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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE ENSINO DE UBÁ - MG PROJETO PAZ NAS ESCOLAS “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante… E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Eclesiastes 4.9- 12). Quando trabalhamos juntos somos mais fortes e podemos alcançar nossos objetivos individuais. Lei 23.366, 25 de julho de 2019 - Publicada no “MG” – 26/07/19, p. 11 - Institui a política estadual de promoção da paz nas escolas, a ser implementada nos estabelecimentos de ensino vinculados ao sistema estadual de educação. INTRODUÇÃO A educação é um pressuposto básico para o fortalecimento da paz e a superação da violência, sendo a escola um dos locais onde o aluno pode construir referenciais de relacionamento pacífico com as demais pessoas e com o meio ambiente. Em um mundo tão sofrido com toda sorte de violências, a paz se apresenta como um bem inestimável e insubstituível neste fim de século (ABRAMOVAY, 2005; ANDRADE, 2007). Dessa tendência, percebe-se a existência e proliferação de movimentos em prol da paz, emergindo dos mais diversos grupos sociais, apesar de um número superior de atos violentos. Ressalte-se que o enfrentamento da violência não deve interessar somente aos profissionais de segurança pública, ou aos órgãos de justiça, mas também aos educadores. Aos educadores cabe o enorme desafio de rastrear as cenas constitutivas da violência e os efeitos que são presenciados para que sejam identificados os dispositivos de poder inerentes a elas e para que sejam construídas estratégias de superação da violência com ações voltadas para uma cultura de paz. Torna-se imperativa a necessidade da promoção de uma cultura de paz nas escolas e de envolver um maior número de pessoas na busca de um mundo mais democrático onde, desde criança, a cidadania seja uma prática cotidiana e não apenas letras nas páginas dos livros escolares (BENEVIDES, 1996). Também, deve-se conhecer e avaliar essas iniciativas (TRIVIÑOS, 1987; SANTOS, 2001), como o Projeto “Paz nas Escolas”, para que estas ações possam ser continuadas, melhoradas e complementadas com outros projetos. A educação deve tornar possível o “trânsito” de uma cultura de guerra e violência para uma cultura de paz e não-violência, que permita viver a paz como um processo criativo com repercussões diretas em nosso cotidiano (JARES, 2002). Para isso, é de suma importância a posição de Rabbani (2003) de que uma educação para a paz passa a ser aquela que permite as pessoas descobrirem as estruturas violentas e as prepara para a ação transformadora. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de um trabalho sistematizado e contínuo de promoção de valores, baseado num processo dialógico, que leve à conscientização sobre a violência e a ação para a paz, sem que os alunos e professores caiam no erro de reproduzir violência. Este é um dos maiores desafios para a educação (ABRAMOVAY, 2005). É importante que a escola assuma a sua função de centro educativo, e não ficar limitada a simples função de repassadora de conhecimentos, ofertando aos seus agentes um local onde todos possam exercitar sua cidadania e buscar alternativas para a superação de dificuldades advindas do meio em que se insere e do social como um todo. A esse respeito, de acordo com Benevides (1996), três elementos são indispensáveis e interdependentes para a compreensão da educação para a cidadania: A formação intelectual e a informação - trata-se do desenvolvimento da capacidade de conhecer para melhor escolher. Para formar o cidadão é preciso começar por informá-lo e introduzi-lo às diferentes áreas do conhecimento, inclusive através da literatura e das artes em geral. A falta ou insuficiência de informação reforça as desigualdades, fomenta injustiças e pode levar a uma verdadeira segregação. A educação moral - vinculada a uma didática dos valores democráticos, que não se aprendem intelectualmente apenas, mas, sobretudo pela consciência ética, que é formada tanto de sentimento quanto de razão; é a conquista de corações e mentes. A educação do comportamento - desde o primário, no sentido de enraizar hábitos de tolerância diante do diferente ou divergente, assim como o aprendizado da cooperação