proteínas para reparo de tecidos lesados e fornecimento de energia. A reação de fase aguda, seguida de imobilidade prolongada e a dificuldade de alimentação potencializam o catabolismo e predispõem ao déficit nutricional. Dessa forma, o paciente em reação de fase aguda como consequência do Hipermetabolismo está em risco nutricional, independentemente do estado nutricional prévio. Considerando que a terapia nutricional precoce e adequada no paciente grave é um importante fator na promoção da saúde, diminuição do estresse fisiológico e manutenção da imunidade, avaliar a eficácia desse tratamento é fundamental Terapia Nutricional Enteral Indicação da TNE Situações: Quando houver risco de desnutrição, ou seja, quando a ingestão oral for inadequada para prover de 2/3 a 3/4 das necessidades diárias nutricionais. Quando o trato digestivo estiver total ou parcialmente funcionante. Terapia Nutricional Enteral Indicação da TNE Pacientes não podem se alimentar: Inconsciência Anorexia nervosa Lesões orais Acidentes vasculares cerebrais Neoplasias Doenças desmielinizantes Terapia Nutricional Enteral Indicação da TNE Pacientes com ingestão oral insuficiente: Trauma Septicemia Alcoolismo crônico Depressão grave Queimaduras Terapia Nutricional Enteral Indicação da TNE Pacientes nos quais a alimentação comum produz dor e/ou desconforto: Doença de Crohn Colite ulcerativa Carcinoma de trato gastrintestinal Pancreatite Quimioterapia Radioterapia Terapia Nutricional Enteral Indicação da TNE Pacientes com disfunção do trato gastrointestinal: Síndrome de má-absorção Fístula Síndrome do intestino curto Terapia Nutricional Enteral Contra Indicações: Contra-indicações Razõesecondições Doençaterminal Ascomplicaçõespotenciaissuperamosbenefícios Síndromedointestinocurto Dotipomaciçoouemfasedereabilitaçãointestinal Obstruçãointestinalmecânicaoupseudo-obstrução Ausênciadetrânsitointestinal totaloulocalizado Sangramentogastrointestinal Requerintervençãoarmada,ocasionanáusea,vômito,melenaouenterorragia Vômitos Dificultamamanutençãodasondanasoenteral Diarreia Avaliaracausa,considerardrogaseperdashidroeletrolíticas 19 Terapia Nutricional Enteral Contra-indicações Contra-indicações Razõesecondições Fístulasintestinais Especialmentejejunaise de altodébito Isquemiagastrointestinal Doentescríticoscomsepse,disfunçãodemúltiplosórgãos,instabilidadecardiopulmonarevidente,síndromesdecompressãoouoclusivascrônicas Íleoparalíticointestinal Peritonites,hemorragiaintraperitoneal,perfusãointestinal, decausasistêmicaporuremia, diabetes grave,lesãonervosa central,hipocalemia Inflamaçãodotratogastroinestinal Enteritesgravespormoléstiagrave decólons,enteriteactínicaintensaeporqumioterapia,pancreatitegrave Terapia Nutricional Enteral Nutrição Enteral Precoce (NEP) Conceito: Foi estabelecido nos últimos anos e consiste na oferta de nutrição enteral nas primeiras 48 horas de hospitalização (WAITZBERG, 2009). Vantagens: - Evitar a hipotrofia intestinal, evitar a quebra da barreira imunológica e evitar uma maior permeabilidade intestinal, com possível translocação bacteriana; - Evitar a secreçãode hormônios catabólicos; - Evitar a perda do peso corpóreo e massa muscular e reduzir o balanço nitrogenado negativo . Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Sondas nasoenterais (gástrica, duodenal, jejunal) Estomias (gastrostomia, jejunostomia) Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Sondas nasoenterais Localização gástrica: vantagens Maior tolerância a fórmulas variadas (proteínas isoladas, aminoácidos cristalinos); Boa aceitação de fórmulas hiperosmóticas; Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Sondas nasoenterais Localização gástrica: vantagens Permite a progressão mais rápida para alcançar o valor calórico total ideal; Devido à dilatação receptiva gástrica, permite introdução de grandes volumes em curto tempo; Tem fácil posicionamento de sonda. 