Buscar

2 - Princípios gerais dos contratos

Prévia do material em texto

13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/8
Princípios gerais dos contratos.
O contrato, ao desempenhar seu papel fundamental, caracteriza-se por ser uma
fonte de obrigações, gerando, com isso, direitos e deveres para as partes
contratantes. A análise dos princípios contratuais, nesse contexto, é de extrema
importância para delinear a conduta das partes em toda relação contratual, ou
seja, antes, durante e até mesmo depois da extinção do contrato.
Função social do contrato.
A função social do contrato tem a finalidade de limitar a autonomia da vontade
quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva
prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de contratar.
Encontra previsão expressa no artigo 421 do Código Civil.
Princípio da autonomia da vontade.
Tradicionalmente, as pessoas são livres para contratar. Essa liberdade abrange o
direito de contratar se quiserem com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou
seja, o direito de contratar e de não contratar, de escolher a pessoa com quem
fazê-lo e de estabelecer o conteúdo do contrato. O princípio da autonomia da
vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos
contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades,
suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. Têm as partes a faculdade de
celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. Contudo, como
vimos, esse princípio não é absoluto, pois a liberdade de contratar deve estar em
consonância com a função social do contrato.
Princípio da supremacia da ordem pública.
A liberdade contratual encontra limitação na ideia de ordem pública, entendendo-
se que o interesse da sociedade deve prevalecer quando colidir com o interesse
individual. O princípio da autonomia da vontade, como vimos, não é absoluto. É
limitado pelo princípio da supremacia da ordem pública, que resultou da
constatação, feita no início do século passado e em face da crescente
industrialização, de que a ampla liberdade de contratar provocava desequilíbrios e
a exploração do economicamente mais fraco. Compreendeu-se que, se a ordem
jurídica prometia a igualdade política, não estava assegurando a igualdade
econômica. Em alguns setores fazia-se mister a intervenção do Estado, para
restabelecer e assegurar a igualdade dos contratantes. Atualmente, o Código de
Defesa do Consumidor é um bom exemplo de como o Poder Público, para evitar
abusos, tem o poder de influenciar na autonomia contratual.
Princípio do consensualismo
13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/8
De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do
contrato, o acordo de vontades, contrapondo-se ao formalismo e ao simbolismo
que vigoravam em tempos primitivos. Decorre ele da moderna concepção de que
o contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da
entrega da coisa. A compra e venda, por exemplo, quando pura, torna-se perfeita
e obrigatória, desde que as partes acordem no objeto e no preço (CC, art. 482). O
contrato já estará perfeito e acabado desde o momento em que o vendedor
aceitar o preço oferecido pela coisa, independentemente da entrega desta.
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato
Funda-se tal princípio na ideia de que, em regra, os efeitos do contrato só se
produzem em relação às partes contratantes, vinculando-as ao seu conteúdo, não
afetando, com isso, terceiros nem seu patrimônio.
Essa visão, no entanto, foi mitigada pelo novo Código Civil, que não concebe mais
o contrato apenas como instrumento de satisfação de interesses pessoais dos
contraentes, mas lhe reconhece uma função social, como já foi dito. Tal fato tem
como consequência, por exemplo, possibilitar que terceiros que não são
propriamente partes do contrato possam nele influir, em razão de serem direta ou
indiretamente por ele atingidos.
Princípios da obrigatoriedade contratual e revisão dos contratos
Em tese, o contrato obriga às partes contratantes, pois dentro da autonomia da
vontade de cada uma das partes foram as cláusulas escolhidas e aceitas por elas.
É o pacta sunt servanda. Entretanto, em oposição à obrigatoriedade encontra-se o
direito de revisão dos contratos, que permite a parte onerada excessivamente por
situações imprevisíveis, requerer a modificação de cláusulas contratuais para
restaurar o equilíbrio da relação contratual. É a chamada cláusula rebus sic
stantibus.
Princípio da boa-fé.
Preceitua o art. 422 do Código Civil: "Os contratantes são obrigados a guardar,
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé". O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de
forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o
cumprimento do contrato.
Exercício resolvido:
O que vem a ser função social do contrato?
A função social do contrato tem a finalidade de limitar a autonomia da vontade
quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva
prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de contratar.
Encontra previsão expressa no artigo 421 do Código Civil.
 
13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/8
Exercício 1:
A respeito da função social do contrato, que atualmente encontra previsão
expressa no Código Civil, não se pode dizer que: 
A)
A função social do contrato tem a finalidade de limitar a autonomia da vontade
quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva
prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de
contratar. 
 
B)
A função social do contrato não tem a finalidade de limitar a autonomia da
vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este
deva prevalecer. 
 
C)
A função social do contrato, ao limitar a autonomia da vontade, pode atingir a
própria liberdade de contratar. 
 