ativa e da subordinação do interesse pessoal ou de grupo ao interesse geral, ao bem comum. Diante disso, a paz não pode ser construída como um elemento isolado. É indissociável da justiça e da solidariedade. Paz, justiça e solidariedade constituem um conjunto e não se pode separar qualquer destes elementos dos demais. Querer a paz exige favorecer a justiça e construir solidariedade. A paz é um produto que se constrói com estes diferentes componentes. Não é somente uma meta a ser alcançada, mas um processo, um caminho. Neste sentido, é importante radicalizar a capacidade de diálogo e de negociação (REZENDE, 2006). METODOLOGIA DE TRABALHO NAS ESCOLAS Metodologia do Projeto Cultura de Paz nas Escolas: A metodologia a ser aplicada está pautada nas práticas da Justiça Restaurativa, sendo a principal delas utilizada neste projeto, ou seja, os círculos restaurativos, chamados de Círculos de Construção de Paz. As dinâmicas que compõe as etapas do processo estão disponíveis no site do Projeto. Práticas Restaurativas do projeto: A Justiça Restaurativa nas Escolas busca sensibilizar o corpo discente e docente quanto às práticas pacíficas envolvendo conflitos escolares, o qual faz uso do diálogo como ferramenta e os valores da justiça restaurativa, tais como: a empatia, o empoderamento, a esperança, a honestidade, a humildade, a interconexão, a participação, a percepção, o respeito e a responsabilidade; todos utilizados para resgatar a dignidade humana e disseminar a cultura da paz, promovendo um ambiente pacífico e uma convivência harmonizada. Assim, a Justiça Restaurativa nas escolas visa contribuir para que a comunidade escolar (alunos, professores, pais e responsáveis) possa estabelecer diálogos e resoluções pacíficas de conflitos, agindo também de forma preventiva. A metodologia a ser aplicada e utilizada nas escolas será o círculo de construção de paz, que propõe um encontro de pessoas que querem pensar novas formas de relações respeitosas, solidárias e verdadeiras. Tais práticas serão aplicadas com base na Resolução 225/2016, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que dispõe sobre a Política Nacional de Justiça Restaurativa, e, em seu artigo 1º dispõe: “Constitui‐se como um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado”. Para que o sucesso do Projeto “Paz nas Escolas” seja alcançado, será necessário destacar os seguintes pontos: a necessidade de existir o projeto na escola; o convencimento de sua importância (aceitação); as condições para o seu desenvolvimento; a participação dos sujeitos; o acompanhamento de sua execução; a avaliação contínua; a persistência, bem como o compromisso dos professores e gestores em fazer o projeto acontecer, apesar de todas as dificuldades encontradas no ambiente educacional. 1º passo: cada escola desenvolverá um projeto específico à sua realidade; 2º passo: A paz forados muros da escola – haverá ações voltadas para a comunidade, como palestras, blitz educativa, ação social e outras formas de ganhar a atenção dos moradores e familiares dos alunos; 3º passo: Culminância – exposição dos trabalhos das escolas, apresentações, shows com músicas sobre a paz. Local ideal: Praça São Januário (para escolas de Ubá). Dia ideal: 21 de setembro – Dia Internacional da Paz. Música tema: Imagine (John Lennon) Logo: CONCLUSÃO Diante do exposto, conclui-se que a educação é para a vida, é para além dos muros da instituição escolar. A escola não pode ser um mundo à parte dentro da comunidade, utópico, formado apenas por livros e gravuras, mas uma extensão da vida que existe lá fora, um laboratório de aprendizagens significativas para a vida real. A vida dentro da escola deve ser legítima quando todos são convocados, inclusive a família, a resolver os conflitos que existem dentro dela e que são reflexos do que acontece adiante do portão. Portanto, diante desse embasamento, uma educação para a paz e não violência se faz necessária e urgente quando consideramos a formação integral do educando e a condição atual do mundo em que vivemos. Então, proporcionar-se-á conhecimentos e vivências de Justiça Restaurativa com o intuito de motivar a pacificação escolar e disseminar a Cultura de Paz na sociedade.
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