24 Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Sondas nasoenterais Localização gástrica: desvantagens Alto risco de aspiração em pacientes com dificuldades neuromotoras de deglutição; A ocorrência de tosse, náuseas ou vômito favorece a saída acidental da sonda. Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Sondas nasoenterais Localização duodenal/jejunal: vantagens Menor risco de aspiração; Maior dificuldade de saída acidental da sonda; Permite nutrição enteral quando a alimentação gástrica é inconveniente e inoportuna. Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Sondas nasoenterais Localização duodenal/jejunal: desvantagens Risco de aspiração em pacientes que têm mobilidade gástrica alterada ou fluxo que são alimentados à noite; Desalojamento acidental, podendo causar refluxo gástrico; Requer dietas normo ou hipo-osmolares. Terapia Nutricional Enteral Vias de administração Terapia Nutricional Enteral Métodos de administração Escolha do método: Via de acesso (tipos de sonda, calibre) Quadro clínico Esvaziamento gástrico Necessidade calórico proteica Terapia Nutricional Enteral Métodos de administração Escolha do método: - Tipo de formulação - Volume x Tempo de administração - Facilidade da administração - Mobilidade do paciente - Local: hospital ou domicílio Terapia Nutricional Enteral Métodos de administração Infusão contínua: Técnicas de administração: Gotejamento gravitacional / Bomba de infusão Administrada nas 24 horas (alimentação contínua) Pode ser cíclica (alimentação cíclica) Terapia Nutricional Enteral Métodos de administração Infusão intermitente: Características Similaridade à nutrição oral; Distensão gástrica que estimula a secreção cloridopéptica; Terapia Nutricional Enteral Métodos de administração Infusão intermitente: Características Retardo do esvaziamento gástrico com risco de aspiração no paciente convalescente; Aumento da atividade contrátil do estômago com aumento da velocidade de administração. Terapia Nutricional Enteral Métodos de administração Infusão intermitente: Técnicas de administração: Bolo Gravitacional Intermitente por bomba de infusão Terapia Nutricional Enteral Doses e velocidades de administração Administração gástrica intermitente - Iniciar com o volume de 100 mL e o volume é aumentado a cada 24 ou 48 horas até as necessidades serem atingidas por completo. Administração gástrica contínua - Iniciar dieta na concentração total, começando com o volume de 10 a 40 mL/hora, com aumentos de 10 a 20 mL a cada 8 a 12 horas, conforme tolerância. Terapia Nutricional Enteral Doses e velocidades de administração Administração pós-pilórica intermitente - A velocidade do gotejamento não deve ultrapassar 60mL/hora, pois o rápido gotejamento pode ocasionar cólicas e diarreia, com diminuição no aproveitamento nutricional e prejuízo ao paciente. Administração pós-pilórica contínua - Iniciar dieta iso ou hipotônica, começando com o volume de 10 a 40 mL/hora, com aumentos de 10 a 20 mL a cada 8 a 12 horas, conforme tolerância. Terapia Nutricional Enteral Seleção de fórmulas Para a seleção de uma dieta enteral, é necessário conhecer as exigências específicas do paciente e a composição exata da fórmula. A dieta escolhida precisa ser nutricionalmente completa e adequada para uso em períodos curtos e longos, precisa satisfazer as exigências nutricionais do paciente, ser bem tolerada, de fácil preparação e econômica. As condições individuais dos pacientes devem ser consideradas. Terapia Nutricional Enteral Seleção de fórmulas Avaliação das características das dietas: Composição: Capacidade digestiva e absortiva Fontes de nutrientes (carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, água, vitaminas e minerais) e sua forma Características físicas das fórmulas: - Osmolalidade (mOsm/Kg de água)/Osmolaridade Ph - Densidade calórica (Kcal/mL) Terapia Nutricional Enteral Osmolaridade Hipotônica: < 300 m0sm/L Isotônica: 300 a 350 m0sm/L Levemente Hipertônica: > 350 a 550 m0sm/L Hipertônica: > 550 a 750 m0sm/L Acentuadamente Hipertônica: > 750 m0sm/L Terapia Nutricional Enteral Densidade Calórica Fórmula Hipocalórica: 0,6 a 0,8 Kcal/mL Fórmula Normocalórica: 0,9 a 1,2 Kcal/mL Fórmula Hipercalórica: 1,3 a 1,5 Kcal/mL Fórmula acentuadamente hipercalórica: > 1,5 Kcal/mL Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas não-industrializadas, caseiras ou artesanais São aquelas preparadas à base de alimentos in natura ou de mesclas de produtos naturais com industrializados (módulos), liquidificados e preparados artesanalmente em cozinha doméstica ou hospitalar. Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas não-industrializadas, caseiras ou artesanais: Características: Utilizadas por pacientes de baixo poder aquisitivo; À base de leite; Suplementadas com fórmulas completas ou com fontes selecionadas de macronutrientes; Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas não-industrializadas, caseiras ou artesanais: - Características A qualidade nutricional é imprecisa e insegura; Somente podem ser utilizadas em situações em que o TGI encontra-se com capacidade de digestão e absorção normais; Fornecimento inadequado de micronutrientes. Dietas Artesanais e Modulares VANTAGENS > individualização >flexibilidade de nutrientes >flexibilidade de volume custo aparentemente menor X DESVANTAGENS > manipulação composição nutricional não definida área exclusiva para preparo pessoal treinado > tempo de preparo > custo operacional Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas com fórmulas definidas (industrializadas): São aquelas preparadas industrialmente e apresentam-se sob três formas: 1. Dietas industrializadas em pó para constituição: em geral acondicionadas em pacotes hermeticamente fechados, em porções individuais com 60 a 96 g ou em latas com aproximadamente 400 g a 800 g. Necessitam ser reconstituídas em água ou outro veículo líquido Dietas Industrializadas - Pó VANTAGENS Definição dos nutrientes >individualização flexibilidade < risco de contaminação praticidade X DESVANTAGENS manipulação viscosidade Baxter e col., 2000 Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas com fórmulas definidas (industrializadas): 2. Dietas industrializadas líquidas semiprontas para uso: são dietas prontas, apresentam-se em caixas ou frascos de vidro com 200 mL, em quantidades suficientes para um horário de dieta ou caixa tetra pack de 1 litro. Dietas Industrializadas – Líquidas Prontas para uso VANTAGENS definição dos nutrientes sem manipulação prévia à administração dispensa área exclusiva de preparo < risco de contaminação praticidade X DESVANTAGENS perda da dieta no início da terapia < individualização > lixo hospitalar transporte e armazenamentoBaxter e col., 2000 Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas com fórmulas definidas (industrializadas): 3. Dietas industrializadas prontas para uso: são aquelas que já apresentam envasadas, acondicionadas em frascos de vidros ou bolsas próprias com 500 a 1.000 ml, que são diretamente acopladas no equipo. Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas com fórmulas definidas (industrializadas): - Dietas Modulares Módulos isolados de proteínas, carboidratos, lipídeos e micronutrientes. São recomendados como suplementação de uma alimentação enteral ou via oral. Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais - Dietas Modulares: vantagens Possuem baixa viscosidade; Apresentam baixa produção de resíduos; São de fácil digestibilidade; Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas especializadas: otimizam o estado nutricional do enfermo, atuando mais ativamente em seu tratamento clínico. Designadas para disfunções orgânicas específicas ou anormalidades metabólicas. Podem não ser nutricionalmente completas. A maioria é hiperosmolar. Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais - Dietas Enterais quanto à complexidade dos nutrientes: Poliméricas Oligoméricas Monoméricas Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas poliméricas: características Proteína intacta. Polissacarídeos; Dissacarídeos; Polímeros de glicose; Monossacarídeos; PUFAS; TCM. Capacidade digestiva e absortiva normal do TGI. Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas oligoméricas: características Proteína parcialmente hidrolisada (dipeptídeos, tripeptídeos, aminoácidos). Dissacarídeos; monossacarídeos; polímeros de glicose; PUFA; TCM. Mínima capacidade digestiva / Limitada área de absorção do TGI. Terapia Nutricional Enteral Classificação das Dietas Enterais Dietas monoméricas (elementares): características - Nutrientes em sua forma elementar (dieta hiperosmolar) Aminoácidos cristalinos; polímeros de glicose; monossacarídeos; PUFA; TCM. Mínima capacidade digestiva / Limitada área de absorção do TGI. Podem ser prontamente absorvidas em curto segmento do tubo digestivo. Terapia Nutricional Enteral Componentes das Dietas Enterais Terapia Nutricional Enteral Componentes das Dietas Enterais Terapia Nutricional Enteral Componentes das Dietas Enterais Terapia Nutricional Enteral Componentes das Dietas Enterais Dietas Enterais Terapia Nutricional Enteral 1- Poliméricas: ptn integra, TGI funcionante, osmolaridade e custo 2- Oligoméricas ou semi-elementar: ptn hidrolisada, osmolaridade Terapia Nutricional Enteral SUPLEMENTOS ORAIS: POLIMÉRICAS Terapia Nutricional Enteral DIETAS MODULARES Módulo HC Módulo Proteína Módulo Lipídio Módulo Fibra Terapia Nutricional Enteral Dieta líquida Polimérica Informação Nutricional Quantidade por 100mL %VD(*) Valor Energético kcal/kJ 123/517 ** Carboidratos g 17 ** Proteínas g 4,4 ** Gorduras Totais g 4,1 ** Gorduras Saturadas g 2,3 ** Gorduras Trans g 0 ** Fibra Alimentar g 0 ** Sódio mg 120 5 Potássio mg 164 ** Terapia Nutricional Enteral Complicações ( A TNE não é isenta de riscos e complicações) As complicações da terapia nutricional enteral podem ser classificadas em: Gastrointestinais: náuseas, vômitos, estase gástrica, refluxo gastroesofágico, distensão abdominal, cólicas, empachamento, flatulência, diarreia/obstipação; Metabólicas: hiperidratação/desidratação, hiperglicemia/hipoglicemia, anormalidades de eletrólitos e elementos-traços e alterações da função hepática; Terapia Nutricional Enteral Mecânicas: relacionadas com a sonda nasoenteral: erosão nasal e necrose, abscesso septonasal, sinusite aguda, rouquidão, otite, faringite, esofagite, ulceração esofágica, estenose, fístula traqueoesofágica, ruptura de varizes esofágicas, obstrução da sonda e saída ou migração acidental da sonda; Terapia Nutricional Enteral Infecciosas: gastroenterocolites por contaminação microbiana no preparo, nos utensílios e na administração da fórmula; Respiratórias: aspiração pulmonar com Síndrome de Mendelson (pneumonia química) ou pneumonia infecciosa; Pneumonia aspirativa (alto volume residual, vômito, mau posicionamento da sonda...). Psicológicas: ansiedade, depressão, falta de estímulo ao paladar, monotonia alimentar, insociabilidade e inatividade. Terapia Nutricional Enteral Síndrome de Realimentação Complicação grave (paciente subnutrido em jejum) EX: Desnutrição grave, anorexia nervosa, realimentação muito rápida, altas cargas de carboidrato, alcoolismo e pós operatório de cirurgias bariátricas. Complicações: neurológicas, pulmonares, cardíacas, hematológicas e distúrbios hidroeletrolíticos. Recomendação: Iniciar com 10Kcal/Kg, a fim de alcançar meta nutricional em 4 a 7 dias. Vitamina B1 (tiamina)- principal deficiência vitamínica na realimentação devido ao rápido consumo na glicólise. Ocorrendo desvio do piruvato em lactato- acidose láctica. 