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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE, DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MINAS GERAIS
XXX, advogado, inscrito na OAB-MG sob o n.º XXX, com escritório profissional na Rua XXX Nº XXX, bairro XXX, CEP XXX, Belo horizonte-MG,e-mail XXX, onde recebe intimações, vem respeitosamente perante esse Egrégio Tribunal, com fulcro no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal de 1988 e artigos 647 e 648, ambos do Código de Processo Penal, impetrar o presente 
HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO COM PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR
Em benefício do Paciente LÚCIO, casado, médico, inscrito no CPF nº XXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XXXX, Bairro XXX, Belo Horizonte-MG, CEP XXX, E-mail XXX, que encontra-se recolhido no presídio XXX e vem sofrendo coação em sua liberdade por ato ilegal e abusivo da Autoridade Coatora, O EXCELENTÍSSIMO SR JUIZ DA XXX VARA CRIMINAL DE BELO HORIZONTE-MG. 
I-DOS FATOS 
Consta na Ata de Audiência de Custódia n.º XXX, o qual tramitou na XXX VARA CRIMINAL DE BELO HORIZONTE-MG, que supostamente o Paciente praticou o delito de homicídio doloso, previsto no Art. 121 do Código Penal. 
Dada a abertura de audiência de custódia, presentes a Autoridade Coatora e o Membro do Ministério Público, foram iniciados os trabalhos e, o nobre “Parquet” manifestou-se oralmente pela conversão do flagrante em prisão preventiva. 
Foi apresentado o pedido de relaxamento de prisão de forma escrita e na mesma audiência, após análise do pedido do Ministério Público, o M.M Juiz negou o pedido argumentando que não há de se falar em ilegalidade do ato de prisão em flagrante do paciente. 
Entendeu ainda a Autoridade Coatora que as circunstâncias do crime do Art. 121, ora imputado ao Paciente, eram graves, bem como a morte da vítima e fundamentado nos Art. 310, I do Código de Processo Penal e art. 5º, LXV da CF/88, relaxou o auto de prisão em flagrante, mas com base nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal, decretou a prisão preventiva do Paciente. 
Nobre Julgador, ocorre que a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva não encontra amparo no ordenamento jurídico pátrio, o que motiva sua ilegalidade pelos fatos e fundamentos a seguir. 
 
II-DO DIREITO 
DO DIREITO DE LIBERDADE 
A regra no ordenamento jurídico pátrio é a liberdade, direito esse do Paciente amplamente assegurado pela “Carta Magna” que assegura não só a ele mas a todos os indivíduos, em seu art .5, inciso LXVIII, que será concedido “habeas corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
 	Do mesmo modo o direito à liberdade é assegurado pelo Art. 647 do Código de Processo Penal. O direito de liberdade também está tutelado pelo Pacto de São José da Costa Rica o qual o Brasil é signatário onde seu Art. 7 º é taxativo ao expor que toda pessoa tem direito a liberdade, sendo que ninguém pode ser submetido ao encarceramento arbitrário. 
Para que a liberdade do Paciente fosse cerceada seria necessário observar os princípios e garantias previstos na Constituição Federal e demais dispositivos infraconstitucionais, o que não foi feito. 
 
DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO 
Ainda que a Constituição Federal possibilite a prisão provisória, esse tipo de medida possui caráter cautelar, portanto, para serem legítimas devem preencher pressupostos cautelares como o “fumus comissi delicti” e “periculum in libertatis”, exigindo que a existência do crime esteja devidamente comprovada ou que haja indícios mínimos de autoria, além do risco para transcurso normal do processo caso não decretada, o que não foi preenchido no caso em tela. 
O Paciente é réu primário, possui trabalho fixo e residência fixa, também não há nos autos elementos que registrem outros processos criminais em seu desfavor, não houve eventos de erros em procedimentos médicos. 
A lição do doutrinador Luis Flávio Gomes converge para o mesmo entendimento: 
“a prisão cautelar é excepcional e instrumental. Desse modo, só se justifica quando o juiz, motivadamente, demonstra seu embasamento fático e jurídico, valendo das provas produzidas dentro do processo” (Direito de Apelar em Liberdade, Ed. RT, p. 39). 
Justamente por se tratar de “prisão cautelar excepcional”, o instituto passou a ser entendido como “ultima ratio”, conforme dispõe o Art. 282 caputs e o § 6º do CPP. Portanto, a prisão preventiva do Paciente somente poderia ser decretada se não houvesse outra medida cautelar diversa de prisão, que estão previstas nos Art.319, 320 do CPP e que garanta a efetividade da investigação ou do processo. 
Diante do apresentado, por não haver justo motivo para a decretação da prisão preventiva, nos termos do Art. 648, Inciso I deve o ato ser considerado ilegal. Por estarem ausentes os pressupostos que a autorizam conforme o disposto nos Art. 312 do Código de Processo Penal, deve o Paciente ser colocado em liberdade nos termos do Art. 321 todos do CPP, com a decretação de uma ou mais medidas cautelares (art. 319, CPP). 
III- DA MEDIDA LIMINAR 
 	
Estando ausentes o “fumus comissi delicti” o qual foi demonstrado pelos elementos fáticos e jurídicos trazidos à colação e o “periculum libertatis” conforme demonstrado minuciosamente, não vislumbra-se qualquer justificativa plausível para a manutenção da prisão cautelar do paciente.
Concernente ao “fumus boni iuris” e ao “periculum in mora”, a liberdade é um direito que nasce juntamente com o ser humano, inerente a própria natureza humana e ainda assegurado pela Constituição Federal, em seu Art. 5º, podendo o direito à liberdade restar prejudicado pela morosidade, devendo a presente ordem de “habeas corpus” ser concedida liminarmente com o fim de obstar a prisão preventiva do ora Paciente, pois estão presentes os pressupostos para sua concessão. 
 
 III -DO PE DIDO 
Diante do exposto, requerer: 
A oitiva da Douta Procuradoria de Justiça na condição de "custos legis" para que apresente parecer;
A requisição de informações ao Excelentíssimo Sr. Juiz da XXX Vara Criminal de Belo Horizonte-MG
A confirmação no mérito da liminar pleiteada, em favor do paciente LÚCIO, a competente ordem de “habeas corpus”, para fazer impedir o constrangimento ilegal que o mesmo vem sofrendo, expedindo-se, imediatamente, o competente ALVARÁ DE SOLTURA, afim de que seja o paciente posto em liberdade; 
A intimação pessoal do Douto Advogado para a sustentação oral a ser marcada em dia e hora por esta Colenda Câmara. 
Instruem o presente os seguintes documentos: 
Comprovante de residência, certidão de antecedentes criminais, cópia do Auto de Prisão em Flagrante Delito, cópia da Ata de Audiência de Custódia 
 
Pede deferimento 
 
Belo Horizonte, XX de dezembro de 2018. 
 
______________________________ 
 OAB/MG

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