D)
consiste em um dos prinípios essencias do Código Civil.
E)
a função social do contrato busca dar consonância à autonomia privada com o
interesse público.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 2:
A liberdade contratual encontra limitação na idéia de ordem pública, entendendo-
se que o interesse da sociedade deve prevalecer quando colidir com o interesse
individual. A partir desse contexto, pode-ser afirmar que:
 
13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/8
 
A)
O princípio da autonomia da vontade é absoluto.
 
 
B)
o princípio da autonomia privada não é limitado pelo princípio da supremacia da
ordem pública. 
 
C)
o princípio da supremacia da ordem pública não resultou da constatação, feita no início do
século passado e em face da crescente industrialização, de que a ampla liberdade de
contratar provocava desequilíbrios e a exploração do economicamente mais fraco.
 
D)
em nenhuma hipótese há a necessidade da intervenção do Estado, para restabelecer e
assegurar a igualdade dos contratantes. 
E)
atualmente, o Código de Defesa do Consumidor é um bom exemplo de como o Poder
Público, para evitar abusos, tem o poder de influenciar na autonomia contratual.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 3:
Com relação à liberdade de contratar, fundada na autonomia da contade, pode-se
concluir que:
 
A)
as pessoas geralmente não são livres para contratar.13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/8
B)
a liberdade de contratar não abrange o direito de contratar se quiserem, com quem quiserem
e sobre o que quiserem.
 
C)
não há a posssiblidade, em hipótese alguma, de se ter o direito de contratar e de não
contratar, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de estabelecer o conteúdo do contrato. 
D)
o princípio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual,
no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses, desde que não afronte as
normas de ordem pública, mediante acordo de vontades. 
E)
o princípio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual,
no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades,
porém esse princípio não é absoluto, pois a liberdade de contratar não deve estar em
consonância com a função social do contrato.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 4:
 
A respeito do princípio do consensualismo consagrado no Código Civil, pode-se
dizer que:
A)
em regra o contrato é um negócio jurídico formal.
B)
os contratos não necessitam de formalidade, a não ser quando essa for
expressamente exigida pela lei.
C)
13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/8
os contratos somente terão efeitos jurídicos desejados quando formais.
D)
a formalidade, em qualquer espécie contratual, é essencial para a sua validade.
E)
a validade do contrato está adstrita, em qualquer circunstância, à formalidade
legal.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 5:
 Sobre a boa-fé objetiva, é incorreto afirmar:
A)
Implica o dever de conduta probo e íntegro entre as partes contratantes;
B)
deve ser adotada em todas as fases da relação contratual;
C)
Implica a observância de deveres anexos ao contrato, tais como informação e
segurança;
D)
Aplica-se aos contratos do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor.
E)
não foi adotada pelo Código Civil de 2002.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 6:
13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/8
De acordo com o princípio “Pacta Sunt Servanda”, o contrato:
A)
Pode ser desfeito a qualquer momento segundo o princípio da Autonomia da
Vontade;
B)
Não pode ser desfeito jamais, pois o “Pacta Sunt Servanda” é um princípio geral
de Direito Civil;
C)
mesmo diante de uma situação imprevisível e irresistível (força maior), posterior
a celebração do contrato, não poderá ser desfeito 
D)
O princípio da “Pacta Sunt Servanda” admite exceções, como, por exemplo, o direito de revisão do contrato, a
chamada cláusula “Rebus Sic Stan�bus”.
E)
é um dever geral e absoluto que não admite exceções 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
Exercício 7:
No tocante ao princípio da Autonomia da Vontade é correto afirmar que:
A)
as pessoas são livres para contratar com qualquer um, sobre qualquer objeto,
sendo a Autonomia de Vontade um princípio de direito absoluto, ou seja, sem
limitações;
B)
as pessoas são livres para contratar de contratar se quiserem com quem
quiserem e sobre o que quiserem, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de
estabelecer o conteúdo do contrato, sem qualquer restrição, e estabelecer a forma
do contrato de acordo com as suas vontades;
13/08/2019 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/8
C)
as pessoas são livres para contratar de contratar se quiserem com quem quiserem e sobre o que quiserem, de
escolher a pessoa com quem fazê-lo e de estabelecer o contrato, mas não é absoluto este princípio, sendo
limitado pelo princípio da Supremacia da Ordem Pública
D)
as pessoas são livres para contratar de contratar se quiserem, com quem
quiserem e sobre o que quiserem, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de
estabelecer o conteúdo do contrato, porém só podem contratar por instrumento
público;
E)
as pessoas são livres para contratar de contratar se quiserem, com quem
quiserem e sobre o que quiserem, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de
estabelecer o conteúdo do contrato, porém só podem contratar por intrumento
particular;
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Continue navegando