69 Terapia Nutricional Enteral Comentário: “ A abordagem nutricional do paciente grave de UTI em SIRS ou SEPSE guarda características próprias que devem ser conhecidas e respeitadas” Objetivos da TNE na UTI: Evitar Inanição: há pacientes, que por meses ficam sem a possibilidade de se alimentar pela via natural Ressuscitação Intestinal Preservação da Imunidade sistêmica e do TGI Terapia Nutricional Enteral Diarreia - É uma das complicações que mais gera reclamações; - Favorece a desnutrição, desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico, piora condições cutâneas, predispõe escaras e aumenta morbidade e o sofrimento do paciente. Definição: Número de evacuações superior a 3 ao dia, com fezes líquidas ou semilíquidas: Passos a seguir: 1- Se o paciente realmente apresenta diarreia 2- O que pode estar levando o paciente a apresentar diarreia - Apenas 20% das diarreias podem ser causadas pela NE. Terapia Nutricional Enteral Tipos mais frequentes de Diarreia 1- Diarreia Osmótica: Causada por solutos ativos Ex: Int. Lactose, medicamentos (xilitol, xaropes, lactulose..), superalimentação, velocidade de infusão acima da capacidade absortiva e atrofia da mucosa intestinal. 2- Diarreia secretora: relacionada a enterotoxinas, por micro-organismos patogênicos, excesso de sais biliares na luz intestinal que são irritantes. Importante: ver história pregressa do paciente, pode fazer parte do passado alguma doença Intestinal, Colite, celíaca, crohm..... Terapia Nutricional Enteral Causas de Diarreia Relacionada ao uso de antibiótico (reduzem a flora bacteriana, proliferação de Clostridium difficile, entre outras causando inflamação. A diarreia que do tipo secretora, se instala entre o 4° e o 9º dia de antibiótico. Ex: Metronidazol, Vancomicina, Teicoplamina. As ampicilinas aumentam o peristaltismo intestinal Terapia Nutricional Enteral A falsa Diarreia O Fecaloma retal: Irritam a parede, produzindo muco se misturando a um pouco de fezes, varias vezes ao dia, simulando uma diarreia ou Pseudo-diarreia. Diarreia causada pela NE De natureza osmótica, ver fórmula mais apropriada (menos osmótica, sem lactose, que tenha fibras solúveis), velocidade da dieta. Outras Condutas: Volume total Troca de equipos Equipos reesterelizados Dieta Gelada Preparo de dieta em pó Seleção das Dietas Enterais Diagnóstico Situação Clínica Idade Posicionamento e Tipo de sonda Necessidades Energéticas Necessidades Hídricas NecessidadeVitamínicas e Minerais Condições Sócio-Econômicas e Culturais Custo - Benefício Quando iniciar e quando terminar? Protocolos para indicação de colocação e retirada da sonda nasoenteral 60% da VO atingindo os requerimentos nutricionais Associação de SNE + VO ou SNE + NPT NE noturna na transição Possibilita estimular VO durante o dia Estimular deambulação Necessidade Nutricionais Estimativa de Kcal/ Kg de peso corporal Adultos: Perda de peso 20- 25 Kcal/kg/dia Manutenção 25-30 Kcal/kg/dia Ganho de peso 30-35 Kcal/kg/dia Cirurgia Geral 32 Kcal/kg/dia Politrauma 40 Kcal/kg/dia Sepse 30-35 Kcal/kg/dia Pediatria: Pré-termo (<1000g) 150 Kcal/kg/dia Pré-termo (>1000g) 100-150 Kcal/kg/dia 1-10 kg 100 kcal/kg/dia 11-20 kg 1000 kcal + 50 kcal para cada kg >10 kg > 20 Kg 1500 kcal + 20kcal para cada kg > 20Kg Fonte: Martins,C Cardoso, SP. Ter. Nut. Ent. Par., 2000 77 Cálculo da dieta enteral • M.M.S, feminino, 54 anos, portadora de câncer . Pela avaliação nutricional apresenta 52kg e altura de 1,56. Apresenta dieta por SNE. Prescreva a nutrição enteral. Calcular: Volume recebido Kcal prescritas Kcal recebidas g HC prescrito e recebido g Prot prescrito e recebido g Lip prescrito e recebido Calcule a prescrição de dieta enteral: Líquida (sala de aula) Dieta em Pó 78 Caso clínico J.J.S., PO Cistectomia radical/choque/ IRCd, 75 anos, peso 79,8 e altura 1,59. Peso definido: 79,8. Calcular: Volume recebido Kcal prescritas Kcal recebidas g HC prescrito e recebido g Prot prescrito e recebido g Lip prescrito e recebido Apresentando resposta inflamatória RI: (-) BH: 153 Dreno: 860- 575 HD: 391 Leuco: 16900 Creatinina: 3,5 Ureia: 165 Potássio: 5,4 Tº : 34 Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele você conquistará o mundo”. Albert Einstein Obrigada
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